Indicado por PL para auditar eleição elogia conduta ‘democrática’ de Alexandre no TSE

Presidente do instituto contratado pelo PL para auditar o sistema eleitoral de votação, o engenheiro Carlos Rocha elogia a disposição do novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, em discutir o assunto.

Na última quarta-feira (31), Moraes recebeu o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, em seu gabinete e fez um aceno aos militares, admitindo a possibilidade de usar a biometria de eleitores em parte das urnas que serão submetidas a um teste de integridade no dia da eleição.

O gesto foi visto como uma mudança com relação à atitude do ex-presidente do TSE Edson Fachin, considerado mais refratário a essas modificações.

“O ministro Alexandre fez um gesto positivo, já mudou o tom. Esse é um fato novo importante, porque dá ao eleitor a possibilidade de participar de maneira mais ativa do processo eleitoral”, afirma Rocha, que dirige o Instituto Voto Legal (IVL).

Formado em sua maioria por engenheiros egressos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), o IVL defende a criação de um certificado digital de comprovação do voto.

A entidade foi contratada pelo PL a pedido do presidente Jair Bolsonaro para auditar o sistema de votação, e por isso vem tendo reuniões com técnicos do TSE.

“Temos uma perspectiva de apaziguamento dos ânimos, trazer a discussão para o campo de onde podemos melhorar”, afirma Rocha.

Fábio Zanini/Folhapress

Bahia registra 549 casos de Covid 19 e mais 3 óbitos

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 549 casos de Covid-19 e 3 óbitos. Dos 1.687.870 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.656.544 já são considerados recuperados, 663 encontram-se ativos e 30.663 tiveram óbito confirmado.

O boletim epidemiológico deste sábado (03) contabiliza ainda 2.008.881 casos descartados e 359.130 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17h deste sábado (03).

Bolsonaro fala em ‘canetada’ de ‘vagabundo’ ao atacar decisão de Moraes contra empresários

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como “vagabundo” durante um discurso em Novo Hamburgo (RS), em razão da ação contra empresários que faziam parte de grupo de WhatsApp em que se defendeu golpe de Estado.

Sem mencionar o nome do ministro, ele classificou dessa forma quem “dá a canetada” após ouvir relato sobre uma conversa escutada “atrás da árvore”, referência ao vazamento dos diálogos do grupo de empresários.

“Vimos há pouco empresários tendo sua vida devassada, recebendo visita da Polícia Federal porque estavam privadamente discutindo um assunto que não interessa qual seja”, disse ele.

“Eu posso pegar meia dúzia aqui, bater um papo e falar o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo.”

Bolsonaro também falou que problemas internos do país são maiores que os externos e falou na existência de “maus brasileiros”.

“Temos problemas externos. Mas nossos maiores problemas são internos. São maus brasileiros que não têm qualquer respeito com a população, com a família, com as mulheres, com a propriedade privada, com as religiões. Quer o poder pelo poder.”

A declaração ocorre dias antes dos atos previstos para ocorrer no próximo dia 7 de Setembro, Bicentenário da Independência do país, que o presidente pretende transformar em demonstração de apoio político à sua candidatura à reeleição. Na mesma data no ano passado, Bolsonaro chamou Moraes de canalha.

O comportamento do presidente no ato é imprevisível. A ala política do Palácio do Planalto vinha tentando esfriar os ânimos do presidente em relação ao ato de Copacabana, onde há previsão de maior carga política.

Bolsonaro sempre demonstrou interesse que o ato fosse de grandes proporções, a fim de demonstrar apoio popular. Contudo, chegou a sinalizar que não discursaria, a fim de não repetir o confronto gerado no Dia da Independência no ano passado, quando chamou Alexandre de Moraes de canalha.

A autorização pelo ministro de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, contudo, acirrou os ânimos. O comportamento do presidente para o ato ainda é imprevisível.

Diego Nuñez e Italo Nogueira/Folhapress

Ministro prevê que Bolsonaro subirá mais 5% após passar Lula nas pesquisas

A campanha de Jair Bolsonaro (PL) estima que 5% do eleitorado automaticamente migrará para o presidente se as pesquisas começarem a mostrar que ele está na liderança da corrida eleitoral.

“Como se diz lá no Nordeste, o pessoal não gosta de perder voto. Uns 5% da população têm a tendência de votar em quem vai ganhar”, diz o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).

Crítico das pesquisas de intenções de votos, o ministro afirma que em breve os institutos terão de “corrigir” suas projeções para refletir a alta de Bolsonaro em razão da melhora do cenário econômico.

“Não tem uma previsão do cenário econômico que a gente não esteja superando com folga, seja com relação ao desemprego, PIB, preço dos combustíveis ou inflação”, afirma.

Fábio Zanini/Folhapress

Justiça Eleitoral do Paraná determina busca e apreensão na casa de Sergio Moro por suspeita de irregularidades em material de campanha


Moro é candidato ao Senado pelo União Brasil no Paraná. Operação também apreendeu materiais no comitê de Paulo Martins, também candidato ao Senado Federal.

A Justiça Eleitoral cumpriu neste sábado (3) operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), candidato a senador no Paraná.

A RPC e o g1 tiveram acesso à decisão da Justiça Eleitoral, que foi acionada pela Federação "Brasil da Esperança", formada pelo PT/PCDOB/PV.

Gustavo Guedes, advogado de Moro, confirmou a busca e apreensão em nota:

“A busca e apreensão se refere tão somente à, supostamente, os nomes dos suplentes não terem o tamanho de 30% do nome do titular. Todavia, isso não corresponde com a verdade. Os nomes estão de acordo com as regras exigidas, sendo assim, a equipe jurídica pedirá a reconsideração da decisão.

Segundo o advogado, "a busca e apreensão foi feita na residência, uma vez que o endereço foi indicado no registro da candidatura. Repudia-se a iniciativa agressiva e o sensacionalismo da diligência requerida pelo PT.”

Itagibá: Marquinhos assina ordens de serviço de pavimentação do Bairro Tusca e obra da policlínica municipal

Foto: Divulgação

O prefeito de Itagibá, Marquinhos, assinou na noite de sexta-feira (02), as ordens de serviço para dar início a duas importantes obras no município. Os contratos ultrapassam a importância no valor de R$1.700.000,00 (um milhão, setecentos mil reais) e se traduzem em investimentos na infraestrutura e saúde, com objetivo, em especial, de garantir a mobilidade urbana e uma melhor qualidade de vida para população. “Itagibá ganha duas obras de extrema importância para seu desenvolvimento. Itagibá não para!”, comemorou o prefeito Marquinhos.

Foto: Divulgação

A primeira assinatura foi para a ordem de serviço de reforma do prédio do antigo hospital para melhorar toda a estrutura física, oferecendo instalações mais confortáveis e adequadas para os usuários, o imóvel está situado na Praça Tote Lomanto, centro, e contará com um novo padrão de atendimento à população, oferecendo exames e consultas na assistência especializada à saúde.

Foto: Divulgação

No mesmo ato foi assinada a ordem de serviço que visa a pavimentação do bairro Tusca, essa obra garantirá a pavimentação de 100% das ruas, mostrando o compromisso com os moradores da localidade. “Estamos avançando com mais uma etapa do nosso compromisso com essa comunidade e não vamos medir esforços até atingirmos a meta de todas as ruas calçadas no município”, frisou o Prefeito Marquinhos.

Ipiaú: Animal provoca acidente na BR-330 envolvendo dois veículos

Uma vaca no trecho da BR-330, próximo a entrada do Residencial César Borges, provocou um acidente envolvendo dois veículos, uma caminhonete S10, conduzida por um morador de Jequié, e um carro de passeio modelo Gol, ocupado por dois moradores de Ipiaú.

Conforme as informações apuradas no local pela reportagem do GIRO, por volta de 1h desse sábado (03), a caminhonete atropelou o animal que foi arremessado uma ribanceira, morrendo em seguida. O motorista do automóvel que seguia atrás da caminhonete não conseguiu desviar o veículo que acabou colidindo na traseira da S10.

Nenhum dos ocupantes dos veículos se feriram. A frente da caminhonete ficou bastante danificada, assim como do carro de passeio. O animal morto no acidente foi “desossado” por moradores das proximidades. (Giro Ipiaú)

Ministério interdita fábrica de petiscos após morte de cachorros

Uma fábrica de petiscos e rações animais foi interditada hoje (2) após a morte de nove cachorros em Minas Gerais e São Paulo. Fiscais do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento decidiram pelo fechamento depois de inspecionarem a unidade da empresa Bassar Indústria e Comércio Ltda, em Guarulhos (SP).

O Ministério da Agricultura também determinou o recolhimento nacional de todos os lotes de petiscos da marca, sob a suspeita de contaminação por substâncias tóxicas. Caberá à empresa fazer o recolhimento e armazenar os petiscos em armazéns de sua propriedade.

Os produtos identificados com suspeita fundamentada de contaminação são os petiscos Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). Em nota, o Ministério da Agricultura informou que as medidas são preventivas e que poderão ser alteradas conforme o resultado das investigações.

Durante a inspeção, a equipe de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal recolheu amostras dos produtos, que serão analisadas pelos laboratórios do Ministério da Agricultura. Em relação ao fechamento da fábrica, a unidade poderá ser reaberta após a apresentação de todas as informações requeridas pelo ministério.

Segundo investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, nove cães morreram depois de ingerirem os petiscos dos dois lotes. Seis mortes ocorreram em Belo Horizonte, uma em Piumhi (MG) e duas na cidade de São Paulo.

Em nota, a Bassar Pet Food informou que está colaborando com as investigações e que contratou uma empresa especializada para inspecionar todos os processos de produção e o maquinário da fábrica, em Guarulhos. No texto, a companhia informou ter acionado todos os fornecedores para que rastreiem os insumos utilizados e ofereceu o e-mail sac@bassarpetfood.com.br para que os consumidores tirem dúvidas.

Edição: Aline Leal
Por Agência Brasil - Brasília

Veja a agenda dos candidatos à Presidência para este sábado (3/9)

Os eventos de campanha dos candidatos à Presidência da República deste sábado (3) incluem atividades como caminhadas, eventos, lançamentos de candidatura e encontros com a militância. Confira as agendas de hoje dos presidenciáveis:

Ciro Gomes (PDT): pela manhã, a agenda é na cidade de Serra (ES), com uma caminhada no centro da cidade, às 10h. À tarde, viaja para Contagem (MG), onde faz uma caminhada na feira livre do bairro Eldorado, às 14h30. Às noite, às 21h, faz live para a Ciro TV no Aglomerado da Serra.

Constituinte Eymael (DC): o candidato cumpre agenda em Taboão da Serra (SP), a partir das 11h.

Felipe D’Ávila (Novo): em Santa Cruz do Sul (RS), participa, às 12h30, de lançamento de candidaturas do Novo na região, no Galeto com Pinga Fogo. Às 19h, estará no jantar de lançamento da candidatura de um correligionário, no Ratskeller Restaurante.

Jair Bolsonaro (PL): participa de evento com mulheres, às 9h, na Fenac de Novo Hamburgo (RS).

Léo Péricles (UP): cumpre agenda em Aracaju, onde faz caminhada no Mercado Central Albano Franco às 11h, participa de feijoada e bate papo na Ocupação João Mulungu, às 13h, depois segue para uma caminhada na Maloca - Quilombo urbano, às 15h30 e às 19h participa de plenária de apoio às candidaturas na sede da UP.

Lula (PT): visita, às 10h, o Casarão das Quebradeiras de Coco do Maranhão, próximo ao Convento das Mercês, em São Luís (MA).

Pablo Marçal (Pros): às 6h, participa da serie diária Brasileiro Rico, ao vivo no YouTube; às 8h, faz caminhada na Rua 44, em Goiânia; às 9h, tem adesivaço na Arena Passeio, em Goiânia; às 12h, participa novamente da série Brasileiro Rico; às 17h, tem adesivaço em Rio Verde (GO); às 18h30, faz palestra em Rio Verde; e às 21h, participa da série diária Brasileiro Rico.

Simone Tebet (MDB): pela manhã, tem agenda em Belém (PA), onde visita, às 8h30, a Usina da Paz, em Cabanagem. À tarde, tem compromisso em São Paulo, onde participa, às 16h30, da Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, na Expo Imigrantes, em Jabaquara.

Sofia Manzano (PCB): às 9h, participa do evento Mulheres com Sofia: As Candidaturas de nossas camaradas em Goiás; às 15h, faz pronunciamento no encontro cristãos pelo socialismo, transmitido pela internet; às 17h, participa, em Taguatinga, no Distrito Federal, do aniversário da União da Juventude Comunista.

Soraya Thronicke (União): em Barueri (SP), às 9h, faz caminhada e corpo a corpo com eleitores; em Itapevi (SP), às 15h45, participa da cerimônia de inauguração da Organização Não-Governamental (ONG) Ser Amor; em Cotia (SP), às 17h30, tem reunião com os ativistas da causa animal, o advogado e vereador de São Paulo, Felipe Becari, e o advogado Rafael Saraiva.

Vera Lucia (PSTU): participa de plenária com militância e apoiadores em Curitiba (PR), às 15h, no Hotel Dan Inn (Praça Santos Andrade).

Matéria atualizada às 7h55.

Edição: Vitor Abdala
Por Agência Brasil - Brasília

Datafolha: 56% dizem que política e valores religiosos devem andar juntos

Tema abordado desde a largada da campanha presidencial deste ano, a questão dos valores tem grande peso para os brasileiros na hora de decidir seu voto.

Para 56% dos eleitores, religião e política têm de estar de mãos dadas em prol do país, e 60% consideram que é mais importante um candidato defender valores familiares do que ter boas propostas para a economia.

Por outro lado, 74% dizem que seu voto em outubro tem como objetivo aumentar a prosperidade pessoal. Foi o que aferiu o Datafolha em nova pesquisa, realizada de terça (30) a quinta-feira (1º).

Já 36% das pessoas não concordam com a ideia de que a economia está à frente dos valores, 19% dessas totalmente e 17%, em parte.

O discurso da defesa da família é central para Jair Bolsonaro (PL), que está atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa do primeiro turno: ele tem 32%, ante 45% do antecessor.

Desde o início da campanha, ambos têm lidado com a temática: o petista busca alcançar conservadores que lhe são refratários e viu o rival “possuído” pelo diabo, e o presidente acirrou o discurso de que o pleito é uma luta entre “bem e mal” —na qual o PT é o mal, claro, associado até ao demônio em fala de aliados e de sua mulher, Michelle.

No debate presidencial promovido pela Folha, UOL e TVs Cultura e Bandeirantes, o presidente voltou a falar que é o principal nome contrário a pontos sensíveis nesse campo, como o aborto. Lula vinha sendo mais ambíguo na pré-campanha, para dialogar com as fatias esquerdistas que compõem sua base.

Assim, o eleitor bolsonarista é mais identificado com a afirmação sobre a suposta dicotomia entre valores e economia: 71% concordam com ela. Mas 59% dos de Lula também o são, índice que cai com Simone Tebet (MDB, quarto lugar na disputa, com 5%) para 53% e com Ciro Gomes (PDT, terceiro, com 9%) para 41%.

O corte religioso é homogêneo, diferentemente da impressão do mundo político de que os evangélicos em que Bolsonaro têm mais apoio são mais conservadores nesse sentido. Entre eles, que somam 26% da amostra da pesquisa, 67% concordam com a ideia.

Já os majoritários (54% da amostra) mas menos organizados politicamente católicos empatam no limite da margem de erro de dois pontos, com 63% de concordância.

Mais um indício do conservadorismo brasileiro é visível quando o entrevistado é questionado se concorda com a ideia de que valores religiosos e política devem andar de mãos dadas em favor da prosperidade do país.

São majoritários 56% que pensam assim, 41% deles totalmente e 16%, em parte. Tal pensamento é mais disseminado entre pessoas de baixa instrução, que completaram o ensino fundamental (62%), número que cai a 26% entre quem tem diploma universitário.

Os eleitores de Bolsonaro e de Lula tendem a concordar da mesma forma (51% entre os do petista e 52%, entre os do presidente) com essa leitura, na base do sucesso dos políticos conservadores no Brasil: basta ver a frequência com que as palavras Deus e família surgem nas candidaturas vendidas no horário político.

Ao mesmo tempo, e isso não é contraditório com a promoção da prosperidade no discurso das igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais, o voto em outubro é visto como instrumento de melhoria pessoal.

Para 74%, a eleição servirá para aumentar a prosperidade. O número vai a 82% entre quem vota em Lula, 75% entre bolsonaristas, 62% nos que apoiam Ciro e 57%, Tebet. Já a ideia de que o voto é um protesto chega a 44% dos eleitores, enquanto a maioria (53%) discorda disso.

Foram ouvidos 5.734 eleitores em 285 municípios. Com margem de erro de dois pontos (para mais ou para menos), a pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, está registrada sob o número BR-00433/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.

Igor Gielow/Folhapress

CNJ cria juizados especializados em violência política

O corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luís Felipe Salomão, baixou uma norma que autoriza os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais de todo o país a criarem juízos especializados no combate à violência política.

Eles poderão atuar também na criminalidade eleitoral de grupos armados, como as milícias. A regra libera expressamente juízes a darem voz de prisão em flagrante a pessoas que promovam desordem ou que se envolvam com violência política durante o período eleitoral.

Neste ano, inúmeros casos de agressão já foram registrados envolvendo disputas eleitorais –o mais grave deles, em julho, foi o assassinato do petista Marcelo Arruda, no Paraná. Ele foi morto pelo policial penal Jorge Guaranho, que se apresentava como bolsonarista nas redes sociais.

O CNJ afirma que a medida visa combater com mais eficiência grupos criminosos que atuam contra a democracia e o processo eleitoral.

Os tribunais poderão, a partir de segunda (5), criar os novos juízos provisoriamente, ou estabelecê-los de forma permanente para centralizarem casos que envolvam o tema.

De acordo com o CNJ, a medida visa priorizar e acelerar os julgamentos desses crimes e centralizar e especializar a atuação dos tribunais para combatê-los com maior eficiência. Outro objetivo é coletar dados para que possam ser avaliados nacionalmente. Eles serão enviados a cada dez dias úteis ao conselho, para análise e eventuais estratégias de combate a crimes que se repitam em diversos locais.

A regra assinada por Salomão define como atos de violência político-partidária toda conduta praticada com violência física ou moral, inclusive crime contra a honra, “que tenha como motivação direta ou indireta”: questões de fundo político, eleitoral ou partidário, intolerância ideológica contra espectro político diverso e “inconformismo direcionado a valores e instituições do Estado democrático de Direito, especialmente os relacionados ao processo eleitoral, à posse dos eleitos, à liberdade de expressão e à legitimidade das eleições ou de seus partícipes”.

Mônica Bergamo/Folhapress

Senado tem 3 candidaturas coletivas nas eleições de 2022

Foram registradas 235 candidaturas para o Senado Federal nas eleições deste ano em todos os Estados e no Distrito Federal, segundo estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao todo, 3 dos registros são de candidaturas coletivas, que praticam o chamado “mandato coletivo”, com decisões compartilhadas por um grupo.

Esse tipo de candidatura propõe a tomada de decisão coletiva em relação aos posicionamentos nas votações e demais atos legislativos do mandato conquistado. Embora, sem amparo legal, o conceito já está em prática em algumas assembleias legislativas e em câmaras municipais.

Hoje, não existem “candidaturas coletivas” na legislação eleitoral, muito menos “mandatos coletivos” previstos na Constituição. Entretanto, uma resolução do TSE fala na possibilidade de uma candidatura ser divulgada como iniciativa de um grupo ou coletivo.

Segundo a resolução do TSE, essas candidaturas podem ser promovidas coletivamente, mas o registro permanece de caráter individual, ou seja, apenas uma pessoa do grupo é o candidato oficialmente registrado e é essa pessoa que será empossada em caso de vitória nas urnas. O nome do candidato oficial pode aparecer na urna eletrônica com o nome do coletivo ou grupo ao lado. E é só a foto do candidato oficial que aparece na urna na hora da votação.

Candidatos ao Senado

No Distrito Federal o tribunal eleitoral registrou a candidatura para o Senado de Pedro Ivo Mandato Coletivo (Rede). No Estado de São Paulo, o TSE registrou a candidatura Mancha Coletivo Socialista (PSTU). Já no Estado de Espírito Santo foi registrada a candidatura Gilberto Campos Coletiva (Psol) para o Senado.

Na avaliação de Ana Luiza Backes, consultora legislativa da Câmara dos Deputados, o exercício coletivo pode dar mais transparência ao mandato. Ela é autora de um estudo sobre o tema, recentemente publicado na revista Agenda Brasileira nº 5.

“Candidaturas coletivas ao Senado são uma bela novidade, não tenho conhecimento que tenha havido nas eleições anteriores. O cargo de senador tem certas características que talvez até facilitem o exercício coletivo do mandato —o senador é eleito com dois suplentes. Desta forma, são possíveis acordos entre o titular e os substitutos para partilhar o exercício do cargo. Observe-se que acordos deste tipo já são uma prática comum, como muitas vezes é noticiado”, disse a consultora legislativa.

Assim, diz a Resolução 23.609 do TSE, de 2019, “no caso de candidaturas promovidas coletivamente, a candidata ou o candidato poderá, na composição de seu nome para a urna, apor ao nome pelo qual se identifica individualmente a designação do grupo ou coletivo social que apoia sua candidatura, respeitado o limite máximo de caracteres”.

Em seguida, no entanto, a resolução proíbe “o registro de nome de urna contendo apenas a designação do respectivo grupo ou coletivo social”.

Essas duas disposições foram criadas em 2021, por meio de outra resolução (Resolução 23.675), que alterou a norma de 2019. É uma mudança imposta pela dinâmica social, como avalia o consultor legislativo da Câmara dos Deputados Roberto Carlos Pontes.

“A lei formal não traz nada de disciplina a respeito disso. Essa foi uma construção que partiu da própria sociedade, esse tipo de organização. O TSE, por meio de suas resoluções, até avançou um pouquinho. Porque esse é um fenômeno que se adiantou em relação à lei. É provável que o Congresso discipline isso mais adiante”, disse o consultor.

Desse modo, embora as candidaturas coletivas não existam na forma de lei, elas podem ser promovidas coletivamente e anunciadas ao eleitorado. Para todos os efeitos legais, entretanto, só a pessoa que toma posse no cargo é considerada parlamentar de pleno direito.

Propostas

Tramitam no Congresso uma PEC (proposta de emenda à Constituição), um projeto de lei complementar e projetos de lei que buscam regulamentar candidaturas coletivas ou mandatos coletivos.

A PEC 379/2017, da deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), acrescenta dispositivo ao art. 14 da Constituição determinando que os mandatos, no âmbito do Poder Legislativo (vereadores, deputados e senadores), “poderão ser individuais ou coletivos, na forma da lei”, ou seja, cria a possibilidade, mas deixa a regulamentação para lei futura.

“O mandato coletivo revela-se uma alternativa para reforçar a participação popular e expandir o conceito de representação política”, afirma a autora da PEC.

O PLP 112/2021, da deputada Soraya Santos (PL-RJ), ficou conhecido como Novo Código Eleitoral. Essa proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em setembro de 2021, lembra o consultor Roberto Pontes, e depende agora de decisão dos senadores.

O texto aprovado pelos deputados promove ampla reformulação na legislação eleitoral e autoriza a prática de candidaturas coletivas para os cargos de eleições proporcionais: deputados federais, estaduais, distritais e vereadores. O partido terá que regulamentar essa candidatura em seu estatuto ou por resolução do diretório nacional, mas a candidatura coletiva será representada formalmente por apenas uma pessoa.

O PL 4.475/2020, do deputado João Daniel (PT-SE), foca em regras para registro das candidaturas coletivas. O projeto altera a Lei Geral das Eleições (Lei 9.504, de 1997) para estabelecer que o nome do candidato poderá ser acompanhado pelo nome do coletivo ou grupo que o apoia. O projeto proíbe que o nome na urna eletrônica seja apenas o do grupo ou coletivo social.

Na visão do autor, “a organização coletiva de campanhas eleitorais representa um anseio legítimo de promoção da renovação política por meio de um modelo de campanha participativa, compartilhada e menos personalista”.

Outros 3 projetos que tratam do tema foram apensados ao PL 4.475/2020, entre eles o PL 1.593/2021, do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que também busca regulamentar as candidaturas coletivas. Já o PL 4.724/2020 e o PL 1.422/2021 vão além e propõem a regulamentação do exercício de um mandato coletivo.

O PL 4.724/2020, do deputado André Figueiredo (PDT-CE), dispõe sobre o “exercício coletivo” de mandatos legislativos federais, estaduais, distritais e municipais.

“Nesse novo modelo de mandato, duas ou mais pessoas se unem em torno de um nome para tentar uma vaga eletiva no Legislativo e passam a compartilhar o mandato depois de eleitos. Isso significa que o mandato não é de um, mas de todos que contribuíram para a eleição. Toda e qualquer decisão será tomada pelo grupo, como as votações dos projetos e as ações em Plenário. Assim, todos os posicionamentos do político são resultantes dos diálogos e das interações com o grupo”, afirma André Figueiredo.

Já o PL 1.422/2021, do deputado Bacelar (Podemos-BA), cria o Coletivo Parlamentar, grupo que será composto por um membro-representante (que será o parlamentar eleito) mais dois membros-participantes, que também terão direito a algumas prerrogativas, como imunidade parlamentar e participação nas decisões do mandato coletivo.

“As vantagens do mandato coletivo são muitas, podendo ser citadas a menor dispersão de votos alinhados com pautas semelhantes, o aumento da representatividade dos grupos e a ampliação da capacidade de unir esforços para a organização de campanhas eleitorais”, argumenta o autor.

Mandatos coletivos

Atualmente, já existem mandatos coletivos em assembleias legislativas e câmaras de vereadores em praticamente todos os Estados.

Veja alguns exemplos em atividade:
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo tem a deputada estadual Monica da Mandata Ativista (Psol);
Na Câmara Municipal de Arapiraca (SP), uma das cadeiras é ocupada pela vereadora Silvia Morales “Mandato Coletivo” (PV);
Na Câmara Municipal de Florianópolis, capital de Santa Catarina, há 2 mandatos coletivos: Baratieri Coletivo Saúde (PT) e Cíntia Coletiva Bem Viver (Psol);
A Câmara Municipal de São Luís (MA) tem como titular de uma das cadeiras o Coletivo Nós (PT), com 6 co-vereadores.

Com informações da Agência Senado.

Destaques