Ministério Público paulista lança manifesto contra 'PEC da impunidade'
Promotores e procuradores de São Paulo lançaram, nesta sexta-feira (12),
um novo manifesto contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37),
que está em discussão no Congresso e propõe limitar o poder de
investigação do Ministério Público (MP). "Já estamos fazendo essa
campanha há cerca de um ano, buscando espaço para contribuir na formação
de opinião da sociedade. Intensificamos agora porque vemos a proposta
avançar. Nós pretendemos denunciar os riscos de uma proposta que, em vez
de aperfeiçoar a investigação criminal, quer reduzir", afirmou em
entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o procurador-geral de Justiça de
São Paulo, Márcio Elias Rosa. Chamada de "PEC da Impunidade", a
proposta, formulada em 2011, restringe os poderes de investigação
criminal às polícias civil e federal, impossibilitando a atuação de
outros órgãos, como o MP. "Esse trabalho não pode ficar concentrado nas
mãos de um só setor, porque é uma concentração indevida de poderes. Na
boa República, todos investigam", afirmou Elias Rosa. Segundo o
presidente da Associação Paulista do Ministério Público, Felipe Locke
Cavalcanti, se a proposta for aprovada, o Brasil será o quarto país do
mundo a impedir a investigação por parte de promotores e procuradores.
"Somente dois países na África e um na Ásia [limitam a ação do
Ministério Público]. São países onde não há democracia", disse. Na
terça-feira (9), o Ministério Público deflagrou uma megaoperação para
investigar casos diversos de corrupção em 12 Estados. A iniciativa teve
como pano de fundo a campanha contra a PEC. De autoria do deputado
federal Lourival Mendes (PT do B-MA), a PEC 37 está em tramitação na
Câmara, onde precisa ser aprovada pelo plenário em dois turnos, por pelo
menos 3/5 dos deputados – 308 dos 514. Se aprovado, o texto segue para
votação no Senado.
A
Petrobras Distribuidora S/A foi condenada pelo Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) de Campinas a encerrar a terceirização, em todos os seus
estabelecimentos no território nacional, com a obrigação de contratar
apenas empregados aprovados em concurso público, além de pagar R$ 3
milhões por danos morais ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A
empresa fica proibida de subcontratar serviços de suporte técnico à
atividade operacional, de serviços de gestão documental, de serviços de
suporte técnico para gerenciamento de risco, de serviços de apoio
operacional e de serviços transporte (incluída a carga e descarga) de
combustíveis e derivados do petróleo. A distribuidora tem doze meses
para encerrar os contratos de terceirização, sob pena de multa de R$ 10
mil por dia, multiplicada pelo número de trabalhadores em situação
irregular. A partir da decisão, a empresa só pode contratar empregados
que exerçam tais funções mediante a prévia aprovação em concurso
público. A Petrobras informou, em nota, que “está acompanhando a
tramitação do referido processo e irá recorrer da decisão do TRT da 15ª
Região (Campinas)".
Mensalão: Petistas minimizam abertura de inquérito para investigar Lula
Lideranças
petistas reunidas no diretório nacional do partido em São Paulo
tentaram minimizar, nesta sexta-feira (12), a abertura de um inquérito
da Polícia Federal (PF) para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). A cúpula do PT não discutiu o assunto e, aos repórteres,
os políticos chegaram a considerar o caso uma "notícia velha". “A
investigação é sobre se a campanha do presidente Lula teve utilização de
caixa dois e não é uma investigação sobre o presidente Lula”, disse o
presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, em entrevista na sede da
sigla, na capital paulista. A investigação deve apurar as denúncias do
publicitário Marcos Valério de que o ex-mandatário brasileiro
supostamente teria conhecimento do mensalão, que culminou com a
condenação de petistas como o ex-ministro José Dirceu (PT) e o deputado
José Genoino (PT). Os dois participaram do encontro do diretório
nacional, mas não trataram do tema. “Essa é mais uma das muitas
invencionices que se cria tentando atingir o presidente Lula, cujo único
"crime" cometido foi o de melhorar a vida de milhões de brasileiros”
afirmou Falcão. O dirigente petista descartou a elaboração de uma nota
de solidariedade a Lula, que na próxima segunda (15) receberá o título
de cidadão honorário em Belo Horizonte, ao lado da presidente Dilma
Rousseff (PT), e participará de um seminário sobre os 10 anos de governo
do PT. Os petistas organizam uma festa para ele, mas negam que seja um
desagravo. “Não há nenhuma necessidade de a gente soltar uma nota de
solidariedade até porque a gente não acha que ele esteja agravado ou
investigado pessoalmente”, disse Rui.
Fonte Bahia noticias
Seca: “Deus me deu, Deus tirou, louvado seja o nome dele”, diz pequeno produtor de Cansanção
Foto: Cansanção.Net
Manuel
Soares Cordeiro, de 98 anos, mais conhecido como “Seu Nezinho”, perdeu
nos últimos meses mais de 150 bovinos da sua fazenda, localizada no
município de Cansanção, no nordeste baiano. A região é castigada pelos
efeitos devastadores provocados pela pior seca dos últimos 50 anos.
"Deus me deu, Deus tirou, louvado seja o nome dele”, disse o pequeno
produtor em entrevista ao site Cansanção.Net. A frase é uma referência
ao Livro de Jó, do Antigo Testamento. De acordo com Seu Nezinho, um poço
artesiano perfurado recentemente mantém vivo o restante dos animais que
sobreviveram à escassez, muitos deles já sem força para levantar. Os
sobreviventes são sustentados por um rodízio de alimentos que inclui
torta de algodão, farelo de trigo, milho e por palha de licurizeiros e
mandacaru, duas fontes de alimentação que ainda são encontradas na
propriedade.
‘Patricinhas do crime’ não poderão deixar Salvador e terão que se apresentar a cada 30 dias
Foto: Joá Souza / Agência A Tarde
Antes
de serem soltas pela Justiça, nesta sexta-feira (12), as jovens Débora
Carvalho de Menezes, de 19 anos, e Sendy Gabrielle Gomes, de 27 anos,
conhecidas como as “patricinhas do crime”, compareceram ao Fórum
Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), no bairro de
Sussuarana, em Salvador, para serem ouvidas pela juíza da 2ª Vara
Criminal, Andrea Paula Miranda. Débora e Sendy foram presas na última
terça (9) em uma blitz da PM no bairro do Ogunjá, na capital baiana. O
carro que uma delas dirigia era roubado. O pai de Débora, que é oficial
de justiça e não quis se identificar, aguardava a chegada da filha ao
fórum, com gritos para a imprensa não se aproximar. O irmão dela,
Dieter Carvalho, afirmava que sua irmã “não tinha nenhum envolvimento
com os crimes citados contra ela”. A juíza decidiu ouvir pessoalmente
as acusadas para analisar o comportamento delas antes de decidir pelo
relaxamento de prisão - concessão de liberdade provisória - solicitada
pela defesa. Elas tiveram que pagar fiança de dois salários mínimos cada
uma para serem soltas. A dupla não poderá deixar Salvador sem comunicar
à Justiça e devem se apresentar a cada 30 dias para prestar
informações. Depois da prisão, segundo a polícia, várias denúncias
anônimas ligaram as jovens a acusações de tráfico de drogas e roubo. A
polícia apura ainda uma possível ligação das garotas com Fagner Sousa da Silva, o Fal,
de 32 anos, apontado por autoridades como um dos chefes da facção
criminosa Comissão de Paz (CP), que atuava na capital baiana, e mantinha
ligação com a facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital
(PCC). Fal foi preso em São Paulo em junho de 2011. Ele foi transferido
para a Bahia e está na Unidade Especial Disciplinar (UED), no Complexo
Penitenciário de Mata Escura, que recentemente sofreu uma tentativa de invasão e resgate de detentos.
Pai de Débora grita para imprensa não se aproximar; Família de Sendy não apareceu no fórum |Foto: Correio
Governo Dilma é contrário ao endurecimento de pena para menor infrator
O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é contra a redução de idade penal e também discorda da proposta do governo de São Paulo de endurecer penas contra jovens infratores. Nesta sexta (11), o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que encaminhará em 15 dias ao Congresso Nacional um projeto de lei que propõe tornar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) mais rígido em relação a adolescentes envolvidos em casos de violência considerados graves e reincidentes. O debate foi motivado pelo assassinato do estudante Victor Hugo Deppman, 19, morto na última terça (9) por um adolescente de 17 anos, em um assalto na porta de casa, no bairro do Belém, zona leste da capital paulista. O assassino completa 18 anos neste sábado (13) e foi encaminhado para a Fundação Casa. "A gente é completamente contra. Não quero falar em uso político, não estou me referindo à declaração do governador. Estou me referindo ao tema da [redução da] maioridade penal, que temos uma posição historicamente contrária", disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ele afirmou ainda que "evidentemente" torce para que a discussão sobre o tema não avance no Congresso. "Espero que não prospere", disse. Para Carvalho, ao invés de investir em repressão, o governo federal aposta no ataque às causas da criminalidade que envolvem jovens. “Queremos dar ao jovem alternativas de trabalho, cultura, lazer, formação profissional; uma possibilidade que não seja o crime. Nossa ênfase é isso. Reduzir a menoridade penal é uma lógica que não tem fim", defendeu.
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