Rombo da Previdência turbina déficit de fevereiro

Foto:André Dusek/Estadão
Com influência direta do rombo da Previdência, o setor público brasileiro fechou o mês de fevereiro com um déficit primário de R$ 14,9 bilhões, informou o Banco Central. Sozinha, a Previdência Social contribuiu com um resultado negativo de R$ 15 1 bilhões no mês passado. Sem recursos para fazer frente às suas despesas, o governo teve que se financiar, e a dívida bruta atingiu R$ 5,3 trilhões, o equivalente a 77,4% do Produto Interno Bruto (PIB). 

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Dentro do setor público estão governo central, Estados, municípios e empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobrás. O governo central – Tesouro, Banco Central e Previdência – apresentou déficit de R$ 20,6 bilhões em fevereiro, sendo que aproximadamente três quartos deste rombo veio da Previdência Social, cuja proposta de reforma está em tramitação no Congresso. 

No acumulado de janeiro e fevereiro, o setor público ainda sustenta um resultado positivo de R$ 32 bilhões, mas o governo trabalha com a continuidade dos déficits primários nos próximos meses. A meta do setor público consolidado para 2019 é de um saldo negativo de R$ 132 bilhões. Com as despesas superando as receitas no setor público, resta ao governo elevar sua dívida para cobrir o rombo. 

Ontem, os dados do BC mostraram que a dívida bruta brasileira atingiu R$ 5,3 trilhões em fevereiro, ou 77,4% do PIB. Para se ter uma ideia, no melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta estava em 51,5% do PIB. “A tendência de aumento da dívida pública vai continuar, porque ainda há déficits primários”, afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha. 

A dívida bruta é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de pagamentos do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil. O pior resultado ocorreu em setembro do ano passado, quando a dívida bruta atingiu 77,7% do PIB. Para o economista Fábio Klein, da Tendências Consultoria Integrada, as contas públicas estão melhorando, mas em ritmo lento. 

Klein afirmou que o déficit primário de R$ 14,9 bilhões em fevereiro veio melhor do que sua expectativa, que era de um saldo negativo de R$ 16 bilhões. Mas o rombo só foi menor, segundo Klein, porque Estados, municípios e empresas estatais apresentaram superávit de R$ 5,7 bilhões. Sua expectativa, para esse grupo, era de um superávit de R$ 500 milhões. Os dados do BC mostraram ainda que o setor público brasileiro pagou R$ 30,1 bilhões em juros da dívida pública em fevereiro. 

O valor foi 44% maior que os R$ 20,9 bilhões de janeiro. Neste caso, pesaram na conta os resultados do Banco Central com suas operações com swaps – um tipo de contrato ligado ao câmbio, cujos resultados, quando positivos, ajudam a reduzir a despesa com juros. Em janeiro, o BC teve lucro de R$ 11,6 bilhões com swaps, mas em fevereiro o ganho foi de apenas R$ 315 milhões. 

Com ganhos menores com swaps de um mês para outro, a despesa total com juros aumentou.

Estadão Conteúdo

Sobrinho-neto de Castelo Branco, deputado diz que ’31 de março foi necessario’

Foto: Carol Jacob/Alesp-
Deputado estadual Capitão Castelo Branco (PSL-SP)
Deputado estadual eleito pelo PSL para a Assembleia Legislativa de São Paulo, o Capitão Castelo Branco era uma das autoridades que foram anteontem à cerimônia sobre o 31 de Março no Comando Militar do Sudeste. Sobrinho-neto do primeiro presidente do regime militar, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o deputado defendeu a iniciativa de lembrar a data nos quartéis. Leia a entrevista.

Como o senhor vê a polêmica em torno do 31 de Março?

Eu entendo que o Brasil passava por uma época muito complexa da história. Vivíamos a Guerra Fria e o movimento comunista internacional ocupava espaços geográficos, com guerrilhas tomando o poder em vários países. Houve um clamor para que o Brasil não se tornasse um país comunista, pois aqui se organizava a tomada do poder. A Nação se salvou a si mesma, como meu tio-avô gostava de dizer.

Mas qual a sua interpretação dessa data?

Ela pode ter várias leituras. Aqui estamos dando uma leitura positiva, no sentido de agradecer àqueles que salvaram o Brasil. O 31 de Março foi necessário para restabelecer a ordem nacional. Lembrar um evento histórico deve servir para pautar um caminho de paz, sem revanchismo, sem antagonismo. O sentido que deve prevalecer é o da pacificação do País. Houve sacrifício de ambos os lados. Houve atentados, mortes e torturas de ambos os lados.

E como o senhor analisa o papel de seu tio-avô nessa história?

Ele ficou três anos na Presidência e queria eleições e fazer a transição pacífica, mas, em função de fatores externos e de radicalismos do outro lado, não foi possível fazer a abertura com segurança, daí a necessidade de o regime continuar contra sua vontade. Ele conversou com meu pai pouco antes de morrer. Disse que sentia correr risco de vida.

O sr. acha que a morte de seu tio-avô não foi acidente (aéreo)?

Não foi acidente. Havia interesses contrários à abertura.

Estadão Conteúdo

Ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi deixa a vida pública

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O ex-ministro da Agricultura, ex-governador de Mato Grosso e ex-senador, Blairo Maggi, deu adeus à política na quinta-feira (28) com o fim de seu mandato, segundo a coluna Expresso, da revista Época.
Segundo a publicação, ele voltará aos negócios após o período de quarentena. Em mensagem a amigos, Maggi lembrou dos 16 anos de vida pública como governador, senador e ministro da Agricultura e desejou sorte aos parlamentares eleitos de seu estado.

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