Bolsonaro trava embate com Ciro, Tebet e Soraya, e Lula é atacado por ausência em debate

Em debate marcado pela ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PT) se tornou alvo principal das críticas dos adversários e protagonizou embates com Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

Substituto do bolsonarista Roberto Jefferson (PTB), impedido de concorrer, Padre Kelmon (PTB) fez dobradinhas com Bolsonaro, em meio a perguntas recheadas de críticas à esquerda sobre aborto e perseguição aos cristãos na Nicarágua.

O debate deste sábado (24) foi organizado em pool por SBT, CNN Brasil, O Estado de S. Paulo, Terra, Veja e as rádios Eldorado e Nova Brasil.

O púlpito reservado a Lula ficou vazio. O petista disse que não poderia comparecer porque já tinha compromissos agendados previamente e porque não haveria tempo para ele se preparar. Ele deve participar do debate da Globo no dia 29.

Enquanto seus adversários debatiam no estúdio, o ex-presidente criticava Bolsonaro em comício na noite deste sábado (24) em Itaquera, na zona leste de São Paulo.

“Todo dia ele fala ‘eu não sou ladrão’. Ele vai ver se é ladrão ou não quando eu tomar posse e acabar com esse sigilo. Qualquer coisinha, ele faz um decreto de sigilo de 100 anos. Vou acabar no primeiro dia com isso, para [a gente] ver o que está escondido”, disse.

A ausência do líder nas pesquisas foi criticada pelos demais candidatos. Bolsonaro disse que essa atitude demonstra falta de compromisso com a população, Ciro chegou a falar que o petista está de salto alto, e Tebet disse que o ex-presidente pede à população um cheque em branco —a expressão tem sido usada diante da falta de detalhes sobre o que pretende fazer se for eleito.

Sem o petista, Bolsonaro protagonizou os embates mais duros com as senadoras Tebet e Thronicke. Na primeira pergunta, Tebet cobrou o presidente sobre o corte de recursos para merenda e creches e indagou por que ele não dá prioridade para as crianças.

Ela lembrou ainda de palavras chulas que o presidente diz.

Na resposta, Bolsonaro insinuou que a emedebista dá apoio velado a Lula e disse que fala sim alguns palavrões, mas não defende ladrão.

Ele acusou tanto Tebet como Thronicke de se beneficiarem com verbas das emendas de relator, o chamado orçamento secreto, gastas com pouca transparência e disse que o Orçamento é feito a quatro mãos, com o Executivo e o Legislativo.

“Eu não sei para onde vai o dinheiro do orçamento secreto”, chegou a afirmar o presidente.

Em suas interações com o presidente, Thronicke fez referências veladas à aquisição de leite condensado, viagra e próteses penianas pelo Exército ao atacar Bolsonaro.

“O que é o que é, não reajusta merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado, tira remédio da farmácia popular, mas mantém a compra de viagra, não compra vacina para Covid, mas distribui prótese peniana para os amigos?”, afirmou a senadora.

Ela disse ainda que o presidente “não deveria cutucar onça com sua vara curta”.

Com alta rejeição entre as mulheres e desgastado após ataque à jornalista Vera Magalhães no debate anterior, o presidente focou suas críticas às duas senadoras principalmente na verba que elas usaram das emendas de relator.

Bolsonaro também ouviu críticas de Ciro Gomes (PDT).

O pedetista, em terceiro lugar, distribuiu os ataques entre Lula e Bolsonaro de forma equivalente e citou mais de uma vez investigações contra os filhos dos dois líderes nas pesquisas.

Em dobradinhas com Bolsonaro, Padre Kelmon (PTB) fez perguntas sobre aborto e perseguição aos cristãos na Nicarágua e indagou se o presidente não fez nada de bom.

Em questões a Ciro e Tebet, o padre cobrou postura contra o aborto. Os dois responderam que são a favor da vida. A senadora chegou a falar que jamais se confessaria com o padre.

“O feminismo no Brasil precisa ser entendido não como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã”, afirmou.

Bolsonaro voltou a criticar no debate o STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que mudará a corte com as duas nomeações que poderá fazer em um eventual segundo mandato.

“Com quatro pessoas lá dentro pensando em prol do Brasil, o Supremo mudará a forma de agir. Não mais mudará a vida de todos nós”, afirmou, referindo-se à duas nomeações que já fez —os ministros André Mendonça e Nunes Marques.

Antes do evento, ele comentou decisão de Mendonça retirando a censura sobre reportagem do site UOL a respeito de compra de imóveis pelo clã Bolsonaro com dinheiro vivo.

“Viram a decisão do Supremo sobre imóveis ontem? Vamos cumprir a decisão do Supremo. O UOL fez um trabalho sujo. Desde 1990 levantou os imóveis que familiares meu compraram, não levantou o que venderam”, disse o presidente. “Continua valendo decisão do Supremo de ontem, mas quem persistir nos ataques de imóveis meu é da minha família vai responder Civil e criminalmente”.

AUSÊNCIA DE LULA

Após condicionar sua participação em debates à formação de um pool de emissoras, Lula deverá comparecer a somente dois deles no primeiro turno das eleições.

O ex-presidente teve seu desempenho criticado no debate organizado pelo pool da TV Bandeirantes, Folha, UOL e TV Cultura, em agosto, principalmente por não responder diretamente a questionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre corrupção.

A presidente do PT e coordenadora da campanha de Lula, Gleisi Hoffmann, disse que o petista irá ao debate da TV Globo, o último antes do primeiro turno, na próxima quinta-feira (29).

Na noite desta sexta (23), Lula disse que o SBT demorou para formar um pool para o debate, o que a emissora nega.

“Eu tenho profundo prazer de participar de debate. É bom participar. Lamentavelmente o debate do SBT demorou um pouco. A minha coordenação mandou uma carta para fazer um pool e, quando veio a resposta, eu já tinha agenda no Rio de Janeiro e em São Paulo”, afirmou o petista.

Ele que não poderia desmarcar os atos que já tinha confirmado presença. “Porque faltando uma semana para as eleições, você desmarcar compromissos avisados para o povo é muito delicado”.

Em nota, o SBT afirma que, diferentemente do que foi declarado pelo candidato, a formação do pool ocorreu antes da sugestão feita pela campanha do petista.

“Em 22 de março, os quatro grupos enviaram formalmente email às campanhas presidenciais, comunicando a realização do debate e informando as datas escolhidas para os confrontos do primeiro e do segundo turno”, diz um trecho do texto.

Ainda segundo a nota divulgada pela emissora, “em 28 do mesmo mês, foi realizada a primeira reunião presencial com representantes dos candidatos convidados. A campanha de Lula esteve presente em tal reunião, assim como em todas as demais reuniões convocadas para discutir os detalhes e regras do debate”.

Angela Pinho/Carlos Petrocilo/Folhapress

Família Real divulga foto da lápide da rainha Elizabeth 2ª

O Palácio de Buckingham divulgou neste sábado (24) uma fotografia do local onde foi enterrada a rainha Elizabeth 2ª, na Capela de St. George, no Castelo de Windsor, em Londres.

Esculpida à mão em mármore preto belga, a lápide traz os nomes dos pais da rainha —o rei George 6º e a rainha Elizabeth—, dela e do marido, Philip, morto em abril de 2021. Ao lado de cada nome, aparecem as datas de nascimento e de morte.

Além dos pais e do marido, a irmã de Elizabeth, a princesa Margaret, também está enterrada na capela.

Folhapress

Saúde cadastra laboratórios para diagnóstico de varíola dos macacos

O Ministério da Saúde informou que cadastrou sete novos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) para realizar testes diagnósticos de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox. “A partir de agora, Bahia, Goiás, Santa Catariana, Ceará, Pernambuco, Paraná e Espírito Santo também terão capacidade para fazer a análise das amostras. Com isso, a pasta garante maior celeridade à identificação do vírus, que é monitorado desde que foi detectado pela primeira vez no país, em junho de 2022”, informou a pasta.

Antes da ampliação, os exames já eram realizados pelos Lacens de Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, além dos laboratórios de referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro e no Amazonas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Evandro Chagas, no Pará.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até terça-feira (20), pelo menos 7.115 casos da infecção viral já haviam sido registrados em todo o país. A maioria nos estados de São Paulo (3.548), Rio de Janeiro (963), Minas Gerais (446), Goiás (415) e Ceará (247).

O diagnóstico é feito exclusivamente por teste molecular do tipo PCR, mesma tecnologia dos testes de Biomanguinhos, da Fiocruz, aprovados pela Anvisa.

Com relação aos testes de Biomanguinhos, a previsão inicial de aquisição pelo Ministério da Saúde é, inicialmente, de 60 mil kits, quantitativo que pode variar de acordo com a disponibilidade, para distribuição por toda a rede de Lacens e Laboratórios de Referência, considerando a situação epidemiológica de cada estado.

Suspeita

As autoridades de saúde alertam que em caso de suspeita da doença, o teste molecular para diagnóstico laboratorial deve ser realizado em todos os pacientes. Ele é capaz de detectar o material genético do vírus na amostra colhida de cada indivíduo. “Para isso, ela deve ser coletada, preferencialmente, a partir da secreção das lesões purulentas. Quando estas já estão secas, as crostas podem ser retiradas e encaminhadas ao laboratório”, orientou a pasta.

Para quem testou positivo, a conduta recomendada é a manutenção do isolamento até desaparecimento das crostas e a completa cicatrização da pele, sem a necessidade de um novo teste. Os sintomas mais comuns são erupção cutânea ou lesões espalhadas pela pele; adenomegalia/linfonodos inchados, também conhecidos como ínguas; dor de cabeça; calafrios e fraqueza.

Edição: Fernando FragaO Ministério da Saúde informou que cadastrou sete novos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) para realizar testes diagnósticos de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox. “A partir de agora, Bahia, Goiás, Santa Catariana, Ceará, Pernambuco, Paraná e Espírito Santo também terão capacidade para fazer a análise das amostras. Com isso, a pasta garante maior celeridade à identificação do vírus, que é monitorado desde que foi detectado pela primeira vez no país, em junho de 2022”, informou a pasta.

Antes da ampliação, os exames já eram realizados pelos Lacens de Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, além dos laboratórios de referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro e no Amazonas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Evandro Chagas, no Pará.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até terça-feira (20), pelo menos 7.115 casos da infecção viral já haviam sido registrados em todo o país. A maioria nos estados de São Paulo (3.548), Rio de Janeiro (963), Minas Gerais (446), Goiás (415) e Ceará (247).

O diagnóstico é feito exclusivamente por teste molecular do tipo PCR, mesma tecnologia dos testes de Biomanguinhos, da Fiocruz, aprovados pela Anvisa.

Com relação aos testes de Biomanguinhos, a previsão inicial de aquisição pelo Ministério da Saúde é, inicialmente, de 60 mil kits, quantitativo que pode variar de acordo com a disponibilidade, para distribuição por toda a rede de Lacens e Laboratórios de Referência, considerando a situação epidemiológica de cada estado.

Suspeita

As autoridades de saúde alertam que em caso de suspeita da doença, o teste molecular para diagnóstico laboratorial deve ser realizado em todos os pacientes. Ele é capaz de detectar o material genético do vírus na amostra colhida de cada indivíduo. “Para isso, ela deve ser coletada, preferencialmente, a partir da secreção das lesões purulentas. Quando estas já estão secas, as crostas podem ser retiradas e encaminhadas ao laboratório”, orientou a pasta.

Para quem testou positivo, a conduta recomendada é a manutenção do isolamento até desaparecimento das crostas e a completa cicatrização da pele, sem a necessidade de um novo teste. Os sintomas mais comuns são erupção cutânea ou lesões espalhadas pela pele; adenomegalia/linfonodos inchados, também conhecidos como ínguas; dor de cabeça; calafrios e fraqueza.

Edição: Fernando Fraga
Por Karine Melo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Ministro do TSE proíbe realização de lives de campanha no Alvorada

O ministro Benedito Gonçalves do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu que o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, faça lives no Palácio da Alvorada ou no Palácio do Planalto com pronunciamentos de conteúdo eleitoral. Em sua decisão, proferida hoje (24), o ministro entendeu que tais transmissões ferem a isonomia entre os candidatos, uma vez que o presidente usou bens e recursos públicos em uma live de campanha.

“Os elementos presentes nos autos são suficientes para concluir, em análise perfunctória, que o acesso a bens e serviços públicos, assegurado a Jair Messias Bolsonaro por força do cargo de Chefe de Governo, foi utilizado em proveito de sua campanha e de candidatos por ele apoiados”, disse Gonçalves em sua decisão.

A decisão do TSE atendeu um pedido do PDT. Em seu pedido, o partido afirmou que Bolsonaro desvirtuou a finalidade da live, que sempre foi feita para divulgar atos de governo, e usou a estrutura da administração pública federal para servir seus propósitos eleitorais.

Na quarta-feira (21), Bolsonaro fez uma live fugindo do seu hábito de, desde 2019, realizar uma live por semana sempre às quintas-feiras. Nessa transmissão, o candidato à reeleição disse que, com a proximidade das eleições, faria lives diárias e dedicaria parte do tempo para promover candidatos apoiados por ele. Na live do dia 21, ele também pediu votos para outras candidaturas.

Além de proibir novas lives de cunho eleitoral em instalações da administração pública, o ministro do TSE também determinou a remoção da live do dia 21 de setembro das redes sociais. “Faz-se necessário tanto determinar a remoção do material potencialmente irregular quando vedar que seja reiterada a conduta – especialmente em razão do anúncio de que as lives poderão ser veiculadas diariamente até a véspera do pleito”, decidiu o ministro.

Edição: Fábio
Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Ipiaú: kits recebidos trará fortalecimento na produção de leite e cacau


A Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Ipiaú, em parceria com o Consórcio Intermunicipal do Médio Rio das Contas-CIMURC- e o Governo do Estado, realiza mais uma importante ação em favor dos agricultores familiares do município. Desta vez é pelo fortalecimento das cadeias produtivas do leite e cacau.

Nada menos que 80 pequenos produtores serão beneficiados com kits produtivos que envolvem insumos e outros equipamentos fundamentais para o desenvolvimento da nova ação do Programa Bahia Produtiva, vinculado ao projeto Parceria Mais Forte, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) /Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR).

Em ato realizado na última segunda-feira, 19, na sede do Cimurc, em Jequié, o secretário municipal da Agricultura e meio Ambiente, Poleandro Silva, recebeu do titular da SDR, Jeandro Ribeiro, o kit contendo insumos e equipamentos que, brevemente, serão repassados para os os pequenos produtores e agricultoras familiares de Ipiaú.

São dois tanques de resfriamento de leite, cada um com capacidade para dois mil litros, 60 sacos de calcário, Kit forrageira para cuidar bem da pastagem, além de dois tablets e duas motocicletas para os assistentes técnicos que atenderão as associações dos agricultores e produtores familiares. Tem ainda kits galinha poedeira, com local apropriado para armazenamento de ovos.

O secretário Poleandro Silva comentou que essa parceria possibilitará que os produtores imprimam mais dinamização e produtividade no serviço do campo, visando o fortalecimento dos negócios e da renda no segmento.
José Américo / DIRCOM Prefeitura Ipiaú

Entidades mobilizam ‘QG’ para reagir a tentativas de tumultuar dia da eleição

Um conjunto de entidades da sociedade civil se mobiliza para reagir a eventuais tentativas de tumultuar a votação no próximo dia 2.

Reunidos em encontros quinzenais desde julho, e semanais desde a semana passada, os representantes das organizações têm feito um mapeamento dos principais riscos de ocorrências e distribuído tarefas entre seus integrantes.

As ações já executadas até aqui, em conjunto ou individualmente por cada grupo, vão desde gestões para que as prefeituras garantam transporte público às zonas eleitorais até reuniões com representantes de outros países para garantir um reconhecimento rápido do resultado da votação.

A ideia é que, no dia da votação, as entidades estejam reunidas em um lugar físico ainda a definir, que funcionará como uma espécie de “sala de situação” para reagir a eventuais problemas, diz Flávia Pellegrino, coordenadora executiva do Pacto pela Democracia, que integra o grupo.

Entre as outras entidades que têm participado dos preparativos para a data estão Comissão Arns, Conectas, Direitos Já!, Fundação Tide Setubal, Transparência Internacional, Rede Liberdade e Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), entre outras.

A “vigília cívica” também terá um papel simbólico, diz Pellegrino, de mostrar que a sociedade civil está engajada em defender a integridade do processo eleitoral.

Trata-se de uma reação à série de ataques ao sistema eleitoral brasileiro feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Além de fazer uma série de afirmações falsas e já desmentidas sobre o sistema eletrônico de votação, Bolsonaro em mais de uma ocasião colocou em dúvida sua postura diante do resultado da escolha popular.

No ano passado, chegou a falar que só sairia da Presidência morto ou com vitória e, neste, colocou como condição para aceitar o resultado considerar que as eleições foram “limpas”, o que em diversas ocasiões ele já colocou em dúvida.

O trabalho das entidades, explica a coordenadora, se dá em três eixos: a qualificação do processo eleitoral, com estímulo à participação dos cidadãos no pleito; a defesa do processo eleitoral, com ações para mitigar eventuais constrangimentos a quem for votar; e a defesa do resultado da escolha popular.

A ideia é que diferentes frentes atuem para atingir esses objetivos. Parte do trabalho se dará no domingo da eleição, mas boa parte já começou.

Nesta sexta-feira (23), por exemplo, a Raps enviou aos vereadores que compõem a sua rede sugestão para que enviem ao Poder Executivo do município onde atuam um requerimento perguntando qual o plano para garantir transporte público aos cidadãos na eleição.

Aos prefeitos e vices foram feitas sugestões com o mesmo objetivo.

Outros grupos estão trabalhando na frente das redes sociais, atuação que será mantida e eventualmente reforçada no domingo. O objetivo é detectar a disseminação de desinformação sobre o processo e reagir com celeridade.

Os representantes da vigília também estarão em contato com plataformas digitais para tentar obter respostas rápidas durante a votação.

Na frente da segurança pública, já foram feitos os contatos com Ministérios Públicos estaduais de todo o país e mesmo com alguns governadores para que as polícias sejam orientadas sobre como reagir a eventuais tentativas de tumultuar o processo.

Em outra linha de ação, diz Pellegrino, também já foram efetuados contatos com mais de duas dezenas de embaixadas em busca de um reconhecimento rápido do resultado da votação, seja ele qual for.

Essa gestão junto a atores internacionais é a continuidade de um trabalho que já vem sendo feito há meses por entidades como o próprio Pacto pela Democracia e o Washington Brazil Office.

Representantes dessas organizações, entre outras, já foram ao Capitólio, ao Departamento de Estado dos EUA e ao Parlamento Europeu neste ano para alertar sobre as ameaças ao sistema eleitoral no Brasil e pedir aos interlocutores que se manifestem reconhecendo a validade do resultado da eleição.

No dia 2, integrantes da “vigília cívica” estarão em contato direto também com observadores do pleito no Brasil.

Na avaliação da coordenadora, qualquer ocorrência pontual na votação no país pode gerar ruídos e escalar para todo o país. Por isso, afirma, a ideia é que a ação tenha abrangência nacional.

Não está descartado eventual acompanhamento da totalização dos votos. A iniciativa seria uma forma de não deixar as Forças Armadas sozinhas na iniciativa.

Militares devem ser enviados para tirar fotos de boletins de urna e conferir se os dados são os mesmos que chegam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A atuação conjunta da sociedade civil em defesa do processo eleitoral ecoa iniciativas feitas em outros países como os Estados Unidos e Filipinas, em que as entidades se reuniram para reagir a tentativas de seus mandatários de desacreditar o sistema.

A vigília não tem exatamente os mesmos atores que articularam a leitura das cartas pela democracia no dia 11 de agosto, mas todos eles apoiaram o ato realizado na Faculdade de Direito da USP.

Angela Pinho/Folhapress

Chanceleres de EUA e China se reúnem em meio a tensões por Taiwan

Os chefes da diplomacia de Estados Unidos e China, Antony Blinken e Wang Yi, respectivamente, reuniram-se nesta sexta-feira (23) em Nova York, em meio a tensões bilaterais sobre Taiwan.

Blinken e Yi apertaram as mãos e trocaram cumprimentos diante das câmeras, antes de iniciarem sua reunião de cerca de 90 minutos, à margem da Assembleia Geral anual da ONU.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, o secretário Antony Blinken "enfatizou que preservar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan é fundamental para a segurança e a prosperidade regional e mundial".

O chefe da diplomacia americana também advertiu seu homólogo chinês sobre as consequências do apoio de Pequim à “invasão russa de um país soberano”, acrescentou Price.

Oficialmente neutra, a China é, com frequência, acusada por lideranças ocidentais de ser muito conciliadora com a Rússia. Autoridades americanas manifestaram, no entanto, esperanças moderadas, após as declarações de Pequim esta semana na ONU.

Em Nova York, o chanceler chinês também se reuniu com o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, a quem garantiu que Pequim pediu que se respeite "a integridade territorial de todos os países".

A reunião entre Blinken e Wang foi "extremamente franca, construtiva e minuciosa", resumiu um funcionário americano, que pediu para não ser identificado.

Este é seu primeiro encontro desde julho passado, em Bali, quando se mostraram dispostos a retomar o diálogo bilateral.

Um mês depois, a presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, viajou para Taiwan, provocando a ira de Pequim e renovando as tensões entre as duas grandes potências.

Em uma entrevista no domingo (18), o presidente americano, Joe Biden, disse estar pronto para intervir militarmente, caso Pequim ataque Taiwan.

Na reunião com Blinken, Wang acusou os Estados Unidos de "enviarem sinais muito ruins e perigosos", que estimulam Taiwan à independência, de acordo com um comunicado do Ministério chinês das Relações Exteriores.

Wang disse a Blinken que a China deseja uma "reunificação pacífica com Taiwan e que, "quanto mais atividades pela independência de Taiwan" foram realizada, haverá menos possibilidades de uma "solução pacífica", frisou a Chancelaria chinesa.

Em um aparente sinal de uma leve redução das tensões entre ambas as potências, o ministro chinês se reuniu em Nova York com o enviado americano para o clima, o ex-secretário de Estado John Kerry, embora Pequim tenha suspendido a cooperação com Washington nesta matéria, em retaliação à visita de Pelosi a Taiwan.

Em um discurso na quinta-feira (22), Wang voltou a expressar o profundo mal-estar de Pequim pelo apoio dos EUA à ilha de Taiwan.

"A questão de Taiwan está-se tornando o ponto de tensão mais arriscado nas relações EUA-China", disse ele.

"Se mal administrada, pode devastar as relações bilaterais", alertou, em conferência no "think tank" Asia Society. "Assim como os Estados Unidos não permitem a saída do Havaí, a China tem o direito de defender a unificação do país", acrescentou.

Wang declarou ainda que ambos os países querem que o relacionamento bilateral "funcione" sem confronto e observou que Washington está jogando em várias frentes ao mesmo tempo.

O Congresso americano é um forte defensor do aprofundamento dos laços com Taiwan. Um projeto de lei que contempla a primeira ajuda militar direta dos Estados Unidos à ilha asiática superou, recentemente, uma etapa fundamental no Senado.

Vídeo relacionado: China acusa EUA de ataque cibernético contra universidade

Um mês depois, a presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, viajou para Taiwan, provocando a ira de Pequim e renovando as tensões entre as duas grandes potências. 

Em uma entrevista no domingo (18), o presidente americano, Joe Biden, disse estar pronto para intervir militarmente, caso Pequim ataque Taiwan. 

Na reunião com Blinken, Wang acusou os Estados Unidos de "enviarem sinais muito ruins e perigosos", que estimulam Taiwan à independência, de acordo com um comunicado do Ministério chinês das Relações Exteriores.

Wang disse a Blinken que a China deseja uma "reunificação pacífica com Taiwan e que, "quanto mais atividades pela independência de Taiwan" foram realizada, haverá menos possibilidades de uma "solução pacífica", frisou a Chancelaria chinesa.

Em um aparente sinal de uma leve redução das tensões entre ambas as potências, o ministro chinês se reuniu em Nova York com o enviado americano para o clima, o ex-secretário de Estado John Kerry, embora Pequim tenha suspendido a cooperação com Washington nesta matéria, em retaliação à visita de Pelosi a Taiwan. 

Em um discurso na quinta-feira (22), Wang voltou a expressar o profundo mal-estar de Pequim pelo apoio dos EUA à ilha de Taiwan. 

"A questão de Taiwan está-se tornando o ponto de tensão mais arriscado nas relações EUA-China", disse ele. sct-lb/nr/kar/dg/ad/tt

"Se mal administrada, pode devastar as relações bilaterais", alertou, em conferência no "think tank" Asia Society.  contempla a primeira ajuda militar direta dos Estados Unidos à ilha asiática superou, recentemente, uma etapa 

sct-lb/nr/kar/dg/ad/tt

INSS fará pente-fino nos benefícios e cortará auxílio, aposentadoria e BPC; veja como será

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério do Trabalho e Previdência Social prepara um novo pente-fino nos benefícios por incapacidade pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o que inclui auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

A revisão, que consta em portaria publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (22), poderá ser feita também nas demais aposentadorias e no BPC (Benefício de Prestação Continuada), além de outros benefícios previdenciários, assistenciais, trabalhistas e até tributários, embora o documento não detalhe quais são eles.

Devem ser revisados auxílios e aposentadorias por invalidez que não passam por perícia há mais de seis meses, não têm alta programada nem indicação de reabilitação ao segurado. No caso do BPC, o pente-fino vai se concentrar nos que não são revisados há mais de dois anos.

O BPC é pago a idosos e pessoas com deficiência carentes, com renda mínima por pessoa da família de até um quarto do salário-mínimo (R$ 303 hoje). Para receber, é preciso estar inscrito no CadÚnico (Cadastro Único).

A idade do segurado e o tempo em que está recebendo o benefício também serão considerados para a convocação. Quanto mais novo for o beneficiário, mais chances tem de ser chamado. No caso do tempo de manutenção, quanto mais antigo for o benefício, mas chances há de passar por revisão.

O programa de revisão terá validade de até 180 dias (cerca de seis meses).

Não foi informado como os segurados serão convocados, mas quem recebe o aviso do INSS para passar por revisão deve agendar a perícia. Caso não faça isso no prazo estipulado, tem o benefício cortado.

Atualmente, a fila da perícia médica do instituto está em cerca de 1 milhão de agendamentos. O acúmulo se deve à pandemia, quando as agências ficaram fechadas por sete meses, a greves de servidores e peritos médicos e falta de servidores.

Os peritos que optarem por participar do programa poderão receber cerca de R$ 62 por perícia, segundo a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos). Será possível fazer até 15 perícias extras por dia de trabalho, além dos exames já agendados e que fazem parte da rotina do profissional.

Quando houver mutirão, no entanto, o médico poderá realizar até 30 perícias de revisão em um único dia, o que pode lhe render um acréscimo de R$ 1.860 no salário. A participação no programa de revisão, no entanto, é facultativa. A Previdência tem hoje cerca de 3.500 peritos.

Segundo o vice-presidente da ANMP, a categoria está de acordo com o pente-fino, especialmente porque trata-se de um programa em que se pode optar por participar ou não. "A gente está de acordo porque, agora, ele será optativo. O perito que se achar apto a fazer o pente-fino vai se cadastrar e realizar", afirma.

O QUE FAZER SE FOR CONVOCADO PARA O PENTE-FINO

A Previdência e o INSS ainda não definiram como será a convocação dos segurados para a revisão de benefícios. No entanto, o beneficiário que for convocado deverá apresentar documentos que comprovem o direito à renda.

Além dos documentos pessoais, é preciso ter laudos médicos e exames que provem a doença, acidente ou incapacidade. O laudo médico deve ser assinado por profissional com registro no CRM (Conselho Regional de Medicina).

Caso a doença tenha se agravado, é necessário levar exames, receitas e laudos comprovando o avanço, para que o benefício não seja cortado.

O advogado Rômulo Saraiva, especialista em Previdência e colunista da Folha, afirma que os seguradores precisam ficar atentos, por se tratar de um pente-fino muito abrangente, cujas regras ainda não estão tão claras. Para ele, é necessário que se esclareça quais são os benefícios trabalhistas e tributários que entram mira da Previdência.

Embora a revisão esteja aprovada, ainda deverá haver a publicação de instrução normativa com orientações aos segurados.

Em 2019, logo após assumir a Presidência, o governo Bolsonaro publicou medida provisória implantando pente-fino nos benefícios por incapacidade e no BPC. O foco, na época, era cortar R$ 9,8 bilhões em benefícios pagos de forma indevida.

Estavam na mira 5,5 milhões de aposentadoria e auxílios e 2,5 milhões de BPCs.
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Lewandowski diz que urnas são tão seguras quanto Pix e máquinas de calcular

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski fez uma defesa veemente da democracia, do sistema eleitoral e da confiabilidade das urnas eletrônicas numa palestra para empresários em São Paulo na sexta (23). Em sua fala, ele disse que os próprios ouvintes, que comandam grandes negócios, confiam em sistemas muito mais complexos para fazer a transferência de valores bilionários, em escala muitas vezes mundial.

O sistema que dá suporte às urnas eletrônicas, afirmou ele, é muito menos complicado, e igualmente seguro.

O magistrado contou que há poucos meses conversou sobre ele com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Eu falei: ‘O senhor que é economista, que transmite ou transfere enormes somas de dinheiro, o senhor alguma vez duvidou do sistema [financeiro], uma caixa preta, digamos assim, muito mais complexo do que a urna eletrônica?’”, relatou Lewandowski aos empresários reunidos pelo grupo Esfera Brasil.

Segundo o magistrado, as urnas são “maquinhas muito simples”, que podem ser comparadas às que comerciantes usam em seus pontos de venda. “Não têm segredo nenhum. Quando vamos a uma loja, vemos o lojista calculando o valor, e nunca duvidamos daquela somatória. Por que haveríamos de duvidar dessa maquininha [a urna eletrônica] de calcular, que no momento de sua operação está totalmente desvinculada da internet?”, questionou.

“As urnas somam quantos votos cada candidato teve, e fazem a soma”, seguiu o magistrado. Ele dá outro exemplo de sistema extremamente sofisticado nos quais as pessoas confiam: o do Pix, por meio do qual milhões de transações financeiras são feitas diariamente no Brasil.

As urnas, disse ele ainda, são “muito modernas”, testadas há mais de 25 anos e “objetos de desejo” de muitos países. “Podem tomar sol, chuva, cair de uma altura de quatro metros sem sofrer qualquer dano. Podem ser transportadas de barco, de caminhão e de helicóptero aos mais longínquos rincões do país”.

Mônica Bergamo/Folhapress

Luiz Eduardo Magalhães participa de evento ao lado de ACM Neto em Itamaraju

Bisneto do ex-senador ACM, Luiz Eduardo Magalhães participou na última quinta-feira (22) de um ato político na cidade de Itamaraju, extremo sul baiano. Ele também é neto do ex-presidente da Câmara dos Deputados Luís Eduardo Magalhães, que faleceu em 1998.

Luiz Eduardo esteve presente em um grande movimento político ao lado do candidato ao governo da Bahia pelo União Brasil, ACM Neto, que é seu primo. Chamou atenção a grande semelhança física dele com o avô, além de carregar também o nome do ex-deputado Luís Eduardo.

Candidatos da Universal omitem Bolsonaro enquanto igreja reforça apoio

(FOLHAPRESS) - A ideia de que a Igreja Universal do Reino de Deus possa sentir o gosto inédito do que é estar na oposição a um presidente parece estranha para quem conhece sua trajetória. Caso Jair Bolsonaro (PL) não consiga se reeleger, em tese é o que aconteceria com o império religioso do bispo Edir Macedo.

A igreja vem emitindo fortes sinais de que está inflexível em sua aversão ao PT, partido que já demonizou e endossou no passado, ao sabor dos ventos eleitorais. Ao mesmo tempo, há nas coxias políticas certo ceticismo sobre se a Universal realmente vai bater de frente com um eventual governo petista.

Santinhos de candidatos ligados à igreja corroboram essa desconfiança. Ao menos parte do material de campanha de quadros importantes da Universal, como a deputada estadual Edna Macedo e o deputado federal Marcos Pereira, foi impressa deixando em branco os cargos de senador, governador e presidente.

Ela é irmã de Edir Macedo, e ele, presidente do partido de ambos, o Republicanos, costela da igreja.

É comum que esse tipo de propaganda forneça uma "colinha" ao eleitor: na frente, o candidato a parlamentar, e, no verso, os números de aliados. Outros candidatos da igreja também omitiram Bolsonaro, como Gilberto Abramo, bispo da Universal em Minas que busca uma vaga na Câmara.

Em seu perfil no Instagram, Edna promoveu sua campanha destacando ela mesma, Pereira e Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro que concorre ao Governo de São Paulo pelo Republicanos. Já Pereira usou a rede para compartilhar uma imagem com o presidente pela última vez há dois meses.

Procurado, Pereira não quis comentar. Antes de ser confrontado sobre os santinhos, havia encaminhado por WhatsApp postagens definindo como fake news qualquer abalo na relação da igreja com Bolsonaro.

A ausência do nome do presidente nos panfletos eleitorais, contudo, foi lida como um indício de que parte da denominação está reticente no apoio incondicional a ele. Afinal, o Republicanos integra a coligação do candidato à reeleição. Se Bolsonaro afundar, valeria partir para o abraço dos afogados?

Ao mesmo tempo, em várias outras instâncias a Universal dobra a aposta no bolsonarismo.

Em editorial publicado no domingo (18), a Folha Universal, jornal distribuído na porta dos templos, afirma que a esquerda pode "chorar copiosamente" à vontade: as "manifestações cívicas" galvanizadas pelo presidente no 7 de Setembro deixaram claro que "o líder supremo da esquerda no Brasil não terá vida fácil".

O jornalista Gilberto Nascimento, autor de "O Reino - A História de Edir Macedo e uma Biografia da Igreja Universal", foi quem passou à reportagem os santinhos sem indicação de voto para chefe do Executivo.

Ele enfureceu a igreja na semana passada, ao publicar extensa reportagem no site The Intercept Brasil sobre a possibilidade de Edir Macedo desembarcar da candidatura bolsonarista.

A reação foi fulminante. A Universal logo repeliu a hipótese e acusou o repórter de ter criado "a fantasia de que a igreja pretende apoiar" Lula. Chamou os rumores "mentirosos" e os associou "a uma tentativa do PT de confundir os evangélicos, que já acordaram para o fato de que é impossível ser cristão e de esquerda".

Nascimento, que investiga a Universal há décadas, aponta uma divisão interna. "Quem manda hoje é o Macedo, mas o bispo está menos presente do que sempre foi. Já vem entregando a igreja na mão do Renato", diz. Renato, no caso, é o bispo Renato Cardoso, casado com a primogênita do fundador.

Bispos mais antigos na hierarquia da Universal, contudo, seriam menos entusiastas da defesa intransigente de Bolsonaro, algo que o provável sucessor de Macedo abraça.

Na visão dessa velha guarda, Renato seria menos hábil politicamente, segundo Nascimento. Mas ele, reforça o autor, não faria nada sem aval do líder da igreja. "Só que o próprio Macedo não atacaria Lula com virulência."

Nascimento não descarta que a Universal leve seu apoio a Bolsonaro às últimas consequências e, caso o presidente não vença, fique distante do poder pela primeira vez.

A igreja-farol do neopentecostalismo brasileiro ladeou com todos os governos desde que chamou Lula de demônio ao fazer campanha para Fernando Collor em 1989. Também se aproximaria de Lula quando a hora dele na Presidência chegou.

A relação entre o petista e o bispo teve altos e baixos. Ao contrário da maioria dos pares políticos, Lula fez um desagravo público quando Macedo foi preso em 1992, acusado de práticas como charlatanismo. "Se não tomarmos cuidado, daqui a pouco a polícia está na sua casa, prendendo sem critério", disse à época.

Nem por isso a Universal deixou de bater nele. Em 1994, Lula sofreu vários ataques do jornal da igreja. Numa edição, aparecia em foto com a bandeira nacional. A manchete: "Sem ordem e sem progresso".

Os dois fizeram as pazes quando o PT entrou no Palácio do Planalto. O então vice de Lula, José Alencar, era do PL, partido que concentrava nomes da Universal, e depois migrou para o PRB (atual Republicanos), arquitetado pela igreja em 2003. Em 2018, Macedo a princípio respaldou Geraldo Alckmin. A adesão ao bolsonarismo aconteceu de última hora, quando estava claro que o então tucano não tinha chances.

A pecha do fisiologismo acompanha há décadas não só a Universal, mas outras igrejas evangélicas de grande porte. Em geral, esses pastores estão onde o poder está.

Não à toa vários deles que criticaram Lula por anos tiveram, quando ele virou presidente, uma aparente revelação de que ele não era de todo ruim. A rapidez com que muitos subiram em seu palanque foi a mesma com que o abandonaram.

A dúvida que se impõe, agora, é se a ruptura entre PT e essa elite pastoral foi violenta demais em 2018, a ponto de não haver clima para reconciliação. Os anos de distanciamento coincidem com o fortalecimento de pautas identitárias, como as feministas e LGBTQIA+, agenda indigesta para muitas igrejas.

O bispo Eduardo Bravo, presidente da Unigrejas, braço da Universal, defende a participação evangélica na política. "Durante muito tempo havia a ideia de que o cristão não deveria se envolver. Contudo, sabemos que as decisões políticas influenciam diretamente a vida de toda a população", afirma à reportagem.

Bravo recomenda que o segmento escolha candidatos preocupados com "as pautas conservadoras e a família tradicional" e finaliza dizendo que, "no cenário atual de polarização política, atualmente a direita é representada por Bolsonaro".

Na sexta (16), o próprio Macedo respondeu numa rede social a um seguidor que questionou quem ele preferia ver na Presidência. "Eu continuo com o Bolsonaro e o Tarcísio", disse.

Até quando é a pergunta que alguns líderes da própria igreja se fazem.

Roma diz que comércio baiano sofre com elevada cobrança de impostos pelo Estado

O candidato a governador da Bahia João Roma (PL) apontou nesta sexta-feira (23), em Livramento, que o setor do comércio na Bahia sofre com a cobrança elevada de impostos e, por isso, perde competitividade para outros estados.

“Quem é do setor de comércio de alimentos, de bebidas, do que for, está perdendo competitividade porque vem empresa de outros estados que cobram menos impostos e, assim, fica difícil para o baiano competir. A pessoa chega numa mercearia e vê produtos que vêm de Goiás, de Minas Gerais, do Espírito Santo; ou seja, são outras empresas ocupando esse espaço e gerando emprego em outros estados”, apontou Roma, ao lado da candidata ao Senado Dra. Raíssa (PL), em Livramento, nesta sexta-feira (23).

O ex-ministro da Cidadania salientou que é preciso observar toda a cadeia produtiva na Bahia, desde os grandes investimentos como a Ferrovia de Integração Oeste Leste que está sendo concluída pelo governo do presidente Jair Bolsonaro até os pequenos investimentos e negócios. Ele diz que a lógica da atual gestão estadual não é a de auxiliar o produtor, mas armar “pegadinhas”. “É pegadinha na hora de cobrar multa, é pegadinha na hora de prestar um serviço ao cidadão. Se o camarada paga um imposto antecipado e vai querer ver lá um crédito, vira um adversário do Estado, é penalizado por causa disso”, exemplificou João Roma.

O candidato a governador apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro disse que essa lógica precisa mudar. “Além de muitos impostos cobrados na Bahia, também tem esses meandros burocráticos muito complicados que dificultam abrir uma linha de transmissão para levar energia, ou com a aplicação de regras ambientais muito complexas e que transferem a responsabilidade para o setor privado solucionar”, comentou Roma.

O ex-ministro da Cidadania ainda criticou a briga “infantil” do governo do Estado com a gestão Bolsonaro, que acaba impedindo a chegada de mais investimentos à Bahia. “Tem essa lógica de ficar numa queda de braço infantil com o governo federal. Quando Bolsonaro rescinde um convênio com o governo para duplicação da estrada de Ilhéus-Itabuna e inicia as obras, ao invés de agradecer que a via está sendo alargada, o governador manda rasgar uma avenida paralela que vai dar no mesmo local”, exemplificou Roma o que ele chamou de “desperdício de dinheiro pela gestão petista”.

Mendonça derruba censura e autoriza UOL a publicar reportagem sobre imóveis dos Bolsonaros

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), liberou a publicação pelo UOL de reportagem sobre transações imobiliárias da família Bolsonaro em dinheiro vivo.

Com a decisão, Mendonça derrubou censura imposta pelo desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), que havia determinado o conteúdo fosse retirado do ar e das redes sociais.

"No Estado Democrático de Direito, deve ser assegurado aos brasileiros de todos os espectros político-ideológicos o amplo exercício da liberdade de expressão", disse o ministro em sua decisão.

"Assim, o cerceamento a esse livre exercício, sob a modalidade de censura, a qualquer pretexto ou por melhores que sejam as intenções, máxime se tal restrição partir do Poder Judiciário, protetor último dos direito e garantias fundamentais, não encontra guarida na Carta Republicana de 1988."

Ele lembra que em 2009 o Supremo derrubou a Lei de Imprensa, criada no regime militar.

"No referido julgamento, reiterou-se a plena liberdade de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo de censura, bem assim, a imposição, ao Poder Judiciário, do dever de dotar de efetividade os direitos fundamentais de imprensa e de informação", afirmou Mendonça.

"Tomada em relação de mútua causalidade com a democracia, a liberdade de imprensa foi considerada 'patrimônio imaterial que corresponde ao mais eloquente atestado de evolução político-cultural de todo um povo'", acrescentou.

A decisão de Demetrius havia sido a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O magistrado havia concedido liminar (determinação provisória e urgente) nesta quinta (22), após os advogados de Flávio recorrerem de decisão da 4ª Vara Criminal de Brasília contrária aos pedidos do filho do presidente.

O UOL cumpriu a decisão e entrou com uma ação no STF. O ministro André Mendonça, indicado por Bolsonaro para a corte, foi sorteado relator do caso.

Segundo a advogada Taís Borja Gasparian, que assina a peça, a censura era inconstitucional.

As reportagens do UOL sobre o tema, publicadas a partir do último dia 30, afirmam que desde os anos 1990 o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais ao menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com o uso de dinheiro vivo. O valor gasto desta forma foi, segundo a apuração, de R$ 13,5 milhões.

Com isso, uso de dinheiro vivo em condições suspeitas voltou a atingir o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral à Presidência.

Transações em espécie não são crime, mas podem ter como objetivo dificultar o rastreio de valores de fontes ilegais. Dados obtidos por órgãos de investigação e imprensa mostraram que a família Bolsonaro, em especial o senador Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 3 milhões em dinheiro vivo.

Para o Ministério Público do RJ, o filho do presidente utilizou recursos provenientes do suposto esquema da "rachadinha" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa para comprar imóveis e pagar despesas pessoais.

Dados da investigação mostraram que Bolsonaro também teve, quando deputado federal, transações e práticas semelhantes às que levantaram suspeita contra seu filho mais velho.
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