'Maior parte do auxílio em 2020 não teve finalidade emergencial'
© Caixa libera saque do auxílio emergencial para nascidos em julho |
O governo perdeu o foco do auxílio emergencial em 2020 e corre o risco de perder novamente agora, avalia o economista-chefe da XP Asset, Fernando Genta, que já teve passagem por Brasília, como secretário adjunto do Ministério da Economia em 2017 e 2018, na gestão do ministro Henrique Meirelles.
Genta argumenta que, atualmente, um programa limitado a até R$ 30 bilhões, por três ou quatro meses, com contrapartidas fiscais, é factível. Mas observa que no ano passado, a maior parte dos recursos do auxílio acabaram indo para pessoas que não tiveram perda de renda do emprego informal, ou seja, não tiveram finalidade emergencial. "O ponto é que você deu muito dinheiro para famílias que não foram impactadas em nada pela crise", diz em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Como vê a já quase certa prorrogação do auxílio emergencial?
No final de 2020, estava claro que o auxílio não seria renovado. Nunca foi o plano A do governo. Obviamente, o cenário mudou, tivemos uma segunda onda, com nova cepa, piora em Manaus. Isso mudou a temperatura no Congresso quanto à necessidade de novo auxílio. Mas sou bem crítico sobre como foi feito o auxílio no ano passado. No primeiro programa, tudo bem, porque não se sabia o que estava acontecendo. Mas renovamos duas vezes o programa sem ter nenhum estudo técnico.
Como avalia a postura do ministro Paulo Guedes nessa discussão?
A tática do Guedes foi esperar para ver como evolui a pandemia. Só que após a eleição no Congresso, o presidente do Senado tem sido muito vocal e o Congresso todo embarcou no auxílio. A pressão está muito grande. A briga que Guedes tem agora é convencer o presidente do Senado a colocar tudo dentro de uma PEC, com contrapartidas.
Como operacionalizar o auxílio?
É difícil. Primeiro é preciso votar o Orçamento e por mais que as lideranças prometam aprovar o Orçamento na virada de fevereiro para março, do jeito que as coisas estão, não me surpreenderia a discussão correr ao longo de março. Aí precisa saber se é viável ou não aprovar um novo programa de auxílio sem ter o Orçamento. Acho questionável. Se for para esse caminho, a Economia está defendendo que isso seja feito por PECs, com contrapartidas. Acho que o Congresso não vai fazer nada à revelia do executivo.
O quanto de gasto com auxílio acha viável considerando as limitações fiscais?
Um auxílio limitado, de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões, por três ou quatro meses, para mim me parece uma barganha justa. Hoje tem o teto, a regra de ouro e a meta de superávit primário que limitam o auxílio. Não temos fontes.
Você criticou em artigo recente a eficácia do auxílio em 2020. Foi uma medida ineficaz?
O auxílio, em boa parte, foi pago para famílias mais pobres. O ponto é que você deu muito dinheiro para famílias que não foram impactadas em nada pela crise. O que gastou de desperdício conseguiria dobrar o orçamento do Bolsa Família por 9 anos. Foi uma desfocalização muito grande. Você acabou transferindo dinheiro para loja de material de construção, para o varejo. No final, foi uma transferência de renda para o varejo, não foi uma questão emergencial. Óbvio, que teve gente que pegou o emergencial. A ineficiência do auxílio foi crescendo ao longo do tempo, porque as pessoas foram retornando ao mercado de trabalho. Por mais que o benefício tenha caído pela metade, por mais que tenha retirado pessoas do Bolsa Família do programa no final, ainda assim a eficiência foi caindo e estamos repetindo a dose. Mas se isso vier acompanhado de barganha que melhore os arcabouços fiscais, beleza.
Quando você fala em desfocalização, o dinheiro do auxílio não foi de fato emergencial?
Com base na pesquisa de microdados da PNAD Covid-19 do IBGE, fizemos uma estimativa de que 77% do dinheiro de auxílio que foi capturado, R$ 230 bilhões, não foi destinado para famílias que tiveram perda de renda com trabalho informal, isso na média. Do dinheiro total do auxílio, em dezembro, 80% foi para quem já não tinha perda de renda informal, seja porque já tinha recuperado o emprego, seja porque não é do setor informal.
Como vê a reação do mercado se o auxílio vier sem contrapartida fiscal?
Auxílio sem ajuste nenhum não é o roteiro. O primeiro cenário é Guedes vencer e consegue fazer tudo amarrado, com auxílio e contrapartidas. O outro é o cenário que sai o auxílio sem o fiscal, mas com a promessa de criar uma comissão para o ajuste. Aí o mercado vai azedar, mas sem implosão. Óbvio que parte já está no preço, o Brasil descolou um pouco mais dos emergentes.
Como você acredita que a decisão do auxílio pode ter impacto na decisão do Banco Central sobre juros?
Se sai um auxílio amarrado, com as contrapartidas, é capaz até que o Banco Central melhore seu diagnóstico fiscal. Se sair alguma coisa sem contrapartida, o juro pode subir antes, com chance de 50 pontos em março já.
Indicadores recentes estão vindo fracos. Como vê a atividade neste começo de ano?
O dado que mais me surpreendeu foi o varejo, porque ainda teve dinheiro do auxílio emergencial em dezembro e caiu em janeiro, da ordem de uns R$ 20 bilhões. Talvez a iminência do fim do auxílio fez as famílias ficarem mais reticentes e não gastarem. Mas trabalhamos com a perspectiva de crescimento de 3,5% a 4% este ano, estou otimista com a vacinação.
Acredita que a vacinação pode ser mais rápida do que muitos analistas estão prevendo neste momento?
Estamos bem construtivos com o cronograma de vacinação. O segundo semestre vai ser bem bom, por causa das vacinas. Nas minhas contas, vamos vacinar todos os brasileiros com mais de 60 anos até maio. Até setembro, 70% da população deve ser vacinada, que é praticamente todo mundo com mais de 19 anos. Os casos e mortes tendem a desabar.
POR ESTADAO CONTEUDO
Jantar de Doria que abriu crise no PSDB teve surpresa, acusações de traição e vinho
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) |
Foi assim que a noite da última segunda-feira (8) se transformou em um marco de um dos partidos mais dados a intrigas internas da história brasileira, o PSDB.
Jantares são um esporte na política do país. Boa parte da Nova República foi montada no falecido restaurante Piantella, em Brasília, e Fernando Collor de Mello emergiu candidato a presidente num repasto de pato laqueado no restaurante homônimo de Pequim, em dezembro de 1987.
A segunda-feira passada poderá entrar nessa história, embora não se saiba ainda com qual narrativa.
Para o entorno do governador tucano de São Paulo, João Doria, foi o ponto que demarcou o começo oficial de sua caminhada para tentar suceder a Jair Bolsonaro em janeiro de 2023. Para seus adversários, dentro e fora do PSDB, o enterro de sua pretensão.
Tudo começa no meio do ano passado, quando Doria já se firmava como grande antípoda do presidente no manejo da pandemia de Covid-19. O tucano selou uma aproximação com o DEM, na figura do então poderoso presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do MDB, por meio do chefe do partido, Baleia Rossi (SP).
Dali surgiu a aliança em torno da candidatura vitoriosa de Bruno Covas (PSDB) na capital paulista, com o MDB na chapa com o vice Ricardo Nunes. O próximo passo seria a eleição da Câmara.
Maia queria pegar carona no pedido de seu correligionário Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e tentar a reeleição. Baleia era seu plano B, e virou A no momento em que o Supremo Tribunal Federal vetou a inconstitucionalidade.
Só que era tarde, e Arthur Lira (PP-AL), o rei do Centrão e nome de Bolsonaro, já havia amealhado apoio suficiente na disputa. Doria fechou com Baleia e, com Maia, amargou uma derrota no qual tanto DEM quanto PSDB colaboraram com muitos votos para Lira.
Doria ficou enfurecido e identificou o Aécio Neves como o pai do racha. A amigos, o mineiro nega, dizendo que os deputados votaram por sua sobrevivência eleitoral —o PSDB foi exaurido de verbas de emendas parlamentares pelo Planalto.
A eleição na Câmara foi na segunda retrasada (1º). No fim da semana, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, passou a disparar convites para um jantar na segunda-feira seguinte para a discussão de cenário político.
O nome mais vistoso da lista era o de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente e ainda um farol dentro do PSDB. Foram chamados também outros membros da ala histórica do partido, como o senador José Serra (SP) e o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Na definição corrente do Bandeirantes, havia um intruso, o líder do PSDB na Câmara, Rodrigo de Castro (MG) —aliado de Aécio. O restante da mesa era de aliados, e vários subordinados, de Doria, que estavam informados da agenda real do evento.
O jantar começou indigesto já no meio da tarde. Às 15h20, o jornal Folha de S.Paulo publicou que no cardápio haveria a sugestão de Doria de expulsar Aécio do PSDB, reforçar a oposição a Bolsonaro e integrar o grupo do DEM de Maia, que já fora convidado na véspera a integrar o tucanato.
Castro e Bruno Araújo, o presidente do PSDB, estavam em voo de Belo Horizonte e Brasília, respectivamente. Ao chegar a São Paulo, viram a notícia e conversaram, levantando dúvidas sobre a conveniência de participar do jantar.
O mal-estar se expandiu. FHC desistiu de ir ao jantar, e Aloysio cogitou fazer o mesmo. Serra já havia dito não, mas por motivos de saúde.
Ao fim, Castro e Araújo foram ao Bandeirantes. Chegando lá, pouco antes das 20h, encontraram o grupo de Doria: Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional, e também presidente do PSDB-SP), Wilson Pedroso (secretário particular), Antonio Imbassahy (“embaixador” paulista em Brasília) e Cauê Macris (presidente da Assembleia Legislativa paulista).
A eles se juntaram o deputado federal Samuel Moreira (SP), muito próximo do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito paulistano, Bruno Covas, e Aloysio.
O clima começou descontraído, com crítica entre os convidados à ausência de bebidas alcoólicas —Doria não as bebe. De tanta reclamação, o governador pediu para que fossem compradas algumas garrafas de vinho.
Ao longo da primeira hora do jantar, a tal conversa sobre cenários se desenrolou sem grandes atritos.
Os convidados dividiam a grande mesa redonda que fica numa área semidescoberta no teto do Bandeirantes, na ala residencial que não é ocupada por Doria, com uma vista espetacular da zona oeste da capital.
O governador sentou ao lado de Covas, e na sequência estavam Castro, Macris, Imbassahy, Vinholi, Moreira, Pedroso, Aloysio e Araújo, completando o círculo.
Acabado o jantar, que tinha opções de carne e peixe, Doria fez um discurso exaltado. Afirmou que o PSDB não poderia terminar como o DEM, implodido pela eleição na Câmara, e que deveria firmar-se como oposição a Bolsonaro.
Mais: figuras ambíguas, como Aécio, deveriam ou se enquadrar ou serem afastadas. O termo expulsão não foi usado, um reflexo do efeito negativo que a revelação da ideia pela Folha horas antes, mas a ideia geral era a mesma
A palavra coube então a Covas, que colocou as cartas de Doria na mesa ao falar, após uma crítica ligeira a Aécio, sobre a necessidade de o governador assumir o partido.
Macris, o seguinte a discursar, detalhou a ideia. Aqui há um ruído: segundo aliados, o presidente da Assembleia defendeu que Doria assumisse o partido a partir do começo de 2022, para a travessia da campanha presidencial.
Outros comensais não entenderam dessa forma, e a versão que foi circulada no partido era a de que a ideia era substituir Araújo ao fim de seu mandato de dois anos, em maio.
Vinholi e Moreira falaram a seguir, fazendo a mesma defesa do governador. Segundo a versão corrente no governo estadual, o chefe do PSDB-SP também defendeu a recondução de Araújo e dos outros presidentes de diretórios até 2022. Novamente, ela é contestada fora deste círculo.
Chegou então a vez de Castro falar. Ele disse que Doria seria derrotado no seu intuito de remover Aécio, como ocorrera em 2019, e que achava prioritário a recomposição de pontes entre as seções estaduais e as bancadas federais do partido. Ninguém fora de São Paulo apoiaria Doria agora, afirmou.
Ele foi secundado por Aloysio, que considerava muito arriscada a proposta do grupo do paulista. Na sequência, Imbassahy fez uma análise conjuntural e defendeu a necessidade de ter Doria como candidato sólido já. Pedroso foi na mesma linha.
Por fim, Bruno Araújo, visivelmente contrariado, mas em tom calmo. Ele disse que havia sido “muito ruim” saber da ideia de remoção de Aécio pela Folha, e que não tinha apego ao cargo. Afirmou que, se Doria o quisesse, bastaria ter conversado antes com ele.
Em resumo, uma acusação de traição, que foi repetida do outro lado depois do evento, já que todos os aliados de Doria esperavam uma atitude mais complacente do ex-deputado e ex-ministro.
Um silêncio tomou conta da reunião, que foi encerrada pouco antes da 1h de terça após Doria fazer uma espécie de resumo do acontecido. A questão da presidência tucana não foi citada, mas o estrago se propagou de forma sísmica pelo partido a partir daquela madrugada.
A resultante é conhecida: Araújo foi reconduzido nesta sexta (12) à presidência tucana, Aécio Neves ressurgiu do ostracismo em troca dura de acusações com Doria, e o governador Eduardo Leite (RS) foi lançado para disputar a vaga de presidenciável por parte da sigla.
Para o entorno de Doria, o governador errou na forma, mas acertou no conteúdo: a debacle, sob essa ótica, serviu para delimitar quem está de que lado e irá orientar os próximos passos. A ordem agora no Bandeirantes é silenciar e deixar a fervura baixar.
Alguns apontam para Maia na tentativa de encontrar culpados, já que na véspera do jantar ele esteve com Doria e disse que só migraria para o PSDB se o governador tivesse controle sobre o partido.
Na órbita tucana longe de Doria, mesmo em São Paulo, a avaliação é que houve uma tentativa de golpe interno que foi abortada, e que ela vai dificultar enormemente a vida do governador.
Pode ser, alegam os aliados do tucano, mas o PSDB ficará sem o dono do maior ativo hoje contra Bolsonaro, a vacina do Butantan e a condução da crise sanitária. Que pode, lembram, muito bem deixar a sigla e encontrar algum hospedeiro para sua candidatura.
Seja como for, o tucanato só esteve próximo do poder federal em 2014, quando marchou unido com Aécio. Em dois anos será possível aferir o tamanho real da ressaca, ou da euforia, causada pelo vinho da segunda-feira.
Igor Gielow/Folhapress
Bahia registra 64 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas; total de óbitos chega a 10.674
Neste sábado (13), o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) sobre a Covid-19 registrou 64 óbitos. Apesar das mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados hoje. O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 10.674, o que representa uma letalidade de 1,70%.
Na última semana, os números demonstraram uma tendência de crescimento dos óbitos e de quadros clínicos mais graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs. Neste cenário, o Governo da Bahia abriu novos leitos de terapia intensiva nos municípios de Camaçari, Seabra e Barra nos últimos dias e estão previstas ampliações nas cidades de Ilhéus e Porto Seguro, em um esforço para reduzir a pressão na rede assistencial.
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 3.587 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,6) e 3.182 recuperados (+0,5%). Dos 627.265 casos confirmados desde o início da pandemia, 601.598 são considerados recuperados e 14.993 encontram-se ativos
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.003.136 casos descartados e 146.373 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste sábado (13). Na Bahia, 41.228 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
Com 372.098 vacinados contra o coronavírus (Covid-19) até as 15 horas deste sábado (13), a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.
Impeachment: Trump é absolvido em julgamento no Senado
Após quatro dias de audiências, maioria dos republicanos votou a favor do ex-presidente, acusado de incitar invasão do Capitólio
US SENATE TV VIA REUTERS - 13.2.2021 |
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi absolvido em seu segundo processo de impeachment no Senado do país em uma votação apertada neste sábado (13). Como era esperado, a maioria dos senadores republicanos votou pela absolvição. Ele era acusado de ter incitado a invasão ao Capitólio, sede do Congresso, em 6 de janeiro.
Votaram a favor da condenação do ex-presidente todos os 50 democratas e apenas 7 republicanos. Eram necessários 17 votos do partido para que a maioria absoluta de dois terços necessária à condenação fossem atingida. Ainda que a margem desfavorável a Trump fosse maior do que em outras votações, os 43 votos a favor dele foram mais do que suficientes.
Foi a segunda vez que Trump foi absolvido em um julgamento de impeachment em pouco mais de um ano. No primeiro processo, encerrado em 5 de fevereiro de 2020, ele era acusado de abuso de poder ao pedir ao governo da Ucrânia que conseguisse evidências de corrupção contra adversários políticos. Ele condicionou a liberação de uma verba de auxílio militar a essa ajuda.
Dia de reviravoltas
No sábado, quinto dia do julgamento, o processo teve algumas reviravoltas. Logo no início do dia, a equipe de acusação pediu para incluir testemunhas no processo. O objetivo era incluir o depoimento da congressista republicana Jaime Herrera Beutler, relatando uma conversa que Trump teve por telefone com o líder do partido na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, no dia da invasão ao Capitólio, 6 de janeiro.
Durante a invasão, McCarthy ligou para Trump, pedindo que ele ordenasse que os invasores saíssem do Capitólio. De início, o então presidente chegou a dizer que os manifestantes não seriam seus apoiadores, mas sim membros de grupos de esquerda, como os antifas.
O representante, então, falou: "não, esse é o seu pessoal". E Trump respondeu: "bom, Kevin, acho então que essas pessoas estão mais revoltadas com a eleição do que você". Os dois republicanos teriam trocado ofensas em seguida.
O parlamentar descreveu a conversa a diversos colegas, incluindo Beutler, que anotou tudo o que ouviu. Além dela, outros membros do partido confirmaram o relato para a emissora norte-americana, mas sem divulgar suas identidades.
Após quatro dias de audiências, o Senado dos EUA deve votar o futuro político do ex-presidente Donald Trump em uma votação neste sábado (13), exatamente um mês após o impeachment ser aprovado pela Câmara dos Representantes, quando ele ainda estava no cargo. Os senadores devem se reunir às 10h (meio-dia no horário de Brasília) e a votação pode começar às 15h (17h em Brasília) Por R7.com
Fiocruz envasa primeiro lote da vacina Oxford/AstraZeneca produzida no Brasil
Foto: Divulgação/Bio-Manguinhos/Fiocruz |
A Fiocruz é a responsável no Brasil pela produção da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.
O diretor do Instituto, Maurício Zuma, explicou que o processou começou na segunda-feira (9), com o início do descongelamento do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), e que na sexta-feira começou a formulação do lote que será envasado neste sábado (13).
De acordo com a Agência Brasil, serão processadas cerca de 400 mil doses de pré-validação, para garantir que o processo esteja totalmente adequado para a produção da vacina, que seguirão para o controle de qualidade interno do instituto.
O insumo faz parte do lote com 90 litros de IFA recebido pela Bio-Manguinhos/Fiocruz há uma semana, e que são suficientes para a produção de 2,8 milhões de doses. Ainda estão previstas mais duas remessas de IFA em fevereiro, do total de 15 milhões a serem recebidos ainda este mês.
Depois de envasadas as vacinas seguem para o setor de controle de qualidade interno da Bio-Manguinhos, onde uma análise minuciosa deve garantir a sua integridade e segurança. A Fiocruz informou que vai escalonar a produção ao longo dos primeiros meses para manter a meta de 100,4 milhões de doses até julho deste ano.
No segundo semestre não será mais necessária a importação do IFA, que passará a ser produzido em Bio-Manguinhos, após a conclusão da transferência de tecnologia.
A previsão é de que de agosto a dezembro sejam produzidas mais 110 milhões de doses inteiramente na instituição, garantindo autonomia para o país e continuidade da vacinação para toda a população brasileira.
Por: Bahia noticias
Dia Mundial do Rádio é celebrado neste sábado
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Em todo país, circulam ondas eletromagnéticas que transmitem informações importantes para a garantia de direitos e para a democracia. Tais ondas são decodificadas por pequenas caixas que podem funcionar apenas com pilhas. De tão relevantes, essas caixas têm, a elas, um dia que foi mundialmente reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): o Dia Mundial do Rádio, comemorado neste sábado, 13 de fevereiro.
O potencial comunicativo do rádio já foi comprovado em vários momentos ao longo da história. Em um deles, ocorrido em outubro de 1938, milhares de norte-americanos entraram em pânico ao ouvirem, na rádio CBS, o ator Orson Welles alertando sobre uma suposta invasão de marcianos.
Tratava-se apenas de um programa de teleteatro, uma versão radiofônica do livro A Guerra dos Mundos, de H.G Wells. Ao se dar conta do alvoroço entre a população, a emissora teve de interromper o programa para esclarecer o fato aos ouvintes que não haviam assistido a parte inicial da transmissão.
O mais democrático
O jornalista Valter Lima comanda, desde 1986, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional - Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
“O rádio é, sem dúvida, o mais democrático de todos os meios de comunicação. Para desfrutar dele, não há necessidade de pagar internet, nem de ter energia elétrica. Basta ter pilha ou uma bateria”, argumenta o jornalista Valter Lima, âncora, desde 1986, de um dos programas radiofônicos mais longevos do Brasil: o Revista Brasil, da Rádio Nacional, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O aspecto democrático que compõe a essência do rádio é também corroborado pela Unesco que instituiu a data de hoje, 13 de fevereiro, como o Dia Mundial do Rádio.
“A estratégia da Unesco é a de fortalecer o rádio, que é o veículo mais essencial, principalmente nos muitos países onde, seja por conflitos, catástrofes ou por falta de estrutura, não há internet nem energia elétrica acessível para a população. Nesses casos é o rádio que consegue localizar e salvar vidas, justamente por conta da possibilidade de depender apenas de pilha para ser usado”, disse à Agência Brasil o coordenador de comunicação e informação da Unesco no Brasil, Adauto Cândido Soares.
Violência contra radialistas
Adauto Soares acrescenta que o interesse da Unesco em trabalhar neste campo da comunicação está relacionado à visão de que o acesso à informação é parte integrante do direito à comunicação. “Até porque, sabemos, quando um país tem sua democracia atacada, é o direito à comunicação o primeiro a ser silenciado.”
Segundo o coordenador da Unesco, que desenvolve também um trabalho de denúncia de violações de direitos humanos contra jornalistas, os radialistas são as maiores vítimas desse e de outros tipos de violação.
“De um total de 56 jornalistas assassinados em todo o mundo em 2019, 34% atuavam no rádio; 25% em TV; 21% em mídia online; 13% em mídia impressa e 7% em plataformas mistas. Desse total, três mortes ocorreram no Brasil”, disse, citando números do levantamento Protect Journalists, Protect the Truth, publicado pela Unesco em 2020.
Novas tecnologias
A criatividade é uma das características que sempre acompanharam o rádio. Com a chegada de novas tecnologias, em especial, as ligadas à tecnologia da informação, o rádio manteve seu aspecto inovador e continua a se reinventar.
Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende lembra que muito se falou sobre a morte do rádio, com a chegada da TV. “Foi quando o rádio perdeu espaço. Mas não perdeu importância”, disse.
“Se perdeu alguma importância após a chegada da TV, depois voltou a ganhar [importância] quando apareceram novas plataformas, e ele se reinventou, apresentando programações segmentadas, canais específicos de jornalismo herdados, influenciados e influenciadores da TV”, disse o presidente da Abert.
Rádio Nacional lança perfil na plataforma Spotify. Listas foram criadas com curadoria de radialistas das emissoras da EBC - Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
“Hoje, com a internet, ouve-se a notícia radiofônica e vê-se os jornalistas que fazem a notícia. O rádio continua a ter grande importância e está aumentando cada vez mais, reinventando-se diariamente”, acrescentou.
Diante da necessidade de se reinventar constantemente, a Rádio Nacional lançou recentemente (no dia 10 de fevereiro, em meio às celebrações pelo Dia Mundial do Rádio) seu perfil na plataforma Spotify no qual o público pode ouvir – onde e quando quiser – “o melhor da música brasileira”. Para acessar o serviço, basta acessar as playlists “É Nacional no Spotify”.
Estatísticas
O Brasil registra 5,1 mil rádios comerciais, 700 educativas, 458 rádios públicas e 4,6 mil comunitárias, segundo o Ministério das Comunicações - Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
De acordo com o Ministério das Comunicações há, no Brasil, cerca de 5,1 mil rádios comerciais (3.499 na banda FM; e 1325 nas bandas AM, entre ondas médias, curtas e tropicais). Há, ainda, cerca de 700 rádios educativas; 458 rádios públicas; e 4.634 rádios comunitárias.
Na pesquisa Inside Radio, na qual são apresentados aspectos relativos a comportamento e hábitos de ouvintes de rádio, a Kantar Ibope Media constatou que o rádio é ouvido por 78% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas. Além disso, três a cada cinco ouvintes escutam rádio todos os dias. E, em média, cada ouvinte passa cerca de 4h41m por dia ouvindo rádio.
O levantamento avalia também questões relativas à adaptação do rádio à web, bem como novas formas de consumo de áudio, como podcasts e conteúdo on demand.
De acordo com a pesquisa, 81% dos ouvintes escutam rádio por meio de rádio comum; 23% pelo celular; 3% pelo computador; e 4% por meio de outros equipamentos, como tablets.
O crescimento que vem sendo observado na audiência via web demonstra, segundo a Kantar, “a grande capacidade de adaptação do rádio”. Segundo a pesquisa, 9% da população que vive nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas ouviram rádio web nos últimos dias. O percentual é 38% maior do que o registrado no mesmo período de 2019.
Em um ano (entre 2019 e 2020), o tempo médio diário dedicado ao rádio via web aumentou em 15 minutos, passando de 2h40 para 2h55, diz a pesquisa. Além disso, 16% dos ouvintes pesquisados escutam rádio enquanto acessam a internet.
Os podcasts também têm ganhado popularidade. Entre os ouvintes de rádio que acessaram a internet durante a pandemia, 24% ouviram podcasts; 10% aumentaram o uso de podcasts; e 7% ouviram um podcast pela primeira vez.
As chamadas lives também registraram aumento de audiência durante a pandemia, com 75% dos entrevistados dizendo ter começado a assistir lives de shows a partir do início das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de covid-19. Ainda segundo o levantamento da Kantar, 75% dos ouvintes de rádio disseram ouvir rádio "com a mesma intensidade, ou até mais", após as medidas e 17% disseram ouvir "muito mais" rádio após o isolamento.
Preocupação
Participação dos ouvintes é a essência do rádio, segundo o radialista da EBC Valter Lima.- Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
A associação do rádio com novas tecnologias, no entanto, deve ser vista com cautela, para não acabar inviabilizando o formato tradicional desse tão importante veículo. “Emissoras de rádio hoje são em rede, mas a do interior, com outra realidade, não tem essa capacidade de recurso para investimento, como as grandes redes estão fazendo, em especial, quando transformam rádio em uma nova espécie de televisão”, alerta o jornalista Valter Lima.
Segundo ele, ao condicionar o rádio à necessidade de contratação de serviços como o de internet, perde-se exatamente o aspecto democrático que esse veículo sempre teve. “Uma coisa que achatou o desenvolvimento do rádio, infelizmente, foi o fato de ele estar nas mãos de grupos poderosos que possuem também emissoras de televisão [e, em alguns casos, vendem também serviços de internet]. Isso causa um grande desequilíbrio porque, enquanto as TVs estão com equipamentos cada vez mais modernos, há, no interior do Brasil, muitas rádios ainda operando com equipamentos que já até deixaram de ser fabricados”, acrescenta.
Rádios comunitárias
O radialista destaca também o importante papel que as emissoras de rádio comunitárias têm para as regiões “ainda que pequenas” às quais prestam o serviço. Segundo ele, pela proximidade que têm com suas comunidades, essas rádios estão muito mais “antenadas”, com as necessidades locais, do que os grandes grupos de radiodifusão.
Entre os muitos desafios das rádios comunitárias, Valter Lima destaca a necessidade de elas saírem das amarras burocráticas impostas pela legislação.
“É por causa disso que essas rádios, com serviços tão importantes para suas comunidades, não conseguem ir além daquele pedaço tão pequeno. Há também as dificuldades para conseguirem lucros mínimos, de forma a poderem investir e evoluir”, disse o jornalista.
Programas inteligentes
Valter Lima lembra que toda emissora de rádio precisa de ouvintes, e que, para alcançá-los, sempre teve de recorrer a programas inteligentes, criativos e, sobretudo, participativos.
“O conceito de rádio não é o de ser apenas uma caixinha para ser ouvida quando ligada. Rádio precisa ter participação. Precisa ser um espaço para o público dar a sua opinião aos chamados ‘formadores de opinião’. A TV até dá algum espaço para isso, mas nada se compara ao rádio.”
Lara Resende, da Abert, também vê, na interatividade do rádio, um de seus grandes méritos. “A fidelização do ouvinte de rádio é muito interessante porque ele passa a achar que faz parte do programa. Hoje, inúmeras plataformas permitem comentários. Com isso, o rádio ficou ainda mais participativo”, disse.
Tempo real
Um outro aspecto acompanhou o rádio ao longo de sua história: a rapidez com que a notícia é dada, quase que simultaneamente ao fato noticiado. Anos depois, com a ajuda de equipamentos tecnológicos como celulares e internet móvel, outros veículos ganharam velocidade e deram a esse novo tipo de jornalismo veloz o nome de tempo real.
“O rádio sempre foi e continua sendo o primeiro a dar a notícia. O furo é sempre do rádio. Essa é a nossa rotina. Enquanto o outro veículo está digitando texto ou preparando a transmissão nós já estamos no ar usando apenas um aparelho telefônico”, explica Valter Lima.
“Antes do advento do celular, a notícia era dada por meio dos famosos orelhões. Os repórteres andavam com umas 20 fichas no bolso e um cadeado. Sim, um cadeado para travar o telefone, de forma a inviabilizar seu uso pelo concorrente”, lembra o radialista.
Edição: Lílian Beraldo
Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Governo quer que Estados e municípios cortem gastos por dois anos em troca do auxílio
Foto: Luis Macedo/Agência Câmara/Arthur Lira, Paulo Guedes e Rodrigo Pacheco |
A equipe econômica do governo trabalha para incluir na PEC do orçamento de guerra a criação da figura do “estado de emergência fiscal” como medida de ajuste compensatória para a concessão do auxílio emergencial à população de baixa renda.
O acordo para a tramitação da PEC foi acertado ontem entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como antecipou o Estadão.
Estado ou município que declarar estado de emergência fiscal, com base em critérios definidos na proposta, poderá acionar medidas de contenção de gastos automaticamente por dois anos.
O objetivo é que nesse período União, Estados e municípios recuperem a saúde financeira. Na proposta original da PEC do pacto federativo, enviada em novembro de 2019, o critério para Estados e municípios acionarem mecanismos como esse de redução dos salários e suspensão dos concursos era que as despesas correntes excedessem 95% da receita corrente.
O alcance desses mecanismos ainda está em discussão entre o Ministério da Economia e a área política porque devido à urgência para a aprovação da “PEC de guerra”. A ideia é começar a pagar a primeira parcela do auxílio em março – as lideranças congressistas já avisaram que o texto tem que ser mais compacto para haver consenso em torno de uma votação rápida. Medidas mais duras ficariam para uma segunda PEC fiscal para ser votada até o final de julho.
Além do estado de emergência fiscal, a PEC de Guerra pode prever uma cláusula vinculante para que as mesmas práticas cobradas pelo TCU sejam praticadas pelos tribunais de contas estaduais e municipais. A desvinculação de fundos públicos é outra medida em análise para ser incluída na primeira PEC.
Em live organizada na quinta-feira à noite pelo BTG Pactual, o ministro Paulo Guedes acabou “matando” a edição de um crédito extraordinário para a concessão do auxílio (mecanismo mais rápido que permite ser feito por meio de Medida Provisória), ao reconhecer em público que esse auxílio ligado a pandemia não era imprevisível.
No entanto, há ainda grande incerteza e, sobretudo, desconfiança, de que a parte de medidas de ajuste acabará de fora da nova versão da “PEC de guerra”, já que a aprovação de emenda constitucional demora mais tempo e os efeitos da pandemia e da falta de vacinação estão se agravando.
Depois que o Estadão publicou reportagem com detalhes das negociações do auxílio com custo em torno de R$ 30 bilhões, a reação do mercado não foi negativa porque ficou claro para todos que algo precisa ser feito. O que os investidores têm apontado é que a equipe econômica não pode deixar o gasto em aberto na primeira PEC que não terá compensação fiscal. Eles também apontam que qualquer gasto além dos R$ 30 bilhões seja compensado de forma clara.
Para o consultor da Câmara, Ricardo Volpe, a tramitação da PEC pelo Senado, como acertaram Pacheco e Lira, deve ser rápida. O texto está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Em seguida, segue para o plenário. Na Câmara, tem que passar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois na Comissão Especial até chegar no plenário. “O ritmo é mais lento. E tem 10 sessões para apresentação de emendas”, disse Volpe.
Outra alternativa seria aproveitar a PEC do deputado licenciado Pedro Paulo (DEM-RJ) que já está com tramitação mais adiantada para que o texto inicie a tramitação na Câmara. O prazo de 10 sessões pode ser cumprido em cerca de três semanas.
Estadão Conteúdo
Submetralhadora apreendida com autor de mortes em Valéria
Foto: Divulgação SSP Carregadores e munições também foram encontrados por equipes da Rondesp BTS e da 31a CIPM, na sexta-feira (12). |
Os militares faziam ações preventivas contra organizações criminosas, no bairro de Valéria, quando localizaram cerca de 12 homens armados. Na tentativa de cerco, os traficantes atiraram e, após confronto, um deles acabou ferido.
O criminoso, que estava com uma submetralhadora calibre 9mm, carregadores e munições, foi socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu. Informações iniciais indicam que o resistente atuou nos assassinatos de rivais, nos últimos 15 dias, no bairro de Valéria.
Fonte: Acom/Alberto Maraux
Pazuello apela a Guedes para pagar dívida com OMS e não perder direito a voto
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress |
Pazuello narra, no documento, que o Brasil tem pendências com a organização desde 2019. Se o pagamento não for feito até maio deste ano, o País pode perder o direito a voto, alerta o general. “Nesse contexto, muito agradeceria a gentileza de envidar os esforços possíveis e necessários para quitar, com a brevidade possível e na medida da disponibilidade de recursos dessa pasta, as contribuições financeiras devidas pelo Brasil à OMS”, assina Pazuello.
Na pandemia, a OMS auxilia na vigilância da Covid-19, edita diretrizes e dá apoio aos países para enfrentar a doença. A entidade também coordena o consórcio Covax Facility, que tem o Brasil como participante. A ideia é que o País receba, por este mecanismo, vacinas para 10% da população.
O Brasil tem estreita relação com o braço da OMS nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Por meio de convênios com esta organização, o País fez na pandemia a compra de testes para a Covid-19 e seringas. O Brasil também fornece vacinas e outros produtos a países da América Latina, que são comprados por meio de fundos da Opas.
O Ministério da Economia disse ao Estadão que aguarda a aprovação do Orçamento de 2021 pelo Congresso Nacional para reduzir a dívida com a OMS. No projeto há R$ 8,88 milhões reservados a este pagamento, sendo que 88% deste valor (R$ 7,88 milhões) está vinculado à aprovação de crédito extra. O valor indicado no projeto de Orçamento, porém, está bem abaixo dos cerca de R$ 75,3 milhões da parcela de 2021 de contribuição do Brasil à OMS.
A relação política do governo brasileiro com a OMS é conturbada. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), afirmava que a OMS demorou para declarar a covid-19 como uma pandemia, medida que desencadearia protocolos de segurança no mundo todo.
Já o presidente Jair Bolsonaro aponta atuação “partidária” da OMS e, imitando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça deixar a organização. “Ou a OMS deixa de ser uma organização política, partidária até vou assim dizer, partidária, ou nós estudamos sair de lá”, afirmou Bolsonaro em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, em junho de 2020.
Meses antes, em abril, no começo da pandemia, Bolsonaro publicou nas redes sociais informações falsas sobre a organização, apagadas no mesmo dia. Sem citar fontes, o presidente divulgou uma suposta lista de diretrizes do órgão que, de acordo com ele, incentivariam crianças de 0 a 12 anos à masturbação, à homossexualidade e à primeira relação sexual. “Essa é a Organização Mundial da Saúde (OMS) que muitos dizem que eu devo seguir no caso do coronavírus. Deveríamos então seguir também suas diretrizes para políticas educacionais?”, questionou o Bolsonaro.
Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou.
Estadão Conteúdo
Governador sanciona programa de monitoria estudantil na rede estadual
Foto: Eói Correia/Arquivo-GOVBA |
“Com muita alegria, sancionei hoje a lei que vai garantir monitores estudantis em todas as salas de aula da rede estadual de ensino. É um ato histórico para a educação da Bahia. Quero agradecer aos deputados e deputadas que ontem aprovaram nosso projeto na Assembleia Legislativa. Juntos, somos capazes de transformar a vida de milhares de estudantes e de suas famílias por meio da educação. Por isso que a educação continuará sendo prioridade em minha gestão”, afirmou Rui.
O Mais Estudo tem o objetivo de estimular a participação dos estudantes em ações de auxílio e reforço de aprendizagem, especialmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Como parte do programa, cada turma terá dois monitores, que serão selecionados dentre os estudantes do Ensino Médio, da Educação Profissional e do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, a partir das notas obtidas no ano anterior ou no trimestre anterior ao da etapa de seleção. As atividades de monitoria ocorrerão no turno em que o estudante não estiver em atividade escolar.
A bolsa de monitoria, no valor de R$ 100, será paga por período correspondente aos meses do ano letivo em cada edição do programa. O bom desempenho escolar e a frequência regular são os critérios obrigatórios para a concessão da bolsa aos monitores.
Em 2019, na fase piloto do Mais Estudo, a Secretaria da Educação do Estado ofertou 10 mil vagas para os estudantes para ajudar os colegas com notas abaixo da média nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, com direito a bolsas.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
Decreto que proíbe shows e aulas na Bahia é prorrogado até 21 de fevereiro
Foto: Divulgação/GovBa |
O Governo do Estado prorrogou o decreto que suspende os shows e as aulas nas unidades de ensino das redes pública e privada em toda a Bahia. A prorrogação será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (13) e vale até o dia 21 de fevereiro.
O decreto ainda proíbe a realização de atividades com público superior a 200 pessoas, como passeatas, feiras, circos, eventos científicos, desportivos e religiosos. Shows e festas, públicas ou privadas, seguem proibidos independentemente do número de participantes.
Cerimônias de casamento e solenidades de formatura podem ser realizadas desde que limitadas a até 200 pessoas. A parte festiva desses eventos não está permitida.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
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