Covid-19: São Paulo identifica terceiro caso da subvariante BA.2

Foto: NIAID

A cidade de São Paulo identificou o terceiro caso de uma pessoa contaminada com a subvariante BA.2 do coronavírus. O paciente é um homem, de 45 anos, residente de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, que foi atendido no sistema de saúde da capital paulista.

A identificação foi feita na última sexta-feira (18) pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Instituto Butantan a partir da análise genômica do vírus. A BA.2 surgiu a partir das mutações da variante ômicron (BA.1).

O homem já havia recebido as três doses de vacinas contra a covid-19 e teve sintomas no último dia 30 de janeiro. Ele passou 14 dias em quarentena e não apresenta mais sinais da doença.
Agência Brasil

Bahia tem 17.223 casos ativos de Covid-19; 18 óbitos são registrados

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF/Arquivo

O boletim epidemiológico deste domingo (20) registra 17.223 casos ativos de Covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 991 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,07%), 2.962 recuperados (+0,21%) e mais 18 óbitos. Dos 1.485.522 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.439.399 já são considerados recuperados e 28.900 tiveram óbito confirmado.

Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde. A base ministerial tem, eventualmente, disponibilizado informações inconsistentes ou incompletas.

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.752.176 casos descartados e 322.115 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas deste domingo. Na Bahia, 61.499 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Vacinação

Até o momento temos 11.401.414 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.319.795 com a segunda dose ou dose única e 3.435.979 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 468.095 crianças já foram imunizadas.

Covid-19 registra 406 novos óbitos em 24 horas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O Brasil alcançou neste domingo (20) a marca de 644.286 mortes causadas em decorrência de complicações associadas à covid-19. Em 24 horas foram 406 novos registros. Já o total de pessoas infectadas com o novo coronavírus desde o início da pandemia subiu para 28.208.212. Foram 40.625 novos diagnósticos positivos em 24 horas.

A quantidade de casos em acompanhamento está em 2.515.854. O termo é dado para designar casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta nem evoluíram para morte. Ainda há 3.105 mortes em investigação. Os óbitos em investigação ocorrem pelo fato de haver casos em que o paciente faleceu, mas a investigação se a causa foi covid-19 ainda demandar exames e procedimentos posteriores.

Até hoje, 25.048.072 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 88,8% dos infectados desde o início da pandemia.

Estados
Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (163.160), Rio de Janeiro (71.316), Minas Gerais (59.107), Paraná (42.049) e Rio Grande do Sul (37.908). Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.956), Amapá (2.097), Roraima (2.125), Tocantins (4.086, segundo última estimativa divulgada) e Sergipe (6.217).
Agência Brasil

SUS: atendimento a pessoas com transtornos mentais aumenta 11% em 2021

Foto: Marcello Casal Jr/Agência 

Os atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso abusivo ou dependência de álcool e outras drogas aumentaram 11%, no Sistema Único de Saúde (SUS), durante o ano passado. Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, a rede pública realizou 400,3 mil atendimentos em virtude de transtornos causados pelo consumo de substâncias químicas. Em 2020, foram registrados 356 mil atendimentos.

Do total de atendimentos realizados no ano passado, 159,6 mil estão relacionados ao uso abusivo do álcool. Em seguida, vêm os transtornos mentais e comportamentais causados pelo uso de cocaína (31,9 mil) e fumo (18,8 mil). Opiáceos, canabinoides, sedativos, hipnóticos, alucinógenos, solventes voláteis e estimulantes (incluindo a cafeína) também fazem parte do levantamento, com números menores de registros. Por fim, o uso de múltiplas drogas e de outras substâncias psicoativas não listadas individualmente somam 151,3 mil atendimentos.

Perfil
Pacientes do sexo masculino são a maioria dos usuários atendidos pelo SUS, em qualquer dos casos. Já em relação à faixa etária, a maior parcela tem entre 25 e 29 anos (303,7 mil registros), seguidos da faixa de 10 a 24 anos (49,4 mil) e daqueles com 60 ou mais (38,4 mil). Os números foram divulgados hoje (20), Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, como uma forma de alerta para o que o ministério, em nota, classificou como “um problema global”.

Para a pasta, o aumento do último ano pode ser um indicativo de que, após evitarem ir a estabelecimentos de saúde durante todo o ano de 2020, com medo de serem infectados pelo novo coronavírus, mais pessoas voltaram a buscar atendimento médico em 2021. “Importante lembrar que esses números não são suficientes para retratar o problema da dependência química no país, tendo em vista que estamos falando especificamente da quantidade de atendimentos e não do total de pessoas dependentes”, explica, na nota, o coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do ministério Rafael Bernardon.

“Além disso, muitas pessoas com transtornos decorrentes do uso dessas substâncias não procuram os serviços de saúde por fatores diversos, como o estigma e a falta de informação”, pontua.

Agência Brasil

Polo do agronegócio de MT ‘inaugura’ outdoor chamando Lula de traidor

Foto: Reprodução/Instagram

Movimentos conservadores de Rondonópolis (MT) farão a “inauguração” de um outdoor na segunda-feira na cidade (21), chamando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de bandido e traidor.

A cidade é um conhecido polo do agronegócio do Centro-Oeste, com grande produção de grãos para exportação. A iniciativa mostra que, apesar dos acenos de Lula ao setor rural, grande parte dos seus representantes ainda pende para o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A peça publicitária fica às margens da BR-364, próxima a um posto da Polícia Rodoviária Federal.

Fábio Zanini, Folhapress

Tremores de terra são sentidos em ao menos três cidades da BA, CE e MG

Foto: Reprodução/Arquivo

Moradores de ao menos duas cidades nordestinas distantes quase 700 quilômetros foram surpreendidos por pequenos tremores de terra ao longo deste sábado (19).

Embora tenham sido captados pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-UFRN), os abalos sísmicos foram de pequena intensidade e não causaram estragos maiores.

Um primeiro sismo foi registrado na região de Curaçá, no norte da Bahia, por volta das 5h de ontem. A partir dos dados de suas estações sismográficas, o LabSis calcula que o tremor de terra atingiu uma magnitude preliminar de 2.1 na escala Richter (mR).

O segundo evento sísmico confirmado pelo LabSis-UFRN ao longo deste sábado ocorreu na região de Canindé, no norte cearense, a cerca de 100 quilômetros de Fortaleza. Por volta de 21h33, os moradores de Canindé sentiram o tremor de terra que o laboratório potiguar calcula ter atingido 2.4 mR.

Segundo os especialistas, tremores de baixa intensidade como os registrados, ontem, em Curaçá e Canindé, são frequentes, mesmo no Brasil, e, na maioria das vezes, a população sequer percebe os abalos causados pelo contínuo processo de acomodação das rochas que formam a crosta terrestre.

Em Canindé, por exemplo, um abalo sísmico de 1.8 mR já tinha ocorrido no último dia 10. Além disso, na madrugada de ontem, a Rede Sismográfica Brasileira, registrou dois eventos de magnitudes semelhantes em Divinópolis (MG) – cidade onde, desde o inicio deste ano, já foram registrados ao menos 36 eventos semelhantes.

“Tremores desta ordem de grandeza ocorrem com uma certa frequência no país, principalmente na região Nordeste, dada as características locais”, explicou à Agência Brasil o geofísico Eduardo Menezes, do LabSis-UFRN.

“Normalmente, estes eventos são causados pela existência de falhas geológicas. E seus efeitos, principalmente emocionais, são mais sentidos quando os abalos ocorrem próximos a áreas urbanas”, acrescentou o especialista, destacando que, eventualmente, os tremores de pequena intensidade podem causar algum dano estrutural às construções, principalmente caso se repitam em um curto espaço de tempo.

Agência Brasil

Número de mortos em Petrópolis chega a 152

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Até a noite de ontem (19), as equipes de resgate que atuam em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, retiraram 24 pessoas com vida dos deslizamentos e enchentes que afetam a cidade desde terça-feira (15), quando um temporal caiu na região. A cidade foi novamente atingida por chuvas fortes na quinta-feira (17). O número de mortos subiu para 152 e ainda há 165 pessoas desaparecidas, segundo a Polícia Civil do estado.

As equipes da Defesa Civil mantiveram as buscas durante toda a noite, mesmo com a chuva forte a moderada. Desde terça-feira foram registrados mais de 800 chamados, sendo a maioria por deslizamentos, que afetaram casas e vias públicas em diferentes pontos da cidade. Cerca de 800 pessoas estão sendo atendidas pela Assistência Social, em 20 pontos de apoio montados para acolher os moradores de área de risco.

Cães farejadores

Cães farejadores da Guarda Civil Municipal de Petrópolis e de outras corporações, de diversos estados do país que enviaram ajuda à cidade, estão auxiliando nas buscas pelos corpos das vítimas dos deslizamentos de terra. São 35 cães atuando em locais como o Alto da Serra, Rua Teresa, Sargento Boening, Caxambu e Cremerie.

A expectativa é que hoje (20) o número de animais atuando nos trabalhos de busca e resgate suba para 45. Eles foram enviados de estados e municípios como Teresópolis, Magé, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. Também são aguardados quatro cães da Argentina e mais animais enviados pelo governo de Goiás e do Rio Grande do Sul.

De acordo com o responsável técnico e operacional do Grupamento de Operações com Cães de Petrópolis, Leandro Lopes, os cães tiveram uma participação importante no resgate de dezenas de corpos.

“Para que possamos dar mais velocidade e dinâmica ao trabalho, a partir do momento que fazemos a detecção e o animal dá o sinal de positivo, já partimos para outro ponto enquanto os bombeiros iniciam as escavações no local indicado. Por isso, não temos ainda um levantamento de quantas vítimas foram encontradas com vida ou não”.

Limpeza

A prefeitura de Petrópolis realiza hoje uma megaoperação para limpeza das ruas, com o apoio das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Serão mais de dois mil homens e mulheres atuando em diversos pontos da cidade, além de máquinas e caminhões, na primeira ação da Frente Nacional dos Prefeitos.

A Companhia de Limpeza Urbana da capital (Comlurb) enviou 15 caminhões basculantes de grande porte, dois menores, sete pás mecânicas e quatro caminhões pipa, além de duas vans equipadas com moto bomba e itens para remoção de galhos, caminhão de apoio e cinco vans de poda de árvore, com 50 motosserras.

Ontem, o trabalho de limpeza contou com mais de mil pessoas, concentradas nas ruas do Centro Histórico, Bingen, Coronel Veiga e Washington Luiz. As equipes atuam também em regiões como Centro, Quitandinha, Alto da Serra, Chácara Flora e Corrêas. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, metade das cerca de 20 vias fundamentais para a mobilidade urbana do município atingidas após as chuvas já foram desobstruídas.

As empresas de ônibus de Petrópolis estão restabelecendo gradualmente a operação das linhas. Ontem (19), os ônibus permaneceram operando com redução de horários e de frota.

A prefeitura de Petrópolis pede que os moradores evitem sair de casa, para agilizar as ações de limpeza com menos pessoas circulando pela cidade.

Ações do estado

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES) enviou ontem quatro motolâncias do grupamento de motociclistas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital para atuar nas ações de socorro em locais de difícil acesso em Petrópolis. Outras quatro chegam hoje ao município.

Segundo o governo do estado, os agentes atendem a demanda espontânea da população e alcançam locais onde outros veículos ainda não conseguem chegar, por causa da dificuldade de mobilidade e obstrução das vias após os deslizamentos de terra.

Equipes da Vigilância Sanitária Estadual estiveram nos abrigos que acolhem as vítimas para reforçar a orientação a respeito dos protocolos de segurança e contaminação por covid-19.

O Detran também está atuando na cidade, para a emissão de identidades e segunda via de carteiras de habilitação. Já foram entregues 54 documentos, com cerca de 300 atendimentos aos moradores sem documentação civil ou segunda via de CNH.

O programa RJ para Todos, da Secretaria de Governo, já atendeu 2.810 petropolitanos no Colégio Estadual Rui Barbosa. Entre as ações oferecidas estão a expedição de carteira de trabalho digital, banco de empregos e orientação jurídica.

Comerciantes

Para fazer um diagnóstico sobre os prejuízos financeiros sofridos pelos comerciantes de Petrópolis, a prefeitura lançou um formulário on-line. O questionário pode ser preenchido pelo link. É necessário informar dados como razão social, CNPJ, telefone, e-mail, endereço, atividade econômica e quantidade de colaboradores, além dos prejuízos sofridos e estimativa de custo para retomar a atividade.

Segundo o secretário de Fazenda, Paulo Roberto Patuléa, equipes multidisciplinares também irão colher informações presencialmente.

“Vamos ter que reconstruir a cidade. Por isso, vamos manter um diálogo com os empresários de Petrópolis, que são os que geram emprego e renda para a nossa cidade, para buscar a melhor forma para ajudá-los e juntos reerguermos a cidade. Quero destacar também que os empresários de Petrópolis também estão se mobilizando para as doações para aqueles que mais precisam”.

Edição: Claudia
Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Clássico avião soviético Antonov An-12 retorna ao Brasil para buscar foguete

Um Antonov An-12 durante decolagem no Aeroporto de Kastrup em Copenhagen, Dinamarca
Foto: Jakob Dahlgaard Kristensen/Wikimedia Commons/Arquivo
O clássico avião soviético Antonov An-12 retorna ao Brasil neste sábado (19) para transportar um foguete produzido em São José dos Campos, no interior de São Paulo, pelo IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço).

O modelo, fabricado pela ucraniana Motor Sich, é um quadrimotor turboélice, e começou a ser feito no final da década de 1950, operando na URSS e países próximos.

Ele ganhou vários apelidos devido à grande fumaça emitida pelos seus motores Ivchenko AI-20, além de seu barulho característico. O modelo ainda é operado por diversos pequenos operadores civis e algumas forças aéreas, inclusive da Rússia.

O ​An-12 está no Aeroporto do Recife, após voar de Cabinda, em Angola, até Pernambuco, passando por Abuja, na Nigéria, e Dacar, no Senegal.

A previsão é que ele chegasse em São José no início da tarde deste sábado. Fotógrafos locais registraram a pouso do modelo no Recife.

O instituto, sediado em São José dos Campos e submetido ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), desenvolve o Veículo Lançador de Satélites e os próprios satélites, tendo algumas funções similares do JPL da NASA. ​

No instituto, é fabricado o foguete suborbital VSB-30 (Veículo de Sondagem Booster – 30), desenvolvido em conjunto com os alemães do DLR, e capaz de levar até 400 kg de carga como satélites até uma altitude máxima de 270 km.

O primeiro lançamento foi em 2004 e até hoje foram feitos 30. A maioria tem sido feita no Esrange (European Spaceresearch RANGE), construído pela Agência Espacial Europeia e de posse da Corporação Sueca do Espaço, já que é localizado na cidade de Kiruna.

E o próximo lançamento será em breve, novamente na Suécia. E para isso a Motor Sich foi novamente contratada para levar cinco motores que compõem o VSB30, segundo a Aeroin.

Dentre estes operadores está a Motor Sich Airlines, companhia aérea pertencente à fabricante de motores homônima, que produz os motores para os “irmãos maiores” do An-12, os gigantes An-124 Ruslan e An-225 Myria, o maior avião comercial do mundo.

Carlos Martins, Folhapress

Kassab esgarça limites com jogo múltiplo em negociações do PSD

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o ex-presidente Lula (PT) em jantar do grupo Prerrogativas, em dezembro
Foto: Divulgação/Arquivo
Não que seja exclusividade dele nesta fase de incertezas do jogo eleitoral, mas uma passada de olhos pelas falas e movimentações recentes do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, pode dar a impressão aos mais desavisados de que o ex-ministro esteja afoito ou até perdido.

Mas há estratégia, e das sofisticadas, segundo correligionários e potenciais aliados ouvidos pela Folha.

Isso explicaria a existência simultânea do discurso de que o partido terá candidato próprio à Presidência da República, da insinuação (desmentida um dia depois) de aliança com o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno e do flerte em alguns estados com o PDT de Ciro Gomes.

À primeira vista conflitantes, todas as hipóteses cabem hoje no balaio do ex-prefeito da capital paulista, que em 2011 fundou o Partido Social Democrático com a antológica definição de que a legenda não seria “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”.

A marca do pragmatismo é apontada no universo político como a razão de Kassab para empurrar as conversas até o limite em que seja possível ter algum grau de certeza de que estará perto do projeto com maior chance de vitória, ao lado do objetivo maior de engordar as bancadas da sigla.

O esforço para manter a unidade na agremiação, que comporta simpatizantes de Lula e de Jair Bolsonaro (PL) e busca o rótulo de maior partido de centro no país, está por trás do plano de candidatura autônoma ao Planalto, na visão de interlocutores.

A pré-candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), no entanto, já é descartada, dentro e fora do PSD, diante da postura vacilante do senador. O próprio Kassab indicou concordar com isso ao abrir diálogo com o tucano Eduardo Leite e demonstrar empolgação com o nome do gaúcho.

Apesar de Pacheco ter frustrado seus planos até aqui, o dirigente mantém tom cordial com o aliado, à espera da desistência. É uma demonstração, segundo pessoas que orbitam o ex-prefeito, de seu modo diplomático de fazer política, pouco dado a rompantes ou ataques públicos.

O afastamento dele do governador João Doria (PSDB), por exemplo, ficou restrito aos bastidores. Sua saída do cargo no governo paulista —que nem chegou a assumir, após virem à tona acusações de corrupção passiva e e falsidade ideológica eleitoral— envolveu até elogios abertos.

A ala do PSDB que trabalha pela candidatura de Leite vê condições para avanço com o PSD. Nesta semana, a filiação do governador do Rio Grande do Sul, derrotado por Doria nas prévias tucanas, passou a ser tratada como certa por alas do partido de Kassab.

Leite pediu garantias de que terá coligação robusta e não será abandonado pelo partido. A confirmação da troca só deve ocorrer após a retirada de campo de Pacheco.

Nos cálculos da ala do PSD favorável ao lançamento de postulante próprio ao Planalto, isso ajudaria os candidatos ao Legislativo a se desvencilharem da polarização entre Lula e Bolsonaro. Eles poderão se escorar no nome de um quadro do partido caso optem por uma campanha de tom neutro.

Um dos argumentos em favor da ideia é o de que isso contribuiria para a meta de ampliar as bancadas nos estados e na Câmara, onde hoje há 25 parlamentares do PSD. As projeções mais otimistas falam em dobrar o número de deputados federais e elevar o de senadores dos atuais 11 para ao menos 15.

Por esse raciocínio, o primordial para conter rebeliões em uma legenda heterogênea e repelir rachas é ter candidato próprio. Um integrante do grupo de Leite, que compara Kassab a um piloto que precisa administrar vontades conflitantes, diz que a única rota é equilibrar a situação interna.

Além de Leite —que sofre pressão para continuar no PSDB e passou a ser cotado também como candidato à reeleição no governo gaúcho—, o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) é apontado como provável presidenciável do PSD, um cenário tido como mais remoto.

Paralelamente, avança o assédio de Lula pelo apoio do partido ao PT já no primeiro turno, dado que no segundo uma adesão já é dada como certa caso o adversário seja Bolsonaro. O enfrentamento entre os dois é o mais factível à luz das atuais pesquisas de intenção de voto.

Kassab, até então empenhado em rebater a possibilidade de coligação imediata com o ex-presidente, deu sinais em entrevistas na semana passada de que a chance não está fora de seu radar. Ela envolveria, contudo, prós e contras nada irrelevantes.

A vantagem óbvia estaria na expectativa de cargos —o próprio dirigente do partido foi ministro nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB)— em eventual governo de Lula. O ex-presidente se mostra disposto a uma conversão ao centro para ganhar o pleito e conseguir governar.

Um fator determinante nessa equação, porém, é a hipótese de que o ex-governador Geraldo Alckmin se filie ao PSD para ocupar a vice do petista. A sigla de Alckmin é um detalhe no arranjo montado por Lula, já decidido a ter o ex-tucano a seu lado. Para Kassab, no entanto, empecilhos surgiriam.

Apesar do prestígio de ter um vice-presidente do partido, o PSD ficaria com margem de manobra reduzida para pleitear ministérios e outros cargos, dado que já teria espaço nobre na cúpula do governo. Em uma das versões que circulam, Kassab teria interesse ele mesmo na vaga de vice, o que enfrentaria resistência no PT.

Ainda que Alckmin ingresse no PSB (o que é hoje o mais provável), o abraço declarado do PSD a Lula implicaria prejuízo à estratégia de passar pelo primeiro turno à paisana, de certo modo, e assegurar a eleição de deputados antes de escolher um dos lados da corrida presidencial.

Um aceno antecipado na direção do petista embute ainda o perigo de debandada durante a janela partidária, em abril. Por isso, parlamentares consultados pela reportagem afirmam que dificilmente antes do prazo das convenções, em agosto, virá algum compromisso mais definitivo.

Nos últimos dias, Kassab reiterou a deputados que o plano é ter competidor próprio na briga pelo Planalto e afastou a ideia de união com o PT no primeiro turno.

Apesar disso, o ex-ministro avalizou tratativas com petistas e bolsonaristas nos estados. Na Bahia, o senador Otto Alencar (PSD), de perfil lulista, sairia ao governo no lugar do também senador Jaques Wagner (PT), que abriria mão do posto em troca do apoio da legenda ao PT na esfera nacional.

No Paraná, o governador Ratinho Júnior (PSD), eleito com as bênçãos de Bolsonaro em 2018, costura alianças com partidos da base do governo e agora se equilibra entre o histórico de relação com o Planalto e a rejeição de parte de seu eleitorado a essa vinculação.

Ao mesmo tempo, líderes do PSD articulam palanques com o PDT de Ciro Gomes. O caso mais emblemático é do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que fechou um acordo com o pré-candidato pedetista ao governo local e disparou alfinetadas a Lula, depois minimizadas.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), esteve com Ciro, mas também é cortejado pelo PT em busca de uma composição na disputa pelo Governo de Minas Gerais.

Dois articuladores da campanha de Ciro ouvidos sob reserva confirmam que as negociações têm a anuência de Kassab. Mesmo com o panorama instável, há a avaliação de que interessa ao PDT ter a sinalização da sigla, única do campo de centro com a qual as conversas têm evoluído.

E assim, entre aproximações momentâneas e recuos táticos que podem confundir aliados e adversários, o patrono do PSD reforça a fama de sempre jogar com mais de uma opção à mão e tentar ganhar tempo, como resumem colegas de partido e líderes envolvidos em costuras com ele.

A eleição de 2022 é encarada, nesses meios, como um teste para a pecha de político habilidoso do ex-prefeito. Ele também é descrito como o artífice de “um novo MDB”, em alusão à composição multifacetada e à aptidão para margear o poder sem tanto apreço a amarras ideológicas.

Ainda que abrigue bolsonaristas e possua até um ministro na gestão Bolsonaro —Fábio Faria (Comunicações), que Kassab considera escolha da cota pessoal—, a sigla buscou manter distância protocolar do presidente e do centrão, bloco que dá sustentação ao atual mandatário. Entretanto, votou com o governo em várias ocasiões.

A visão que o dirigente compartilha com interlocutores é a de que o PSD se traduz hoje como o principal partido de centro no país e está em posição de vantagem na comparação com outros de contornos semelhantes, como MDB, PSDB e União Brasil (fruto da fusão de PSL e DEM).

O entendimento, por essa ótica benevolente, é o de que as demais legendas falharam na solução de cisões domésticas ou estão começando agora processos de unificação que o PSD estabeleceu desde a sua origem, permitindo que, dez anos depois, apresente um clima menos conflagrado.

Isso explicaria o fato de o partido ter hoje seu apoio disputado por diferentes forças, além de figurar como um aliado desejável no Congresso para qualquer governo.

Procurado via assessoria de imprensa, Kassab não atendeu ao pedido de entrevista para esta reportagem.

RAIO-X
Gilberto Kassab, 61
Economista e engenheiro civil, foi secretário de Planejamento de São Paulo (1997-8, governo Celso Pitta, PPB e PTN), deputado federal (1999-2005), vice-prefeito (2005-6, governo José Serra, PSDB) e prefeito (2006-13) de São Paulo, ministro das Cidades (governo Dilma Rousseff, PT, 2015-16) e da Ciência e Tecnologia (governo Michel Temer, MDB, 2016-18). Foi do PL, PFL, DEM e, em 2011, fundou o PSD, que preside.

Joelmir Tavares, Folhapress

Rainha Elizabeth está com Covid

Foto: Reprodução/Arquivo

A rainha Elizabeth 2ª recebeu o diagnóstico de Covid-19, informou neste domingo (20) o Palácio de Buckingham. Ela tem 95 anos.

De acordo com um comunicado oficial, Elizabeth está apresentando sintomas leves, como os de um resfriado, e deve manter uma agenda tranquila na próxima semana. “Ela continuará a receber cuidados médicos e a seguir as orientações apropriadas”, diz o texto.

A rainha, que recentemente iniciou as comemorações do aniversário de 70 anos de seu reinado —Jubileu de Platina—, já recebeu as três doses de vacina contra o coronavírus.

No último dia 10, a monarquia já tinha confirmado que o príncipe herdeiro Charles, 73, também havia recebido o diagnóstico de Covid. Ele estivera com a mãe dias antes. Foi a segunda vez que Charles teve a doença —na primeira, em março de 2020, ainda nos meses iniciais da pandemia, ele teve sintomas leves e passou sete dias isolado na Escócia antes de retomar suas funções.

Quatro dias depois, a Clarence House, residência oficial do príncipe, informou que sua mulher, Camilla Parker-Bowles, 74, também recebeu diagnóstico de Covid-19. No começo do mês, a duquesa da Cornualha teve o apoio da rainha para que receba o título de rainha consorte quando Charles assumir o trono.

Folhapress

Fundos públicos e INSS também são fontes de dinheiro esquecido

Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Em uma semana no ar, o sistema de consulta a valores esquecidos do Banco Central superou 100 milhões de consultas de correntistas interessados em resgatar saldos residuais de instituições financeiras. No entanto, existem mais fontes de recursos em que o cidadão pode retirar dinheiro parado.

Fundos públicos, revisão de benefícios da Previdência Social, abono salarial, malha fina do Imposto de Renda e até prêmios de loterias abrigam valores deixados de lado por milhares de brasileiros. Por desconhecimento, muitos nem sequer sabem como consultar e acessar esses recursos.

Confira abaixo a lista que a Agência Brasil preparou com as principais fontes alternativas de dinheiro esquecido:

Cotas do PIS/Pasep
Antes da criação do abono salarial pela Constituição de 1988, os recursos com a arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Serviço Público (Pasep) eram depositados em cotas num fundo público.

Em outubro do ano passado, a Caixa Econômica Federal informou que cerca de 10,5 milhões de trabalhadores ainda não tinham sacado R$ 23,3 bilhões.

Para ter direito às cotas do PIS/Pasep, basta o beneficiário ter trabalhado com carteira assinada entre 1971 e 4 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Em 2019, a Lei 13.932 tornou os recursos do fundo disponíveis para todos os cotistas, independentemente da idade. A lei facilita o saque por herdeiros, que passarão a ter acesso simplificado aos recursos.

A retirada pode ser pedida até 2025 no aplicativo Meu FGTS, que permite a transferência para uma conta corrente. Após esse prazo, o dinheiro voltará para as contas do governo. Para saber se tem direito às cotas do fundo, o correntista deve consultar o site.

Abono salarial de anos anteriores
Com a Constituição de 1988, parte da arrecadação do PIS/Pasep passou a ser destinada ao pagamento do abono salarial. O benefício está disponível a trabalhadores com carteira assinada que receberam até dois salários mínimos dois anos antes do pagamento do abono. No entanto, parte dos beneficiários se esquece de pegar o dinheiro.

Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, cerca de 320,4 mil trabalhadores ainda não retiraram o abono salarial de 2019, totalizando R$ 208,5 milhões esquecidos.

A pasta abriu mais uma rodada de saques. A partir de 31 de março, os beneficiários poderão enviar um recurso administrativo para reaver o abono.

O processo poderá ser feito pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital, pelo Portal Gov.br, pelo telefone 158 ou presencialmente nas unidades do Ministério do Trabalho. Também será possível enviar o requerimento administrativo por e-mail às superintendências locais da pasta, no endereço http://trabalho.uf@economia.gov.br/. As letras uf devem ser trocadas pela sigla do estado onde o trabalhador mora.

Revisão de auxílios do INSS
Cerca de 11 mil segurados do INSS que receberam benefício por incapacidade (como o antigo auxílio-doença) entre 2002 e 2009 poderão sacar a revisão do auxílio entre 1º e 7 de maio. Essas pessoas tiveram o benefício calculado errado e estão recebendo a diferença em lotes após um acordo entre o INSS e o Ministério Público Federal.

A partir do fim de abril, a consulta poderá ser feita pelo portal Meu INSS, pelo aplicativo de mesmo nome para dispositivos móveis ou pelo telefone 135. Quem entrar na página deve escolher a opção Revisão de Benefício – artigo 29, na barra superior, em azul.

Depósitos judiciais do INSS
Aposentados e pensionistas que pediram na Justiça a concessão ou a revisão da aposentadoria podem ter Requisições de Pequeno Valor (RPVs) a receber do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As RPVs são precatórios – dívidas do governo determinadas pela Justiça em caráter definitivo – para ações judiciais de até 60 salários mínimos (atualmente em R$ 72,7 mil)

Como o dinheiro é depositado em contas judiciais no Banco do Brasil ou na Caixa, muitos segurados não se dão conta de que têm direito ao saque.

O interessado deve digitar o número do processo e do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) nos sites do Tribunal Regional Federal da sua região, no item Precatórios, para verificar se teve o dinheiro liberado.

Caso os recursos fiquem esquecidos por mais de dois anos, o dinheiro volta para a União, e o cidadão deverá entrar novamente na Justiça.

Saque-aniversário do FGTS
Os trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) têm acesso gradual à cota de 2022. As retiradas ocorrem conforme o mês de aniversário do trabalhador.

Até o momento, podem sacar apenas os nascidos em janeiro e fevereiro. O calendário deste ano já está disponível.

Criada em 2019 e em vigor desde 2020, essa modalidade permite a retirada de parte do saldo de qualquer conta ativa ou inativa do fundo a cada ano, no mês de aniversário, em troca de não receber parte do que tem direito em caso de demissão sem justa causa. Até agora, cerca de 17,8 milhões de pessoas aderiram ao saque-aniversário.

O período de saques começa no primeiro dia útil do mês de aniversário do trabalhador. Os valores ficam disponíveis até o último dia útil do segundo mês subsequente. Caso o dinheiro não seja retirado no prazo, volta para as contas do FGTS em nome do trabalhador.

Contas inativas do FGTS
Trabalhadores com carteira assinada demitidos e que ficaram três anos sem trabalhar formalmente podem sacar todos os saldos das contas inativas do FGTS. Muitas vezes, o profissional se esquece deste direito.

Quem tem diagnóstico de doença grave, como câncer, ou doença terminal também pode pedir a retirada. Esse direito vale tanto para casos de doença do titular da conta como dos dependentes.

Saque do FGTS para calamidades
Trabalhadores de cerca de 50 municípios afetados por enchentes recentes na Bahia, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro podem sacar até R$ 6.220 do FGTS, desde que não tenha retirado dinheiro pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses. Nesta semana, o banco autorizou o saque para os moradores de Petrópolis (RJ).

O pedido é feito pelo aplicativo FGTS, opção Meus Saques, no celular, sem a necessidade de comparecer a uma agência. No entanto, é preciso ficar atento: só têm direito ao saque-calamidade os trabalhadores com endereço identificado como área atingida pela Defesa Civil Municipal.

Existe uma data-limite para a retirada, que varia conforme a data da calamidade. Quem perder o prazo, tem o dinheiro mandado de volta para a conta do FGTS.

Malha fina do Imposto de Renda
Quem caiu na malha fina do Imposto de Renda Pessoa Física e retificou a declaração deve consultar os lotes residuais de restituições, liberados pela Receita Federal uma vez por mês.

O processo pode ser feito na página da Receita Federal. Basta o contribuinte clicar na opção Meu Imposto de Renda, no campo Consultar a Restituição.

De acordo com a Receita, atualmente existem cerca de 600 mil contribuintes na malha fina, que podem enviar uma declaração retificadora do Imposto de Renda para acertarem a situação com o Fisco.

As pendências podem ser verificadas no extrato da declaração do Imposto de Renda, disponível no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) da Receita. Para entrar no e-CAC, o contribuinte pode digitar CPF, código de acesso e senha ou escolher o login único do Portal Gov.br.

Prêmios de loteria
Muitos apostadores não sabem que ganharam na loteria e deixam de sacar o dinheiro. O problema ocorre principalmente com quem recebeu prêmios de pequeno valor e não conferiu direito a aposta.

Segundo a Caixa Econômica Federal, no ano passado, os prêmios esquecidos somaram R$ 586,8 milhões em todas as modalidades de loteria. Caso o dinheiro não seja sacado em até 90 dias, os prêmios são enviados para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e o apostador perde o direito ao prêmio.

Prêmios de pequeno valor, de até R$ 1.903,88 brutos ou R$ 1.332,78 líquidos, podem ser retirados nas lotéricas ou nas agências da Caixa. Prêmios de maior valor só podem ser recebidos nas agências do banco.

Programas estaduais de nota fiscal
Além dos dados federais, os contribuintes também devem estar atentos aos programas estaduais que devolvem créditos para quem declara o CPF nas notas fiscais.

Alguns estados permitem o uso dos créditos apenas para abater impostos, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotivos (IPVA). Outros devolvem em dinheiro vivo. Alguns sorteiam CPF, com prêmios de até R$ 1 milhão para quem informa o CPF nas compras.

No caso do estado de São Paulo, a devolução dos créditos não está restrita aos habitantes. Consumidores que compraram pela internet de empresas com sede no estado também podem resgatar os créditos, por meio de uma transferência para qualquer conta corrente. O pedido por ser feito no site do programa Nota Fiscal Paulista.

Agência Brasil

Cidadania decide se unir ao PSDB em federação partidária

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) durante entrevista à Folha em seu gabinete, no Senado Federal
                                                                                Foto: Pedro Ladeira/
O Cidadania decidiu compor uma federação partidária com o PSDB em reunião do diretório nacional neste sábado (19).
Os tucanos saíram vencedores após discussões que envolveram também o PDT, do pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (CE), e o Podemos, que cogita lançar o ex-juiz Sergio Moro (PR) para a disputa ao Palácio do Planalto. O PSDB tem o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato ao Executivo federal.

O órgão da cúpula do Cidadania chegou à decisão após votação em dois turnos. No primeiro, o PSDB obteve 54 votos, ante 37 para o PDT e 14 para o Podemos, e houve 5 abstenções.

Na rodada final, os tucanos foram escolhidos por 56 dirigentes e o PDT por 47, com 7 abstenções.

De acordo com nota do Cidadania, “agora as Executivas dos dois partidos irão aprofundar as negociações sobre as regras da federação. Entre elas, a que estabelece prioridade na aliança para governadores candidatos à reeleição”.

Em reunião anterior, o diretório nacional do Cidadania havia decidido integrar uma federação, porém com a manutenção da pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) na eleição presidencial.

Todavia, logo após a divulgação do resultado, a campanha de Doria enviou nota a jornalistas sinalizando que a federação terá o tucano à frente da chapa no pleito de outubro.

“O Diretório Nacional do Cidadania decidiu neste sábado, dia 18, em votação, que seguirá para a eleição nacional de 2022 junto com o PSDB. Os presidentes dos dois partidos, Roberto Freire e o tucano Bruno Araújo, vinham costurando o acordo em volta do nome de João Doria para Presidente da República. Este é o primeiro movimento formal de apoio de um partido na decisão do xadrez eleitoral para o Planalto em 2022”, afirmava a nota.

Na sequência, o presidente do Cidadania Roberto Freire emitiu nota indicando que ainda não há definição sobre quem será o candidato da federação.

“Nos entendimentos prévios à decisão deste sábado, tanto Cidadania quanto PSDB deixaram claro que têm candidatos à Presidência da República, Alessandro Vieira (SE) e João Dória (SP), respectivamente. Ambos os partidos decidirão o nome que representará a federação no processo de consolidação da aliança”, afirmou Freire.

Segundo o líder partidário, “a decisão por uma federação com o PSDB é um exemplo de que começa a haver um processo de aglutinação do centro democrático a indicar uma grande composição para derrotar tanto Bolsonaro quanto Lula nas eleições de outubro”.

As federações partidárias foram instituídas na reforma eleitoral aprovada no ano passado. Seu maior objetivo é incentivar as fusões entre as siglas, pois há um número excessivo de partidos políticos no Brasil.

Caso decidam pela parceria, os partidos devem ficar juntos pelos próximos quatro anos. Esta será a primeira vez que o pleito contará com essa possibilidade.
Flávio Ferreira, Folhapress

Petrópolis chega a 146 e supera desastres de 1988 e 2011

                 Temporal mais letal havia sido registrado em 1988, com 134 mortos; em 2011, foram 73
Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

O temporal em Petrópolis atingiu a marca de ao menos 146 mortos neste sábado (19) e superou os desastres registrados em 1988 e 2011, se tornando o mais letal já vivido pela cidade. A Defesa Civil Municipal realiza o monitoramento de chuvas e tragédias desse tipo na região desde 1932.

O número de mortes tende a crescer nos próximos dias, já que foram computados pela Polícia Civil 165 desaparecidos após o temporal que arrasou a cidade fluminense há cinco dias. Segundo a prefeitura, 812 pessoas estão desabrigadas e ocupam 21 unidades escolares da cidade.

Até então, o desastre registrado no verão de 1988 havia sido o mais letal para a cidade, com 134 mortos. Em 2011, os temporais causaram 73 vítimas fatais em Petrópolis, mas também castigaram cidades vizinhas, deixando um saldo de 918 mortes em cidades da região serrana.

Na terça-feira (15), a cidade foi arrasada por um forte temporal que resultou em mais de 400 deslizamentos desde então, somando 553 ocorrências no total registradas pela Defesa Civil, incluindo alagamentos e avaliações de risco.

Petrópolis tem um quinto de seu território sob alto risco e fica na serra do Rio de Janeiro, que sofre anualmente com tempestades de verão e deslizamentos.

A cidade tem 234 locais de risco alto ou muito alto, o que equivale a 18% do território e 12 mil moradias, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos publicado em 2018.

Grande parte dos imóveis condenados há 11 anos na região não foi demolida e voltou a ser ocupada por quem não conseguiu moradia ou discordou das opções dadas pelo poder público. Os moradores reclamam que as unidades habitacionais construídas desde então não são suficientes.

Entre os 144 corpos que já chegaram ao IML (Instituto Médico-Legal) até o fim da tarde deste sábado (19), 89 são de mulheres e 55 são de homens, incluindo 27 de menores de idade, segundo os números mais recentes da Polícia Civil. Entre eles, 119 já foram identificados.

Na porta da unidade, parentes aguardam a leitura dos nomes por funcionários. Para facilitar o acesso a informações, a corporação antecipou a implementação de um Portal de Desaparecidos, que permite a consulta de nomes e fotografias pelos familiares que fizeram o registro.

As salas de velórios estão cheias, e os enterros estão sendo feitos em sequência no Cemitério Municipal de Petrópolis desde a tarde de quarta (16). A prefeitura abriu novas covas rasas (menos profundas e mais baratas) e descartou um grande enterro cole tivo “para respeitar a programação das famílias”.

Nas ruas, moradores seguem limpando casas, comércios e prédios históricos, sirenes de viaturas e ambulâncias passam de um lado para o outro, e voluntários circulam com doações por escolas e igrejas, sob um forte cheiro de lama misturada com lixo em alguns locais.

No desastre de 1988, as chuvas também causaram deslizamentos de terra, desabamentos ou levadas por enxurradas. Daquela vez, um temporal causou enchentes pela manhã e foi agravado pela chuva que voltou a cair à tarde.

Nas três tragédias, o que se viu nos dias seguintes foram cenas de destruição, com carros empilhados, asfalto arrancado, famílias sem casas e socorristas procurando vítimas soterradas.

João Pedro Pitombo, Folhapress

Ministério da Economia condena políticas regulatórias da Infraestrutura

Foto: Divulgação/Arquivo

A Fiarc (Frente Intensiva de Avaliação Regulatória e Concorrencial), do Ministério da Economia, condenou a cobrança de uma tarifa administrada pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e outra pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

O órgão também recomendou mudanças no uso de recursos de um fundo abastecido com taxas portuárias.

A Fiarc foi criada no início do governo e congrega técnicos da Seae (Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade) e da Sepec (Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade da Economia).

A proposta é reavaliar políticas regulatórias em vigor para incentivar a livre concorrência. Os primeiros três estudos foram motivados por reclamações de empresas e os resultados vieram a público no final de janeiro.

Nos bastidores, no entanto, técnicos de Tarcísio tratam as medidas como um golpe contra o ministro, já que, praticamente, os assuntos se referem a temas de sua pasta. Procurado, o Ministério da Economia não respondeu.

A Fiarc condenou, por exemplo, a cobrança do chamado THC2 (Terminal Handingd Charge 2), uma taxa que incide sobre a movimentação de contêineres em terminais portuários.

“A cobrança permite ao terminal portuário usar seu poder de mercado para criar artificialmente custos para seus concorrentes no mercado de armazenagem alfandegada, prejudicando a concorrência e elevando os custos do setor”, disse a Fiarc.

De acordo com o parecer técnico, os armazéns não podem escolher em qual terminal sua carga será movimentada, algo que compete aos armadores (companhias que realizam o transporte aquaviário de longo curso).

Motivado por uma reclamação da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport/BA), o parecer da Economia foi considerado por empresas que atuam nos terminais como uma interferência indevida de um órgão do governo em uma questão concorrencial que vem sendo discutida tanto pela Antaq quanto pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Para eles, isso gera mais insegurança jurídica em uma questão que vinha sendo pacificada.

Em junho do ano passado, Cade e Antaq assinaram um memorando de entendimento para chegar a um acordo sobre os mecanismos da cobrança. As diretrizes foram elaboradas em conjunto e estavam previstas para serem implementadas neste ano.

Técnicos do Ministério da Infraestrutura afirmaram, sob condição de anonimato, que, em nenhum momento, a Fiarc consultou qualquer um dos órgãos que hoje discutem o THC2. Avaliaram como uma revanche contra Tarcísio, que disputou forças com Guedes nos últimos dois anos.

Em outra frente, o órgão recomendou que a Infraestrutura modifique os decretos referentes ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) para que os saldos hoje remanescentes não sejam mais usados por empresas brasileiras de navegação, o que pode gerar distorções concorrenciais com as empresas que hoje não recolhem tributos ao fundo.

O assunto interessava ao Sindiporto (Sindicato Nacional das Empresas de Apoio Portuário).

Após reclamação da Buser Tecnologia, a Economia também condenou a regra do chamado Circuito Fechado no transporte rodoviário interestadual de passageiros por fretamento. Por ele, o passageiro não pode adquirir somente um dos trechos da viagem (somente ida, por exemplo).

Esse é o tipo de serviço prestado a um grupo de turistas interessados em fazer uma excursão, ou a uma empresa, que contrata um ônibus para transportar seus funcionários.

Para a Fiarc, a regulação atual aprovada pela ANTT eleva o preço das passagens e impediria a entrada de novos competidores capazes de implementar diferentes modelos de negócios e adotar novas tecnologias.

Em sua análise, a Seae recomendou que a ANTT ponha fim ao mecanismo de circuito fechado por causa do seu caráter anticompetitivo.​
Julio Wiziack, Folhapress

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