Protesto em BH reúne 100 mil pessoas, estima PM

Protesto em BH reúne 100 mil pessoas, estima PM
A Polícia Militar (PM) mineira já estima em aproximadamente 100 mil pessoas o público que participa de manifestação realizada neste sábado (22) em Belo Horizonte. No meio da tarde, o grupo que estava à frente da passeata já passava pelo campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na avenida Presidente Antônio Carlos, enquanto manifestantes ainda deixavam, segundo a PM, o Centro da capital, a cerca de oito quilômetros de distância. O objetivo dos manifestantes é se aproximar do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, onde será realizada a partida entre Japão e México pela Copa das Confederações. Porém, o governo mineiro informou que o grupo não terá acesso à arena. Até pouco antes das 16 horas, não havia nenhum registro de ocorrências no protesto.

Repórter do Bahia Notícias é preso em manifestação no Iguatemi

Repórter do Bahia Notícias é preso em manifestação no Iguatemi
O repórter Francis Juliano, do Bahia Notícias, foi preso na noite deste sábado (22) ao questionar a policiais o motivo de eles espancarem um fotógrafo. Além de Francis, o editor-chefe Evilásio Júnior foi agredido com palavrões, empurrões e spray de pimenta no rosto. O PM que deu a ordem de prisão foi o capitão Themístocles. Além de prender o jornalista pelos questionamentos, o policial chamou os repórteres de "filho da p..." e "v...". Ele disse que o BN "não tem direito de fazer interrogatório" porque "quem manda ali é a PM, p...". Francis foi encaminhado para a 16ª Delegacia Territorial, na Pituba, para prestar depoimento.

Pesquisadores apontam causas das manifestações


 / Crédito: AFP


Sentimento de tédio entre a juventude, crise da política representativa e guinada conservadora estão entre as hipóteses levantadas no debate “O que está acontecendo?”, realizado por pesquisadores do IEA (Instituto de Estudos Avançados) da USP, hoje. O diretor do IEA, Martin Grossmann, referiu-se ao debate como uma “UTI” montada para entender as manifestações.
Professor de ética e filosofia política da USP, Renato Janine Ribeiro comparou a situação brasileira com a de países onde ocorreram revoltas recentes. Para ele, assim como a Espanha, o Brasil é uma sociedade democrática, ao contrário das nações que viveram a Primavera Árabe: “Talvez o problema, para nós, não seja tanto a opressão, mas o tédio”. Segundo Janine, o tédio esteve na origem da revolta de Maio de 68, em Paris.
Sylvia Dantas, professora de psicologia na Unifesp, foi na mesma linha e definiu o estado espírito dos brasileiros como “melancolia” e “impotência”. “As manifestações trouxeram vida, esperança. É um movimento de catarse. A insatisfação teve voz.” Nem todos, porém, acharam a explicação satisfatória. “Compartilho apenas em parte o ponto de vista de que o movimento nasceu do tédio ou eventualmente teve uma dimensão espontânea “, disse José Álvaro Moisés, professor de ciência política na USP, lembrando os oito anos de do Movimento Passe Livre.
Referência na militância de esquerda no país, o crítico literário Alfredo Bosi não conseguiu chegar à USP por causa de um protesto na rodovia Raposo Tavares e enviou sua intervenção por e-mail. Para ele, entre os ganhos do movimento está o reconhecimento do direito à manifestação: “Governo, imprensa, universidade e todas as instâncias envolvidas no processo são (ou ficaram) unânimes no reconhecimento do direito de manifestação de segmentos da população.”
Bosi apontou a crise da “democracia puramente formal e representativa em termos eleitorais": “Seu descrédito merecido exige alguma resposta, ainda que difusa e insuficientemente articulada.” A questão também foi apontada pelo antropólogo italiano Massimo Canevacci e por Moisés. “Atualmente ninguém quer ser representado”, disse o italiano. “Existe uma afirmação crescente da autorrepresentação.” Moisés apontou o “enorme mal-estar com a democracia no Brasil": “Os partidos fracassaram, inclusive os que nasceram dos movimentos sociais, como foi o caso do PT”.
Para Sergio Adorno, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, trata-se de “um momento de interrupção da comunicação entre os atores políticos": “Os canais considerados legitimamente aceitos de comunicação e reivindicação parecem insatisfatórios”. Pelo Skype, Bernardo Sorj, professor de sociologia na UFRJ, lembrou que, apesar da importância da internet, os protestos mostram que a arena da política ainda é a rua: “Milhares de assinaturas contra Renan Calheiros não levaram a nada, mas milhares de pessoas na rua, sim.” Em nível nacional, segundo ele, a Copa foi o estopim dos protestos: “Deveria ter sido um momento de ufanismo, de orgulho, mas as pessoas viram obras públicas superfaturadas, associadas à corrupção. Foi o contrário do que os governos esperavam”.
A “guinada conservadora” observada pelos debatedores, principalmente nos protestos de quarta-feira, foi citada entre os possíveis desdobramentos do movimento. Lúcia Maciel de Oliveira, da Escola de Comunicações e Artes da USP, se disse “inquieta”. “Essa guinada conservadora é bastante preocupante”. Ela criticou a demora do prefeito Fernando Haddad para se posicionar: “Quando se posicionou, foi de forma conservadora”.
Alexey Dodsworth Magnevita, da nova geração do IEA, alertou a “fagocitação do movimento por parte de grupos conservadores”. Historiadora especializada no mundo árabe, Arlene Clemesha afirmou que no Egito há denúncias de que “bandidos” sejam pagos para manchar o movimento nas ruas. “Aqui também começam a aparecer grupos oportunistas, de caráter fascista.” O debate está disponível no site do IEA (iea.usp.br).

SSA: POLÍCIA FEDERAL APREENDE 40 QUILOS DE COCAÍNA

Condutor foi autuado em flagrante e responderá pelo crime de tráfico de drogas, informou a PF (Foto: Divulgação / Polícia Federal)
Droga foi escondida no teto do veículo (Foto: Divulgação / Polícia Federal)

Quarenta quilos de cocaína foram apreendidos nesta sexta-feira (21), no bairro de Itapuã, em Salvador. Segundo informações da Polícia Federal, a droga foi encontrada após uma blitz de rotina.

De acordo com a investigação, o entorpecente, dividido em tabletes, foi escondido no teto da caminhonete, modelo D-20. Os policiais chegaram ao material depois que, após ser parado na barreira, o condutor apresentou atitudes suspeitas, que levram à revista.

A polícia informou que o condutor é eletricista e teria informado na delegacia que levava o material para um receptador do bairro de Itapuã. O suspeito negou conhecer as pessoas para qual a droga seria entregue.

O motorista foi encaminhado à Superintendência Regional da Polícia Federal, onde foi lavrado o flagrante. Em seguida, o eletricista foi enviado à Cadeia Pública da capital, na Mata Escura, onde aguardará o julgamento pelo crime de tráfico de drogas.

FONTE: G1
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Dilma estende mão aos manifestantes mas condena a violência.



A presidente Dilma Rousseff (PT) fez nesta sexta-feira (21) seu primeiro pronunciamento sobre os protestos que atingem o país nas últimas semanas. A mensagem da líder nacional, de cerca de 10 minutos, foi transmitida para todo o Brasil. Na gravação, Dilma afirmou que os protestos "mostram a força da nossa democracia", mas que "a violência põe a perder muitas coisas". A mandatária brasileira disse que a mudança só pode ser atingida a partir da democracia: "só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia". "Essa violência, provocada por uma pequena minoria, não pode manchar um movimento democrático", afirmou. "Asseguro a vocês: vamos manter a ordem", disse. A petista prometeu um pacto com governadores, prefeitos e líderes do Legislativo e Judiciário brasileiros pela melhoria dos serviços público. O plano de Dilma está focado em três pontos: agilizar a aprovação de um plano nacional de mobilidade urbana, que privilegie transporte público; destinar 100% dos royalties do petróleo para a educação; e contratar "milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS [Sistema Único de Saúde]". A presidente estava em silêncio havia quase dois dias e era cobrada por parte dos manifestantes. A decisão de se reportar diretamente à nação era estudada desde esta quinta (20) e foi assunto de reunião ministerial que tomou toda a manhã.
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