Crise expõe Bolsonaro dependente de militares e emparedado por Mandetta
@DR |
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Um dia depois de ameaçar usar a caneta contra ministros que falavam demais e tinham virado "estrelas" do governo, o presidente Jair Bolsonaro mostrou que a ameaça velada não passava, ao menos naquele momento, de um blefe.
Não haviam se passado nem 24 horas dessa declaração na porta do Palácio da Alvorada, e o presidente ficou mudo ao ser indagado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) sobre o motivo pelo qual não o demitia.
A cena ocorreu em reunião ministerial convocada de última hora na segunda-feira (6) e foi presenciada por outros ministros, além do vice-presidente, o general Hamilton Mourão.
De acordo com quatro auxiliares do presidente ouvidos pela reportagem em condição de anonimato, Bolsonaro arregalou os olhos, ficou em silêncio e demonstrou surpresa diante do questionamento direto de Mandetta.
Ministros militares tentaram contornar a situação.O ministro seguiu. Disse que Bolsonaro cobrava confiança da equipe, mas que isso era uma via de mão dupla.
Também questionou o motivo de sua nomeação, se ele não o ouvia para questões de saúde. Ali, transparecia sua irritação por ter sido excluído de reunião do presidente com médicos no Palácio do Planalto para tratar da hidroxicloroquina, medicamento no centro das discussões sobre possíveis tratamentos do novo coronavírus.
O questionamento de Mandetta motivou o diálogo entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) na quinta-feira (9)."O que aconteceu na reunião eu não teria segurado, eu teria cortado a cabeça dele", disse Onyx a Osmar Terra em conversa divulgada pela CNN Brasil.
Terra foi um dos presentes na reunião convocada por Bolsonaro no Planalto para falar do uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Mandetta não foi chamado e soube do encontro pela imprensa.
A reunião ministerial em que Mandetta emparedou Bolsonaro durou duas horas.No Ministério da Saúde, a demissão era considerada certa, e as gavetas do ministro chegaram a ser esvaziadas.
O episódio ilustra como o presidente tem conduzido a crise do coronavírus. Se, para dentro do governo, a caneta não é tão mais forte assim -com militares assumindo a dianteira da crise e Mandetta mantendo, por ora, sua independência-, para fora Bolsonaro joga para a plateia.Desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia mundial, no dia 11 de março, ele tem adotado discursos e atitudes contraditórias.Em cinco pronunciamentos à nação feitos em rede nacional de rádio e TV, tons diferentes prevaleceram.
No dia 12 de março, o discurso foi usado para atacar o Congresso e desencorajar que a população fosse às ruas numa manifestação a favor do governo. Três dias depois, Bolsonaro estava na frente do Planalto apoiando o ato. A cena incomodou técnicos da Saúde e o próprio Mandetta. Nascia ali a primeira crise.A "gripezinha" ou "resfriadinho", como Bolsonaro definiu a doença em outro pronunciamento, já matou mais de mil pessoas no Brasil e teve 20 mil casos confirmados até a última sexta-feira (10).
No Planalto, foram contaminados o secretário especial de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, além de outras 18 pessoas.Todos tinham contato direto com o presidente, que alega ter feito dois testes. Ele negou ter sido infectado, mas não mostrou o resultado dos exames até agora.
A maneira como Bolsonaro trata a crise –e a doença– é uma estratégia que nasceu na ala mais ideológica do governo e foi forjada pelos seus filhos: Carlos (vereador do Republicanos no Rio de Janeiro), Eduardo (deputado federal pelo PSL-SP) e Flávio (senador pelo Republicanos-RJ).O núcleo apostou na tática de encontrar inimigos para justificar a crise. Primeiro, a culpa foi do Congresso. Depois, do chamado "vírus chinês", em referência ao primeiro epicentro da epidemia. Na sequência, governadores e, por último, seus próprios ministros.
Nem mesmo Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) escaparam da artilharia nos bastidores.
Bolsonaro cobrou de Moro uma defesa enfática, mas foi ignorado. Sobre Guedes recaiu a conta da crise e da demora do governo para reagir economicamente. O ministro não respondeu à bronca.O presidente seguia insistindo na retórica de que era preciso pensar nos empregos, quando o próprio Guedes o havia deixado sozinho ao falar a investidores que, como cidadão, queria ficar em casa.
O núcleo econômico havia errado na avaliação inicial dos impactos da pandemia.Guedes afirmou que o custo seria de R$ 5 bilhões e convenceu o presidente de que a conta teria que ser paga pelo Congresso, com a liberação de emendas. A cifra não foi suficiente, e os auxílios ultrapassam R$ 220 bilhões.
A demora da equipe econômica em agir levou a críticas de setores do empresariado capitaneados por Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Mesmo com a aprovação do Congresso, o governo levou mais de uma semana para dar início ao pagamento do auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais e autônomos.O país respondeu com panelaços quase que diários em várias capitais brasileiras. Os outros Poderes –Congresso e Supremo Tribunal Federal– reagiram cobrando dos ministros militares um controle do comportamento do presidente.
Incomodado com a imagem de que estava sendo tutelado, Bolsonaro dobrou a aposta e visitou pontos do comércio no Distrito Federal. "Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir", disse.Descolado até mesmo de líderes internacionais que idolatra, como o americano Donald Trump, que passou a tratar a crise com gravidade, Bolsonaro recorreu a um velho aliado, o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e tido como principal autoridade atual entre os militares.
Na manhã do dia 30 de março, o presidente apareceu na casa do general, na Vila Militar, em Brasília, aonde chegou se queixando por estar sozinho.Villas Bôas disparou um sinal duplo: após a visita inesperada, colocou em suas redes sociais uma mensagem cifrada, em que ao mesmo tempo demonstra concordar em alguma medida com Bolsonaro, mas não faz pouco caso da pandemia.
O ex-chefe do Exército aconselhou Bolsonaro a falar novamente à nação e fazer um aceno aos outros Poderes. Foi nessa linha que ele sinalizou no dia 31 uma mudança de tom.Na última semana, Bolsonaro evitou grandes confrontos, embora tenha mantido críticas a governadores, além de novamente ter defendido o uso da cloroquina.Como ainda não existem estudos robustos sobre a eficácia do medicamento contra a Covid-19, o Ministério da Saúde recomenda seu uso apenas em pacientes críticos ou em estado grave, com acompanhamento médico.
A tutela a Bolsonaro está nas mãos do chefe da Casa Civil, general Braga Netto, e do general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que deram início a um novo plano estratégico do governo.
Eles aproveitaram a ausência de Wajngarten (que ainda estava afastado em decorrência do tratamento da Covid-19), transferiram para a Casa Civil os anúncios diários à imprensa e enquadraram Mandetta no novo formato, dividindo o protagonismo da crise com os demais membros do primeiro escalão.
Embora não sejam favoráveis à briga de Bolsonaro com o titular da Saúde nem à sua demissão, os militares também se incomodam com a falta de hierarquia do político.A Bolsonaro os ministros disseram que seria melhor que ele se afastasse das entrevistas coletivas.
Recomendaram que mantivesse uma rotina de falar com jornalistas mais alinhados à sua visão, como Augusto Nunes e José Luiz Datena, e se concentrasse em pronunciamentos em rede nacional.
A ideia é que Bolsonaro siga fazendo falas semanais minutos antes do Jornal Nacional, em uma espécie de contraponto ao telejornal da Globo, alvo de críticas do presidente e de outros membros do governo federal.
Brasil registra mais 99 mortes por coronavírus e 1.442 novos casos em 24 horas
Foto: Tiago Queiroz/Estadão |
O Brasil registrou neste domingo, 12, 99 novas mortes provocadas pela covid-19 e 1.442 novos casos da doença (7% de incremento) nas últimas 24 horas, segundo informações do Ministério da Saúde.
Com isso, em todo o País, o número de mortes de pessoas infectadas pelo novo coronavírus chegou a 1.223 (5,5% de letalidade) com um total de 22.169 casos. No dia anterior, eram 20.727 casos confirmados.
O Estado de São Paulo continua sendo o mais afetado, com 8.755 casos e 588 mortes, seguido por Rio de Janeiro (2.855 e 170 óbitos), Ceará (1.676 e 74) e Amazonas (1.206 e 62).
Neste sábado, 11, a adesão da população de São Paulo ao isolamento social como forma de evitar a propagação do novo coronavírus ficou em 55%. Na quinta-feira, o índice de isolamento social atingiu apenas 47%. O governo de São Paulo afirma que o ideal é 70% de isolamento para conter o avanço da doença no Estado, o mais afetado no País, com o maior número de mortes e casos confirmados.
A taxa de isolamento vem sendo medida pelo governo paulista com o apoio das operadoras de telefonia e é referente a 40 cidades com população acima de 30 mil habitantes. Em nenhuma delas o índice chegou aos 70%. As cidades com o menor índice neste sábado foram Limeira e Presidente Prudente, interior do Estado, com apenas 47% de isolamento. Já São Vicente foi a cidade com o maior índice, 62%.
Na última quinta-feira, 9, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu tomar medidas mais rigorosas caso a adesão popular ao isolamento social não cresça espontaneamente nesta semana. Entre essas medidas estão a aplicação de multa e até a prisão de quem desrespeitar o distanciamento, visto como essencial para mitigar a propagação do novo coronavírus. “Espero que não tenhamos que chegar nesse patamar, mas se for necessário faremos em defesa da vida”.
Estadão Conteúdo
Secretário pede que população do sul da Bahia mantenha isolamento social
Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia (Foto: Divulgação/Sesab) |
Em vídeo publicado em seu perfil no Twitter neste domingo (12), o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, pediu que a população da região sul do estado mantenha o isolamento social para combater a pandemia do coronavírus.
Segundo o secretário, a região enfrenta “um grave surto de coronavírus”, sendo que na cidade de Ilhéus o número de casos subiu “assustadoramente”.
“Colabore, fique em casa! E caso saia, use máscara. Faço um apelo que os estabelecimentos comerciais distribuam máscaras para os funcionários e consumidores”, apelou.
Complexo da Papuda: 20 presos estão infectados pelo coronavírus
Foto: TV Globo |
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) confirmou neste domingo (12) que o número de detentos infectados pelo novo coronavírus no Complexo Penitenciário da Papuda subiu para 20. 18 policiais penais também testaram positivo para a Covid-19.
De acordo com o portal G1, o número representa aumento de 14 casos em relação ao total contabilizado pela pasta até sábado (11). Segundo a secretaria, todos os presos infectados já estão isolados dos demais. Os servidores também foram afastados do trabalho.
A SSP afirmou que não há registro de casos graves. “Os 332 internos da ala em que os contaminados estavam e 126 agentes já foram submetidos a testes rápidos para diagnóstico do coronavírus”.
Polícia prende suspeitos de furtar 15 mil testes de coronavírus em SP
@Reuters/Roosevelt Cassio/Direito reservado |
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde deste sábado (11), 14 suspeitos de integrar a quadrilha que furtou cerca de 15 mil kits de testes de diagnóstico de covid-19 do Aeroporto Internacional de Guarulhos. O grupo, formado por pessoas com idade entre 22 e 59, também levou do terminal 2 milhões de itens de equipamento de proteção individual (EPI), como óculos, luvas, álcool em gel e máscaras.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a carga foi localizada em um galpão do bairro Ipiranga, zona sul da capital paulista, onde os suspeitos foram detidos em flagrante. A operação foi coordenada pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), da corporação.
A divisão descobriu o endereço após apurar que uma pessoa estaria vendendo os produtos clandestinamente. Ao chegar ao local, os agentes do Dope as caixas contendo os kits e produtos de EPI e, ainda, um machado, uma faca, uma carabina calibre 40, uma espingarda calibre 12 e três pistolas calibre 380.
No comunicado encaminhado à Agência Brasil, a secretaria acrescenta que outras três pessoas são investigadas por envolvimento no caso. "O caso foi registrado como furto, receptação qualificada e resistência na 3ª Delegacia Especializada no Atendimento ao Turista (Deatur) do Aeroporto Internacional de Guarulhos, que instaurou inquérito policial para prosseguir com as investigações".
Por Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil - São Paulo‘É possível ter que fazer esse adiamento’, diz Barroso sobre eleições
Foto: Carlos Moura/STFO ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) |
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que a aglomeração das convenções partidárias e a fase de testes das urnas eletrônicas são os principais obstáculos à realização das eleições municipais de outubro em meio à pandemia do novo coronavírus.
Barroso assume a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a partir de 26 de maio, no lugar de Rosa Weber. O primeiro turno do pleito está marcado para 4 de outubro e o segundo, para o dia 25.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro defendeu que um possível adiamento das eleições seja por poucas semanas e se disse contrário à prorrogação do mandato de prefeitos e vereadores para depois de 1º de janeiro de 2021. A entrevista foi feita na quinta-feira (9) por videoconferência, por causa do isolamento social.
O ministro se mostrou favorável às decisões do STF impondo limites ao governo de Jair Bolsonaro na crise do coronavírus e rebateu as acusações do presidente sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
As eleições municipais vão ocorrer em outubro?
A minha bola de cristal está um pouco embaçada para responder com certeza. Essa decisão não precisa ser tomada agora, mas a gente não deve fechar os olhos à realidade. Se chegarmos em junho sem um decréscimo substancial da pandemia, é possível ter que fazer esse adiamento, que não deve ser por um período mais prolongado do que o absolutamente necessário para fazerem eleições com segurança. Gostaria de trabalhar com a ideia de que não seja necessário adiar e que, se necessário, que estejamos falando de algumas semanas e nada mais do que isso.
Qual problema pode atrapalhar as eleições devido à pandemia?
Há questões políticas e operacionais. As políticas são as datas das convenções partidárias, que têm limite até 5 de agosto e envolvem aglomeração. Além do próprio início da campanha, em 15 de agosto. Portanto, se houver risco de aglomerações em agosto, temos um problema.
Além disso, o sistema de urnas eletrônicas funciona primorosamente bem, mas depende de testes de segurança ao longo do período. Temos como marco junho para fazermos os testes e correções. Já temos o número de urnas suficiente para fazermos as eleições. A despeito disso, periodicamente se substitui uma parte das urnas que vão ficando antigas. Se isso não for possível, apenas teremos que aumentar o número de eleitores por urna.
A eventual destinação do fundo eleitoral para o enfrentamento do coronavírus poderia atrapalhar as eleições?
Esse é outro debate, sobre conveniência ou não desse fundo. As instituições vão ter que se adaptar à nova realidade dessa pandemia. Se o Congresso deliberar destinar parte do fundo ao coronavírus, a consequência será ter que fazer campanhas mais baratas.
Como o senhor vê, num possível adiamento das eleições, a possibilidade de prorrogar o mandato dos atuais prefeitos?
A prorrogação de mandato deve ser evitada até o limite do possível. Se ocorrer, que seja pelo mínimo tempo possível. Sou totalmente contrário à ideia de se fazer coincidir com as eleições em 2022, por questão de respeito ao princípio democrático, pois os prefeitos e vereadores foram eleitos por quatro anos e não têm mandato popular para ir além. Acho que não mudar as regras do jogo é um valor importante a ser preservado.
O senhor é a favor do voto obrigatório, qual sua opinião a respeito?
Eu ainda acho bom o voto obrigatório. Há um conceito que eles usam nos Estados Unidos chamado ‘nudge’, que é: umas coisas na vida precisam ainda de um empurrãozinho. Embora ache que a democracia brasileira tenha evoluído bem, que nós tenhamos percorrido muitos ciclos do atraso em uma única geração, que criamos uma democracia estável, ainda sim acho que ela precisa desse empurrãozinho do voto obrigatório.
Nesse momento da vida brasileira não correria o risco da deslegitimação da política pelo baixo comparecimento do eleitorado. Portanto acho que o voto é um direito fundamental e acho que ainda deve por mais algum tempo ser uma obrigação. No mundo ideal, acho que deveria ser facultativo. Na vida brasileira desse momento, eu ainda acho que ele deve ser obrigatório para evitar as deslegitimação da política.
O senhor falou que a bola de cristal está um pouco embaçada, mas qual é seu sentimento sobre esse período de quarentena?
As minhas preocupações são institucionais e com o bem do país. Há um varejo político, um varejo econômico e um médico, em que não sou o melhor interlocutor. Estou acompanhando as notícias que vêm da OMS, do Ministério da Saúde e das associações médicas. Estou me guiando por elas e, inclusive, em isolamento social. De modo que acho que precisamos de uma agenda pensada desde agora para o pós-pandemia.
Qual sua agenda?
Selecionei seis itens: solidariedade, igualdade, competência, educação básica, ciência e tecnologia. Integridade é premissa de tudo, precede ideologias e escolhas políticas. Solidariedade significa não ser indiferente à dor alheia e ter disposição para ajudar a superá-la. Quem puder ajudar o outro, desde pagando antecipadamente serviços futuros, seja do cabeleireiro, do garçom, estou estimulando. Há uma reserva mínima de justiça que o país precisa ter. Nos desencontramos disso e a pandemia jogou luz sobre a igualdade abissal que existe.
O Brasil tem sido o país do nepotismo, do compadrio. Precisamos revalorizar o mérito e a virtude. Nós só universalizamos o ensino básico cem anos depois dos Estados Unidos. Estamos precisando de um choque de iluminismo em muitas áreas. Em toda parte do mundo pesquisa depende de apoio governamental, e olha que quem está falando isso é uma pessoa que defende a diminuição do Estado econômico brasileiro, não a diminuição do estado social.
O STF tem tomado decisões nas últimas semanas tentando impor limites ao governo quando não levar em conta a ciência. O senhor concorda?
O STF produziu até agora três linhas de decisões: liberação de recursos, liberou estados do pagamento da dívida com a União e uma decisão em favor da federação, ou seja, reconhecendo a competência de governos estaduais e municipais.
Acho que há um discurso sério e consistente pelo isolamento social vindo das autoridades sanitárias. É a valorização da ciência, que foi minha própria decisão contra a campanha [do governo], que já tinha entrado na internet, “O Brasil não pode parar”, que defendia volta ao trabalho.
Há recomendação do CNJ para que juízes evitem tomar decisão no sentido de estimular o uso da cloroquina enquanto não houver a comprovação científica devida.
Não tenho dificuldade de falar porque votei em um caso parecido, que foi a da fosfoetanolamina, em que se procurou distribuir a famosa pílula do câncer, que não tinha teste clínico nem registro na Anvisa. Evidentemente, votei contra. Quando você está lidando com a vida e a saúde de terceiros, não pode lidar com especulações, superstições.
Se a cloroquina funciona ou não, não sou a pessoa certa para dizer. Para ser sincero, acho que nem o presidente da República é a pessoa certa para dizer. Há autoridades sanitárias competentes, de modo que, se disserem que é bom, acho que tem que fazer; se disserem que é ruim, não deve fazer.
O que fazer, do ponto de vista jurídico, com quem desrespeitar as recomendações e seguir fazendo aglomerações nas ruas?
A primeira coisa é a conscientização e a segunda é a intervenção para impedir as pessoas de adotarem comportamentos de risco. Eu apostaria mesmo é na conscientização. Se pessoas não cumprirem leis espontaneamente, não há polícia nem Exército que dê conta.
Outro ponto que chamaria a atenção [é] que a imprensa voltou a ter uma centralidade muito importante na vida brasileira. A imprensa perdeu espaço para as redes sociais, para o streaming e para a circulação de notícias via rede social. Isso já era um problema porque a imprensa tem papel vital de filtro das informações. A internet se tornou um espaço, infelizmente, de fake news, que são as campanhas de desinformação, de ódio.
A imprensa tem o papel decisivo neste momento, que é ajudar a fazer o filtro do que é verdade e do que não é. A pandemia fez renascer essa vitalidade da imprensa. Está todo mundo em busca de notícia de qualidade, confiável. Acho que isso pode significar um certo renascimento da imprensa tradicional com a sua credibilidade.
Como assegurar à população que as urnas são confiáveis quando o próprio presidente da República coloca em xeque essa questão?
Trabalho com o direito à luz das evidências. Até hoje, e as urnas estão aí desde 1996, não se demonstrou a ocorrência de fraude. Nunca houve notícia de fraude, ao tempo que na votação em papel os episódios de fraude eram incontáveis desde a República Velha. Acabar com a urna eletrônica e voltar para o papel é um pouco como cancelar assinatura da Netflix ou Globoplay e abrir uma locadora.
Agora, qualquer pessoa que me traga um elemento concreto e objetivo de algum problema, acho que a Justiça Eleitoral deve ser a primeira a querer apurar. Meu compromisso é com eleições limpas.
Folhapress
Estados ignoram Ministério da Saúde e mantêm isolamento social
@Reproduão/Ministério da Saúde |
A maior parte dos estados brasileiros afirma que não pretende seguir orientação emitida pelo Ministério da Saúde de, em caso de folga de mais de 50% na estrutura hospitalar, iniciar a partir desta segunda-feira (13) a migração do isolamento social para sistema mais brando, com foco nos grupos de risco.
Dezenove das 27 unidades da federação que responderam à Folha disseram que ou manterão ainda sem prazo definido o isolamento social (a quase totalidade) ou pretendem flexibilizar apenas alguns pontos.
Na última segunda-feira (6), data em que Luiz Henrique Mandetta quase perdeu o cargo em meio a embates com o presidente Jair Bolsonaro, o ministério divulgou o boletim epidemiológico número 7.
O documento trazia entre as suas principais recomendações a de que “a partir de 13 de abril, os municípios, Distrito Federal e estados que implementaram medidas de Distanciamento Social Ampliado iniciassem a transição para o Distanciamento Social Seletivo caso tivessem menos de 50% de sua capacidade instalada ocupada por portadores confirmados da Covid-19”.
O boletim descreve o sistema seletivo como a situação em que ficam isolados apenas “grupos que apresentam mais riscos de desenvolver a doença ou aqueles que podem apresentar um quadro mais grave”, como idosos e pessoas com doenças crônicas ou condições de risco como obesidade e gestação de risco. “Pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomáticas”.
Além da capacidade hospitalar, a pasta também coloca outras condicionantes, como material de proteção suficiente, equipamentos como respiradores em número adequado e também kits de testes.
Há, no entanto, dificuldade com fornecedores no país e fora, o que tem dificultado a compra e, portanto, a preparação das regiões para a mudança do tipo de restrições.
Bolsonaro tem defendido há tempos a flexibilização do isolamento, em choque com seu ministro da Saúde e com as recomendações da Organização Mundial da Saúde, para quem o abrandamento da quarentena deve ocorrer de forma criteriosa, observados vários fatores, entre eles a evolução do número de casos e a capacidade de absorção da rede hospitalar.
Maior estado do país, São Paulo manterá o isolamento até pelo menos o dia 22. O governador João Doria (PSDB) afirmou que poderá usar força policial nos casos de desobediência. “Nós não faremos nenhum relaxamento nesse momento, não há nenhum programa nesse sentido, não há nenhuma justificativa de ordem de ciência ou de ordem médica para promover isso. No momento oportuno, poderemos avaliar. Nesse momento não está sequer em avaliação”, disse o governador na quinta (9).
Nesta semana, o estado passou a ter metade dos 12,5 mil leitos de UTI ocupados.
Mesmo em estados cuja ocupação é bem inferior, os governos locais afirmam que manterão o atual isolamento.
“Não há previsão de flexibilização das medidas de distanciamento social e isolamento domiciliar, apesar de as medidas estarem sendo avaliadas diariamente. O Paraná tem 117 internados, o que representa 3,24% da capacidade instalada”, disse a assessoria da Secretaria de Saúde do estado.
“Ainda não está definido como será a implementação das medidas de Distanciamento Social Seletivo”, afirmou a assessoria do governo de Goiás, que disse na quinta haver apenas 25 pacientes internados, com 1.030 leitos vagos.
Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, diz que “todo nosso empenho é pra aumentar o nível de isolamento”.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), diz que a orientação do ministério é válida, mas é só um indicador. “Minha recomendação é que a gente mantenha sempre o dedo no pulso [da situação]. Qualquer inflexão no número de casos, tomaremos providências”.
O único estado a afirmar que seguirá, em parte, a recomendação do Ministério da Saúde é o Maranhão, do oposicionista Flavio Dino. Ele anunciou na quinta-feira (9) a prorrogação da suspensão das atividades dos serviços não essenciais na região metropolitana, mas adotará para o interior do estado a orientação do Ministério da Saúde de transição para o Distanciamento Social Seletivo, “sendo observado, contudo, o comportamento do quadro epidemiológico e avaliação do Comitê Científico do Estado, formado por gestores de saúde, médicos infectologistas e analistas da saúde”.
O secretário de Saúde de Tocantins, Edgar Tollini, disse que o estado tem sofrido muita pressão pra reabertura. Não há registro de mortes no estado. A decisão será tomada na segunda (13). “Há o entendimento que vamos ter que começar a fazer isso [flexibilizar], mas vai expor. Vamos ter que ficar bem atentos aos números, porque, se aumentar, vamos ter que fechar de novo”, afirmou.
Roraima, que tem como governador um dos últimos bolsonaristas declarados, respondeu que vai levar a orientação em consideração, mas não vai flexibilizar tão rápido. “Aqui estamos apenas no começo do aumento do número de casos, não é possível fazer agora. Mas vamos começar a estudar, para poder seguir as recomendações do presidente Bolsonaro”, disse Antonio Denarium (sem partido).
Apesar de ter feito a recomendação, o Ministério da Saúde tem dito que atua apenas para orientar, mas que as restrições são decisões exclusivas dos estados.
Estadão Conteúdo
Ipiaú: Homem é detido pela polícia Militar por agredir mãe e padastro (Violência doméstica)
@Divulgação/55ª CIPM |
Por volta das 19h desse sábado (11/4/2020), a Polícia Militar recebeu uma informou de que no Cantinho do Céu, Bairro Euclides Neto, um filho estava agredindo a mãe.
Ao chegar no local, a guarnição da 55ª CIPM/1º Pelotão contatou que o padastro e a mãe do agressor estavam com lesões corporal. A guarnição diligenciou a busca pelo mesmo, encontrando-o na casa de sua Avó.
O agressor foi conduzido para delegacia de Ipiaú e as vítimas seguiram ao Hospital por meios próprios e depois seguiram à delegacia também.
Agressor: J. S. C.; Nascimento 14/07/1995.
Fonte: ”55ª CIPM, braço forte da lei e da ordem no Médio Rio das Contas.”
Ipiaú: Polícia Militar apreende adolescentes e prende dupla por pertubação do sossego alheio e descumprimento de "Decreto Municipal"
Foto: Divulgação/55ª CIPM |
Por volta das 20h desse sábado (11/04/2020), a Polícia Militar recebeu uma denúncia de descumprimento do decreto municipal e perturbação do sossego alheio na 5ª Travessa Dois de Dezembro, n 53 - Bairro Dois de Dezembro.
A guarnição da 55ª CIPM/PETO deslocou ao local, e ao chegar na residência foi mantido contato com a menor, e responsável pela residência, G.S.S.C, sendo identificada como responsável pelo evento que estava sendo realizado com aglomeração de pessoas, Som Alto, consumo de bebidas alcoólica e presença de menores.
As pessoas envolvidas foram conduzidas e apresentada na delegacia de Ipiaú, juntamente com todo material apreendido.
Conduzidos: G.S.S.C; E.J.S; L. T. B. Q.; M. S. S.
Material apreendido: 01Mini System Philco; 03 Caixas de som; 01 Celular Samsung SM G4 cor preta; 02 isopor para litrão; 03 Litros de Vodkas Cheio; 04 Litros de Vodkas vazios; 05 Litros de energia Drinks; Dezenas de latas vazias de Cerveja Itaipava.
Fonte: ”55ª CIPM, braço forte da lei e da ordem no Médio Rio das Contas.”
Ipiaú: Polícia Militar apreende adolescentes e prende adultos por pertubação do sossego alheio, descumprimentode "Decreto Municipal" e posse de drogas
Foto: Divulgação/55ªCIPM |
Por volta das 00h30min deste domingo (12/04/2020), cumprindo determinação da Central de Operações da 55ª CIPM, afim de averiguar a uma denúncia de descumprimento do decreto municipal e perturbação do sossego público, a Guarnição do PETO deslocou até a Rua da Força, s/n - Bairro Euclides Neto.
Ao chegar no local foi mantido contato com a senhora Milena dos Santos Oliveira, maior, proprietária do imóvel e responsável pela festa que estava sendo realizada, com aglomeração de pessoas, Som Alto, consumo de bebidas alcoólica, uso de entorpecentes e presença de menores.
As pessoas envolvidas no evento foram conduzidas e apresentadas na delegacia de Ipiaú, juntamente com todo material apreendido.
Conduzidos: Milena dos Santos Oliveira; D. O. S.; J.D. S.; C.L.O.S.; C.S.B.; J.G.B.F.
Foto: Divulgação/55ªCIPM |
Material apreendido: 03 petecas de cocaína; 01 Aparelho de som Philips FW-M777; 01 Caixas de som; 01 Celular Samsung GALAXY G5 PRIME / cor: DOURADO; 01 Celular Motorola XT 2029 / cor: preto; 02 Litros de Catuaba vazios; 01 Litro de Pitu vazio; 02 Litros de Vodkas Cheios; 12 Litros de Vodkas vazios; 03 Litros de energy Drinks; Dezenas de latas vazias de Cerveja Itaipava.
Fonte: ”55ª CIPM, braço forte da lei e da ordem no Médio Rio das Contas.”
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