Câmara aprova texto-base de programa que substitui Minha Casa, Minha Vida

Programa habitacional de Jair Bolsonaro tem como meta regularizar 2 milhões de moradias até 2024, com foco no Norte e no Nordeste

Foto: Najara Araújo/Agência Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (3) o texto-base da Medida Provisória que cria o programa Casa Verde e Amarela. A MP substitui o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O placar terminou com 367 votos a favor e 7 contrários.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, ainda deverão ser analisados ainda nesta quinta as sugestões de alterações em pontos específicos do projeto, para então a MP ser apreciada pelo Senado. O programa habitacional do governo Jair Bolsonaro tem como meta regularizar 2 milhões de moradias até 2024, com foco no Norte e no Nordeste.

Entre as propostas do programa está taxa de juros a partir de 4,25% para as duas regiões, e 4,5% para Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O substituto do Minha Casa, Minha Vida deve contemplar novas famílias na faixa com maiores subsídios – atualmente são beneficiadas pessoas com renda de até R$ 1,8 mil -, com três grupos beneficiários: o primeiro, com renda de até R$ 2 mil; o segundo, com renda de R$ 2 mil a R$ 4 mil; e o terceiro, com renda entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. Esses últimos terão taxas de juros mais alta.

Bahia planeja compra de ultrarrefrigeradores para receber vacinas da Covid

Foto: Paula Fróes/GOVBA

A Bahia está adotando os procedimentos necessários para comprar até 100 ultrarrefrigeradores capazes de armazenar vacinas a temperaturas inferiores a -70ºc, especialmente as que previnem a Covid-19, produzidas pelas empresas Pfizer e pela Moderna.

Segundo o governador Rui Costa, nos próximos dias, será publicada uma licitação, na modalidade registro de preço, que permitirá ao Governo do Estado adquirir os equipamentos à medida em que houver a demanda. “O registro de preço é de até 100 unidades, e nós sacaremos de acordo com a demanda, com a necessidade. Inicialmente, nos grandes centros urbanos, nas maiores cidades, onde estão os maiores contingentes de servidores públicos ou privados da área da saúde”, afirmou.

Rui destacou que a modalidade registro de preço não obriga o Governo do Estado a comprar os equipamentos, que serão adquiridos apenas após a especificação da Anvisa. “Nós não vamos comprar essa quantidade de refrigeradores sem autorização da vacina pela Anvisa. Nós vamos acompanhar, o importante é deixar claro para a população que nós estamos nos antecipando, nos preparando, e não é argumento de falta de infraestrutura, de logística, para não adquirir a vacina da Pfizer ou da Moderna. A Bahia está preparada e tem condições de montar uma logística para vacinar, principalmente, o público prioritário nas regiões, mesmo tendo esse pré-requisito de ultrarrefrigeradores, porque nós estamos nos preparando para isso. A expectativa é que a Anvisa crie um protocolo mais rápido, mais célere de avaliação e de aprovação dessas vacinas”, disse.

O número de refrigeradores a serem adquiridos, de acordo com Rui, vai depender exclusivamente da demanda. “Você faz o registro, as empresas concorrem, definem o preço, e você vai contratando de acordo com a sua demanda. Se eu precisar de dez, eu saco dez do registro, compro dez, se eu precisar de 20 compro 20. Essa é a diferença de uma licitação normal”.

Público prioritário

O governador explicou porque os profissionais da Saúde serão os primeiros a receber a vacina. “A ideia nossa é isso, é controlar esse vetor importante de crescimento da doença, que são os profissionais de Saúde. Nessa, vamos chamar assim de primeira onda, ficou claro que os profissionais da saúde tanto foram vítimas como foram vetores de transmissão da doença, porque muitos profissionais da Saúde que eram assintomáticos estavam passando a doença para outras pessoas sem saber. Então, na medida em que eles ficam vacinados, a gente corta esse importante vetor de transmissão e dá segurança à vida de médicos, enfermeiros, profissionais. Mesmo o pessoal de limpeza que trabalha nos hospitais, nas unidades de saúde, estariam protegidos, e, portanto, atendendo à população sem risco de contrair a doença e sem risco de transmitir a doença para seus pacientes”.

Aumento de casos

Rui acrescentou que, mesmo com os números de casos aumentando em taxas iguais às do pico da pandemia, de agosto a outubro, prefere, no momento, não usar a expressão “segunda onda”, já que taxa de contaminação não é a mesma coisa que números absolutos. “A taxa de crescimento se equivale ao período mais alto da pandemia. A taxa, não ainda o volume total. Isso, graças a Deus, ainda não se refletiu no crescimento do número de óbitos. Hoje estamos em torno de 20 casos, e ontem [quarta-feira, 2], por exemplo, foram 22 óbitos, quando no pico da pandemia nós chegamos a 70 óbitos por dia. Nós chegamos a ter 5 mil casos diários, nós ainda estamos no patamar de mil casos diários com 20 óbitos por dia”, contabilizou. Segundo o governador, mantido o atual ritmo de crescimento do número de casos, em mais duas semanas a Bahia atingirá um volume superior ao registrado em junho.

“Estamos caminhando em direção a uma segunda onda se não tomarmos atitude de bloquear a reprodução do vírus. E essa atitude depende do comportamento da população”, explicou Rui, acrescentando que a taxa de crescimento atual se deve às aglomerações de campanha e comemorações eleitorais e às festas do início do verão. “Os jovens, principalmente, em várias cidades da Bahia, estão fazendo festas, algumas clandestinas, outras no meio da rua, e isso tem provocado o crescimento de casos. Então, nós já tomamos uma decisão: não será permitida nenhuma festa em ambiente privado ou público, comercialmente. Não será permitida a venda ou comercialização de nenhuma festa, nem em boate, nem em restaurante, nem em bar, nem em clube, nem na rua. Nós não vamos permitir. É melhor passar um verão, um final de ano sem festa, do que perder um pai, uma mãe, um avô para a doença do vírus”.

Para o governador, a Bahia foi um caso singular no Brasil. “Nós conseguimos, até metade da pandemia, eu diria assim, apenas 150 municípios tiveram casos de Covid. A grande maioria não tinha nenhum caso. Nós fomos controlando e o crescimento se deu muito lentamente. Já que o vírus hoje está presente nas 417 cidades, e a taxa de crescimento está alta em praticamente todos, mantido esse ritmo de crescimento, nós podemos ter uma explosão de casos muito superior ao que tivemos no pico da pandemia, meses atrás”.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Brasil registra 175,2 mil mortes e 6,48 milhões de casos da covid-19

@IvanStorti/Santos FC/Direitos reservados

O total de mortes no país pelo novo coronavírus (covid-19) chegou a 175.270. Nas últimas 24 horas, foram registrados 755 novos óbitos. Ontem (2), o sistema do Ministério da Saúde apontava 174.515 óbitos. Ainda há 2.174 mortes em investigação.

O número de casos da covid-19 desde o início da pandemia atingiu 6.487.084. Entre ontem e hoje, as autoridades de saúde acresceram às estatísticas 50.434 novos diagnósticos positivos. Ontem, o painel do MS marcava 6.436.650 casos acumulados.

Os dados foram apresentados em entrevista no Ministério da Saúde, hoje (3). Eles foram atualizados até as 16h desta quinta-feira (3). Os totais são resultado da consolidação de informações enviadas pelas secretarias estaduais da Saúde.

Ainda conforme a atualização do órgão, há 586.804 pacientes em acompanhamento. Outras 5.725.010 pessoas já se recuperaram da doença.

Normalmente, os casos são menores aos domingos e segundas-feiras em função da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias estaduais da Saúde. Já às terças-feiras, eles podem subir mais em função do acúmulo de registros atualizados.
Estados

Os estados com mais mortes pela covid-19 são São Paulo (42.637), Rio de Janeiro (22.891), Minas Gerais (10.187), Ceará (9.657) e Pernambuco (9.098). As Unidades da Federação com menos óbitos pela doença são Acre (730), Roraima (739), Amapá (819), Tocantins (1.173) e Rondônia (1.586).

Edição: Fernando Fraga
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil - Brasília

 

Prefeitura de Ipiaú cria Defesa Civil Municipal e prepara o primeiro Plano de Contingência da região

Fotos: Divulgação/Prefeitura de Ipiaú/ Dircom

Na última terça-feira, 01, a Prefeitura de Ipiaú publicou no Diário Oficial Portaria nº 168 criando a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. Como Coordenador a Defesa Civil terá Quinn Silva, engenheiro civil que já faz parte do quadro da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano e como Secretária Rebeca Oliveira, Secretária de Ação Social. A portaria entrou em vigor na data da sua publicação.

No mesmo dia a equipe participou no Colégio Professora Celestina Bittencourt de uma reunião com o Diretor Superintendente da Defesa Civil Estadual, Paulo Sérgio Menezes Luz, em que também estavam presentes representantes de algumas cidades circunvizinhas, além da Agente de Desenvolvimento Territorial da Seplan, Claudiane dos Santos.

A reunião foi solicitada por Valdir Tavares, Coordenador do Território Médio do Rio de Contas, por causa das inundações que ocorreram após abertura das comportas da Barragem de Pedra, em Jequié e pelas intensas chuvas que acometeram a região no último mês de novembro. 

A Defesa Civil do município já iniciou a elaboração do Plano de Contingência que terá apoio da Defesa Civil Estadual, da CHESF e da Atlantic Nickel. O Diretor Superintendente disse que Ipiaú será modelo para a região que faz parte da bacia do Rio de Contas, pois será pioneiro na elaboração desse documento que tem a finalidade de mapear os riscos e estabelecer procedimentos padrões em casos de calamidade ou em situação de emergência. 

Jennifer Bomfim/Prefeitura de Ipiaú/ Dircom

Prefeitura de Ipiaú decreta situação de emergência e solicita recursos ao Governo Federal


A Prefeita Maria das Graças assinou na quarta-feira (02), ofício solicitando reconhecimento federal e homologação estadual do decreto de situação de emergência publicado ontem, (01) pela Prefeitura de Ipiaú, no Diário Oficial do Município. Os ofícios são para que o Governo Federal e a Defesa Civil Nacional disponibilizem recursos para auxiliar no restabelecimento dos danos provocados pelas inundações do Rio de Contas e do Rio Água Branca. 

A Secretaria de Ação Social e a Defesa Civil Municipal já estão elaborando Plano de Trabalho para solicitar a assistência necessária ao município de Ipiaú. 
Jennifer Bomfim/Prefeitura de Ipiaú/ Dircom

Polícia Civil recebe viaturas com nova identidade visual

Fotos: Alberto Maraux
Além dos 60 veículos entregues na manhã desta quinta-feira (3), outros 224 serão distribuídos em Salvador, RMS e interior. 

A Polícia Civil recebeu, na manhã desta quinta-feira (3), viaturas com a nova identidade visual da instituição. Além dos 60 veículos entregues pelo governador Rui Costa e pelo secretário Maurício Teles Barbosa, outros 224 serão distribuídos em Salvador, RMS e interior até o final de dezembro.
Os novos automóveis, que representam um investimento de 14,4 milhões de reais, serão encaminhados para os municípios de Salvador, Alagoinhas, Ilhéus, Irecê, Juazeiro, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Vitória da Conquista, São Sebastião do Passé, Lauro de Freitas e Bom Jesus da Lapa, entre outros.

"Essa é mais uma etapa na melhoria das condições para as nossas forças de segurança. Queremos, ainda nesse ano, publicar a licitação para ampliação dos nossos sistemas de reconhecimento facial e de placas, chegando a mais cidades do interior", destacou o governador Rui Costa.
Os Departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), além da Coordenação de Operações Especiais (COE), das Coordenadorias Regionais de Polícia do Interior (Coorpins) e das Delegacias Territorias, receberão as novas viaturas.

"Buscamos sempre avançar nos equipamentos para os nossos servidores. Este ano, além das viaturas, compramos também novos coletes balísticos, pistolas da marca Glock, espingardas, carabinas e fuzis de precisão", destacou o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa.

Fonte: Ascom / Alberto Maraux

‘O que é mais barato: vacinar ou intubar?’, diz Neto ao defender vacinação

Foto Max Haack/Secom



O prefeito ACM Neto criticou a falta de planejamento do país para contornar a situação e o aumento de casos do coronavírus, e defendeu a vacinação obrigatória no Brasil.

Para o gestor, apesar dos municípios estarem fazendo um trabalho individual na luta contra a doença, é necessário uma organização do Governo Federal para que seja resolvido o impasse com a vacina.

“O que está faltando no Brasil desde o começo é planejamento, se antecipar. Quando a gente desenha o plano de imunização, é porque no dia que tiver a vacina a gente precisa estar preparado para distriuir ela. Eu não tenho como produzir vacina, não cabe a prefeitura certificar, mas a prefeitura terá que se mobilizar para vacinar e distribuir a vacina. O Brasil não se preparou. É um absurdo dizer que a vacina da Pzifer não estará apta ao Brasil porque aqui não temos as câmaras de armazenamento”, disse.

Neto saiu em defesa da obrigatoriedade da vacina no país, afirmando que este é o único jeito de reduzir a superlotação dos hospitais.

“É um absurdo gastar tempo discutindo para saber se a vacina vai ser ou não obrigatória. Eu acho que a vacina tem que ser obrigatória. E por que eu acho que tem que ser obrigatória? Porque quando alguém não toma vacina e fica doente vai precisar ir para o hospital público. O que é mais barato? vacinar ou entubar? Então, na minha opinião, a vacina tem que ser obrigatória, mas eu não perderia meu tempo discutindo isso”.

Prefeitura de Ipiaú realiza evento online do edital de premiação Fauzi Maron


Hoje, 03 de dezembro, às 19h, a Prefeitura de Ipiaú através da Diretoria de Cultura realiza um Webinário sobre o edital de premiação Fauzi Maron pelo seu canal no youtube, Prefeitura de Ipiaú PMI TV, (https://bit.ly/3qivItS). O edital é para trabalhadores e trabalhadoras da cultura, e é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. 

Juliana Machado, especialista em projetos culturais e consultora da Lei Aldir Blanc irá apresentar o edital e sanar as dúvidas dos interessados em concorrer ao prêmio. 

As inscrições para o edital de premiação Fauzi Maron seguem até 10 de dezembro por meio eletrônico. 

https://bit.ly/2V6IVYo Criação e Desenvolvimento

https://bit.ly/3fFWNC0 Pesquisa, Publicação e Memória

https://bit.ly/2HDBO6m Difusão

https://bit.ly/37cvNGt Formação e Capacitação

Boletim Covid/desta segunda-feira, 02 de dezembro, confirma dois (02) novos casos de coronavirus em Ipiaú


A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 02 de dezembro, tivemos 7.484 casos registrados como suspeitos, sendo 2118 casos confirmados, dentre estes, são 2.061 pessoas RECUPERADAS, 17 estão em isolamento social, 03 estão internadas e 37 foram a óbito. 5.330 casos foram descartados e 36 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 20 casos ativos.

Obs: Dados da testagem dos profissionais e alunos das Escolas Estaduais foram contabilizados neste boletim em 03/07.

Use máscara, evite aglomeração e higienize as mãos com água e sabão sempre que puder Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Onzenário: PF combate crimes de corrupção, fraude em licitações e organização criminosa em Salvador e outros dois estados

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

A Polícia Federal deflagrou a Operação Onzenário, na manhã desta quinta-feira (3). Estão sendo cumpridos quatro Mandados de Prisão Temporária, 26 Mandados de Busca e Apreensão no Ceará, São Paulo e Salvador e bloqueio de valores em contas dos investigados.

Os mandados foram deferidos pela Justiça Federal, decorrente de investigação em Inquérito Policial que apura fatos ocorridos entre os anos de 2008 e 2014, consistentes em indícios de conluio entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que atuaram no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha dos servidores do governo do Estado do Ceará.

A investigação policial identificou fluxo intenso de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de capitais.

Os indícios apontam participação de um Secretário de Estado da Casa Civil do Estado do Ceará à época dos fatos em apuração. Há também indícios de atuação do genro desse Secretário de Estado à época, gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões de reais nas operações de crédito sob investigação, um dos alvos de mandado de prisão.

Os crimes investigados são de associação criminosa, corrupção, fraude em licitação, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, culminando em enriquecimento ilícito dos investigados – servidores públicos, ex-gestores de instituições financeiras e empresários – em detrimento do sistema financeiro nacional e dos servidores públicos estaduais do Estado do Ceará obrigados a arcar com juros mais elevados em operações de crédito.

A Polícia Federal continua a investigação, com análise do material apreendido na Operação Onzenário, com o fim de detalhar a atuação de cada investigado e aprofundamento das investigações em curso. O nome da operação remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros.

Reeleição para o Congresso deve ter nova disputa jurídica pós-STF

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

No cenário provável de o STF autorizar a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, haverá questões em aberto sobre como se viabilizaria a possível recondução de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

Defensores da dupla dizem que não seria necessário fazer mais nada, apenas convocar a eleição. Já parlamentares que se opõem à tese ou fazem parte do centrão veem necessidade de alterar pelo menos o regimento da Câmara dos Deputados, que veda explicitamente a possibilidade.

Ganha força nos meios político e jurídico a tese defendida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em entrevista ao UOL, de que a reeleição de presidentes da Câmara e do Senado deve ser autorizada para criar simetria com a regra do Executivo.

Ela permite uma recondução com duração máxima dos mandatos de oito anos.

Painel/Folha de S.Paulo

Nova alta de infecções faz hospitais privados abrirem mais leitos covid e reduzirem cirurgias

Foto: Josué Damascena/Fiocruz

Com o novo aumento de casos de covid-19, hospitais privados de São Paulo aumentam leitos e reduzem cirurgias não urgentes esperando uma segunda onda e unidades do Rio e da Região Sul já enfrentam um pico de infecções tão severo quanto o do primeiro semestre.

Em São Paulo, nove hospitais consultados pelo Estadão tiveram aumento expressivo de internações no último mês e se viram obrigados a ampliar as alas dedicadas à covid. No Albert Einstein, o total de internados com covid, que há um mês era estável em 55, chegou a 106 na quarta-feira, 2. A instituição reduziu o número de cirurgias eletivas agendadas e vem transformando leitos comuns em UTIs.

“Hoje mesmo (quarta-feira, 2) transformamos dez leitos em semi-intensiva. Quando observamos o aumento de casos, colocamos um limite de 110 cirurgias agendadas por dia”, explica Sidney Klajner, presidente do Einstein. Antes da alta de infecções, o hospital chegou a fazer mais de 150 operações diárias.

No Samaritano e demais hospitais do Grupo Americas, o volume de leitos dedicado à covid foi ampliado em novembro e está sendo adotada gradual redução de cirurgias eletivas de menor complexidade.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, uma análise do comitê de gestão de crise determinou a abertura de mais 15 leitos de UTI para covid nas últimas semanas. Hoje, o hospital tem 89 internados com a doença. “O volume de atendimentos poderá crescer e é fundamental que a população esteja mais consciente e tenha adesão às medidas protetivas”, diz Antonio da Silva Bastos Neto, diretor executivo médico do Oswaldo Cruz.

Na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a UTI covid, com 30 leitos, já está lotada e a enfermaria chegou a 85% da sua capacidade, com novos leitos sendo adaptados a cada dia para pacientes com coronavírus. “Temos estrutura física grande, com algumas alas muito flexíveis. Há uma UTI com 53 leitos na unidade Paulista que podemos adaptar para covid caso necessário”, diz Luiz Bettarello, diretor executivo médico e de desenvolvimento técnico da BP.

Na rede São Camilo, o total de internados nas três unidades chega a 170 – no período de baixa da pandemia, eram 10. “Temos leitos reversíveis que conseguimos adaptar como UTI e já deixamos como reserva para covid”, afirma Fernanda Fontanezi, diretora de unidade do São Camilo. Alguns hospitais já apresentam dados comparáveis aos picos do 1º semestre.

O Santa Catarina, por exemplo, teve recorde diário de 73 internados entre os meses de maio e junho. Hoje, são 66 hospitalizados com covid. A ocupação geral dos 310 leitos é de 83%. A diretora técnica do hospital, Christiane Nicoletti, conta que as cirurgias eletivas (não urgentes) não foram canceladas. Por outro lado, todos que se internam no hospital, seja para cirurgia ou urgência, são testados para covid. “Seguimos monitorando diariamente a evolução da covid no País e adequando nossos leitos de acordo com a demanda”, afirma.

O Hospital Nove de Julho tem 30% mais internações. No Santa Paula, a alta é de 50%. A Santa Casa de São Paulo disse estar perto da capacidade máxima de atendimento, diante de aumento de 25% dos casos de covid e de síndrome gripal. “Além do aumento do número de pacientes da pandemia, os leitos estão com sua ocupação próxima à capacidade máxima, principalmente em decorrência de outros doentes, incluindo da emergência e de cirurgias consideradas eletivas”, diz a entidade.

“É bom que o Estado volte a pensar em aumentar leitos de terapia intensiva, em recriar hospitais de campanha e não ser displicente às grandes aglomerações”, diz o presidente do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo), Francisco Balestrin. Levantamento da entidade aponta que a taxa de ocupação das UTIs em hospitais privados atinge 84% e que 35% das instituições entrevistadas têm adiado cirurgias eletivas (não urgentes).

No total, há 3.778 leitos dedicados à covid-19 em 11 hospitais da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) na cidade de São Paulo. Conforme a entidade, que representa unidades particulares de referência, a taxa de ocupação desses leitos já chega a 83,2%. A entidade afirma que os números ainda são “insuficiente para caracterizar uma 2ª onda, cuja probabilidade não pode ser descartada, tendo em vista os recentes acontecimentos nos Estados Unidos e em alguns países europeus”. E ainda faz o mesmo alerta do SindHosp “sobre o risco do adiamento generalizado de consultas, exames e cirurgias não emergenciais, que podem levar a complicações posteriores ou se tornarem fatais.”

A reedição da alta de casos do 1º semestre acontece em outros Estados de modo ainda mais crítico. No Rio, a taxa de ocupação de UTIs da rede privada é de 98% na capital, Baixada Fluminense e Região dos Lagos. O diretor da Associação de Hospitais Privados do Estado, Graccho Alvim, afirmou à TV Globo, que há risco de “colapso total” da rede.

Alguns hospitais já estão suspendendo procedimentos eletivos. Relatos de funcionários e pacientes confirmam que não há mais vagas disponíveis para os casos mais graves de covid e que já tem paciente sendo entubado fora das unidades de tratamento intensivo. “No Rio, a situação é de calamidade”, resume o presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Aldevânio Morato. “Já há filas de espera e estamos tentando fazer remoções, mas alguns já não têm mais vagas.” Para ele, no caso do Rio, o fechamento de hospitais de campanha e leitos emergenciais da rede pública e o represamento dos atendimentos eletivos nos meses anteriores contribuem diretamente para a superlotação.

“Além disso, muitas cirurgias e procedimentos eletivos que tinham sido suspensos foram retomados. Estamos tentando criar mecanismos de atendimento em separado, coisa que não conseguimos fazer na primeira onda, até porque os procedimentos eletivos respondem por 30% a 40% da receita dos hospitais privados. Sm eles, nossa operação é inviabilizada”, acrescenta Morato.

Em Recife, a média de novos casos diários saltou de 22 para 220 em apenas um mês. O aumento já sobrecarrega a rede privada. “Em volume de atendimentos na urgência, temos uma segunda onda em Recife que se aproxima do que aconteceu no pico da doença em maio”, diz o médico Jorge Pinheiro, presidente do Sistema Hapvida, que possui 43 hospitais no País. Para ele, a quantidade de atendimentos ainda não se reflete diretamente na alta de internações por causa, dentre outros motivos, do uso telemedicina e do cumprimento dos protocolos médicos estão reduzindo as complicações e a necessidade de internações.

O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, está com ocupação máxima dos leitos da CTI covid e da enfermaria. Segundo a gerente médica da unidade, Gisele Nader Bastos, ainda há seis pacientes de outras doenças à espera de vaga na terapia intensiva. Em só duas semanas, as internações foram de 82 para 97 – somando UTI e enfermaria.

Em novembro, o Moinhos atendeu 200 casos de sintomas gripais em um só dia – número mais alto desde março, e chegou a restringir atendimento de suspeita de covid por 72 horas, diante da alta procura. “Estamos atendendo famílias inteiras infectadas”, diz Gisele.

No Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba, a UTI opera “com mais de 90% da capacidade”, diz o diretor executivo, Flaviano Feu Ventorim. “Há dez dias, tivemos de informar à população para não encaminhar pacientes graves para lá, pois estávamos sem leitos e equipamentos nem para reverter um enfarte.” O hospital filantrópico praticamente parou cirurgias eletivas (não urgentes), remanejou leitos de outras especialidades para suprir a demanda e reforçou a equipe.

“O momento que vive São Paulo hoje, já vivemos aqui desde o fim de outubro”, diz Rafael Vasconcellos, diretor técnico do Hospital Baía Sul, de Florianópolis, que espera agravamento nas próximas semanas.

Estadão

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