Ministros, desembargadores e juízes vão a evento em Portugal pago por empresas com ações pendentes
Ministros de Cortes superiores, desembargadores e juízes vão participar de palestras em um resort no Algarve, em Portugal, com hospedagens e passagens pagas por um banco, empresas de investimentos, administradores judiciais e escritórios de advocacia. Patrocinadores do fórum do Instituto Brasileiro da Insolvência (Ibajud) possuem litígios bilionários na área de falência pendentes de julgamento por magistrados convidados para o evento.
A programação prevê que os debates ocorram nas próximas segunda e terça-feira. Os magistrados ficarão em um hotel quatro-estrelas, com diárias em torno de € 200 (cerca de R$ 1 mil). Os quartos têm vista para a Praia de Vilamoura. O ingresso para assistir às palestras custa R$ 900, e, segundo a organização, a arrecadação será revertida para projetos sociais.
Especialistas em Direito e Ética afirmaram que a presença no evento de responsáveis por julgamentos de litígios pode configurar conflito de interesses. Procurado, o Ibajud não quis se manifestar. Membros da entidade afirmaram ao Estadão, na condição de anonimato, que passagens, diárias e alimentação serão custeadas pelos patrocinadores, mas não haverá cachê.
O Ibajud foi fundado em 2013 pela advogada Rosely Cruz, que foi consultora da Jive Investments, detentora de fundos de investimentos em massas falidas e créditos de recuperações judiciais. Segundo atas registradas em cartório obtidas pela reportagem, a Jive foi a primeira patrocinadora do instituto, com um aporte de R$ 100 mil. Sócios da Jive integraram o conselho da entidade. Atas de assembleia do Ibajud mostram que patrocinadores do instituto pagam de R$ 1 mil a R$ 12 mil mensais, além de anuidade de R$ 30 mil.
O fórum prevê em sua abertura uma palestra do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a programação, participam dos painéis os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha, Marco Buzzi, Paulo de Tarso Sanseverino, Moura Ribeiro, Raul Araújo, Ricardo Cueva, Ribeiro Dantas e Gurgel de Faria. Outros 14 magistrados, entre juízes de varas empresariais e de falências e desembargadores, estão relacionados como participantes.
Consulta feita a processos mostra que as demandas judiciais de patrocinadores do evento sob relatoria de ministros e juízes que irão ao Algarve somam ao menos R$ 8,17 bilhões. Trata-se de disputas empresariais e processos de recuperação judicial que passam pelas mãos de juízes paulistas e de ministros do STJ na lista de participantes do evento.
Na Corte superior, os ministros Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Moura Ribeiro, Ricardo Cueva, Gurgel de Faria e Marco Buzzi vão julgar casos de parte dos patrocinadores, como os escritórios TWK; Galdino & Coelho; Leite, Tosto e Barros; e o banco BTG.
Pelo menos quatro juízes de São Paulo estão na programação do evento. Dois deles, João de Oliveira e Leonardo Fernandes, da 1.ª Vara de Recuperações e Falências, já nomearam a EXM Partners, outro patrocinador do fórum, em recuperações judiciais, como a do Grupo Itapemirim, que tem R$ 2 bilhões em dívidas, e a do Hotel Branston, em São Paulo, que deve R$ 500 milhões a credores.
Por meio de nota de sua assessoria de imprensa, o STJ afirmou que “a participação dos magistrados no seminário não trará nenhum ônus”. Nenhum ministro quis se manifestar sobre se vai, ou não, se declarar impedido de julgar demandas de patrocinadores do evento. Procurado, Lewandowski não se manifestou.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) disse que “não custeará nenhuma despesa”. “Os magistrados não estão em ato de representação do TJ-SP”, afirmou a Corte, em nota. Os juízes também não disseram se vão se declarar impedidos em casos relativos a patrocinadores do evento.
Para o ex-desembargador Walter Maierovitch, as palestras são “terreno movediço”. “Quando ocorre conflito de interesse, e parece ser o caso, a ética sucumbe”, disse. Professor de Direito da USP, Rafael Mafei afirmou que juízes precisam evitar eventos que possam trazer desconfiança sobre a imparcialidade nos processos.
Dos 14 patrocinadores, apenas o BTG Pactual abriu valores do apoio financeiro. O banco afirmou que repassou R$ 100 mil para o evento e contribui anualmente com R$ 54 mil à entidade. Disse, ainda, que é “mantenedor do Ibajud desde 2021, bem como de outras associações sem fins econômicos”.
A Sumaré Leilões afirmou que sua “cota de patrocínio é parametrizada de acordo com o mercado publicitário, sendo que a informação sobre os valores destinados ao evento poderá ser obtida diretamente no Ibajud”. O instituto, no entanto, não informou o montante.
Procurados, os outros patrocinadores – Invista, Force, EXM Partners, Positivo Leilões, Câmara de Arbitragem Med Arb RB, a administradora judicial BL e os escritórios TWK; Leite, Tosto e Barros; Galdino & Coelho; Bissolatti; Moraes Jr. Advogados; e Márcio Guimarães – não se manifestaram.
Luiz Vassallo / Estadão
Bahia registra 677 casos ativos de Covid-19 e mais 2 óbitos
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 303 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,02%), 216 recuperados (+0,01%) e mais 2 óbitos. Dos 1.548.454 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.517.851 já são considerados recuperados, 677 encontram-se ativos e 29.926 tiveram óbito confirmado. Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde. A base ministerial tem, eventualmente, disponibilizado informações inconsistentes ou incompletas.
O boletim epidemiológico deste sábado (28) contabiliza ainda 1.881.289 casos descartados e 334.791 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas deste sábado. Na Bahia, 63.412 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
Até o momento temos 11.615.352 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.688.861 com a segunda dose ou dose única, 5.858.982 com a dose de reforço e 215.153 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 937.643 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 477.914 já tomaram também a segunda dose.
Grande Recife já soma 33 mortes provocadas pelas fortes chuvas
As fortes chuvas que atingem a região metropolitana do Recife desde terça-feira (24) causaram mais 28 mortes neste sábado (28), elevando o total de vítimas para 33. A prefeitura pediu para 32 mil famílias que vivem em áreas de risco deixarem suas casas e buscarem os abrigos municipais ou irem para casas de amigos ou familiares.
Só entre as 23h desta sexta (27) e as 11h deste sábado foram registradas chuvas que chegaram a 236 milímetros em alguns pontos da capital pernambucana, de acordo com a Defesa Civil. Isso equivale a mais de 70% do previsto para todo o mês de maio na cidade, que é de 328,9 milímetros.
Dos 28 óbitos deste sábado, 20 ocorreram por conta de um deslizamento de terra no Jardim Monte Verde, bairro do Ibura, na zona sul do Recife, segundo a Defesa Civil. Além disso, houve uma morte no Sítio dos Pintos, na zona oeste da cidade, e uma no Córrego do Jenipapo, na zona norte.
Outras seis pessoas morreram num deslizamento de barreira em Camaragibe, município da região metropolitana da capital. Em vídeos que circulam em redes sociais, é possível perceber o desespero de moradores de regiões atingidas pelas enchentes e deslizamentos.
Há centenas de pessoas ilhadas e o cenário deve piorar, já que a previsão da Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima) é que as chuvas continuem nas próximas 24 horas no Grande Recife, na região do Agreste e na Zona da Mata. Em vídeo divulgado neste sábado, o prefeito João Campos (PSB) disse que foi ativado na capital um plano de contingência, com mais de 3.000 profissionais atuando de maneira permanente.
“O Recife e a região metropolitana estão sendo atingidos por um fenômeno extremamente rigoroso conhecido como ondas de leste. Temos em algumas localidades da cidade um acúmulo de 428 milímetros [de chuvas] nas últimas 96 horas”, afirmou. Segundo ele, as famílias que não estão em áreas de risco devem evitar deslocamento na cidade hoje.
A prefeitura informou que emitiu na sexta (27) um alerta meteorológico, via SMS, para as 32 mil famílias que moram em áreas de risco, em que comunicou sobre a saturação do solo e a possibilidade de chegada de novas chuvas. As chuvas também derrubaram parte de um muro no aeroporto da capital e provocaram o desabamento de um sobrado em Capibaribe Mirim, em Macaparana, na Zona da Mata.
O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) também deixou de operar e ficou parado no meio da rota entre Cajueiro-Curado. Alagamentos atingem as avenidas Antônio de Góes, Sul, Engenheiro Abdias de Carvalho, Doutor José Rufino, Recife, Dois Rios e Marechal Mascarenhas de Moraes, de acordo com a autarquia de trânsito e transporte urbano do Recife.
A Defesa Civil recebeu 198 chamados de moradores, com pedidos de vistorias e de colocação de lona plástica para proteger das chuvas. Além das 28 mortes deste sábado, em Olinda três pessoas já tinham morrido durante a semana por conta de deslizamentos de barreiras. Um motociclista também morreu ao ser arrastado pela correnteza ao tentar atravessar um alagamento.
Já em Jaboatão dos Guararapes, também na região metropolitana, um homem que tentava resgatar um animal foi levado pelas águas e morreu.
Marcelo Toledo / Folhapress
Governo do Estado libera R$ 18 milhões para inovação de municípios baianos
Um novo incentivo para fazer com que os municípios baianos se tornem mais inovadores. É que o Governo do Estado, através da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), liberou, nesta quinta-feira (26), durante solenidade em Feira de Santana, com a presença do governador Rui Costa, da secretária interina da Secti, Mara Souza, e demais autoridades, um investimento de R$ 18 milhões, disponíveis em três editais que poderão ser acessados pelas prefeituras de toda o estado.
Entre os editais lançados estão o “Cientista no Governo”, “Popularização da Ciência” e “Empreendedorismo Inovador e Economia Solidária”. O primeiro tem foco no desenvolvimento de soluções inovadoras para desafios apresentados pelos gestores com o objetivo de buscar soluções para melhorar a eficiência da máquina pública. Já o segundo possibilita a implantação de projetos de popularização nos municípios, despertando em crianças e jovens o desenvolvimento da criatividade na área da ciência. O terceiro edital permite a instalação de espaços dinamizadores nos municípios, como o Espaço Colaborar, que é uma espécie de ambiente de coworking, e o Espaço Fazer, que ajuda colocar as ideias em práticas na cultura do “faça você mesmo”.
A secretária Mara Souza lembrou que a iniciativa é ampla e conta com importantes projetos para beneficiar os municípios e seus cidadãos. “Esses editais, que fazem parte do Programa Bahia Competitiva, vão possibilitar a consolidação da articulação com os municípios com o objetivo de colocar na pauta municipal a temática da ciência, tecnologia e inovação. Neste primeiro momento lançamos três de quatro editais previstos, mas também temos iniciativas complementares, como o Conecta Bahia, que leva internet Wi-Fi grátis para praças públicas, a criação de espaços dinamizadores e o Programaê Cidades, com vagas gratuitas em cursos de tecnologia”, destacou.
O governador Rui Costa estimulou os prefeitos a buscarem os recursos disponibilizados pelo Governo do Estado através da Secti e da Fapesb. “Ciência e Tecnologia com dezessete milhões e oitocentos em editais de fomento à pesquisa e à ciência destinados aos municípios”, disse ao defender que pesquisa é primordial para o desenvolvimento do país. “Acredito que o país será diferente, gerará mais emprego, mais renda, se voltar a priorizar a educação, a ciência, a pesquisa, a medicina, porque é isso que gera renda e emprego. No mundo inteiro, a disputa pela renda, pelo emprego e pela atividade criativa acontece por quem mais investe em educação, em ciência e em tecnologia”.
Todas as informações sobre os editais, estão disponíveis no site fapesb.ba.gov.br. Basta acessar a página e buscar a aba editais.
Polícia erradica plantação com três mil pés de maconha
Policiais da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) de Juazeiro localizaram, na quinta-feira (26), uma plantação com três mil pés de maconha, em uma roça no distrito de Maniçoba.
A ação ocorreu após denúncias encaminhadas à unidade especializada. Um homem que estava no local conseguiu fugir. “O plantio erradicado iria produzir mais de 100 quilos de maconha pronta para consumo”, destacou o titular da DTE de Juazeiro, delegado Flávio André da Rocha Martins.
“Seguimos com as investigações para identificar e localizar os responsáveis pela plantação, que foi erradicada”, acrescentou o titular da especializada. Equipes da Delegacia de Homicídios (DH) de Juazeiro deram apoio nas diligências.
Fonte: Ascom / Polícia Civil
PRF ganha espaço em operações contra crime, mas mortes colocam trabalho em xeque BRASIL
Conhecida principalmente pela fiscalização em estradas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ampliou seu escopo de trabalho e tem atuado mais em operações de polícias locais. A mudança foi impulsionada após portarias na gestão Jair Bolsonaro. Mortes nessas ações – como a da Vila Cruzeiro, no Rio – e o fracasso na abordagem em Sergipe, onde um homem foi trancado com gás no porta-malas de uma viatura, fazem especialistas e autoridades questionarem os protocolos da corporação e a validade de agir em mais frentes.
Na favela carioca, no início da semana, policiais participaram de operação que teve 23 mortes. Em fevereiro, a PRF também fez parte de ação na mesma área, com 8 óbitos. Integrou ainda incursões em Varginha (MG) – com 26 óbitos, em 2021 – e no morro do Chapadão (RJ), com 6, neste ano. O Ministério Público Federal do Rio pediu explicações à PRF sobre o motivo de participar da ação da Vila Cruzeiro.
Em 2019, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, publicou portaria que ampliou o escopo de ação da PRF para operações em conjunto com corporações locais, como a Polícia Militar. “As operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe poderão ser de natureza ostensiva, investigativa, de inteligência ou mistas”, descreveu a norma.
Isso motivou reações contrárias, como a da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, que viu extrapolação dos limites entre as forças de segurança, e batalhas judiciais. Em liminar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu a portaria em janeiro de 2020. A decisão foi revertida depois.
Em julho de 2021, o então titular da Justiça, André Mendonça, revogou a regra de Moro e publicou uma nova. A norma limitou operações ostensivas por parte da PRF, mas parte das definições foi mantida. Entre elas, a permissão para integrar operações conjuntas, ingressar em locais alvos de mandado de busca e apreensão, com decisão judicial, e lavrar termos circunstanciados de ocorrência.
Com frequência, Bolsonaro repete discursos e medidas de apoio às polícias federais. Nesta semana, ele parabenizou a ação na Vila Cruzeiro. Sobre o caso de Sergipe, disse que precisava se inteirar, mas destacou na hora a morte de dois agentes da PRF neste mês, mortos em abordagem no Ceará. Também nesta semana, ele autorizou a nomeação de 625 novos PFs e 625 PRFs.
Para Jacqueline Muniz, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF), falta definição mais clara de competências das várias forças de segurança. Segundo ela, há ainda uma espetacularização da ação policiais, até na PRF, historicamente mais discreta.
Para policiais rodoviários ouvidos pelo Estadão sob anonimato, marcas históricas da PRF, como a preocupação com a abordagem humanizada, perdem espaço nas discussões internas e ganha foco a atenção para grandes operações.
Disciplina de direitos humanos perde espaço em curso para agentes da PRF
No curso para agentes da PRF após a aprovação no concurso, 22 horas de aula eram de disciplina da área dos direitos humanos até 2018. Essa carga horária, porém, foi reduzida após reformulação da grade. Instrutores do curso pediram revisão à chefia da área de cursos da PRF. Uma gestão “que se alicerça em critérios e fundamentos técnicos não pode abdicar da valorização da temática direitos humanos em seu curso de formação”, diz o documento obtido pelo Estadão. Procurada pela reportagem, a PRF não se manifestou até 20h40 desta sexta-feira, 27.
O caso de Sergipe, segundo nota técnica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, expôs o “despreparo da instituição em garantir que seus agentes obedeçam a procedimentos básicos de abordagem que orientam os trabalhos das forças de segurança no Brasil”.
A entidade reforçou que portaria de 2010, sobre a ação de polícias federais, prevê que o emprego da força deve obedecer a princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência. Além disso, lei de 2014 disciplina o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo – como o gás usado em Sergipe.
“A utilização de espargidor de pimenta e gás lacrimogêneo como instrumento de menor potencial ofensivo é comum entre as polícias, mas deve ser feito obedecendo aos procedimentos, com distância mínima, por períodos curtos e jamais em ambientes fechados”, reforçou a nota técnica.
“Enquanto a PRF investe em tecnologias de inteligência, oferece apoio para outras polícias e se coloca ao lado de governos, problemas de equipamentos, do uso escalonado da força e a não observância de procedimentos surgem no atendimento de ocorrências nas rodovias”, diz o Fórum.
A PRF disse, em nota nesta semana, estar “comprometida com a apuração inequívoca” do caso em Sergipe e destacou ter valores de “transparência e isenção”. Os agentes envolvidos foram afastados.
Ítalo Lo Re / Estadão
Brasil tem estoque de diesel para 38 dias sem importação, diz ministério
A crescente preocupação com o risco de desabastecimento de diesel no segundo semestre no Brasil, reforçada por um ofício enviado ao Ministério de Minas e Energia pela Petrobras, levou o órgão a divulgar o nível dos estoques do combustível. Segundo o ministério, os estoques representam 38 dias de importação. Isso significa que se as importações do combustível fossem suspensas hoje, os estoques, somados à produção nacional, seriam suficientes para suprir o País por este período.A informação veio a público depois que a Petrobras enviou um ofício esta semana ao ministério, alertando para a gravidade da situação do abastecimento no País no segundo semestre, o que já havia feito informalmente em outras ocasiões.
A crise do diesel está ocorrendo no mundo inteiro, devido ao aperto da oferta devido à guerra entre a Rússia e Ucrânia. Mais especificamente no Brasil, o segundo semestre tem aumento de demanda expressiva por diesel, com o aumento da circulação de caminhões no País por causa da safra de grãos.
Segundo o MME, desde o início da intensificação do monitoramento do abastecimento por um comitê criado para essa função, a autonomia do diesel no País passou de 30 para 38 dias, aumento de 26,7%.
“Atento ao abastecimento nacional de combustíveis, quando do início do conflito que eclodiu no leste europeu, com reflexos na conjuntura energética global, (o MME) adotou medidas imediatas para intensificar o monitoramento dos fluxos logísticos e da oferta de petróleo, gás natural e seus derivados, nos mercados doméstico e internacional”, informou o ministério em nota.
Entre as medidas, o ministério criou em março o Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis, grupo técnico para monitorar os estoques durante a guerra do Leste europeu.
A mesa, como é conhecido o Comitê, é coordenada pelo Ministério de Minas e Energia, e tem a participação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves (ANP), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e associações representativas e agentes do setor, incluindo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Petrobras, Acelen, entre outros.
O grupo se reúne semanalmente, às segundas-feiras, buscando consolidar as expectativas de oferta (produção nacional e importação) com as expectativas de demanda, e obter diagnósticos mais precisos e antecipados sobre o abastecimento de diesel para os meses futuros.
O MME informou ainda que convocou uma reunião com a ANP e a Petrobras para ontem, mas descartou que o encontro tenha sido motivado pelo ofício enviado pela Petrobras, que já estava agendada, segundo o ministério. Segundo a nota, o ministério, “a redução da oferta e dos estoques mundiais de óleo diesel, em função da conjuntura energética mundial, e o aumento da demanda pelo produto, no segundo semestre do ano, são fatos amplamente conhecidos e monitorados pelo Comitê”.
De acordo com a diretora de Downstream (refino) do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Valeria Lima, que integra o Comitê, não há risco de desabastecimento de combustível, em especial, diesel, no curtíssimo prazo, ou seja, nos próximos dois meses. Depois, de agosto em diante, Lima diz que há riscos reais de distúrbios caso o País não se prepare.
“Por enquanto temos estoques bons no Brasil. Até agora o setor conseguiu comprar no mercado internacional e estamos no nível adequado e precisamos manter isso. Mas temos problemas no horizonte sim, dentro de um contexto mundial de oferta e demanda muito apertado”, disse Lima.
Para o consultor de óleo e gás da StoneX, Pedro Shinzato, é improvável um desabastecimento generalizado no Brasil no segundo semestre, mas admite que podem haver pontuais. “O que mais preocupa são os meses de agosto, setembro e outubro, quando nossa demanda é alta em função da safra e começa a temporada de furacões no Golfo do México. Se este ano for mais intensa, a situação pode ficar bastante complicada”, diz.
Estadão Conteúdo
Em Vitória da Conquista, 20 prefeitos participam de ato em apoio a Jerônimo Rodrigues
Vinte dos 24 prefeitos das cidades que compõem o Sudoeste da Bahia estiveram presentes no encontro, na noite desta sexta-feira (27), em Vitória da Conquista, com o pré-candidato a governador do Estado do time de Lula, Jerônimo Rodrigues (PT), e o seu pré-candidato a vice-governador, Geraldo Júnior (MDB).
Depois do Oeste da Bahia, com quase a totalidade dos prefeitos e prefeitas, a adesão de gestores municipais do Sudoeste baiano que declararam o desejo da continuidade do trabalho do governo Rui Costa se fortalece. Entre os apoiadores, prefeitos do PP, PL e Republicanos, partidos que não integram a base de apoio no estado ao governador.
“Esse será o nosso pacto. Em janeiro de 2023, quando sentarmos na cadeira de governador, iremos fortalecer ainda mais as prefeituras e os consórcios. Nem sempre os prefeitos podem tudo, e estamos sentindo muita falta, e não estamos tratando de partidos, mas com o Governo Federal não tivemos nem a oportunidade de dialogar”, criticou o pré-postulante petista.
Participaram do ato político os prefeitos de Mirante, Wagner Ramos (PSD); de Encruzilhada, Lei Silva (PSD); de Caraíbas, Jones Coelho (PSD); de Planalto, Cloves Andrade (PT); de Condeúbas, Silvan Baleeiro (MDB); de Maetinga, Aline Silveira (PL); de Belo Campo, Quinho Tigre (PSD); de Jacaraci, Antônio Carlos (PSD); de Cordeiros, Delci Luz (PSD); de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD); de Ribeirão do Largo, Rebinha de Oliveira (PP); de Bom Jesus da Serra, Jornandinho Alves (PP); de Mortugaba, Heráclito Matos (PT); de Dom Basílio, Roberval Galego (PL); de Cândido Sales, Maurílio Lemos (PSD); de Poções, Nilda Magalhães (PCdoB); de Aracatu, Braulina Lima (Republicanos); de Barra do Choça, Oberdan Rocha (PP); de Caetanos, Paulo Reis (PCdoB); e de Licínio de Almeida, Fred Ferreira (PCdoB). O prefeito de Guajeru, Galego Ribeiro (PSD) não pôde participar do encontro em Conquista, mas já declarou seu apoio a Jerônimo. Além dos prefeitos, participaram ainda dezenas de vice-prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e ex-vereadores, entre outras lideranças políticas locais.
Neste sábado (28), a Caravana Mais Bahia realiza a 10ª plenária do Programa de Governo Participativo (PGP) para todo o Sudoeste baiano. O evento, marcado para as 9h, será realizado no espaço Olimpo Cerimonial, na Avenida Juracy Magalhães, 2.500, no bairro Felicia. O pré-candidato ao Senado pelo PSD, Otto Alencar, e o senador Jaques Wagner (PT) participam do evento deste sábado.
Lula e Bolsonaro deixam Ciro falando sozinho e ampliam isolamento do pedetista
Os ataques do presidenciável Ciro Gomes (PDT) a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) têm ficado sem respostas diretas das campanhas rivais, reforçando o isolamento do ex-ministro no momento em que ele busca furar a bolha da polarização e dissipar pressões por desistência. A estratégia de se contrapor a Lula, que levou à debandada de aliados como o deputado federal Túlio Gadêlha (que migrou do PDT para a Rede Sustentabilidade), é vista como ineficaz para a atração de votos até por correligionários, que nos bastidores avaliam que ele tem pesado a mão.
O discurso ficou evidente no debate virtual com Gregorio Duvivier, no último dia 20, feito a convite do pedetista em seu canal no YouTube, depois que o humorista o criticou no programa “Greg News” (HBO) e pregou voto em Lula no primeiro turno. O resultado para o pré-candidato foi discutível. Ciro adotou a linha belicosa contra os favoritos para conquistar votos de eleitores pouco convictos de ambos, que só estão com um dos líderes por rejeição ao nome do outro lado, e dos que rejeitam os dois ou ainda estão indecisos.
Terceiro colocado na corrida, ele teve 7% no Datafolha divulgado na quinta-feira (26) e disse que ainda há tempo para mudanças no quadro. Apesar da distância para Bolsonaro (27%) e Lula (48%), frisou que ampliou sua vantagem em um eventual segundo turno contra o presidente (52% a 36%). Os dois favoritos têm deixado o ex-ministro falando sozinho por diferentes razões.
O petista até ensaiou uma reprimenda em março de 2021, quando voltou ao xadrez político após a anulação de suas condenações, dizendo que o outrora aliado precisava “se reeducar e aprender a respeitar as pessoas”. Depois passou a afirmar que não responderia “às ilações” de Ciro sobre ele.
A cúpula do PT evita rebater acusações e xingamentos pelo motivo óbvio de que isso daria a relevância que o adversário busca em uma disputa protagonizada por Lula e Bolsonaro, mas também para não implodir pontes que podem ser úteis adiante nas negociações partidárias. Petistas trabalham pelo apoio do PDT já no primeiro turno, derrubando a pré-candidatura do ex-ministro, e dão como certa uma aliança em um eventual segundo turno.
A pressão é feita com o argumento de que a retirada pode antecipar a vitória de Lula, percepção reforçada na quinta após o Datafolha. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, diz que a candidatura própria é irrevogável, mas não fecha portas para o diálogo. Reclama, porém, da abordagem agressiva e alerta que ela pode azedar o clima. Ciro, por outro lado, descarta qualquer hipótese de reaproximação com o PT.
No caso de Bolsonaro, mais preocupado em antagonizar Lula e alimentar uma onda de voto útil movida pelo antipetismo, há o entendimento de que a demonização da esquerda pega Ciro por tabela e que voltar baterias contra um adversário hoje inexpressivo seria perda de tempo. Os cálculos envolvem ainda a percepção de que uma fatia do eleitorado do pedetista migrará espontaneamente para Lula, com baixa chance de o atual ocupante do Planalto herdar algo.
Ciro é, segundo a assessoria jurídica da pré-campanha de Bolsonaro, o presidenciável que desfere o maior número de ataques ao mandatário. Falas que incluem termos como “ladrão”, “bandido” e “miliciano” poderiam ensejar ações por crime contra a honra ou propaganda eleitoral antecipada. No entanto, de acordo com a advogada Caroline Lacerda, da equipe que auxilia o PL, o partido vem optando por rejeitar a apresentação de eventuais processos “para não dar palanque para um candidato que não tem a mesma envergadura” que o presidente nas pesquisas.
“A avaliação [do PL] é que é justamente atenção o que ele quer”, diz ela. Nesta semana, a sigla de Bolsonaro foi ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Lula e o PT por propaganda irregular. Ciro alcançou projeção com a live em que bateu boca com Duvivier, que também é colunista da Folha, e atiçou militâncias nas redes, com repercussão entre quadros partidários e influenciadores.
Uma análise da consultoria Quaest feita a pedido da Folha mostrou, porém, que o sentimento majoritário sobre o presidenciável nas principais plataformas foi negativo, sobretudo em relação ao tom reativo. No período de 13 dias que compreendeu a exibição do “Greg News” e o debate, o valor negativo das menções bateu 38%, enquanto o neutro ficou em 37% e o positivos foi de 25%. Conforme a Quaest, o político foi citado 51% mais na comparação com a semana anterior ao estudo.
Outro efeito desvantajoso, observa Pedro Bruzzi, da consultoria de análise de mídias sociais Arquimedes, foi que, das 20 postagens mais compartilhadas sobre o assunto no Twitter, apenas uma foi favorável ao pré-candidato —e publicada por seu próprio perfil. Segundo levantamento inédito da Arquimedes, a maior parte (64%) das interações sobre a live foi ligada a perfis de apoiadores de Lula, sob viés crítico. E uma fatia de 15% foi atrelada a bolsonaristas, que recortaram e difundiram partes da conversa com ataques de Ciro ao ex-presidente.
Os deputados federais Bia Kicis (PL-DF) e Carlos Jordy (PL-RJ), da tropa bolsonarista no Congresso e nas redes, reverberaram trechos. Foi isso o que levou, por exemplo, o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) a afirmar que o ex-ministro desempenha “o papel deplorável” de “linha auxiliar do fascismo”. Após a repercussão majoritariamente negativa, o presidenciável abandonou o tema. Correligionários também se calaram.
O próprio Bolsonaro deixou de lado a postura de desconsiderar Ciro e, recorrendo a um meme, postou uma montagem em que aparece diante de uma TV com uma cena do debate. Para ironizar, estocou seu campo adversário, afirmando na sequência que “a esquerda defende descriminalização das drogas”.
Aliado de Ciro, o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) diz que o presidenciável está de olho na “maioria silenciosa” que pode rever as opções declaradas hoje nas pesquisas. A decolagem virá na campanha, prevê ele, quando o pedetista for visto como alternativa a Lula e a Bolsonaro.
“O Ciro não é um torcedor de um ou do outro. Tu não vai elogiar aquele com quem tu disputa, tu vai enfrentar”, afirma o parlamentar e presidente do PDT gaúcho. “Pode-se até dizer que ele carregou demais [nas críticas a Lula]. Tudo o que for exagero não é bom para ninguém, mas dizer coisa que tenha pé, fundamento [é correto]. O que o Ciro tem dito do Lula é menos do que o Bolsonaro diz do Lula. A diferença é que o Ciro tem credibilidade, e o Bolsonaro não tem.”
Joelmir Tavares / Folhapress
Em Iramaia, Cacá Leão afirma que aprendeu a trabalhar pelo povo com João Leão
Nesta sexta-feira (27), em discurso no município de Iramaia, localizado na mesorregião do Centro-Sul, o deputado federal do PP, Cacá Leão, postulante à vaga no Senado, afirmou que sua referência na vida política é o vice-governador João Leão. “Eu aprendi com meu pai, o Bonitão, que só existe uma forma de agradecer o povo: trabalhando por ele”.
Na maratona de viagens pelo interior do estado desta semana, Cacá e o pré-candidato a governador, ACM Neto, passaram por seis municípios. Na quinta-feira (26), foram para Feira de Santana, Ipirá e Distrito Bravo, em Serra Preta. Nesta sexta, além de Iramaia, passaram por Itaeté e encerram a viagem em Jequié.
Ascom Cacá Leão
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