Colômbia: Essa é a Igreja Sofredora

 15 março 2017
Colômbia é um país marcado por mais de 50 anos de guerra, com 6,5 milhões de refugiados internos. Entre eles, há milhões de cristãos que, apesar de todas as dificuldades, não perdem a esperança e o amor pelo evangelho. “Nesse tempo no país, conhecemos, convivemos e apoiamos indígenas, refugiados, viúvas e pastores perseguidos que nos emocionam com suas historias de fé. São verdadeiros heróis que, muitas vezes, caminham horas para pregar a palavra ‘na toca do lobo'”, contam nossos missionários. É por causa desses heróis e heroínas que continuamos nossa missão na Colômbia. Dentre muitas histórias, uma das mais significativas é essa que nossos missionários contam:
“Uma bicicleta velha, meio enferrujada, encostada do lado de fora nas tábuas pregadas à mão que compunham a ‘parede’ da casa. Essa foi à primeira cena que nos deparamos momentos antes de entrarmos na casa do pastor João* e conhecer sua família, sua história. Já havíamos escutado sobre ele, mas aquele foi o primeiro encontro! Ele faz parte do projeto de Sustento Familiar que apoiamos, onde famílias refugiadas cultivam o próprio alimento. Enquanto a primeira colheita não chegava, sempre que podíamos levávamos uma cesta básica.
Ao entrar na casa, na varanda de chão de terra batida, simples e muito limpa, fomos recebidos com um sorriso acolhedor, daqueles que te deixam bem à vontade. Sentamos pra ouvi-lo sobre como tinha chegado ali: ele, a esposa e o filho especial foram perseguidos, ameaçados de morte e expulsos de onde viviam por grupos armados. Foi necessário que uma escolta do exército os acompanhassem enquanto deixavam toda uma vida para trás. Apenas com a roupa do corpo e nada mais, seguiram para recomeçar a vida.
Com o contato de um pastor que trabalha ajudando refugiados internos, João e sua família conseguiram um lugar para ficar. Essa poderia ser mais uma história triste, de pessoas que passariam a vida se lamentando por perder tudo, mas o pastor João tinha consciência de que tudo o que ele precisava tinha ido com eles.
Sem se intimidar, e com um amor transbordante, decidiu continuar pregando para os perdidos, justamente em outra região dominada por grupos armados! Com a bicicleta velha, aquela que vimos na porta da casa, e algumas dores da idade, ele percorre 12 quilômetros até chegar à igreja que iniciou com bancos de madeira ao ar livre, entre as bananeiras. Muitas vezes, vai a pé por causa do estado precário da bicicleta. Fomos com ele até o local da igreja e encontramos jovens com corações sedentos, quebrantados, cheios de fé.
Homens como o pastor João, dispostos a servir a Deus, preocupados em estabelecer o Reino nessa Terra e que não medem esforços pra cumprir seu chamado mesmo que isso custe a própria vida. É isso o que nos impulsiona a continuar, é a razão por estarmos hoje na Colômbia. É a igreja sofredora que esquece a sua dor para levar esperança e novidade de vida!
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*Nome fictício por questão de segurança do pastor e sua família.

Salvação através do amor.

FOTO: Eduardo Pinto
“Eu vivi seis anos na Cracolândia, escrava das drogas e dos vícios”, conta a jovem Stephany Medeiros da Silva, de 19 anos. “Eu saí de casa aos treze anos de idade e vivi na rua por todo esse tempo, viciada nas drogas, que eram meu único alimento”, confessa ela, que chegou a pesar quarenta quilos apenas. “Eu bebi por sete anos e usava drogas de dia, de tarde e de noite, não havia horários e eu não era feliz, cheguei a tentar o suicídio, vivia em desespero completo, não tinha esperança de uma vida diferente, melhor”.

A tia de Stephany, Josilene Medeiros Herculana, conta que, enquanto Stephany vivia longe da família, ela e a mãe da jovem buscavam por sua vida junto a Deus. “Clamávamos, não desistíamos e esperávamos qualquer tipo de notícia que fosse, desde que soubéssemos o que havia acontecido com ela, que houvesse paz para o nosso coração. Nosso pedido para com Deus era o de reencontrar ela bem, viva e feliz”.


Foi durante uma das atividades de assistência social realizada pelo AMAS – Associação Mundial de Assistência Social – que Stephany vivenciou um encontro com Jesus Cristo. “Eles foram levar uma sopa para nós, moradores de rua, roupas e alimentos. Levavam folhetos, livros e testemunhos, louvores e uma palavra de amor e de esperança para nós, em nome de Jesus”, relata Stephany, que se converteu a Jesus através do trabalho de evangelização do AMAS junto à essas doações. “Recebi a minha libertação naquele dia, no momento em que aceitei a Jesus Cristo como meu Salvador e decidi que nunca mais usaria drogas. Deus me deu forças e me libertou.
Hoje, sou batizada nas águas, convivo com meus parentes, tenho uma vida como nunca antes imaginei e sou feliz. Agora, ajudo nas evangelizações e nos trabalhos de rua e digo a todos: não desistam de seus parentes, continuem a buscar em favor deles, porque Deus é fiel para fazer o milagre na vida de sua família”.

Matéria de: Victor Correa

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