Brasil é o único país que utiliza urnas eletrônicas sem voto impresso
Mais de trinta países adotaram diversas versões de urna eletrônica, todas com voto impresso
Foto: José Cruz/Agência Brasil |
O Brasil já perdeu há muito tempo o direito ao ufanismo pela criação da urna eletrônica, em 1996.
Além de usar equipamentos anacrônicos, de 1ª geração, o Brasil é o único País do mundo a não adotar o voto impresso, entre os que têm sistema eletrônico de votação.
Hoje, três dezenas de países adotaram diversas versões de urna eletrônica, todas com voto impresso. Enquanto isso, a urna brasileira perde espaço.
O Equador, que a utilizou em 2004, optou pelas urnas de segunda e terceira gerações. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Já há 13 anos, 39 estados dos EUA, 3 do México e várias províncias do Canadá passaram a exigir voto impresso em urnas eletrônicas.
Até o Paraguai desconfia na urna eletrônica brasileira: após testá-la entre 2003 e 2006, proibiu sua utilização desde 2008.
Em 2009, a Alemanha proibiu urna eletrônica sem voto impresso para garantir ao eleitor o direito de conferir o destino do seu voto.
Em 2011, a Argentina iniciou a implantação de equipamentos eletrônicos de 3ª geração, com registros simultâneos de voto impresso e digital.
Fonte: Diário do Poder
Terremoto de 4.3 na Escala Richter é registrado no Pará
Foto: Google Maps |
Além do Serviço Geológico do Brasil, a Rede Sismográfica Brasileira é composta por especialistas das Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), além do instituto de pesquisa Observatório Nacional (ON), com mais de 80 estações espalhadas pelo Brasil. Estas estações têm um registro contínuo dos dados produzidos por movimentos da crosta terrestre e, quando ocorrem eventos sísmicos, as informações são analisadas para a determinação da localização, magnitude e outros parâmetros dos fenômenos físicos.
Entre as orientações à população durante a ocorrência desse fenômeno, os pesquisadores dizem que é preciso tentar manter a calma caso seja percebido que algo estranho. Se o cidadão estiver em casa ou apartamento, a orientação é não sair do local enquanto o terremoto estiver ocorrendo, visto que a correria para sair dos ambientes pode causar mais danos do que outras medidas.
Deve-se também ficar longe de janelas e locais onde objetos possam cair. Se possível, tentar ficar embaixo de uma mesa resistente ou embaixo de batentes de portas. Caso esteja em local aberto, a orientação é se afastar de áreas com a possibilidade de quedas de objetos volumosos, como prédios, postes, placas e árvores.(ABr)
Multidão lota Esplanada dos Ministérios em apoio a Bolsonaro, neste sábado
Fotos: Redes sociais/Reprodução |
A presença em peso dos manifestantes atende ao pedido feito por Bolsonaro no último domingo (9), durante um passeio de moto pelas ruas centrais de Brasília. Em vídeos publicados nas redes sociais, e alguns replicados pelo próprio Bolsonaro, os manifestantes afirmam que o ato é em defesa da “direita brasileira” em “total apoio ao presidente Bolsonaro” e contra as medidas restritivas, adotadas por diversos governadores.
Os grupos de outros estados ficaram concentrados no Parque Leão, que fica no Recanto das Emas, uma região administrativa do Distrito Federal, a cerca de 20 km do centro da Capital Federal.
Um dos organizadores do movimento Brasil Verde e Amarelo afirma em vídeo, que Bolsonaro tem apoio para fazer o que quiser. “Convocamos toda sociedade de modo geral, você comerciante que sofreu muito com lockdown, você industrial que teve esse mesmo problema, essa maluquice de alguns governadores e prefeitos, aonde não deixaram a nossa economia andar. Tentando prejudicar de toda forma nossa presidente da República Jair Bolsonaro. Vamos dizer chega! Presidente nós autorizamos, faça o que tem que ser feito”.
Bolsonaro montou a cavalo diante da multidão na Esplanada dos Ministérios – Foto: PMDF. |
Entre os idealizadores do ato de apoio à Bolsonaro estão também, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra) e a Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal), Movimento Pátria Amada Brasil, Movimento Nas Ruas, Movimento Eu autorizo Presidente e Movimento Direita Parecis Agro.
Os evangélicos também fizeram frente no ato de apoio a direita brasileira, e desde às 9h estiveram reunidos, por meios dos grupos organizados e seus pastores na Marcha das Famílias com Deus pela Liberdade.
Por volta das 16h, Bolsonaro apareceu montado em um cavalo. O presidente estava acompanhado dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles; da Agricultura,Tereza Cristina; do Turismo, Gilson Machado, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes e do general Braga Neto, ministro da Defesa.
Acenou para os apoiadores, disse algumas palavras de agradecimentos aos presentes. “Vocês estão reescrevendo a história do Brasil. Em vocês, nós confiamos. Não é vocês que estão comigo. Eu estou com vocês. Esse é um governo democrata que respeita seu povo e ama a liberdade”.
Em seu discurso fez duras críticas as medidas de isolamento social, adotadas por alguns governos estaduais e municipais. Afirmou que lutou muito, mas que a situação do desemprego no país “é por causa de governadores e suas políticas sem embasamento científico”.
Bolsonaro falou também sobre armas, e afirmou que “está cada vez mais legalizando as armas no Brasil”.
A Polícia Militar do Distrito Federal esteve presente na Esplanada dos Ministérios e ajudou na organização do trânsito, com a escolta de caminhões e ônibus do Recanto das Emas até a zona central de Brasília. Não houve divulgação do número de manifestantes que estiveram no local, mas pelas imagens divulgadas pela PMDF, o gramado central da Esplanada ficou praticamente lotado.
Foto: Reprodução/Redes sociais |
Desde setembro de 2018, após uma carreata pró-Bolsonaro, que reuniu mais de 25 mil carros, a PMDF não divulga números de manifestantes, devido a polêmica que houve na época com a imprensa sobre o número de carros contabilizados e divulgados pela corporação.
Fonte: Diário do Poder
Covid-19: país tem 15,5 milhões de casos acumulados e 434,7 mil mortes
Foto: Warley de Andrade/TV Brasi |
O balanço divulgado neste sábado (15) pelo Ministério da Saúde registra 67.009 novos diagnósticos de covid-19 em 24 horas. Esse dado eleva para 15.586.534 o número de pessoas infectadas pela doença desde o início da pandemia no país.
As mortes pelo novo coronavírus ao longo da pandemia aproximam-se de 435 mil. Em 24 horas, as autoridades de saúde notificaram 2.087 novos óbitos, totalizando 434.715.
O balanço apontou também 1.089.423 pacientes em acompanhamento e 14.062.396 recuperados da doença.
Covid-19 nos estados
Os estados com mais mortes são os seguintes: São Paulo (103.995), Rio de Janeiro (47.951), Minas Gerais (37.283), Rio Grande do Sul (26.657) e Paraná (24.597).
As unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (1.571), Acre (1.612), Amapá (1.614), Tocantins (2.711) e Alagoas (4.478).
Agência Brasil
Cândido Sales: Idoso de 70 anos é preso suspeito de estuprar quatro netas
Foto: Divulgação/Ascom PC |
As investigações começaram há três anos. Segundo o delegado Hélder Andrade dos Santos, os estupros começaram quando as netas tinham 6 anos e se estenderam até a adolescência.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito, que não teve a identidade revelada, foi preso dentro de um ônibus, quando saía da cidade. Ele foi levado para a delegacia e depois transferido para o Conjunto Penal de Vitória da Conquista.
O idoso responde por estupro de vulnerável. A pena para o crime pode variar de 8 a 15 anos de prisão.
'O DEM deliberou pela expulsão de Rodrigo Maia', diz deputado baiano
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados |
“O DEM deliberou pela expulsão de Rodrigo Maia. Depois que perdeu todo o apoio dentre os deputados, não havia mais clima para ele no partido. Agrediu ACM Neto para forçar a expulsão e tentar driblar a lei eleitoral, pois a expulsão teoricamente não dá perda de mandato”, disse Arthur.
O parlamentar baiano ainda defendeu que Maia deve perder o mandato, mesmo sendo expulso do DEM, visto que ele teria forçado a situação.
“Mesmo sendo expulso, Rodrigo Maia deverá perder o mandato, pois é óbvio que a agressão gratuita e grosseira contra o presidente do partido configura uma desfiliação indireta. Ninguém poderia admitir a sua permanência com o propósito deliberado de insultar as pessoas”, opinou.
De forma jocosa, Arthur Maia ainda comentou que o parlamentar carioca, a quem ele chama de “Nhonho” - uma referência a um personagem da série mexicana de humor “Chaves” -, é odiado pelos brasileiros e tentou dar um golpe para não perder a presidência da Câmara.
“Rodrigo Maia é uma figura odiada pelos brasileiros, depois da sua melancólica passagem pela presidência da Câmara. Tentou dar um golpe para permanecer presidente, não deu certo. Não pode andar nas ruas, tamanha a sua antipatia popular. Vive numa prisão particular”, finalizou.
Bahia registra 4.043 novos casos de Covid-19 e mais 92 óbitos pela doença
Foto: Divulgação |
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 4.043 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) e 3.866 recuperados (+0,4%). O boletim epidemiológico deste sábado (15) também registra 92 óbitos. Apesar de as mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram realizados hoje. Dos 952.796 casos confirmados desde o início da pandemia, 915.258 já são considerados recuperados, 17.707 encontram-se ativos e 19.831 tiveram óbito confirmado.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.237.374 casos descartados e 210.907 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste sábado (15). Na Bahia, 48.225 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 19.831, representando uma letalidade de 2,08%. Dentre os óbitos, 55,67% ocorreram no sexo masculino e 44,33% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,75% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,01%, preta com 15,37%, amarela com 0,44%, indígena com 0,12% e não há informação em 7,31% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 63,71%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,50%).
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Situação da regulação de Covid-19
Às 12h deste sábado, 49 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 45 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.
Vacinação
Com 2.950.567 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 1.324.506 receberam também a segunda dose, até as 15 horas deste sábado, a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas.
Tem se observado volume excedente de doses nos frascos das vacinas contra a Covid-19, o que possibilita a utilização de 11 e até 12 doses em apenas um frasco, assim como acontece com outras vacinas multidoses. O Ministério da Saúde emitiu uma nota que autoriza a utilização do volume excedente, desde que seja possível aspirar uma dose completa de 0,5 ml de um único frasco-ampola. Desta forma, poderá ser observado que alguns municípios possuem taxa de vacinação superior a 100%.
Petrobras diz acreditar em licença para explorar petróleo na foz do Amazonas
Foto: Pedro Falcão/Agência Brasil |
Em entrevista nesta sexta (14), o diretor de Exploração e Produção da estatal, Fernando Borges, afirmou esperar que a licença para os primeiros poços na região seja obtida em 2022, para início das perfurações ainda naquele ano.
“Acho que nosso trabalho junto ao Ibama está evoluindo bem”, afirmou. “Temos tido bastante entrega no sentido de atender os requisitos de licenciamento em uma área sensível como aquela e demonstrar que a gente pode fazer de forma segura.”
A resposta negativa do Ibama à Total foi dada no fim de 2018, em decisão sem possibilidade de recurso, alegando risco de danos irreparáveis nos “recifes biogênicos presentes na região e à biodiversidade marinha de forma mais ampla”.
A Total operava cinco blocos exploratórios na região, próximos de um grande sistema de corais descoberto em 2016 e que se estende do Maranhão à Guiana Francesa. É único no mundo por estar em águas profundas de pouca luminosidade.
Em 2020, a petroleira francesa transferiu sua fatia nas concessões à Petrobras, que já era sócia dos projetos. Borges defende que a estatal tem mais conhecimento das bacias brasileiras e está fazendo um “trabalho robusto” de estudo de impacto ambiental e de planos de emergência.
A bacia petrolífera da Foz do Amazonas se tornou mais cobiçada após a descoberta, a partir de 2015, de reservas gigantes de petróleo na Guiana pela petroleira americana ExxonMobil. Em 2020, a Total anunciou descobertas também no Suriname, aumentando o interesse pela região.
“São reservas em torno de dez bilhões de barris [de petróleo] e a gente está ali no mesmo sistema petrolífero”, argumentou o diretor da Petrobras.
Organizações ambientalistas, porém, são contrárias à atividade próxima ao raro tipo de coral encontrado na região. No início do ano, propostas para explorar petróleo em uma área próxima ao arquipélago de Fernando de Noronha também entraram na mira dessas organizações.
Em protesto realizado em janeiro, elas ameaçaram questionar na Justiça a oferta de áreas petrolíferas em locais considerados sensíveis para a conservação da biodiversidade, em leilão agendado pelo governo para outubro.
As bacias da Foz do Amazonas e do Rio Grande do Norte, onde estão os blocos do leilão de outubro, estão na chamada margem equatorial, uma das apostas para manutenção da produção nacional de petróleo após o esgotamento do pré-sal, de onde saem hoje por mais de 70% do petróleo extraído no país.
Também estão nesta área as bacias do Ceará e do Pará-Maranhão, onde as petroleiras têm enfrentado dificuldades para obter licenciamento.
Na entrevista desta quinta, a Petrobras diz que espera definir no próximo ano o projeto de exploração das reservas gigantes de gás descobertas no litoral de Sergipe, bacia que é considerada a próxima aposta do setor após o pré-sal.
A primeira produção na nova fronteira foi prevista originalmente para 2023. Em 2020, a estatal retirou o projeto de seu plano de investimentos o período entre 2021 e 2025. A produção na área vai demandar a construção de um gasoduto para escoar a produção ao continente.
Nos próximos anos, o foco do aumento da produção continuará sendo o pré-sal, em frente ao litoral do Sudeste. A empresa prevê a instalação de 13 plataformas de produção, 12 delas no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo.
Principais focos de crescimento da empresa no curto prazo, os campo de Búzios e Mero receberão oito unidades. Eles estão localizados em frente aos municípios de Niterói, Maricá e Saquarema, os dois primeiros hoje os maiores arrecadadores de royalties do país.
Nicola Pamplona, Folhapress
Petrobras bate recorde de vendas de diesel S-10
Foto: Agência Brasil |
A Petrobras bateu o recorde de vendas de diesel S-10 com baixo teor de enxofre, no mês de abril, alcançando a marca de 437 mil barris por dia (bpd), o que representa aumento de 4,4% em relação ao recorde anterior de 418 mil bpd, registrado em março de 2021.
O crescimento das vendas de S-10 gerou receita de US$ 4,6 bilhões no primeiro trimestre de 2021, 24% a mais do que no quarto trimestre do ano passado. Esse aumento reflete as ações da companhia para reduzir os efeitos da pandemia da covid-19 sobre a demanda de combustíveis e os esforços para ampliar a oferta de derivados com menor impacto ao meio ambiente.
De acordo com o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, “essa ampliação da oferta de diesel S-10 é um dos projetos da companhia para oferta de produtos de maior valor agregado e com menos emissões. Desta forma, buscamos melhor performance operacional e mais competitividade no novo mercado de refino”, avaliou.
A companhia está reestruturando seu parque de refino para ampliar a produção do diesel S-10, de baixo teor de enxofre, com adequações na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Refinaria de Paulínia (Replan) e na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos. A expectativa da Petrobras é aumentar a produção de diesel S-10, que atualmente representa 50% da produção total de diesel da estatal e chegar a praticamente 100% até 2025.
Agência Brasil
Bombeiros do 14º GBM atuam em explosão em fábrica
Após cerca de cinco horas de atuação, equipes do 14º Grupamento de Bombeiros Militar (14ºGBM-Madre de Deus) e bombeiros especialistas em operações de emergências com produtos perigosos, finalizaram a ocorrência de acidente numa empresa de envase e revenda de GLP, em São Francisco do Conde, Região Metropolitana de Salvador (RMS). O acidente aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), duas pessoas ficaram feridas e foram levadas para unidades de saúde por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), outra não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
No inicio da operação os bombeiros montaram um Sistema de Comando de Incidentes (SCI) no local para que fosse traçada a melhor estratégia de atuação, sendo assim, foram utilizadas duas linhas de combate, com bombeiros militares e brigadistas da empresa, com a técnica de rebatimento dos gases que ainda estavam no ar, para que fossem dissipados e anulada a possibilidade de uma reignição. Posteriormente a equipe de bombeiros especialistas em operações de emergências com produtos perigosos realizou a detecção de gases e monitoramento ambiental do local.
“Foi uma operação bastante minuciosa, pois ao chegarmos ao local verificamos que ainda existia cerca de 200 botijoes com vazamento de pouca quantidade de GLP. Tivemos que agir rápido, com bastante precisão e cautela. Durante toda operação tivemos o apoio dos brigadistas da empresa”, explicou o major BM Allan Guanais, comandante do 14ºGBM.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) esteve no local para a retirada do corpo da vítima fatal, assim como para a realização de perícia para que seja constatada a causa do acidente.
Fonte: Ascom | CBMBA
PM lança operações para combater tráfico e mortes violentas
Foto: Alberto Maraux |
Foto: Alberto Maraux |
Unidades especializadas e territoriais da PM atuarão, em áreas, onde se concentram disputas entre organizações criminosas. Os bairros que compõe o Subúrbio Ferroviário da capital baiana contarão com o patrulhamento diferenciado.
Buscamos sempre melhorar a vida do cidadão baiano. Estamos com redução das mortes violentas na RMS e no interior, mas com aumento na capital. Apostamos nesse patrulhamento diferenciado, aliado a ações de inteligência, para combater os crimes contra a vida", declarou o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino
Participaram também da solenidade o subsecretário da SSP, delegado Hélio Jorge Paixão, o comandante da PM, coronel Paulo Coutinho, entre outras autoridades.
Fonte: Ascom | Alberto Maraux
Israel bombardeia Gaza para conter militantes palestinos
Foto: Divulgação/Pelo menos 126 pessoas foram mortas em Gaza desde segunda |
Israel assolou Gaza com fogo de artilharia e ataques aéreos nesta sexta-feira (13), visando túneis de militantes palestinos para tentar deter os ataques de foguete persistentes contra cidades israelenses.
Em uma ofensiva de 40 minutos antes do amanhecer, ao menos 13 palestinos foram mortos, incluindo uma mãe e seus três filhos, cujos corpos foram recuperados dos escombros de sua casa, disseram autoridades de saúde de Gaza.
A operação israelense incluiu 160 aeronaves, além de tanques e fogo de artilharia, fora da Cidade de Gaza, disse o coronel Jonathan Conricus, porta-voz dos militares de Israel.
As levas de foguetes palestinos contra o sul de Israel vieram na sequência no quinto dia dos combates mais intensos entre Israel e militantes de Gaza desde 2014.
Mais tarde, uma autoridade militar israelense disse que mais de 2 mil foguetes foram disparados de Gaza a Israel desde o início do conflito e que seu país destruiu vários quilômetros de túneis usados pelos militantes.
Pelo menos 126 pessoas foram mortas em Gaza desde segunda-feira (10), incluindo 31 crianças e 20 mulheres, e 950 ficaram feridas, disseram autoridades médicas palestinas.
Entre os oito mortos em Israel estão um soldado que patrulhava a fronteira de Gaza e seis civis israelenses, incluindo duas crianças, segundo autoridades israelenses.
O Egito lidera os esforços internacionais para obter um cessar-fogo e impedir que o conflito se dissemine. Fontes de segurança disseram que nenhum dos lados parece receptivo até agora, mas uma autoridade palestina disse que as negociações se intensificaram nesta sexta-feira.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou por um cessar-fogo imediato.
“Os combates têm o potencial de desencadear uma crise humanitária e de segurança irrefreável e fomentar ainda mais o extremismo…”, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também pediu a volta da paz durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O Hamas, grupo islâmico que comanda Gaza, disparou os ataques de foguete na segunda-feira para retaliar choques da polícia israelense com palestinos perto da mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do islã, em Jerusalém Oriental.
Desde então, os episódios de violência se espalharam em cidades onde judeus e a minoria árabe de Israel convivem lado a lado. Também houve confrontos entre manifestantes palestinos e forças de segurança israelenses na Cisjordânia ocupada, onde autoridades de saúde disseram que 11 palestinos foram mortos nesta sexta-feira.
Agência Brasil
‘Se falar cloroquina é crime, falar em maconha é legal’, diz Bolsonaro
Foto: Divulgação/Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) |
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores, nesta sexta-feira (14), que falar em cloroquina no país é crime, mas não há problema em falar sobre maconha. A fala do presidente foi dita após um apoiador criticar o projeto de lei 399.
O objetivo do PL399 é aumentar a acessibilidade aos medicamentos à base de Cannabis, autorizando o plantio regulado. Se o Brasil tiver matéria-prima nacional, não dependerá mais da importação de insumos, o que encarece e dificulta o tratamento de pacientes.
“Engraçado, né? Se falar cloroquina é crime, falar em maconha é legal. Jesus também não pode falar, não pode falar em Jesus também não”, disse. O vídeo foi publicado por um canal simpatizante do presidente.
Bolsonaro fez a comparação com a cloroquina por ser apoiador do medicamento contra a Covid-19 —o remédio não tem eficácia comprovada para a doença. O assunto tem sido um dos principais da CPI da Covid.
Na última semana, o presidente saiu em defesa do medicamento. Em suas redes sociais, na sexta-feira (7), ele disse que existem diferentes grupos de médicos. Alguns receitam a cloroquina, que seria o primeiro grupo, outros ivermectina, o segundo grupo, de acordo com o presidente.
“Portanto, você é livre para escolher, com o seu médico, qual a melhor maneira de se tratar. Escolha e, por favor, não encha o saco de quem optou por uma linha diferente da sua, tá ok?”, afirmou.
Ele tinha voltado a defender o uso de hidroxicloroquina para pacientes de Covid um dia antes, chamou os que se opõem à prescrição do medicamento de “canalhas” e afirmou que a CPI do Senado é uma “xaropada”.
“Eu nunca vi ninguém morrer por ter usado hidroxicloroquina, que é largamente usada na região amazônica para combater malária e lúpus”, disse. “Canalha é aquele que critica cloroquina e ivermectina e não apresenta alternativa.”
Raquel Lopes, Folhapress
Covid explode no Paraguai, e sistema de saúde entra em colapso
Foto: Reprodução/CNN/ Antes exemplo de controle da pandemia, país vive caos com disseminação de variante brasileira e fim de restrições |
Com o pai e a mãe precisando ser internados por um agravamento da Covid-19, Wilson Campusano e sua irmã conseguiram, com muito custo, uma vaga para o casal em um hospital do convênio. Mas todo o resto teve que vir da renda da família: a maca em que eles estão deitados, medicamentos, álcool para desinfetar as mãos, máscaras, refeições e até um aparelho usado com o cilindro de oxigênio para ajudá-los a respirar.
Quem instalou esse dispositivo, aliás, foi uma amiga da família, que é dentista, com a ajuda de um vídeo enviado por outra amiga, médica. Um dos médicos do hospital aproveitou para ver também a gravação, já que ele precisava instalar em outro paciente e não sabia como fazê-lo.
Juan e Nilda, pais de Wilson, moram em Encarnación, no sul do Paraguai. O autônomo de 37 anos vive em São Paulo, mas teve que ir para sua terra natal às pressas depois que os dois adoeceram. “O brasileiro se queixa da medicina no Brasil, mas aqui é bem pior”, afirma.
Assim como outros familiares de doentes, ele e a irmã fazem as vezes de enfermeiros, já que não há profissionais suficientes para atender à demanda. “Tem que correr para avisar quando o oxigênio acaba, quando precisam de algum medicamento”, diz. Em corredores lotados de pessoas contaminadas, se expõem a também contrair o patógeno, simplesmente porque não há alternativa.
Exemplo positivo na América do Sul nos primeiros meses da pandemia, por manter a doença sob controle com regras estritas de isolamento social e fechamento de fronteiras, o Paraguai agora vive seu pior momento da crise sanitária, com rápido aumento no número de casos e mortes, colapso hospitalar, UTIs com ocupação total e fila de pacientes aguardando por leitos.
Nas palavras do diretor de Vigilância Sanitária local, Guillermo Sequera, o país “samba no ritmo do Brasil”. Um dos fatores que agravaram a crise veio justamente daqui: em meados de março, a variante P.1, identificada em Manaus, já era responsável por mais de 50% dos casos detectados no Paraguai, segundo um estudo.
Nos primeiros meses deste ano, o total de mortes por Covid-19, que supera 5.000, é mais do que o dobro das 2.262 mortes de todo o ano passado.
Os números absolutos podem parecer baixos, mas proporcionalmente à população, de 7 milhões de pessoas, são preocupantes. O país tem, por exemplo, o segundo maior índice mundial de mortes diárias por milhão de habitantes: 11,22, perdendo apenas para o Uruguai.
A média estava em 80 por dia em 12 de maio —na mesma data do ano passado, era zero, e não passou de 23 ao longo de todo 2020.
“Tínhamos a pandemia controlada porque nos mantivemos encerrados por sete meses: as atividades não essenciais fecharam, as escolas foram suspensas, diminuiu muito a interação entre as pessoas. Nesta quarentena estrita, aproveitamos para melhorar o sistema de saúde”, diz Elena Candia, presidente da Sociedade Paraguaia de Infectologia.
Aos poucos, e pressionado pela crise econômica, o governo relaxou as restrições até suspendê-las, em outubro. “Mas aí a população entendeu que acabou também a pandemia. Abandonaram as medidas de proteção, foram promovidos encontros de mais de cem pessoas em lugares fechados, atividades não essenciais foram retomadas”, diz Candia.
Segundo ela, em janeiro e fevereiro, mais de 10 mil paraguaios passaram férias no Brasil. Acredita-se que desta forma a variante P.1 entrou e se espalhou pelo país. Na Semana Santa, vários moradores da capital visitaram familiares no interior, levando o vírus para cidades que antes tinham poucos casos —e que têm carência de médicos e hospitais. “E chegamos ao dia de hoje, com o sistema de saúde totalmente em colapso.”
No dia da entrevista, quinta-feira (13), Candia informou que havia 150 pacientes esperando por um leito de UTI. Muita gente já morre em casa, sem atendimento. Ainda que o número de leitos de terapia intensiva tenha duplicado desde o início da pandemia (de 300 para 630), é pouco para dar conta da alta demanda.
Mesmo que mais leitos fossem abertos, não há profissionais suficientes para prestar atendimento. São apenas cem médicos intensivistas no país, a maioria em Assunção. Muitos leitos do interior são manejados por médicos que não têm experiência com esse tipo de paciente.
Após a entrada da variante P.1 no país, o perfil dos pacientes críticos mudou. Agora, quase 70% dos que ingressam na UTI têm menos de 60 anos.
“Seguimos o padrão do Brasil. As curvas são similares, o número de casos e mortos proporcionalmente à população também. E não podemos esquecer que temos fronteiras terrestres abertas, o que dificulta ainda mais o controle”, diz Candia.
As fronteiras com Brasil e Argentina ficaram fechadas por sete meses no ano passado e reabriram em outubro.
Segundo a médica, atualmente o Paraguai não tem um plano de controle da pandemia. Em março, a situação levou a população às ruas para protestar contra o presidente Mario Abdo Benítez e sua condução da crise. O governo chegou a tentar uma quarentena de oito dias durante a Semana Santa, mas não teve efeito no controle da transmissão, afirma a infectologista. A expectativa é que, com os encontros familiares no Dia das Mães local neste sábado (15), a situação piore.
A vacinação, que poderia aliviar a crise sanitária, tem ocorrido em um ritmo muito lento. Até agora, menos de 1% da população tomou as duas doses.
O país comprou ou recebeu como doação imunizantes de vários laboratórios, incluindo doses da vacina russa Sputnik V, da indiana Covaxin e as produzidas pela chinesa Sinopharm e pela britânica AstraZeneca. Mas têm chegado em pouquíssima quantidade.
Aliado de Jair Bolsonaro, Abdo Benítez reclamou em março da demora no envio das vacinas pelo consórcio Covax —iniciativa global promovida pela OMS para facilitar o acesso a imunizantes— e pediu ajuda aos países da região.
O chanceler paraguaio, Euclides Acevedo, chegou a vir ao Brasil para pedir auxílio ao governo. “Temos dinheiro, mas não sabemos onde comprar as vacinas. Parece que elas se escondem de nós”, disse Acevedo na ocasião.
Nesse contexto, o apoio de Abdo Benítez a Taiwan, vista pela China como uma província rebelde, chegou a ser questionado, por abalar as relações diplomáticas com Pequim. Taiwan acusou o governo chinês de chantagear seu aliado sul-americano com o oferecimento de vacinas em troca do rompimento dessas relações diplomáticas e, em 22 de abril, doou US$ 16,5 milhões a Abdo Benítez para financiar a compra de doses da Covaxin.
Enquanto isso, sem acesso a um auxílio financeiro suficiente que lhes permita ficar em casa e sem vacinas para protegê-los, os paraguaios ficam expostos à doença. Segundo a previsão do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, se nada for feito, o número de mortes diárias deve dobrar até o fim de maio e chegar a 200 por dia em 12 de junho.
“Estamos verdadeiramente esgotados porque não vemos solução em curto prazo. Vemos pacientes com muitas necessidades e nos encontramos de mãos atadas porque muitas vezes não podemos ajudar. É muito estressante”, diz Elena Candia.
Em Encarnación, Juan e Nilda, pais de Wilson Campusano, lutam para sobreviver. Não há vaga de UTI, e as enfermarias também estão cheias. Alguns hospitais privados cobram o equivalente a R$ 18 mil apenas para internar o paciente, fora diárias de R$ 3.000. Mesmo assim estão lotados. “Só por milagre de Deus a gente conseguiu essa vaga”, diz ele.
Ele está aliviado porque a mãe conseguir ir para um quarto. Já seu pai ainda está no corredor. Perto deles, quem não tem recursos para comprar a própria maca precisa passar o dia e a noite em cadeiras que trazem de casa.
Flávia Mantovani, Folhapress
Brasil suspende voos de Índia, Reino Unido e África do Sul para evitar variante do coronavírus
Foto: Pedro Mordes |
O governo brasileiro anunciou, nesta sexta-feira (14), a suspensão temporária de voos vindos da Índia, da África do Sul e do Reino Unido, devido ao risco de propagação da variante do coronavírus identificada no país asiático como B.1.617 e classificada de preocupação global pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A medida vale por 14 dias e busca evitar o impacto epidemiológico que a nova cepa poderia causar no Brasil, que, segundo iniciativa do consórcio de veículos de imprensa, alcançou nesta sexta a marca de 432.785 óbitos e 15.521.313 casos de Covid-19.
A suspensão dos voos, segundo portaria publicada na edição extra do Diário Oficial desta sexta, segue uma recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Fica suspensa, em caráter temporário, a autorização de embarque para a República Federativa do Brasil de viajante estrangeiro, procedente ou com passagem pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, pela República da África do Sul e pela República da Índia nos últimos quatorze dias”, diz a portaria.
A medida não se aplica à operação de voos de carga, que devem ser manipuladas por trabalhadores paramentados com equipamentos de proteção individual. A determinação foi assinada pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Anderson Gustavo Torres (Justiça e Segurança Pública) e Marcelo Queiroga (Saúde).
A B.1.617 tem se alastrado no país asiático, provocando números recordes de infecção e morte por Covid-19. Mais de 22 milhões de indianos já contraíram o coronavírus, e as mortes diárias estão em torno de 4.000.
Fora da Índia e do Reino Unido, subtipos da variante já foram sequenciados na Áustralia, Singapura, Estados Unidos, Alemanha e Rússia, de acordo com o acompanhamento do Centro de Vigilância de Patógenos Genômicos em South Cambridgeshire.
Agora são sete as variantes de preocupação: duas identificadas no Brasil (P.1 e P.2), a britânica, sul-africana, a californiana, a nova-iorquina e a indiana.
O subtipo da variante indiana identificado como B.1.617.2 preocupa governo, cientistas e população no Reino Unido e já se coloca como principal obstáculo para a volta da Inglaterra à vida normal. Os primeiros indícios são de que a variante pode ser até “50% mais transmissível” que a linhagem B.1.1.7, hoje predominante entre os casos de Covid-19 registrados entre os britânicos.
Em entrevista nesta sexta, a líder técnica para Covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou que “a pandemia ainda não terminou e as variantes provocam muita incerteza”. O risco de caos hospitalar e mais mortes existe mesmo com o avanço da imunização, de acordo com os especialistas, porque, além de nem todos estarem vacinados, falta clareza científica a respeito da eficácia dos imunizantes em relação às variantes.
Raquel Lopes, Folhapress
Presidente do PSDB-BA destaca convergência histórica com o Democratas: “Continuarei defendendo a união”
Foto: Divulgação/Presidente do PSDB da Bahia, o deputado federal Adolfo Viana |
O presidente do PSDB da Bahia, o deputado federal Adolfo Viana, destaca e relembra a convergência histórica de pensamento entre o partido e o Democratas, ao comentar sobre as divergências entre o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e o governador de São Paulo, João Doria.
“Continuarei defendendo a união e a consolidação de um projeto único. A nossa luta é para que o PSDB e o Democratas caminhem juntos em 2022. Eventuais divergências serão superadas por um interesse maior”, disse o parlamentar.
STF deve parar de governar e deixar política para políticos, diz ex-presidente do TJ-SP apoiador de Bolsonaro
Foto: Dvulgação/Folha-UOL |
“O STF deveria retornar para as suas atribuições constitucionais e deixar que os políticos resolvam a questão política e os destinos do Brasil”, afirma à Folha. O ex-magistrado foi candidato a prefeito de Santos pelo PSD em 2020, com o apoio do presidente, e terminou em segundo lugar.
Sartori defende que Bolsonaro indique para o STF um juiz de carreira, como ele, mas nega estar em campanha por uma vaga. A próxima substituição será a de Marco Aurélio Mello, que se aposentará em julho. O presidente afirmou querer nomear um ministro “terrivelmente evangélico”.
Sartori, que é católico, diz que “a Constituição não menciona absolutamente nada” sobre religião do escolhido, mas que a definição cabe ao titular do Planalto e deve ser respeitada.
O ex-chefe do TJ-SP afirma ainda que Bolsonaro “fez tudo o que pôde” para combater a pandemia da Covid-19. Para ele, o presidente não pode ser responsabilizado porque “foi alijado pelo STF” da gestão da crise, ecoando a tese bolsonarista de que a corte transferiu a tarefa para estados e municípios.
Por que, na sua visão, a maioria dos candidatos apoiados por Bolsonaro em 2020 não foi eleita? O apoio dele me ajudou, contribuiu para o meu número de votos. Estamos vendo hoje que o presidente está com uma grande popularidade, mas ele não se envolveu a fundo nas campanhas. Foi uma ajuda bem discreta.
Cogita migrar para o partido ao qual o presidente vai se filiar e se candidatar em 2022? Estou analisando a situação ainda. Nem sei se continuo na política. Tenho de conversar com o presidente do meu partido [Gilberto Kassab], que foi bastante atencioso comigo.
Concorda com a previsão de Kassab de que a atuação de Bolsonaro na pandemia pode tirá-lo do segundo turno? Acho que o presidente em 2022 vai vencer a eleição. Está com uma popularidade altíssima. Com todo respeito à opinião e à experiência do Gilberto Kassab, penso que nessa afirmação ele está enganado.
As pesquisas mostram, na verdade, que o presidente sofre de impopularidade. O sr. diz que ele está popular com base em quê? Digo com base nos movimentos de rua que nós vimos aí. E as pesquisas, a gente tem que ver também… Vi aqui muitas pesquisas que colocavam candidatos na minha frente e que, na verdade, não estavam. Mas, pelo que a gente vive no dia a dia, o presidente continua bastante popular. É o que eu sinto, né?
O resultado da CPI da Covid até aqui tem sido negativo para o governo. Como avalia o desempenho de Bolsonaro na crise? O presidente foi completamente alijado da gestão dessa crise e não pode ser responsabilizado por nada. O Supremo simplesmente transferiu para os estados e municípios isso tudo.
Além disso, os recursos que ele enviou já mostraram bem que o presidente estava preocupado com a situação e querendo resolver a crise. Na questão das vacinas, quando o presidente tomou conhecimento da possibilidade de liberação, e ainda com risco, ele as liberou.
Essa CPI, a gente sabe que é política. Os integrantes são [em parte] contrários ao governo e já manifestaram entendimento parcial. Querem que a coisa seja negativa para o governo. Precisaria ser uma CPI ampla, que investigasse como estados e municípios estão aplicando os recursos.
O Supremo declarou competências concorrentes (equivalentes), o que não necessariamente eximia o governo federal de atuar. O sr. vê o contrário? Na verdade, a competência concorrente dos estados e municípios, pela Constituição, é uma competência suplementar. Do jeito que ficou, o Supremo praticamente transformou a Federação em uma confederação. O presidente não pôde exercer nenhum poder sobre a gestão. Tanto que era contrário a medidas como lockdown e não pôde fazer nada.
A bem da verdade, se ele estivesse errando, eu falaria. Mas ele mandou os recursos necessários, fez de tudo para que os estados e municípios se aparelhassem na área da saúde. E no final de tudo nós vimos esses desmandos que aconteceram aí: hospitais de campanha sendo montados e desmontados.
A única coisa que alguém pode falar alguma coisa do presidente é a questão da máscara. Ele poderia ter usado. Agora, minimizar a pandemia, isso não foi só ele. Foi a [TV] Globo, o [governador João] Doria, o [médico] Drauzio Varella. Todo o mundo minimizou. Inclusive, houve o Carnaval. O presidente já havia decretado estado de emergência, e os políticos não observaram.
O sr. pretende tomar a vacina? Vou tomar sim, preciso tomar. Eu estava em viagem, em trânsito. Minha obrigação como cidadão é tomar a vacina.
Bolsonaro interferiu indevidamente em outro Poder ao, em telefonema com o senador Kajuru, aconselhá-lo a pedir impeachment de ministros do STF como resposta à CPI contra o governo? Acho que não. Conversar com um senador e querer convencê-lo a ir para uma determinada posição é um trabalho político. O senador vai para a posição que ele achar. Interferir é bem diferente.
Alguns dos pedidos de impeachment de Bolsonaro têm como base interferências. Vê chance de algum deles prosperar? Não vejo seriedade em nenhum. A Dilma e o Lula foram alvo de uma série de pedidos de impeachment. Isso é fruto da oposição, é política, é natural.
O STF atua como anteparo constitucional, como defende a oposição, ou tem sido um agente político, como diz o governo? Acho que o STF está, sim, se desviando um pouco das suas atribuições constitucionais. Com o ativismo, está mais para o lado político. O STF deveria retornar para as suas atribuições e deixar que os políticos resolvam a questão política e os destinos do Brasil. Embora o STF também seja órgão de direção nacional, ele o é de forma complementar, na retaguarda. E me parece que o STF está governando o país. Praticamente dita o que o presidente, a administração, deve ou não fazer.
Concorda com as críticas do presidente e de outros membros do governo ao STF, pedindo inclusive impeachment de ministros? Esse é o caminho? Não, não. Não posso analisar a coisa dessa forma. Isso é uma questão que precisa se resolver pelo lado político. Os ministros foram nomeados regularmente e não tem por que se falar nisso agora. Agora, se há pedidos de impeachment lá no Congresso, precisam ser pelo menos analisados. Já seria uma satisfação para o povo.
O presidente, em recado ao STF, disse que nenhum Poder deveria ousar contestar medidas que ele eventualmente tome. É correto agir dessa maneira? Olha, o que eu acho é que o presidente está fazendo uma boa administração. Agora, se ele extrapola no discurso, isso é uma questão pessoal dele, e o povo que analise. É lógico que excesso de linguagem prejudica um pouco o relacionamento entre os Poderes, mas o presidente tem o jeito dele e foi eleito por causa desse jeito. Agora, de ataques pessoais a ministros eu não me lembro. Pode ter falado uma coisa ou outra, mas não foi ofensa pessoal.
O sr., que já foi recebido pelo presidente no Planalto, fala com ele sobre o quê? É uma conversa amena, coloquial. Simplesmente existe ali uma simpatia mútua.
Já teve alguma conversa com ele sobre ser indicado para o STF? Por enquanto nós não tivemos nenhum tema concreto a respeito desse assunto. Não houve nenhuma definição, promessa, absolutamente nada.
E gostaria de ser indicado? Sim, lógico. Todo juiz de carreira gostaria de um dia chegar à corte máxima. Isso para mim, evidentemente, seria o ápice. A gente sempre aspira.
O sr. é católico, mas o presidente diz querer um ministro “terrivelmente evangélico”. Penso que as nomeações para o Supremo têm que ser de acordo com a Constituição, [que prevê] reputação ilibada, notável saber jurídico. Acho que seria interessante agora um juiz de carreira no Supremo. Nós só temos dois lá, o Luiz Fux e a Rosa Weber.
Por quê? Porque um juiz já está acostumado com as lides, as demandas do dia a dia. É técnico, extremamente técnico. Isso pode contribuir para que o Supremo volte mais para as suas atribuições constitucionais.
Juiz de carreira lida melhor com pressões externas? O sr. foi criticado no julgamento do massacre do Carandiru [ao votar, em 2016, pela absolvição dos 74 PMs, invocando a tese de legítima defesa]. Minha posição foi técnica. Proferi um voto de cem laudas e agi de acordo com as provas nos autos. Como juiz, sempre primei por minha independência e lutei para que a autonomia dos juízes fosse respeitada.
A religião deveria ser levada em conta na escolha para o STF? O que penso é que deve ser observada a Constituição. Agora, se for evangélico, se for católico, ou de qualquer outra religião, isso a Constituição não menciona absolutamente nada. É escolha do presidente, e a gente tem que respeitar.
O sr. se declara bolsonarista? Eu não sou bolsonarista. Respeito aquele que foi eleito pelo povo, por expressiva maioria. Que exerça o poder até o final, como os outros presidentes que não foram “impeachmados” exerceram. Que se respeite a vontade popular, é só isso que eu penso.
Em 2018, ainda na ativa, o sr. postou o slogan de campanha de Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu um procedimento que acabou arquivado. Qual foi a sua justificativa? Antes de ser magistrado, sou também cidadão. Eu tinha o direito de escolher o destino da minha nação. O governo passado havia espoliado completamente o Estado, os cofres públicos, e eu queria mudança. Já que surgiu um nome forte, que sempre se mostrou honesto, o presidente Bolsonaro, eu achei que teria uma mudança interessante, como estou vendo que está tendo.
RAIO-X
Ivan Sartori, 64
Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie em 1979. Tornou-se juiz em 1980 e desembargador em 2005. Foi presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) entre 2012 e 2013 e se aposentou em dezembro de 2019. Candidato a prefeito de Santos pelo PSD em 2020, com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), terminou em segundo lugar, com 18,6% dos votos válidos.
Joelmir Tavares, Folhapress
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