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Brasil permitirá acesso de ucranianos a passaporte humanitário

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira (28) que o Brasil vai fazer uma portaria para garantir o acesso de ucranianos ao passaporte humanitário brasileiro. O anúncio foi feito em entrevista à rádio Jovem Pan e retransmitida nas redes sociais do presidente. “Nós faremos todo o possível para receber o povo ucraniano”, destacou.

Segundo Bolsonaro, a portaria que vai regulamentar a entrada de ucranianos por meio do passaporte humanitário deverá ser publicada nos próximos dias. O presidente disse que o Brasil vai continuar com a postura neutra em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia que teve início na última semana.

Nos últimos dias, o presidente já havia falado sobre o assunto, quando destacou que o Brasil tem sido claro sobre sua posição “em defesa da soberania, da autodeterminação e da integridade territorial dos Estados”.

Sanções

O presidente afirmou que não há previsão de imposição de sanções do Brasil para a Rússia em decorrência do conflito. Conforme Bolsonaro, o Brasil possui uma “dependência enorme” dos fertilizantes da Rússia e, em caso de sanções, o agronegócio seria “seriamente afetado”. “Acredito que essas sanções dificilmente prosperam”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a destacar o apoio do governo russo na preservação da soberania da Amazônia em discussões internacionais e disse que, sem os fertilizantes russos, o agronegócio brasileiro seria prejudicado, o que poderia gerar insegurança alimentar e inflação de alimentos.

Bolsonaro falou ainda sobre as críticas do representante da Ucrânia no Brasil e afirmou que o Brasil tem que ter o equilíbrio na relação entre os países.

Resgate de brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que chegaram hoje a Varsóvia, capital da Polônia, oito servidores do Itamaraty para ajudar no processo de resgate dos brasileiros impedidos de retornar ao país por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia. “Esta força-tarefa enviará destacamento a Lviv, na Ucrânia, onde será montado escritório de apoio aos brasileiros que estão tentando deixar o país”, diz a publicação, em redes sociais.

Edição: Kelly Oliveira
Por Agência Brasil - Brasília

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Novos estudos voltam a indicar mercado em Wuhan como origem da pandemia

Foto: Ilustração
A origem do coronavírus Sars-CoV-2, responsável pela pandemia que já provocou a morte de quase 6 milhões de pessoas em todo o mundo, continua um mistério para pesquisadores e autoridades de saúde em todo o mundo.

Agora, três novos estudos, um publicado na última sexta (25) e dois no último sábado (26), apontam novamente o mercado de animais de Huanan, em Wuhan, como epicentro da Covid. As três pesquisas foram tornadas públicas em repositórios de pré-print online e ainda aguardam revisão por pares.

A hipótese de o local, que vendia animais vivos junto com produtos de origem animal frescos e congelados, ser o foco inicial da pandemia já havia sido aventada diversas vezes, mas a prova final, ou o chamado “paciente zero”, permanece desconhecido.

O extenso relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em fevereiro de 2021, apresentando quatro cenários distintos para a passagem do vírus a humanos, apontava a origem natural a partir de um hospedeiro animal como provável a muito provável, mas a própria equipe de pesquisa havia descartado o mercado de animais como epicentro.

Porém, conforme apontou uma pesquisa do biólogo evolucionista Michael Worobey, o primeiro caso oficialmente reconhecido pela OMS não foi o primeiro de fato. A partir de uma análise publicada na revista Science em novembro de 2021, Worobey mostrou que, na verdade, a primeira pessoa infectada foi uma vendedora de peixes no mercado de Huanan.

A partir disso, Worobey e colegas foram investigar a distância dos 174 casos reconhecidos pela OMS no início da pandemia, em dezembro de 2019, do mercado. Utilizando dados de latitude e longitude disponíveis para 156 deles, os cientistas encontraram que a maioria dos casos ocorreu perto ou na região de entorno do mercado, incluindo os casos classificados como não ligados diretamente ao local pela entidade de saúde.

Os pesquisadores ainda coletaram dados de geolocalização da plataforma social Weibo, utilizada em janeiro e fevereiro de 2020 por 737 pessoas com sintomas de Covid. O mapa de calor (densidade de casos) também apontou uma maior concentração na região próxima do mercado.

Para avaliar se essa proximidade não poderia ser uma coincidência, os cientistas calcularam a distância média da população de Wuhan até o mercado de Huanan, bem como a distância entre os primeiros casos confirmados da OMS ligados ao mercado, os casos não ligados, e os casos vindos do aplicativo Weibo. A distância média da população até o mercado é de 16,9 km, enquanto a distância dos casos do Weibo encontrada era de 8,26 km.

Em relação aos casos registrados no relatório da OMS, a distância média de todos os casos (n=174) era de 3,95 km, enquanto a dos casos diretamente ligados ao mercado era de 5,33 km, e os casos não ligados 3,75 km.

De acordo com os pesquisadores, esses achados indicariam ser “extremamente improvável” que os casos observados em dezembro fossem tão próximos ao mercado por questões de densidade demográfica. Ainda, os casos da plataforma Weibo, de janeiro e fevereiro de 2020, tiveram também uma maior proximidade ao local em comparação com a população como um todo.

Assim, eles concluem que a análise estatística confirma a hipótese de que “os primeiros casos de Covid estavam altamente concentrados no, ou próximos ao, mercado de Huanan”.

Na sexta (25), pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Wuhan divulgaram os resultados da análise de RT-PCR para detectar o coronavírus em 1.380 amostras coletadas no mercado de Huanan, em janeiro de 2020.

Logo após os primeiros casos de “pneumonia de causa desconhecida”, que depois viria a ser a Covid-19, em dezembro de 2019, as autoridades chinesas fecharam o mercado de animais de Huanan e fizeram a desinfecção do local, que permanece fechado até o momento. Os cientistas coletaram amostras de 923 superfícies, como bancadas, paredes, chão e até bocas de bueiro, e 457 amostras de animais, incluindo carcaças, animais de rua e fezes de bichos no local.

Embora as amostras dos animais que eram vendidos no mercado tenham tido resultado negativo para o Sars-CoV-2 —o motivo principal de até hoje ser desconhecido o hospedeiro intermediário do vírus antes de saltar para humanos—, os chineses encontraram traços do Sars-CoV-2 em diversos pontos no mercado, principalmente na ala oeste, que fica no lado esquerdo da rodovia Xinhuan, que corta o mercado em dois.

No estudo de Worobey, os autores também apontaram que alguns dos mercados que ofereciam animais vivos incluíam espécies como guaxinins, texugos (gênero Arctonyx) e raposas, que são possíveis reservatórios de coronavírus.

Assim como na pesquisa de Worobey e colegas, os chineses viram maior incidência de vestígios do coronavírus nas barracas que vendiam animais vivos, a maioria concentrada na parte sudoeste do mercado.

Apesar dos esforços da OMS de testagem em mais de 80 mil indivíduos de diferentes espécies animais, os autores reforçam que aqueles mais suscetíveis ao coronavírus, identificados por eles como sendo vendidos no mercado de Huanan em novembro e dezembro de 2019, não foram incluídos na amostragem.

LINHAGENS INICIAIS DO SARS-COV-2

Além das evidências de alta densidade de casos nos arredores do mercado e dos vestígios de Sars-CoV-2 encontrados no local, os autores identificaram as duas linhagens iniciais do coronavírus, conhecidas como A e B, também ligadas ao mercado de animais de Huanan no início da pandemia.

O terceiro estudo publicado no último sábado (26) indicou dois eventos distintos de salto dessas linhagens para humanos. O primeiro, envolvendo a linhagem B, que se tornou a predominante durante a pandemia da Covid, ocorreu no final de novembro e início de dezembro de 2019, enquanto a infecção pela linhagem A ocorreu algumas semanas depois.

Na pesquisa de Worobey e colegas, os autores encontraram indícios de casos que ocorreram com a linhagem A, que não havia sido associada ao mercado de Huanan previamente, com uma distância de menos de 1 km do local.

Resultados similares foram encontrados pelos pesquisadores chineses do CDC, que encontraram a presença da linhagem A em amostras coletadas no ambiente do mercado.

Assim, os dados corroboram novamente a circulação das duas linhagens no início da pandemia no local do mercado. Se uma linhagem derivou da outra —a diferença entre as duas é de apenas duas mutações—ou se a linhagem A foi trazida ao local por uma pessoa infectada, ainda não é possível saber, dizem os cientistas.

Tampouco é possível determinar qual —ou quais— espécie animal está diretamente ligada ao salto do coronavírus para humanos, mas os novos achados apontam cada vez mais para uma origem do Sars-CoV-2 no mercado de Huanan.

Ana Bottallo/Folhapress

Em nova reunião com deputados, Wagner confirma que não será candidato, mas PT ainda discute o que fazer

Senador Jaques Wagner (PT)
O senador Jaques Wagner (PT) confirmou, em nova reunião com deputados federais do partido na tarde desta segunda-feira (28), que não será candidato ao governo. Apesar da movimentação interna do partido, com emissão de notas públicas por deputados, setoriais e tendências – e de aliados ao PT -, o senador manteve a decisão de não disputar o governo, cedendo a cabeça da chapa a Otto Alencar (PSD) e possibilitando, assim, que o governador Rui Costa renuncie e dispute uma vaga no Senado – o vice-governador João Leão assume a titularidade e o PP indica o vice na chapa de Otto.

A expectativa, no início da reunião, era que Wagner acenasse positivamente à manutenção da candidatura, motivo porque o encontro foi realizado a pedido dos parlamentares, todos preocupados com a repercussão da ausência de uma candidatura majoritária petistas em suas chances de reeleição. Com a negativa do senador, a sigla agora discute o que fazer: pode resignar-se e apoiar Otto ao governo ou lançar uma candidatura própria. Pesquisas chegaram a ser feitas com os nomes de Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas, e de Luiz Caetano, secretário estadual de Relações Institucionais,para avaliá-los como alternativa.

Os parlamentares decidiram que somente concluiriam a reunião quando chegassem a dois desfechos possíveis: o primeiro – e desejado – era o aceite de Wagner ao pleito dos deputados, movimentos e partidos de esquerda aliados; o segundo, a opção de apresentar ou não um nome alternativo à sucessão estadual, contestando o nome de Otto e criando dificuldades para a eleição ao Senado de Rui, eleito hoje como o inimigo número um do partido e de seus membros.

Davi Lemos

Bahia tem 7.741 casos ativos de Covid-19; 34 óbitos são registrados nas últimas 24h

Foto: Paula Fróes/GOVBA/Arquiv
O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), desta segunda-feira (28), registra 7.741 casos ativos de Covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 727 casos da doença (taxa de crescimento de +0,05%) e mais 34 mortes.

De acordo com a Sesab, de 1.502.168 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.465.246 são considerados recuperados e 29.181 pessoas tiveram óbito confirmado devido à doença. O boletim epidemiológico da secretaria contabiliza ainda 1.763.907 casos descartados e 324.703 em investigação. Na Bahia, 62.059 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Vacinação

A Sesab ainda informa que 11.391.741 pessoas foram vacinadas contra a Covid com a primeira dose, 10.353.383 com a segunda dose ou dose única e 3.703.325 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 573,308 crianças já foram imunizadas.

Alan Sanches diz que Rui debate política enquanto final de semana violento assusta baianos

O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil) cobrou nesta segunda-feira (28) do governador Rui Costa (PT) iniciativas que possam conter a crescente onda de violência que vive o Estado. Segundo o parlamentar, diversos foram os casos de atos criminosos ocorridos em Salvador e no interior neste final de semana.

“Enquanto os baianos vivem acuados pela violência, que só aumenta na Bahia, o governador Rui Costa (PT) está focado no seu ingresso na chapa governista para concorrer ao Senado em 2022”, disse Alan Sanches (União Brasil).

No sábado (26) à tarde, segundo Sanches, ocorreu um caso, “que está se tornando rotina” na capital, tiroteio entre facções”. “Chegamos ao extremo da falta de segurança. Homens fortemente armados transitavam pelo Dique do Tororó deixando em pânico transeuntes e motoristas”, relatou o deputado

Ainda segundo Sanches, na cidade de Feira de Santana três pessoas da mesma família foram mortas, incluindo uma adolescente de 11 anos. “Pai, mãe e filha foram assassinados dentro da casa onde moravam no bairro Campo Limpo”, disse o parlamentar.

Conforme relatos do deputado, em Itiruçu, cidade a 150 quilômetros de Ilhéus, a jovem Cristiane Barbosa Ferreira foi assassinada com um tiro nas costas, dentro de sua residência. “O principal suspeito é seu ex-companheiro, mas como ocorre rotineiramente não foi encontrado pela polícia”, lamentou.

O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil)
Alan Sanches chamou atenção que nem mesmo os policiais estão protegidos. “Um policial militar foi baleado no rosto, durante uma troca de tiros na localidade do Coroado, no bairro de São Marcos, na madrugada desta segunda-feira (28). Felizmente, ele está internado e passa bem, mas o quadro poderia ser outro. Três homens morreram, espera-se que os criminosos”, ponderou o parlamentar, ao completar que viaturas da PM tiveram os pneus furados na noite de domingo (27), enquanto policiais encerravam uma festa do tipo ‘paredão’ no bairro da Boca do Rio. O caso ocorreu na localidade da Baixa Fria e os veículos tiveram que ser retirados por guinchos.

Ele ainda destacou os 40 minutos de tiroteio “ininterruptos” no bairro da Engomadeira. “Não se sabe se foi troca de tiros ou apenas disparos de armas de grosso calibre por facções criminosas, conforme relatos dos próprios moradores. Alguns estabelecimentos, inclusive, amanheceram fechados nesta segunda. Ou seja, o temor toma conta de diversas comunidades e o governo permanece com os piores índices de avaliações e de braços cruzados”, concluiu.O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil)

No ritmo da Band, em que em 1 segundo tudo pode mudar, chapa governista pode ser assumida de novo por Wagner

Foto: Divulgação/Arquivo
Com o aumento da pressão, inclusive nacional, pela retomada da candidatura de Jaques Wagner (PT) ao governo, ele e vários setores do partido, além de parlamentares, estão envolvidos numa discussão interna que pode resultar na restauração da ideia da chapa original, com apenas uma mudança.

Wagner voltaria a disputar o governo, com Otto ao Senado e o PP indicando a vice. O governador Rui Costa, no entanto, responsável pela reviravolta ao decidir concorrer ao Senado, renunciaria para concorrer a uma vaga de deputado federal, o que lhe asseguraria foro privilegiado.

Com isso, João Leão (PP) assumiria o governo. As informações mais recentes chegadas ao Política Livre dão conta de que Wagner, entretanto, pretende resistir. No grupo governista, a avaliação é de que tuda a cúpula do governo entrou no modo Band: em 1 segundo tudo pode mudar!

Fifa impede participação da Rússia na Copa do Mundo

Foto: Divulgação/Arquivo

A Fifa e a Uefa suspenderam, nesta segunda-feira (28), a seleção da Rússia e todos os clubes de futebol do país de participarem de qualquer competição organizada pelas entidades. Com isso, os russos não poderão participar das Eliminatórias para o Mundial do Catar e, consequentemente, da própria Copa do Mundo.

A punição é por tempo indeterminado e vale para o esporte no campo, na praia ou no salão, seja masculino ou feminino.

A decisão foi tomada em conjunto pela Fifa e pela Uefa e foi motivada pela ofensiva militar da Rússia sobre a Ucrânia. Em nota, os órgãos lembram que “o futebol está totalmente unido aqui e em total solidariedade com todas as pessoas afetadas na Ucrânia. Ambos os presidentes esperam que a situação na Ucrânia melhore significativa e rapidamente para que o futebol possa voltar a ser um vetor de unidade e paz entre os povos”.

Pacote de sanções
O anuncio é feito um dia após a entidade máxima do futebol apresentar um pacote de sanções à seleção da Rússia.

No domingo (27), em decisão tomada por unanimidade pelo seu Bureau do Conselho, a Fifa afirmou que: “Nenhuma competição internacional será disputada no território da Rússia, com partidas ’em casa’ sendo disputadas em território neutro e sem espectadores; A associação membro que representa a Rússia deve participar de qualquer competição sob o nome ‘União de Futebol da Rússia (RFU)’ e não ‘Rússia’; Nenhuma bandeira ou hino da Rússia será usado em partidas em que equipes da União de Futebol da Rússia participem”.
Agência Brasil

ONU: clima está mudando mais rápido do que o previsto

Foto: ONU Neus/Divulgação
Relatório publicado hoje (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que os impactos das mudanças climáticas estão sendo “muito mais rápidos” do que o previsto pelos cientistas, causando “perturbações perigosas e generalizadas na natureza”. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Especialistas em Mudanças Climáticas (IPCC), os esforços que estão sendo feitos no sentido de mitigar esses efeitos não são suficientes. E, como consequência, há efeitos danosos para a vida de bilhões de pessoas, em especial povos indígenas e comunidades locais.

“Tenho visto muitos relatórios científicos na minha vida, mas nada como isso”, disse o secretário-geral geral da ONU, António Guterres, logo ao abrir seu discurso, durante a entrevistas coletiva para divulgar o documento. “O relatório do IPCC apresentado hoje é um atlas do sofrimento humano e uma indagação sobre danos e sobre o destino de nossas lideranças climáticas. Fato a fato, esse relatório mostra que pessoas e planeta estão afetados pelas mudanças climáticas”, disse.

“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar”, acrescentou.

Segundo o presidente do IPCC, Hoesung Lee, “este relatório traz um sério alerta sobre as consequências da inação”, uma vez que mostra que as mudanças climáticas são uma “ameaça cada vez mais séria ao nosso bem-estar e à saúde do planeta”.

Injustiça climática

De acordo com a diretora do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, a mensagem que o relatório envia é clara: “mudanças climáticas já são nossos oponentes”. “As chuvas estão aí, prejudicando bilhões de pessoas”, disse.

“Temos visto destruições perigosas em todo o mundo natural. Espécies em migração vivem em condições mais vulneráveis, e há mortes ocorrendo por inundações causadas por tempestades”, disse ela, ao lembrar que, na última década, pessoas vulneráveis que vivem em países de menor desenvolvimento têm 15 vezes mais chances de morrer em decorrência de inundações, secas ou tempestades.

O risco, segundo a diretora da ONU, atinge particularmente povos indígenas e comunidades locais. “O nome disso é injustiça climática”, sentenciou, ao defender que o retorno à natureza é a melhor forma de a humanidade se adaptar e diminuir as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover empregos que potencializar economias.

“Temos a obrigação de dedicar pensamentos e fundos para transformar e adaptar os programas tendo a natureza em seu centro. A humanidade passou séculos tratando a natureza como seu pior inimigo. A verdade é que a natureza pode ser nossa salvação, mas apenas se nós a salvarmos primeiro”, completou.

O relatório destaca que, nas próximas duas décadas, o planeta enfrentará vários perigos climáticos inevitáveis, caso o aquecimento global chegue a 1,5°C. Alguns deles terão efeito irreversível. Os riscos são cada vez maiores e terão consequências para infraestruturas e para assentamentos costeiros de baixa altitude.

Financiamento, tecnologia e compromisso

O estudo alerta que, em algumas regiões, o “desenvolvimento resiliente ao clima será impossível”, caso o aquecimento global aumente mais de 2°C. Neste sentido, o levantamento destaca “a urgência de implementar a ação climática, com foco particular na igualdade e justiça”, o que implica em “financiamento adequado, transferência de tecnologia, compromisso político e parcerias que aumentem a eficácia da adaptação às mudanças climáticas e à redução de emissões”.

António Guterres lembrou que a ciência tem reiterado que o mundo precisa cortar 45% de suas emissões até 2030, para atingir zero emissão de gases até 2050. “No entanto, os atuais acordos indicam que as emissões vão aumentar em quase 14% durante esta década. Isso representa catástrofe, e vai destruir qualquer chance de mantermos vivos os compromissos”.

Ele acrescentou que os combustíveis fósseis têm grande responsabilidade nesse cenário, e criticou os países que têm descumprido acordos multilaterais sobre o tema. “A presente combinação global sobre [emissões de] energia está quebrada, e os combustíveis fosseis continuam causando danos, choques e crises econômicas, de segurança e geopolíticas”, disse.

“Agora é tempo de acelerar a transição energética para um futuro de energia renovável, porque combustível fóssil representa impasse para nosso planeta, para a humanidade e, sim, para as economias. A transição imediata para uma fonte renovável de energia é a único caminho para garantir a segurança energética, o acesso universal e para os empregos verdes que nosso mundo precisa”, acrescentou.

A adaptação, visando o uso amplo de energia limpa, não é algo barata, ainda mais no caso de países menos desenvolvidos. Tendo em vista essas dificuldades, Guterres convocou países desenvolvidos, bancos multilaterais de desenvolvimento, financeiras privadas e outras corporações a fazerem coalizões de forma a incentivar, desenvolver e dar acessos ao uso de energia limpa.

O levantamento da ONU cita relações diretas entre as mudanças climáticas e exposição de pessoas a situações de insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, bem como em pequenas ilhas e no Ártico.

Atraso é morte

“Precisamos ajudar países a se adaptarem às novas necessidades. Precisamos de dinheiro para salvar vidas, porque atraso é morte. Todos bancos multilaterais sabem o que precisa ser feito: trabalhar com governos para desenvolver caminhos para projetos visando a obtenção dos recursos públicos e privados necessários. Todo planeta precisa cumprir o acordado para conseguirmos, de fato, reduzir as emissões”, argumentou.

Guterres acrescentou que o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, precisa liderar esse caminho. “Caso contrário, a humanidade pagará um preço alto, com um número ainda maior de tragédias. Pessoas em todos lugares estão ansiosas e furiosas. Eu também. Agora precisamos transformar essa fúria em ação. Toda voz pode fazer diferença. E cada segundo conta”, concluiu.

Edição: Maria Claudia
Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Acidentes em rodovias federais matam 55 pessoas no carnaval

Balanço parcial mostra que 730 pessoas ficaram feridas

Divulgação/PRF

Morreram em acidentes nas estradas federais 55 pessoas desde a última sexta-feira (25), segundo o balanço parcial da Operação Carnaval divulgado hoje (28) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ficaram feridas 730 pessoas em acidentes ao longo do feriado.

Até o momento, 1,6 motoristas foram autuados por dirigirem embriagados. A PRF também multou 4,1 mil motoristas por falta de uso do cinto de segurança. As ultrapassagens perigosas foram a razão de outras 5,5 mil autuações durante o feriado.

A PRF fez ainda 579 prisões durante a Operação Carnaval deste ano. Foram recuperados 121 veículos roubados e apreendidas 25 armas de fogo. Os resultados foram obtidos com a fiscalização de 66,5 mil veículos.

Para o período de carnaval, a PRF intensificou o policiamento nas rodovias federais, com rondas e policiais posicionados em trechos mais movimentados ou com mais índice de acidentes e infrações de trânsito.
Edição: Maria Claudia

MovEndo: Movimento Brasileiro de Conscientização sobre a Endometriose fortalece Março Amarelo

Eventos presenciais e online integram a programação da campanha na Bahia
Propagar a conscientização sobre a endometriose, seus sintomas e tratamentos através de eventos, ações e debates relacionados ao tema. Este é o objetivo do Movimento Brasileiro de Conscientização da Endometriose (MovEndo), que será lançado em março em todo o país. Devido à pandemia de Covid-19, ainda em curso, para evitar aglomerações, boa parte das ações acontecerá em ambiente virtual, mas em algumas cidades baianas há programações presenciais confirmadas. Independente do formato, o movimento pretende fortalecer a campanha mundial Março Amarelo. A endometriose afeta cerca de 10% da população feminina nacional. Estatísticas regionais revelam que aproximadamente 60% das mulheres inférteis na Bahia são portadoras da doença.
Para mostrar à sociedade os grandes impactos da endometriose na vida de tantas mulheres, corredores e ciclistas de Vitória da Conquista, no centro-sul baiano a cerca de 500 km de Salvador, já se organizaram para vestir a camisa cor do sol do MovEndo no dia 6 de março, quando um grande encontro acontecerá na Av. Olívia Flores, com saída do Shopping Boulevard, das 7 às 11 horas. Em Salvador, uma exposição fotográfica batizada de “Endoalerta” será realizada no Horto Bela Vista nos dias 18 a 28 de março, das 10 às 22h. No mesmo local, o “Endoalerta Talk Show” acontecerá no dia 23, a partir das 14 horas. 

Já o evento “MovEndo Salvador”, confirmado para o dia 26 na sede da Associação Bahiana de Medicina (ABM), contará com orientações sobre a endometriose e distribuição de senhas para exames diagnósticos gratuitos. Os detalhes de cada uma das ações serão divulgados pelos organizadores nos próximos dias. A programação do MovEndo na Bahia inclui, ainda, uma live no Instagram com especialistas no dia 17 de março. O objetivo é esclarecer as principais dúvidas do público relacionadas à doença. Os facilitadores serão os ginecologistas Marcos Travessa, de Salvador-BA; e Paulo Padovani, de Piracicaba-SP. O encontro virtual será transmitido através do perfil @crhpiracicaba. Outras informações sobre o MovEndo podem ser conferidas no site www.movendobrasil.com.
Sobre a doença - A endometriose acontece devido ao crescimento inadequado do endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero. Diante deste aumento anormal, o tecido pode migrar e se implantar em órgãos da região pélvica, atingindo principalmente ovários, parte inferior do útero, intestino e bexiga, gerando um processo inflamatório no organismo da mulher. Segundo o cirurgião ginecológico Marcos Travessa, diretor do Centro de Endometriose da Bahia e do núcleo de ginecologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), “quando o tecido endometrial se aloja fora do útero, ele não tem como sair e acaba sangrando para dentro da cavidade abdominal, gerando um quadro de dor acentuada”, explicou.

Ainda segundo o médico, as implicações da doença são variadas e preocupantes. Uma delas é o fato da endometriose ser a principal causa de infertilidade feminina. Além disso, muitas mulheres ficam acamadas e sentem dores intensas no período menstrual. Outras tantas precisam recorrentemente ir a unidades de emergência para serem medicadas. “A endometriose pode dificultar muito ou impedir que a mulher tenha uma vida sexual ativa, devido à dor durante a relação. Também por isso a inflamação precisa ser muito bem tratada”, afirmou Marcos Travessa.

Em algumas mulheres, a endometriose não apresenta sintomas específicos, o que pode retardar o diagnóstico. Em outros casos, porém, a paciente pode ser acometida por cólicas menstruais intensas e dor antes ou durante a menstruação; dor difusa ou crônica na região pélvica; fadiga crônica e exaustão; alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação; além da dificuldade para engravidar.

O diagnóstico é feito a partir de um histórico detalhado apresentado pela paciente durante uma consulta médica, associado ao exame físico, ultrassom e/ou ressonância magnética. Não há cura para a doença, mas se a mulher se submeter ao tratamento adequado, os incômodos e consequências podem ser diminuídos drasticamente, evitando, inclusive, que a paciente tenha sua capacidade fértil comprometida. 

O uso de contraceptivos hormonais pode ajudar a bloquear os hormônios femininos, controlando sintomas e evitando a progressão da doença. Além disso, mudanças comportamentais como dieta anti-inflamatória, exercício físico regular e hábitos de vida saudáveis, como restrição do uso de álcool e fim do tabagismo, dentre outras medidas, são fundamentais no controle dos sintomas.

A cirurgia costuma ser o melhor caminho para a paciente que quer ter filhos e não consegue por causa da endometriose. Nos Estados Unidos, a maioria das cirurgias para tratamento da endometriose é feita na modalidade robótica. A tecnologia, que chegou ao Brasil em 2008, só foi instalada na Bahia em 2019. Desde então, a demanda pela cirurgia robô-assistida para tratamento da doença no estado tem crescido consideravelmente. O robô dá ao médico uma visão ampliada e em três dimensões (3D), permite movimentos mais precisos e traz menos morbidade para as pacientes que, em geral, recebem alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Além de menores riscos de complicações, a cirurgia robótica, uma evolução da videolaparoscopia, caracteriza-se por menores taxas de sangramento e dor no pós-operatório e pela recuperação mais rápida. 

Assessoria de Comunicação: Cinthya Brandão - (71) 99964-5552

POLÍCIA MILITAR REALIZA A OPERAÇÃO FORÇA TOTAL II EM TODO ESTADO

Fotos: Divulgação/PM
Operação Força Total realizada pela Polícia Militar da Bahia em todo Estado no neste dia de hoje, 28/02/22. A Operação iniciou, na Bahia, as 05h e será encerrada as 22h. Visa coibir, principalmente, o tráfico de drogas e armas no Estado.

No entanto, será fiscalizada também a condição de regularidade dos veículos e condutores de veículos. Além das blitz serão realizadas abordagens a estabelecimentos comerciais (bares e afins) e a transeuntes.

O objetivo é aumentar a sensação de segurança da comunidade através do policiamento ostensivo da PMBA. É uma forma também de mostrar a capacidade de ostensividade da tropa da Polícia Militar.

Na área da 55ª CIPM estão sendo empregados 90 policiais militares e 20 viaturas, sendo 16 carros e 4 motocicletas, nos seis municípios que compõem a área territorial da Companhia.


Fonte: Ascom/55ª CIPM--PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

PT tem dificuldade de renovação e vê só dois sucessores ‘naturais’ de Lula

Foto: Zanone Fraissat/Arquivo/Folhapre
O PT apresentou nas eleições municipais de 2020 e em recentes filiações uma lufada de n  ovos nomes, mas todos ainda distantes do núcleo de comando, o que sinaliza uma dificuldade de renovação da sigla comandada por Luiz Inácio Lula da Silva e que completou 42 anos no último dia 10.

Em conversas com petistas de variadas correntes nas últimas semanas, a Folha ouviu o nome de apenas dois políticos como possíveis sucessores naturais de Lula, que tem 76 anos —o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, 59, que despontou para o primeiro time do partido a partir de seu trabalho no Ministério da Educação (2005-2012), e o senador Jaques Wagner, 70, um dos fundadores do PT.

A necessidade de renovação no partido é um discurso recorrente do próprio Lula, que começou a bater na tecla com mais ênfase após os gigantescos protestos de rua de junho de 2013. Se for eleito em 2022, o petista encerraria seu próximo mandato no Planalto com 81 anos.

Vinte anos depois de conseguir seu primeiro mandato presidencial, Lula tem em seu círculo mais próximo várias pessoas que já figuravam com destaque na campanha de 20 anos atrás —muitos, assim como ele, na casa dos 60 e 70 anos de idade.

O PT cresceu nos anos 80 e 90 bastante identificado com a juventude, em especial nos protestos que impulsionaram o impeachment de Fernando Collor de Mello (1992).

Hoje, a bancada de deputados federais do partido é a mais velha da Câmara, na média (58 anos), e há ainda a concorrência do PSOL —criado por dissidentes em 2004— na busca pelo eleitorado e por líderes políticos mais jovens.

Nesse ponto, a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual favoritismo de Lula contribuíram para a entrada de caras novas no partido, alguns deles vindos exatamente do PSOL —como o ex-deputado federal Jean Wyllys, 47, e o historiador Douglas Belchior, 43, um dos principais líderes do movimento negro em São Paulo.

De volta ao PT após 16 anos de permanência no PSOL, Belchior, que é pré-candidato a deputado federal, diz que há uma mudança em curso dentro do PT. Um dos fundadores do Coalizão Negra por Direitos, Belchior afirma que a transformação acontecerá em resposta à sociedade, não pela vontade de um ou de outro.

Ele compara o PT a um transatlântico para dizer que, em um partido tão grande, as mudanças exigem tempo. Questionado se integra uma das correntes internas do PT, cuja correlação de forças determina o poder dentro do partido, Belchior brinca: “Preto e corrente são coisas que não combinam”.

“O PT tem o processo das cotas. Toda a direção precisa ter pelo menos 10% de jovens e 20% de negros. Então o processo de renovação interno, de transição geracional, ele é feito a todo momento”, diz Nádia Garcia, 26, secretária nacional da Juventude do PT.

Como apostas do partido, ainda praticamente desconhecidas em âmbito nacional, ela cita, entre outros, nomes como Camila Moreno, da Executiva Nacional do PT, Anne Karolyne, secretária nacional de mulheres do PT, Vitor Quarenta, um dos formuladores das teses do partido, João Victor Mota, idealizador do movimento Representa, de renovação na legenda, e as vereadoras eleitas em 2020 Dandara (a mais votada de Uberlândia, em Minas), Moara Saboya (Contagem, em Minas), Brisa (Natal) e Camila Jara (Campo Grande), além de Vinicius Castello (Olinda).

De dentro da estrutura partidária, a tesoureira do PT, Gleide Andrade, deverá disputar uma cadeira de deputada federal nas próximas eleições.

Alheias à máquina petista e à organização interna do partido, vereadoras de primeiro mandato também se preparam para concorrer à Câmara de Deputados.

Mais jovem vereadora de Florianópolis e única eleita pelo PT na cidade, a socióloga Carla Ayres, 33, já lançou sua candidatura. Filiada ao partido desde os 16 anos, ela concorreu pela primeira vez em 2016, em meio ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como fruto da construção coletiva de movimentos LGBTQIA+ e feministas.

Sem participar organicamente de uma corrente petista, Carla concorreu em 2020 com uma campanha apoiada em ações virtuais, apesar das dúvidas lançadas sobre sua viabilidade eleitoral.

“O termo viabilidade eleitoral é muito presente no vocabulário do partido”, afirma ela.

Em comum, essas vereadoras rechaçam a expressão “identitarismo” para definir sua agenda política e pregam a renovação partidária. Suas candidaturas foram fundadas em movimentos coletivos.

A candidatura de Maria Marighella à Câmara de Vereadores de Salvador amparou-se no ManifestA ColetivA, que chama de “movimentação cidadã de ocupação da política institucional”. Neta do guerrilheiro Carlos Marighella, Maria, 44, filiou-se ao PT em fevereiro de 2020, após atuar em governos petistas como gestora de políticas públicas para a cultura.

Pré-candidata à Câmara de Deputados, diz que sua eleição é a validação do modo de fazer política que defende. “Quando você tem um êxito eleitoral, as pessoas param para te ouvir”, afirma.

Declarando-se “assumidamente lulista”, a vereadora Liana Cirne, 50, conta que não vislumbrava a possibilidade de entrar para a política institucional até o processo que levou ao impeachment de Dilma em 2016, um ano antes de se filiar ao PT.

Professora de direito, já advogava para movimentos sociais, como Ocupe Estelita e Maracatuzeiros. Hoje, diz que quer contribuir para a renovação política dentro do partido. Na sua opinião, Lula é a figura que melhor representa o desejo de renovação interna do PT.

Liana afirma que sua própria eleição demonstra que é possível ter espaço dentro do partido. “Tenho que me adaptar à forma de organização dele, ao mesmo tempo que luto para que o partido se alinhe ao desejo de Lula de renovação”, diz.

Alguns nomes já relativamente antigos na estrutura partidária também reivindicam o rótulo de novo.

É o caso do secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, hoje sem mandato, que é pré-candidato a deputado federal, e que brinca ao comentar o debate sobre renovação. “Eu sou a renovação. Eu sou o novo.”

Elogiando a atual direção do PT, da qual faz parte, Jilmar diz que a transformação já aconteceu no partido. “Onde está a velha guarda? O Zé Dirceu? O Genoino? Esse povo não comanda mais o partido”, diz, em referência a dois ex-presidentes da legenda que, atualmente, participam da militância interna.

Jilmar diz que, sob sua gestão, a comunicação do PT melhorou da água para o vinho, e que o atual comando petista tirou o partido do ostracismo. Ele também minimiza a possibilidade de renovação partidária saída das urnas. Segundo ele, deve-se buscar a ampliação dos quadros do partido, mantendo quem já está. “É mais ampliação do que renovação. O resto é discurso. Não caia nessa.”

Também um dos nomes em ascensão dentro do partido, apesar de estar no quinto mandato de deputado federal, Reginaldo Lopes (PT-MG), 48, líder da bancada na Câmara, cita também como parte da renovação governadores do PT que encerram agora em 2022 o ciclo da reeleição, com possibilidade, os três, de disputar uma vaga no Senado —Camilo Santana (CE), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI). “O PT está com uma safra de governadores muito interessante”, afirma.

Filho de produtores rurais, o deputado estadual Edegar Pretto, 50, foi escolhido candidato do PT ao Governo do Rio Grande do Sul, graças ao estímulo dos ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro. Líderes do PT no estado, os dois descartaram a hipótese de concorrer, defendendo a ascensão de novos nomes do partido.

Defensor da produção de alimentos saudáveis, da agricultura familiar e membro do Comitê Brasil ElesPorElas (HeForShe), da ONU Mulheres, Edegar aposta na renovação partidária.

“Não é fácil. Às vezes leva a cabeça e não leva o corpo junto”, afirma ele, em uma metáfora com a estrutura do partido.

Ex-presidente do PT, também deputado federal e integrante da executiva nacional do partido, Rui Falcão, 78, integra hoje corrente minoritária que se declara contrária a uma chapa de Lula com o ex-tucano Geraldo Alckmin. Ele defende um processo de fortalecimento do coletivo partidário como forma de reduzir a dependência desse ou daquele nome.

“O que me preocupa não é renovação, isso sempre ocorre e é positivo, o que me preocupa é que a gente possa perder a identidade e se igualar a outros partidos. Por isso é preciso combater o pragmatismo e fortalecer as estruturas partidárias, a formação política, favorecer os processos coletivos, e não ficar acreditando só no poder de lideranças individuais.”

Outros nomes da nova safra citados por petistas são as deputadas federais Marília Arraes (PE), 37, e Natália Bonavides (RN), 33, e o senador recém-filiado Fabiano Contarato (ES), 55.

Ranier Bragon e Catia Seabra/Folhapress

Liderança nacional do PT diz que acordo na Bahia só não será revertido se Wagner não quiser e aliado vaticina: Rui está “carbonizado”

Foto: Reprodução/Arquivo

Além de ter provocado revolta em praticamente toda a seção baiana do PT, a decisão das duas principais lideranças do partido no Estado de cederem a cabeça da chapa ao governo ao senador Otto Alencar (PSD) causou perplexidade nacionalmente na sigla e só não será revertida se o senador Jaques Wagner (PT) não quiser.

A opinião é de um dos mais importantes quadros nacionais do partido e foi manifestada com exclusividade a este Política Livre no sábado à noite em Salvador, onde se hospedou. Segundo a mesma fonte, não procede a informação de que o ex-presidente Lula estaria por trás do acordo que levou Wagner a desistir de concorrer.

Ela contou que em nada o arranjo feito na Bahia atende às necessidades eleitorais do ex-presidente, muito popular no Estado e plenamente ativo nas articulações que visam a levá-lo de volta à Presidência da República. Disse ainda ter se espantando com a reviravolta que tirou Wagner do páreo porque várias dificuldades haviam sido superadas.

A mais importante delas foi o auto-convencimento da mulher do senador petista, Fátima Mendonça, quanto à importância da candidatura do marido. Definida por ele como alguém que pensa a política e cujas opiniões são respeitadas por Lula e os principais quadros do PT, Fátima, inicialmente, opôs resistência à candidatura.

Mas teria acabado concluindo que não fazia sentido criar dificuldades para um plano essencial para evitar o enterro ‘precoce’ do projeto do partido, a caminho de completar 16 anos no governo, segundo a mesma fonte, sem sinais de fadiga de material, um dos fatores responsáveis pela derrota de grupos que estão no poder há muito tempo.

O líder do PT disse que, nacionalmente, o partido não faz reparos ao fato de a bola ter sido passada para Otto, cuja conduta em relação à agremiação na Bahia e no plano nacional, como parlamentar, sobretudo com Lula, é chamada por todos, segundo ele, de impecável. Mas garante que o desfecho ocorrido no Estado só agradou a um petista.

Sem querer responsabilizar diretamente o governador Rui Costa (PT) pelo acordo, por causa da sua decisão de concorrer a qualquer custo ao Senado, o que eliminou a principal pré-condição colocada por Wagner para disputar de novo o governo, o petista admitiu que, ao impor “seu projeto pessoal”, Rui atropelou o senador do PT.

E, assim, tirou-lhe as condições de manter a candidatura. Neste ponto, um deputado baiano que é seu amigo pessoal, o acompanhou desde o início da entrevista e mantinha-se calado, resolveu intervir e declarar com todas as letras: “O amigo pode colocar aí. No PT da Bahia e nacionalmente, Rui está carbonizado!”

Política Livre

Ucrânia pede adesão rápida à União Europeia

                         Pedido voltou a ser feito hoje pelo presidente Volodymyr Zelensky

Foto: Irana Yakovleva/Direitos reservados

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu hoje (28) à União Europeia que permita a adesão imediata da Ucrânia, recorrendo para isso a um procedimento especial.

"O nosso objetivo é estar ao lado de todos os europeus e, mais importante, ser igual. Estou certo de que é justo. Estou certo de que o merecemos", afirmou Zelensky em vídeo publicado nas redes sociais.

“Tenho a certeza de que é correto. Tenho a certeza de que é possível”, disse ele.

Numa reação ao pedido de Kiev, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que é uma decisão que está gerando “opiniões diferentes” entre os Estados-membros.

Zelensky já tinha pedido à União Europeia a integração imediata da Ucrânia no sábado (26). “Está na hora de encerrar, de uma vez por todas, a longa discussão e decidir sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia”, escreveu Zelensky no Twitter, depois de ter conversado ao telefone com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

A intenção da Ucrânia aderir à União Europeia esteve na origem de uma revolta que levou ao afastamento do presidente Viktor Yanukovych (pró-Moscou), em 2014.

O presidente ucraniano apelou também aos soldados russos para que entreguem as armas.

"Larguem as armas, saiam daqui, não acreditem nos vossos comandantes, não acreditem nos vossos propagandistas. Salvem apenas as vossas vidas", disse Zelensky em mensagem em russo, citada pela agência francesa AFP.

A presidência ucraniana informou que vai exigir cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas da Ucrânia.

Volodymyr Zelensky disse que vai libertar presos que tenham experiência militar e que queiram unir-se ao combate às tropas russas.

Ele lembrou que quando se candidatou à presidência, afirmou que “cada um é um presidente”.
Por RTP* - Kiev

Bielorrússia diz que está pronta para negociações entre Moscou e Kiev

Foto: Reuters/Satellite image Maxar 

Autoridades bielorrussas anunciaram hoje (28) que estão prontas para sediar as negociações previstas entre a Rússia e a Ucrânia, embora as delegações ainda não tenham chegado, no quinto dia da invasão lançada por Moscou.

"O local para as conversações Rússia-Ucrânia na Bielorrússia está pronto e estamos à espera das delegações", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros bielorrusso em mensagem no Facebook.

A mensagem estava acompanhada por uma fotografia da sala de conferências, com longa mesa, uma dúzia de cadeiras de cada lado e as bandeiras dos três países ao fundo.

A Ucrânia concordou nesse domingo com a ideia de negociações com a Rússia, embora tenha dito que "não estava muito confiante" de que poderiam pôr fim à invasão iniciada na manhã de quinta-feira (24).

As conversações entre as delegações ucraniana e russa estão agendadas para a fronteira entre a Ucrânia e a Bielorrússia, apesar de a Bielorrússia ser utilizada como base recuada pelas forças de Moscou para o ataque a Kiev.

As conversações terão lugar "sem condições prévias", de acordo com a Ucrânia, que garantiu não pretender capitular.

Kiev indicou que o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, aliado do chefe de Estado russo, Vladimir Putin, prometeu que o equipamento militar (aviões, helicópteros e mísseis) russo estacionado em território bielorrusso permaneceria no terreno durante a chegada, as negociações e a partida da delegação ucraniana.

A Rússia lançou, na quinta-feira de madrugada, ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeio de alvos em várias cidades, que já mataram pelo menos 352 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A Organi9zação das Nações Unidas citou cerca de 370 mil deslocados para a Polônia, Hungria, Moldávia e Romênia.

O presidente Vladimir Putin disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, acrescentando que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela comunidade internacional, a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, que responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscou.
Por RTP* - Minsk



Assembleia Geral da ONU vota resolução que condena ofensiva militar

Foto: Reuters/Carlo Allegri/Direitos reservados
Os 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) participam nesta segunda-feira (28), às 10h, em Nova York, da sessão emergencial da Assembleia Geral, com o objetivo de votar resolução condenando a ofensiva militar russa na Ucrânia.

A convocação da sessão de emergência foi aprovada nesse domingo (27) pelo Conselho de Segurança, quando 11 países votaram a favor, entre eles, o Brasil, os Estados Unidos e a França.

A Rússia foi contra a decisão, mas não pôde usar o poder de veto, por não ser permitido esse tipo de procedimento. Três nações se abstiveram na votação: a China, Índia e os Emirados Árabes Unidos.

A resolução poderá ser aprovada pela Assembleia Geral por dois terços de votos a favor. Ela não será vinculativa, mas terá peso político.

Esta é a primeira vez desde 1982 que o Conselho de Segurança pede sessão de emergência da Assembleia Geral.

Com informações da ONU Notícias

Maior avião do mundo é destruído durante ataque russo na Ucrânia

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress/Arquivo
O chanceler da Ucrânia, Dmitro Kuleba, lamentou neste domingo (27) a destruição do Antonov AN-225 Mriya, o maior avião do mundo. A aeronave usada para transporte de carga foi atingida e pegou fogo em solo durante combates entre forças russas e ucranianas pelo controle do aeroporto de Hostomel, a noroeste da capital Kiev.

“A Rússia pode ter destruído o Mriya, mas eles nunca serão capazes de destruir nosso sonho de um Estado europeu democrático, forte e livre. Nós vamos prevalecer”, escreveu Kuleba em suas redes sociais.

De acordo com a fabricante de armas estatal ucraniana Ukroboronprom, a restauração do Mriya custaria pelo menos US$ 3 bilhões (R$ 15,4 bilhões) e levaria “muito tempo”.

O Antonov tinha 84 metros de comprimento, pesava 285 toneladas, quando sem carga, e podia decolar com carregamento de até 250 toneladas.
Folhapress

‘A situação é caótica’, diz Sandro Régis sobre briga de facções no Dique e toque de recolher na Engomadeira

Foto: Sandra Travassos/Assembleia/Arquivo

O deputado estadual Sandro Régis (União Brasil), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), criticou neste domingo (27) o governo do Estado após casos de violência ocorridos neste final de semana em Salvador.

No Dique do Tororó, uma briga entre facções causou pânico no trânsito, o que levou motoristas a utilizarem a contramão para fugir da situação. No bairro da Engomadeira, além de confrontos, bandidos decretaram toque de recolher.

“A situação da segurança pública da Bahia é caótica. É um absurdo que a população baiana tenha que enfrentar esse tipo de situação por causa da ineficiência do governo do PT, que nunca priorizou a segurança. Esses casos são a prova de que o governo do PT perdeu a guerra contra o crime organizado”, afirmou.

Para Régis, a escalada da violência na Bahia é culpa dos governos petistas. “Eles sempre procuram culpados, mas a responsabilidade é deles. É inacreditável que a gente continue vendo essas cenas lamentáveis sem que o governo adote medidas efetivas para combater as facções e proteger a população”, disse.


Homem é preso pela Polícia Militar em Barra do Rocha por agredir companheira (Lei Maria da Penha)

Por volta das 20h50min desse sábado (26/02/22), a guarnição da 55ª CIPM/Barra da Rocha foi procurada por uma senhora que encontrava-se nervosa, chorando, trêmula, queixando-se de dores no corpo, com hematomas em membro superior direito e com ferimento na boca, que denunciou que estava sendo agredida fisicamente por seu namorado, por motivo de ciúmes .

De posse das características do suposto agressor, informado pela vítima, imediatamente a guarnição passou a rondar à procura do autor, que foi encontrado na Rua Olivia de Paula, Centro de Barra do Rocha.

O autor foi conduzido para a delegacia de Jequié, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante delito. Retornando ao município de Barra do Rocha as 03h deste domingo.

Autor: U. G. N., Nas: 30/04/1986; Vitima: T. L. de S., Nasc: 03/10/1984.

Informações: Ascom/55ª CIPM-PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Guerra na Ucrânia faz Alemanha triplicar orçamento militar e romper tradição

Matthias von Hein
MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - A guerra na Ucrânia fez a Alemanha abandonar décadas de políticas de contenção militar e anunciar, neste domingo (27), que irá triplicar seu orçamento de defesa neste ano para reequipar suas Forças Armadas.
Segundo o primeiro-ministro Olaf Scholz, o país deverá gastar EUR 100 bilhões (R$ 582 bi) a mais em 2022, teoricamente tudo de uma vez, a partir de um fundo especial que realocará verbas do orçamento.

"Nós temos de investir mais na segurança de nosso país para proteger nossa liberdade e nossa democracia", afirmou no Bundestag (Parlamento), sob ovação. "Não pode haver outra resposta à agressão de [presidente russo Vladimir] Putin.

O orçamento militar alemão neste ano era de EUR 50,9 bilhões. No ano passado, segundo dados da Otan (aliança militar ocidental), o país havia gastado EUR 53,2 bilhões no setor. Em relação ao Produto Interno Bruto auferido no ano passado, é um salto de 1,5% para 2,8%, o maior da história recente.

Não são apenas números. Há uma enorme implicação geopolítica na decisão de Scholz, que reverte as políticas majoritariamente pacifistas da Alemanha após o trauma nacional de ter protagonizado e perdido duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45) -e lidando com o estigma de ter sido o lar do nazismo, a mais aberrante ideologia "mainstream" do século 20.

Segundo Scholz, o aumento no fundo se aplica só a este exercício fiscal. Mas os termos da solução, se houver, da crise com a Rússia podem mudar isso.

Vladimir Putin então terá conseguido o que nenhum presidente americano fez desde o pós-guerra -Donald Trump era especialmente crítico da falta de investimento alemão em defesa.

No sábado (26), o alemão já havia quebrado outra prática, a de não fornecer armamentos letais para países em conflito aberto, com o anúncio do envio de 1.000 mísseis antitanque Javelin e 500 sistemas antiaéreos portáteis Stinger, ambos modelos dos EUA.

Vários outros países europeus estão fazendo envios semelhantes para ajudar no esforço de guerra ucraniano. A vontade de Kiev de integrar a Otan e a União Europeia são motivos centrais para ação de Putin, que por meses concentrou tropas e lançou um ultimato ao Ocidente para cessar a expansão do seu clube militar.

A Otan, EUA à frente, não irá lutar pela Ucrânia, contudo. O motivo é simples: o risco de uma Terceira Guerra Mundial entre potências nucleares. Mas a tensão estabelecida na Europa é, como disse o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, o novo normal.

A decisão alemã certamente causará dissenso na própria base de Scholz, que tem as alas esquerdistas do seu Partido Social-Democrata e no aliado Verde como pacifistas. Hoje, no ranking do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres, a Alemanha tem o sétimo maior orçamento militar do mundo.

Salvo medidas semelhantes de outros países do topo da lista, passará neste ano a ter o terceiro, atrás do indiscutível líder EUA (US$ 754 bilhões em 2021) e China (US$ 207 bilhões).

YouTube Entenda a crise entre a Rússia de Putin, a Ucrânia e as forças da Otan A grave crise no Leste Europeu que opõe a Rússia de Vladimir Putin à Ucrânia e ao Ocidente, representado pela sua aliança militar, a Otan, pode trazer a guerra de volta ao solo europeu. O presidente da Rússia, que assumiu sobre as ruínas dos dez ano... https://www.youtube.com/watch?v=5GWSYzxnDPU *** A Rússia no ano passado foi o quinto, com US$ 62,2 bilhões, atrás ainda de Reino Unido (US$ 71,6 bilhões) e Índia (US$ 65,1 bilhões). O próprio instituto estima que, considerando o critério de paridade de poder compra militar, ou seja, o quanto os russos gastam para ter o mesmo equipamento que o resto do mundo, o valor relativo sobe para US$ 178 bilhões.

Hoje, os alemães são grandes exportadores de sistemas de armas importantes, como submarinos e tanques, e têm participação em projetos como o do caça europeu Eurofighter. Mas, internamente, sempre adotou políticas pacifistas, e participou de uma missão de combate no pós-guerra pela primeira vez na guerra do Kosovo, em 1999.

Teve uma participação expressiva na missão liderada pelos EUA no Afeganistão, onde viu 150 mil soldados irem e voltar ao longo de 20 anos --59 morreram por lá. Mas ainda assim, o tema é um tabu nacional.

A própria construção da União Europeia, um projeto visando acabar com as guerras no continente, primariamente unindo Berlim a Paris, passava pelo pressuposto de que a Alemanha seria o motor econômico do bloco --como é.

Galeria Refugiados chegam a cidade ao leste da Eslováquia; veja fotos da guerra na Ucrânia Terceiro dia de ataques russos contra país vizinho eleva tensão em Kiev https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1725802612587578-ucranianos-tentam-fugir-do-pais-para-a-polonia-veja-fotos-da-guerra-na-ucrania *** A França tem uma musculatura militar e indústria de defesa mais incisiva, só tendo como rival interno o Reino Unido, que de todo modo é parceiro na Otan mas deixou a UE. Ambos os países têm armas nucleares próprias, enquanto a Alemanha possui talvez 20 bombas B-61 sob guarda e operação americana na base de Büchel.

A outra consideração do movimento é o enterro da boa relação que Putin tinha com Berlim. Foi amigo de Gerhard Schröder, o chanceler que antecedeu a longeva Angela Merkel, que deixou a cadeira para Scholz no ano passado.

Merkel não era próxima de Putin, mas manteve uma política de acomodação e manutenção dos negócios energéticos com gás natural russo, como o agora suspenso gasoduto Nord Stream 2. Fazia, com a França, um contraponto de diálogo com Moscou, enquanto Washington e Londres mantinham uma linha mais agressiva.

A guerra enterrou isso. Mesmo a Turquia, o mais rebelde membro da Otan, que mantém fortes laços militares e econômicos com Putin apesar de também tê-lo como rival, vem pressionando o russo. O gabinete do presidente Recep Tayyip Erdogan pediu neste domingo que Moscou para com a "guerra na Ucrânia", usando a terminologia vetada pelo Kremlin.

Galeria Militares ucranianos se abrigam em posições de combate; veja fotos da guerra na Ucrânia Quarto dia de ataques russos contra país vizinho eleva tensão em Kiev https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1725904154195317-fumaca-sobe-em-kiev-apos-ataques-russos-hoje-veja-fotos-da-guerra-na-ucrania *** Outro aliado, este mais próximo, também já havia criticado Putin: o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Sobram com o Kremlin países laterais como a Venezuela a gigante China, que tem se mantido abaixo do radar nesta crise. Aliada de Putin, ela evitou condenar a Rússia e fez um discurso genérico sobre garantias de integridade territorial da Ucrânia.

Neste domingo, seu embaixador em Moscou publicou um tuíte criticando os EUA por suas sanções e lembrando que 81% das principais guerras depois de 1945 foram iniciadas por Washington. Mas não passou disso, mantendo a discrição.

Com a ameaça ocidental de restringir o acesso de Moscou às suas reservas internacionais por meio de limitação de transferências, é bastante provável que Putin recorra a Xi Jinping, que conta com um sistema próprio de retiradas.

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