Vacinômetro 14 de junho, da Secretaria de Saúde de Ipiaú.

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que foram aplicadas até hoje, 14 de junho, 17.766 doses de vacina. Sendo que 1368 profissionais de saúde receberam a primeira dose, dentre estes 831 tomaram a segunda dose.6263 idosos acima de 60 anos tomaram a primeira dose, destes 4359 já estão imunizados. Foram aplicadas 1817 doses referentes a primeira dose em pessoas com comorbidades e 22 dessas pessoas já receberam a dose de reforço. No grupo de policiais são 64 já vacinados com a primeira dose e 4 já completaram o ciclo vacinal. Além disso, 500 profissionais de educação, 53 profissionais de limpeza urbana, 22 profissionais de comunicação, 104 lactantes e 2.359 pessoas com idade de 45 a 59 anos também já tomaram a primeira dose do imunizante. Vacina Salva Vidas. Desinformação Não .
Prefeitura de Ipiaú/Dircom

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 14 de junho, tivemos 06 novos casos e 02 óbitos, chegando ao total de 71 óbitos

A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 14 de junho, tivemos 10.245 casos registrados como suspeitos, sendo 2.891 casos confirmados, dentre estes, são 2.808 pessoas RECUPERADAS, 07 estão em isolamento social, 05 estão internadas e 71 foram a óbito. 7306 casos foram descartados e 48 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 12 casos ativos.

Foram confirmados hoje pela Secretaria de Saúde da Bahia dois óbitos ocorridos em decorrência da Covid-19. O primeiro ocorreu em abril e teve como vítima uma pessoa idosa, maior de 60 anos e do sexo masculino. O segundo óbito ocorreu no mês de maio, em que a vítima, do sexo feminino, tinha mais de 80 anos de idade.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .
Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Governo pagará mais três meses de auxílio emergencial, diz Guedes ECONOMIA

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou que o auxílio emergencial será prorrogado por três meses. Segundo ele, a decisão considera que a população adulta estará vacinada contra a Covid-19 até outubro.

De acordo com o ministro, o presidente Jair Bolsonaro baterá o martelo sobre a medida após se informar com o Ministério da Saúde e receber a decisão do Ministério da Cidadania, que é responsável pela gestão do programa.

Na última semana, a equipe econômica havia fechado uma proposta para prorrogar o auxílio a informais por dois meses. O custo estimado era de R$ 18 bilhões.

Em seguida, Guedes afirmou em videoconferência na terça-feira (8) que a assistência poderia ser renovada por mais dois ou três meses. Agora, ficou decidido que o prazo será de três meses.

A rodada atual do auxílio tem quatro parcelas, que começaram a ser pagas em abril e serão encerradas em julho. Com a renovação, os repasses seguirão até outubro.

Para efetivar a proposta, o governo deve editar uma Medida Provisória para estender o auxílio. A ideia é manter o público beneficiado e os valores das parcelas. Hoje o benefício varia de acordo com a composição familiar, com parcelas que variam de R$ 150 a R$ 375 por mês.

Na rodada atual, cada parcela da assistência tem custo estimado de R$ 9 bilhões. Portanto, a prorrogação deve ter impacto de R$ 27 bilhões às contas do governo federal.

De acordo com técnicos do Ministério da Economia, cerca de R$ 7 bilhões devem sobrar da rodada atual. Desse modo, o novo ciclo de pagamentos deve exigir uma liberação adicional de R$ 20 bilhões.

O valor é considerado baixo pela equipe econômica. Em 2020, o auxílio emergencial teve custo total de quase R$ 300 bilhões.

A liberação dos recursos será feita por meio de crédito extraordinário, mecanismo usado em situações consideradas urgentes e imprevisíveis. Essa despesa não é contabilizada no teto, regra que limita as despesas do governo.

Para sustentar a decisão de ampliar o programa emergencial, membros do governo afirmam que estão sendo coerentes com os discursos recentes de governadores, que prometeram acelerar o programa de vacinação. Por isso, afirmam que seria importante manter a cobertura do auxílio nesse período.

Guedes afirma que não se trata de uma medida política, mas técnica e respaldada pelo Ministério da Saúde.

Após o encerramento da assistência emergencial, o governo planeja implementar uma reformulação do Bolsa Família, ampliando o valor dos benefícios e o público atendido.

Bernardo Caram/Folhapress

Bahia registra 1.805 novos casos de Covid-19 e mais 88 óbitos pela doença

Foto: Ilustração

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.805 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) e 2.373 recuperados (+0,2%). O boletim epidemiológico desta segunda-feira (14) também registra 88 óbitos. Apesar de as mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram realizados hoje. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) com 1.066.552 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.030.977 são considerados recuperados, 12.974 encontram-se ativos e 22.601 tiveram óbito confirmado.

O boletim epidemiológico da Sesab contabiliza ainda 1.319.208 casos descartados e 236.600 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde, até as 17 horas desta segunda-feira. Na Bahia, 49.942 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Situação da regulação de Covid-19

Ainda segundo a secretaria, às 12h desta segunda-feira, 92 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 52 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

Vacinação

Com 4.109.720 vacinados contra o coronavírus), dos quais 1.610.546 receberam também a segunda dose, a Bahia é um dos estados com o maior número de imunizados. A Sesab realiza diariamente o contato com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.

Governo prorroga medidas restritivas para regiões oeste e nordeste da Bahia até 29 de junho

Foto: Divulgação/GOVA
Novos decretos publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (15) prorrogam as medidas restritivas em municípios das regiões oeste e nordeste da Bahia.

No oeste, as medidas prorrogadas seguem atingindo 36 municípios: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

Na região nordeste são 15 municípios onde continuam valendo as restrições: Adustina, Antas, Banzaê, Cícero Dantas, Cipó, Coronel João Sá, Fátima, Heliópolis, Nova Soure, Novo Triunfo, Olindina, Paripiranga, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal e Sítio do Quinto.

Em ambas regiões está mantida, até 29 de junho, a restrição de locomoção noturna das 20h às 5h. Os estabelecimentos comerciais e de serviços devem encerrar as atividades 30 minutos mais cedo, para garantir o deslocamento de funcionários às residências. Cada município deve estabelecer critérios para lotação dos estabelecimentos permitidos e fiscalizar o cumprimento da medida.

Está proibido o funcionamento de academias, exceto os espaços voltados ao atendimento de fisioterapia, de acordo com protocolos sanitários estabelecidos, que indicam a atividade como uma possibilidade para determinados tratamentos pós Covid-19.

Proibida também a prática de esporte amador coletivo, assim como os eventos e atividades, independentemente do número de participantes, shows e festas. Já os atos religiosos litúrgicos podem ocorrer com 25% da capacidade dos espaços.

Ainda de acordo com os novos decretos, está vedado, nas duas regiões, o funcionamento de bares, restaurantes e congêneres, no período de 18h do dia 18 de junho até as 5h de 21 de junho e das 18h de 23 de junho até as 5h de 28 de junho. Também neste período estará proibida a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery) ou em depósitos e distribuidoras.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

‘Festa do tratoraço’: deputado manda 31 tratores para cidade governada pela mãe

Deputado Domingos Neto (PSD-CE)

Relator-geral do Orçamento de 2020, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) realizou, na semana passada, uma espécie de “festa do tratoraço”: um evento na cidade de Tauá (CE), no qual ele entregou a prefeitos aliados maquinário pesado comprado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) a partir de verbas do orçamento secreto indicadas por ele próprio.

Como relator-geral do orçamento, Domingos Neto transformou Tauá, sua cidade natal e base eleitoral, no município que mais recebeu verbas federais das chamadas emendas de relator (RP 9), em 2020, proporcionalmente ao número de habitantes. O político destinou R$ 110,3 milhões para o município, que é governado por sua mãe, a prefeita Patrícia Aguiar (PSD). Parte do dinheiro foi revertido nas máquinas entregues na quinta-feira, dia 10, aos prefeitos aliados.

Chama a atenção a quantidade de prefeitos do PSD contemplados: das 28 cidades beneficiadas, 20 são comandadas por representantes da sigla de Domingos Neto, ou 71,4%. Os equipamentos atenderam desde municípios vizinhos a Tauá, como Aiuaba, comandada pelo prefeito Ramilson Moraes (PSD), que está a apenas 65 km em linha reta; até Itapajé, localizada a 270 km. Assim como Aiuaba, Itapajé também é dirigida pelo PSD.

Nas imagens, é possível ver uma longa fileira de máquinas em uma rua de Tauá — segundo a própria Codevasf informou ao Estadão, são 31 máquinas de diferentes tipos, somando R$ 9,5 milhões em equipamentos, e que foram entregues a 28 cidades do Estado. Os recursos para a compra das máquinas fazem parte do Termo de Execução Descentralizada (TED) 141 de 2020, acordado entre a Codevasf e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), por indicação de Domingos Neto.

A cerimônia de entrega do maquinário contou inclusive com a presença do presidente da Codevasf, Marcelo Moreira. Na agenda oficial do dirigente, o compromisso aparece como “assinatura de ordens de serviços e entrega de equipamentos para municípios do Ceará”. As imagens mostram prefeitos se revezando em um palanque com Domingos Neto e Moreira, no qual eles recebem uma grande “chave” simbólica de papel cartão.

Em um vídeo que circula no WhatsApp, o prefeito de Alto Santo (CE), José Joeni Holanda de Araújo, o Joeni (PSD), agradece ao ex-deputado Domingos Filho, a quem chama de “nosso líder”, pela doação de uma máquina de terraplanagem (“patrol”). Como o nome sugere, Domingos Filho é o pai de Domingos Neto, e é casado com a prefeita de Tauá.

“Viemos receber uma patrol doada pelo governo federal através do nosso líder Domingos Filho para manutenção, para manter nossas estradas (…), para que todos possam trafegar de forma mais tranquila. Uma patrol dessa daqui que a gente está ganhando custa em torno de R$ 1 milhão”, diz o prefeito. Segundo a Codevasf, no entanto, as máquinas de terraplanagem como a recebida pelo prefeito foram compradas a R$ 457,8 mil cada uma. O valor citado por Joeni também é superior ao que aparece na própria cartilha do Ministério do Desenvolvimento Regional. No documento da pasta, que traz orientações para os congressistas na hora de elaborar as emendas, o custo estimado da máquina de terraplanagem é de R$ 470 mil. A reportagem do Estadão tentou contato com o prefeito de Alto Santo, mas não obteve resposta. O valor que consta na ordem de fornecimento (OF) emitida pela Codevasf para a empresa que forneceu o maquinário, a XCMG, é de R$ 457,8 mil.

“Esse programa do governo tem várias doações de várias máquinas, e todas nós necessitamos no nosso município. Como vocês podem ver é a patrol, tem a carregadeira, tem a enchedeira, tem a retroescavadeira, todas máquinas de muita necessidade para mantermos uma cidade organizada”, diz Joeni no vídeo.

O prefeito de Tejuçuoca (CE), Britinho (PSD), usou o Facebook para agradecer pela escavadeira recebida pelo município. “Recebendo agora em solenidade no município de Tauá uma Pá Mecânica para o nosso município. Quero agradecer ao Governo Federal, a Codevasf na pessoa do Presidente Marcelo (Moreira) e ao Deputado Federal Domingos Neto por ter nos atendido com esse equipamento”, escreveu ele.

Mais bem aquinhoado foi o dirigente do município de Acopiara, Antônio Almeida Neto (MDB). No Instagram, ele contou ter recebido uma máquina retroescavadeira e outra de terraplanagem, “que irão integrar a nossa frota de maquinário para reforma das estradas rurais”. “Essa conquista veio através dos esforços do nosso deputado federal Domingos Neto e da CODEVASF”, disse o prefeito de Acopiara.

A própria Tauá recebeu duas máquinas: uma motoniveladora e uma escavadeira hidráulica, totalizando R$ 890 mil. Com exceção da cidade natal de Domingos Neto, apenas Acopiara recebeu a mesma dupla de equipamentos. Todas as outras cidades receberam apenas um equipamento.

Além da compra de equipamentos, o TED 141 de 2020 também destinou recursos para a “aquisição de reservatórios de água” e a execução de serviços de pavimentação em municípios do Estado do Ceará, de acordo com a Codevasf.

Encravado no Sertão dos Inhamuns, o município de Tauá tem 57 mil moradores e vive da agricultura familiar e da pecuária. A política local é comandada pela família do deputado há décadas. Patrícia está no quarto mandato. O avô paterno do deputado, que lhe rendeu o nome, também foi prefeito duas vezes. A reportagem tentou contato com Domingos Neto, mas ele não respondeu.

Revelado pelo Estadão, o orçamento secreto é um esquema montado pelo governo Jair Bolsonaro, em 2020, para beneficiar deputados federais e senadores com a indicação do repasse de dinheiro das emendas de relator-geral (também chamadas RP9) em troca de apoio no Congresso Nacional. Ao todo, as emendas de relator somaram R$ 20,1 bilhões no orçamento do ano passado.

Ao contrário das emendas individuais, de bancada e de comissões, o valor das emendas de relator foi distribuído de forma desigual entre os políticos, de modo a beneficiar aliados do governo. Diferentemente do que acontece com outros tipos de emendas, tais recursos foram destinados mediante acordos secretos, sem que se saiba qual político indicou o quê. O Estadão revelou 101 ofícios que expõem essas negociações e que não estão públicos.

André Shalders, O Estado de S.Paulo

Governo do estado escolherá cidades para aplicação em massa da primeira remessa da vacina Sputinik V

Foto: Divulgação
Quatro ou cinco cidades baianas devem receber a totalidade das doses da primeira remessa da vacina Sputinik V que chegará à Bahia. De acordo com o governador Rui Costa, as 300 mil doses serão aplicadas em todas as pessoas com mais de 18 anos dessas cidades. O objetivo, segundo o governador, é analisar os efeitos da imunização em massa nesses municípios. A definição das cidades será feita em uma reunião ainda nesta segunda-feira (14), mas Rui adiantou que serão escolhidos municípios com até 50 mil habitantes.

Mulher é flagrada tentando incendiar residência com idoso de 93 anos dentro

PM fez a prisão em flagrante da suspeita - (Divulgação, PMMS)

Na noite de domingo (13), por volta das 19 horas, mulher de 49 anos foi presa em flagrante ao ser vista incendiando uma casa em Paranaíba, a 407 quilômetros de Campo Grande. O morador, um idoso de 93 anos, estava na residência e a autora o impedia de sair.

Segundo a Polícia Militar, equipe fazia rondas pelo Bairro Santo Antônio quando populares avisaram sobre uma casa que estava pegando fogo. Os policiais foram até o local e encontraram a mulher na porta da sala, em visível estado de embriaguez.

Ela tinha um cabo de vassoura nas mãos e impedia que o idoso de 93 anos saísse da casa. Os militares identificaram vários focos de incêndio na residência e muita fumaça, mas conseguiram extinguir o fogo. Eles retiraram o idoso do local e detiveram a suspeita.

A mulher dizia que estava se vingando, porque o idoso agredia a própria esposa, mas o fato não foi confirmado pelos policiais. A suspeita acabou presa em flagrante e encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil. Por: Midiamax

SINEBAHIA OFERTA VAGAS DE EMPREGO PARA IPIAÚ E REGIÃO

A Rede SineBahia realiza, até o dia 20 de junho, inscrição ou atualização cadastral de trabalhadores de Ipiaú e região, no sudoeste do estado. A ação será realizada de forma remota, através do formulário eletrônico bit.ly/sinebahiaipiau

Estão sendo ofertadas vagas de emprego, com experiência comprovada, nas seguintes áreas: ajudante de obra, almoxarife, armador de estrutura de andaime, borracheiro, carpinteiro, eletricista, eletricista montador; encarregado de elétrica; ferreiro armador; lubrificador; marteleteiro, mecânico de máquinas pesadas, mestre de montagem, mestre de obra, motorista caminhão comboio (curso mop), motorista de comboio e de lubrificação, motorista de ônibus urbano, motorista de pipa e de caçamba, motoristas classe D e E, operador de máquinas pesadas, operador de pá carregadeira e pedreiro.

Com informações do SineBahia

‘Ruisistas’ defendem que governador se filie ao PSB e concorra avulso ao Senado

Foto: Divulgação/Arquivo

Inspirados na onda de candidaturas de governadores ao Senado, ‘ruisistas’, como são chamados os membros daquele grupo diminuto e coeso que apóiam o governador Rui Costa (PT) até debaixo d’água, passaram a defender o seu nome para a disputa de senador sem a menor cerimônia.

Chegam a sugerir que o petista se filie ao PSB para viabilizar a candidatura ao Senado repetindo exatamente a mesma estratégia utilizada no Maranhão pelo governador Flávio Dino, que era um comunista histórico do PCdoB.

Neste caso, Rui concorreria de forma avulsa ao Senado, fora da chapa encabeçada pelo senador Jaques Wagner (PT), que já negociou o mesmo espaço nela para o colega e amigo senador Otto Alencar (PSD), candidato à reeleição.

Para os defensores da tese, preservar Otto seria o único problema, já que só há uma vaga à posição disponível em 2022 e, pelo menos segundo as pesquisas, Rui é franco favorito para ganhá-la se resolver, de fato, disputá-la.

Na outra banda, o maior beneficiário da manobra seria o hoje vice-governador João Leão (PP), que assumiria o governo por nove meses com a forçada renúncia do primeiro mandatário estadual.

Rui tem até setembro para decidir mudar de partido e empreender a disputa. Não é pouco tempo para decidir se preserva o grupo, com Wagner à frente dele, ou resolve apostar apenas em salvar a própria pele.

Política Livre

Com presença de João Leão, João Roma e outros ministros cumprem agenda em evento fechado em Salvador

Foto: Reprodução/Instagram

O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), cumpriu agenda no Senai-Cimatec, na manhã desta segunda-feira (14), em Salvador. Os ministros Braga Neto (Defesa) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), e o comandante da Marinha, Almir Garnier, também compõem a comitiva.

Conforme noticiamos, o objetivo da visita da comitiva ao Cimatec é defender os interesses da Bahia junto à entidade. Roma, atualmente rompido com o presidente nacional do DEM, ACM Neto, pode ser o nome bolsonarista para disputar a Governo da Bahia em 2018 e garantir ao presidente da República, Jair Bolsonaro, um palanque no estado.

Bolsonaro aparece à frente de Lula entre eleitores de São Paulo, diz Paraná Pesquisas

Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) aparece à frente do ex-presidente Lula entre eleitores de São Paulo em levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas que foi encomendado pelo PSL, divulgado nesta segunda-feira (14). A informação é da revista “Fórum”.

No principal cenário estimulado, Bolsonaro tem 34% das intenções voto contra 29,3% de Lula. O apresentador José Luiz Datena é o terceiro com 9%, Ciro Gomes (PDT) tem 5,9%, João Doria (PSDB) 5,2%, João Amoêdo (Novo), 4,1% e Luiz Henrique Mandetta (DEM), 1,5%. A senadora Simone Tebet, do MDB, marca 0,3%.

Na simulação de segundo turno, Bolsonaro teria 40,3% contra 37,8% de Lula.

2022: Números mostrariam favoritismo de Neto e de Wagner quando apoiado por Lula

Foto: Montagem Política Livre/Arquivo/
Neto e Wagner devem disputar o governo do Estado em 2022

Em reunião recente da bancada federal na Câmara, circularam números atribuídos a uma pesquisa sobre a sucessão estadual em que o ex-prefeito ACM Neto (DEM) aparece destruindo o senador Jaques Wagner (PT) na disputa pelo governo baiano.

Há uma pedra no caminho de Neto, no entanto. Trata-se de Luís Ignácio Lula da Silva. Na eventualidade de casar sua campanha com a de Lula, estratégia em que os petistas apostam, Wagner também seria alavancado pelo ex-presidente de forma significativa.
Política Livre

Tribunal de Contas aprova as contas de 2019 da gestão da prefeita Maria das Graças Mendonça

Foto: Divulgação/Prefeitura de Ipiaú/Dircom
O Tribunal de Contas dos Municípios julgou parcialmente procedente o Recurso Ordinário apresentado pela Prefeita Maria das Graças, referente ao julgamento das suas contas do Exercício 2019.

Em sessão realizada na última quinta-feira(10), de forma virtual, o conselheiro Fernando Vita, em face das comprovações apresentadas, acatou o recurso da gestora, e modificou o voto, reduzindo a multa aplicada anteriormente, e retirando o ressarcimento.

Sendo assim, a Prefeita Maria das Graças, consegue a aprovação das três contas julgadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios até o momento.

Em julgamento anterior, o conselheiro José Alfredo Rocha Dias, havia aprovado com ressalvas as contas do exercício 2019, aplicando a prefeita uma multa no valor de R$10 mil pelas ressalvas contidas no relatório técnico e também determinando o ressarcimento de R$ 220.152,52 mil aos cofres municipais, com recursos pessoais, pela ausência de comprovação de pagamento de folhas salariais dos servidores do FUNDEB.
Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Secretário de Turismo de Cairu morre de covid-19

A prefeitura municipal de Cairu, no baixo sul da Bahia, informou, através das redes sociais neste domingo (13), o falecimento do secretário de Turismo, Júlio Oliveira, vítima de covid-19.
Julio era natural de Valença, cidade vizinha a Cairu, e estava internado em um hospital em Itabuna. Ele deixa a esposa e três filhos.

Patriota faz nova convenção nesta segunda-feira para tentar viabilizar filiação de Bolsonaro

Foto: Dida Sampaio/Estadão/Jair Bolsonaro
Partido com o qual o presidente Jair Bolsonaro tem negociado sua filiação, o Patriota realiza nesta segunda-feira uma nova convenção. O objetivo do presidente da sigla, Adilson Barroso, é sanar irregularidades apontadas por um cartório de Brasília, que, entre outros pontos, exigiu a comprovação de que houve quorum qualificado para alterar o estatuto da sigla, na convenção do dia 31 que filiou o senador Flávio Bolsonaro e abriu caminho para o ingresso do presidente da República. A contestação foi provocada pelo vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, adversário político de Barroso e principal entrave à filiação de Bolsonaro. É o que mostra o jornal “O Globo”.
Ao mesmo tempo que marcou a nova convenção, a ala ligada a Barroso tenta negociar com Resende e seu grupo político. Líder do partido na Câmara dos Deputados, Fred Costa (MG) recebeu de aliados de Bolsonaro a promessa de que, mesmo com a filiação do presidente, continuará controlando o diretório estadual de Minas Gerais e permanecerá com a liderança da legenda na Câmara.



Federações partidárias viram boia de salvação para ‘nanicos’ e abrem caminho para fusões

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O projeto de lei que cria o modelo de federações partidárias e tramita em regime de urgência na Câmara pode forçar a ação conjunta de partidos de oposição e abrir caminho para fusões partidárias. Segundo dirigentes e especialistas ouvidos pelo Estadão, a mudança, que é vista como uma tábua de salvação para as legendas pequenas, conta com o apoio “solidário” das siglas de esquerda, mas sofre resistência entre as médias e do Centrão.

Se for aprovado em plenário, o novo modelo também vai engessar as articulações em torno das eleições de 2022, já que os blocos que se formarem terão que apoiar o mesmo candidato presidencial e a governador em todos os Estados. O tema entrou em debate após o “endurecimento” da cláusula de desempenho ou de “barreira” – ela funciona com uma espécie de “filtro”.

A cláusula entrou em vigor antes do fim das coligações partidárias proporcionais (ou seja, nas eleições parlamentares), que começaram a valer em 2020. Ela estipula um patamar mínimo de votos para que uma legenda tenha acesso ao Fundo Partidário, tempo de rádio e TV no horário eleitoral e espaços de liderança no Congresso – e cresce progressivamente a cada eleição.

Nas eleições 2018, esse número foi de 1,5% dos votos válidos para deputado federal, distribuídos em pelo menos um terço dos Estados. Em 2022, esse piso pulará para 2% (o que equivale a eleger 11 deputados). O piso aumenta de forma progressiva até chegar a 3% na eleição de 2030.

O tema é complexo, mas, em resumo, o objetivo do fim das coligações combinado com a cláusula é justamente reduzir o número de partidos no Brasil. Hoje existem 35 registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo que 28 elegeram representantes há quatro anos.

Na quarta-feira passada, por 429 votos a favor e 18 contra, os parlamentares no plenário concordaram em dar prioridade ao texto do Senado, de autoria de Renan Calheiros (MDB-AL), que permite a dois ou mais partidos se reunir em uma federação para que ela atue como se fosse uma única sigla nas eleições.

Se for aprovado, o projeto prevê que depois da eleição esse “casamento” tem de durar pelo menos uma legislatura de quatro anos. Ou seja: os federados serão obrigados a atuar como uma bancada no Congresso, embora possam manter seus símbolos e programas.

Antes da aprovação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro, havia recebido um pedido de deputados do PCdoB para pôr em pauta em regime de urgência o projeto de lei. Apesar da ideia sofrer resistência dentro do seu próprio partido e em outros do Centrão, Lira contemplou a demanda.

Conversas sobre a formação de federações já ocorrem nos bastidores envolvendo o PCdoB e o PSB e a Rede e o PV. “A vantagem é produzir convergência para uma fusão no futuro. É como se fosse um teste probatório de um convívio comum de correntes políticas. A fusão seria natural”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

A cientista política Lara Mesquita, pesquisadora do Centro de Economia e Política do Setor Público da FGV, avalia que a federação pode beneficiar a direita, mas a esquerda já tem uma tradição de formar blocos e atuar junto. Ela ressalta que a federação é nacional e, portanto, as alianças terão que valer também nas eleições presidenciais. “Esses partidos competem juntos nos 26 Estados e Distrito Federal, em todas as Assembleias, Câmara e Senado. Por isso precisa ter organicidade e uma unidade interna para emplacar uma federação”.

Para Lara, os partidos têm que estar muito “azeitados”. “É como se fosse uma fusão temporária, com um custo muito mais baixo de se dissolver no círculo eleitoral posterior.” A pesquisadora pondera que o projeto ainda não deixou claro como funcionará nas eleições municipais.

Esse é o mesmo questionamento do cientista político Vitor Marchetti, professor da Universidade Federal do ABC. “Em tese, teria que valer para as eleições municipais, mas esse imbróglio deve ser judicializado e cair no TSE”, afirmou.

No caso do PCdoB, a aprovação do projeto é questão de sobrevivência e a permanência no partido do seu principal quadro, o governador do Maranhão, Flávio Dino, que planeja disputar o Senado em 2022. Mas o mesmo vale para outras siglas de oposição a Bolsonaro que atuam na sociedade civil, mas têm poucos deputados: a Rede de Marina Silva, o PSOL de Guilherme Boulos, o Cidadania de Roberto Freire, o Novo de João Amoêdo e o PV de Eduardo Jorge.

Apesar do placar elástico a favor do regime de urgência para a tramitação da proposta, ainda há muita resistência na Câmara. “Não vejo um clima favorável. A federação é benéfica para os pequenos partidos, mas não é tão boa para os médios. E há uma predominância de partidos médios na Câmara. Não vejo muita chance de prosperar”, disse o deputado Paulo Abi Ackel (MG), vice-líder do PSDB na Casa.

O tucano votou favoravelmente ao regime de urgência, mas vê com reservas a ideia. “Não dá para trabalhar a federação de partidos logo depois de acabar com as coligações. Me parece contraditório votar o fim das coligações há dois anos e depois permitir algo que só serve para a manutenção desse quadro partidário”, afirmou.

O cientista político Rodrigo Prando, professor de sociologia do Mackenzie, compara a cláusula de barreira somada ao fim das coligações a uma “medicação” do sistema. “A legislação foi muito frouxa com a criação de partidos. Essa medida foi para acabar com as legendas de aluguel, mas prejudica também os partidos históricos ou com valores arraigados”, afirmou.

O projeto das federações partidárias conta com o apoio do PT e PSB como forma de “solidariedade” e sinalização política para as eleições de 2022, mas é visto também no campo da esquerda como o início de um processo mais amplo de fusões partidárias. “Nossa proposta é de um sistema político com um número reduzido de partidos e uma cláusula de desempenho mais alta, de 5%. Não acho a federação o melhor formato, mas ela pode ser um embrião de partidos maiores e mais programáticos”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Uma das fusões (ou formação de federação caso o projeto seja aprovado) discutida é justamente entre o PSB e o PCdoB. “A união com a Rede é uma possibilidade”, disse o presidente do PV, José Luiz Penna.

Para angariar apoio entre partidos fora do campo da esquerda, os deputados do PCdoB adotaram o discurso que o novo modelo pode beneficiar todos no espectro ideológico.

“O (presidente Jair) Bolsonaro pode fazer uma federação do Patriota com o PTB do Roberto Jefferson, por exemplo. Esse é um mecanismo que não é de direita nem de esquerda”, afirmou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Os deputados bolsonaristas, porém, não simpatizam com a ideia. “O tema do sistema eleitoral é fisiológico e não ideológico. Fortalece os pequenos partidos de esquerda, que são os mais radicais. Querem acesso ao financiamento público, é o grande motivador”, disse o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).

Já o presidente do PSD, Gilberto Kassab, sinaliza que pode apoiar o projeto. “Se ele for engessado, é uma oportunidade para que as pequenas legendas sérias continuem num casamento consolidado de quatro anos”, afirma.

Pedro Venceslau e Camila Turtelli/Estadão Conteúdo

‘Dois impeachments em 30 anos indicam que algo não está bem’, afirma José Álvaro Moisés

Foto: Marcus Leoni / Folhapress/José Álvaro Moisés

Temos uma democracia que os cientistas políticos costumam designar como democracia eleitoral. Isso significa que ela garante os mecanismo de alternância de governo e engloba dois aspectos muito importantes que teóricos, como Robert Dahl, chamam a atenção: participação da grande maioria dos adultos e a possibilidade de contestação por meio da existência de partidos políticos e regras que permitam que o adversário de quem está no governo chegue ao poder. Nós temos isso.

O problema com a democracia brasileira não é se ela existe ou não. O problema é a qualidade de democracia. E isso tem relação com a crise do sistema de representação. Temos um conjunto de regras que, em invés de introduzir o eleitor no sistema político, trabalha para desconectar representados e representantes. Isso transparece em pesquisas de opinião quando as pessoas não se sentem representadas ou acreditam não influir no sistema. O que a diferencia a democracia das alternativas autoritárias é que na democracia as pessoas comuns são os soberanos; não o rei, o príncipe ou o secretário-geral do partido. Mas essa soberania é delegada por meio do sistema de representação, em primeiro lugar, aos partidos políticos. Quando os partidos começam a falhar nessa função e já não recebem a delegação dos soberanos para passá-la à frente ao presidente ou ao prefeito, você tem uma queda na qualidade da democracia. A soberania dos eleitores não se expressa apenas no direito de escolher o representante, ela se expressa por meio das instituições de mediação para propor temas ao sistema político que correspondam aos interesses dos eleitores.

Há um aspecto para entender os limites dos avanços que tivemos. Este é o fato de que, nos 30 anos que antecedem 2018, os militares haviam voltado à caserna e estavam subordinados a líderes eleitos, exercendo, dentro dos limites constitucionais, suas funções. Mas em 2018 houve uma quebra grave desse quadro, que foi a intervenção do comandante do Exército, general Villas Bôas, antes do julgamento do habeas corpus de Lula, o que pode ter interferido nas eleições. No Brasil, a democracia tem alguns condicionantes que ainda não estão resolvidos, e a questão militar é um desses.

Abre perspectiva para que alguns atores imaginem que podem ser os portadores da soberania e já não mais estabelecer a conexão com os eleitores. Esse é um aspecto da crise dos partidos. Eles não têm só um conteúdo programático frágil; a conexão com os eleitores se perdeu. Aquilo que começou a existir logo depois da campanha das Diretas Já, com cinco partidos políticos que deram origem ao nosso sistema partidário, ao longo do tempo foi se perdendo. Essa crise está visível a partir das jornadas de 2013, que reuniram milhões de pessoas. Foi uma crítica severa ao modo das elites políticas da época fazerem política.

Alguns avanços de realização da democracia ocorreram. Temos alternância do poder, temos uma série de direitos dos cidadãos mais reconhecidos do que antes. Mesmo a imprensa funciona com ampla liberdade. Mas o que ocorreu foi que, a partir da crise de 2014, com o governo de Dilma Rousseff, em parte porque ela não foi capaz de coordenar a coalizão de apoio que conseguiu formar e criou divisões internas, a crise se degenerasse. O agravamento da crise também veio com as denúncias de corrupção. Quando ficou mais evidente que o esquema de corrupção era sistêmico, envolvendo dirigentes de partidos e executivos de grandes empresas, aumentaram todos os índices de desconfiança em relação às instituições, às elites, ao governo de Dilma Rousseff, mas também em relação aos partidos. As duas instituições que tiveram os índices mais altos de rejeição foram os partidos e o Congresso. A crise aumentou porque flagrou os principais partidos responsáveis pela democratização. E, quando chega nas eleições de 2018, nenhuma das elites desses partidos em crise foi capaz de dar uma resposta a um sentimento de rejeição e exclusão, que a maioria dos eleitores estava sentindo. Nenhum dos líderes democráticos fez menção ao tema da corrupção ou assumiu compromisso com os eleitores de que isso mudaria, que não seria mais uma componente naturalizado da política brasileira. Isso abriu o espaço que foi ocupado por Bolsonaro, que apareceu como campeão do combate à corrupção capaz de cuidar de outro tema importante: a Segurança Pública. É um contexto de fragilidade de algumas das principais instituições da democracia brasileira. E, embora na campanha não tenha dito uma palavra sobre o embate com as instituições, assim que começou seu mandato a lógica dele se organizou em torno do enfrentamento das instituições e da mobilização de apoiadores contra o Judiciário e o Legislativo e uma tentativa de controle dos mecanismo de fiscalização, como o Coaf, Polícia Federal e Receita. O vácuo deixado pelas lideranças democráticas foi ocupado por uma alternativa de mentalidade autoritária. Essa mentalidade tem se refletido em sucessivas políticas pública. A mais importante delas é o negacionismo em relação à pandemia, a incapacidade de perceber o papel do estado diante da crise sanitária. Houve ainda uma desconstrução grave da legislação do meio ambiente e da tentativa de dar uso de armas a setores da população sem nenhuma justificativa. Bolsonaro se inscreve na crise como organizador de um movimento político que se insurgiu contra todos os avanços que tinham ocorrido nos 30 anos anteriores. Ele deteriora as condições da democracia.

O populismo é um estilo de fazer política que emergiu no Brasil a partir do anos 1930, com Getúlio Vargas. Ele combina elementos de concessões do Estado à massas populares, mas com um elemento de manipulação. Ele acentua uma relação personalizada de poder, no sentido de que apresenta o líder se relacionando com as massas e descartando as instituições de mediação. Outro fator importante é a nossa estrutura educacional. Grande parte dos eleitores tem pouco conhecimento de como funciona o sistema democrático. O sistema é complexo. Para entendê-lo, é preciso conhecimento. Nós não temos em nosso sistema educacional, que é muito desigual, nenhum programa que explique o papel do Executivo, do Legislativo e do Judiciário e no que isso se conecta com os direitos dos indivíduos. Sem isso, você tem uma espécie de desinformação generalizada que de alguma maneira favorece e emergência de líderes populistas. As pessoas que se aglomeram com Bolsonaro, por exemplo, não tem nenhuma voz para dizer o que pensam sobre políticas públicas e não têm suficiente conhecimento o que está em jogo.

Jânio (Quadros), (Fernando) Collor ou Bolsonaro não tinham longa militância partidária. O elemento de delegação dos partidos para essas lideranças é frágil. Elas não se sentem responsáveis em militar ou organizar ou lidar com conteúdo para a organização partidária. Ao personalização as relações, deixa-se à orientação dessas lideranças o salvacionismo da política. A ideia da nova política em nenhum momento se concretizou em torno de perspectiva teórica ou organizacional. Ela é muito mais uma negação da política que se realizava antes, como se o líder fosse salvar a sociedade dos desmandos da política, do qual o principal é a corrupção. Mas não só. O estilo de política do populismo permite que líderes de orientação diferente façam essa oscilação mais à direita, ora mais à esquerda. O populismo só teve o salvacionismo moralista como antípoda na conjuntura dos anos 1950, muito específica do governo de Getúlio Vargas, que antagonizou setores mais ao centro e à direita, que disputavam com ele. A liderança de Carlos Lacerda e o salvacionismo representado por ele têm mais uma conotação conjuntural do que de elemento de consistência mais longa na história política brasileira.

Qual a relação do populismo com os afetos mobilizados para a política, como o medo e o ressentimento? Qual o papel desses afetos na interdição da busca por consenso na sociedade?
De fato, a dimensão dos afetos tem um papel importante para credenciar e qualificar o modo como se estabelecem as relações, não só entre eleitores e líderes políticos, mas mesmo na relação entre os cidadãos e as instituições. Nas pesquisas de ciência política que tenho conduzido, um elemento que aparece sempre, diferentemente de outros países, é que nós não temos uma dimensão que pode ser caracterizada como a base do capital social, que é a capacidade das pessoas de confiarem em pessoas fora de sua família. Não confiam com quem trabalham, em vizinhos ou em desconhecidos. Isso dificulta a afirmação de uma base social para a ação conjunta. Para fazer a ação conjunta com pessoas que você não conhece é preciso confiar.

Isso dá um nó na questão da liberdade. Na medida em que a liberdade só se realiza como ação conjunta, sobra espaço só para a afirmação da vontade, para um quotidiano autoritário?
Exatamente. Isso condiciona completamente a vontade e impacta a capacidade de ação. Não é apenas a desconfiança e a falta de afeto com o conhecido e o companheiro com quem eu devia me organizar para defender interesses. Mas é também a falta de afeto em relação às instituições que, em tese, foram organizadas para atender aos direitos e resguardá-los. Na medida em que você não tem afeto com as instituições, você não tem compromisso de ajudar a mantê-las e preservá-las. Em um certo sentido, isso favorece o estilo de política d o populismo. Ao não significar essa relação de benquerença do representante legislativo, do Ministério Público, da política, cria-se uma distância grande entre os cidadãos e as instituições. Estas se fazem muito longínquas e difíceis para os cidadãos. O sentimento que estes têm é que elas são irrelevantes, que a sua opinião não tem nenhum valor e, quando se quer recorrer à elas, ninguém sabe para quem reclamar. A ausência de afeto tem a ver com essa distância. Se você está distante do ente querido, dificilmente seu afeto por ele crescerá. E isso vale para as instituições. Há clara perda de contato com aquilo que é a razão da existência das instituições. Isso abre espaço a líderes salvacionistas, o que aconteceu em 2018. Essa não é toda a explicação, mas é uma boa parte dela. A eleição de 2018 foi um salto no escuro. Boa parte dos eleitores não sabia o que Bolsonaro pretendia fazer, o que só ficou claro nos dois anos seguinte. Isso caracteriza o neopopulismo dessa fase da política brasileira.

O papel dos partidos devia ser o de credenciar os presidentes a exercer as suas funções para realizar projetos apresentados pelos partidos. Mas isso não tem acontecido no Brasil. Isso tem relação com a assimetria de poderes entre o Executivo e o Legislativo, que se reflete na pouca responsabilidade dos partidos, que não têm responsabilidade na definição de políticas nessa presidencialismo semi-imperial do Brasil. Há uma série de poderes e áreas de legislação que só o Executivo pode fazer propostas. A iniciativa do orçamento é do Executivo. Diante desse conjunto de poderes do presidente, quando este forma uma coalizão majoritária, esta retira dos partidos e de parte do Congresso o poder de monitorar, controlar e fiscalizar o desempenho do Executivo, que frequentemente está tentado a usar o poder de forma abusiva.

Esse sistema não vai levar a crises, com presidente minoritários e impeachments? Estamos condenados a ver a repetição desses processos?
Esse é o meu temor. Desde a redemocratização para cá, tivemos constantes crises. Essa situação caracterizada pelos poderes do presidente, do Legislativo e dos partidos, em vez de resolver, tem mantido o País em um estágio de instabilidade política muito longo. Nem sempre os presidentes foram minoritários. Fernando Henrique e Lula não foram. Isso ocorreu com Collor, que escolheu governar com coalizão minoritária, de Dilma, que não foi capaz de coordenar sua coalizão muito grande, e Bolsonaro, que não se propôs a formar uma coalizão no início do governo até ceder ao Centrão. O temor que tenho é que com as características principais do sistema político tenhamos crises que se sucedam. Em vez de se criar as condições para que o País supere o problema e possa crescer, há o prolongamento da crise. Na estrutura do presidencialismo de coalizão quando há uma crise grave, que coloca em questão a legitimidade do governo e, eventualmente, correndo o risco de se expandir para uma crise entre as instituições, ou você espera por eleições e prolonga a crise por quatro anos, como está ocorrendo com Bolsonaro, ou você tem de recorrer a um solução radical que é o impeachment, que divide o País e o polariza, levando ao conflito agudo dos partidos, criando desconfiança e rejeição ao sistema. Continuar no sistema de governo como o presidencialismo brasileiro leva à essa situação de crises permanentes. A pergunta que tem de ser feita é se isso não é inerente ao funcionamento desse sistema.

O sr. acredita que os mecanismos de controle nas instituições brasileiras sejam suficientes para lidar com políticos que desafiam as regras democráticas?
O político radical não se submete às regras de controle do abuso de poder e, ao não se submeter, extrapola esse tipo de crise para a sociedade, que se sente insegura e não se vê representada ou enxerga políticas capazes de resolver questões fundamentais, como renda e desemprego. Na ciência política brasileira, meus colegas afirmam que a estrutura do presidencialismo brasileiro garante governabilidade porque muitas vezes a resposta da maioria dos parlamentares é favorável ao que o Executivo propõe, mas isso não é suficiente para evitar o surgimento de crises ou para sua solução. Outra tese importante diz que a Constituição de 1988 formou mecanismos de fiscalização e controle dos superpoderes que o presidente tem. Com isso, o funcionamento do Supremo, do Congresso e do Ministério Público desempenhariam o papel de contenção. Não acho que é isso que estamos vivendo com Bolsonaro. Ele está de alguma maneira se opondo às instituições para debilitá-las. Ao mesmo tempo, desorganiza algumas das instituições de fiscalização e controle importantes – a mudança no Coaf, a tentativa de controle da Polícia Federal. Na estrutura que nós temos, não há compromisso na cadeia de delegação de poderes. A estrutura como está organizada não favorece que a candidatura do presidente esteja comprometida com um projeto, que esteja comprometido a eleger uma bancada que assuma o projeto do qual ele será um agente.

Como saída para esse impasse, o sr. faz a defesa do semipresidencialismo, como desejado por Ulysses Guimarães?
Isso deve vir dentro do contexto de reformas políticas importantes. Temos de superar o sistema de representação proporcional de lista aberta, que, em vez de estabelecer uma conexão sólida com eleitor, personaliza a escolha do eleitor. E isso pode piorar se for adotado o distritão, que vai agravar a crise da representação, pois dá mais força aos candidatos individuais de cada Estado. Ele seria a pá de cal nos partidos. Sou favorável ao voto distrital misto. É preciso reformar a estrutura de representação que se organiza em torno de distritos do tamanho de Estados. São Paulo tem 30 milhões de eleitores. Não há nenhuma possibilidade que se estabeleça vínculos comunitários para a escolha de políticas e representantes. Mudar o sistema de governo é abrir a possibilidade de dar mais responsabilidade aos partidos. Qual seria esse passo adiante? Seria escolher o chefe de Estado, que teria funções na área de política externa e defesa, e escolher indiretamente, por meio do Congresso, o primeiro-ministro, que seria responsável pelo governo, o que daria mais força para os partidos e para o Parlamento. Isso ampliaria as possibilidades de enfrentar as crises que temos tido. Em vez de ter apenas eleição ou impeachment, teríamos a possibilidade de que o chefe de Estado convoque novas eleições ou de que a maioria do Parlamento troque o gabinete, o que aconteceria de maneira tranquila, sem representar grande estresse, dividindo a sociedade, o que deixa de realizar a promessa da democracia, que é tratar pacificamente os conflitos, abrindo possibilidade a radicalizações e à reintrodução da violência na política. É nesse sentido que vai a proposta de mudar um sistema que vive com crises sucessivas, cada vez mais radicais. Precisamos enfrentar o debate da mudança do sistema de governo e caminhar na direção de um sistema misto, que resguarde parte da cultura brasileira – a eleição do presidente – mas reparta a função administrativa com o primeiro-ministro.

A cada crise que temos, a economia é paralisada, a inflação aumenta. É preciso dizer chega. Não faz mais sentido a prosseguir dessa maneira.

O momento que se vive na América Latina, em que uma maioria eleita no Chile para a Constituinte advoga o semi-presidencialismo, pode ter reflexo no Brasil?
Sim. Tem um aspecto da cultura política latino-americana que reforça muito a relação entre o líder e a massa. O que está ocorrendo no Chile e em outros países é uma mudança dessa cultura política que justificou por mais de um século a manutenção de um sistema de governo que tem poucas saídas para as crises graves. Crises sempre vão haver, são parte da dinâmica da democracia, mas precisamos ter saídas, mecanismo pelos quais podemos retomar políticas de desenvolvimento do País. Desse ponto de vista, o que está acontecendo no Chile é um sinal da mudança da cultura política que, ao meu juízo, vai ocorrer em outros países e, provavelmente, se o debate se estabelecer no Brasil, teremos uma chance também de mudar. Dois processos de impeachment de presidente eleitos em 30 anos são uma indicação de algo não está funcionando bem. O governo Bolsonaro mostra como é visível o excesso de poderes do presidente. Mesmo com as instituições de controle não consegue normalizar a crise. Em meio à pandemia, o presidente acredita que pode recomendar o não uso de máscara, criando uma situação que vai levar a mortes. E você não pode ter um presidente cuja única saída seja: vamos ver se o presidente da Câmara vai abrir um dos cem pedidos de impeachment. Não dá para funcionar assim.
Marcelo Godoy/Estadão Conteúdo

Parlamento de Israel aprova novo governo que encerra era Netanyahu

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Parlamento de Israel aprovou nesse domingo (13) um novo governo que encerra o tempo recorde de 12 anos no poder do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Liderado pelo milionário Naftali Bennett, o novo governo promete curar a nação, dividida pela saída de Netanyahu.

Político israelense mais dominante de sua geração, o ex-primeiro-ministro, de 71 anos, fracassou na formação de um governo após as eleições em 23 de março, a quarta em dois anos.

O novo governo de Naftali Bennett inclui legisladores de esquerda, de centro e árabes, que ele agrupou com o líder de oposição Yair Lapid.

Bennett, de 49 anos, um judeu ortodoxo, será o premiê por dois anos antes de Lapid, um ex-apresentador de televisão, assumir o cargo.

"Obrigado, Benjamin Netanyahu por seu longo serviço, cheio de realizações em nome do Estado de Israel", disse Bennet em discurso.

O governo, que inclui pela primeira vez um partido representante da minoria árabe, que corresponde a 21% da população israelense, planeja evitar mudanças drásticas em questões internacionais polêmicas, como a política em relação aos palestinos, para ter como foco as reformas domésticas.

Com poucas perspectivas de progresso em relação à resolução do longo conflito com Israel, muitos palestinos provavelmente continuam impassíveis com a mudança de governo, dizendo que Bennett irá provavelmente seguir a mesma agenda de Netanyahu.

Isso parece provável em relação à principal preocupação de segurança de Israel, o Irã. Um porta-voz de Bennett disse que ele promete "oposição vigorosa" a qualquer volta dos Estados Unidos ao acordo nuclear de 2015 com o Irã, mas que buscaria cooperar com o governo do presidente norte-americano Joe Biden.

"Amo vocês, obrigado!", escreveu Netanyahu em mensagem ao povo israelense no Twitter, com uma foto com a bandeira de Israel ao fundo.

* Com informações da Reuters

Brasil abre Copa América com boa vitória sobre a Venezuela

Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos reservados
O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, foi palco na noite deste domingo (13) da estreia da seleção brasileira na Copa América de 2021. A equipe nacional fez 3 a 0 na Venezuela pela abertura do Grupo A. Os gols foram marcados pelo zagueiro Marquinhos e pelos atacantes Neymar e Gabriel Barbosa.

Com o resultado, o time verde e amarelo somou os primeiros três pontos e lidera a chave. Ainda neste domingo, às 21h (horário de Brasília), Colômbia e Equador se enfrentam no mesmo grupo na Arena Pantanal. O Peru é o quinto time da chave brasileira e folga nesta rodada inaugural.
Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos reservados
Antes do início da partida, ocorreu um rápido cerimonial para abertura da competição. Alguns profissionais da saúde levaram a taça da Copa América até o centro do gramado do Mané Garrincha e o telão do estádio passou imagens alusivas às 10 equipes que participam do torneio e foi organizado um show de fogos de artifício que tomou conta do céu da capital federal.
Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos reservados
Com a bola rolando, a primeira partida da Copa América dessa temporada foi totalmente dominada pelo Brasil. Aos sete, quase Richarlison abriu o placar depois de cobrança de escanteio de Neymar. Aos nove, a mesma dupla esteve em ação. Neymar deu um belo lançamento para Richarlison que não conseguiu dominar. Aos 10, Éder Militão por muito pouco não abriu o placar de cabeça. Aos 22, finalmente as redes venezuelanas balançaram. Neymar bateu o escanteio da esquerda e o zagueiro Marquinhos aproveitou o bate e rebate na área para fazer o primeiro gol. Aos 25, Richarlison marcou, mas estava impedido. Aos 29, Neymar fez boa jogada e finalizou rasteiro. A bola passou raspando a trave direita do gol de Graterol.
Na etapa final, o técnico Tite fez duas mudanças, colocando Everton Ribeiro no lugar do Lucas Paquetá e Alex Sandro no lugar de Renan Lodi, e a seleção marcou mais dois gols. Aos 16, o lateral-direito Danilo armou boa jogada e foi derrubado na área. Neymar deslocou o goleiro rival e fez mais um.
Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos reservados
Depois, sem forçar muito o ritmo e com Gabriel Barbosa no lugar de Richarlison, Vinícius Júnior na vaga de Gabriel Jesus e Fabinho no lugar de Fred, saiu o terceiro gol aos 43 minutos. Neymar recebeu belo passe de Alex Sandro, driblou o goleiro e largou Gabriel Barbosa sozinho na frente do gol. O atleta do Flamengo empurrou com o peito para o fundo das redes.
Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Direitos reservados
A seleção volta a jogar na quinta-feira (17) contra o Peru no Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira (14) acontecerão os primeiros dois jogos do grupo A. Argentina e Chile se enfrentam no Nilton Santos, a partir das 18h, e, no Estádio Olímpico de Goiânia, Paraguai e Bolívia se enfrentam a partir das 21h.

Edição: Gustavo Faria
Por Juliano Justo - Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional - São Paulo
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