A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 13 de junho, tivemos 03 novos casos de coronavirus
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 13 de junho, tivemos 10.204 casos registrados como suspeitos, sendo 2.885 casos confirmados, dentre estes, são 2.805 pessoas RECUPERADAS, 05 estão em isolamento social, 06 estão internadas e 69 foram a óbito. 7278 casos foram descartados e 41 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 11 casos ativos.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder.
Prefeitura de Ipiaú/Dircom
Simone Tebet pode ser nome do MDB ao Planalto em 2022
Foto: Roque de Sá / Agência Senado |
A senadora Simone Tebet (MS) pode ser a aposta do MDB, que atualmente tem a liderança do Governo do Senado, para disputar a Presidência da República em 2022. O nome da emedebista como uma das favoritas do partido para a missão foi ventilado pela coluna Estadão, do jornal O Estado de São Paulo.
Tebet é uma das senadoras que têm atuado na CPI da Covid contra o governo, o que tem desagradado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende retirar a sigla a liderança hoje nas mãos do senador Fernando Bezerra (MDB/PE).
Tebet concorreu à Presidência do Senado durante o processo em que foi eleito Rodrigo Pacheco para liderar a Casa. Ainda de acordo com a coluna, a exemplo do PSD que é alvo de articulações do ex-presidente Lula e do próprio Bolsonaro, o MDB tenta se manter unido na briga entre petistas e bolsonaristas.
Davi Lemos
Líderes do G7 anunciam apoio a imposto global mínimo
Foto: Foto: Pedro Ladeira/Folhapress |
Os líderes do G7 -fórum das nações ricas- endossaram neste domingo (13) o acordo histórico anunciado no último dia 5 pelos ministros de finanças dos países sobre um imposto mínimo global sobre grandes multinacionais e empresas de tecnologia. “Precisamos de um sistema tributário justo em todo o mundo. Endossamos o compromisso histórico feito pelo G7 em 5 de junho. Vamos agora continuar a discussão para chegar a um consenso sobre um acordo global por uma solução equitativa na atribuição de direitos tributários e um ambicioso imposto mínimo de pelo menos 15%”, diz o G7 em comunicado.
De acordo com o texto, fruto da reunião realizada na Cornualha (Inglaterra) neste fim de semana, o próximo passo é chegar a um acordo na reunião de julho de ministros das Finanças e governadores de Bancos Centrais do G20, grupo que engloba países emergentes, e também no fórum da OCDE que trata do tema. Segundo o grupo de líderes, o acordo representa um passo significativo para criar um sistema tributário mais justo para o século 21 e que ajudará a aumentar as receitas para apoiar o investimento e combater a evasão fiscal.
O presidente americano, Joe Biden, afirmou depois da reunião que a proposta de taxação global mínima vai promover a igualdade entre países. Em conjunto com um plano para financiar projetos de infraestrutura nos países em desenvolvimento, essas ações vão conter a influência chinesa e fortalecer uma “alternativa democrática”, segundo o jornal The New York Times.
Ainda de acordo com o jornal americano, uma autoridade da Casa Branca disse a repórteres que o acordo em torno da tributação para multinacionais é um endosso histórico que vai promover uma renovação doméstica nos países e impulsionar a classe média.
As novas regras são vistas como necessárias por especialistas brasileiros em direito tributário, mas tendem a beneficiar mais os países ricos do que aqueles em desenvolvimento, como o Brasil.
Outro desafio para o avanço da proposta é a ratificação pelos parlamentos nacionais –nos EUA, por exemplo, republicanos já se mostram resistentes ao plano.
Eduardo Cucolo / Folhapress
Conmebol defende Copa América e diz que torneio não foi feito ‘às pressas’
Foto: Mateus Bonomi/AGIF/Folhapress |
A Conmebol divulgou neste domingo (13) uma carta aberta para falar sobre a Copa América e exaltou a organização do torneio, que começa hoje, no Brasil. No comunicado, a entidade declarou que a competição não foi feita “às pressas”. “A Copa América 2021 não foi feita ‘às pressas’, o que seria impossível. O torneio levou mais de um ano de intensa organização, com a mobilização de recursos financeiros, humanos e técnicos significativos em todo o continente”, disse a Conmebol.
Depois das desistências de Colômbia e Argentina, que inicialmente receberiam o torneio, a Copa América teve a sede alterada para o Brasil no dia 31 de maio, menos de duas semanas antes do jogo de abertura. “A decisão de realizar a Copa América no Brasil não é caprichosa nem improvisada. No Brasil, estão em andamento torneios nacionais, estaduais e locais, assim como as competições internacionais da Conmebol e as Eliminatórias da Copa do Mundo”, afirmou a entidade.
Segundo a Conmebol, o Brasil foi escolhido como sede da Copa América por ter organizado a competição em 2019, “o que facilita muito a organização”. “Como a Argentina e a Colômbia foram desqualificadas como sedes, o protocolo da Direção de Competições de Seleções da Conmebol prescreve como primeira alternativa a sede do torneio anterior”, explicou a entidade. Na carta, a Conmebol também declarou que “está plenamente consciente da situação que o continente está atravessando no contexto da pandemia”.
“Também reconhece a importância do futebol na cultura sul-americana e o papel que tem desempenhado na saúde física, mental e espiritual da população desde o início da pandemia. Portanto, com a ajuda de um painel de especialistas e em estreita coordenação com as autoridades sanitárias dos 10 países, projetou e implementou, com sucesso, rigorosas ações e medidas sanitárias em todos os seus torneios.”
Folhapress
Bahia apresenta redução de número de casos e mortes por Covid-19, aponta Sesab
Foto: Divulgação |
A Bahia registrou uma diminuição no número de novos casos da Covid-19 e também de óbitos por conta da doença, segundo balanço epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) divulgado neste domingo (13). Foram 2.005 novas contaminações hoje, contra 5.565 de sábado (12); e 88 óbitos, após 104 registrados no dia anterior.
Com os novos dados, a Bahia acumula agora, desde o início da pandemia, 1.064.747 casos confirmados da doença e 22.513 mortes em decorrência da infecção.
A Sesab considera a existência de 13.630 casos ativos do novo coronavírus na Bahia. Os municípios com maior número de contaminados são Salvador (1.749), Paulo Afonso (446), Feira de Santana (429), Vitória da Conquista (412), Guanambi (340), Barreiras (301), Itabuna (297), Lauro de Freitas (214), Santo Antônio de Jesus (214), Eunápolis (207) e Porto Seguro (207).
Davi Lemos
TSE mantém candidatura de prefeito de Nova Ibiá, na Bahia
Ministros confirmaram decisão do TRE-BA que permitiu a participação de José Murilo Nunes de Souza nas eleições de 2020 |
Na sessão, o Plenário considerou que tanto o Ministério Público, no caso específico, quanto o partido não tinham legitimidade para recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), proferida em dezembro de 2020, que manteve o deferimento do registro do candidato.
A candidatura de José Murilo havia sido impugnada com base na rejeição, pelo Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), das contas de convênios firmados por ele em gestões anteriores como prefeito.
Contudo, a 5ª Vara de Fazenda Pública de Salvador suspendeu liminarmente os efeitos dos acórdãos do tribunal de contas estadual, possibilitando o deferimento da candidatura pela Justiça Eleitoral.
Logo após, uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) – tomada em 13 de novembro de 2020, dois dias antes do primeiro turno das Eleições 2020, e publicada no dia 16 do mesmo mês, após a realização das eleições – restabeleceu a inelegibilidade imposta ao candidato pelo TCE-BA com base na alínea “g” do inciso I do artigo 1º da Lei de Inelegibilidade (LC nº 64/90).
Voto do relator
Sem examinar o mérito dos processos, o relator dos recursos, ministro Sérgio Banhos, votou pelo não conhecimento dos pedidos. Para o ministro, o PP não poderia sequer recorrer da decisão do TRE da Bahia, uma vez que partidos coligados só têm legitimidade para atuar de forma isolada em uma ação quando questionam a validade da própria coligação.
Em relação ao recurso movido pelo MPE, o ministro explicou que, embora o órgão tenha ajuizado a Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura (AIRC), não recorreu da sentença que deferiu o pedido de registro do candidato.
Nos recursos apresentados ao TSE, o Ministério Público Eleitoral (MPE) e o Diretório Municipal do Partido Progressistas (PP) acusavam o político de estar inelegível pela desaprovação de contas de uma reforma em uma unidade de saúde e da construção de uma quadra poliesportiva, fatos que configurariam atos dolosos de improbidade administrativa.
Informações: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Processo relacionado: Respe 0600387-53 (PJe)
Certidão de quitação eleitoral é gratuita e pode ser emitida no site do TSE ou do TRE-BA
O documento fica pronto na hora e não é preciso pagar por esse serviço da Justiça Eleitoral. Infelizmente, eleitores têm caído em golpes de sites que cobram pela certidão |
Assim, é preciso ficar atento a sites que, de forma ilegítima, vêm aplicando golpes e cobrando pelo serviço. A Justiça Eleitoral alerta que também pode se tratar de prática comercial abusiva, que viola o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Para obter a certidão, é só clicar, no menu superior do site do TSE ou do TRE-BA, a opção “Eleitor e Eleições”; depois clicar em “Certidões” e, em seguida, selecionar “Quitação Eleitoral” na lista que aparece no centro da tela, ou ir direto para este link. Aí basta preencher o formulário com alguns dados, como nome, CPF ou título de eleitor, data de nascimento e nome da mãe e do pai (caso constem essas informações do seu documento). Os dados informados devem ser os mesmos registrados no cadastro eleitoral.
Para validar as informações preenchidas, clique na caixa com o texto de verificação “Não sou um robô” e em “Emitir”. Cerca de 50 segundos depois do preenchimento dos dados, sua certidão de quitação eleitoral está pronta, sem nenhum custo. O documento já pode então ser impresso ou gravado, o que você preferir.
Para validar a certidão que acabou de ser emitida, é só ir para a aba seguinte “Validação de certidão” (que fica ao lado) e seguir o mesmo procedimento, preenchendo os campos solicitados e finalizando da mesma maneira que na etapa anterior.
Atenção aos golpes
O reforço sobre a gratuidade da certidão pela Justiça Eleitoral é necessário, porque alguns sites têm divulgado que emitem o documento, cobrando taxas dos eleitores, o que não se justifica. O golpe, infelizmente, tem feito muitas pessoas pagarem por aquilo que têm direito de forma gratuita nos sites da Justiça Eleitoral. É importante ficar alerta aos sites em que você busca os serviços que o Judiciário ou os governos federal, estadual ou municipal oferecem. O melhor caminho é sempre procurar os portais oficiais.
Caso você não disponha dos dados necessários para efetivar a emissão ou validação, procure o auxílio de um cartório eleitoral neste link
Também é possível baixar as certidões de quitação eleitoral e de crimes eleitorais pelo aplicativo móvel e-Título. O app pode ser baixado para smartphone ou tablet, nas plataformas iOS ou Android. Após baixá-lo, basta inserir os dados pessoais.
Certidão de quitação eleitoral
A certidão de quitação eleitoral é um documento que comprova que o eleitor está em dia com a Justiça Eleitoral. Sem ela, o eleitor fica impedido de: inscrever-se em concurso público, investir-se ou empossar-se neles; receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público; participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos municípios; obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais; obter passaporte ou carteira de identidade; renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial; e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda, entre outros impedimentos.
Com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Desincompatibilização eleitoral: saiba quem deve fazer e conheça os prazos
Servidores públicos devem se desvincular de cargos para que possam concorrer às eleições |
Desincompatibilização eleitoral, portanto, é a liberação legal para que a cidadã ou o cidadão possa se candidatar e concorrer em uma eleição. Para isso, o pré-candidato deverá observar, caso a caso, os prazos constantes da Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/90) e da jurisprudência eleitoral.
A regra busca impedir que o servidor, no uso do cargo, função ou emprego público, utilize a administração pública em benefício próprio. O princípio da desincompatibilização pretende evitar, dessa forma, que haja abuso de poder econômico ou político nas eleições por meio do uso da estrutura e recursos aos quais o servidor tem acesso.
Em geral, a norma vale para servidores públicos efetivos ou comissionados, dirigentes ou representantes de autarquias, fundações, empresas, cooperativas, instituições de ensino que recebam verbas públicas; e dirigentes ou representantes de órgãos de classe como sindicatos, conselhos de classe.
Sem essa desvinculação da função pública, o candidato torna-se “incompatível” para disputar as eleições. A incompatibilidade é uma das causas de inelegibilidade prevista em lei e impede o indivíduo de concorrer a um cargo eletivo enquanto estiver ocupando determinado cargo. Por isso, a desincompatibilização é um dos requisitos necessários para o registro de candidatura de quem deseja disputar um cargo eletivo nas eleições
Formas de desvinculação eleitoral
A desincompatibilização pode ser definitiva ou temporária. De forma geral, ocupantes de cargos eletivos (com mandato) têm que se afastar definitivamente, bem como os que têm vínculo precário (cargo que permite demissão a qualquer momento), os nomeados e os comissionados em geral. Isso é feito por meio de renúncia e, caso o candidato não seja eleito, não pode retornar ao cargo.
Um exemplo é o caso de um prefeito, que terá que se desvincular do cargo para disputar o governo do estado. Quem assume é o vice. Se o prefeito não se eleger governador, ele não pode retornar à prefeitura. Já para os servidores concursados, a desincompatibilização se dá por meio de uma licença. O funcionário fica afastado durante o período eleitoral, recebe o salário normalmente e, caso não se eleja, pode retornar ao cargo.
Exceção
Presidente da República, governadores, deputados (federais e estaduais), senadores e prefeitos candidatos à reeleição podem concorrer sem necessidade de afastamento dos cargos, bem como o vice-presidente da República, vice-governadores e vice-prefeitos, desde que não tenham substituído o titular nos seis meses anteriores ao pleito.
Prazos
Os prazos para a desincompatibilização eleitoral são contados com base no dia da eleição e variam de três a seis meses, dependendo da classe a que o agente público pertence. A pessoa que deseja concorrer deve estar desincompatibilizada oficialmente no tempo estabelecido, sob pena de ter o pedido de registro de candidatura negado pela Justiça Eleitoral.
Em regra, o prazo para desincompatibilização de servidores efetivos ou comissionados é de três meses. Porém, nos casos em que há função de chefia, o afastamento deve ocorrer com antecedência de seis meses do pleito.
No caso de militares da ativa, o prazo de desincompatibilização do serviço para concorrer a eleições é de quatro a seis meses, dependendo do cargo ao qual será candidato e da função que ocupa na corporação militar. Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou, ainda, que militar elegível não ocupante de função de comando deverá estar afastado do serviço ativo no momento em que for requerido o seu registro de candidatura.
Informações: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Referência, virologista choca colegas com adesão a teses bolsonaristas sobre Covid
Foto: Eduardo Knapp/Folhapress/ |
Em 12 de março de 2020, quando a Covid-19 ainda era vista por muitos como menos do que uma gripezinha, o virologista Paolo Zanotto publicou um artigo no jornal Folha de S.Paulo defendendo que autoridades decretassem com urgência medidas duras de distanciamento social e alertando para o caráter devastador da doença. Menos de seis meses depois, em 8 de setembro daquele ano, ele estava no Palácio do Planalto junto do presidente Jair Bolsonaro, sem máscara ou distanciamento, defendendo o chamado “tratamento precoce” e sugerindo a criação de um “gabinete das sombras” para tratar de vacinas contra a Covid-19.
A conversão de Zanotto às teses preferidas do bolsonarismo com relação à Covid-19 surpreendeu mesmo colegas acostumados ao estilo imprevisível do biólogo, descrito como brilhante e ególatra. Professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, Zanotto, 65, é uma referência no estudo da evolução dos vírus, com 8.500 citações na plataforma Google Acadêmico.
Em sua longa carreira, estudou os patógenos responsáveis por algumas das principais doenças das últimas décadas, como Aids, Sars, dengue e gripe suína. Em 2016, foi um dos coordenadores de pesquisas sobre o vírus da zika, que causava microcefalia em bebês. Também esteve à frente de uma rede financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para mapear a diversidade genética dos vírus no país.
Roqueiro e amante do surfe, com cabelos compridos até o ombro, passou a chamar a atenção nos últimos anos não apenas pelo visual pouco convencional. “Ele é um dos mais competentes virologistas do país, trabalhou com as maiores autoridades do mundo em áreas como a bioinformática [processo que usa a tecnologia como ferramenta da biologia]. Porém, de uns dois ou três anos para cá, tomou decisões políticas radicais, e não sei como isso comprometeu suas ideias”, diz Mauricio Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.
Ambos atuaram durante 15 anos em diversas pesquisas, até romperem em abril do ano passado, quando Zanotto criticou uma pesquisa sobre os efeitos da hidroxicloroquina feita em Manaus por um grupo que incluía Nogueira.
O estudo concluiu que a droga, além de não fazer efeito contra a Covid-19, provocava alterações cardíacas perigosas.
Zanotto acusou a equipe de ter administrado doses altas em pacientes graves propositalmente para desacreditar o remédio.
Em redes sociais, chamou os pesquisadores de menguelianos, referência ao médico nazista Josef Mengele. Àquela altura, ele já havia chocado grande parte do meio científico ao se tornar defensor do chamado “tratamento precoce” –apesar de sua área de especialidade na virologia ser bastante específica, sobre o comportamento evolutivo do patógeno, sem relação direta com o combate a doenças.
Os defensores do chamado tratamento precoce contra a Covid apoiam o uso nos pacientes de medicamentos como cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D, já descartados pela comunidade científica por não demonstrarem capacidade de barrar a Covid, prevenir a doença ou tratá-la. Embora rejeite o rótulo de bolsonarista, Zanotto passou a ligar sua imagem à do entorno do presidente. Fez uma live sobre cloroquina com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e a se alinhou a apoiadores do presidente em redes sociais, com críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS) e à China.
No Facebook, publicou uma charge do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, com uma máscara estampada com a bandeira da China cobrindo seus olhos. A aproximação com Bolsonaro culminou na célebre reunião com médicos pró-cloroquina no Palácio do Planalto de setembro, cujas imagens foram divulgadas pelo site Metrópoles. Zanotto foi saudado pelo presidente com um gesto de continência e chamado a sentar-se à mesa pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que o recebeu com um tapinha nas costas. Terra é apontado como chefe do chamado “gabinete paralelo” contra a Covid-19.
“Presidente, o sr. tem uma tropa aqui de leões. Os leões precisam ser guiados por um leão também”, pediu o virologista no evento, organizado pelo Médicos Pela Vida, grupo que defende o tratamento precoce e do qual Zanotto é uma espécie de consultor informal. “Ele é capaz de se posicionar e trazer o conhecimento amplo da ciência atrelado à preocupação com o ser humano”, diz Antônio Jordão, coordenador nacional do grupo, que diz ter cerca de 14 mil médicos cadastrados.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Zanotto diz que segue defendendo o distanciamento social, mas que sua posição “amadureceu” desde o início da pandemia. “Quando você vai vendo uma realidade, você tem que readequar. Você tem que ressignificar as coisas”, afirma. “Eu era e sou a favor das medidas de intervenção não-farmacológica [como distanciamento]. Mas se você não fizer isso de uma maneira muito inteligente, pode prejudicar pesadamente a economia e maximizar mortes. O equilíbrio entre as duas coisas é fundamental”, diz.
Ele afirma que um dos fatores que o levaram a defender o tratamento precoce é sua colaboração com médicos do Senegal, na África, região onde a hidroxicloroquina é usada para combater a malária. “Os senegaleses implementaram protocolo [contra a Covid], e como usavam muito hidroxicloroquina por causa da malária, estavam tendo sucesso”, afirma.
Também chamaram a atenção de Zanotto estudos feitos pela Prevent Senior com pacientes em estágio inicial de Covid-19 submetidos a esse tratamento, além de trabalhos do médico francês Didier Raoult. Estudo da operadora de saúde divulgado no ano passado defendeu o uso combinado de hidroxicloroquina e azitromicina, mas o próprio autor disse à Folha de S.Paulo que a forma como a pesquisa foi feita impedia que fossem tiradas conclusões sobre o uso das drogas contra o coronavírus.
Acusado de promoção indevida de medicamentos em seu país, Raoult é considerado por Zanotto “um grande cientista que tem sido atacado pelo lixo que infesta a academia, instituições governamentais e os meios de comunicação”. Mais importante, afirma o virologista, é que cientistas e médicos tenham liberdade para defender tratamentos que considerem adequados.
“Agora é todo mundo progressistazinho, operando numa maneira monocromática, com uma ideia só, que é uma batida de tambor. Isso é pavoroso para a humanidade”, afirma. Essa posição acabou aproximando-o do grupo Docentes Pela Liberdade, criado em julho de 2019, que reúne professores universitários de direita. “O professor Zanotto é um grande pesquisador, que sofre um caso clássico de perseguição. O Brasil tem um grande problema de não reconhecer as pessoas com notório saber como ele. É uma coisa cultural nossa, talvez por isso não tenhamos um Prêmio Nobel”, afirma o presidente da entidade, Ebenezer Maurilio Nogueira da Silva, professor de música da Universidade de Brasília (UnB).
Zanotto nunca foi formalmente ligado ao grupo e diz que hoje tem críticas a ele. Mas segue militando contra o suposto pensamento único de esquerda no ambiente universitário. “Há uma guerra cultural”, diz ele, que afirma estar na trincheira do Iluminismo anglo-saxão, influência burilada durante seu período de doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Do Reino Unido veio a inspiração para a sugestão do “shadow cabinet”, o gabinete alternativo formado pela oposição para fiscalizar o primeiro-ministro britânico. “Não tem nada de ministério paralelo, isso é uma criação desses senadores [da CPI]”. A defesa do tratamento precoce e de cautela com as vacinas recém-criadas contra a Covid foi custosa do ponto de vista pessoal, diz Zanotto.
“Recebo e-mails de pessoas que dizem: ‘você vai se ferrar’. Coisas bem horríveis. Inclusive colegas meus, pessoas com quem eu trabalhei, fazendo declarações bem pesadas”, afirma. Profissionalmente, também já houve consequências. Zanotto foi excluído da Plataforma Científica Pasteur USP, uma rede de pesquisadores ligada à universidade e à Fiocruz, que entrou em operação em março do ano passado.
“Ele tem o direito de defender o que quiser em caráter individual, mas a associação com a plataforma começou a nos causar desconforto. Não podemos ter alguém aqui que tome atitudes anticientíficas, se esta é uma plataforma científica”, diz Paola Minoprio, coordenadora do grupo.
Da mesma forma, o ICB distanciou-se de posições de Zanotto, embora o virologista continue dando aulas no instituto e fazendo pesquisas. Em nota no ano passado, o instituto disse que a defesa da hidroxicloroquina “é de inteira responsabilidade” do virologista.
Na última quarta-feira (9), Zanotto foi autorizado pela direção do ICB a se ausentar do país durante dois anos para ser professor visitante no British Columbia Institute of Technology, no Canadá, em uma pesquisa sobre purificação de água.
O contato com a instituição, diz Zanotto, começou no ano passado, e seu pedido de licença é anterior à polêmica sobre o “gabinete das sombras”. O instituto canadense afirmou, contudo, que a solicitação do virologista para trabalhar ainda está pendente e que ele não atuaria como professor, apenas pesquisador.
Dizendo-se perseguido, ele não esconde a mágoa com os colegas. “Os malucos aqui na USP falam que eu quero matar 500 mil pessoas”, afirma. “Mas eu não concordo com essa visão de que as pessoas precisam virar dois grupos e se matarem”.
Fábio Zanini / Folhapress
Biden e Putin fazem reunião de cúpula para reafirmar suas desavenças
Foto: Divulgação/Vladimir Putin |
Na próxima quarta-feira (16), Joe Biden e Vladimir Putin escreverão o trigésimo capítulo da rica história dos encontros de cúpulas entre ocupantes da Casa Branca e do Kremlin desde que seus países viraram rivais ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Essa reuniões, tanto nos tempos da União Soviética como nos da Rússia pós-1991, sempre trouxeram expectativas de anúncios importantes ou, ao menos, a melhoria no clima entre dois países que somam mais de 90% do arsenal nuclear do mundo.
Houve cúpulas históricas, como a que selou o fim da Guerra Fria em Malta (1989) ou a que iniciou o controle de armas nucleares (Moscou, 1972), e desastrosas: em 1960, o soviético Nikita Khrushchov simplesmente deixou o encontro, na esteira da derrubada de um avião espião americano U2 no seu país.
Na quarta, em Genebra (Suíça), contudo, nada disso é esperado. A quantidade de contenciosos entre os rivais é tão grande que coube ao veterano chanceler russo, Serguei Lavrov, definir a previsão em uma palestra na semana passada: “Não esperem avanços”.
“Se houvesse a ideia de repetir uma cúpula como a de 1985 em Genebra, então os acordos teriam sido discutidos antes entre os chefes da diplomacia dos dois países. Eles não fizeram isso”, afirma a economista Ekaterina Zolotova, da consultoria americana Geopolitical Futures.
Naturalmente, o fato de a reunião estar ocorrendo é um avanço em si, o otimista dirá. É fato, mas ambos os líderes indicam que vão usar a oportunidade para reafirmar suas desavenças fundamentais, cada um com um objetivo específico em mente.
A começar com Biden, autor do convite do encontro e novidade em campo -em termos, dada sua longa carreira e os oito anos como vice de Barack Obama (2009-17), mas nada perto das duas décadas de poder do russo.
O americano começou seu mandato em janeiro com um aceno a Putin, aceitando estender o último acordo em vigor para limitação de armas nucleares estratégicas, aquelas que trariam o apocalipse se usadas.
Mas no mesmo anúncio indicou uma constante de sua gestão: pediu estudos sobre o caso do envenenamento e posterior prisão do líder opositor russo Alexei Navalni e sobre os ataques de hackers ao governo americano em 2020.
Biden telegrafa o que quer fazer, e até aqui seus estudos são profecias autorrealizáveis.
Dito e feito, chamou Putin de assassino e impôs sanções pelo caso Navalni, além de prometer punições pela suposta ação do Kremlin contra infraestrutura digital americana e as eleições de 2016 e 2020.
Numa escalada perigosa ocorrida em abril, viu Putin montar uma ameaça militar contra a Ucrânia, para desfazer o risco de Kiev tentar invadir as áreas rebeldes pró-Rússia no leste de seu próprio país.
A confusão deu chance ao russo de dar seus termos, que basicamente devolvem os territórios para a Ucrânia, mas os mantêm autônomos de forma a inviabilizar a integração do vizinho ao arcabouço institucional europeu -Otan, a aliança militar liderada pelos EUA, à frente.
Na crise, Biden se colocou ao lado do fragilizado Volodimir Zelenski, o comediante que preside a Ucrânia. O quão longe ele iria caso o conflito congelado desde 2014 -quando Putin o estimulou após anexar a Crimeia para evitar que um novo governo em Kiev aderisse ao Ocidente- esquentasse é incógnita.
O pedido pela cúpula ocorreu exatamente durante a crise.
Seja como for, a Ucrânia resume a reunião. Nenhum dos lados deve ceder. As sanções ocidentais não serão aliviadas, qualquer acomodação de demandas seria uma enorme surpresa.
O mesmo pode ser dito sobre o apoio do Kremlin ao ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko, que interceptou um avião comercial irlandês só para prender um dissidente. Ou sobre os interesses divergentes na geopolítica da vacinação contra a Covid-19.
As críticas mútuas são esperadas acerca do papel da Otan, ainda mais quando Biden terá acabado de fazer sua primeira cúpula com o clube, na segunda (14).
O americano está tentando remendar o estrago deixado por Trump, que desprezava os aliados, e o temor deles com o recente movimento de Putin é fator a ser considerado.
Dois temas podem gerar tensão adicional. Um é a questão dos direitos humanos, encarnada no tratamento a Navalni. Para deixar claro seu ponto de vista, a Rússia baniu o Fundo Anticorrupção do opositor preso na semana passada.
Outro é a questão dos ciberataques, que o presidente russo rejeita ser obra de sua tropa.
“Não faz nenhum sentido pensar em algum avanço. Tudo o que não for lateral é um beco sem saída, pior do que em certos períodos da história soviética”, diz Alexei Kolesnikov, do Centro Carnegie de Moscou.
Por e-mail, ele afirma que o problema está do lado russo. “Enquanto era possível falar com [o líder soviético Leonid] Brejnev, é inútil falar com Putin”, afirma.
Para Biden, toda essa animosidade serve ao propósito de montar uma imagem durona, ao mesmo tempo em que não se recusa a conversar. Na mira, o público interno que ainda ouve de aliados do antecessor Donald Trump que o democrata é frouxo, e os rivais estratégicos em Pequim.
Zolotova tem dúvidas sobre a exposição aos chineses. “Acho que é um diálogo que só serve a fins domésticos para ambos”, afirmou.
Tal jogo convém a Putin de outro modo. O russo está em plena campanha de repressão do que sobrou de oposição nas franjas de sua classe média: Navalni, outros opositores, jornalistas, todos agora são tachados legalmente de “agentes estrangeiros” e passíveis de assédio do Estado.
“Em nome da histeria da luta contra os ditos agentes estrangeiros, as autoridades estão simplesmente eliminando toda a sociedade civil em nome de uma ‘ocidentefobia'”, afirma Kolesnikov.
Ele faz o paralelo disso com a campanha de expurgo antissemita do ditador Josef Stálin de 1948 à sua morte, em 1953, na qual ele culpava os “cosmopolitas sem raízes” pelos males soviéticos.
E nada mais útil a isso do que a agressividade renovada de Biden. O americano sabe a posição econômica dominante que exerce e trata Putin como inferior, mas isso é visto como deboche nas elites russas, o que embute também riscos.
Com a economia cambaleante, embora blindada contra o efeito de sanções, Putin às vezes sinaliza ter noção de sua fragilidade neste campo. Há duas semanas, ele foi instado a comentar a fala do novo chefe da inteligência britânica, Richard Moore, que chamou a Rússia de “potência declinante”.
“Então por que se preocupar? Se for esse caso, fique calmo e não deteriore as relações russo-britânicas”, disse Putin, mencionando que mesmo na pandemia o comércio entre os países subiu 54%.
Sarcasmo à parte, há uma admissão da vulnerabilidade econômica russa, país muito centrado na exportação de hidrocarbonetos. Aí entra um ponto no qual pode haver algum avanço em Genebra.
Na sexta (11) começaram os testes de uso da primeira das duas linhas do gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, aumentando a dependência europeia do produto de Putin, aliviando a passagem dele pelas complicadas Ucrânia e Belarus.
Os EUA se opõem ao projeto, mas ele é um fato consumado. Analistas de energia dizem que Biden poderia sinalizar um relaxamento das sanções aos europeus sócios da gigante russa Gazprom.
No mais, haverá conversas sobre a questão das armas nucleares, provavelmente positivas, talvez algum acerto sobre como terminar a guerra civil na Síria e pontos laterais, como a volta dos embaixadores dos dois países a seus postos e a normalização dos serviços consulares.
Igor Gielow / Folhapress
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 12 de junho, tivemos 03 novos casos de coronavirus.
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 12 de junho, tivemos 10.180 casos registrados como suspeitos, sendo 2.882 casos confirmados, dentre estes, são 2.803 pessoas RECUPERADAS, 04 estão em isolamento social, 06 estão internadas e 69 foram a óbito. 7257 casos foram descartados e 41 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 10 casos ativos.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder.
Prefeitura de Ipiaú/Dircom
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