Boletim Covid/ de 21 de Fevereiro, confirma dois novos casos de coronavirus e 27 casos ativos.

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 21 de fevereiro, tivemos 8.516 casos registrados como suspeitos, sendo 2.475 casos confirmados, dentre estes, são 2.394 pessoas RECUPERADAS, 21 estão em isolamento social, 06 estão internadas e 44 foram a óbito. 5.969 casos foram descartados e 37 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 27 casos ativos.

O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .

Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Veja as novas cidades que sofrerão toque de recolher na Bahia a partir desta segunda

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

Com o avanço da Covid-19 em todo o estado, o governador Rui Costa (PT) inseriu, neste domingo (21), novas cidades baianas na lista dos municípios que terão toque de recolher. Ele também ampliou o horário da medida. Agora, das 20h até às 5h, se estendendo até o próximo domingo (28).

As novas cidades na lista são: América Dourada, Barra do Mendes, Barro Alto, Caem, Cafarnaum, Caldeirão Grande, Canarana, Capim Gross, Central, Gentio de Ouro, Ibipeba, Ibitirá, Irecê, Itaguaçu da Bahia, Jacobina, João Dourado, Jussara, Lapão, Mairi, Miguel Calmon, Mirangaba, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Ourolândia, Piritiba, Presidente Dutra, Quixabeira, São Gabriel, São José do Jacuípe Saúde, Serrolândia, Tapiramutá, Uibaí, Umburanas, Várzea da Roça Várzea do Poço, Várzea Nova e Xique-Xique.

Por lá, o toque de recolher já irá valer a partir desta segunda-feira (22).

Confira abaixo os demais municípios já na lista:

1. Abaíra
2. Abaré
3. Acajutiba
4. Adustina
5. Água Fria
6. Aiquara
7. Alagoinhas
8. Alcobaça
9. Almadina
10. Amargosa
11. Amélia Rodrigues
12. Anagé
13. Andaraí
14. Andorinha
15. Anguera
16. Antas
17. Antônio Cardoso
18. Antônio Gonçalves
19. Aporá
20. Apuarema
21. Araçás
22. Aracatu
23. Araci
24. Aramari
25. Arataca
26. Aratuípe
27. Aurelino Leal
28. Baixa Grande
29. Banzaê
30. Barra da Estiva
31. Barra do Choça
32. Barra do Rocha
33. Barro Preto
34. Barrocas
35. Belmonte
36. Belo Campo
37. Biritinga
38. Boa Nova
39. Boa Vista do Tupim
40. Bom Jesus da Serra
41. Boninal
42. Bonito
43. Boquira
44. Botuporã
45. Brejões
46. Brumado
47. Buerarema
48. Caatiba
49. Cabaceiras do Paraguaçu
50. Cachoeira
51. Caculé
52. Caetanos
53. Caetité
54. Cairu
55. Camacã
56. Camaçari
57. Camamu
58. Campo Alegre de Lourdes
59. Campo Formoso
60. Canavieiras
61. Candeal
62. Candeias
63. Candiba
64. Cândido Sales
65. Cansanção
66. Canudos
67. Capela do Alto Alegre
68. Caraíbas
69. Caravelas
70. Cardeal da Silva
71. Carinhanha
72. Casa Nova
73. Castro Alves
74. Catu
75. Caturama
76. Chorrochó
77. Cícero Dantas
78. Cipó
79. Coaraci
80. Conceição da Feira
81. Conceição do Almeida
82. Conceição do Coité
83. Conceição do Jacuípe
84. Conde
85. Condeúba
86. Contendas do Sincorá
87. Coração de Maria
88. Cordeiros
89. Coronel João Sá
90. Cravolândia
91. Crisópolis
92. Cruz das Almas
93. Curaçá
94. Dário Meira
95. Dias d’Ávila
96. Dom Basílio
97. Dom Macedo Costa
98. Elísio Medrado
99. Encruzilhada
100. Entre Rios
101. Érico Cardoso
102. Esplanada
103. Euclides da Cunha
104. Eunápolis
105. Fátima
106. Feira da Mata
107. Feira de Santana
108. Filadélfia
109. Firmino Alves
110. Floresta Azul
111. Gandu
112. Gavião
113. Glória
114. Gongogi
115. Governador Mangabeira
116. Guajeru
117. Guanambi
118. Guaratinga
119. Heliópolis
120. Iaçu
121. Ibiassucê
122. Ibicaraí
123. Ibicoara
124. Ibicuí
125. Ibipitanga
126. Ibiquera
127. Ibirapitanga
128. Ibirapuã
129. Ibirataia
130. Ibitiara
131. Ichu
132. Igaporã
133. Igrapiúna
134. Iguaí
135. Ilhéus
136. Inhambupe
137. Ipecaetá
138. Ipiaú
139. Ipirá
140. Irajuba
141. Iramaia
142. Iraquara
143. Irará
144. Itabela
145. Itaberaba
146. Itabuna
147. Itacaré
148. Itaetê
149. Itagi
150. Itagibá
151. Itagimirim
152. Itaju do Colônia
153. Itajuípe
154. Itamaraju
155. Itamari
156. Itambé
157. Itanagra
158. Itanhém
159. Itaparica
160. Itapé
161. Itapebi
162. Itapetinga
163. Itapicuru
164. Itapitanga
165. Itaquara
166. Itarantim
167. Itatim
168. Itiruçu
169. Itiúba
170. Itororó
171. Ituaçu
172. Ituberá
173. Iuiu
174. Jacaraci
175. Jaguaquara
176. Jaguarari
177. Jaguaripe
178. Jandaíra
179. Jequié
180. Jeremoabo
181. Jiquiriçá
182. Jitaúna
183. Juazeiro
184. Jucuruçu
185. Jussari
186. Jussiape
187. Lafaiete Coutinho
188. Lagoa Real
189. Laje
190. Lajedão
191. Lajedinho
192. Lajedo do Tabocal
193. Lamarão
194. Lauro de Freitas
195. Lençóis
196. Licínio de Almeida
197. Livramento de Nossa Senhora
198. Macajuba
199. Macarani
200. Macaúbas
201. Macururé
202. Madre de Deus
203. Maetinga
204. Maiquinique
205. Malhada
206. Malhada de Pedras
207. Manoel Vitorino
208. Maracás
209. Maragogipe
210. Maraú
211. Marcionílio Souza
212. Mascote
213. Mata de São João
214. Matina
215. Medeiros Neto
216. Milagres
217. Mirante
218. Monte Santo
219. Mortugaba
220. Mucugê
221. Mucuri
222. Mundo Novo
223. Muniz Ferreira
224. Muritiba
225. Mutuípe
226. Nazaré
227. Nilo Peçanha
228. Nordestina
229. Nova Canaã
230. Nova Fátima
231. Nova Ibiá
232. Nova Itarana
233. Nova Redenção
234. Nova Soure
235. Nova Viçosa
236. Novo Horizonte
237. Novo Triunfo
238. Olindina
239. Ouriçangas
240. Palmas de Monte Alto
241. Palmeiras
242. Paramirim
243. Paripiranga
244. Pau Brasil
245. Paulo Afonso
246. Pé de Serra
247. Pedrão
248. Pedro Alexandre
249. Piatã
250. Pilão Arcado
251. Pindaí
252. Pindobaçu
253. Pintadas
254. Piraí do Norte
255. Piripá
256. Planaltino
257. Planalto
258. Poções
259. Pojuca
260. Ponto Novo
261. Porto Seguro
262. Potiraguá
263. Prado
264. Presidente Jânio Quadros
265. Presidente Tancredo Neves
266. Queimadas
267. Quijingue
268. Rafael Jambeiro
269. Remanso
270. Retirolândia
271. Riachão do Jacuípe
272. Riacho de Santana
273. Ribeira do Amparo
274. Ribeira do Pombal
275. Ribeirão do Largo
276. Rio de Contas
277. Rio do Antônio
278. Rio do Pires
279. Rio Real
280. Rodelas
281. Ruy Barbosa
282. Salinas da Margarida
283. Salvador
284. Santa Bárbara
285. Santa Brígida
286. Santa Cruz Cabrália
287. Santa Cruz da Vitória
288. Santa Inês
289. Santa Luzia
290. Santa Teresinha
291. Santaluz
292. Santanópolis
293. Santo Amaro
294. Santo Antônio de Jesus
295. Santo Estêvão
296. São Domingos
297. São Felipe
298. São Félix
299. São Francisco do Conde
300. São Gonçalo dos Campos
301. São José da Vitória
302. São Miguel das Matas
303. São Sebastião do Passé
304. Sapeaçu
305. Sátiro Dias
306. Saubara
307. Seabra
308. Sebastião Laranjeiras
309. Senhor do Bonfim
310. Sento Sé
311. Serra Preta
312. Serrinha
313. Simões Filho
314. Sítio do Quinto
315. Sobradinho
316. Souto Soares
317. Tanhaçu
318. Tanque Novo
319. Tanquinho
320. Taperoá
321. Teixeira de Freitas
322. Teodoro Sampaio
323. Teofilândia
324. Teolândia
325. Terra Nova
326. Tremedal
327. Tucano
328. Uauá
329. Ubaíra
330. Ubaitaba
331. Ubatã
332. Una
333. Urandi
334. Uruçuca
335. Utinga
336. Valença
337. Valente
338. Varzedo
339. Vera Cruz
340. Vereda
341. Vitória da Conquista
342. Wagner
343. Wenceslau Guimarães



Mateus Soares

Bolsonaro diz que reajustes são ‘covardia’ e Castello Branco tinha ‘compromisso zero’ com País

Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que a decisão de afastar Roberto Castello Branco do comando da Petrobrás se deu porque a magnitude dos reajustes dos preços dos combustíveis este ano foi uma “covardia”. Para ele, a estratégia de aumentar os valores foi para “atacar” o seu governo. Durante conversa com apoiadores neste sábado, o presidente também prometeu agir no mercado de energia elétrica. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, afirmou.

Bolsonaro falou com apoiadores no dia seguinte à indicação do general Joaquim Silva e Luna para o comando da estatal do petróleo. O nome do general terá de ser aprovado pelo conselho da companhia, que há 36 anos não era presidida por um militar. “Parecia exorcismo quando eu falei que não ia prorrogar por mais dois anos o mandado do cara (Castello Branco). Compromisso zero com o Brasil, zero. Nunca ajudaram em nada…”, descreveu o presidente.

Mais cedo, numa live dentro de um carro, Bolsonaro também criticou o fato de Castello Branco estar trabalhando em home office desde março. Agora, sua insatisfação foi com a elevação dos preços nas bombas, que seria injustificada. “Não é aumentando o preço de acordo com o petróleo lá fora e o dólar aqui dentro, é mais do que isso: a preocupação é ganhar dinheiro em cima do povo. Não justifica 32% de reajuste do diesel no corrente ano. Ninguém esperava essa covardia desse reajuste agora”, afirmou.

A Petrobras é uma companhia mista e tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores no Brasil e também no exterior, por meio de ADRs. A decisão de ontem à noite de tirar Castello Branco da estatal fez os preços da companhia despencarem no mercado financeiro aqui e nos Estados Unidos pelo temor de uma interferência do Planalto sobre a empresa. “Ninguém quer interferir ou está interferindo na Petrobras, mas eles estão abusando. Assim como eu dizia que queriam me derrubar na pandemia pela economia, fechando tudo, agora resolveram atacar na energia”, justificou.
Estadão

Silva e Luna defende ‘equilíbrio’ entre acionistas e sociedade na Petrobrás e diálogo com governo

Foto: Mauro Pimentel/AFP
Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Petrobrás, o general da reserva Joaquim Silva e Luna acredita que é necessário “equilibrar as atenções” entre os interesses de acionistas e investidores da empresa e os da sociedade, que sente o reflexo de ações da empresa, como os reajustes de combustíveis e de gás.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, ele disse não ver possibilidade em interferências nos preços e que, se aprovado pelo conselho de administração da empresa, pretende ter diálogo com o governo federal, principalmente com o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, e com o Ministério de Minas e Energia, que abriga a estatal em seu guarda-chuva.

Ele defende que a Petrobrás deve ser uma empresa forte e que dê confiança para os que querem investir. No mercado, a mudança no comando da estatal não foi bem recebida. Há expectativa de que as perdas devem se agravar nos próximos dias. Mas, para Silva e Luna, a situação é reversível. Ele afirma que houve uma percepção “equivocada” e chegou a atribuir a reação negativa ao fato de a indicação ser de um militar. Mesmo assim, afirmou que a diretoria continuará sendo integrada por especialista e ressaltou seu papel no serviço público, à frente do ministério da Defesa do governo Temer e seu atual cargo, na diretoria-geral brasileira da Itaipu Binacional.

Silva e Luna deve substituir Roberto Castello Branco, a quem o presidente Bolsonaro criticou até por trabalhar de home office durante a pandemia. O anúncio da indicação foi feito pelo próprio chefe do Executivo pelas redes sociais na noite de sexta-feira. A mudança acontece após uma série de críticas em relação à política de reajustes adotada pela Petrobrás, que segue as cotações do mercado internacional. Pesou ainda declaração de Castello Branco de que a insatisfação de caminhoneiros com preço do diesel não era um problema da empresa.

Ele nega possíveis intervenções na política de preço vigente e ressalta que a responsabilidade sobre o tema é da diretoria executiva da empresa, e que a decisão sobre o tema é colegiada. “Uma pessoa, um assento, vai ser um voto em um contexto de tantos outros.” Por outro lado, o general não descarta que o tema seja discutido pelo colegiado. “As pessoas podem conversar sobre tudo isso, encontrar outra forma, nada está definido e encerrado. Sempre tem outra possibilidade de ter outra maneira de ver um problema, sempre é possível fazer alguma coisa”, disse.

Ainda em uma avaliação inicial, o militar da reserva diz que a Petrobrás tem de ser uma empresa forte, que traga segurança aos investidores, e que seu presidente tem de “equilibrar atenções” e enxergar o impacto que a empresa tem para a população. “Ele tem de enxergar. Às vezes fica muito focado em que a empresa tem de dar lucro, que a empresa está no mercado, tem seus acionistas, tem seu valor, tudo isso. Mas também tem de enxergar, isso é um pensamento inicial, de forma muito primária, posso até mudar o que estou dizendo, tem de enxergar a sociedade, a finalidade na qual a empresa existe, se não fica desfocado”, afirma.

O diretor-geral de Itaipu afirmou que falar sobre a empresa com muita profundidade neste momento seria “indelicado”, pois ainda não teve seu nome aprovado pelo Conselho e ainda há outra pessoa no cargo. Preferiu não opinar sobre outras frentes, como a política de desinvestimentos e venda de ativos em curso. Diz que, se confirmado no posto, irá sentar e estudar sobre o tema. Também pretende ter diálogo com o governo, principalmente com os Ministérios ligados à empresa: Economia e Minas e Energia, sob comando de Bento Albuquerque. “É ideal ter diálogo com todos os ministérios. O governo não é só o presidente. Isso sempre foi um princípio: trabalhar aliando as percepções de todo mundo.”

Próximo de Bolsonaro, Silva e Luna completa dois anos à frente da margem brasileira da Itaipu Binacional, que pertence ao Brasil e ao Paraguai, neste domingo, 21. Antes, acompanhou de perto a greve dos caminhoneiros no País em 2018, ainda no governo de Temer, como chefe do Ministério da Defesa. Questionado sobre suas expectativas para a decisão do conselho de administração, respondeu: “Sou otimista por natureza, mas não faço nenhuma avaliação, está totalmente fora da minha condição.”

Estadão

Tony Kanaan retorna ao automobilismo brasileiro e vai correr na Stock Car

Foto: Duda Bairros/Full Time Sports
O baiano Tony Kannan vai fazer parte do grid da Stock Car na temporada 2021. Ele foi anunciado neste domingo (21) como piloto da Full Time Texaco Racing.

Experiente, Tony Kannan, de 46 anos, foi campeão da Fórmula Indy em 2004 e venceu a cobiçada 500 milhas de Indianópolis em 2013.

“É uma fase nova da minha vida. A Stock Car, nunca foi segredo pra ninguém, era uma categoria que eu gostaria de disputar. As expectativas são grandes. Vamos chegar numa das melhores equipes da Stock Car, com a Texaco, um patrocinador lendário na categoria, então eu espero aprender bastante”, comemorou o piloto.

A estreia de Kanaan pela Texaco Racing será no dia 28 de março, no Velopark (RS), data da primeira etapa da temporada 2021 da Stock Car.

A Stock Car conta com quatro ex-pilotos da Fórmula 1: o estreante Felipe Massa, o atual vice-campeão da categoria Ricardo Zonta, Rubens Barrichello e Nelson Piquet Jr.

Conselho avalia que Petrobras está blindada e resistência à troca de comando perde força

Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras

O conselho de administração da Petrobras avalia que mudança no estatuto da companhia feita em 2018 blinda a gestão contra interferências na política de preços dos combustíveis. A percepção reduziu a resistência inicial à troca no comando da estatal anunciada nesta sexta (21) pelo presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a Folha apurou, a mudança de postura é fruto também de um trabalho de convencimento feito pelo governo nos últimos dias. A avaliação agora é que, ao invés de questionar a nomeação, será mais produtivo cobrar o cumprimento da política de preços da companhia.

O governo tem hoje sete indicados entre os onze conselheiros da Petrobras, mas cinco deles são executivos com experiência no mercado financeiro e na atuação em conselhos de administração. Apoiadores da gestão Roberto Castello Branco, eles chegaram a debater renúncia coletiva.

Agora, acreditam que a resistência pode ser uma batalha perdida que prejudicaria a empresa, já que o governo pode destituir os descontentes e substituí-los por nomes mais alinhados.

“A briga não é essa. A briga é para que qualquer pessoa que sente na cadeira de presidente da Petrobras respeite as regras de mercado, respeite os investidores, respeite a paridade internacional, respeite o plano estratégico da empresa”, disse um dos conselheiros que representa os acionistas minoritários, Marcelo Mesquita, em entrevista à Globonews.

“Existem proteções na empresa hoje para que nenhuma loucura seja feita. É impossível o novo presidente da Petrobras, seja ele quem for, não ter preços na paridade internacional .Agora, se o país quer dar subsídios a alguns clientes para que tenham combustíveis mais baratos, aí é um problema político”, prosseguiu.

A proteção foi inserida em mudanças no estatuto feitas ainda na gestão Pedro Parente, primeiro presidente da estatal durante o governo Michel Temer, com o objetivo de tentar evitar a repetição das interferências realizadas durante o governo Dilma Rousseff, que geraram perda de quase R$ 90 bilhões à área de refino da companhia.

A principal cláusula determina que a empresa cobre ressarcimento do governo em caso de prejuízos com a concessão de subsídios aos preços dos combustíveis ou com investimentos de interesse público.

Ou seja, se a empresa for obrigada a vender gasolina mais barata do que no mercado internacional, a União teria que cobrir a diferença de receita uma vez por ano. E, caso decida orientar a empresa a assumir obrigações diversas do setor privado, isso deverá ser feito por meio de contrato ou convênio.

A alteração foi feita meses antes da greve dos caminhoneiros que paralisou o Brasil por duas semanas em 2018. Como solução para reduzir o preço do diesel, o governo federal teve que criar um subsídio com recursos do Tesouro, que custou cerca de R$ 9 bilhões.

Opositora da política de preços atual e da visão estratégica da gestão Castello Branco, a representante dos trabalhadores no conselho, Rosângela Buzanelli, fez críticas públicas neste domingo (21) à maneira como o processo foi conduzido.

“Em que pese o direito do acionista controlador, no caso a União, de destituir e indicar um conselheiro de administração e o presidente da estatal, há que se fazê-lo com o mínimo de respeito às pessoas, aos ritos e processos legais, sempre buscando preservar as pessoas e a empresa”, afirmou.

O conselho de administração da Petrobras se reúne na próxima terça (23) para avaliar o desempenho financeiro da companhia em 2020, que será divulgado na quarta (24). A pauta incluía ainda a recondução de Castello Branco para um mandato de mais dois anos à frente da estatal.

Na sexta (19), um dia após afirmar que faria mudanças na Petrobras, porém, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou oficialmente em uma rede social a indicação do general Joaquim Silva e Luna para comandar a empresa.

Em ofício enviado à estatal, o MME (Ministério de Minas e Energia) solicitou a convocação de assembleia de acionistas para aprovar a nomeação de Silva e Luna na presidência do conselho de administração. Só depois o colegiado avaliará seu nome para ocupar a presidência da companhia.

Na mesma mensagem, o MME informou que a União, acionista majoritária da Petrobras, propôs a recondução de todos os outros conselheiros de sua cota, o que foi visto pelos membros do colegiado como uma forma de pressionar pela aceitação da troca de comando.

De todo modo, mesmo insatisfeitos com a condução do processo pelo presidente da República, os conselheiros avaliam agora que resistir à mudança seria uma “batalha inglória”, nas palavras de Mesquita.

Em suas primeiras declarações após ser indicado à presidência da estatal, Silva e Luna disse que não poderia interferir na política de preços, que “é responsabilidade da diretoria-executiva” da empresa, mas defendeu que a empresa deve ter consciência de que é parte da sociedade e que seus produtos são voltados a pessoas

Em seu texto publicado neste domingo, a representante dos trabalhadores no conselho se mostrou favorável a alteração na política de preços atual, que na sua opinião “penaliza desnecessariamente a sociedade brasileira”, com “o único e exclusivo fim de maximizar pagamentos de dividendos aos acionistas no curto prazo”.

“A Petrobrás não é dos acionistas, dos fundos de investimentos, ou do governo de plantão. A Petrobrás é do Estado brasileiro, do seu povo que lutou pela sua criação, a construiu e a agigantou, alçando-a ao podium das maiores e melhores do mundo no setor, premiada internacionalmente várias vezes”, afirmou.

Nicola Pamplona / Folha de São Paulo

Pelo terceiro dia consecutivo, Bahia registra maior número de pacientes em UTIs Covid-19

Foto: Paula Fróes/GOVBA

Pelo terceiro dia consecutivo, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registra o maior número de pacientes internados em UTIs Covid-19 desde o início da pandemia. São 890 pacientes adultos e pediátricos em estado grave ocupando leitos nas diversas regiões da Bahia. O boletim epidemiológico deste domingo (21) também registra 63 mortes. Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro das mortes foram realizadas hoje.

Hoje, em virtude da elevação na taxa de ocupação de leitos de UTI em toda a Bahia, o governador Rui Costa determinou a ampliação do horário do toque de recolher. A partir desta segunda-feira (22), a restrição será das 20h às 5h. A determinação visa provocar uma redução da taxa de crescimento da Covid-19 no estado.

As denúncias sobre aglomerações em espaços públicos ou privados serão fundamentais para facilitar o trabalho da polícia. Para isso, a população poderá utilizar os canais de comunicação oficiais através do 190, ou (71) 3235-0000 (para a capital) e no interior do estado por meio do 181. Lembrando que a denúncia é anônima e a viatura mais próxima é acionada para o local.

Boletim epidemiológico

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.851 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) e 2.372 recuperados (+0,4%). Dos 653.335 casos confirmados desde o início da pandemia, 625.441 já são considerados recuperados e 16.703 encontram-se ativos.

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.018.766 casos descartados e 150.783 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste domingo (21). Na Bahia, 41.937 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Hoje foram registradas 63 mortes e o número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 11.191, representando uma letalidade de 1,71%. Dentre os óbitos, 56,64% ocorreram no sexo masculino e 43,36% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 55,17% corresponderam a parda, seguidos por branca com 20,34%, preta com 14,54%, amarela com 0,58%, indígena com 0,15% e não há informação em 9,22% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 70,46%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,38).

A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Vacinação

Com 414.372 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 49.428 receberam também a segunda dose, até as 15 horas deste domingo, a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.

Tem se observado volume excedente de doses nos frascos das vacinas contra a Covid-19, o que possibilita a utilização de 11 e até 12 doses em apenas um frasco, assim como acontece com outras vacinas multidoses. O Ministério da Saúde emitiu uma nota que autoriza a utilização do volume excedente, desde que seja possível aspirar uma dose completa de 0,5ml de um único frasco-ampola. Desta forma, poderá ser observado que alguns municípios possuem taxa de vacinação superior a 100%.

Fiocruz confirma chegada de novo lote de vacinas contra Covid-19 ainda em fevereiro

Foto: Dado Ruvic/Reuters

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou na sexta-feira, 19, que receberá mais dois milhões de doses prontas da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, que virão do Instituto Serum, da Índia. O novo lote deverá chegar até o fim deste mês e irá auxiliar na campanha nacional. Em algumas cidades, como o Rio, o processo foi suspenso por falta de imunizantes.

O acordo firmado entre a Fiocruz, a AstraZeneca e o Instituto Serum prevê a aquisição de um total de dez milhões de vacinas importadas, além de dois milhões já recebidas em 24 de janeiro. As outras oito milhões de doses serão importadas ao longo dos próximos dois meses, mas ainda não há data prevista.

Na última semana, três capitais do País – Rio, Salvador e Cuiabá – anunciaram que não vão mais aplicar a primeira dose do imunizante até a chegada de novas remessas. Outras, como Curitiba, informaram que só tinham volume suficiente para mais alguns dias.

Estadão

Com taxa de ocupação dos leitos de UTI em 80%, Rui Costa amplia horário de toque de recolher para 20h

Foto: Divulgação/Facebook
O governador Rui Costa (PT) anunciou, em uma publicação feita nas redes sociais neste domingo (21), que irá ampliar o horário do toque de recolher na Bahia. Agora, a partir desta segunda (22), a medida será das 20h até às 5h.

“Infelizmente, alcançamos a marca de 80% de ocupação dos leitos de UTI na Bahia e a consequência será a ampliação do horário do toque de recolher. A partir desta segunda, dia 22, a restrição será das 20h às 5h. A região Oeste será a única exceção na atualização do decreto.”, escreveu, no Twitter.

“O atendimento presencial em bares e restaurantes será até 18h. O funcionamento do transporte metropolitano até 20h30. Delivery de alimentos até 23h. Medidas visam conter avanço do coronavírus. Estamos vivendo um momento extremamente grave e conto com a compreensão de todos”, acrescentou Rui.

Confira o tuíte:

Rui Costa (@costa_rui) February 21, 2021
nfelizmente, alcançamos a marca de 80% de ocupação dos leitos de UTI na #Bahia e a consequência será a ampliação do horário do toque de recolher. A partir desta segunda, dia 22, a restrição será das 20h às 5h. A região Oeste será a única exceção na atualização do decreto.
Mateus Soares

Três pessoas foram presas pela Polícia Militar no centro de Itagibá por tráfico de drogas

Foto: Divulgação/PM
Por volta das 21h05min, desse sábado (20/02/21), a guarnição da 55ª CIPM/Itagibá recebeu uma denúncia anônima, que pessoas estariam na localidade conhecida como Campo Peladão, na rua Dudu Correio, centro de Itagibá, comercializando drogas.

A guarnição se dirigiu ao local, e lá chegando, se deparou com pessoas, que, ao avistarem a viatura, tentaram empreender fuga, porém, foram alcançados pelos policiais militares.

Após abordagem, foi feita uma busca minuciosa no entorno, e foi encontrado um saco plástico contendo 21 papelotes de uma substância análoga à cocaína.

Os suspeitos foram conduzidos, juntamente com o material ilícito para o Plantão Central, na delegacia de Ipiaú, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante delito.

Envolvidos: M. B. dos S., Nasc: 02/12/1996. Endereço: Rua Giovelino Juvenal Almeida Sampaio, N°145,Bairro 31 de Março, Itagibá-BA. R. P. B.,Nasc:17/07/1993. End:Albino Cajaíba, Bairro 31 de Março,n°85 Itagibá-BA. M. S. S., Nasc. 14/01/1995. End. Rua Atalaia, n05, Bairro Barroquinha, Itagibá-BA. Materiais apreendidos: 21 Petecas de uma substância análoga à cocaína.

(Informações: Ascom/ 55ª CIPM) PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Jovem é Preso e adolescente apreendida pela Po´licia Militar em Ipiaú por por tráfico de drogas

Foto: Divulgação/PM
Por volta das 11h30min, deste domingo (21/02/21), a guarnição da 55ª CIPM/PETO, em rondas no bairro Democracia (Invasão), na rua Protogênes Jaqueira, visualizou duas pessoas em atitude suspeita na porta de um imóvel.

Ao ser efetuada a abordagem, foi encontrada dentro da roupa da adolescente um vasilhame contendo entorpecentes e dinheiro.

Os suspeitos foram conduzidos e apresentados na Delegacia de Ipiaú, juntamente com todo material apreendido.

Conduzidos: G. do S. S., Nasc: 19/12/2004. Endereço: Rua protégnes Jaqueira, n 63. Invasão. A. N. A.,Nasc: 02/01/2001

Materiais apreendidos: 42 Pedras de crack, 07 Pinos de cocaína, R$ 330,00 (trezentos e trinta reais), 01 vasilhame.

Informações: Ascom/55ª CIPMPMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Com origem de esquerda e lava-jatista, Fachin assume lugar de Celso em críticas a Bolsonaro e militares

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Com a aposentadoria de Celso de Mello, o ministro Edson Fachin assumiu o posto no STF (Supremo Tribunal Federal) de principal crítico do presidente Jair Bolsonaro e da atuação política de militares.

Assim como fez o ex-decano da corte no início do atual governo, o magistrado tem alertado para eventuais riscos à democracia que a militância bolsonarista pode representar.

O último episódio de acirramento na relação entre o Supremo e o Palácio do Planalto surgiu justamente de uma nota em que Fachin responde ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas e afirma ser “intolerável e inaceitável qualquer tipo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário”.

O ministro se referia às revelações do general da reserva de que a publicação de um tuíte em 2018 para pressionar a corte um dia antes do julgamento que levou à prisão do ex-presidente Lula (PT) foi elaborada por ele junto com “integrantes do Alto-Comando” das Forças Armadas.

Com as críticas aos militares e ao chefe do Executivo, Fachin manda sinais para a esquerda, responsável pela sua indicação ao STF e por quem é considerado inimigo político desde que assumiu a relatoria da Lava Jato na corte.

Não foi apenas no embate com Villas Bôas que Fachin criticou a movimentação política de militares. Em recente entrevista à Folha, o ministro citou a “remilitarização do governo civil” como um dos sete sintomas que revelam a existência da “corrupção da democracia” no Brasil.

E classificou como “preocupante” a presença do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.

Relator da Lava Jato no STF, o magistrado será presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entre fevereiro e agosto de 2022, ano de eleição presidencial, e tem apontado o comportamento de Bolsonaro como um risco ao sistema eleitoral brasileiro.

Sem mencionar o presidente, ele listou à Folha a “recusa antecipada de resultado eleitoral adverso” e a “depreciação do valor do voto” como sintomas da corrupção democrática do país.

A afirmação ocorreu pouco mais de um mês depois de o chefe do Executivo ter declarado que o Brasil pode ter um “problema pior que nos Estados Unidos” caso não tenha voto impresso no pleito de 2022.

Bolsonaro fez referência à invasão do Congresso americano por uma multidão que não aceitava a vitória de Joe Biden contra Donald Trump, aliado do presidente brasileiro.

Fachin, no entanto, teme que o risco no Brasil seja maior, uma vez que nos Estados Unidos não houve “adesão de lideranças políticas à tentativa de golpe nem ocorreu a atuação ilegítima das forças de segurança e das Forças Armadas”.

Em outra oportunidade, o ministro aproveitou o golpe militar em Mianmar do início deste mês para mandar recados ao Palácio do Planalto.

“O colapso da democracia, nesse norte, é semeado na pré-temporada do discurso. Na sombra das palavras jaz a sub-repção. Cumpre vigiar”, disse, por meio de nota, em 2 de fevereiro.

Naquele país, os militares alegaram fraude nas eleições, prenderam a cúpula do governo civil e assumiram o poder.

Fachin foi o integrante do STF a comentar o tema de maneira mais enfática e disse que “ataques à credibilidade dos pleitos avultam como estratégias coordenadas” para “formar um caldo de cultura” que justifique a não aceitação do resultado das eleições.

“Ao redor do planeta a perversa desmoralização das eleições invade a espacialidade discursiva como parte de projetos que visam ao colapso das democracias”, afirmou.

O ministro tem sido visto no tribunal como o sucessor de Celso de Mello, que se aposentou em outubro do ano passado, no enfrentamento com Bolsonaro e com a participação política de militares no governo.

Em maio do ano passado, no auge da crise entre os Poderes, quando Bolsonaro participou de manifestação que pedia fechamento do Congresso e do Supremo em frente ao Quartel General do Exército, o então decano deu a declaração mais dura de um ministro da corte contra o presidente.

Celso comparou o Brasil à Alemanha de Hitler e disse que bolsonaristas querem “abjeta ditadura”.

“Guardadas as devidas proporções, o ‘ovo da serpente’, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) parece estar prestes a eclodir no Brasil”, afirmou em mensagem enviada a outros ministros do Supremo.

Agora, apesar de ainda não ter feito uma comparação tão pesada, Fachin tem adotado a mesma linha de alertar para o risco dos ataques da militância bolsonarista às instituições.

Esta também é uma forma de o ministro tentar se reconciliar com a esquerda, que garantiu sua ascensão ao Supremo e passou a criticá-lo pela defesa que faz da Lava Jato.

A posição favorável à operação e crítica do atual governo, porém, faz com que seja criticado por ambos os campos políticos.

Após comentar as revelações de Villas Bôas sobre os bastidores da publicação de um tuíte às vésperas do julgamento de Lula, o ministro foi ironizado pelo próprio general da reserva pelo fato de a reação ter ocorrido três anos depois e também foi contestado pelo petista.

Na última quinta-feira (18), em entrevista ao UOL, o petista questionou o momento escolhido por Fachin para comentar o caso. “Por que o Fachin veio falar agora, três anos depois? Por que se acovardou na hora?”, disse.

Em 2015, porém, a maior parte do PT apoiou e comemorou a escolha de Fachin.

Na época, a então presidente Dilma Rousseff (PT) já estava com a popularidade em baixa e enfrentava críticas inclusive da esquerda por ter adotado uma linha econômica mais liberal ao nomear Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.

A presidente, então, decidiu nomear Fachin como um aceno a partidos considerados progressistas e aos movimentos sociais.

Advogado de carreira, ele contava com extenso currículo acadêmico, mas os questionamentos surgiram devido à vinculação com o partido da então presidente. Em 2010, Fachin chegou a participar de um evento em apoio a Dilma e a ler um manifesto, em nome de inúmeros juristas, a favor da eleição da petista.

O ministro chegou ao Supremo de maneira discreta. O magistrado não costuma dar entrevistas e usa uma linguagem mais técnica ao proferir seus votos.

No início de 2017, porém, Teori Zavascki, que era o relator da Lava Jato, morreu em um acidente de avião, e Fachin agiu para assumir seu lugar à frente da operação que gozava de amplo prestígio popular.

Desde então, tornou-se um dos principais defensores da operação que levou à debacle do PT. Como consequência, passou a ser criticado pelo partido que era próximo e o indicou ao Supremo.

Matheus Teixeira / Folha de São Paulo

Para defender Daniel Silveira, Roberto Jefferson ataca Arthur Lira e diz que ele tem rabo preso com STF

Foto: André Redlich/O Fluminense/Folhapress

Um dos principais aliados do Palácio do Planalto, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, não faz mais questão de esconder sua frustração com Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com informações com a coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, um áudio que enviou a deputados de seu partido na sexta (19), ele acusou o presidente da Câmara de ter “rabo preso” com o Supremo.

Essa seria a razão, segundo Jefferson, pela falta de empenho de Lira na defesa de Daniel Silveira (PSL-RJ), que segue preso após decisão do plenário da última sexta-feira (19).

“Os ministros chamaram ele [Lira] lá e disseram: ‘nós vamos te processar, botar teu processo para andar’. E aí ele tremeu na perna”, disse.

O PTB orientou que seus 11 deputados votassem pela liberação de Silveira da prisão, mas Pedro Augusto Bezerra (CE) e Pedro Lucas Fernandes (MA) optaram por apoiar a manutenção da decisão do STF. Jefferson prometeu puni-los.

‘Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também’, diz Bolsonaro

Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (20) que vai “meter o dedo na energia elétrica” e prometeu mais mudanças na próxima semana, um dia depois de ter anunciado a troca de presidência na Petrobras.

“Assim como eu dizia que queriam me derrubar na pandemia pela economia fechando tudo, agora resolveram me atacar na energia”, disse Bolsonaro a apoiadores em Brasília. “Vamos meter o dedo na energia elétrica que é outro problema também.”

Na sexta-feira (19), Bolsonaro usou sua conta no Facebook para divulgar uma nota assinada pelo Ministério de Minas e Energia indicando o nome do general Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da Petrobras após o encerramento do mandato do atual CEO da companhia, Roberto Castello Branco.

“Semana que vem deve ter mais mudança aí… E mudança comigo não é de bagrinho não, é tubarão”, afirmou o presidente.

Mais cedo, durante evento em escola militar em Campinas (SP), o presidente já havia antecipado que na próxima semana deve vir uma nova substituição de autoridade.

Aos apoiadores em Brasília, Bolsonaro disse ainda que “parecia um exorcismo” quando anunciou que não prorrogaria o mandato de Castello Branco. Ao reafirmar que não estaria interferindo na Petrobras, disse que “estavam abusando” nos aumentos de preços dos combustíveis.

“Compromisso zero com o Brasil. Nunca ajudaram em nada… Não é aumentando o preço de acordo com o petróleo lá fora ou o dólar aqui dentro, é mais do que isso. A preocupação é ganhar dinheiro em cima do povo”, afirmou, acrescentando que não se justificaria um reajuste de 32% do óleo diesel neste ano.

“Se não me engano o reajuste do diesel no ano está em 32%. Não justifica, não justifica. Vou interferir? Não vou interferir, mas não justifica, disse.”

“Ninguém esperava essa covardia desse reajuste agora”, acrescentou, sobre a alta mais recente na sexta-feira, de 15% sobre o diesel.

“Ninguém quer interferir, nem está interferindo na Petrobras, mas eles estão abusando”, disse.

Bolsonaro argumentou que a Petrobras é uma empresa mista, “se cair ou subir as ações, o mercado decide”.

No pregão da bolsa na sexta-feira, antes mesmo do anúncio da troca do comando da Petrobras, as ações PN da estatal desabaram 6,6%, enquanto os papéis ON perderam 7,9%.



Nayara Figueiredo e Alexandre Caverni / Folha de São Paulo

 

Pedidos de impeachment contra Doria miram de quarentena por Covid-19 a renúncia fiscal

Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Assim como a pandemia do coronavírus impulsionou pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi alvo de peças que apontaram crimes de responsabilidade no combate à doença.

A maior parte deles, porém, foi apresentada justamente por apoiadores do presidente e questiona desde o estabelecimento de medidas de isolamento e compra sem licitação de respiradores até a construção de hospitais de campanha e reunião com embaixador chinês.

Já foram apresentados oito pedidos de impeachment contra Doria na Assembleia Legislativa de São Paulo —seis foram arquivados e dois estão pendentes de análise.

Segundo registros internos enviados à Folha, 74 representações chegaram ao Legislativo paulista desde 1998. Só três preencheram os requisitos formais para prosseguir, conforme pareceres do órgão de análise jurídica. Nenhuma, contudo, avançou no plenário.

A tabela mostra Mário Covas (PSDB), que governou de 1995 a 2001, como o alvo do maior número de pedidos (43). Contra o também tucano Geraldo Alckmin (2001 a 2006 e 2011 a 2018), foram 15.

Contra Doria, parte dos deputados do PSL que formam a bancada bolsonarista na Assembleia apresentoum três pedidos no total. Há ainda uma peça do grupo suprapartidário PDO (Parlamentares em Defesa do Orçamento), uma do deputado Carlos Giannazi (PSOL), duas do senador Major Olímpio (PSL-SP) e apenas uma de cidadão comum.

Como já mostrou a Folha, pedidos de impeachment de governadores dificilmente prosperam, já que os Executivos estaduais costumam formar uma coalizão majoritária nas Casas Legislativas. É o caso de Doria, que conta ainda com um aliado, Cauê Macris (PSDB), na presidência da Assembleia.

Nos estados, o presidente da Assembleia é o responsável por arquivar os pedidos de impeachment ou dar andamento a eles, possibilitando a votação no plenário para a abertura do processo.

Para minimizar o desgaste político de vetar ou dar aval ao impeachment, Macris segue orientação da Procuradoria da Assembleia, órgão que analisa, por exemplo, se as condutas descritas nos pedidos são autorizadas ou proibidas por alguma norma jurídica.

A Procuradoria ressalta que não busca entrar na análise de mérito, “visando apenas e tão somente contextualizar a conduta no panorama jurídico que a circunda como forma de subsidiar o juízo de admissibilidade da presidência”. Até agora, todas as conclusões foram por arquivamento.

Enquanto as medidas relativas ao coronavírus ensejam os pedidos de impeachment, a pandemia é também um dos motivos apresentados por Macris para recusar a admissão do procedimento.

O argumento é semelhante ao do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao recusar os pedidos contra Bolsonaro –o de que é hora de se concentrar nas ações de saúde e não em conflitos políticos.

No momento de crise sanitária, afirma Macris, “impõe-se às autoridades constituídas, de forma especialmente imperativa, o dever de agir no sentido não apenas de garantir estabilidade institucional, como também de fortalecer o trabalho conjunto dos Poderes e das instituições, sempre em prol do bem-estar dos cidadãos”.

Num cenário de difícil aprovação, os pedidos de impeachment são usados para fustigar Doria e dar argumentos para protestos contra o governador. O protocolo das peças costuma ser divulgado ao vivo nas redes sociais dos deputados autores.

Os pedidos assinados por deputados do PSL são os mais extensos e que listam maior número de ações avaliadas por eles como crime de responsabilidade –um deles traz 19 pontos.

Ali se misturam de denúncias de sobrepreço em compras emergenciais da pandemia sem licitação —que são alvo de investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado— a teorias negacionistas e conspiratórias, como a de que Doria articulou um conluio contra a soberania nacional ao participar de reunião entre governadores e o embaixador chinês e ao negociar a vacina com a Sinovac em agosto de 2019, antes da pandemia –acusações que não se comprovam.

As peças bolsonaristas buscam ecoar o discurso do presidente contra a origem chinesa da vacina e contra o isolamento social. Também chamam Doria de “João Agripino” –os oposicionistas do governador costumam ressaltar seu nome do meio.

Em pedido apresentado pelo PSL em julho, deputados afirmam que Doria reconheceu “sua participação em negócios escusos e de potencial lesivo à humanidade, contraído em nome do Estado de São Paulo, com instituições de países estrangeiros, que é o caso da notoriedade pública da SinovacBiotech, empresa ligada ao governo comunista chinês do ditador Xi Jinping”.

Dizem ainda que o fato de Doria ter adotado em São Paulo medidas de isolamento, contrárias ao discurso de Bolsonaro, demonstra sua “tentativa de criação de um governo paralelo e conspiratório contra os maiores interesses da nação”.

Em resposta, a Procuradoria da Assembleia afirma que não é vetado aos estados que mantenham interlocução com governos estrangeiros.

O tom bolsonarista também está presente na peça de Edilberto Acácio da Silva, advogado de Ribeirão Preto, que acabou arquivada em maio passado. Nela, Silva questionou o decreto de quarentena no estado, com o fechamento de serviços não essenciais e ameaça de multa e prisão.

Para ele, a atitude de Doria influencia outros estados “que querem, na seara política, criar o pânico, o tumulto, o desemprego em massa para gerar fome, roubos, mortes e saques visando desestabilizar o nosso país”.

No entendimento da Procuradoria, endossado por Macris, estados e municípios têm competência concorrente na saúde, como decidiu o Supremo Tribunal Federal, de forma que o governador pode decretar quarentena independentemente do governo federal.

Além de questionamentos sobre quarentena, sobre alegada manipulação de dados de número de vítimas da Covid-19 ou sobre a participação de Doria em aglomeração de Carnaval em 2020, período anterior à decretação de pandemia, as peças apresentadas por deputados do PSL trazem outros temas.

A primeira, apresentada em abril e que tem a assinatura também da deputada Edna Macedo (Republicanos), aponta ainda falta de transparência em contratos do governo e divulgação de propaganda falaciosa, que anunciava a entrega de máscaras e álcool a todas as viaturas da PM.

Sobre esses fatos, a procuradoria afirma ser necesssária maior investigação. Macris arquivou o pedido.

Os deputados do chamado PDO focam, em seu pedido de impeachment, ações de Doria na pandemia que, na visão deles, causaram prejuízo aos cofres públicos, como aquisição de respiradores sem garantia e um contrato para a produção de aventais cancelado após o grupo descobrir que o fornecedor atuava em outro ramo.

Nesse caso, a resposta da procuradoria é que os fatos estão em investigação em outros órgãos. Macris arquivou o pedido em agosto.

A peça mais recente do PSL, ainda não analisada na Casa, também aponta para supostos superfaturamentos e compras fraudulentas.

Entre os diferentes pedidos de impeachment, os argumentos e fatos costumam se repetir.

Em abril, o senador Major Olímpio, rival político de Doria, apresentou peça questionando o uso de helicóptero da polícia pelo governador, a ordem de que a polícia fechasse a circulação em sua rua e o acordo de monitoramento com empresas de telefonia para determinar o grau de distanciamento social —pontos que aparecem nos pedidos bolsonaristas.

A Procuradoria da Assembleia argumentou ser prerrogativa do governador contar com helicóptero e segurança da PM e apontou não haver consenso jurídico de que o monitoramento viole a privacidade dos paulistas.

Em nova peça em junho, o senador aponta medida de Doria já contestada pelo TCE, a de não dar publicidade às renúncias fiscais do estado, além de estabelecê-las por decreto, não por lei. A resposta da Assembleia é a de que pareceres da Procuradoria-Geral do Estado autorizam a conduta.

A questão da renúncia fiscal aparece também na última peça do PSL, de setembro, e é mencionada do pedido de impeachment apresentado em novembro pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) em conjunto com 27 sindicatos e entidades que representam funcionários públicos.

O pedido de Giannazi, o único do campo da esquerda, apresenta números para questionar a crise fiscal apontada por Doria para aprovar cortes na Assembleia.

A peça aponta crime de responsabilidade nas extinções de estatais, como a CDHU, EMTU e Sucen, e no aumento da contribuição hospitalar do servidor com mais de 59 anos de 2% para 3%. O pedido ainda não foi analisado pela Procuradoria da Assembleia.

Carolina Linhares / Folha de São Paulo

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