Lula admite que pediu libertação de sequestradores de Abílio Diniz a FHC

O ex-presidente e pré-candidato ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou na noite desta sexta-feira, 17, que intercedeu junto ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, pela libertação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz.

De acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo, a declaração foi dada em evento do PT em Maceió, durante uma série de visitas do petista ao Nordeste.

Conforme o impresso, Lula admitiu a participação no processo que culminou na extradição dos envolvidos, que eram estrangeiros, enquanto falava sobre sua amizade com o senador Renan Calheiros (MDB), um dos ministros da Justiça nos governos de FHC.

“Eles iam entrar em greve seca, que é ficar sem comer e sem beber, e aí é morte certa. Aí, eu então fui procurar o ministro da Justiça, Renan Calheiros, que depois de uma longa conversa me disse para falar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, porque ele teria toda disposição de mandar soltar o pessoal”, disse Lula.

Durante o relato, o petista recordou que à época do crime os sequestradores teriam afirmado que foram obrigados a vestir camisetas com a logomarca do PT, para que o partido fosse relacionado ao caso, fato nunca confirmado.

Lula seguiu a narrativa dizendo que, de fato, foi procurar o tucano: “Eu disse ‘Fernando, você tem a chance de passar para história como um democrata ou como o presidente que permitiu que dez jovens que cometeram um erro morressem na cadeia, e isso não vai (se) apagar nunca’”.

De acordo com Lula, FHC teria garantido que concederia a soltura se o petista convencesse os presos a encerrarem a greve de fome. Logo após, o ex-presidente diz que foi à cadeia onde estavam os detentos e pediu a palavra do grupo de que encerrariam a greve de fome para que fossem soltos. “Hoje não sei onde estão”, finalizou.

Em abril de 1998, no último ano do primeiro mandato de FHC, o governo federal deu andamento ao processo de extradição dos sequestradores estrangeiros, mas nunca admitiu relação da decisão tomada com a ameaça de greve de fome.

Bahia registra 4.000 casos ativos de Covid-19 e mais 6 óbitos

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 887 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,06%) e 641 recuperados (+0,04%). Dos 1.558.963 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.524.982 já são considerados recuperados, 4.000 encontram-se ativos e 29.981 tiveram óbito confirmado. Nas últimas 24h, o estado registrou 6 óbitos.

Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde. A base ministerial tem, eventualmente, disponibilizado informações inconsistentes ou incompletas.

O boletim epidemiológico deste sábado (18) contabiliza ainda 1.901.154 casos descartados e 338.737 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas deste sábado. Na Bahia, 63.880 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Vacinação

Até o momento temos 11.608.765 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.706.117 com a segunda dose ou dose única, 6.157.263 com a dose de reforço e 443.069 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 961.497 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 539.135 já tomaram também a segunda dose.

Presidente do Equador declara estado de exceção devido a protestos

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção em três províncias do país andino, em uma tentativa de acalmar protestos convocados por grupos indígenas contra políticas econômicas do governo.

A medida ficará em vigor por 30 dias nas províncias de Imbabura, Cotopaxi e Pichincha - o que inclui a capital Quito -, que registraram os protestos mais violentos, com ataques a plantações de flores e danos à infraestrutura.

O toque de recolher em Quito será das 22h às 5h (horário local) a partir deste sábado (18), disse Lasso no fim da sexta-feira, e reuniões de pessoas serão proibidas o dia inteiro nas províncias afetadas. Ele não disse por quanto tempo as medidas durarão.

“Pedi diálogo e a resposta foi mais violência, não há intenção de encontrar soluções”, disse Lasso, pela televisão.

Grupos indígenas começaram os protestos na segunda-feira, com manifestantes bloqueando ruas ao redor do país em oposição às políticas econômicas e sociais de Lasso, exigindo o congelamento do preço da gasolina, a interrupção de mais projetos de mineração e petróleo, e mais tempo para pequenos agricultores pagarem seus empréstimos bancários.

Lasso aumentará auxílio aos setores mais vulneráveis e subsidiará o custo de fertilizantes em 50% para fazendeiros pequenos e médios, e o banco publico perdoará empréstimos vencidos até 3 mil dólares.

Não haverá aumento no custo do diesel, gasolina e gás, acrescentou.

Leonidas Iza, presidente da organização indígena equatoriana Conaie, disse que as propostas de Lasso parcialmente resolvem os problemas, mas duvidou que serão implementadas, disse nas redes sociais.
Por Alexandra Valencia - Quito

Gasolina fica 5,18% mais cara a partir de hoje nas refinarias


O litro da gasolina ficou R$ 0,20 mais caro a partir de hoje (18), nas refinarias da Petrobras. Com isso, o preço do combustível vendido para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%.

Já o litro do diesel comercializado nas refinarias passou de R$ 4,91 para R$ 5,61, um aumento de R$ 0,70, ou 14,26%.
Gasolina

O preço final da gasolina, cobrado do consumidor, inclui ainda impostos, a mistura obrigatória de etanol anidro e as margens das distribuidoras e dos postos de gasolina. Segundo a Petrobras, a parcela da empresa no preço final ao consumidor passou de R$ 2,81 para R$ 2,96 por litro.

De acordo com a estatal, o combustível não era reajustado desde 11 de março, portanto, há 99 dias.
Diesel

Assim como acontece com a gasolina, o preço final do diesel, cobrado do consumidor, inclui impostos, margens de distribuidoras e postos de combustíveis e a adição obrigatória de biodiesel.

Segundo a empresa, a parcela da Petrobras no preço cobrado ao consumidor passará de R$ 4,42 para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba. O último reajuste ocorreu em 10 de maio, ou seja, há 39 dias.

Edição: Fábio 
Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Ministro do STF vai de jatinho bancado por advogado investigado a Paris para final da Champions

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma viagem, no estilo bate-e-volta, de Brasília a Paris para assistir à final da Champions League, o GP de Mônaco de Fórmula 1 e a jogos do torneio de tênis de Roland Garros.
A tour poderia ser um passeio normal, se o ministro não tivesse ido num jatinho particular, pertencente ao advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, investigado pelo STF. Vinícius já foi denunciado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão.

O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.

Kassio fez a viagem na companhia de pelo menos um de seus filhos, no luxuoso jatinho Citation X do advogado.

O custo da viagem foi de, pelo menos, R$ 250 mil.

Boris Johnson fala em ‘fadiga da Ucrânia’ e destaca importância de manter apoio ao país

Um dia depois de fazer sua segunda visita a Kiev, o premiê britânico, Boris Johnson, alertou neste sábado (18) para o risco de uma “fadiga da Ucrânia” enquanto a guerra se arrasta.

“Os russos estão avançando, e é vital demonstrar que nós sabemos que a Ucrânia pode vencer e vencerá”, disse o primeiro-ministro a repórteres ao retornar ao Reino Unido.

Em meio a um desgaste doméstico, depois de sobreviver a um voto de confiança no Parlamento que deixou cicatrizes, Boris viu membros do seu Partido Conservador criticarem a decisão de viajar à Ucrânia em vez de participar de uma conferência no norte da Inglaterra.

“No momento em que uma fadiga da Ucrânia está se estabelecendo, é importante mostrar que estamos com eles a longo prazo, que estamos dando a eles a resiliência estratégica da qual precisam”, disse ele.

Folha de S. Paulo

Presidente do Equador decreta emergência em meio a protestos contra preço de combustíveis

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou nesta sexta-feira (17) estado de emergência em três províncias do país, inclusive na capital, em meio à onda de protestos com violência que já dura cinco dias, convocados por indígenas que exigem, sobretudo, a redução dos preços dos combustíveis.

“Prometo defender nossa capital e defender o país. Isso me obriga a declarar estado de emergência em Pichincha [onde fica a capital, Quito], Imbabura e Cotopaxi a partir da meia-noite de hoje”, disse o presidente em comunicado transmitido pela televisão.

Além dos preços da gasolina, os manifestantes protestam pela renegociação de dívidas dos trabalhadores rurais com bancos, contra o desemprego e pela concessão de licenças de mineração em territórios indígenas. Nesta sexta, uma fumaça preta produzida por pneus incendiados por manifestantes se elevava sobre a Ruta Viva, uma das vias de acesso ao aeroporto internacional da capital.

O estado de exceção habilita o presidente a mobilizar as Forças Armadas para manter a ordem interna, suspender direitos dos cidadãos e decretar toque de recolher.

Pressionado, Lasso também anunciou medidas econômicas, entre elas aumentar de US$ 50 (R$ 257,7) para US$ 55 (R$ 283,45) o auxílio econômico para famílias de baixa renda. Além disso, o Executivo também deve subsidiar em até 50% o preço da ureia agrícola, fertilizante usado no campo, para pequenos e médios produtores, e ordenou o perdão de empréstimos vencidos de até US$ 3.000 (R$ 15,5 mil) concedidos pelo banco estadual de desenvolvimento produtivo.

Os protestos bloqueiam rodovias e acessos a Quito desde segunda-feira (13) e deixaram pelo menos 43 feridos, incluindo militares, e 37 detidos.

As manifestações se concentraram nas províncias andinas de Pichincha e nas vizinhas Cotopaxi, no sul, e Imbabura, no norte do país, que têm alta presença de indígenas, que representam 1 milhão dos 17,7 milhões de equatorianos.

Mais cedo, Lasso se reuniu com prefeitos e governadores para discutir a situação. Também recebeu um grupo de indígenas na sede do governo para tentar negociar o fim dos protestos. Ele também recebeu uma centena de indígenas da província de Cotopaxi. “Não queremos derramamento de sangue, mais vandalismo, mais violência. O Equador é um país de paz”, afirmou o secretário da organização indígena Unoric, César Pérez, após os confrontos dos últimos dias entre manifestantes e policiais.

A mais importante organização indígena do país, Conaie, afirma que manterá os protestos até que o governo atenda a uma lista de dez demandas, que incluem a regulação do preço dos produtos agrícolas e a renegociação de dívidas bancárias de 4 milhões de famílias. A entidade participou de revoltas que derrubaram três presidentes do país entre 1997 e 2005.

Nesta sexta, a Conaie afirmou, por meio do seu responsável, Leonidas Iza, que, do seu lado, “não há nenhum diálogo” com o Executivo. Em 2019, protestos violentos contra o governo liderados pela organização deixaram 11 mortos e mais de 1.000 feridos. Iza chegou a ser detido em meio aos atos contra o governo, acusado de paralisar o serviço de transporte público ao bloquear estradas.

Plantadores e exportadores de flores, uma das principais atividades econômicas do país, afirmaram pelo Twitter que, por causa dos bloqueios de estradas, “a produção está se perdendo, as flores apodrecem”. O Ministério da Produção estima que os protestos já causaram um prejuízo de US$ 50 milhões (R$ 257,7 milhões).

A Igreja Católica, a Organização das Nações Unidas e universidades já se ofereceram para mediar um diálogo entre manifestantes e governos, o que foi apoiado por Lasso. “Essa é a forma que, dentro do Estado de Direito, do respeito à lei e à Constituição, podem-se resolver os problemas que se acumularam ao longo de décadas no Equador”, afirmou o presidente.

A Conaie também pede o fim da violência nos protestos, que já deixaram dez soldados e oito policiais feridos, além de 29 manifestantes detidos. Os indígenas relataram 14 feridos em incidentes. “Não se pode aceitar o vandalismo, o confronto, a violência”, afirmou Iza.

Para Simón Pachano, cientista político da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o movimento indígena “tem pouco poder politicamente, mas, em termos de um ator social que incide desde a política informal, é muito forte, principalmente na serra andina”, diz à AFP.

Para conter as manifestações, na avaliação de Pachano, o governo deve “ter uma política social clara, que atenda aos setores mais necessitados. O grande vazio do governo é que ele não tem uma gestão política, não sabe o que é política”, diz o analista.

Folha de S. Paulo

Ex-conselheiros da Petrobras dizem que CPI afastaria investidores e apontam interferência do governo ECONOMIA

Ex-conselheiros da Petrobras afirmam que a abertura de uma CPI para investigar a diretoria da estatal geraria insegurança, afugentaria investidores externos e poderia, inclusive, contribuir para paralisar a venda de refinarias.

Para um ex-integrante da cúpula da companhia, o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) estimular o Congresso a abrir uma comissão de investigação já configuraria uma interferência na empresa, o que poderia ser interpretado como uma afronta à Lei das Estatais.

O argumento é que, ao gerar pressão extrema sobre o comando da companhia ameaçando abrir uma CPI que pode gerar grandes perdas, o governo pode acabar por direcionar ações lá dentro, o que seria uma intervenção.

A Lei das Estatais veda interferências do acionista controlador, neste caso a União, na Petrobras, e prevê sanções por abuso de poder.

Se vier a ser aberta uma CPI, conhecedores da legislação e ex-integrantes da Petrobras veem margem para que a diretoria da empresa ou acionistas minoritários acionem a Justiça contra a União.

As ações da Petrobras tiveram forte queda nesta sexta-feira (17), puxando a Bolsa de Valores brasileira para o fundo e piorando o fechamento de uma semana já negativa para o mercado diante da alta histórica dos juros nos Estados Unidos.

Depois de recuarem cerca de 10% nas cotações mínimas do dia, os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petrolífera controlada pelo governo federal fecharam o pregão com perdas de 7,25% e 6,09%, respectivamente.

Fábio Zanini/Folhapress

STF convoca professores universitários para ajudar no combate à desinformação

Um grupo interdisciplinar formado por docentes de 12 universidades públicas foi convocado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para auxiliar a corte no Programa de Combate à Desinformação. Segundo o órgão, os professores terão a missão de colocar em prática projetos de campanhas, palestras e também pesquisas sobre como o Supremo deve atuar.

O tribunal destaca como ponto da estratégia para difundir informações corretas o que ele chama de tripé: explicar, traduzir e humanizar. Serão usados o site, as redes sociais e a TV Justiça como plataformas de relacionamento com o público.

“A desinformação está em todos os campos, e cabe a nós da universidade dar esse apoio ao STF, se juntar a outras organizações que estão participando dessa iniciativa para fortalecer essa ação”, diz Juliana Marques, da Universidade Estadual da Paraíba e doutoranda em ciência da informação. Ela representa a universidade, ao lado da professora Martha Simone Amorim, no programa do Supremo.

O programa foi criado em agosto de 2021 com o objetivo de “coibir práticas que afetam a confiança das pessoas no STF, distorcem ou alteram o significado das decisões e colocam em risco direitos fundamentais e a estabilidade democrática”.

O STF informou que priorizou a adesão de universidades públicas como parceiras na primeira etapa do programa. Foram enviados ofícios às entidades convidando para a parceria com o tribunal, caso tivessem projetos ou especialistas nessa área.

Segundo o tribunal, foram realizadas reuniões individuais com cada instituição para discutir os termos da cooperação, que envolvem diversas ações de acordo com as pesquisas/atividades realizadas pelas respectivas universidades no tema desinformação.

De acordo com pesquisa Datafolha de dezembro de 2021, 23% dos brasileiros veem como ótimo ou bom o trabalho do STF, enquanto 37% o consideram regular, e 34%, ruim ou péssimo.

A UEPB tem atuado com dois trabalhos em curso. Um deles é um programa de extensão com escola de ensino médio de João Pessoa com oficinas de combate à desinformação e de letramento informacional. Essas oficinas também são oferecidas para estudantes do nível superior de áreas diversas da comunicação, ciência da informação e biblioteconomia.

O outro programa é voltado para ações legislativas, com vereadores de câmaras de municípios da área do brejo paraibano.

“Geralmente são vereadores de câmaras de poucos recursos. Alguns não têm nem assessor para orientações básicas, o grau de escolaridade é baixo. São pessoas que estão muito suscetíveis a essas nuances de desinformação sempre presente em nossa sociedade”, diz Juliana, da UEPB.

As federais do, do Ceará, do Espírito Santo, do Tocantins, do Mato Grosso e de Roraima; e as estaduais de São Paulo (USP), Londrina, Ponta Grossa, Ceará, Goiás e Santa Catarina também estão no programa.

As redes sociais serão um dos principais focos da ação. A ideia é que sejam publicados vídeos nas plataformas, como o TikTok, e haja produção de conteúdos específicos para crianças, jovens e adolescentes.

Segundo Rodrigo Messias de Souza, diretor do Instituto Acadêmico de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Goiás, representante da entidade no programa, a potencialização das redes sociais faz com que uma desinformação seja replicada de maneira mais ágil.

“O que antes ficava por conta do papel, ou da transmissão de uma conversa, hoje nas redes é uma ação que se multiplica de uma maneira muito rápida”, diz Souza.

Para ele, assim como o uso das redes permite a ação antiética que transmite a desinformação, “também é possível, com essa mesma potencialidade, transmitir a informação”.

O STF diz que vem mantendo o diálogo com as plataformas e aplicativos desde a criação do programa.

“Foram realizadas diversas reuniões com as empresas, mas no primeiro momento, a estratégia do STF foi priorizar as universidades públicas e a sociedade civil. As conversas com as plataformas e aplicativos prosseguem, mas sem previsão de parcerias neste momento.”

Segundo os docentes, o combate à desinformação deve ser tratado desde a formação educacional. Para eles, a falta de uma formação midiática educativa faz com que o indivíduo não consiga perceber e diferenciar o que é falso.

Gabriela Belmont de Farias, docente do programa de pós-graduação em ciência da informação da Universidade Estadual do Ceará, representante da entidade no programa do STF, entende que a liberdade de expressão acaba sendo usada muitas vezes fora do contexto para distorcer uma situação e dar outro entendimento ao que está sendo passado.

“Acredito que as pessoas não entendem as responsabilidades quando utilizam a liberdade de expressão. Quando temos a consciência, a ética e a responsabilidade sobre isso, a gente tem mais pudor no sentido de saber o que estamos transmitindo.”

Emerson Vicente / Folha de São Paulo

Sem ir às ruas, Lula fará aparição em ambiente aberto neste sábado BRASIL

Sem se expor ao público em ambientes abertos, Lula optou por fazer aparições dessa natureza em sua passagem pelo Nordeste. Neste sábado, de acordo com informações da Coluna do Estadão, a previsão é de que ele vai assistir a uma apresentação de artistas na Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE).

Conforme a publicação, há certa tensão no ar entre petistas. Além da preocupação com a segurança, aliados do presidenciável dizem temer possíveis violações das regras do período pré-eleitoral – os políticos ainda não podem pedir voto.

Antes de ir à praça, Lula vai participar de ato no Centro de Convenções de Sergipe, em Aracaju, onde o público vai passar por detector de metais e revista individual.

Segundo o Estadão, petistas estimam a lotação máxima em cerca de 3.000 pessoas, mas o site da empresa que administra o espaço fala em capacidade para 6.500 convidados.

Governo reduz imposto de importação sobre medicamentos com risco de desabastecimento

A Camex (Câmara de Comércio Exterior), vinculada ao Ministério da Economia, anunciou nesta sexta-feira (17) a prorrogação da redução do imposto de importação sobre insumos relacionados ao combate da pandemia de Covid-19. Na lista, incluiu medicamentos com risco de desabastecimento, como ocitocina e neostigmina.

“Foram incluídos 13 novos insumos farmacêuticos/medicamentos, com base em recomendações do Ministério da Saúde”, afirmou a Camex, em nota.

No início de junho, entidades médicas enviaram ao Ministério da Saúde um alerta sobre o baixo estoque de cinco medicamentos de uso hospitalar e pré-hospitalar: dipirona, neostigmina, atropina, amicacina e ocitocina, todos injetáveis. Como mostrou a Folha, as associações pediam que a pasta ajudasse na regulação do mercado.

Para a “lista Covid”, segundo o Ministério da Economia, o prazo que expiraria em 30 de junho foi estendido até o fim de 2022.

“Como resultado, continuará zerada a alíquota de uma ampla lista, composta por 645 produtos, que inclui medicamentos, equipamentos hospitalares, itens de higiene pessoal e outros insumos utilizados no enfrentamento à Covid-19”, disse.

Segundo representantes de associações médicas, a decisão irá ajudar a resolver parte do problema do baixo estoque de remédios. No entanto, ainda há medicamentos em falta que não apareceram na lista. Na próxima segunda-feira (20), membros das associações irão se reunir para mapear outros produtos que correm risco de desabastecimento.

O secretário-executivo do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, disse que os municípios e hospitais continuam com dificuldade para comprar tais medicamentos.

“Várias ações são importantes [para regular o mercado], como a importação desse produto e a proibição da exportação, que o Ministério da Saúde está discutindo para os produtos que estão em falta. Vamos aguardar para ver se resolve”, afirmou.

A “lista Covid” foi elaborada com o objetivo de incrementar a oferta de medicamentos destinados a combater a pandemia, bem como de máquinas e insumos utilizados para a fabricação nacional desses produtos. O objetivo é aumentar sua disponibilidade, diminuir os custos para o sistema de saúde brasileiro e para o cidadão.

Medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina continuam recebendo benefícios fiscais concedidos a produtos de combate ao coronavírus, embora tenham a eficácia descartada pela comunidade científica.

Os principais medicamentos que integram o chamado kit Covid se mantiveram em alta em 2021, com vendas que representam mais do que o dobro do registrado no período pré-pandemia.

Em janeiro, o Ministério da Saúde barrou a publicação de uma diretriz elaborada por especialistas que contraindicava o uso do kit Covid no SUS (Sistema Único de Saúde).

O texto não teria poder de proibir médicos de utilizarem o kit Covid, mas representaria um revés para as bandeiras negacionistas do governo Jair Bolsonaro (PL), pois seria uma orientação da Saúde contrária ao chamado tratamento precoce. Ou seja, ao uso de medicamentos sem eficácia.

Nesta sexta, a Camex também anunciou a redução na cobrança do imposto de importação sobre videogames e acessórios. O corte foi antecipado por Bolsonaro nas redes sociais na quinta (16). Segundo o presidente, a determinação entrará em vigor a partir de 1º de julho.

As alíquotas incidentes sobre as importações de partes e acessórios dos consoles e das máquinas de jogos de vídeo passarão de 16% para 12%, enquanto será zerada a cobrança do imposto sobre videogames com tela incorporada, portáteis ou não, e suas partes. Hoje, a tarifa cobrada é de 16%.

Essa é a quarta vez que o governo promove algum tipo de desoneração tributária para videogames. Em agosto de 2021, reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) desses produtos. Na época, as tarifas cobradas sobre consoles caíram de 30% para 20%.

Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto a menos de quatro meses das eleições, Bolsonaro vem promovendo uma série de reduções em impostos. Em 23 de maio, a Camex aprovou um corte de 10% nas alíquotas do imposto de importação sobre itens básicos. Feijão, carne, massas, arroz e materiais de construção estavam entre os produtos incluídos na redução tarifária.

Raquel Lopes e Nathalia Garcia / Folha de São Paulo

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