‘Antigamente havia muita pobreza, mas éramos ricos na honestidade’, diz Riachão

Foto: Tiago Cruz/bahiaba

Símbolo do samba de roda da Bahia, o malandro Riachão, 97 anos, participa de mais um ano da tradicional Mudança do Garcia, na manhã desta segunda-feira (5). Em entrevista ao bahia.ba, ele falou sobre a história da festa.
“Aqui foi onde nasci e eu lembro que antigamente a pobreza era de uma maneira que eu não tenho nem como explicar. A gente não tinha o que comer e nem onde morar, mas a alegria do pobre era imensa. Por isso veio a Mudança do Garcia. As pessoas não tinham dinheiro para pagar mais um mês de aluguel e todo mundo se mudava para não dar prejuízo ao dono do imóvel. Antigamente havia muita pobreza, mas éramos ricos na honestidade[..] Meu pai, que era carroceiro, vivia fazendo mudança”, contou o sambista.
Riachão também falou sobre a carreira. Ele afirmou que reduziu o número de shows devido a uma doença que atingiu suas pernas. “O malandro precisa de perna para sambar e as minhas não estão muito boas, mas a cabeça continua funcionando muito bem”, disse o sambista.
Autor de mais de 500 sambas, o compositor declarou que sua música predileta é “Somente ela”. A canção, segundo ele, foi feita para homenagear sua primeira esposa.
“Deus e minha ex-mulher são as razões de eu estar vivo. Por isso, essa música me acompanha”, afirmou.  Veja o samba:
            

Kannário se intitula ‘dono do Carnaval’ e chama foliões: ‘Erga-se, favela’

Foto: Reprodução/Twitter
O cantor e deputado Igor Kannário se intitulou “dono do Carnaval” ao chamar os foliões para participar da sua pipoca, às 15h, no Campo Grande, nesta segunda-feira (5). A convocação foi feita pelo Instagram.
“Erga-se, favela! Hoje é dia da maior pipoca do Carnaval da Bahia […] O dono do Carnaval está chegando para vocês”, escreveu o artista.

Escola pública no DF atua para prevenir depressão e automutilação

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Sarah de Aguiar tinha 13 anos quando começou a se cortar. A automutilação teria seguido se ela não tivesse sido surpreendida pela mãe, Weslayne de Aguiar. Depois de prometer à mãe que não se cortaria mais, Sarah pediu ajuda na escola. Foi assim o início do Projeto Asa, implantado em 2014 no Centro Educacional Gesner Teixeira, escola pública na Cidade Nova DVO, no Gama, a 42 Km do centro de Brasília. 
"Quando se está nesse mundo, a gente pensa que não tem ninguém ao redor que ame a gente”, disse. “Eu não comia mais, ficava dentro do quarto, sempre com o celular na mão, conversando com essas pessoas em grupos de Facebook e WhatsApp que tratavam do assunto. Achava que elas um dia podiam me ajudar", relatou.  
Foi assim até a mãe a surpreender. Sarah procurou, então, a orientadora educacional da escola, Raquel Guimarães. Mostrou à orientadora que o seu caso não era isolado: outros estudantes também se cortavam, inclusive dentro do colégio. "Depois que minha mãe descobriu, eu não fiz mais, porque eu prometi para ela que não ia mais fazer”, afirmou.
A estudante passou a colaborar com o projeto. “Entrei para o projeto e falei para a Raquel que queria ajudar. Trouxe várias meninas que eu conhecia e incentivei a parar."
Terapia de roda
O Projeto Asa reunia esses estudantes em uma terapia de roda. As reuniões foram se expandindo e começaram a envolver também as mães e responsáveis por elas. Além das rodas, as meninas tinham aulas de dança, artesanato e teatro.
A orientadora educacional envolveu a rede de saúde, preocupada porque as meninas, muitas vezes, compartilhavam as lâminas, aumentando o risco de contraírem doenças. Raquel também procurou a Polícia Civil. A apuração revelou que os grupos online dos quais as meninas participavam tinham maiores de idade que se passavam por menores e as incentivavam a se cortar e a compartilhar as fotos. 
A iniciativa deu tão certo que, em 2018, as práticas integrativas em saúde entraram no projeto político-pedagógico da escola. Hoje, em parceria com a Secretaria de Saúde, a escola oferece também meditação, reiki e automassagem. Em 2017, o Centro Educacional recebeu o Prêmio Escola de Atitude, promovido pela Controladoria-Geral do Distrito Federal.
Saúde e aprendizagem

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