Lula completa 1 ano na prisão da Lava Jato

Foto: Felipe Rau/Estadão-
O ex-presidente Lula sendo conduzido à Policia Federal no dia em que foi preso, em 7 de abril de 2018
O ex-presidente Lula completa neste domingo, 7, um ano na prisão da Lava Jato. Mais magro, ou ‘enxuto’, segundo a definição dos investigadores, o petista ocupa, desde 7 de abril de 2018, uma sala especial na sede da Polícia Federal em Curitiba, base e origem da grande operação.

 O Comitê Lula Livre programa manifestações em protesto contra o encarceramento ‘político’ do ex-presidente. Movimentos populares e entidades de 16 países deverão realizar ‘ações articuladas’ na Jornada Internacional Lula Livre. Na capital paranaense a caravana de manifestantes será engrossada por milhares de apoiadores do petista. 

Estão marcados dois grandes atos nacionais ’em defesa da democracia e pela liberdade de Lula’, um em Curitiba, outro em São Paulo. Nesse um ano, Lula deixou a prisão uma única vez, para acompanhar o velório do neto Arthur, de 7 anos, em Santo André, na Grande São Paulo. Um no depois da prisão, a defesa aposta em um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lula tenta reverter sua condenação no processo do triplex. 

O ex-presidente também está condenado em outra ação, do sítio de Atibaia, a 12 anos e 11 meses de reclusão, sentença imposta pela juíza federal Gabriela Hardt. A saga do petista na maior investigação contra a corrupção já deflagrada no País começou bem antes daquela noite de 7 de abril de 2018 quando foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso triplex. 

Dois anos antes de ir para a cadeia da Lava Jato, Lula foi conduzido coercitivamente pela Operação Aletheia ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Em uma sala no Terminal, o petista prestou longo depoimento à Polícia Federal e negou que fosse dono do imóvel no Guarujá. Leia mais no Estadão.

Estadão Conteúdo

Dez centrais sindicais se unem em ato do 1º de Maio

Foto: Hélvio Romero/Estadão
Dez centrais sindicais brasileiras se uniram este ano para um ato unificado em comemoração ao Dia do Trabalho, em 1º de Maio. Entre elas estão CUT e Força Sindical, que estarão juntas nesta data pela primeira vez. O evento será realizado na Praça da República, no centro de São Paulo, e terá shows de vários artistas, mas sem sorteios de brindes.

 A escassez de recursos para bancar festas grandiosas desde o fim da contribuição sindical obrigatória, e a oposição ao projeto de reforma da Previdência são temas que têm unido as centrais em protestos desde o início do ano. Empregos e salários também serão abordados nos discursos do ato, previsto para ocorrer das 10h às 18h. “Estamos unidos contra a destruição do sistema de seguridade social”, diz João Cayres, secretário-geral da CUT-SP. 

Segundo ele, nos próximos dias será definido o formato do evento e artistas que participarão. No 1.º de Maio de 2018, a CUT e outras seis centrais realizaram conjuntamente um ato em Curitiba (PR) focado no pedido da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso três semanas antes. Neste ano, até a Força Sindical abriu mão de sua tradicional festa na Praça Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo. 

O evento sempre contava com diversos cantores mais populares na mídia e sorteio de automóveis, e já chegou a atrair 1 milhão de pessoas. “Desde o começo do ano o movimento sindical amadureceu mais a discussão da necessidade de unidade, de trabalhar em conjunto contra a reforma da Previdência, por empregos e melhores salários”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. 

A UGT fará reunião na segunda-feira para definir adesão ao grupo, mas o presidente da entidade, Ricardo Patah, antecipa que defenderá a participação. O único item do qual a central discorda é o da reforma previdenciária, pois tem uma proposta própria para o tema. 

Além das três maiores centrais do País, participarão do ato unificado a CGTB, CSB, CTB, CSP-Conlutas, NCST e Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, além dos movimentos Povo sem Medo e Frente Brasil Popular. As diretorias nacionais das entidades estão orientando suas regionais a também unificarem atos em todos os Estados.

Estadão Conteúdo

Cabral diz que comprou apoio de Crivella para Paes em 2008

Foto: Divulgação
Em depoimento concedido a pedido de sua própria defesa na 7ª Vara Federal Criminal, no Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral disse nesta sexta-feira (4) ao juiz Marcelo Bretas que negociou por US$ 1,5 milhão a compra do apoio de Marcelo Crivella à candidatura de Eduardo Paes na eleição municipal de 2008.
Naquele ano, Paes foi eleito prefeito após vencer Fernando Gabeira no segundo turno. Crivella ficou em terceiro. Segundo Cabral, Paes foi buscar o dinheiro na casa do empresário Eike Batista, acompanhado dele e de Crivella. O ex-governador disse que, na época, foi procurado por Crivella para discutir o apoio no 2º turno. O atual prefeito nega as acusações.

"Ele [Crivella] me liga e pede uma conversa no Palácio das Laranjeiras em 2008. Recebo à tarde/noite e ele me diz o seguinte: 'Olha, estou sendo pressionado a apoiar o deputado Gabeira. Não é do meu agrado, pelas minhas convicções religiosas, visão do mundo. Mas o Armínio Fraga [ex-presidente do Banco Central], que estava muito exposto na campanha do Gabeira aparecendo na televisão pedindo voto, me ofereceu um milhão de dólares. E, então, vou apoiar o Gabeira se vocês não fizerem nada'. Eu e ele, sem testemunha. Eu falei: 'Você me dá um tempo'".

O tempo, segundo o ex-governador, foi para pedir dinheiro a Eike. "Eu falei [para o Crivella]: um milhão e meio de dólares, você aceita? Ele falou: 'aceito'", contou.

Cabral relatou também o suposto diálogo com Eike: "Eu preciso de um milhão e meio de dólares para dar ao Crivella, e tem que ser amanhã, porque o segundo turno já estava correndo. Aí ele falou 'tudo bem, não tem nenhum problema, só que tem que ser muito cedo porque eu vou sair às 8 horas da manhã com esse grupão todo para o Açu'. Tudo bem, então 6 e meia da manhã na sua casa. Aí marquei com o Eduardo Paes na minha casa às 6, contei para ele a situação toda".

O que dizem os citados
Gabeira disse que duvida que Crivella tenha dito isso a Cabral e que ignora qualquer negociação envolvendo a sua candidatura em 2008. "Ignoro esse fato, inclusive nunca vi tanto dinheiro na minha vida. Quem garante que o fato ocorreu? Eu duvido que tenha acontecido, porque nunca tivemos um milhão de dólares para a nossa campanha", afirmou.

Gabeira disse ainda que Armínio Fraga nunca faria esse tipo de contato sem consultá-lo, e que nunca houve essa conversa entre eles.

Armínio Fraga afirmou que as informações de Cabral são mentirosas e não procedem.

Fernando Martins, advogado de Eike, informou que o empresário não é parte no processo e sempre desenvolveu suas atividades dentro da legalidade.

Em post no Facebook, Crivella chamou o relato de Cabral de "grande mentira".

"Amigos, fiquei sabendo há pouco que o ex-governador Cabral disse que há 10 anos teria comprado meu apoio ao Eduardo Paes. Mais uma grande mentira plantada para tentar desestruturar a minha gestão e minhas convicções como homem público. Jamais conseguirão manchar a minha honra", disse. Segundo Crivella, o apoio aconteceu porque Paes era o candidato mais alinhado aos evangélicos.

Procurada pelo G1, a defesa de Paes não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
Fonte: G1.globo.com

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