Dez mil brasileiros participam da canonização da Irmã Dulce

O Vice-presidente, general Hamilton Mourão e a esposa, Paula Mourão, participam da cerimônia de canonização de Irmã Dulce na Santa Sé, no Vaticano - Twitter / vice-presidente Hamilton Mourão

Cerca de 50 mil pessoas acompanharam o rito de canonização da brasileira Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a irmã Dulce, e de outros quatro beatos, realizado na manhã de hoje (13), na Praça São Pedro, no Vaticano.

A Santa Sé estima que em torno de dez mil brasileiros participaram da celebração litúrgica. Entre eles, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffolli.

Além da primeira santa nascida no Brasil, o Papa Francisco também canonizou a italiana Giuseppina Vannini; a suíça Margarida Bays; o inglês John Henry Newman e a indiana Maria Teresa Chiramel Mankidiyan.

Ao se dirigir à multidão que lotava a Praça São Pedro, o Papa citou trecho do Evangelho de Lucas para destacar a importância da fé e da solidariedade. “Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao celular, à opinião dos outros”, comentou Francisco. “Mas a fé caminhar juntos, jamais sozinhos. Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Quer crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante”, acrescentou o Papa.

Milagres de Irmã Dulce

Nascida em 26 de maio de 1914, em Salvador, a soteropolitana passa agora a ser conhecida como Santa Dulce dos Pobres, grupo ao qual se dedicou desde o início da adolescência, quando passou a acolher moradores de rua e doentes em sua casa, transformando a residência da família, no bairro de Nazaré, em um centro de atendimento. No processo de sua canonização, dois milagres lhe foram atribuídos.

O maestro soteropolitano José Maurício Moreira é o beneficiário de um deles. Após 14 anos sem enxergar, Moreira recuperou a visão ao pedir ajuda a agora santa Irmã Dulce. Hoje, ele estava na Praça São Pedro, diante do Papa Francisco. Segundo sua esposa, Marize Araújo Jorge de Mendonça, o marido e todo o grupo de fiéis que viajou de Salvador estavam emocionados com o reconhecimento do trabalho assistencial e religioso de Irmã Dulce.

“Ela continua operando milagres todos os dias. Seus milagres continuam acontecendo por meio do acolhimento oferecido a milhares de pessoas necessitadas, desesperadas, seja no Hospital Irmã Dulce, seja em obras como o Centro Educacional Santo Antônio, em Simões Filho”, comentou Marize, referindo-se ao hospital de Salvador onde, segundo ela, são feitos quase três mil atendimentos médicos diários; e à escola da região metropolitana de Salvador onde mais de 700 crianças estudam em período integral.

Ainda emocionada, Marize contou que pediu aos santos para ajudá-la a conter a emoção diante do Papa, que cumprimentou a Moreira e aos outros beneficiários de milagres atribuídos aos cinco beatos santificados hoje. “Foi algo maravilhoso. Faltam-me palavras para descrever todo o encanto e a beleza desta cerimônia”, comentou Marize, chorando ao falar sobre a “felicidade” do Papa na escolha do tema de sua pregação. “Ele foi ultra feliz ao falar sobre a importância da fé, da esperança, em um tempo de tanta desesperança. As pessoas precisam ter fé, tentar não se desesperar diante das atribuições”, comentou, afirmando jamais ter duvidado de que Irmã Dulce seria santificada

Papa Francisco: Pelé ou Maradona?

O vice-presidente Hamilton Mourão usou sua conta no Twitter para manifestar a alegria de participar da canonização de Irmã Dulce.
O Papa Francisco cumprimenta o vice-presidente general Hamilton Mourão e sua esposa, Paula Mourão no Vaticano - Twitter / vice-presidente Hamilton Mourão

“Participei da cerimônia de canonização do Anjo Bom da Bahia [como também era conhecida a santa] pelo Papa Francisco. Irmã Dulce, que com grande amor e fé intercedeu pela saúde e vida de milhares de brasileiros, torna-se santa de todo nosso Brasil e do mundo”, comentou Mourão, revelando que, ao cumprimentar o Papa Francisco, foi surpreendido por uma pergunta inusitada.

“Cumprimentando o Santo Padre, dele recebi uma pergunta difícil: quem é o melhor, Pelé ou Maradona? Saí-me diplomaticamente: os dois!”, escreveu o vice-presidente na rede social.

Davi Alcomumbre
Presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) concede entrevista à imprensa - José Cruz/Agência Brasil
Judeu, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, destacou a atuação do Papa “para aumentar o diálogo da fé entre as nações e entre as religiões, estimulando o fortalecimento de valores comuns para a justiça e a paz no mundo. Para Alcolumbre, “a Igreja Católica brasileira vive um grande momento com a canonização da Irmã Dulce”.
Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Brasília

As 10 piores catástrofes do século


Assinala-se este domingo o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes Naturais, uma data deliberada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989 e que pretende chamar a atenção para a urgência de todos os Estados adotarem políticas que visem a prevenção e redução de danos causados por catástrofes naturais.

A este propósito, recordarmos as 10 piores catástrofes do século.
As projeções dos especialistas apontam para um aumento da frequência da intensidade e da frequência da ocorrência destes fenómenos extremos em todo o mundo. 

Terramoto no Haiti

Aconteceu em 2010 e causou mais 300 mil mortos. O terramoto principal atingiu magnitude de 7 e teve várias réplicas com magnitude de 5-6. Além das milhares de vítimas mortais, registaram-se outras centenas de milhares de feridos e desalojados.

Tsunami do sudeste asiático

Em 2014, um dia depois do Natal, vários tsunamis deixaram um rasto de destruição ao largo da costa do oceano índico. Morreram 230 mil pessoas.

Terramoto do Chile

Em 2010, um sismo de magnitude 8.8 no Chile causou mais de 500 mortos, sendo que a maioria da de Maule, a região mais afectada.

Tsunami do Japão

O Japão, que enfrenta agora um tufão que à data já causou pelo menos 25 mortos, foi abalado por um sismo de magnitude 9 e um tsumani que fizeram mais de 18 mil vítimas mortais.

Terramoto na China

Em 2008, um terramoto em Sichuan tirou a vida a cerca de 70 mil pessoas. Os danos materiais foram multimilionários.

Ondas de calor na Rússia

Os dados sobre o aumento da temperatura e as suas consequências na população são mais difíceis de quantificar, mas algumas fontes indicam que a onda de calor na Rússia em 2010 provocou a morte a milhares de pessoas.

Ondas de calor na Europa

Entre 2003 e 2019, vários países europeus, entre os quais França e Alemanha, registaram ondas de calor com temperaturas que marcaram níveis nunca registados nos últimos 150 anos. Algumas fontes indicam que as temperaturas elevadas causaram a morte a 30 mil pessoas na Europa.

Terremoto de Guyarat (Índia)

Ocorrido a 26 de janeiro de 2001, com epicentro a 9km de Chobari (Guyarat, Índia), o terramoto atingiu uma magnitude de 7.7. Provocou cerca de 20 mil mortos. 

Ciclón Nargis

Em 2008, um ciclone que se converteu numa onda gigante arrasou a costa da da Birmânia. Mais de 150 mil pessoas desapareceram e mais de 50 mil desapareceram. 

Furacão Katrina

Corria o ano de 2005 quando Nova Orleães, nos Estados Unidos, foi palco de um terrível furacão que tirou a vida a mais de 2 mil pessoas, além dos avultados danos materiais. 

A mensagem de Guterres

A propósito da data que este domingo se assinala, o secretário-geral da ONU, António Guterres deixou uma mensagem onde destacou as vantagens de se investir na prevenção aos desastres ambientais.

“Para cada dólar investido, seis dólares podem ser economizados. Isso significa que investir na resiliência ao clima cria empregos e poupa dinheiro”, apontou, mostrando-se confiante nas ações já desenvolvidas para combater as alterações climáticas.
 

Zagueiro Marquinhos reconhece atuação ruim da seleção em Cingapura

@DR
Ozagueiro Marquinhos reconheceu a atuação ruim da seleção brasileira no empate por 1 a 1 com a Nigéria, neste domingo, no em amistoso internacional realizado em Cingapura. Com o resultado, time comandado por Tite já acumula quatro partidas sem vitória após a conquista da Copa América, em julho.

A equipe nacional repetiu o placar da última quinta-feira, quando também na cidade-estado asiática não conseguiu superar a seleção de Senegal. Antes, em setembro, já havia empatado com a Colômbia (2 a 2) e sido derrota pelo Peru (1 a 0), com ambas as partidas sediadas nos Estados Unidos.

"O problema da ausência ofensiva parte do coletivo. Nesses dois amistosos (Senegal e Nigéria), enfrentamos seleções com um porte físico forte, que deixam poucos espaços e jogam com intensidade. Deveríamos circular mais o jogo, fazer a triangulação. Caímos no jogo deles", lamentou Mo zagueiro do PSG, em entrevista à TV Globo.

"Fizemos dois jogos de testes para ver as formações. É um período para se testar, mas precisamos o mais rápido possível encontrar o nosso padrão. Os times tinham dificuldade de entrar na nossa defesa. Estamos tendo um pouco de vulnerabilidade", admitiu.

Para o volante Casemiro, autor do único gol brasileiro no amistoso deste domingo, a Seleção teve dois tempos distintos. O jogador do Real Madrid reconheceu que o primeiro tempo foi ruim, mas avaliou que o time melhorou na etapa final.

"Falando de resultado, claro que nunca é favorável, principalmente pela qualidade técnica do nosso time. Ainda mais se tratando de Brasil, queremos buscar a vitória. O resultado não é bom, mas dentro do que apresentamos hoje, na minha opinião, a atuação foi boa. O resultado não é bom, mas a segunda parte foi boa sim", apontou.
Por: Estadão

Cadastro unificado facilitará acesso dos cidadãos a serviços federais

@DR
Uma ferramenta para unificar os cadastros do cidadão em diversos órgãos promete reduzir a burocracia e facilitar o acesso a serviços públicos federais. Publicado na última quinta-feira (10) no Diário Oficial da União, o Decreto 10.646/2019 cria o Cadastro Base do Cidadão (CBC), com níveis de compartilhamento de dados entre os órgãos.

Segundo o Ministério da Economia, o novo cadastro evita o deslocamento dos cidadãos em diversos órgãos públicos para juntar documentos, como certidões, comprovantes de situação fiscal e outros registros. Outros benefícios apontados pela pasta são a redução da perda de tempo, de impressão de papel e de uso de recursos humanos do governo federal.

A primeira versão do CBC será formulada com os dados já disponíveis no Cadastro de Pessoa Física (CPF), como o número do CPF, nome completo, nome social, data de nascimento, sexo, filiação, nacionalidade, naturalidade, além de outros atributos biográficos e cadastrais. Gradualmente, dados específicos de outros órgãos públicos serão acrescentados.

Compartilhamento

Protegidos pelo sigilo constitucional, os dados fiscais ficarão fora do cadastro, gerenciados apenas pela Receita Federal. Para garantir a segurança dos dados e mediar eventuais conflitos, o decreto também criou o Comitê Central de Governança de Dados, com representantes de diversas áreas do governo.

De acordo com o Ministério da Economia, o decreto tornou mais claras as regras para a troca de informações entre os diversos órgãos federais. O intercâmbio de informações entre os órgãos deve estar alinhado à Lei de Acesso à Informação e à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. A falta de padronização, informou a pasta, resulta em negociações complexas e exaustivas para o intercâmbio de dados.

Os órgãos federais terão 90 dias para classificarem os dados em restrito ou específico. Dados amplos não precisam ser categorizados. A classificação precisa obedecer a níveis compatíveis com a sensibilidade da informação.

Além de facilitar o acesso aos serviços públicos, o cadastro unificado, segundo o Ministério da Economia, ajudará a subsidiar e monitorar políticas públicas, possibilitando a análise de condições para acesso a benefícios sociais e fiscais e sua respectiva manutenção. A nova ferramenta também melhorará a qualidade dos dados sob gestão do governo, aumentando a eficiência das operações internas dos órgãos federais.Com informações Agência Brasil

Bolsonaro comemora 'pontos positivos' do governo

© Marcos Corrêa/PR
Na manhã deste domingo, 13, o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para ressaltar pontos que considera positivos de seu governo na segunda semana de outubro. Dentre os temas enaltecidos por Bolsonaro estão a queda da criminalidade, recuo na taxa de inflação e retomada do mercado de trabalho.

O mandatário citou que houve redução no número de crimes no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2018, com menos 5.423 assassinatos. Além disso, escreveu que os roubos a bancos e de veículos caíram 40% e 27%, respectivamente, citando o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) do Ministério da Justiça. "É nosso dever ir mais longe!", disse.

De acordo com o presidente, a apreensão recorde este ano pela Polícia Federal já superou 60 toneladas. "Sufocamento do crime organizado, retirando o sustento dos partidos e grupos terroristas que compõem o Foro de SP."

Bolsonaro também disse que o governo espera arrecadar até R$ 100 milhões este ano por meio da Medida Provisória que facilita a venda de bens móveis e imóveis do tráfico. Conforme ele, serão leiloados e revertidos em recursos para aparelhar as polícias federal e dos Estados, além de ajudar em programas de tratamento de usuários de drogas.

Enalteceu o Programa Criança Feliz, do Ministério da Cidadania, que, conforme ele, está se avançando em todas as regiões do País. De acordo com ele, houve avanço de 57,4% nos primeiros sete meses de 2019. "Educação e saúde aos mais necessitados. Hoje, o maior programa do mundo de visitação domiciliar para atenção à infância", escreveu.

Inflação e Desemprego

Quanto ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou queda de 0,04% em setembro, após alta de 0,11% em agosto, Bolsonaro comemorou: "É o menor resultado desde 1998 -0,22%".

Além da deflação registrada no mês passado, citou que de julho para agosto, a produção industrial cresceu em 11 dos 15 locais pesquisados, citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda no campo da atividade, destacou que a maioria das capitais brasileiras vive retomada do emprego formal. "14 tiveram saldo positivo com carteira assinada nos oito primeiros meses do ano. São Paulo lidera o ranking, com 58.889 novos postos de trabalho. A herança monstruosa deixada pelo PT tem que ser revertida!", escreveu.
Por: Estadão
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Veja o que o Senado aprovou de mais importante nesta semana Fonte: Agência Senado

                         

Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020. Fim do prazo para inscrição no Cadastro Ambiental Rural. Garantia solidária para microempresas. Punição para quem descumprir regras da tornozeleira eletrônica. Mediação para evitar alienação parental. Esses foram alguns dos temas mais importantes aprovados pelos senadores nesta semana.

Fonte: Agência Senado
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Modelo é solta 2 anos após prisão por roubo em SP que ela nega: 'Fui reconhecida como a criminosa negra do cabelo cacheado'

Condenada por assalto a mão armada de carro e joias, Babiy Querino foi solta pela Justiça para cumprir restante da pena pelo crime. Polícia informou que investigou caso e o relatou.
'Eu não estava no ato', escreve a modelo Bárbara Querino, que diz ter sido condenada injustamente por um crime que não cometeu — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
A modelo e dançarina Bárbara Querino de Oliveira, condenada a 5 anos e 4 meses de prisão por assalto a mão armada, ficou quase dois anos presa em São Paulo por um roubo que sempre negou ter cometido.

Babiy Querino, como a jovem de 21 anos é conhecida profissionalmente, alega que sofreu 'racismo' quando foi presa pela polícia como assaltante e depois acabou condenada na Justiça pelo crime.

Ela conta que, na verdade, foi confundida com uma criminosa somente porque a suposta mulher da quadrilha seria negra como ela e teria cabelos cacheados como os que ainda usa. A modelo apresenta ainda o álibi de que estava participando de um vídeo clipe no litoral no mesmo dia em que o assalto foi cometido na capital.

“Fiquei 1 ano e oito meses presa injustamente porque fui reconhecida como a criminosa negra do cabelo cacheado”, conta Babiy ao G1. "Eu não participei do assalto. Fotos e vídeos postados nas redes sociais mostram que eu estava trabalhando em Guarujá na data do crime. Participava de uma sessão de fotos e vídeos com outras garotas."
Nesta foto, Bárbara Querino aparece ao lado de modelos. Segundo sua defesa, a imagem é de 10 de setembro de 2017 e foi tirada no Guarujá na mesma data do crime atribuído a ela na capital — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Mas mesmo assim Babiy foi condenada. Ficou presa de 16 de janeiro de 2018 a 10 de setembro de 2019 no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) no Butantã, Zona Oeste da capital. Foi 1 ano e 8 meses atrás das grades. Só saiu de lá no mês passado porque completou dois sextos da pena. Atualmente cumprirá o restante da condenação em regime aberto, como determina a lei.

A luta da modelo agora é tentar provar na Justiça de que foi mesmo vítima de um erro das autoridades. A defesa dela pretende entrar com pedidos contra a condenação, alegando que Babiy é inocente. O caso repercutiu no ano passado, quando mobilizou redes sociais, com manifestações de apoio a jovem e pedidos por sua liberdade.

O que dizem

Quando foi procurada em 2018 para comentar a prisão da modelo, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou ao G1 que "investigou o caso e as provas testemunhais e periciais foram anexadas ao inquérito, que foi relatado".

Ainda no ano passado, a comunicação do Tribunal de Justiça (TJ) informou à reportagem que "não se manifesta sobre questões jurisdicionais".

Em agosto deste ano, a ONG Innocence Project Brasil criticou o método de reconhecimento de suspeitos de crimes no país. O índice global do reconhecimento como uma das causas que levaram ao erro judicial, nos casos em que o condenado era inocente, é de quase 70%, de acordo com a organização.

"E em 86% dos casos de roubo a mão armada houve um reconhecimento equivocado na origem daquele processo", diz a diretora da ONG, Dora Cavalcanti.

Além de procedimentos de reconhecimento feitos de maneira incorreta pelas polícias, há ainda o peso que é dado para esse tipo de prova pela Justiça brasileira. Há cerca de dois meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou uma condenação judicial que se baseava exclusivamente em reconhecimento fotográfico.

Reconhecimento
Fotos de Bárbara Querino e de outros detidos foram tiradas por policiais e passaram a circular em redes sociais pedindo que os reconhecessem e fossem à delegacia prestar queixa contra eles — Foto: Reprodução/Redes sociais

No caso de Babiy, o reconhecimento dela foi feito pelas vítimas do roubo: um casal de publicitários. O crime ocorreu em 10 de setembro de 2017, quando o homem e a mulher estavam com a filha criança em um carro parado no semáforo da Rua Beltis, no Jardim Marajoara, Zona Sul da capital.

Segundo eles, os criminosos armados abordaram o veículo e roubaram, além do Honda Civic, celulares, cartões bancários, joias e objetos de grife do casal, como carteiras e bolsas da Gucci e Prada. As três vítimas não se feriram. Também não recuperaram os bens.

Dois meses depois do assalto, as vítimas, que inicialmente disseram à polícia não ter visto o rosto dos criminosos e tinham dito que todos eram homens, olharam fotos de Babiy, do irmão dela e do primo deles, e de mais dois suspeitos na delegacia.

O casal reconheceu as fotografias das cinco pessoas tiradas por policiais e que circulavam em grupos de WhatsApp e Facebook que as apontavam como membros da quadrilha "Piratas do Asfalto".

Questionada à época pelo G1 sobre a divulgação das fotos nas redes sociais, a Secretaria da Segurança Pública informou "não haver nos registros qualquer informação sobre vazamentos de eventuais fotografias".

O irmão de Babiy assumiu o roubo com os outros dois rapazes, mas negou o envolvimento e a participação da modelo e do primo no crime. Mesmo assim, os cinco foram condenados pela Justiça, inclusive Babiy. Cada um deles recebeu a mesma pena de 5 anos e 4 meses de prisão por assalto a mão armada.

'Racismo'
Unidade prisional feminina no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Reprodução/Google Maps
 “ Mas não cometi esse crime. Não é porque um faz que o outro tem que fazer”, disse Babiy sobre o irmão e os comparsas dele. “Foi um racismo muito forte contra mim. Meu cabelo é cacheado, e o fato de ser negra e morar na periferia pesou para me culparem também por algo que não fiz.”

O irmão e o primo de Babiy e mais outros dois rapazes ainda foram condenados a mais 10 anos de prisão porque acabaram acusados de outro roubo com arma, dessa vez a três veículos, em 4 de novembro de 2017.

Na prisão, a modelo se lembra do período em que conviveu com outras presas. E mesmo em regime aberto, ela ainda se sente atrás de grades.

“Fazia unhas e sobrancelhas das meninas presas. Dei aula de danças lá dentro”, lembra a jovem, que terá de cumprir medidas restritivas para manter o benefícios. "Estou em liberdade, mas é como se eu estivesse presa. Não posso sair de São Paulo e tenho que ficar recolhida após as 22h.”

Além disso, a cada dois meses será obrigada a comunicar quais foram suas atividades profissionais à Justiça. “O lado bom disso tudo são os convites que tenho recebido para dançar após ter sido solta”, disse, sobre as participações que fez nos shows da cantora Ana Cañas e da rapper Drik Barbosa.

Defesa da modelo

O advogado de Babiy, Flávio Campos, já pediu para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rever a decisão do juiz que condenou a modelo pelo roubo. Até a publicação desta reportagem ainda não havia uma decisão.

“Estou pedindo a anulação da sentença de condenação porque minha cliente é inocente”, diz Flávio, que também é negro e aceitou defender Babiy gratuitamente. "Ela fotograva no litoral no dia do crime."
O advogado Flávio Campos decidiu defender Babiy gratuitamente — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Além dele, outras pessoas ligadas a movimentos afro e artistas negros têm dado apoio à modelo. O ator Lázaro Ramos, por exemplo, enviou o livro dele, "Na Minha Pele", para Babiy quando ela ainda estava presa. “Li do início ao fim me identificando com o preconceito que existe contra o negro”, conta.

“O lado ruim de estar presa é que você quer sair e voar, mas não pode. Você fica revoltada. Isso mudou a minha visão da sociedade em si. Estou sendo muito mais cautelosa e observadora”, lembra Babiy, que agradece ao incentivo que tem tido a ponto e se declara também uma ativista pelos direitos dos negros. "Uma galera me ajuda. Uma galera se mobilizou por minha causa. Tinha a galera que me conhecia antes de ser presa. Agora conheci gente nova e estou participando de reuniões, projetos.”
Babiy posa com livro 'Na Minha Pele', que ganhou do autor, o ator Lázaro Ramos. Ao lado uma dedicatória escrita por ele — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Por:G1
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Rui Costa acompanha, no Vaticano, cerimônia de canonização de Irmã Dulce BAHIA

O governador Rui Costa e a primeira-dama do Estado, Aline Peixoto
O governador Rui Costa (PT) chegou à cidade do Vaticano, na Itália, por volta das 9h da manhã (4h da manhã no Brasil) acompanhado da primeira-dama do Estado, Aline Peixoto, para assistir à cerimônia de canonização de Irmã Dulce. “Já aqui no Vaticano, numa grande expectativa, uma grande emoção, neste dia histórico para a Bahia e para todos que têm fé em Deus, e todos que gostam de ajudar o próximo de ver esse exemplo de vida que agora é santificada, a nossa Irmã Dulce, Santa Dulce dos Pobres”, afirmou o governador.

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