PM tem primeira mulher especialista em Operações Fluviais

Foco, garra e determinação alinhados a poucas horas de sono e um trabalho importante da mente. Todos esses pontos podem referenciar a tenente Samanta Gomes, da Companhia de Independente de Polícia e Proteção Ambiental (Cippa) de Lençóis, que se tornou a primeira mulher da corporação baiana a concluir um curso de Operações Fluviais realizado pela Polícia Militar do Estado do Amazonas (PM-AM). A formatura ocorreu em Manaus, da noite da terça-feira (12).
Enfrentando dois meses de treinamento intensivo, a oficial passou por noções de sobrevivência na selva, enfrentando horas de ensino sobre os patrulhamentos fluvial e aéreo, natação utilitária, mergulho, legislação ambiental, além de reforçar estratégias de combate ao crime organizado, gerenciamento de crises, noções de intervenção em ocorrências com artefatos explosivos, de policiamento montado, operações com cães e defesa pessoal.

Para a tenente, uma das maiores dificuldadesfoi conseguir enfrentar todas as fases usando o fardamento completo, mochila e armamento que, ao molhar, fica ainda mais pesado.

“O meio líquido promove um desgaste muito intenso, principalmente por conta da mobilidade que fica mais difícil com as roupas molhadas. E pelas aulas serem realizadas no ‘Encontro das águas’ dos rios Negro e Solimões, em alguns de seus afluentes e no Cueiras, onde as águas são bastante movimentadas, o desafio era muito maior”, disse.

As 580 horas também foram importantes para a habilitação em embarcações de estado no serviço público e no reforço nas técnicas de Atendimento Pré Hospitalar (APH) de combate e controle avançado de hemorragias.“ Tenho oito anos de Polícia Militar e passar por essa formação sendo a única mulher de 23 formandos, pra mim, foi mais uma superação, ainda mais na Amazônia que era um lugar que já sonhava em conhecer. Começar uma nova etapa da minha vida desta forma não tem preço”, concluiu a oficial.
Fonte: Ascom / Rafael Rodrigues

Bolsonaro acena para Neto, elogia Roma e diz que Jerônimo foi pior secretário de Educação do país

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um aceno ao pré-candidato do União Brasil ao governo da Bahia, ACM Neto, e disse que o ex-prefeito de Salvador tem credenciais para “ajudar a Bahia a mudar sua política”. A entrevista à TV Aratu foi divulgada no final da tarde desta quarta-feira (13). Na mesma oportunidade, o presidente fez dura crítica ao pré-candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, e afirmou que o petista foi o “pior secretário de Educação do país”. O mandatário não deixou, porém, de elogiar o pré-candidato do PL ao governo, João Roma, a quem se referiu como “um herói por estar enfrentando a velha política na Bahia”.

Sobre Neto, Bolsonaro disse que não conversa com ele e não costuma criticá-lo. Mas ponderou: “Ele fez algumas críticas ao meu governo. Falta reconhecimento para muita gente que o que nós fizemos para estados e municípios durante a pandemia, mas pessoalmente não tenho nada contra ACM Neto, mas ajudo e vou ajudar no que for possível o João Roma”, disse Bolsonaro, referindo-se à pré-candidatura ao governo do ex-ministro da Cidadania.

Mas Bolsonaro continuou nos comentários sobre o ex-prefeito da capital baiana. “Ele tem credenciais, como tem feito, se apresentando como uma pessoa que possa ajudar a Bahia a mudar sua política e proporcionar dias melhores para seu povo”, afirmou, na entrevista ao jornalista Pablo Reis, da TV Aratu.

Roma

O presidente, entretanto, não deixou elogiar o pré-candidato do PL na Bahia. “Tenho convicção que [João Roma] fará um trabalho, caso venha a se eleger. Mas pra mim ele já é um herói por estar enfrentando a velha política da Bahia. É uma nova esperança, sangue novo”, o presidente. Bolsonaro afirmou que tem “carinho todo especial” pelo ex-ministro e citou um passado comum: “Ele foi tenente do Exército brasileiro, de artilharia. Busquei no Parlamento alguém que pudesse realmente fazer um bom trabalho. E o João Roma, eu já tinha conhecimento sobre ele. Todos os baianos podem falar com muito orgulho: conduziu, por exemplo, a criação do Auxílio-Brasil”, apontou.

Sobre as enchentes que atingiram o sul baiano no final do ano passado, ele elogiou a atuação do ex-ministro. “Tivemos as chuvas, ele se fez presente, arranjando recursos do Ministério dele, como de outros ministérios”, declarou na entrevista à TV Aratu.

Jerônimo

Quando falou a respeito do principal adversário de ACM Neto, o ex-secretário da Educação e pré-candidato ao governo pelo PT, Bolsonaro fez pesadas críticas. “O candidato do PT na Bahia é o atual secretário de Educação. A educação na Bahia é a pior do Brasil, então é isso que o PT está apresentando como sucessão para o governo do Estado, o pior secretário de Educação do Brasil candidato ao governo do Estado”, disparou o presidente.

Davi Lemos

Bahia registra 822 casos ativos de Covid-19

Foto: Reuters/Arquivo
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou o boletim epidemiológico desta quarta-feira (13) com 822 casos ativos de Covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 702 casos da doença e quatro mortes.

De acordo com a Sesab, de 1.538.042 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.507.427 são considerados recuperados e 29.793 pessoas foram a óbito devido à doença.

O boletim epidemiológico da secretaria contabiliza ainda 1.831.916 casos descartados e 330.659 em investigação. Na Bahia, 63.098 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Vacinação

A Sesab ainda informa que 11.462.385 pessoas foram vacinadas contra a Covid com a primeira dose, 10.556.660 com a segunda ou dose única e 5.175.251 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 852.500 crianças foram imunizadas com a primeira dose e 252.454 tomaram também a segunda.

TSE desmente fake news sobre aplicativo e-Título

Boato estaria circulando em diversas redes sociais

O Tribunal Superior Eleitoral divulgou uma nota na qual afirma ser “falsa a afirmação de que o e-Título seria um aplicativo espião”. O boato estaria circulando em diversas redes sociais.

“Importante lembrar que o e-Título, bem como outros aplicativos da Justiça Eleitoral, observa as diretrizes estabelecidas pela Lei Geral de Proteção de Dados no uso e armazenamento de informações de usuários”, informou o TSE.

O tribunal destaca que algumas funcionalidades do e-Título utiliza “um conjunto relativamente pequeno de autorizações”. No caso, apenas 20: número pequeno, se comparado a outros dispositivos que utilizam o sistema operacional Android. “O Facebook solicita um total de 45 permissões ao usuário; e o Uber, 35”, exemplificou.

Na nota, o TSE justificou todas as autorizações necessárias para o acesso ao e-Título. A permissão para usar a geolocalização é necessária para o eleitor que deseja justificar o voto no dia da eleição. O acesso à lanterna do aparelho é necessário para a autenticação de documentos emitidos pela Justiça Eleitoral.

A autorização solicitada para alterar ou excluir conteúdo de armazenamento USB é necessária para a gravação de documentos emitidos a partir do e-Título, como no caso das certidões de quitação eleitoral ou das guias de pagamento dos débitos eleitorais. Já a autorização para criar contas e definir senhas é solicitada para casos de migração de um smartphone antigo para um novo.

O aplicativo foi lançado em 2017, com o objetivo de possibilitar o acesso a serviços eleitorais de forma não presencial, como consultar o número do título e o local de votação, verificar a situação eleitoral, emitir certidões, justificar ausência às urnas, consultar e emitir guias para pagamentos de débitos eleitorais, entre outros.

Agência Brasil

‘O MST vai continuar ocupando e lutando pela reforma agrária’, diz deputado Valmir Assunção‘O MST vai continuar ocupando e lutando pela reforma agrária’, diz deputado Valmir Assunção

 

Foto: Divulgação

Sem Terras de todas as regiões da Bahia entram em seu terceiro dia de marcha de Feira de Santana a Salvador para denunciar o aumento da violência no campo, paralisação da reforma agrária e o esvaziamento das funções do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pelo governo Bolsonaro. Ligado ao movimento, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) afirma que a luta dos acampados e assentados envolve “terra, teto e pão”.

“Vamos chegar em Salvador, primeiro para apresentar uma série de reivindicações ao governo do estado, mas também para denunciar o que vem acontecendo no Incra, aparelhamento da máquina pública e paralisação da reforma agrária pelo governo Bolsonaro. Só conseguiremos democratização do acesso à terra, caminhando, lutando e ocupando. O MST vai continuar ocupando e lutando neste Brasil pela reforma agrária popular”, descreve o parlamentar durante a marcha nesta quarta-feira (13).

No caminho de mais de 100km, os Sem Terras já plantaram mudas de árvores nativas, acamparam à beira da estrada, enfrentaram sol e chuva e o perigo do trânsito na BR-324 para seguir rumo à capital baiana em mais uma série de atividades do ‘Abril Vermelho’ após dois anos de pandemia. Para o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, “a marcha é o fortalecimento do sonho e da esperança. Estamos na Bahia, caminhando já no terceiro dia de marcha para protestar contra o genocídio no campo, contra a morte de Sem Terras – que tem acontecido na luta pela reforma agrária – como aconteceu em Eldorado dos Carajás. Temos de cobrar do governo federal para destravar a reforma agrária, que tem mais de 450 processos de desapropriação engavetados. Também pedir à sociedade que se mobilize contra a fome, contra a inflação e lute pelos seus direitos”.

A pré-candidata a deputada estadual e atual secretária nacional de Movimentos Populares do PT, Lucinha Barbosa, falou da união das regionais e da importância da luta coletiva para os debates e para a implementação de novas políticas rurais que ajudem a levar infraestrutura básica para assentamentos e acampamentos.

“A terra precisa servir ao seu propósito social destacado na Constituição e colocar o povo para produzir alimentos saudáveis. E é isso que o MST faz em todo o país. É referência para a agroecologia e para o processo de produção sem venenos, elevando a saúde do nosso povo. Vamos seguir na marcha e reforçar as trincheiras de luta do movimento e contra esse governo genocida que tem como seu interlocutor o presidente Bolsonaro”, salienta. A Marcha Estadual do MST deve chegar em Salvador na próxima terça-feira (19) com mais de 3 mil pessoas.

Lula continua em 1º, mas vantagem para Bolsonaro cai a 5 pontos, diz pesquisa

Foto: Amanda Perobelli/Dida Sampaio/Estadão/Arquivo

A distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral atingiu o menor patamar registrado pelo PoderData em 2022: diferença de 5 pontos porcentuais. Segundo a última rodada da pesquisa, realizada entre os dias 10 e 12 de abril, o petista tem 40% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022, seguido por Bolsonaro, com 35%. Na rodada de novembro de 2021, Lula tinha 34% e Bolsonaro, 29%.

A diferença entre as pesquisas foi a retirada do nome o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) da lista de pré-candidatos testados. Segundo o levantamento, a saída do ex-juiz da disputa favoreceu Bolsonaro, que variou 3 pontos para cima em 15 dias, enquanto Lula oscilou 1 para baixo.

Moro deixou a disputa eleitoral no final de março quando trocou o Podemos pelo União Brasil. Para ser recebido na nova sigla, o ex-juiz teve que abrir mão da pré-candidatura ao Planalto.

A pesquisa ainda mostra que os candidatos da terceira via continuam distantes de Lula e de Bolsonaro. Na terceira posição, Ciro Gomes (PDT) atingiu 5%, seguido de João Doria (PSDB) e André Janones (Avante) com 3% cada e Simone Tebet (MDB), com 2%.

A pesquisa PoderData é realizada pelo grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios, e usou ligações celulares e de telefones fixos para contatar os 3 mil entrevistados. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o registro no TSE é BR-00368/2022.
Estadão Conteúdo


Servidores municipais protestam contra falta de segurança em unidades de saúde

Servidores que trabalham nas unidades de saúde de Salvador realizaram nesta quarta-feira (13) manifestação em frente à Secretaria Municipal, no bairro do Comércio, e reclamaram da falta de segurança nos postos de trabalho.

Os trabalhadores disseram que há ocorrências constantes de ameaças, roubos e agressões nas dependências das unidades. No dia 30 de março, um homem armado entrou na UBS San Martin 2 e roubou funcionários e pacientes que aguardavam atendimento.

Segundo o Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), dez ocorrências foram registradas em postos de saúde nos últimos três meses.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que já solicitou aos órgãos de segurança a intensificação das rondas no entorno das unidades de saúde para inibir novas ocorrências, já que se trata de uma situação de segurança pública.

O órgão acrescentou que intensificou a implantação de um sistema de câmeras para vídeo monitoramento das unidades.

Segundo a SMS, 66 unidades básicas já contam com o sistema de monitoramento 24 horas por dia. A gestão disse que estima ampliar gradativamente a instalação das câmeras nos postos de saúde para atingir 100% das unidades da rede beneficiada com o vídeo monitoramento.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que realiza o policiamento ostensivo e preventivo em vias públicas. Segundo a PM, as unidades de saúde são consideradas pontos sensíveis e, por isso, há policiamento no ambiente externo e nas proximidades das unidades.

Problema recorrente em 2022

Em janeiro, profissionais da saúde que trabalham na Unidade de Saúde da Família (USF), de Cajazeiras X, em Salvador, denunciaram que foram ameaçados por pacientes no local. Na ocasião, para chamar a atenção para a situação, eles decidiram paralisar as atividades.

Em fevereiro, profissionais da Unidade de Saúde da Família, no bairro do Engenho Velho de Brotas, também fizeram um protesto e paralisaram as atividades, após um funcionário ser ameaçado de morte por um casal.

No mês de março, a Polícia Civil divulgou que investiga casos de ameaça e agressões físicas e verbais contra servidores da área de Saúde que estão aplicando a vacinação contra a Covid-19 em Salvador. De acordo com os profissionais, a maior parte das intimidações são de pessoas que não fazem parte dos grupos prioritários e querem “furar a fila” para ser imunizados.

G1/Bahia

Bruno defende relação republicana com oposição: ‘quando a ideia é boa, a gente apoia’

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), defendeu, na manhã desta quarta-feira (13), durante inauguração de novo Conselho Tutelar na Barroquinha, a manutenção de uma relação republicana com a oposição, e destacou a inauguração da requalificação da Avenida Milton Santos, antiga Adhemar de Barros, na última sexta-feira, como um exemplo disso. “Sabe quem estava naquele evento lá? O líder da oposição [vereador Augusto Vasconcelos], do PCdoB, do meu lado, discursando no evento da prefeitura”, lembrou Bruno. O prefeito destacou esse fato como “grande exemplo cívico na política”.

“Eu tive a hombridade de sancionar uma lei que foi iniciativa dele, porque, para o prefeito Bruno Reis não importa se a ideia é da oposição, é de um vereador que não faz parte do nosso grupo, um deputado que não faz parte do nosso grupo. Quando a ideia é boa a gente apoia”, discursou Bruno. Ele ainda destacou: “sou prefeito da cidade toda. De quem votou em mim e de quem não votou”.

Ele ainda destacou que tem humildade para pedir recursos a todos os parlamentares baianos em Brasília. “Antes do período da destinação das emendas parlamentares, eu faço um ofício para os três senadores da Bahia, para os 39 deputados federais, pois todos eles têm voto aqui em Salvador”, justificou. No evento desta quarta-feira, embora não tivesse subido no palanque, esteve presente a deputada federal Lídice da Mata (PSB), que enviou emenda para o novo Conselho Tutelar da Barroquinha.

“A deputada Lídice da Mata, do PSB, ex-prefeita dessa cidade, que estava aqui no ato da prefeitura, infelizmente ela tinha outro compromisso, senão usaria da palavra”, disse Bruno Reis. “Faço questão e digo aos deputados: coloque a emenda e você está convidado para o ato de inauguração e lá vai usar da palavra, e eu irei reconhecer e agradecer, como estou agradecendo à ex-prefeita Lídice da Mata”, concluiu.

Mini-reforma

O prefeito, durante o discurso, também apontou que deve realizar mais uma “mini-reforma administrativa”. “Estamos em um momento onde vamos ter mudanças em nossa equipe, uma mini-reforma administrativa. E vai ser assim: um sai, [o que entrar] dá continuidade ao trabalho do outro, faz o que está acontecendo avançar e traz novas ideias, novos projetos. Foi assim que eu fiz como prefeito, dando continuidade ao trabalho que o melhor prefeito do Brasil por oito vezes consecutivas, ACM Neto, realizou”, declarou o prefeito da capital.

Davi Lemos

EUA devem reagir de modo sério se Bolsonaro recusar derrota, diz Arturo Venezuela

O diplomata americano Arturo Venezuela diz estar otimista sobre o futuro da democracia no Brasil, apesar das dificuldades atuais, e avalia que uma eventual tentativa de ruptura será levada muito a sério, tanto pelos brasileiros como por países como os Estados Unidos —por ruptura entenda-se uma recusa por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) a aceitar uma eventual derrota nas urnas.“É preciso haver um esforço constante para fortalecer as instituições. Há certa fragmentação das forças políticas no mundo, falta coesão, mas estou confiante de que vamos ver forças se unindo —e será o caso do Brasil também”, avalia.

Venezuela, 78, foi o principal nome do Departamento de Estado para a América Latina no início do governo Barack Obama e colaborou na campanha do atual presidente, Joe Biden. Hoje, é professor emérito da universidade Georgetown.

O ex-secretário participa nesta quarta (13), às 18h, de um debate virtual sobre as relações entre EUA e Brasil do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). O centro está lançando um projeto de debates e estudos sobre o relacionamento entre Brasil e Estados Unidos, sob coordenação de Sérgio Amaral, ex-embaixador em Washington.

Como avalia a relação atual entre Brasil e EUA, especialmente frente ao distanciamento entre Biden e Bolsonaro? A relação é muito profunda. Precisamos fazer uma distinção entre o que é a relação entre EUA e Brasil em uma grande variedade de questões e as diferenças que pode haver entre os dois chefes de Estado nesse momento particular.

A relação tem sido muito forte nos tempos recentes: envolve comércio, investimento, tecnologia, mudança climática, educação. A longo prazo, continuará a haver uma relação forte, os dois países têm muita coisa em jogo. O fato de o Brasil comprar fertilizantes da Rússia não se compara com os investimentos extraordinários que o setor privado dos EUA tem no Brasil em uma ampla variedade de áreas.

Espero que possamos voltar para uma agenda na qual falemos sobre interesses comuns em termos de educação, inclusão social, comércio, investimentos, direitos humanos e democracia. O mais importante agora é a paz e a segurança.

A questão não é se o Brasil está se afastando só dos EUA, mas o país está claramente se afastando significativamente de seus aliados tradicionais na Europa. São tempos complicados, não é algo que eu já tenha experimentado. É catastrófico o que acontece na Ucrânia hoje. Não podemos deixar esse tipo de coisa prosseguir, não é um tempo para se equivocar.

Os EUA devem se aproximar mais do Brasil e da América Latina, ao buscar um consenso internacional contra a Rússia? Os EUA não vão dizer algo como “ok, nós discordamos de você, e vamos tentar fazer ajustes”. Estamos encarando um momento crítico, no qual você não pode usar um argumento como “bem, veja, precisamos proteger a importação de fertilizantes”. Isso inclui o que tem acontecido na ONU, onde a ampla maioria dos países decidiu que era preciso suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos.

Uma das preocupações no mundo hoje é o avanço de líderes autoritários e populistas, de esquerda ou de direita. É muito revelador que os dois maiores países da América Latina, México e Brasil, se abstiveram na votação para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os dois têm líderes populistas, um de direita e outro de esquerda.

Abster-se nesse tipo de questão é algo que vai requerer muitos reparos depois. Cabe ao povo brasileiro decidir exatamente o que sua liderança deve ser no futuro, assim como o dos EUA decidiu que o governo anterior era um que não poderia mais ser aceito.

Como os EUA e o Brasil podem se alinhar mais em questões de paz e segurança? Houve vezes em que os EUA, durante a Guerra Fria, criaram relações com os países da América Latina que configuravam esforços para afastar o que era visto como uma ameaça comunista —um dos primeiros golpes de Estado que ocorreram, de fato, foi no Brasil. Mas com o fim da Guerra Fria começou uma nova era, de solidificação das instituições democráticas. Conheço o Brasil bem o suficiente para saber que a maioria apoia isso.

Precisamos deixar claro que não se trata de os EUA darem exemplo para o mundo. Os EUA têm mostrado ter alguns problemas significativos com a própria democracia, e isso requer mudanças e reformas. O Brasil enfrentará o mesmo tipo de coisa. Então, espero que sejamos capazes de voltar a um ponto em que, junto com europeus e a América Latina, possamos colocar o foco em tentar reconstruir as instituições, de modo a ter um mundo mais pacífico.

Jair Bolsonaro já sinalizou que pode não aceitar o resultado das eleições de 2022. Como avaliaria que os EUA reagirão nesse caso? Acho que não só os EUA, mas os países pelo mundo que estão preocupados com questões assim vão levar isso muito a sério, assim como muitos brasileiros.

É um erro achar que há um processo que leva do subdesenvolvimento às instituições perfeitamente desenvolvidas. É preciso haver um esforço constante para fortalecer e renovar as instituições. Há certa fragmentação das forças políticas no mundo, falta coesão, mas estou confiante de que vamos ver forças se unindo. E certamente espero que será o caso do Brasil também

Sou otimista. Trabalhei no Brasil como pesquisador acadêmico por muitos anos. Fui convidado para ir ao Brasil quando a democracia foi restabelecida, para discutir como fortalecer as instituições. Estou bem confiante de que esse momento difícil será superado, mas não será fácil. Vemos uma fragmentação das instituições e a falta de partidos fortes e coesos.

Brasil e EUA enfrentam altas na inflação. Os dois países poderiam se ajudar na questão? O problema fundamental é que as cadeias de suprimento foram rompidas, em parte por causa das inseguranças no mundo —há a grande ironia de que a inflação agora é produto do rompimento das cadeias de derivados de petróleo. Biden mencionou várias vezes que precisamos nos mover para além da dependência deles.

Temos que enfrentar essas duas questões gêmeas, da mudança climática e do suprimento de energia. Não será feito da noite para o dia, mas as bases estão colocadas.

Vê espaço para mais parcerias econômicas? São dois grandes países buscando fortalecer seus laços econômicos. Há sempre uma conversa sobre ter ou não um acordo de livre comércio nas Américas, e o Brasil se colocava fora disso. E o Mercosul não é mais o que costumava ser. Os EUA têm relações importantes com os países do hemisfério Ocidental, e todos se beneficiariam disso. Não é uma questão de ser o quintal do Brasil ou dos EUA, esse tipo de mentalidade não é o que precisamos no século 21.

Como avalia a forma com que Biden tem atuado em relação à Venezuela? Todo governo encara uma ampla lista de desafios pelo mundo e não pode resolver todos os problemas. Mas isso não significa que não haja preocupações com uma situação como a da Venezuela.

O que esse governo percebeu, e que não havia sido notado pelo anterior [de Donald Trump] é que não se trata de uma questão de fazer algo como encorajar um golpe militar e isso resolveria a questão. Alguns dos erros do governo anterior tornaram mais difícil dar apoio à oposição na Venezuela, que é dividida. A Venezuela é essencialmente uma economia falida, um Estado falido, que vai requerer muito trabalho. Não víamos um colapso tão grande de um país na América Latina talvez desde o caso do Paraguai depois da guerra com a Tríplice Aliança no século 19. Mas isso não significa que haja negligência, só que as políticas adotadas antes eram incorretas.

O Brasil poderia atuar junto aos EUA no tema? Há um interesse nacional significativo para Brasil e EUA na questão. Quando fui secretário-assistente [de Estado], tive uma relação muito boa com os ministros da Defesa [do Brasil]. Eles estavam tentando ver se a situação na Venezuela poderia ser resolvida e se haveria risco de um potencial conflito entre Venezuela e Colômbia. Havia também preocupação com a crise de migração.

Como avalia a forma com que Biden tem lidado com a questão da imigração? Houve muitos danos às políticas da área no passado, e é difícil reajustá-las. Há uma crise porque muitas pessoas querem deixar seus países. Estamos vendo um país europeu ser bombardeado até a submissão, em que os alvos não são as Forças Armadas, mas as pessoas. Há países com organizações criminosas significativas, tráfico de drogas, questões de regressão econômica.

Os EUA são uma nação de imigrantes e devemos continuar a sê-lo, ter portas abertas. O governo Biden está comprometido com isso, mas você não pode ir de uma coisa à outra tão rápido, essas políticas precisam de muito tempo para serem implantadas.

Rafael Balago/Folhapress

Operação Casmurro: delegado e agentes são presos novamente por envolvimento em esquema de tráfico na Chapada Diamantina

O delegado Marcus Alessandro de Oliveira Araújo, os investigadores de polícia Roberval Ferreira Leite, Edivan Ferreira do Rosário e Alcione de Oliveira Marques, e o empresário Cristiano Maciel Rocha foram presos novamente por decisão cautelar da Segunda Turma Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia, atendendo a pedido do Ministério Público estadual, por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 2ª e 3ª Promotorias de Justiça de Seabra. Eles foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, obstrução da Justiça, tráfico de drogas, associação ao tráfico, concussão e peculato.

A ação é um desdobramento da “Operação Casmurro”, que, na sua terceira fase, em junho de 2021, havia prendido o delegado, os policiais e o empresário, soltos pela Justiça de primeira instância no mês de março. O TJ levou em conta a denúncia do MP de que os acusados criaram complexa estrutura na 13ª Coordenadoria Regional de Interior da Polícia Civil do Estada da Bahia (Coorpin Seabra BA), “valendo-se da própria Coordenação e dos Serviços de Inteligência da Coordenadoria e da Delegacia de Territorial de Seabra, estrategicamente montada a partir do acesso privilegiado de informações e investigações em curso no âmbito da Polícia Civil local”, para objetivar a obtenção de vantagens ilícitas das mais diversas fontes criminosas.

A denúncia acrescenta que “a partir de informações privilegiadas de investigações, e valendo da estrutura estatal, os denunciados buscaram acobertar e garantir o sucesso das atividades criminosas, notadamente de produção e comercialização de drogas ilícitas e de crimes contra o patrimônio público”. Ainda conforme a denúncia, “os investigados agiam dolosamente para evitar a descoberta dos crimes cometidos, sinalizando publicamente a aparência de que suas atuações eram probas e regulares”.

Histórico

Investigações da Polícia Civil descobriram, em junho de 2020, uma extensa plantação de maconha no Povoado de Baixio da Aguada, zona rural de Seabra, com previsão de colheita de três toneladas da droga.

A investigação revelou que os traficantes e os policiais, com o intermédio de um empresário da região, com grande influência na Polícia local, estabeleceram propina de R$220 mil e a droga apreendida não foi completamente incinerada. Os policiais permitiram a colheita do restante da droga, e ainda ajudaram a transportá-la dentro das viaturas da polícia, para armazenamento em propriedade rural do empresário, até que fossem finalmente enviadas para a cidade de Salvador.

Sindicatos vão vender botijões de gás por R$ 73 em protesto contra política de preços da Petrobras

A Federação Nacional dos Petroleiros, que reúne sindicatos de empregados da Petrobras, e o Observatório Social da Petrobras, organização de monitoramento da estatal que está associada à FNP, vão fazer ação para vender botijões de gás de cozinha a R$ 73 nesta quinta-feira (14), nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas.

A ação, batizada de “Dia Nacional do Gás a Preço sem PPI”, tem por objetivo fazer a crítica pública do PPI (Preço de Paridade de Importação), a política definida pelo governo para a Petrobras calcular o valor dos combustíveis no Brasil.

A metodologia do PPI leva em conta a cotação de referência do combustível no mercado global, o preço do frete para trazê-lo ao Brasil, o seguro da carga e até o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), tributo cobrado sobre a navegação.

O PPI deu sustentação ao mega-aumento anunciado pela companhia no início de março.

A Petrobras usa a referência internacional porque não consegue atender a toda a demanda nacional de combustíveis e importa parte do que vende ao mercado doméstico. Com a disparada do petróleo e a alta do dólar, sobretudo por causa da guerra da Rússia com a Ucrânia, os preços de combustíveis no Brasil ficaram ainda mais salgados.

Na ação, serão comercializados 850 botijões mais baratos para famílias carentes.

Na comparação com o último levantamento divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor de R$ 73 chega a ser 51% menor do que o preço praticado no mercado.

Na semana de 3 a 9 de abril, segundo dados do órgão regulador, em alguns municípios de Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Pará, o botijão de 13 quilos de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o gás de cozinha, era vendido a R$ 150.

O valor de R$ 73 do botijão de gás foi definido pelo Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), baseado em uma análise da estrutura real de custos da Petrobras, sem o PPI, e mantendo o lucro dos distribuidores, revendedores e da estatal.

“O preço sem PPI é necessário e possível de ser praticado. A atual estrutura de custos da Petrobras permite cobrar valores bem mais em conta para os brasileiros. O pré-sal nos deu grande quantidade de insumos a baixos custos, que podem ser transformados em combustível e GLP, graças ao nosso grande parque de refino”, afirma o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Ibeps.

A ação será realizada nas cidades paulistas de São José dos Campos, Cubatão e São Sebastião, no Rio de Janeiro (RJ), em Maceió (AL) e em Manaus (AM). As pessoas vão adquirir cupons, que darão direito à compra de uma unidade de botijão de gás. Para a retirada do botijão cheio é necessário entregar o recipiente vazio.

Veja abaixo os locais e horários das ações:

São José dos Campos (SP) – o cadastro para a ação terá início às 8h desta quinta-feira (14) e os botijões começam a ser distribuídos a partir das 10h, na Rua Fauze Dimas Lumumbá Gonçalves, 578, Jardim Santa Inês I.

Cubatão (SP) – para participar da ação é necessário fazer o cadastro nesta quarta-feira, dia 13, na sede da Associação dos Trabalhadores Desempregados, que fica na Rua Cidade de Pinhal, 68, Centro, em frente ao Bom Prato.

São Sebastião (SP) – toda a ação será na quinta-feira no bairro Topolândia, no depósito da Ultragaz, que fica na Rua José Machado Rosa, 12, esquina com Rua São Benedito.

Maceió (AL) – o cadastro, a entrega de cupons e venda de gás vão acontecer a partir das 9h desta quinta-feira (14), na Praça Cícero, próximo ao terminal de ônibus do Benedito Bentes. Serão comercializados 200 botijões.

Rio de Janeiro (RJ) – o cadastramento, a retirada do cupom e a compra do gás serão realizados na quinta-feira (14), a partir das 10h, na Comunidade Beira Rio, no Jardim América. Serão disponibilizados 100 botijões.

Manaus (AM) – o cadastro e a retirada do cupom devem ser feitos nesta quarta-feira, dia 13, a partir das 15h, no Bruno Gás, que fica na Rua Thomas Edson, 33, bairro Planalto. A venda do gás acontece na quinta-feira, a partir das 8h, neste mesmo local.

Fábio Zanini/Folhapress

Baiano Arthur Maia entra na disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara

O deputado federal baiano Arthur Maia (União Brasil) entrou na disputa pelo comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O colegiado, que é o mais importante da Casa, caiu no colo do União Brasil após parlamentares mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL) saírem de campo. Além de Maia, é cotado o nome do deputado federal Juscelino Filho (MA).

O líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse que ainda está tentando fazer um consenso entre os dois. “Cada um tem seus argumentos, são dois grandes quadros que vão representar bem o nosso partido”, afirmou.

Nesta terça-feira (13), o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), disse que a maioria das comissões seria mantida conforme as decisões dos partidos no ano passado. “​A CCJ é do União Brasil. Eu fiz um apelo para o líder Elmar [Nascimento] que procure honrar o compromisso que nós fizemos na Mesa Diretora”, disse.

Ucrânia não abre corredores humanitários devido a ataques russos

A Ucrânia não vai abrir hoje corredores humanitários no país para a retirada civis e o fornecimento de produtos básicos, por causa dos bloqueios e violações ao cessar-fogo pelas tropas russas, anunciaram as autoridades.
"Infelizmente, não podem ser abertos hoje", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.

Na região sul de Zaporiyia, "os ocupantes (russos) bloquearam os autocarros de evacuação e na região de Lugansk estão a violar o cessar-fogo", disse a governante na plataforma Telegram.

Zaporijia é um destino comum para os refugiados que abandonam a cidade portuária de Mariupol, que tem estado sob cerco russo desde praticamente o início da invasão, em 24 de fevereiro.

Lugansk, uma região pró-russa que se autoproclamou uma república independente e é reconhecida por Moscovo, é atualmente um dos principais alvos das forças russas.

"Os ocupantes não só ignoram as normas do direito humanitário internacional, como também são incapazes de controlar adequadamente a sua população no terreno", acrescentou Iryna Vereshchuk.

"Estamos a trabalhar para reabrir os corredores humanitários o mais rápidamente possível", reiterou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.


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