Maria inaugura comitê do seu time e mostra quem trabalha por Ipiaú
O amplo espaço da Praça Emídio Barreto ficou pequeno para acolher a multidão que compareceu ao ato de inauguração do Comitê do Time de Maria, ocorrida na noite do último sábado, 17, em Ipiaú.
O evento veio confirmar o carisma da gestora que vem batendo todos os recordes de realizações na história do município e obtido o mais alto índice de aceitação entre a população local. Acima de 90 % da população aprova o governo de Maria.
Milhares de pessoas, provenientes de todas as camadas sociais aclamaram mais uma vez os nomes que a prefeita apresenta como seus candidatos na atual campanha eleitoral.
Ao lado dos progressistas Niltinho e Mario Junior, respectivamente candidatos à reeleição na Assembleia Legislativa da Bahia e Câmara Federal, Maria disse que seu time encabeçado por Lula (presidente) Jeronimo (governador) e Otto Alencar (senador) está unido no propósito de trabalhar para que Ipiaú continue em pleno desenvolvimento, garantindo mais dignidade e bem-estar para a população.
Ela citou os benefícios que o município tem recebido do Governo Estadual, nesta gestão de Rui Costa, e destacou que muitas dessas conquistas decorreram do empenho e prestigio dos dois parlamentares.
Antes mesmo de ser votado em Ipiaú, Niltinho tem viabilizado, através de emendas parlamentares, importantes projetos de saneamento e infraestrutura básica, a exemplo do canal de macrodrenagem do Bairro ACM e da drenagem da lagoa do Santa Rita, enquanto Mario Junior que foi o deputado mais votado na eleição de 2018 em Ipiaú (4.717 votos) tornou-se o campeão em emendas parlamentares favoráveis ao município.
Foram mais de R$ 20 milhões em emendas que resultaram em dezenas de obras já concretizadas e outras em fase de construção. Todas elas de grande significado para a comunidade.
Em seu discurso, Mário Junior reiterou a disposição de continuar trabalhando em favor da população ipiauense e criticou aqueles que nada fizeram em prol do interesse público e que estão movidos por interesses privados e financeiros. “ Só quem pode pedir voto aqui em Ipiaú dizendo que tem trabalho é o time de dona Maria”, salientou o deputado federal, candidato à reeleição.
Depois da inauguração do comitê, Maria e seus candidatos, juntamente com os vereadores da base governista e outras lideranças e apoiadores, saíram em passeata até a Rua David de Souza no bairro Euclides Neto, onde participaram de um evento cultural e deram continuidade à festa que se prolongou noite a dentro.
No domingo o time fez caminhada por algumas ruas da cidade, visitou o Centro de Abastecimento e o distrito da Fazenda do Povo e ainda esteve no Estádio Pedro Caetano, assistindo a Seleção de Ipiaú golear o elenco de Santo Amaro por 4 X2 e se classificar para as oitavas de final do Campeonato Intermunicipal.(José Américo Castro).
Resposta de governos e da OMS à Covid foi lenta demais, segundo artigo
Os governos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) agiram muito lentamente para frear o alastramento da Covid-19 e a demora resultou em milhões de mortes que poderiam ter sido evitadas, segundo artigo publicado no periódico médico Lancet.
Falhas generalizadas de prevenção, nas práticas de saúde pública básicas e de solidariedade internacional levaram a 17,7 milhões de mortes, incluindo as que não foram oficialmente contabilizadas, disse a comissão da Lancet na quarta-feira ao lançar seu estudo sobre a pandemia, feito ao longo de dois anos.
O relatório concluiu que a OMS “agiu com excessiva cautela e lentidão sobre vários pontos importantes”, incluindo a transmissibilidade humana do vírus e atribuir à epidemia o status de emergência de saúde internacional do mais alto nível. Para conscientizar o mundo do problema, a OMS começou a qualificar o surto como “pandemia” em março de 2020, cerca de três meses após a primeira infecção notificada na China, mas o termo não tem implicações legais.
O órgão mundial de saúde também demorou a apoiar a imposição de restrições às viagens para reduzir a transmissão, a endossar o uso de máscaras faciais em espaços públicos e a reconhecer a transmissão aérea do vírus, segundo o artigo. Os autores também concluíram que a coordenação entre governos foi lenta.
“O resultado foram milhões de mortes evitáveis e, em muitos países, uma reversão do progresso em direção ao desenvolvimento sustentável”, segundo o relatório.
A OMS disse que saúda as “recomendações abrangentes” do relatório, mas que o texto inclui “várias omissões e erros de interpretação cruciais”, incluindo em relação à rapidez de suas ações.
“Muitas das recomendações da comissão coincidem com as que foram recebidas nos últimos dois anos de organismos de revisão criados pela própria OMS”, ela disse.
Na quarta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou otimismo em relação à pandemia. “Ainda não chegamos lá, mas o final está em vista”, disse em entrevista coletiva, exortando os países a fortalecer suas campanhas de vacinação.
O professor da Universidade Columbia, Jeffrey Sachs, que presidiu a Comissão da Lancet, disse que é hora de “encarar verdades difíceis”.
“Muitos governos deixaram de aderir às normas básicas de racionalidade e transparência institucional”, disse Sachs. “Muitas pessoas protestaram contra precauções básicas de saúde pública… E muitas nações deixaram de promover a colaboração global pelo controle da pandemia.”
Segundo o relatório, a pandemia expôs “importantes fraquezas do sistema multilateral baseado na ONU”. Ainda segundo o texto, essas falhas nascem de problemas que incluem o nacionalismo excessivo, uma falta de flexibilidade em torno das regras de propriedade intelectual, além da “erosão do apoio político à adoção de soluções multilaterais pelas grandes potências”.
O nacionalismo em torno de vacinas foi um tema muito presente nas fases iniciais da pandemia, com países mais pobres acusando países mais ricos de estocar doses em meio a uma escassez de oferta. Embora a oferta tenha começado a superar a demanda no início deste ano, o acesso a medicamentos e os índices de vacinação continuam desiguais.
Não obstante “grandes esforços” feitos para estimular a recuperação pós-Covid, a resposta insuficientemente ambiciosa é “como a resposta a outros desafios globais prementes”, incluindo a emergência climática, segundo o relatório.
“Nossa recomendação mais fundamental é o fortalecimento do multilateralismo em todas as dimensões cruciais: política, cultural, institucional e financeira”, disseram os autores no relatório. “Convocamos todos os países, especialmente os mais ricos e poderosos, a apoiar, sustentar e apoiar o trabalho do sistema da ONU.”
Donato Paolo Mancini, Folhapress
Morre César Ferreira, ex-goleiro da Seleção de Ipiaú
Faleceu no início da manhã desse domingo (18), o ex-goleiro da Seleção de Ipiaú, César Ferreira da Silva, de 48 anos. O óbito ocorreu no Hospital Geral de Ipiaú. De acordo com as informações de familiares, a morte foi causada por uma parada cardiorrespiratória. César tinha procurado a unidade hospitalar reclamando de dores e acabou não resistindo. O corpo está sendo velado no templo da Primeira Igreja Batista (PIB) de Ipiaú. O sepultamento está previsto para às 16h no Cemitério Jardim da Saudade. César foi atleta da seleção ipiauense na década de 90. Ele deixa esposa e seis filhos. (Giro Ipiaú)
Bolsonaro visita caixão da rainha ao lado de Michelle e Silas Malafaia
Em Londres para o funeral de Elizabeth 2ª, o presidente Jair Bolsonaro visitou o caixão da rainha no Palácio de Westminster, neste domingo (18).
Ele estava acompanhado da primeira-dama, Michelle, e do pastor Silas Malafaia, apoiador de campanha que integra a comitiva de Bolsonaro na viagem ao Reino Unido.
Bolsonaro prestou homenagem à monarca depois de conceder entrevista a um youtuber brasileiro que vive em Londres, segundo publicações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que acompanhou o pai na viagem, e após ato com apoiadores em tom eleitoral.
Na frente da casa do embaixador do Brasil em Londres, o presidente discursou, voltou a levantar bandeiras contra a legalização do aborto e chegou a afirmar que ganharia no primeiro turno das eleições, ainda que seja o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Folhapress
País tem recorde de candidaturas ligadas a candomblé e umbanda
Era 2010 quando policiais agrediram um jovem agricultor em um assentamento na zona rural de Ilhéus, no sul da Bahia. Uma das líderes da comunidade, a ialorixá Bernadete Souza tentou intervir e foi acusada de desacato.
“Houve uma manifestação do meu orixá. Os policiais me jogaram no chão, em um formigueiro, puxaram meu cabelo e disseram que satanás ia sair do meu corpo”, conta.
O episódio marcou Mãe Bernadete de Oxóssi e serviu de combustível para sua luta contra a intolerância religiosa. Para dar protagonismo a esse e outros temas ligados às comunidades tradicionais, ela concorre neste ano a uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia pelo PSOL.
Ela não é a única. As eleições de 2022 terão um recorde de candidaturas ligadas às religiões de matriz africana, indica levantamento da Folha com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Neste ano, 29 líderes do candomblé e da umbanda concorrem utilizando orixás ou os títulos de pai e mãe de santo no nome de urna. Isso equivale a 4% do total de religiosos inscritos para a eleição.
Mas o número é maior, já que nem todos adotam explicitamente as funções nos terreiros ou os nomes das divindades. É o caso da própria Mãe Bernadete de Oxóssi, que aparecerá nas urnas apenas como Bernadete.
“Sou ialorixá, mas também militante do movimento negro, mulher camponesa e assentada. A religião é mais um elemento da nossa cultura enquanto povos tradicionais”, afirma.
As candidaturas do candomblé ou da umbanda identificadas a partir dos nomes de urna são todas para deputado estadual ou federal e estão espalhadas por 14 estados. Pouco mais da metade se concentra em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
O PDT é o partido com mais representantes. A lista tem 14 legendas, entre elas o PL, do presidente e postulante à reeleição Jair Bolsonaro, e o Republicanos, sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus.
No geral, as candidaturas de líderes espirituais de todas as vertentes cresceram 13% em relação a 2018 e também batem recorde neste ano. São 793 postulantes com nomes associados a cultos ou que declaram o sacerdócio como ocupação profissional.
Pelo menos 70% são de igrejas evangélicas. Mas essa parcela pode ser bem maior, pois há títulos inconclusivos, como bispo e missionário, que são mais frequentes nesse segmento. A maioria (461) usa as funções de pastor e pastora no nome de urna.
Para o professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e babalaô Ivanir dos Santos, a intolerância religiosa e a demonização das crenças de origem africana levaram líderes a se sentirem encorajados a entrar nessa disputa.
Exemplo disso é Pai Marcelo de Oxóssi (PSB), candidato à Assembleia do Rio. Na eleição passada, ele havia concorrido como Marcelo Oliveira, mas neste ano decidiu ressaltar a temática tanto no nome quanto nas fotos de campanha. A decisão, conta, veio após um ataque a seu terreiro, em Nova Iguaçu.
“Busquei o auxílio do poder público e não tive respaldo nem ajuda de ninguém. Cometi um erro em 2018, pois um pai de santo que se lança candidato não pode esconder quem é e para o que veio. Nós precisamos e temos o direito de colocar representantes em todos os setores”, diz.
Segundo o Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas), entidade que atua no combate à intolerância religiosa e ao racismo, houve 47 episódios violentos em 2021 só no estado do Rio, parte deles cometida por agentes públicos.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos recebeu no primeiro semestre deste ano 549 denúncias relacionadas à liberdade de culto. Em 133, a vítima era de religiões afro-brasileiras (24%), ante 103 evangélicas (19%) e outras 52 católicas (9%).
Em contrapartida, segundo o Datafolha, só 2% dos brasileiros são praticantes das religiões de matriz africana, enquanto 50% se declaram católicos, e 31%, evangélicos.
“Não queremos entrar na política para impor nossa visão. É uma luta pelo direito ao respeito e à diversidade. Infelizmente, os partidos não dão o mesmo tratamento, por isso as chances são menores”, afirma Ivanir dos Santos.
O próprio Ivanir chegou a se lançar pré-candidato ao Senado pelo PDT do Rio, mas o partido escolheu o ex-deputado evangélico Cabo Daciolo para concorrer ao cargo.
Candidato a deputado estadual na Bahia e ativista do Coletivo de Entidades Negras, Marcos Rezende (PSOL) defende que a eleição de representantes das religiões de matriz africana poderá trazer relevância a temas como a liberdade religiosa e o Estado laico. “Precisamos olhar o terreiro como um espaço político-religioso”, diz Marcos, ogã de Ewá e ojuobá da Casa de Oxumaré.
O babalorixá Marcelo Fritz (Podemos), que concorre a deputado estadual no Rio, faz coro: “Existe uma cultura no candomblé de não querer misturar religião e política. Mas tento colocar na cabeça do povo de santo que precisamos de representantes. Quem tem que resolver nossos problemas somos nós.”
Historicamente, as religiões de matriz africana tiveram aliados como o escritor Jorge Amado, deputado nos anos 1940 pelo Partido Comunista Brasileiro, ogã no terreiro do Ogunjá e autor da emenda que garantiu liberdade de culto no país. Mas houve poucos líderes concorrendo nas eleições.
As candidaturas identificadas com essas religiões têm rota ascendente nos últimos quatro pleitos, saindo de 7 postulantes em 2010 para 29 neste ano. Até a última disputa, nenhum foi eleito.
Assim como em 2018, o número supera o dos postulantes com títulos diretamente associados à Igreja Católica. O total de padres e freis concorrendo a cargos eletivos caiu de 19 há quatro anos para 14 na eleição atual.
A maioria dos candidatos religiosos está concentrada no campo da direita. O partido com mais postulantes é o Republicanos, com 72 nomes, seguido por PTB, PSC e PL, DC e Patriota.
O PL de Bolsonaro mais do que dobrou o seu número desde 2018, para 50. O maior saldo na comparação com a eleição passada é do PTB, que saiu de 11 para 62 postulantes associados às igrejas.
Neste ano, a arena religiosa é novamente um dos principais focos da campanha eleitoral. Embora tenha perdido parte do apoio da população evangélica, esse é um dos segmentos com melhor desempenho de Jair Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo o Datafolha, com 51% das intenções, contra 28% do petista.
Bolsonaro tem usado cultos como palco eleitoral, repetindo motes cristãos usados desde sua vitória em 2018 e afirmando que cumpre no Planalto uma “missão dada por Deus”.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro foi acusada de intolerância religiosa depois de compartilhar um vídeo antigo no qual Lula aparece recebendo um banho de pipoca em uma celebração de candomblé. Na publicação, afirmou que o petista “entregou sua alma para vencer a eleição”.
Lula, por sua vez, já chamou Bolsonaro de “fariseu” e fez acenos recentes ao segmento. Em encontro de campanha com líderes evangélicos, reafirmou que os governos do PT sempre defenderam a liberdade religiosa, a exemplo do que já havia dito em discurso a representantes de povos de terreiros no Pará.
Cristiano Martins, João Pedro Pitombo e Letícia Padua, Folhapress
Bolsonaro assina livro de condolências da rainha Elizabeth 2ª em Londres
Ao lado da primeira-dama Michelle, o presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou neste domingo (18) o livro de condolências da rainha Elizabeth 2ª, em Londres.
O rito foi cumprido também por outros líderes ao longo do dia na Lancaster House, como o premiê da Ucrânia, Denis Chmihal, enviado do país em guerra para o funeral da soberana.
Antes, Bolsonaro, acompanhado de Michelle e do pastor Silas Malafaia, visitou o caixão de Elizabeth 2ª, no Palácio de Westminster.
Folhapress
ACM Neto volta a cobrar da Justiça Eleitoral isonomia entre todos os candidatos
O ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) voltou a cobrar da Justiça Eleitoral tratamento isonômico entre todos os candidatos ao governo da Bahia. Há oito dias praticamente sem propaganda na televisão e no rádio, ACM Neto afirmou em suas redes sociais que “nada vai silenciar o desejo de mudança dos baianos”.
“Se não estamos na TV, vamos mandar nossas mensagens nas redes, no zap, nas ruas. Vamos comigo nessa corrente pra mudar a Bahia. Nada será mais forte do que a vontade do povo”, postou o candidato.
Na noite deste sábado (17), durante evento político em Serra do Ramalho, ACM Neto criticou a Justiça Eleitoral. “Mais um dia e a gente continua praticamente fora da propaganda eleitoral. Alô, Justiça Eleitoral da Bahia, queremos justiça. E ninguém vai me calar. Tô aguardando, viu? Ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal Regional Eleitoral, aos juízes. Primeiro, o meu respeito, sempre tive. Depois, a minha palavra de que não vale o que está acontecendo. A gente não vai deixar ninguém nos calar. Alô, Justiça, por favor, estamos a esperando a providência de vocês”.
PF descobre esquema e evita quase R$ 500 milhões em fraudes do INSS
A Polícia Federal identificou uma suspeita de fraude que pode chegar a R$ 486 milhões em pagamentos de benefícios, como o auxílio-reclusão, cujo objetivo é proteger parentes que, com a prisão do segurado, podem ficar sem renda e, no caso de jovens, abandonar a escola para trabalhar.
A operação para identificar os desvios também contou com a atuação do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Setores de inteligência das instituições financeiras que fazem esses pagamentos verificaram indícios de irregularidades nas transferências.
De acordo com a PF, as supostas fraudes foram feitas por meio de acessos de senhas de 29 servidores do INSS. A principal suspeita é que os códigos tenham sido hackeados. Ainda segundo policiais que participam da ação, com o acesso ao sistema do órgão, criminosos conseguiram reativar benefícios e alterar dados de contas bancárias para que os pagamentos fossem feitos.
Investigadores contaram à Folha que, entre os indícios encontrados até o momento, foi possível identificar em uma grande quantidade de casos que titulares das contas dos bancos não eram os mesmos destinatários dos benefícios.
Um outro padrão notado é que as reativações foram feitas em benefícios que estavam perto de completar cinco anos, com valores que nunca passavam de R$ 100 mil —o que seria, em tese, para não chamar a atenção de órgãos de controle, como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
“A Polícia Federal detectou, por meio do uso de ferramentas de análise massiva de dados, a existência de milhares de reativações de benefícios sociais de forma fraudulenta. Dessa forma, a medida mais urgente para evitar a evasão de dinheiro público foi o acionamento das instituições financeiras, possibilitando o bloqueio do pagamento de milhões de reais em benefícios fraudulentos”, disse Cléo Mazzotti, coordenador-geral de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal.
A maior preocupação do lado da polícia era que os pagamentos fossem suspensos o quanto antes. Isso porque a experiência de investigações desse tipo mostra que é difícil recuperar o dinheiro depois de realizada a transferência. Em algumas situações, é possível encontrar os autores, mas dificilmente os recursos são devolvidos.
A apuração começou em junho deste ano e, desde então, os bloqueios de pagamentos começaram a ser feitos.
Mais de 13 mil benefícios que seriam pagos estão na mira da investigação —entre eles o auxílio-reclusão. o benefício é pago a dependentes do trabalhador que tenha no mínimo dois anos de atividade urbana reconhecida pelo INSS e não receba benefício do órgão, dentre outras exigências.
Segundo o INSS, uma análise mais aprofundada vai concluir, dentro desse montante de R$ 486 milhões, quais benefícios que seriam pagos irregularmente e quais estavam regulares. Por isso, o órgão ainda não tem informação de quanto poderá ser recuperado.
A PF agora investiga se a ação foi orquestrada, se partiu de um mesmo grupo e busca identificar os autores das supostas fraudes.
Na esteira de medidas para combater desvios, o INSS concluiu no início de setembro a distribuição de tokens para aprimorar a segurança no acesso de servidores do órgão a dados dos beneficiários e ao sistema que autoriza a concessão de benefícios.
Com isso, o acesso passa a ser protegido por três mecanismos: a senha pessoal de cada servidor, a verificação em duas etapas (código enviado para o celular do servidor) e o token (uma espécie de pen-drive que deve ser inserido no computador para destravar o sistema do INSS).
Os tokens custaram R$ 1,34 milhão e devem ser renovados em três anos.
“Historicamente, o INSS é alvo de fraude, é alvo de todo tipo de problema. Nós começamos nos últimos anos a intensificar as parcerias com outros órgãos. As fraudes estavam cada vez mais sofisticadas, e o mundo está investindo em segurança cada vez mais. Então o setor público não pode ficar à margem disso”, disse o diretor de tecnologia da informação do INSS, João Rodrigues da Silva Filho.
O processo de compra dos tokens começou ainda no ano passado, como um projeto do INSS. A compra foi feita no início de 2022 e, agora em setembro, o sistema de todos os servidores do órgão (cerca de 20 mil) passou a exigir o dispositivo.
Essa nova fase começou como um teste para um grupo mais restrito de servidores, mas, após seis meses, foi adotado por todo o órgão.
Os tokens foram distribuídos inclusive para servidores de agências do INSS em todo o país. Segundo Filho, o dispositivo passou a ser necessário até para acessar o histórico e processo de beneficiados.
“O valor investido na segurança é muito pequeno em relação ao risco de fraudes”, afirmou o diretor.
O INSS trabalha em conjunto com outros órgãos para evitar prejuízos no pagamento de benefícios. Além da PF, há grupos de trabalho com o Ministério da Previdência e Trabalho, GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e Dataprev.
Os bancos fazem, por exemplo, cruzamento de dados para saber se o benefício a ser pago será depositado em uma conta com o mesmo CPF ou de algum familiar. Caso contrário, há um indício de fraude.
Outra medida prevista pelo INSS é a troca da rede dos computadores, por uma com acesso mais rápido e que dá mais autonomia ao órgão. Atualmente, em caso de alguma suspeita de acesso irregular com informações e senhas de servidores, o INSS não consegue bloquear o acesso imediatamente —às vezes, depende do Dataprev.
Além disso, o INSS quer investir mais em cursos e conscientização dos servidores sobre os riscos de fraude para evitar que o sistema seja burlado.
Camila Mattoso e Thiago Resende, Folhapress
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