Pedro Simon: ‘Existe o risco de o MDB desaparecer’

Foto: Divulgação
Com a autoridade de quem é filiado ao MDB desde 1965, o ex-senador e ex-governador do Rio Grande do Sul Pedro Simon diz que o partido deve fazer uma “profunda reflexão” porque, se continuar como está, “corre risco de desaparecer”. Em entrevista ao Estado, ele diz considerar “um absurdo” a permanência do ex-senador Romero Jucá na presidência do partido. Aos 90 anos e sem mandato, Simon segue fazendo política partidária e abraçando causas, como a defesa da Operação Lava Jato. Ao analisar o governo Jair Bolsonaro, o emedebista elogia a aprovação da reforma da Previdência, mas faz duras críticas à indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para a embaixada nos EUA e às declarações sobre a Argentina. “Bolsonaro tem uma incontinência verbal que desconfio ser um problema psicológico”, diz Simon, com a contundência que marcou sua passagem pela vida pública.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

O sr., que é um quadro histórico do MDB, continua se sentindo representado pelo partido?

Acho que o MDB deveria fazer uma profunda reflexão. Se ficar como está, há o risco de desaparecimento do partido. Fui na Assembleia Legislativa de São Paulo e vi que o MDB só tem 3 deputados de quase 100. Lembro quando o MDB tinha metade do Parlamento. Na época da ditadura, ser do MDB era lutar contra ela. Era mais fácil ser do partido. Mas, com o tempo, isso foi se esvaziando.

O que acha da permanência do ex-senador Romero Jucá na presidência do MDB?

É um absurdo. Ele deveria estar afastado. O presidente do partido tem de ser uma figura unânime na seriedade, dignidade e correção. Sem um pingo de resquício. Romero não é a pessoa certa para ser presidente do MDB. É negativo.

Como se sentiu ao ver o ex-presidente Michel Temer preso?

Com todo respeito, os fatos existem e devem ser apurados. Ele vai ter todo direito de se defender, mas não dá para dizer que há um dossiê de coisas equivocadas. Aquela gravação onde ele marca uma reunião à meia-noite no Palácio foi uma infelicidade.

Michel Temer deve ir para a cadeia?

Ele vai ser denunciado e vai ter de se defender.

O sr. aprova o governo do presidente Jair Bolsonaro?

Na formação do ministério, chamou a atenção a escolha de dois nomes: Sérgio Moro e Paulo Guedes. Bolsonaro foi feliz nessas escolhas. Ele integrou toda a área econômica. Outro lado positivo é que não teve ‘toma lá, dá cá’ na escolha do ministério. Houve um exagero no número de generais, mas não há nenhum que tenha sido comprometido com a ditadura. A reforma da Previdência também foi altamente positiva. Na Grécia e na Europa quase teve guerra civil no processo da reforma.

A lei anticorrupção também é muito importante. Há um movimento na cúpula dos partidos para acabar com a lei anticorrupção. A Lava Jato é o fato de maior importância na história do Brasil. Tenho quase 70 anos de vida pública. No Brasil, o sujeito para ser preso tem de ser condenado em sentença definitiva. Ninguém é condenado em definitivo. Prescreve antes. A decisão de prender após a 2.ª instância mudou o Brasil. Mas querem derrubar isso.

Por quê?

Querem soltar o Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) não porque gostam dele, mas porque, se ficar na cadeia, não tem motivo para os outros não irem também. Os corruptos do MDB e do PSDB têm de ir para a cadeia também.

Lula deveria ser preso comum?

Claro que não. Ele foi cinco vezes candidato à Presidência e ganhou em duas. Merece uma prisão especial. Seria um absurdo trazer ele para a prisão comum aqui em São Paulo.

O que acha do presidente Jair Bolsonaro?

O presidente tem uma incontinência verbal que desconfio ser um problema psicológico. Não sabe se conter. Parece piada. Foi 27 anos deputado e nunca foi líder, presidente de comissão ou teve um projeto que se destacasse. Aí assumiu a Presidência e está criando uma crise com a Argentina. Nós vamos romper com a Argentina? Se as coisas ocorrerem dentro da normalidade, a oposição já ganhou a eleição lá.

Apesar das críticas, o sr. ainda acha que Bolsonaro foi melhor opção que o PT?

Eu diria que ele está continuando o que foi feito. Está levando adiante a Lava Jato. A reforma da Previdência foi um passo importante. Nunca se fez uma reforma da Previdência. Nunca tiveram coragem.

O que acha da indicação de Eduardo Bolsonaro para ser embaixador em Washington?

Um absurdo. Não tem lógica.

O sr. elogia a nomeação de Moro para o ministério, mas as mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil sugerem uma suposta colaboração entre o ex-juiz e a força-tarefa da Lava Jato. Os fins justificam os meios?

Não justificam, mas não dá para anular tudo e voltar para a estaca zero. São duas coisas. Quer discutir se houve exagero e equívoco, tudo bem. Mas faço a pergunta: não existiu a roubalheira da Petrobrás?

A credibilidade de Sérgio Moro não foi comprometida?

As irregularidades que podem ter acontecido não podem, como alguns querem, anular a Lava Jato. Não podem voltar atrás e mandar para a cadeia só após condenação em última instância.

Bolsonaro apoiou a decisão de Dias Toffoli (presidente do STF) sobre o Coaf que paralisou a investigação do (senador) Flávio Bolsonaro. O que achou desse episódio?

Acho negativo paralisar as investigações.

O que o sr. achou do projeto de abuso de autoridade?

As autoridades sempre fizeram o que quiseram. Isso vai assustar juízes e promotores. O objetivo é assustar quem faz denúncia.

Há espaço para a construção de uma candidatura de centro para a eleição presidencial de 2022? O que acha do apresentador Luciano Huck?

Só o fato de ele ser um nome é uma piada. É um cidadão respeitável, mas é uma piada. Se bem que o Fernando Collor ganhou.

Estadão Conteúdo

Motivadas por 2022, divergências entre Wagner e Rui crescem e estão por trás da tentativa de senador assumir, pela primeira vez, controle do PT na Bahia

Foto: Fernanda Chagas / Política Livre
Wagner, em lançamento de segundo volume de biografia de Emiliano José sobre Waldir Pires, quer ser candidato ao governo, enquanto Rui pensa no nome de Otto
Embora haja pelo meio a disputa pelas Prefeituras, a discussão sobre a sucessão estadual de 2022 já começou entre as principais forças do governo, ameaçando colocar em campos opostos quem antes era visto como unha e carne. A composição da chapa, que da próxima vez terá três vagas – ao governo, à vice e a uma posição no Senado – estaria por trás da discórdia que aliados já começam a identificar em passos e declarações que o governador Rui Costa e o senador Jaques Wagner, principais lideranças petistas do Estado, passaram a dar nas últimas semanas, bem como das especulações sobre o risco de estarem, pela primeira vez, se desentendendo.

Articuladores de ambos garantem que Wagner e Rui pensam de forma diferente com relação à estratégia a adotar para as próximas eleições estaduais, o que pode fazer ruir todo o castelo que construíram até agora, responsável pela hegemonia política do PT na Bahia por 13 anos, criando as condições para que a oposição, liderada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), assuma finalmente o controle do Palácio de Ondina. Segundo aliados do petismo, o senador não tem gostado de ver os movimentos de Rui no sentido de que pode deixar o governo antes do tempo para concorrer a um cargo majoritário – à Presidência da República ou ao Senado.

Reservadamente, Wagner, considerado o principal estrategista político do grupo e apontado como o principal responsável por o petismo ter chegado aonde chegou, inclusive pela eleição de Rui ao governo, pela primeira vez, em 2014, defende que o petista leve até o fim seu mandato no governo do Estado, mantendo as forças políticas que hoje dão sustentação à sua administração unidas e coesas. Por este princípio, o senador concorreria ele próprio ao governo em 2022, mantendo na chapa o PP e o PSD, depois do PT, principais partidos da base, que controlam as mesmas posições hoje.

Rui, no entanto, não estaria confortável com a ideia de ficar sem mandato pelos próximos quatro anos em benefício da harmonia e entendimento do grupo que lideram, o que tem levado alguns a acusá-lo de egoísmo. “Rui é o político mais egoísta que a Bahia produziu nos últimos anos. Aliás, não é o único, mas podemos dizer que é o mais importante, o que pode produzir sua própria derrota”, diz um conhecido aliado de Wagner no PT, temeroso de que, pela primeira vez, em 16 anos, a serem completados em 2022, o PT fique fora do poder na Bahia.

Segundo sua avaliação, que ele garante ser compartilhada no círculo político íntimo do senador, Rui ensaia a candidatura à Presidência, mesmo sabendo que não há como remover a postulação do paulista petista Fernando Haddad em 2022, para construir uma marola que torne triunfal sua renúncia ao mandato para concorrer ao Senado sob um arranjo político que dê um mandato-tampão ao vice-governador, João Leão (PP), e crie as condições para que o hoje senador Otto Alencar (PSD) se viabilize como candidato ao governo pelo grupo daqui a três anos.

Mas, além de a estratégia poder vir a desagregar todo o grupo, lançando ao primeiro plano disputas e interesses contrariados que estariam hoje muito bem administrados pelo formato atual do consórcio que controla as principais posições do governo estadual na Bahia, esconderia, de acordo com a mesma fonte, um plano maquiavélico do governador: levar à derrota o próprio Otto, que muitos acreditam não ter força eleitoral para poder ganhar as eleições, tudo indica, para o prefeito de Salvador, ainda mais sob uma base que tenderá à plena desagregação.

A solução para que não se corra riscos, na avaliação dele, seria o grupo marchar unido com a candidatura de Wagner, único capaz de impedir que tanto Otto quanto Leão ensaiem dissidências no grupo para concorrer ao governo. Em sua avaliação, o senador não estaria disposto a assistir de camarote e impassível à montagem do plano que o governador teria concebido para a própria sucessão. Estaria aí, em sua avaliação, a explicação para o movimento que o senador desenvolve no sentido de conquistar o controle da máquina petista no Estado, com o que nunca trabalhou nem quando foi governador do Estado.

O candidato de Wagner à presidência do partido é um assessor dele, Eden Valadares, que tem feito um esforço hercúleo de articulação para se viabilizar, junto a diversas correntes petistas, muitas incomunicáveis entre si, para tentar levar o comando da legenda, considerada fundamental no jogo que será estabelecido daqui a três anos para as articulações com vistas à 
Por: Politica Livre

‘Bolsonaro atira pelas costas nos seus soldados’

Foto: Dida Sampaio/Estadão
A caminho do Palácio dos Bandeirantes, onde se encontraria com o governador de São Paulo, João Doria, pouco antes da filiação do deputado Alexandre Frota ao PSDB, Gustavo Bebianno adianta seus planos para o futuro: quer participar da eleição de 2020, talvez como candidato a prefeito do Rio, filiado ao próprio PSDB ou ao DEM. “Recebi alguns convites e, na hora certa, vai ser decidido”, disse à reportagem na sexta-feira. Demitido da Secretaria-Geral da Presidência, Bebianno afirmou que sua saída do governo e a expulsão de Frota do PSL mostram um “viés autoritário” do presidente Jair Bolsonaro, cujo destino seria terminar o governo isolado. “Ele próprio atira nos seus soldados. E pelas costas.”

A caminho do Palácio dos Bandeirantes, onde se encontraria com o governador de São Paulo, João Doria, pouco antes da filiação do deputado Alexandre Frota ao PSDB, Gustavo Bebianno adianta seus planos para o futuro: quer participar da eleição de 2020, talvez como candidato a prefeito do Rio, filiado ao próprio PSDB ou ao DEM. “Recebi alguns convites e, na hora certa, vai ser decidido”, disse à reportagem na sexta-feira. Demitido da Secretaria-Geral da Presidência, Bebianno afirmou que sua saída do governo e a expulsão de Frota do PSL mostram um “viés autoritário” do presidente Jair Bolsonaro, cujo destino seria terminar o governo isolado. “Ele próprio atira nos seus soldados. E pelas costas.”

Como o sr. avalia a expulsão de Alexandre Frota pelo PSL?

O partido tem de ser composto por vozes que destoam entre si. Ele tem de ter um núcleo, um alinhamento, mas é muito saudável que haja divergências internas. Então, este tipo de atitude revela um viés muito autoritário que infelizmente vem sendo demonstrado pelo presidente desde a sua eleição. É muito preocupante o presidente determinar ao seu partido uma ordem sumária para que um de seus membros seja expulso. O presidente revela uma absoluta falta de lealdade com seus próprios soldados Algumas pessoas dizem que o Jair tem deixado seus soldados para trás. Acho que é muito pior. Acho que ele próprio atira nos seus soldados. E pelas costas.

O sr. acha que os expurgos param por aí ou continuam?

Não vão parar por aí. Isso começou comigo, no início do governo, e continuou. Tem casos emblemáticos como o do general Santos Cruz (ex-ministro da Secretaria de Governo), muito fiel ao presidente e, mais do que isso, um amigo dele de mais de 40 anos de convivência. Se ele fez isso com um amigo de 40 anos, se fez isso comigo… Não é só a demissão, mas a forma como se faz. Sempre de maneira desrespeitosa, jocosa, provocativa, tentando denegrir a imagem do outro. Pode escrever aí, o presidente vai se tornar um homem solitário com o passar do tempo porque os que ficam são os fracos e esses são os primeiros a pular fora na hora da turbulência.

Por que o presidente dá mais crédito por sua eleição ao filho Carlos do que ao partido?

Já ao longo da pré-campanha o presidente verbalizava para várias pessoas que não teria chegado até aqui se “não fosse por esse cara”. E batia no meu ombro. O Carlos nunca moveu uma palha, a não ser escrever baboseira nas redes sociais. Carlos sempre atrapalhou. Nessas manifestações recentes, eu não posso crer que o presidente esteja sofrendo de amnésia. Ele está embalando um capricho do filho.

A indicação do filho Eduardo para a embaixada em Washington seguiria a mesma lógica?

Se o Eduardo não tivesse o papai como presidente da República, ele teria a mínima chance de ser indicado para alguma embaixada no planeta Terra? Óbvio que não. É um rapaz que tem uma formação acadêmica muito frágil, é inexperiente, muito imaturo e mimado. É um capricho dele perante o pai, e o pai está atendendo.

Bolsonaro foi eleito com uma agenda de combate à corrupção, segurança pública e liberalismo econômico, além das questões morais. No governo, ele está sendo coerente com esta agenda?

No que se refere ao liberalismo econômico, ele de verdade, lá no fundo, não é um liberal. Nunca foi. Foi se convencendo aos poucos, ao longo da pré-campanha. Houve muitos desgastes entre ele e Paulo Guedes (atual ministro da Economia) durante a pré-campanha. No entanto, ele tem permitido que Guedes vá tocando essa agenda na área econômica. Até porque ele sabe que não pode prescindir da presença do Paulo Guedes. Se o Paulo Guedes sair, acaba o governo.

E as agendas da segurança e combate à corrupção?

Jair não está agindo corretamente com o ministro (Sérgio) Moro (Justiça). Ele revela uma falta de consideração muito grande com o sacrifício que as pessoas fazem pelo bem do Brasil. Precisamos lembrar que o ministro Moro abandonou sua carreira como magistrado para abraçar um projeto que hoje vem sendo frustrado pouco a pouco por medidas que partem do próprio Palácio. Essa paralisação das investigações por causa de uma decisão do ministro (Dias) Toffoli (presidente do STF) a pedido do Flávio Bolsonaro.

Qual será o papel de Bolsonaro nas eleições do ano que vem?

Acredito que vai mergulhar de cabeça porque será muito importante para solidificar bases nos municípios. Sem isso, ele corre o risco de não ser reeleito. O fenômeno de 2018 não vai se repetir.

O sr. definiu seu futuro político?

Acho que posso ajudar minha cidade que está um caos. O Rio precisa hoje de menos ideologia e de melhor gestão, mais eficiência. Como gestor, acho que posso ajudar de alguma maneira, não necessariamente como prefeito. Recebi alguns convites e, na hora certa, vai ser decidido.

O PSDB é uma opção?

O PSDB é uma opção, o DEM é outra opção, estamos conversando.

Estadão Conteúdo

Substância produzida pelo organismo tem potencial para tratar diabetes

Foto: Arquivo/Agência Brasil
O pesquisador brasileiro Luiz Osório Leiria, durante pesquisa de pós-doutorado na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, identificou uma substância produzida pelo organismo que ajuda a controlar os níveis de glicose e pode ser uma alternativa para o combate a diabetes. Atualmente ele é pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Em artigo publicado na revista Cell Metabolism, Leiria descreve pela primeira vez as funções de tal substância, o lipídio 12-HEPE, um tipo de gordura que é produzida e liberada pelo tecido adiposo marrom. O tecido adiposo marrom está principalmente relacionado à regulação térmica do organismo por meio da produção de calor. Já o tecido adiposo branco é aquele relacionado com a obesidade e tem a função é acumular gordura quando há excedente energético disponível.

Na pesquisa, Leiria descobriu que camundongos obesos tratados com o lipídio 12-HEPE apresentaram maior eficiência na redução dos níveis de glicose no sangue depois de receberem uma injeção com glicose concentrada, na comparação com os camundongos que não tinham recebido o tratamento com o lipídio.

“Mostramos que o 12-HEPE foi capaz de melhorar a tolerância à glicose em animais obesos, o que se deve à capacidade deste [lipídio] de promover a captação da glicose no tecido adiposo e no músculo. Aumentar a tolerância à glicose significa dizer a capacidade de transportar a glicose para os tecidos após uma ingestão alta de alimento (com glicose) reduzindo os níveis de glicose no sangue”, disse Luiz Osório Leiria.

O pesquisador demonstrou que o efeito benéfico do lipídio se deu pela capacidade do 12-HEPE promover a captação de glicose tanto no músculo quanto no próprio tecido adiposo marrom.
Diabetes

A importância da descoberta para um possível tratamento de pessoas com diabetes se dá porque os pacientes nessa condição têm seus níveis de glicose no sangue elevados e precisam de medicação para reduzir esses níveis. Leiria identificou, na pesquisa, que o lipídio 12-HEPE havia realizado a função de diminuir o nível de glicose no sangue entre os camundongos obesos.

“É cedo pra dizer, mas pode significar sim [um novo tipo de tratamento], pois no diabetes tipo 2 que ocorre intolerância à glicose, ou seja, ocorre um defeito da capacidade do organismo em captar a glicose após uma refeição e com isso a glicemia permanece elevada por muito tempo”, explicou.

Nos testes clínicos realizados com pacientes humanos, ao coletar amostras de sangue de pessoas magras e saudáveis, assim como de pacientes com sobrepeso e obesos, verificou-se que a quantidade de 12-HEPE do primeiro grupo foi maior do que no sangue dos pacientes com sobrepeso e obesos.

Ou seja, a pesquisa sugere a possibilidade de que a redução dos níveis desses lipídios na corrente sanguínea de pessoas obesas contribua, de alguma forma, para o aumento da glicose no sangue destes pacientes. A substância ainda não foi testada como tratamento em humanos, mas o pesquisador afirma que pretende fazer os testes no futuro.

Nos testes in vitro em células adiposas provenientes de humanos, os resultados mostraram que 12-HEPE aumentou a captação de glicose. “Em humanos, sabemos duas coisas: os níveis do lipídio são reduzidos em humanos obesos e, quando indivíduos tomam uma droga (Mirabegron) que ativa o tecido adiposo marrom, o lipídio é liberado no sangue”, contou Leiria.

Um remédio já comercializado no país chamado Mirabegron, indicado para o tratamento de uma disfunção urinária conhecida como bexiga hiperativa, tem também a capacidade de ativar o tecido adiposo marrom. A pesquisa de Leiria mostrou que pacientes tratados com esse medicamento têm níveis mais elevados de 12-HEPE no sangue.

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo
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Responsável por atropelamento de paratleta ipiauense estava em visível estado de embriaguez


Policias do 17º Batalhão de Polícia Militar (17ºBPM) prenderam o homem responsável pela morte do paratleta Jacson Silva Saltos, ocorrida na tarde deste sábado (17), durante a XXIII Corrida do Suruá, em Guanambi.
Segundo informou o Ten. Cel. Arthur Mascarenhas, Jailson Ramos Moreira, 46 anos, foi preso em flagrante, apresentando visível estado de embriaguez. Ele conduzia uma Chevrolet Astra, licenciado em Guanambi e reside na Fazenda Pau Ferro, zona rural do município.
Jailson já havia sido preso há três meses por agredir a esposa
O comandante informou ainda que o motorista causador do acidente havia sido preso há cerca de três meses por esfaquear a esposa, mas já estava em liberdade por determinação da justiça.
A Polícia Militar informou que uma viatura e três motocicletas acompanharam os atletas durante todo o percurso da prova. Uma equipe do Departamento de Trânsito também trabalhava no evento.
A festa que ocorreria após a corrida na comunidade do Suruá foi cancelada. Segundo a polícia, Joilson pode responder por homicídio doloso.
Agência Sertão

Maraú: Baleia de 12 metros e filhote são encontrados mortos em praias

Foto: Reprodução/TV Bahia
Uma baleia jubarte de 12 metros e um filhote da mesma espécie com quatro metros foram encontradas mortas, na sexta-feira (16), nas praias de Saquaíra e Cassange, em Maraú, no baixo sul da Bahia.

O projeto (a)mar, que se dedica ao cuidado e proteção de baleias na localidade, informou ao G1 que os corpos dos animais tinham sinais lesões provocadas por rede de pesca. A suspeita é de que as duas baleias tenham morrido afogados, por não conseguir pegar oxigênio na superfície.

Com os casos recentes o número de baleias mortas na Bahia neste ano chega a oito e no Brasil o número atinge a casa dos 20, conforme apurado pelo G1.

Mudança do Coaf para Banco Central será assinada nos próximos dias

O presidente Jair Bolsonaro deve oficializar, nos próximos dias, a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central. O Estadão/Broadcast apurou, no entanto, que a medida provisória ainda está em análise no Palácio do Planalto e não há certeza de que será assinada na segunda-feira, 19. Outro ponto que será anunciado pelo governo é o nome do futuro chefe do órgão. Em Brasília, especula-se que o atual diretor de Supervisão do Coaf, Ricardo Liáo, poderá assumir a presidência do conselho no lugar de Roberto Leonel.

Na última sexta-feira, 16, Bolsonaro afirmou que a proposta poderia ser assinada quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, estivesse em Brasília. Naquele dia, Guedes cumpriu agenda no Rio de Janeiro. Na próxima segunda-feira, o ministro estará na capital federal e terá uma reunião com Bolsonaro às 14 horas. Já a indicação de Liáo para o comando seria uma forma de garantir certa continuidade na administração do Coaf, que passará a se chamar Unidade de Inteligência Financeira. Isso porque ele já faz parte da estrutura do conselho, formada por cinco servidores. Além disso, Liáo é o único na cúpula atual do Coaf que é servidor de carreira do BC. Os outros quatro integrantes – incluindo o presidente Roberto Leonel – são da Receita Federal.

Oficialmente, a decisão de Bolsonaro de transferir o Coaf do Ministério da Economia para o Banco Central tem como objetivo reduzir a influência política no órgão, que é responsável pela identificação de ocorrências suspeitas e atividades ilícitas no sistema financeiro. A mudança, porém, surge na esteira de declarações do atual presidente, Roberto Leonel, que desagradaram o Planalto.

Em dezembro do ano passado, o Estado revelou que um relatório do Coaf apontava para uma movimentação financeira “atípica” do ex-assessor parlamentar do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz. Segundo o relatório, Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão em sua conta no período de um ano, entre janeiro de 2016 a 2017. Com base neste documento, o Ministério Público do Rio abriu investigação para apurar a suspeita de ocorrência de “rachadinha” – prática em que o servidor repassa parte ou a totalidade de seu salário ao político responsável por sua nomeação. Queiroz e Flávio negam qualquer irregularidade.

Em junho deste ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa de Flávio e suspendeu todos os processos judiciais que tramitam no País em que houve compartilhamento de dados da Receita Federal, do Coaf e do BC com o Ministério Público sem prévia autorização judicial. A defesa de Flávio alegou que o Ministério Público do Rio utilizou o Coaf como “atalho” para realizar uma “devassa, de mais de uma década, nas movimentações bancárias e financeiras” do senador. A decisão de Toffoli foi criticada por Leonel, que havia sido indicado para o Coaf pelo Ministro da Justiça, Sergio Moro. Segundo Leonel, o sistema de combate ao crime de lavagem de dinheiro no País ficaria comprometido. Após as declarações, o ministro Paulo Guedes passou a ser pressionado a demitir Leonel, já que o conselho faz parte da estrutura do ministério.

Na sexta-feira, Bolsonaro voltou a afirmar a jornalistas que o Coaf será transferido para o BC, para que servidores da autarquia ocupem os cargos do órgão. No dia 9, Bolsonaro afirmou que a intenção é tirar o Coaf do ?jogo político?. ?Pretendemos, estamos conversando, vincular o Coaf ao Banco Central. Tudo onde tem política, mesmo bem intencionado, sofre pressão?, disse o presidente no último dia 9.

Estadão

Estudos indicam o colapso de investimentos no Brasil

Foto: Dario Oliveira/Estadão
O debate sobre o fraco crescimento do Brasil tem focado cada vez mais o colapso do investimento. Análises ressaltam que o desempenho ruim dos gastos com construção civil, máquinas e inovação tem poucos precedentes históricos, reacendendo a discussão sobre os prós e contras de uma atuação direta do governo na economia. Cálculos do pesquisador Paulo Morceiro, do Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (Nereus), mostram que a taxa de investimento da construção civil como fatia do PIB (Produto Interno Bruto) teve, em 2018, seu pior desempenho em mais de 70 anos. Os 7,5% do ano passado só perdem para os 6,9% de 1948, segundo ano da série histórica compilada pelo economista com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Já a taxa de investimentos em máquinas e equipamentos fechou 2018 em 6,1% do PIB, nível mais alto do que em outras crises, mas bastante inferior aos 8% de 2010, quando a economia ainda crescia em ritmo acelerado. Não há dados que já permitam estender a mesma comparação para 2019, mas os resultados do primeiro trimestre indicam continuação do quadro de fraqueza. Levantamento da Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base) mostra que, em maio de 2019, o investimento —tecnicamente chamado formação bruta de capital fixo— ainda estava 24,8% abaixo do nível registrado no início da trajetória de queda, em abril de 2014.

Embora a mais recente recessão tenha terminado oficialmente no fim de 2016, a reação dos gastos com obras, modernização e ampliação de parques produtivos continua lenta do ponto de vista histórico. Os cálculos da Adbid, baseados em dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), comparam a situação atual com a verificada após outras recessões. A crise provocada pelo apagão de energia elétrica, em 2001, por exemplo, fez o investimento começar a recuar em maio daquele ano, levando 39 meses para retornar ao seu nível inicial. Desta vez, o ciclo de fraqueza da formação bruta de capital fixo é bem mais duradouro: estende-se por 62 meses.

Um estudo recente dos economistas Guilherme Magacho e Igor Rocha mostra que, assim como teve um papel preponderante durante a expansão econômica da década passada, a debilidade do investimento explica parcela considerável da crise recente. Os pesquisadores mensuraram a contribuição de três fatores para a variação da produção: o consumo, as oscilações nos preços das commodities (matérias-primas) e os investimentos em infraestrutura e habitação. Com base em dados das contas nacionais do IBGE, Magacho e Rocha analisaram os efeitos desses componentes do crescimento usando uma metodologia chamada matriz insumo-produto.

Concluíram que a queda nos preços de commodities no mercado internacional foi responsável por 34,5% do recuo da produção do país, entre 2013 e 2016. Já as contrações de investimentos públicos e privados em infraestrutura e habitação responderam por, respectivamente, 20% e 21,2% da redução. A dinâmica do consumo das famílias teve impacto positivo para a produção, principalmente porque o processo de substituição de bens nacionais por importados, que havia sido muito forte na década passada, perdeu fôlego.

Folha de S.Paulo

Senado diz que indicação de Eduardo Bolsonaro configura nepotismo

© DR
A consultoria legislativa do Senado elaborou um parecer afirmando que a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos, se formalizada pelo presidente Jair Bolsonaro, configura nepotismo. O parlamentar é o terceiro filho do presidente e está visitando gabinetes de senadores em busca de apoio para a indicação. A nomeação precisa ter aval da maioria do Senado para ser oficializada.

O parecer foi embasado no entendimento da Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, que trata sobre nepotismo. A corte já se manifestou de que, para cargos políticos, a súmula não se aplica. No entendimento dos consultores legislativos, porém, embaixadores não são agentes políticos. O parecer foi assinado pelos consultores Renato Monteiro de Rezende e Tarciso Dal Maso após pedido dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

"Quanto à situação concreta colocada, considerando que (a) embaixadores não são agentes políticos, (b) é comissionado o cargo de Chefe de Missão Diplomática Permanente, (c) as indicações para esse cargo (e as próprias nomeações) são feitas pelo Presidente da República, (d) o Deputado Eduardo Bolsonaro é filho (parente em primeiro grau) do Presidente da República, concluímos ser aplicável ao caso a Súmula Vinculante nº 13, restando configurada, na hipótese de a indicação vir a ser formalizada, a prática de nepotismo", diz o documento concluído no último dia 13.
POR ESTADAO CONTEUDO

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