Campanha de Dilma recebeu propina em conta de Joesley na Suíça, diz Palocci

Foto: Antonio Cruz/ ABr
Em depoimento sigiloso, o ex-ministro Antonio Palocci disse que o empresário Joesley Batista, da JBS, abriu uma conta na Suíça para depositar propina direcionada ao PT e à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010, segundo O Globo.
O valor combinado com o ex-ministro Guido Mantega teria chegado a US$ 150 milhões e, conforme relatou o próprio Joesley em delação premiada, serviria para comprar o apoio de aliados e financiar o caixa dois da eleição da petista.
O relato de Palocci foi feito no âmbito das investigações da Operação Bullish, que apura irregularidades em repasses do BNDES à JBS.
Preso em setembro de 2016, o ex-ministro firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em Curitiba e Brasília. Em função disso, foi transferido para o regime domiciliar em novembro do ano passado.
Palocci foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato.

‘Não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado’, diz Bebianno a interlocutore

Foto: José Cruz / Agência Brasil
Pressionado a pedir demissão, o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência) reclamou com interlocutores da forma como tem sido tratado pelo núcleo do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o Blog do Camarotti.
“Não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado. É preciso ter um mínimo de consideração com quem esteve ao lado dele o tempo todo”, teria dito o ministro.
Ainda segundo a publicação, Bebianno afirmou a pessoas próximas que não sairia “escorraçado pela porta dos fundos”, em uma indicação de que, para deixar o governo, terá que ser demitido pelo presidente.

Previdência: idade mínima será de 65 anos para homens e 62 para mulheres

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A proposta de reforma da Previdência do governo estabelecerá idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, depois de um período de transição de 12 anos, anunciou nesta quinta-feira (14) o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
O texto será encaminhado ao Congresso na próxima quarta-feira (20), quando será conhecido o inteiro teor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
“O presidente defendia 65 [anos para homens] e 60 anos [para mulheres] e uma transição mais longa. Nós conversamos com ele, e o presidente tem sensibilidade. Entendeu também as condições da economia. E fez a distinção do gênero. Ele acha importante que a mulher se aposente com menos tempo de contribuição e trabalho do que o homem e nós conseguimos encurtar um pouco essa questão da transição”, declarou Marinho.
Atualmente, é possível se aposentar de duas formas: sem idade mínima, a partir dos 35 anos de contribuição (homens) ou dos 30 (mulheres); ou a partir de 65 anos (homens) ou 60 anos (mulheres), com tempo mínimo de 15 anos de contribuição. Com informações do G1.

Câmara registra arquivamento de processo contra Lúcio Vieira Lima no Conselho de Ética

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
A mesa diretora do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados oficializou o arquivamento do processo contra o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) para perda de mandato, por quebra de decoro parlamentar, na quarta-feira (13). A informação foi divulgada na ficha de tramitação do processo disponível no site da Casa.
O arquivamento já era previsto, com o fim da legislatura passada. O último depoimento marcado – que ouviria testemunhas de defesa do ex-parlamentar – foi a três dias do recesso na Casa e acabou cancelado.
Lúcio tentou se reeleger no ano passado, mas não obteve sucesso. Ele respondia por quebra de decoro por conta da apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento usado como “bunker” e atribuído ao seu irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que acabou preso.
A representação contra o ex-deputado baiano no Conselho foi aberta por dois partidos: o PSOL e a Rede. Na representação, as legendas chegaram a citar versos do poeta Gregório de Mattos: “Que falta nessa cidade?…Verdade. Que mais por sua desonra?…Honra. Falta mais que se lhe ponha?…Vergonha”. No pedido, as legendas citam que foram encontradas, nas cédulas de dinheiro apreendidas, digitais do ex-assessor de Lúcio, Job Brandão.
A acusação é de que Lúcio Vieira Lima teria praticado crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Parte dos valores apreendidos no apartamento seriam oriundos de supostos pagamentos ilícitos feitos pela Construtora Odebrecht, em 2010 e 2013, para que o parlamentar favorecesse a tramitação de projetos legislativos em benefício da empresa. Ele também é acusado de se apropriar do salário de Job Brandão, de R$ 8 mil, no período em que ele trabalhou na função de assessor.
Segundo a defesa de Lúcio, as “acusações formuladas sequer poderiam ser processadas, considerando que ocorreram antes do exercício do atual mandato parlamentar, e outras são absolutamente infundadas”.
Tramitação do processo
O processo foi aberto no Conselho mais de dez dias depois da representação, no dia 27 de fevereiro do ano passado. O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) foi designado relator em março e leu o parecer em abril. No mesmo dia, foi feito um pedido de vista conjunto aos deputados José Carlos Araújo (PR) e Cacá Leão (PP).
A defesa de Lúcio foi protocolada em 24 de maio. Já no dia 13 de junho, o relator definiu que o dono da empreiteira baiana Cosbat, Luiz Fernando Machado Costa Filho, e do doleiro Lúcio Funaro seriam chamados para depor no conselho. No entanto, a oitiva não aconteceu.
Foram ouvidos apenas dois técnicos do Senado no dia 12 de dezembro, como testemunhas de defesa do ex-deputado. Eles relataram aos membros do conselho que não houve nenhum “fato anormal” na tramitação da Medida Provisória 613/13.
Uma semana depois, a três dias do recesso, a oitiva das demais testemunhas de defesa foi cancelada.

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