Governo de SP se compromete a respeitar trajeto e não usar bala de borracha

Integrantes do Movimento Passe Livre, que pedem a revogação do aumento da tarifa dos transportes públicos em São Paulo, disseram que o trajeto da manifestação marcada para as 17h desta segunda-feira (17) no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo, só será informado à polícia no momento do ato, mas mesmo assim a Secretaria de Segurança Pública (SSP) se comprometeu a respeitar o caminho escolhido.
"A SSP afirmou que vai acatar o trajeto que será definido por nós durante o ato", diz Mayara Vivian, integrante do Movimento Passe Livre, após deixar a reunião desta segunda-feira (17) com o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella. 

Após a reunião, Grella afirmou que as lideranças do protesto aceitaram o acompanhamento de oficiais da Polícia Militar durante o ato. "Estes policiais irão informar o comando sobre os rumos do protesto".

Segundo ele, não haverá impedimento algum quanto ao trajeto que percorrerá o protesto. No entanto, ele não explicou se o ato poderá interditar as duas pistas da avenida Paulista. "Acreditamos que haverá um entendimento entre os manifestantes e os oficiais que acompanharão as lideranças".  
O secretário também disse que a tropa da PM não portará armamento com balas de borracha, e que "não serão tomadas medidas para dispersão da manifestação". "Ações contra infratores serão tomadas de maneira pontual. Acho que hoje não será nem preciso o uso do vinagre", declarou.

Ele afirmou também que a Tropa de Choque não estará presente no local da passeata, mas que estará de prontidão para alguma eventualidade.

"A definição do percurso não depende apenas da gente. Durante o protesto vamos conversar com os outros setores e entidades envolvidos", explicou antes do encontro Rafael Siqueira, um porta-voz do movimento.
As lideranças também afirmaram que a única bandeira do movimento é a revogação dos R$ 0,20 do aumento da passagem de ônibus. "O Movimento Passe Livre é diferente das manifestações, já que nos atos incorporam-se entidades de diversos setores da sociedade, mas a nossa bandeira é apenas pela gratuidade do transporte e, no curto prazo, a revogação (do reajuste)", afirmou Érica de Oliveira, uma das porta-vozes do MPL.
Segundo ela, as manifestações tomaram uma dimensão de revolta popular, sob a qual o MPL não tem controle. "Nós apenas fazemos a convocação com militantes e nas redes sociais."  
De acordo com Caio Martins, outro representante do MPL, as únicas pessoas que têm o poder de parar as manifestações são o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
"Fomos convidados pela Secretaria de Segurança Pública e pelo Conselho das Cidades para reuniões (na segunda-feira (17) e terça-feira (18), respectivamente), mas não achamos que estas são as instâncias adequadas para negociação", afirmou. O Conselho tem apenas caráter consultivo, e não tem poder de alterar o aumento da tarifa. Representantes do MP afirmaram que convidaram o prefeito para uma reunião na quarta-feira (19), para discutir o aumento da tarifa. 

Ministro diz que governo não deixará protesto atrapalhar Copa

O ministro dos Esporte, Aldo Rebelo (dir.) conversa com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante coletiva de imprensa no Rio
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, afirmou nesta segunda que o governo brasileiro fará tudo o que puder para que a onda de protestos que tomou conta das ruas nas últimas semanas não atrapalhe a realização da Copa das Confederações, iniciada no último sábado.
"Quem achar que pode tentar impedir enfrentará a determinação", disse o ministro durante evento do jornal inglês "Financial Times", no Rio.
Ele afirmou que o governo assumiu a responsabilidade pelos dois eventos internacionais (Copa do Mundo e Olimpíada), e que vai garantir a segurança e a integridade dos torcedores e turistas.
O ministro disse ainda que a ação da polícia tem ocorrido dentro dos limites necessários para a organização da Copa das Confederações e que essas medidas continuarão a ser utilizadas.
"O maior legado que a Copa deixará é a alegria do povo brasileiro em acolher uma competição como essa", disse.

Presente no mesmo evento, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que a Fifa não organiza seus eventos somente visando o lucro e criticou os protestos sobre o aumento de preços em cidades-sede da Copa.
"Sempre haverá aqueles que querem explorar o jogo bonito. Sempre vai haver eventos inesperados econômicos e políticos. Estamos vivendo isso no Brasil", avaliou.
Blatter foi vaiado no sábado em Brasília, assim como a presidente Dilma Rousseff, na abertura da Copa das Confederações.
No evento de sábado, Blatter pediu mais "fair play" da sociedade.
"Nós da Fifa somos guardiões dos jogos, apesar de não podermos fazer isso sozinhos. No fim, é uma questão de educação e de transmitir a mensagem de fair play para a sociedade", concluiu.
Fonte Folha de São Paulo

Governador do DF acusa manifestantes de serem pagos para protestar contra Copa

Governador do DF acusa manifestantes de serem pagos para protestar contra Copa
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, disse nesta segunda-feira (17) que os manifestantes contrários aos gastos na Copa das Confederações foram pagos e defendeu a atuação da Polícia Militar na repressão ao protesto ocorrido no último sábado (15) em Brasília, pouco antes da partida entre Brasil e Japão. De acordo com o petista, a corporação agiu para “proteger o cidadão, combater a ilegalidade”. ““Ali tinha gente com objetivo de prejudicar essa festa, passar uma imagem negativa. [...] Uma manifestação que não tinha uma bandeira, não tinha uma proposta”, afirmou Queiroz, em entrevista ao Bom Dia DF. Os manifestantes negaram qualquer tipo de financiamento para a realização do ato e acusa a polícia de truculência. “Ali, durante todo o percurso, a polícia apenas acompanhou, eles passaram por várias áreas e barreiras que não poderiam ter passado. [...] A polícia acompanhou e protegeu a entrada e por ali podia fazer a manifestação que fosse. [...] Quando passou do limite, que ameaçava o evento [a polícia agiu].”, declarou o governador

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