Brasil defende integridade territorial das nações, diz presidente
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil |
“Volto a afirmar que eu e meu governo estamos focados em garantir a segurança do nosso país, proteger os interesse do nosso povo, auxiliar os cidadãos brasileiros que se encontram nas regiões conflagradas e contribuir para uma resolução pacífica do conflito”, disse Bolsonaro, em uma sequência de três publicações em sua conta no Twitter.
Sem citar os nomes dos países, Bolsonaro destacou que o Brasil tem expressado bem sua posição em pronunciamentos no Conselho de Segurança da ONU e em pronunciamentos oficiais.
Um dos membros temporários do Conselho de Segurança, o Brasil votou ontem (25) a favor de uma resolução do colegiado para condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia. A iniciativa acabou barrada pelo poder de veto dos próprios russos, um dos cinco membros vitalícios do conselho.
Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília
FAB coloca aviões de prontidão para retirada de brasileiros da Ucrânia
Aeronaves são do mesmo modelo usado em outras missões humanitáriasFoto: Força Aérea Brasileira-FAB
Dois aviões multimissão KC-390 Millenium foram colocados de prontidão para um possível transporte de brasileiros evacuados da Ucrânia. A informação foi confirmada na manhã de hoje (26) pela Força Aérea Brasileira (FAB).
"As aeronaves são do mesmo modelo utilizado em outras missões humanitárias internacionais: o transporte de donativos para as vítimas da explosão em Beirute, capital do Líbano, em 2020; e o apoio emergencial à tragédia causada pelo terremoto ocorrido em agosto de 2021 no Haiti", diz publicação na conta da FAB no Twitter.
Ainda não foram divulgados pela FAB ou o Itamaraty detalhes sobre onde, quando ou como será feita a retirada dos brasileiros. Ontem (25), foi informado pela Embaixada do Brasil na Ucrânia o desembaraço de um trem para o transporte de cidadãos brasileiros e latino-americanos. O comboio deveria partir da capital Kiev com destino à cidade de Chernivtsi, a oeste do país, ainda na noite de sexta-feira.
Entre os brasileiros em Kiev estão dezenas de jogadores que atuam no futebol ucraniano. Em uma transmissão e em publicações pelo Instagram, a esposa do zagueiro Marlon Santos, Maria Paula Marinho, disse que eles foram avisados a ir do hotel até a estação de trem em pouco mais de meia hora.
Em nota, a embaixada alertou que a "situação de segurança e de disponibilidade de transporte na cidade é instável e sujeita a mudanças repentinas, de modo que não é possível garantir a partida ou lugares suficientes. Prioridade deverá ser dada a mulheres, crianças e idosos”.
Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília
Janela partidária começa na próxima quinta-feira (3)
Até 1º de abril, deputadas e deputados poderão mudar de partido sem perder o mandato
Deputadas e deputados federais ou estaduais que pretendem trocar de partido político antes das Eleições 2022 terão 30 dias para fazê-lo sem perder o mandato por infidelidade partidária. Esse período é a chamada janela partidária, que começa a ser contada a partir da próxima quinta-feira, 3 de março e termina no dia 1º de abril.
A janela partidária faz parte do Calendário Eleitoral e está prevista na Lei das Eleições (Artigo 93-A da Lei 9.504/1997). A regra foi regulamentada pela Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015), após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que firmou o entendimento segundo o qual o mandato obtido nas eleições proporcionais (deputados e vereadores) pertence à agremiação, e não aos candidatos eleitos. A regra também está prevista na Emenda Constitucional nº 91/2016.
O parlamentar que trocar de partido fora da janela partidária sem apresentar justa causa pode perder o mandato. São consideradas “justa causa” as seguintes situações: criação de uma nova sigla; fim ou fusão do partido; desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal.
Em 2018, o TSE decidiu que só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente. Ou seja, vereadores só podem migrar de partido na janela destinada às eleições municipais, e deputados federais e estaduais naquela janela que ocorre seis meses antes das eleições gerais.
Mudanças durante a legislatura
Para o cientista político João Beato, a oportunidade em que é permitida a troca de partido político serve para acomodar mudanças políticas ocorridas no transcorrer de uma legislatura. “A política é sujeita a uma série de variáveis, não é uma coisa constante”, explica.
Segundo ele, a normatização da janela partidária serviu para conter a volatilidade das filiações partidárias, em que deputados e vereadores por vezes acumulavam múltiplas mudanças de partido numa mesma legislatura, sem engessar o jogo político. “Viver com toda aquela efemeridade do ‘troca-troca’ do político de um partido para outro, de uma forma sem limites, era muito ruim para a democracia”, avalia.
A troca de partido no ano eleitoral permite, segundo Beato, uma reconfiguração das forças políticas no cenário das próximas eleições, sem que partidos ou mandatários sejam prejudicados. “Isso ajuda muito o eleitorado a não ficar perdido no processo de trocas de legendas”, acrescenta.
Gestor responsável: Assessoria de Comunicação
Propaganda partidária nacional começa neste sábado (26)
PSOL será o primeiro partido a exibir o conteúdo; PDT exibe a partir de terça-feira (1º)
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) será o primeiro a exibir a propaganda partidária gratuita em rede nacional de rádio e televisão, após o restabelecimento desse direito às legendas. O programa do PSOL vai ao ar neste sábado, 26 de fevereiro.
A propaganda partidária estava extinta desde 2017, mas voltou a ser permitida pelo Congresso Nacional com a Lei nº 14.291/2022, e segue a as regras da Resolução 23.679/2022 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que disciplina a forma de veiculação dos conteúdos.
O PSOL terá direito a 10 inserções nos intervalos da programação normal das emissoras no período das 19h30 às 22h30.
Já na próxima terça-feira (1º/3), será a vez do Partido Democrático Trabalhista (PDT) exibir o conteúdo. O PDT terá direito a 40 inserções distribuídas entre os dias 1º, 3, 5 e 8 de março. Serão 10 inserções por dia, cada uma com tempo total de 30 segundos, sempre das 19h30 às 22h30.
Critérios para divisão do tempo
A divisão do tempo entre os partidos é feita de acordo com o desempenho de cada legenda nas últimas Eleições Gerais, realizadas em 2018. Os partidos que elegeram mais de 20 deputados federais terão direito a 20 minutos semestrais para inserções de 30 segundos nas redes nacionais e de igual tempo nas estaduais.
Aqueles que têm entre 10 e 20 deputados eleitos poderão utilizar dez minutos por semestre para inserções de 30 segundos, tanto nas emissoras nacionais quanto nas estaduais. Já as bancadas compostas por até nove parlamentares terão cinco minutos semestrais para a exibição federal e estadual do conteúdo partidário.
O espaço destinado aos partidos na mídia tem como objetivo difundir e transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa da legenda, bem como divulgar as atividades congressuais do partido e a posição em relação a temas políticos e ações da sociedade civil. Pelo menos 30% do tempo destinado a cada legenda deve ser utilizado para a promoção e a difusão da participação feminina na política.
A veiculação da propaganda será sempre às terças-feiras, às quintas-feiras e aos sábados, e as mídias devem ser entregues por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção partidária.
A propaganda partidária é exibida no primeiro e no segundo semestre dos anos não eleitorais e apenas no primeiro semestre dos anos em que houver eleição.
Para saber os demais dias e horários das outras siglas, acesse o calendário da propaganda partidária de 2022.
Gestor responsável: Assessoria de Comunicação
Covid-19: Bahia registra 2.365 casos e 47 óbitos nas últimas 24h
Foto: Paula Fróes/GOVBA/Arquivo |
O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), deste sábado (26), registra 9.394 casos ativos de Covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, a Sesab notificou 2.365 casos da doença (taxa de crescimento de +0,16%) e mais 47 mortes.
De acordo com a Sesab, de 1.500.067 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.462.563 são considerados recuperados e 29.143 pessoas tiveram óbito confirmado devido à doença.
O boletim epidemiológico da secretaria contabiliza ainda 1.762.667 casos descartados e 324.287 em investigação. Na Bahia, 62.026 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
A Sesab ainda informa que 11.390.793 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose, 10.348.249 com a segunda dose ou dose única e 3.672.292 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 565.236 crianças já foram imunizadas.
Indignado com saída de Wagner, PT arma rebelião para indicar vice, vaga prometida ao PP
Foto: Divulgação/Arquivo/ Petistas querem colocar João Leão numa jaula e indicar o vice no lugar do vice que vai virar governador em abril |
Ainda indignados com a repentina retirada da candidatura do senador Jaques Wagner (PT) ao governo, setores e deputados do PT prometem trabalhar para, segundo suas próprias palavras, diminuir o impacto do ‘estrago’ e indicar a vice na chapa encabeçada pelo senador Otto Alencar (PSD) à sucessão estadual, cargo reservado para escolha do atual vice-governador João Leão (PP) dentro do acordo para assegurar a manutenção da aliança entre os três partidos.
Apesar de ainda não terem fechado um nome em torno do qual poderiam fazer pressão para impedir que Leão exerça o direito de escolher o vice, os petistas já agendaram uma reunião para esta segunda-feira (28), na qual pretendem, além de deflagrar o processo para apontá-lo, estabelecer uma estratégia para impedir que a chapa permaneça com a conformação “azul com azul”, como chamam a participação de dois partidos de centro-direita na cabeça e na vice.
Desconsiderando o fato de a vaga ao Senado estar assegurada ao governador Rui Costa (PT), responsável pela reviravolta que resultou no recuo de Wagner em favor de Otto, os petistas alegam ser inconcebível que os dois outros cargos da chapa possam ser preenchidos por dois partidos de centro-direita, quando a tradição, desde a primeira eleição de Wagner, sempre foi a de a composição ser de um “vermelho (de esquerda) com um azul”.
Eles lembram que, em 2006, o vice de Wagner foi do MDB (Edmundo Pereira) e, na reeleição, o próprio Otto (PSD). Nas duas eleições de Rui, seu companheiro de chapa, por sua vez, foi Leão. Agora, já que estão tendo que aceitar a contragosto o fato de os líderes petistas terem aberto mão de o PT disputar o governo, deputados e setores do partido alegam que o mínimo que poderia ser considerado era o fato de a agremiação que governou o Estado estes 15 anos indicar o vice.
Também argumentam que Leão vai ser brindado com o comando do Estado por oito meses a partir de abril, quando Rui renunciar para assumir a candidatura, ‘presente’ que, na avaliação dos petistas, tanto o vice quanto o seu partido jamais imaginaram que se tornaria uma realidade e, também segundo eles, poderá representar um fortalecimento para o PP que Leão não teve condições de promover em todo este período em que vem atuando como aliado do PT.
A pressão interna no PT pela tomada da vice das mãos de Leão cresce na mesma proporção que aumenta a preocupação com um verdadeiro desastre nos planos de reeleição dos deputados petistas, estaduais e federais, afetados tanto pela troca de um candidato majoritário do partido por um nome de outra sigla, o que diminui o chamado voto de legenda para os parlamentares, quanto pelo fato de terem sido praticamente os últimos a serem avisados sobre a mudança.
Política Livre
As consequências da vitória da esquerda no Chile
© Rodrigo Garrido/Reuters |
Orgulhoso de suas tatuagens, Gabriel Boric liderou uma coalizão que inclui comunistas abertamente. Ele promete acabar com o sistema de previdência privada do país, aumentar impostos, abrir uma empresa estatal de mineração de lítio, cancelar dívidas estudantis, tornar grátis o ensino superior e lutar vigorosamente contra a mudança climática. Os direitos de propriedade serão pisoteados. Existem duas lições importantes aqui.
Em primeiro lugar, a eleição dele levará mais turbulência para as Américas do Sul e Central. Infelizmente, as panaceias defendidas por Gabriel Boric vão sufocar a economia, inflamando ainda mais a insatisfação popular. A vitória dele, porém, incentivará forças semelhantes em outros países latinos.
As consequências políticas e econômicas disso abrirão uma grande oportunidade para a China e a Rússia. O México tem um presidente socialista, Andrés Manuel López Obrador, popularmente conhecido por suas iniciais: AMLO. Ele terá mais incentivo para estender o controle do governo sobre uma economia já problemática, sobretudo o setor de petróleo.
Além disso, está trabalhando para controlar o sistema judiciário do país, a fim de reduzir as restrições a seu poder. Os problemas econômicos decorrentes fortalecerão os cartéis de drogas, sem mencionar o aumento do número de pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos.
A segunda lição é que os líderes não podem se acomodar por causa do sucesso do passado. O Chile foi um milagre econômico, mas, durante anos, os políticos, em especial os que se consideram de direita, não deram continuidade às reformas pró-crescimento. Os impostos, por exemplo, são elevados demais. A alíquota mais alta do imposto de renda dos chilenos supera a dos EUA. O mesmo vale para o imposto de pessoa jurídica. Os impostos da previdência social são 60% mais altos do que os norte-americanos, e há um tributo nacional de 19% sobre as vendas.
O Chile deveria ter seguido o exemplo de lugares como Singapura, baixando os impostos para estimular um crescimento econômico robusto. Também deveria ter adotado um sistema de saúde semelhante ao de Singapura, totalmente acessível e com cobertura universal. Infelizmente, com a eleição no Chile, os países ao sul dos Estados Unidos continuarão a seguir políticas que são bem melhores em promover a pobreza do que a prosperidade.
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Regulador russo proíbe imprensa de usar palavra ‘invasão’ da Ucrânia
Foto: Folhapress |
O órgão de controle das comunicações da Rússia ordenou aos veículos da imprensa, neste sábado (26), que suprima de seu conteúdo qualquer referência a civis mortos no conflito na Ucrânia e proibiu os termos “invasão”, “ofensiva”, ou “declaração de guerra”.
“Destacamos que apenas fontes oficiais russas dispõem de informação atualizada e confiável”, afirmou a agência reguladora do setor, a Roskomnadzor, em um comunicado, no momento em que Moscou descreve a intervenção na Ucrânia como uma “operação especial” destinada a “manter a paz”.
Essa diretriz foi dirigida a uma série de meios de comunicação, a maioria crítica ao governo russo, como o jornal Novaya Gazeta, a rede online Dojd, ou o portal Mediazona, que foram classificados em seu país como “agentes estrangeiros”.
De acordo com o regulador, esses veículos são culpados de divulgar informações falsas de que “as Forças Armadas russas estão atirando contra as cidades ucranianas”. A agência também criticou os conteúdos que classificam a operação das tropas russas como “ofensiva, invasão, ou declaração de guerra”.
O regulador advertiu que, caso se neguem a remover o conteúdo, “o acesso a estes meios de comunicação ficará restrito”. Há um ano, a Rússia reforça o controle sobre o jornalismo independente e os movimentos de oposição.
Estadão Conteúdo
PT é centrado em SP e nunca priorizou Bahia, dizem líderes da sigla no Estado
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados |
Incomodados com a possível desistência de Jaques Wagner (PT) de concorrer ao governo da Bahia para abrir caminho à candidatura de Otto Alencar (PSD), lideranças estaduais do PT têm criticado o tratamento que a direção da sigla dá à Bahia na comparação com São Paulo.
A manobra de Wagner, com aval de Lula, faz parte de tentativa de atrair o partido de Gilberto Kassab para a base do ex-presidente no primeiro turno da eleição presidencial.
“O PT é um partido centrado em São Paulo”, diz o deputado federal Jorge Solla. “O PT nunca priorizou a Bahia. É o quarto maior colégio eleitoral e o primeiro na diferença de votos a favor do partido”, completa.
A crítica de Solla tem sido repetida por outros parlamentares do PT baiano.
Em São Paulo, o PT tem dito que não abre mão da candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo do estado, o que tem travado as articulações nacionais com o PSB, já que o ex-governador Márcio França também afirma que não desistirá.
Na última quinta-feira (25), Wagner anunciou em reunião com deputados federais e estaduais do PT que não quer ser candidato –seu mandato no Senado vai até fevereiro de 2027. Dias antes, ele já havia anunciado sua decisão ao ex-presidente Lula.
O senador petista se viu obrigado a desistir da candidatura ao governo depois que o governador Rui Costa manifestou o desejo de concorrer ao Senado no lugar que estava destinado a Otto. Ao perceber que Rui Costa se opunha a sua candidatura, Wagner disse a Lula que não teria condições de disputar sem apoio do governador de seu próprio partido.
Os petistas convocaram uma plenária para a próxima segunda-feira (28) na qual devem reunir deputados, prefeitos, vereadores e líderes do partido para reafirmar o apoio ao nome de Jaques Wagner.
Guilherme Seto/Folhapress
Cresce mobilização pró-Putin entre republicanos em redes sociais americanas
Foto: Divulgação/Arquivo |
Comentaristas de direita, incluindo Candace Owens, Stew Peters e Joe Oltmann, também entraram na briga online com postagens favoráveis a Putin e que racionalizaram suas ações contra a Ucrânia. “Vou ficar do lado da Rússia agora”, disse Oltmann, um podcaster conservador, em seu programa esta semana.
E em grupos do Telegram como The Patriot Voice e grupos do Facebook, incluindo Texas for Donald Trump 2020, os membros criticaram a maneira como o presidente Biden lidou com o conflito e expressaram apoio à Rússia, com alguns dizendo que confiavam mais em Putin do que em Biden.
As conversas online refletem como o sentimento pró-Rússia tem penetrado cada vez mais no Twitter, Facebook, YouTube, podcasts de direita, aplicativos de mensagens como o Telegram e alguns meios de comunicação conservadores. Quando a Rússia atacou a Ucrânia esta semana, essas opiniões se espalharam, infundindo o discurso online sobre a guerra com simpatia – e até aprovação – pelo agressor.
Os comentários positivos da Rússia são uma extensão das guerras culturais e políticas que animaram a direita nos Estados Unidos nos últimos anos. Em alguns desses círculos, Putin exerce um apelo de homem forte, visto como alguém que consegue o que quer e não deixa que o politicamente correto o detenha.
“Putin encarna a força que Trump fingia ter”, disse Emerson T. Brooking, membro sênior residente do Atlantic Council que estuda plataformas digitais. “Para esses indivíduos, as ações de Putin não são uma tragédia – são uma fantasia realizada”.
O apoio a Putin e à Rússia agora está sendo expresso online em uma mistura de fatos, observações e opiniões, às vezes entrelaçadas com mentiras. Nos últimos dias, comentaristas elogiaram Putin e acusaram falsamente a Otan de violar acordos territoriais inexistentes com a Rússia, que, segundo eles, justificam a declaração de guerra do presidente russo à Ucrânia, de acordo com uma revisão de postagens do The New York Times.
Outros espalharam teorias de conspiração complicadas sobre a guerra que são tingidas de um brilho pró-Rússia. Em uma mentira popular que circula online, Putin e Trump estão trabalhando juntos na guerra. Outra falsidade envolve a ideia de que a guerra é para derrubar uma cabala de elites globais por tráfico sexual.
Ao todo, as narrativas pró-Rússia nas mídias sociais em inglês, TV a cabo e meios impressos e online aumentaram 2.580% na semana passada em comparação com a primeira semana de fevereiro, de acordo com uma análise da empresa de insights de mídia Zignal Labs. Essas menções surgiram 5.740 vezes na semana passada, ante 214 na primeira semana de fevereiro, disse Zignal.
As narrativas floresceram em dezenas de canais do Telegram, grupos e páginas do Facebook e milhares de tweets, de acordo com a análise do The Times. Alguns dos canais do Telegram têm mais de 160 mil assinantes, enquanto os grupos e páginas do Facebook têm até 1,9 milhão de seguidores.
(É difícil ser preciso sobre o escopo das narrativas pró-Rússia nas mídias sociais e fóruns online porque os bots e as campanhas organizadas dificultam o rastreamento.)
O sentimento pró-Rússia é algo inimaginável na Guerra Fria, quando a União Soviética era vista por muitos americanos como um inimigo. Nos últimos anos, essa atitude mudou, em parte ajudada pela interferência da Rússia. Antes da eleição presidencial dos EUA em 2016, grupos apoiados pelo Kremlin usavam redes sociais como o Facebook para inflamar os eleitores americanos, criando mais divisões e resistência ao politicamente correto.
Depois que Trump foi eleito, ele muitas vezes parecia favorável – e até admirador – de Putin. Isso semeou uma visão mais positiva de Putin entre os apoiadores de Trump, disseram pesquisadores de desinformação.
“Putin investiu pesadamente em semear a discórdia” e encontrou um aliado em Trump, disse Melissa Ryan, executiva-chefe da Card Strategies, uma consultoria que pesquisa desinformação. “Qualquer um que estude a desinformação ou a extrema direita viu a influência do investimento de Putin se firmar”.
Ao mesmo tempo, teorias da conspiração se espalharam online e polarizaram profundamente os americanos. Um deles foi o movimento QAnon, que postula falsamente que os democratas são traficantes de crianças adoradores de Satanás que fazem parte de uma cabala de elite tentando controlar o mundo.
A guerra Rússia-Ucrânia agora está sendo vista por alguns americanos através das lentes das teorias da conspiração, disseram pesquisadores de desinformação. Cerca de 41 milhões de americanos acreditam na teoria da conspiração QAnon, de acordo com uma pesquisa divulgada na quinta-feira pelo Public Religion Research Institute. Esta semana, alguns seguidores do QAnon disseram online que a invasão da Ucrânia por Putin era simplesmente a próxima fase de uma guerra global contra os traficantes sexuais.
Lisa Kaplan, fundadora do Alethea Group, uma empresa que ajuda a combater a desinformação online, disse que as declarações pró-Rússia são potencialmente prejudiciais porque podem “legitimar ainda mais alegações falsas ou enganosas” sobre o conflito na Ucrânia “aos olhos do povo americano”.
Nem todo discurso online é pró-Rússia, e as ações de Putin foram condenadas por usuários conservadores de mídia social, comentaristas tradicionais e políticos republicanos, mesmo quando alguns criticaram como Biden lidou com o conflito.
“A invasão da Ucrânia por Vladimir Putin é imprudente e maligna”, disse o deputado Kevin McCarthy, líder republicano na Câmara, em um comunicado no Twitter na quinta-feira.
Na terça-feira, o deputado Adam Kinzinger, um republicano de Illinois que foi recentemente censurado pelo Partido Republicano por participar do comitê que investiga a insurreição de 6 de janeiro, criticou os republicanos da Câmara por atacar Biden, twittando que isso “alimenta a narrativa de Putin”.
Mas aqueles com uma postura pró-Rússia ficaram mais barulhentos online. Antes da invasão, o Gateway Pundit, um site de extrema direita, publicou uma história listando “fatos engraçados” sobre a Rússia e a Ucrânia, incluindo os pontos de discussão russos que estão sendo usados como justificativa para uma invasão. O artigo se espalhou em grupos do Facebook que apoiam Trump, atingindo até 565.100 seguidores, de acordo com dados da CrowdTangle, uma ferramenta de análise de propriedade do Facebook.
Em um podcast na quarta-feira, Steve K. Bannon, ex-assessor de Trump, também elogiou Putin como “anti-woke”. Ele sugeriu que o conflito ucraniano “não era nossa luta”.
Depois que o ataque da Rússia começou, alguns usuários online explicaram os motivos de Putin misturando-os com teorias da conspiração sobre a covid-19. Uma conta no Twitter chamada War Clandestine declarou que Putin estava mirando em laboratórios biológicos na Ucrânia que eram operados pelos Estados Unidos. A ideia se tornou mais crível, disse o autor, por causa da teoria da conspiração de que os Estados Unidos projetaram a covid-19 em um laboratório em Wuhan, na China.
Influenciadores pró-americanos como Mikel Crump e John Basham, que somam 99.200 seguidores, ampliaram a discussão. Mais tarde, o Twitter suspendeu a conta War Clandestine, além de uma segunda conta do mesmo usuário por tentar escapar da proibição, mas as pessoas continuaram postando gravações de tela do tópico online.
O Twitter disse que as contas do usuário foram suspensas permanentemente por violar sua política de comportamento abusivo e que estava monitorando narrativas emergentes que violam suas regras. Crump e Basham não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Alguns comentaristas pró-Rússia insistiram que estavam certos. Muitos culparam Biden, desenterrando velhas teorias da conspiração sobre o emprego de seu filho Hunter em uma empresa de gás ucraniana quando Biden era vice-presidente e estava envolvido em esforços diplomáticos com o país. Não houve evidências de irregularidades por parte dos Bidens, mas os conservadores aproveitaram a narrativa durante a eleição de 2020.
A crescente apreciação por Putin foi captada em pesquisas recentes da Economist e do YouGov, que mostraram que ele era visto mais favoravelmente pelos republicanos do que Biden. Outra pesquisa recente do Yahoo News e do YouGov descobriu que 62% dos republicanos acreditavam que Putin era um “líder mais forte” do que Biden.
Esse sentimento foi ecoado em uma pesquisa informal online na quarta-feira, quando um influenciador da QAnon perguntou aos seguidores do grupo Patriot Voice no Telegram se eles confiavam em Putin. Quase todos que responderam à pergunta disseram a mesma coisa: sim.
Estadão ConteúdoFoto: Divulgação/Arquivo
Governo do Estado abre concurso com 49 vagas para a Sefaz
Foto: Divulgação/Arquivo |
Para concorrer às vagas, os candidatos precisam possuir curso superior de qualquer graduação, devidamente registrado, fornecido por Instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). As 49 vagas serão distribuídas em três áreas de atuação: Administração e Finanças (14 vagas); Tecnologia da Informação (05); e Administração Tributária (30 vagas).
“Tenho muito orgulho de dizer que contratamos mais de 15 mil servidores por meio de concurso em nossa gestão. O novo concurso da Sefaz vai incorporar ao nosso quadro de servidores efetivos trabalhadores e trabalhadoras que contribuirão para uma gestão ainda mais eficiente do Estado. Com as contas equilibradas e qualidade do gasto público, vamos continuar trabalhando por quem mais precisa”, afirma o governador Rui Costa.
O certame será executado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a Secretaria da Administração (Saeb) e Secretaria da Fazenda (Sefaz). Os interessados devem ler o Edital 001/2022 para conhecer todas as regras do concurso como pré-requisitos, cronograma do certame, conteúdo programático, horários e normas, dentre outras.
Inscrição
Para realizar a inscrição, o interessado deverá acessar o site da FGV, entre as 16h do dia 7 de março e as 16h do dia 5 de abril de 2022. Após concluir a inscrição, os candidatos deverão pagar a taxa de R$ 150. O certame prevê isenção de inscrição para candidatos que estiverem inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e que forem membro de família de baixa renda.
O concurso ainda prevê 5% das vagas reservadas para pessoas com deficiência e 30% para os candidatos que se declararem negos, no momento da inscrição. O cargo de agente de tributos tem carga horária de 40 horas semanais.
Provas
As provas serão realizadas em 5 de junho deste ano, das 8h às 14h, em Salvador. As provas serão realizadas em duas etapas: objetiva e discursiva, elaboradas com base nos conteúdos programáticos constantes do Anexo I do Edital.
Os candidatos deverão comparecer ao local designado para a realização das provas com antecedência mínima de uma hora do início do concurso. Eles devem estar munidos de caneta esferográfica de tinta azul ou preta em material transparente, do documento de identidade original, do comprovante de inscrição, do comprovante de pagamento da taxa de inscrição e do comprovante de vacinação, como observado no Edital.
A Fundação Getúlio Vargas confirmará oportunamente as informações sobre a realização das provas (locais/data/horários) e divulgará na página do certame e no Portal do Servidor. A informação também será divulgada no Diário Oficial do Estado (DOE).
Armas e entorpecentes são localizados com traficantes
Divulgação: SSP |
A ocorrência aconteceu na localidade de Brongo, quando uma equipe da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) avistou homens armados. As incursões foram iniciadas e dois deles reagiram atirando nos policiais. Na tentativa de fuga, eles pularam muros de residências.
Houve revide, os dois traficantes ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital Ernesto Simões. Com a dupla as guarnições encontraram, além das armas, 47 porções de drogas, 11 munições e uma roupa camuflada. A ocorrência foi registrada na Corregedoria da PM.
Fonte: Ascom/ Silvânia Nascimento
Integrantes de organizada são suspeitos de atacar ônibus do E.C. Bahia
Foto: Alberto Maraux |
O homem, encontrado na Rua do Salete, bairro de Barris, em Salvador, foi apresentado na 6a Delegacia Territorial (DT) de Brotas, nesta sexta-feira (25). Um dos veículos flagrado na cena do crime pertence a ele.
O outro carro identificado no local do ataque está no nome de outro integrante da torcida organizada. As Polícias Civil e Militar seguem coletando imagens do momento em que o ônibus foi atingido e ouvindo testemunhas.
"Estamos atuando em conjunto para localizar todos os envolvidos. A população pode ajudar denunciando através do telefone 181. Os carros possivelmente utilizados foram um do modelo HB20, cor branco, e outro modelo Duster, cor verde escuro", destacou o comandante do Bepe, tenente-coronel Elbert Vinhático.
Fonte: Ascom | Alberto Maraux
Dezoito quilos de maconha são encontrados em Saramandaia
Foto: Divulgação/SSP |
Policiais patrulhavam pela rua Cosme e Damião, quando encontraram um grupo de criminosos armados. A comandante da unidade, major Gilmara Santana, informou que os homens atiraram contra as guarnições.
“Houve confronto e , durante a fuga, os traficantes passaram por uma casa abandonada, onde foram encontrados, em seguida, os materiais”, contou a militar.
A oficial informou que as apreensões foram encaminhadas para Central de Flagrantes, além de ressaltar que as equipes seguem na busca dos criminosos.
Fonte: Ascom/ Poliana Lima
Decreto aumentará de 1,5 mil para 3 mil pessoas o limite de público em eventos, partir de 3 de março
Foto: Leonardo Rattes/Saúde GOVBA |
Eventos em locais fechados, espaços culturais, cinemas e teatros poderão ocorrer com a capacidade plena. Os estádios estarão autorizados a receber um público de até 30% do limite máximo de ocupação.
Em todos os casos, o acesso aos locais está condicionado à comprovação de vacinação contra a Covid-19 e é obrigatório o respeito aos protocolos sanitários, a exemplo do uso de máscara.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
Para lidar com a Ucrânia, ministro das Relações Exteriores desmarca reunião com Fachin
Foto: Divulgação/O ministro das Relações Exteriores, Carlos França |
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, desmarcou uma reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, prevista para as 16h30 desta sexta-feira, 25, por causa das demandas diplomáticas do Itamaraty em relação ao conflito militar na Ucrânia. O encontro com o magistrado tinha como objetivo discutir a presença da Corte em missões internacionais de observação eleitoral.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o presidente do TSE afirmou que a Justiça Eleitoral brasileira já poderia estar sob ataque da Rússia. O foco das investidas seriam os sistemas da instituição, e não as urnas eletrônicas. Interlocutores de Fachin disseram ao Estadão que as ameaças russas à segurança das eleições não estavam previstas na pauta da reunião de hoje, que deveria focar também nos eleitores brasileiros no exterior.
As negociações de França com o TSE ficaram em segundo plano diante da sobrecarga de reuniões com as quais o Itamaraty tem tido que lidar. O chanceler brasileiro tem sido pressionado a apresentar a posição oficial do Brasil no conflito armado que escala rapidamente no leste europeu. O ministro recebeu uma ligação do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na manhã desta sexta-feira, 25, na qual discutiram os rumos que o governo federal deve seguir ao tratar do avanço de tropas russas sobre o território ucraniano.
As autoridades discutiram formas de “restaurar a paz e impedir que a população civil continue a sofrer as consequências do conflito”, conforme declarou o Itamaraty. Os Estados Unidos desejam que o governo brasileiro condene publicamente a ação militar da Rússia na Ucrânia e se alinhe mais claramente ao discurso crítico da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) às decisões do presidente russo, Vladimir Putin.
As potências ocidentais avaliam ser necessário reunir todo apoio possível contra a incursão russa, sobretudo de um país como Brasil, que recuperou um assento no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em caso de resposta às agressões russas, o Brasil pode ser instado a votar por uma operação de contra- ataque.
Embora França esteja em contato com lideranças políticas e diplomatas alinhados ao discurso defendido pelo Ocidente, o seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro (PL), tem resistido a condenar o posicionamento de Putin, com quem se reuniu no Kremlin (sede do governo russo) há pouco mais de uma semana. Na ocasião, o governante brasileiro declarou ser “solidário à Rússia”.
Em live realizada nesta quinta-feira, 24, Bolsonaro ainda desautorizou o vice-presidente, Hamilton Mourão, que se manifestou publicamente contra a ação militar russa no território ucraniano ao declarar que o Brasil não é neutro no conflito armado entre os dois países. O chanceler brasileiro esteve ao lado do presidente na transmissão ao vivo, mas não opinou sobre a chegada de tropas russas na Ucrânia, inclusive em regiões próximas à capital Kiev.
“Deixar bem claro: o artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso – e falou mesmo, eu vi as imagens – está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, afirmou Bolsonaro.
Estadão Conteúdo
Putin ataca centro de Kiev e começa batalha para dominar a Ucrânia
Foto: Gleb Garanich/Reuters/Folhapress |
As forças de Vladimir Putin atacaram na madrugada deste sábado (26) o centro de Kiev. A batalha pela capital da Ucrânia ocorre apenas dois dias depois do começo da guerra com a qual o presidente russo pretende derrubar o governo e retomar o controle político sobre o vizinho.
“O futuro da Ucrânia está em jogo”, disse Volodimir Zelenski, o presidente ucraniano que se diz marcado como “alvo número 1” na invasão, que culmina um processo de quatro meses de tensão entre Moscou e o Ocidente em torno do país no Leste Europeu.
Como seria de se esperar, os detalhes da ação russa são esparsos. As primeiras explosões em pontos periféricos da cidade foram relatadas por volta das 5h locais (meia-noite em Brasília). Segundo a conta das Forças Armadas locais no Facebook, havia combate em regiões tão centrais quanto a avenida da Vitória no começo da manhã.
“Não podemos perder a capital. Falo com nossos defensores, homens e mulheres em todas as frentes: hoje à noite, o inimigo vai usar todas as suas forças para romper nossas defesas da maneira mais vil, dura e desumana”, disse Zelenski em pronunciamento feito antes do ataque.
Ele pediu resistência e orientou moradores da cidade de 3 milhões de habitantes a jogar coquetéis molotov nos invasores. O governo publicou vídeos ensinando a fazer a bomba improvisada com gasolina em garrafas, e durante a sexta (25) distribuiu 18 mil fuzis a civis.
No meio da manhã, Zelenski surgiu em um vídeo gravado em seu celular no centro da cidade para afastar rumores de que tinha fugido, dizendo que “nós não vamos depor armas”.
Segundo informações de analistas militares russos, o centro do ataque é a região noroeste da capital. A Rússia desembarcou um número incerto de militares no aeroporto Antonov, em Hostomel (25 km da cidade).
Eles podem ter vindo tanto da ditadura da Belarus, onde a Rússia mobilizou cerca de 30 mil soldados em exercícios militares que deveriam ter acabado no domingo (20), quanto da base da 76ª Divisão Aerotransportada, de Pskov (900 km ao norte).
A base de entrada foi Hostomel. Quando o cerco da capital se consolidou por duas frente, ao longo da sexta, batedores russos foram vistos na periferia de Kiev, inclusive com veículos blindados leves. Era o reconhecimento para a batalha à frente, em uma guerra que seguiu em outros pontos do país neste sábado: bombardeios foram ouvidos perto de cidades como Lviv e Kharkiv.
O outro flanco do ataque fica a nordeste da cidade. Os russos tomaram a região da usina de Tchernóbil, palco do maior acidente nuclear da história, em 1986, da quinta (24) para a sexta. De lá, 110 km de Kiev, estabeleceram um corredor para militares e blindados vindos de Belarus por meio dos pântanos congelados de Pripriat.
Imagens de TV mostraram um prédio de apartamentos atingido por algum projétil, mas não havia informação imediata sobre vítimas.
Segundo as forças ucranianas, um primeiro ataque ao coração da cidade foi repelido, provavelmente com o uso intensivo de mísseis antitanques Javelin, fornecidos dentro do pacote de US$ 400 milhões ofertado pelo governo dos Estados Unidos em 2021. Na sexta, ante o agravamento da crise e a iminência do ataque, o presidente Joe Biden prometeu liberar mais US$ 350 milhões em armas americanas para combater os russos.
Esta última formulação dá a dimensão geopolítica do que está em jogo. Putin usou como justificativa para a invasão a necessidade de proteger as duas autoproclamadas repúblicas russas do Donbass (leste do país), que ele reconheceu como países na segunda (21).
O Kremlin apoia os rebeldes desde 2014, quando um governo aliado seu em Kiev foi derrubado e substituído por outro apoiado pelo Ocidente, abrindo a porta para a adesão da Ucrânia à Otan (aliança militar ocidental) e à União Europeia.
A reação de Putin foi anexar a Crimeia, a preciosa península historicamente russa que sedia sua Frota do Mar Negro, que então alugava sua base em Sebastopol. O apoio aos rebeldes veio, mas planos de anexação não foram em frente. Do ponto de vista estratégico, contudo, manter o conflito que matou mais de 14 mil pessoas congelado bastava a Putin, porque mantinha a Ucrânia sem força para aderir ao Ocidente.
Assim, Putin não veria forças ofensivas ocidentais às suas portas, nem um regime liberal que poderia inspirar a oposição em casa.
Em 2021, o russo parece ter decidido finalizar o jogo. Após um ensaio em abril, mobilizou a partir de novembro entre 150 mil e 190 mil soldados em exercícios denunciados no Ocidente como um prenúncio de invasão e emitiu um ultimato para que os EUA e a Otan aceitassem seu desenho para o Leste Europeu, cessando a expansão do clube militar que já havia absorvido 14 antigos satélites comunistas, 3 deles países que foram da União Soviética assim como a Ucrânia.
Apesar da gritaria, o Ocidente permaneceu de mãos amarradas, temendo envolver a Otan em um conflito potencialmente nuclear com os russos, como o presidente russo sempre lembra. Montou pacotes sucessivos de sanções, o mais recente destinado a atingir Putin pessoalmente pela primeira vez, mas o longevo líder do Kremlin, no poder desde 1999, não se mexeu.
Nas ruas de cidades russas e ao redor do mundo, assim como na internet, eclodiram protestos contra a guerra, inclusive de celebridades do país de Putin. Efeito nulo até aqui, embora prenuncie o isolamento do regime do Kremlin.
Quando os primeiros mísseis balísticos e de cruzeiro foram despejados sobre a Ucrânia, na madrugada da quinta, o russo selou sua maior aposta, que havia sido ensaiada na guerra de cinco dias contra a Geórgia pelos mesmos motivos em 2008 e na ação de 2014 na própria Ucrânia.
Militarmente, a reforma que empreendeu após o baixo desempenho em 2008 e a experiência prática na guerra civil síria, na qual interveio em 2015 e salvou a ditadura de Bashar al-Assad, deram ao Kremlin uma força mais eficaz e com domínio sobre guerra aérea moderna que não tinha.
O ataque múltiplo pelo país e a chegada ao centro do poder em três dias mostra que o investimento está pago. A Ucrânia pode resistir, mas a desproporção de forças parece garantir uma vitória final russa, salvo alguma parada tática. Não é o que se mostrou até aqui. Ao todo, Putin tem 900 mil soldados e um orçamento militar dez vezes maior do que o de Zelenski, que comanda 200 mil soldados.
Kiev assim enfrenta a décima grande batalha de sua longa história, iniciada no século 5º. Vivas nas memórias de moradores mais velhos e seus descendentes estão duas, o assalto nazista de 1941, que deixou a cidade sob brutal ocupação, e a retomada soviética de 1943, para muitos abriu um período tão sombrio quanto o anterior.
Na sexta, o objetivo de Putin ficou claro no solo e também no discurso. Zelenski balbuciou a ideia de discutir a neutralidade ucraniana e foi recebido com sarcasmo: Moscou se disse pronta para negociar, desde que fosse na capital aliada Minsk e sobre os seus termos. Queria a rendição.
Putin ainda foi além e fez um duro ataque ao ucraniano, chamando seu governo de antro de viciados em drogas e neonazistas, uma acusação que permeia essa campanha desde o começo, assim como referências de lado a lado à Segunda Guerra Mundial —o conflito atual é o maior na Europa desde o fim das hostilidades em 1945.
Zelenski é judeu, mas a ideia corrente na Rússia é a de que associação real de elementos nazistas no nacionalismo mais radical do vizinho é equivalente a políticas de governo.
Por isso o russo fala que combate um genocídio, presumivelmente na sua retórica dos 4 milhões de moradores do Donbass, 800 mil deles a quem concedeu passaportes. Não há nada disso, mas um embate cultural aberto, no qual Kiev buscou impor a língua ucraniana, nascida com a russa mas diferente dela, no país.
Declarações de autoridades russas, como o chanceler Serguei Lavrov, deixaram claro que Zelenski só teria como opção se entregar para julgamento ou resistir e morrer. Na madrugada, o jornal Washington Post disse que os EUA lhe ofereceram refúgio, sem resposta positiva.
O plano russo, segundo avaliação de diplomatas e analista de Moscou, é instalar um regime que apoie Moscou, talvez com um político de partido pró-Rússia. Há a possibilidade de uma ocupação militar, o que implicaria custos e riscos enormes, mas Putin mostrou que está disposto a isso com a guerra.
Comediante que surgiu de um programa de TV no qual atuava como um professor que virava acidentalmente presidente da Ucrânia, Zelenski chegou ao poder em 2019 de forma surpreendente.
Usa de suas qualidades como ator em pronunciamentos, empostando a voz e clamando o tradicional “Glória à Ucrânia” ao fim de suas falas. Sem experiência política, não conseguiu conduzir uma negociação coesa com grupos internos rivais para lidar com Putin, e tomou medidas que afrontaram o Kremlin.
Sem o apoio militar objetivo, que de resto nunca teria do Ocidente, agora passa da comédia para a tragédia, arriscando virar um mártir no roteiro em que trocou a metavida de personagem de TV pelo acuado personagem de vídeos tremidos de internet numa cidade sob fogo. A guerra chegou ao século 21.
Igor Gielow/Folhapress
Governo publica redução de até 25% das alíquotas do IPI
Foto: José Cruz/Agência Brasil |
O governo federal publicou nesta sexta-feira (25) decreto que reduz as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A medida alivia a carga tributária na produção de automóveis, eletrodomésticos da chamada linha branca - como refrigeradores, freezers, máquinas de lavar roupa e secadoras - e outros produtos industrializados. O texto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, consta em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Para a maior parte dos produtos, a redução foi de 25%. Alguns tipos de automóveis tiveram redução menor na alíquota, de 18,5%. Produtos que contenham tabaco não tiveram redução do imposto.
De acordo com cálculos informados pelo Ministério da Economia, a redução do IPI representará uma renúncia tributária de R$ 19,5 bilhões para o ano de 2022, de R$ 20,9 bilhões para o ano de 2023 e de R$ 22,5 bilhões para o ano de 2024.
Por se tratar de tributo extrafiscal, de natureza regulatória, é dispensada a apresentação de medidas de compensação, como autorizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ressaltou o governo.
Para justificar a renúncia tributária, o governo destacou que a arrecadação federal em janeiro de 2022 somou R$ 235,3 bilhões, sendo volume recorde que representa 18,30% de aumento em relação ao mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação do período.
"Há, portanto, espaço fiscal suficiente para viabilizar a redução ora efetuada, que busca incentivar a indústria nacional e o comércio, reaquecer a economia e gerar empregos. O decreto entrará em vigor imediatamente e não depende da aprovação do Legislativo", informou a Presidência da República, em nota.
CNI
Em comunicado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) celebrou a redução do IPI ao enfatizar que indústria é o setor o mais tributado da economia no país.
De acordo com a entidade, a tendência é haver uma redução dos preços dos produtos industriais, com impactos na inflação, já que os preços do segmento representam 23,3% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Edição: Paula Laboissière
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Rússia veta resolução do Conselho de Segurança da ONU
Para ser aprovada, uma Resolução não pode ser vetada por nenhum dos cinco membros permanentes do conselho. A Rússia, pivô da crise, é um desses países, exercendo seu poder de veto, como já se esperava. A China, um dos poucos países a não se posicionar contra as ações de Putin, foi um dos três países que se abstiveram. Os outros foram Índia e Emirados Árabes Unidos.
Brasil vota contra a Rússia
Representantes de alguns países falaram antes da votação. O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, fez uma fala firme contra a invasão da Ucrânia, posicionando o país de maneira condenatória à agressão sofrida pelos ucranianos em seu próprio território. Na votação, foi a favor da Resolução.
“Uma linha foi ultrapassada e esse conselho não pode ficar silencioso. [Precisamos] buscar um espaço para o diálogo”, disse Costa Filho. “O estratégico equilíbrio na Europa não dá à Rússia o direito de ameaçar a soberania da Ucrânia ou de qualquer outro país”, acrescentou. O representante do Brasil no conselho afirmou que as ações da Rússia abalam a fé nas leis internacionais.
Linda Thomas-Greenfield, representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, defendeu a aprovação do documento, e condenou a invasão de um país pelo outro “apenas porque pode”. “Um país está invadindo o outro. Não há uma situação intermediária. Países responsáveis não invadem seus vizinhos apenas porque podem fazer isso. Vote sim se acha que a Rússia deve pagar por suas ações”.
Após o resultado, Thomas-Greenfield pediu novamente a palavra e mandou um recado para a Rússia, e seu representante no conselho. “Rússia, você pode vetar essa resolução, mas não pode calar as nossas vozes, não pode vetar o povo ucraniano e não pode vetar sua culpa nisso”.
A representante da Noruega, Mona Juul, opinou que a Rússia não deveria ter votado, e sim decidido pela abstenção, em razão do contexto do documento.
Ameaça à Finlândia
As tropas da Rússia avançam rapidamente no território ucraniano, rumo à capital, Kiev. A expectativa é que a capital seja tomada ainda na madrugada deste sábado (25). Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia usou o Twitter para ameaçar a Finlândia, com quem faz fronteira mais ao norte.
Pela rede social, lembrou o país vizinho de seu compromisso de não alinhamento militar e fez ameaças caso decida integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). “Consideramos o compromisso do governo finlandês com uma política de não alinhamento militar como um fator importante para garantir a segurança e a estabilidade no norte da Europa. A adesão da Finlândia à OTAN teria sérias repercussões militares e políticas”.
Otan
A Otan é uma aliança militar da qual 30 países são signatários e se comprometem a defender outro país-membro caso este seja atacado. Ou seja, um ataque da Rússia a um país-membro, como a Polônia, colocaria outros 29 países na guerra. Entre eles, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França. A Ucrânia não é um país-membro e, por isso, tem lutado sozinha contra um exército russo muito superior numericamente. Existem, no entanto, tropas da Otan posicionadas em países vizinhos à Ucrânia, como Lituânia, Polônia e Romênia.
Edição: Fábio Massalli
Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília
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