União Brasil libera diretórios estaduais para apoiar Lula ou Bolsonaro no 2º turno
A Executiva do União Brasil anunciou na noite desta quarta-feira (5) que liberará seus filiados e diretórios para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, em meio a divergências de encontrar consenso em torno de um dos nomes dentro do partido.
O anúncio foi feito pelo presidente do União Brasil, Luciano Bivar.
“Em respeito à democracia intrapartidária, a direção decide liberar os diretórios e filiados para que sigam seus caminhos no segundo turno das eleições presidenciais e estaduais”, disse.
Sobre se tinha posição pessoal, Bivar afirmou não poder expressar seu posicionamento.
A decisão de liberar os filiados ocorre em um cenário em que alguns integrantes do partido já declararam voto para Lula ou Bolsonaro. A maioria dos diretórios apoiará Bolsonaro, dizem dirigentes. Mas o endosso esbarra tanto em Bivar como em ACM Neto, candidato ao Governo da Bahia.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), por exemplo, vai ao Palácio do Planalto na quinta-feira (6) se encontrar com Bolsonaro para declarar seu apoio. Questionado se compareceria a Brasília para o encontro, disse: “Sim, com todo o partido União Brasil e deputados”.
Bolsonaro está numa maratona de anúncios de apoios políticos. Entre terça e quarta-feira, ele recebeu apoio oficial de Claudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
Cobiçados tanto por Bolsonaro como pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dirigentes do partido divergem sobre o rumo a seguir no segundo turno.
A maioria dos estados —segundo líderes do partido— tende a apoiar Bolsonaro, mas o respaldo ao chefe do Executivo esbarra em duas figuras-chave do partido: Luciano Bivar, que preside o União Brasil, e ACM Neto, secretário-geral.
De acordo com aliados, Bivar gostaria de declarar apoio a Lula, mas não tem condições políticas de fazer uma articulação interna que leve a sigla para esse caminho.
Outros integrantes do União, como Mauro Mendes, governador reeleito de Mato Grosso, queriam empurrar a legenda para o campo de Bolsonaro.
Nesta eleição, o União Brasil elegeu 59 deputados, a terceira maior bancada da Câmara. O partido teve ainda uma candidata ao Planalto, Soraya Thronicke, que recebeu 0,51% dos votos.
Julia Chaib/Danielle Brant/Folhapress
HGRS inaugura unidade de coleta de sangue junto à requalificação da Central de Transplantes e do Serviço de Fonoaudiologia
O governo do Estado da Bahia investiu cerca de R$ 2,7 milhões na instalação da nova UCT- Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue e na readequação da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos, além do serviço de Fonoaudiologia do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). A entrega dos novos serviços foi realizada hoje, 5, pela secretária da Saúde do Estado, Adélia Pinheiro.
“Temos uma Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue três vezes maior que a antiga Agência Transfusional, com capacidade suficiente para dar total autonomia ao Hospital Roberto Santos, e ainda, uma Central de Transplantes que vai ampliar o serviço que já é oferecido aos baianos”, destacou a titular da Sesab.
UCT de Sangue
Projetada para o processamento de cerca de mil coletas de sangue mensais, a nova UCT do HGRS foi totalmente dimensionada para ser uma unidade mais avançada, com a instalação de 4 poltronas de coleta e quase 100 funcionários. “A meta é tornar o HGRS, uma unidade com 640 leitos, autossuficiente em coletas de sangue, com capacidade para captar, triar, coletar e processar o sangue e hemocomponentes”, informa o hematologista Fernando Araújo, coordenador da UCT.
Central de Transplantes
Em funcionamento há mais de 20 anos, o sistema Estadual de Transplantes da Bahia ganhou mais um reforço com a requalificação da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos do hospital Roberto Santos.
Com 6 salas, a Central Estadual de Transplantes do HGRS funciona 24horas de forma ininterrupta e conta com o apoio de sete Organizações de Procura de Órgãos que estão implantadas em hospitais do estado da Bahia. O sistema é responsável por gerenciar, executar e fiscalizar as condições para a retirada de órgãos, partes e tecidos, para a realização de transplantes ou enxertos, garantir a legalidade das ações, no âmbito estadual.
Serviço de Fonoaudiologia
Instalado num espaço mais moderno, o serviço de fonoaudiologia do HGRS conta com 27 profissionais, distribuídos nas seguintes áreas: Unidades de Terapia Intensiva Adulto, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade Cuidados Intermediários Convencionais (UCINCo). A capacidade de atendimento nos setores adulto, neonatologia e pediatria é em média de 1800 por mês.
Imprescindível para o atendimento do paciente internado, o fonoaudiólogo é um profissional de saúde, responsável pela habilitação e reabilitação da função auditiva periférica e central, da função vestibular, da linguagem oral e escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas miofuncional, orofacial, cervical e de deglutição.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
Quatro pessoas são denunciadas por traficar drogas e corromper agentes públicos do Conjunto Penal de Lauro de Freitas
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou nesta quarta-feira (5) três custodiados do Conjunto Penal de Lauro de Freitas e um condenado que cumpre pena em regime aberto pelos crimes de corrupção ativa e passiva, contra a administração da Justiça, relacionado à inserção de aparelhos celulares na unidade prisional, e de pertencimento a organização criminosa (Orcrim) de tráfico de drogas que atua dentro e fora do sistema penal baiano. Trata-se de um desdobramento da “Operação La Rochelle”, que busca reprimir a entrada de drogas e aparelhos celulares em estabelecimentos prisionais.
A denúncia foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) contra Adriano Patric Britto da Silva, que cumpre pena em regime aberto, Cláudio Pereira Santos, James Andrade de Oliveira e Judson Pádua Queiroz, os três custodiados no Conjunto Penal de Lauro de Freitas.
As investigações apuraram, por meio da análise de dados de aparelhos apreendidos com os detentos do conjunto penal, que eles, via aplicativo de mensagens, realizavam negócios de compra e venda de drogas, e articulavam atos de corrupção, com o auxílio de monitores de ressocialização, para inserir drogas e outros celulares no conjunto prisional.
Além dos crimes de corrupção, tráfico de drogas e pertencimento a Orcrim, as investigações revelaram a prática de recebimento de vantagem indevida por funcionários públicos da unidade. No último dia 1º de setembro, uma ação da “La Rochelle” resultou no cumprimento de dez mandados de prisão preventiva contra agentes prisionais do conjunto penal e na apreensão de cinco aparelhos celulares na unidade prisional. As investigações do Gaeco seguem e eles também podem responder criminalmente.
Bispo recebe Bolsonaro em culto e indica que imprensa não é bem-vinda
O bispo Samuel Ferreira, da igreja evangélica Assembleia de Deus, indicou nesta terça-feira (4) que a imprensa não era bem-vinda em culto que fez parte de agenda de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Antes de Bolsonaro subir ao púlpito para falar aos fiéis que lotavam a igreja no bairro do Brás, na zona central de São Paulo, o bispo ameaçou de processo veículos de comunicação que registrassem o culto sem autorização.
“Receberemos aqui algumas autoridades que foram convidadas por nós. Somente esses e membros da igreja podem permanecer aqui”, afirmou o bispo.
“Se algum órgão de imprensa não autorizado estiver presente saiba que está atrapalhando o bom andamento desta assembleia e saiba que pode ser processado por atrapalhar o culto em local que é guardado pela Constituição. […] Esse é um assunto de família”, completou.
No momento em que Bolsonaro subiu ao púlpito, seguranças da igreja pediram aos fiéis que desligassem os celulares.
Uma fotojornalista da agência Reuters foi expulsa do culto. Depois, uma equipe da Globo foi vaiada por apoiadores de Bolsonaro e teve de deixar o local escoltada por seguranças.
Mais cedo, em outro culto na unidade Belém da Assembleia de Deus, onde Bolsonaro também discursou, parte da imprensa foi impedida de entrar pelos seguranças da igreja. A justificava é que se tratava de um evento fechado.
Participaram dos cultos a primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador recém-eleito Marcos Pontes (PL), a senadora recém-eleita Damares Alves (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), além do candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e da deputada federal Carla Zambelli (PL).
Diante de centenas de fiéis, Bolsonaro lembrou seu batizado nas águas do rio Jordão, em 2016, em Israel, pelo Pastor Everaldo, que chegou a ser preso em 2020 em uma operação da Polícia Federal.
“Não é o momento de falar sobre outras coisas aqui hoje, mas […] não é novidade que eu sou católico, [que a] a minha esposa é evangélica. Eu fui batizado, […] eu estava lá no rio Jordão e o pastor me convidou”, disse o candidato à reeleição.
A recordação foi compartilhada no mesmo dia em que um vídeo de Bolsonaro discursando em um templo maçônico viralizou nas redes sociais. O conteúdo que sugere ligação de Bolsonaro com a organização foi reprovado por grupos bolsonaristas.
Em 1983, o então cardeal Joseph Ratzinger, que depois se tornou o Papa Bento 16, assinou documento em nome da Santa Sé reforçando “o parecer negativo da igreja a respeito das associações maçônicas”.
Segundo Bolsonaro, o batismo no rio Jordão foi um “testemunho público da crença”. “E eu respeito qualquer religião e até quem não tem religião, que porventura, pode um dia se descobrir, aceitar, passar a respeitar, se integrar cada vez mais a nossa sociedade”, afirmou o presidente, sem mencionar o vídeo em que aparece no templo maçônico.
Além das reminiscências do batismo simbólico, o discurso foi marcado também por ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu adversário na disputa à Presidência. O atual mandatário foi aplaudido quando disse que “lugar de bandido é na cadeia”, em referência ao petista.
Ele voltou a dizer que “certas mudanças podem vir para pior”. “Não adianta termos uma Ferrari em casa se o motorista gosta de tomar uma cachacinha de vez em quando. Ele vai capotar a Ferrari.”
Em relação à votação no domingo (2), quando obteve 43,2% dos votos válidos, Bolsonaro chamou o resultado de um “milagre”.
“Estavam todos contra mim, […] a grande imprensa, os institutos de pesquisa, parte dos magistrados togados lá da praça dos Três Poderes [em Brasília], outros países de esquerda que querem voltar ao poder”, disse Bolsonaro, que ficou atrás de Lula —o ex-presidente teve 48,43% dos votos.
Para virar a eleição no segundo turno, Bolsonaro pediu para as pessoas irem às urnas e citou a abstenção como fator determinante para a vitória do presidente Gabriel Boric, de esquerda, no Chile. “Lá, quem decidiu as eleições não foi quem foi as urnas, foi quem não foi as urnas”, disse.
O presidente e pastores também pediram que os fiéis foquem em buscar votos de eleitores nordestinos no segundo turno. “A culpa não é do povo nordestino”, disse o presidente no culto. “Lá eles foram administrados por muito tempo por pessoas desse partido político”, completou.
Após peregrinar entre os evangélicos, Bolsonaro foi ao Hospital das Clínicas, por volta das 22h, visitar dois policiais militares baleados em uma seção eleitoral no domingo.
Bolsonaro desistiu de utilizar a entrada principal, onde o esquema de segurança o aguardava. A comitiva do presidente tomou a medida diante da presença de um grupo que protestava contra o presidente.
Dezenas de profissionais da saúde e estudantes exibiram cartaz no qual dizia 700 mil mortes. Uma alusão aos óbitos em decorrência da Covid-19.
Dentro do hospital, apoiadores e críticos cercaram Bolsonaro. O presidente conversou com os familiares dos policiais. O HC não informa o estado de saúde dos policiais.
O crime ocorreu na Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, no bairro Cidade Dutra, zona sul da capital. Uma PM foi atingida no abdômen, enquanto seu colega foi atingido na cabeça e no ombro.
Mariana Zylberkan/Carlos Petrocilo/Renan Marra/Folhapress
Polícia Civil prende homem que abusava de enteada de 12 anos e de filha de 6
O suspeito era companheira da mãe das vítimas e aproveitava a proximidade com as menores para praticar os abusos
Um homem suspeito de estupro de vulnerável cometidos contra a enteada, de 12 anos e a própria filha, de 06 anos, teve o mandado de prisão preventiva cumprido pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (05), em ação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Confresa.
O suspeito de 39 anos teve a ordem de prisão decretada pelo crime de estupro de vulnerável pela Comarca de Porto Alegre do Norte com base em investigações da Polícia Civil. Além dos abusos contra a enteada e a filha, o suspeito também é investigado pelo estupro de outra adolescente de 14 anos.
O suspeito é casado com a mãe das vítimas, sendo o padrasto da adolescente e pai biológico da criança. Segundo as investigações, os abusos vinham ocorrendo há algum tempo e de forma reiterada, sendo que o suspeito aproveitava dos momentos de ausência de sua companheira para praticar os atos.
As investigações iniciaram há poucos dias, quando a família decidiu denunciar o suspeito à Polícia. Segundo o delegado da Derf Confresa, Bruno Gomes Borges, durante as apurações foi possível confirmar as práticas dos abusos que não foram denunciados anteriormente em razão de ameaças que o suspeito fazia a familiares e aos demais enteados.
Diante dos fatos, foi representada pela prisão preventiva do suspeito que foi deferida pela Justiça e cumprida na manhã desta quarta-feira (05). “Os fatos não são recentes e por meio da ação foi possível cessar os abusos praticados pelo suspeito que responderá preso pelo crime de estupro de vulnerável até a sua condenação pelos atos cometidos”, destacou o delegado.
AgoraMT
Jovem de 18 anos é preso após ameaçar fazer massacre em escola de Mato Grosso
A Polícia Civil, em investigações realizadas pela Delegacia de Cáceres, identificou um jovem responsável por uma ameaça de massacre em uma Escola Estadual da cidade. O suspeito de 18 anos utilizou um perfil falso e usou em uma rede social e foi autuado em flagrante, na segunda-feira (03), pelos crimes de falsa identidade e ameaça.
As investigações iniciaram após a organização da Escola Estadual Senador Mário Motta procurar a Polícia Civil para comunicar sobre uma ameaça na rede social Facebook, em que a pessoa anunciava que cometeria um massacre contra alunos da escola.
Um trecho do texto divulgado na rede social o suspeito dizia “Espero que abracem suas famílias, que esta semana o sangue vai derramar e só vou observar”.
Logo após a comunicação dos fatos, a equipe da Delegacia de Cáceres iniciou as diligências conseguindo identificar e prender o autor das ameaças, evitando qualquer tipo de atentado no ambiente escolar. O suspeito foi conduzido à Delegacia de Cáceres, onde após ser interrogado foi lavrado o flagrante.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Igor Sasaki, as investigações continuam em andamento com objetivo de identificar se há outros envolvidos na ação criminosa.
AgoraMT
Deputados do Republicanos divulgam voto “BolsoNeto” no 2º turno
Os deputados federais Márcio Marinho e Alex Santana, bem como o deputado estadual Samuel Júnior, todos do Republicanos, usaram as redes sociais para declarar apoio às candidaturas de ACM Neto (União), ao Governo do Estado, e de Jair Bolsonaro (PL), à presidência da República.
A declaração de voto no presidente acontece justamente quando se é especulado um possível apoio de João Roma (PL) ao ex-prefeito de Salvador neste 2º turno e, por consequência, o palanque de Neto ao presidente. O Republicanos, em âmbito estadual, apoia a candidatura de ACM Neto desde o começo e indicou o nome de Ana Coelho para a vice na chapa majoritária
Adolescente com arma de CAC atira em três colegas dentro de escola no Ceará
Um adolescente 15 anos foi apreendido na manhã desta quarta-feira (5) suspeito de atirar em três colegas dentro de uma escola estadual em Sobral, no Ceará. Uma das vítimas foi atingida na cabeça e está em estado grave. As outras foram atingidas na perna e de raspão na cabeça.
A Secretaria da Segurança Pública informou que a arma utilizada no crime está registrada em nome de um CAC (Colecionador, Atirador e Caçador). Os disparos ocorreram na Escola Estadual Professora Carmosina Ferreira Gomes, no Bairro Sumaré, segundo a Secretaria Estadual da Educação.
Dos três jovens feridos, um levou tiro na cabeça e está intubado. Conforme a assessoria de imprensa da Santa Casa de Sobral, médicos conversavam com familiares para explicar os próximos procedimentos.
Um segundo jovem, atingido na perna, recebe atendimento no setor de ortopedia do hospital. A terceira vítima foi atingida por um tiro de raspão na cabeça. Ela foi medicada e já recebeu alta.
Informações preliminares da polícia apontam que, em depoimento, o adolescente contou que sofria bullying na escola e, por conta disso, teria premeditado o ataque.
REFERÊNCIA
Sobral é um dos municípios referência no país em qualidade de educação. A cidade se destacou no cenário nacional por ter conseguido, em pouco mais de uma década, dobrar o desempenho de seus alunos dos anos iniciais do fundamental (do 1º ao 5º ano).
O município enfrentava graves problemas de repetência e abandono escolar, mas a melhoria nos resultados educacionais começaram a aparecer após a cidade estabelecer como meta erradicar o analfabetismo infantil.
Apesar de nos últimos anos ter figurado entre os municípios com melhor desempenho na educação básica, desde 2018 Sobral sofre com uma escalada de violência por conta de facções criminosas que disputam bairros inteiros da cidade.
Paulo Eduardo Dias/Folhapress
Homem é suspeito de matar amigo bolsonarista em SP após discussão política
Um homem de 42 anos, que seria apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi preso na tarde desta terça (4) em Itanhaém, no litoral de São Paulo, suspeito de matar a facadas outro homem, 59, que seria seu amigo e defensor da candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.
A assessoria de imprensa da SSP (Secretaria de Segurança de São Paulo) confirmou a motivação política como possível causa do assassinato. Segundo a Polícia Militar, o corpo da vítima tinha vários ferimentos no rosto, costas e pescoço, causados pela faca.
Em depoimento, o apoiador de Lula teria dito que os dois moravam juntos e que a vítima é quem estaria com a faca. No momento da discussão, o bolsonarista teria caído sobre ela.
Foi solicitado perícia ao local, além de exame de corpo de delito à vítima. A faca foi apreendida. O caso foi registrado como homicídio na DIG (Divisão de Investigações Gerais) de Itanhaém.
ASSASSINATOS POR MOTIVAÇÃO POLÍTICA
Assassinatos cometidos por apoiadores de Lula ou Bolsonaro ocupam o noticiário nos últimos dias. Um caseiro de sítio foi morto em um bar em Cascavel, no Ceará, após dizer que votaria no ex-presidente Lula. O caso aconteceu no último dia 24 e a Polícia Civil do Estado investiga o crime. Segundo a corporação, o autor foi identificado pelo nome de Edmilson Freire da Silva, 59, preso preventivamente nesta quarta (5).
Segundo apurou a reportagem com presentes ao local no momento do crime, um homem de 59 anos, com passagens por lesão corporal dolosa, entrou no estabelecimento e questionou “quem é eleitor do Lula”. Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, respondeu que votaria no petista e foi esfaqueado na costela. A polícia confirmou que o crime se deu após discussão política. No mesmo dia, um homem de 34 anos morreu após ser esfaqueado em um bar no município de Rio do Sul, em Santa Catarina. A Polícia Civil investiga se o crime teve motivação política ou se foi uma briga familiar. Ele usava uma camisa que fazia menção ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no momento do crime. A corporação identificou o autor do crime, um homem de 58 anos, e informou que ele é conhecido por ser simpatizante do PT, mas não revelou o nome dele.
Hildor Henker foi atingido na artéria femoral, chegou a ser levado ao hospital, passou por uma cirurgia, mas não resistiu e morreu. À reportagem, o delegado do caso Juliano Tumitan explicou que uma briga por política aconteceu pouco antes do crime, mas não confirmou se isso foi o principal motivo para o assassinato.
Em julho, a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, apoiador do ex-presidente Lula, ganhou repercussão internacional. O agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa de aniversário do petista e matou a tiros o aniversariante, em Foz do Iguaçu (PR). O evento celebrava os 50 anos de Arruda, em uma comemoração temática do PT, com bandeiras e cores do partido e foto de Lula.
Segundo o boletim de ocorrência, ao invadir a festa, o atirador gritou “aqui é Bolsonaro”. Nas redes sociais, Guaranho demonstra apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e às pautas defendidas por seu governo.
UOL/Folhapress
Bahia ultrapassa a marca de 1 milhão de MPEs e ocupa o 1º lugar do Nordeste
O Serviço de Atendimento ao Empreendedor registrou mais de 28,9 mil atendimentos ao Micro e Pequeno Empreendedor em 2022
A Bahia ultrapassou a marca de 1 milhão de Micro e Pequenas Empresas (MPEs), ocupando o 1º lugar do Nordeste e o 6º do país. De acordo com o Sebrae, no primeiro semestre de 2022, as empresas de pequeno porte foram responsáveis pela criação de 66,8% dos empregos gerados no Estado. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) contribui para o desenvolvimento do segmento das MPEs desde 2007, por meio do trabalho do Serviço de Atendimento ao Empreendedor (SAE), antigo SAC empresarial. Entre janeiro e agosto de 2022, o Estado registrou mais de 28,9 mil atendimentos ao Micro e Pequeno Empreendedor.
“No Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, celebrado em 5 de outubro, é importante ressaltar que esses empreendimentos formam a base da pirâmide da economia brasileira. Em agosto 2022 quando comparado ao mesmo período de 2021, a Bahia registrou um acréscimo de 11.878 empresas abertas. Aproveito para chamar atenção de duas questões fundamentais, a formalização e o registro da empresa, que geram oportunidades e ganhos para o negócio. Um empreendimento formal tem mais chances de fechar parcerias, acessar linhas de crédito, exportar e receber subsídios do governo”, destaca José Nunes, secretário de Desenvolvimento Econômico.
Em 2021, o Banco do Nordeste (BNB) aplicou R$ 763 milhões em crédito para as MPEs na Bahia. Os ramos de atividade que mais captaram recursos foram comércio (49%) e serviço (33%). O investimento é a principal finalidade apontada pelos empresários baianos no momento da contratação. Os financiamentos para esse fim somaram R$ 450 milhões no Estado. Para o capital de giro, foram R$ 295 milhões.
Atualmente existem 25 unidades do SAE, de competência da SDE, implantadas e em funcionamento dentro das dependências dos SACs na capital e interior, onde são oferecidos diversos serviços para a formalização e a legalização de microempreendedor individual, micro e pequenas empresas. Em Salvador, o empreendedor pode encontrar unidades nos SACs do Comércio e Cajazeiras e nos Shoppings da Bahia, Salvador shopping, Barra e Bela Vista. Já a Região Metropolitana de Salvador abriga duas unidades, uma no Shopping Boulevard, em Camaçari e outra no Shopping Multicenter, em Simões Filho.
Outras 17 unidades municipais estão localizadas em Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Ilhéus, Irecê, Itabuna, Jacobina, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Santo Antônio de Jesus, Senhor do Bonfim, Teixeira de Feitas, Valença, Vitória da Conquista, Itapetinga e Itaberaba. Mais duas unidades estão em fase final de implantação nos municípios de Barreiras e Eunápolis.
Ascom/SDE
71 3115-7816
Desprezada por Rui dois anos após ser lançada por ele à Prefeitura, Major Denice amarga derrota à Câmara dos Deputados
Lançada de sopetão candidata à Prefeitura de Salvador em 2020 como uma escolha pessoal do governador Rui Costa (PT), Major Denice Santiago amargou uma derrota humilhante nas urnas no último domingo.
Ela obteve 33.980 votos para deputada federal. Mas a culpa não foi da candidata e sim reflexo direto do abandono por parte de quem a tirou dos meios militares para jogá-la no centro da disputa política no Estado há dois anos.
Na época, sua candidatura foi recebida com desconfiança no PT, que tinha, entre seus quadros, várias mulheres com o mesmo perfil para disputar com o então candidato Bruno Reis (União Brasil), todas elas com experiência política.
Sem apoio ou qualquer posição de destaque na estratégia do partido para a disputa, apesar de lhe ter salvado na sucessão passada, Denice contou basicamente com o recall do eleitorado de sua participação nas eleições municipais.
Preterida por Rui à época dentro do partido, a socióloga Vilma Reis chegou agora à terceira suplência à Câmara, com mais do que o dobro dos votos de Denice, apesar de não ter tido a projeção que ela obteve na campanha de 2020.
Além disso, também foi vítima da total falta de interesse da própria legenda e do governador. Por este motivo, Vilma está sendo considerada uma estrela em ascensão no PT, devendo se constituir num nome fortíssimo para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores em 2024.
“Ela foi uma guerreira, trabalhou praticamente sozinha”, contou a este Política Livre sobre Denice um quadro do PT impressionado com a capacidade de luta da candidata e, ao mesmo tempo, sua resignação.
Segundo a mesma fonte, a Major, apesar de ter enfrentado toda a sorte de dificuldade, nunca abriu a boca para se queixar do governador durante a campanha. Ela ficou na sexta suplência do PT para a Câmara dos Deputados.
“Hoje, temos clareza de que o governador usou uma mulher negra para tapar um buraco na articulação partidária em 2020, só isso. Isso ficará em sua biograria”, lamentou a mesma fonte.
Política Livre
União Brasil se aproxima de Bolsonaro, mas ACM Neto e Bivar resistem
Cobiçados tanto por Jair Bolsonaro (PL) como pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dirigentes da União Brasil divergem sobre o rumo a seguir no segundo turno.
A maioria dos estados —segundo líderes do partido— tende a apoiar Bolsonaro, mas o respaldo ao chefe do Executivo esbarra em duas figuras-chave do partido: Luciano Bivar, que preside a União Brasil, e ACM Neto, secretário-geral.
De acordo com aliados, Bivar gostaria de declarar apoio a Lula, mas não tem condições políticas de fazer uma articulação interna que leve a sigla para esse caminho.
Outros integrantes da União, como Mauro Mendes, governador reeleito de Mato Grosso, querem empurrar a legenda para o campo de Bolsonaro. O governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado, também sinalizou a correligionários que deve declarar apoio ao presidente.
A expectativa de dirigentes é que a posição da sigla saia até esta quinta-feira (6). Nesta eleição, a União Brasil elegeu 59 deputados, a terceira maior bancada da Câmara. O partido teve ainda uma candidata ao Planalto, Soraya Thronicke, que recebeu 0,51% dos votos.
A aproximação de integrantes da legenda com a campanha de Bolsonaro já começou. O vice-presidente da União Brasil, Antônio Rueda, participou nesta segunda (4) de reunião no Palácio da Alvorada para discutir os rumos da candidatura de Bolsonaro no segundo turno.
Já o ex-prefeito de Salvador ACM Neto esteve em Brasília nesta segunda, conversou com os correligionários e defendeu a liberação dos diretórios estaduais.
Ele disputa o segundo turno da eleição para o Governo da Bahia com Jerônimo Rodrigues (PT) e atua para evitar um apoio formal da União Brasil a Bolsonaro.
Na Bahia, Lula recebeu 69,73% dos votos, contra 24,31% para Bolsonaro. O candidato petista ao governo estadual, por sua vez, não venceu no primeiro turno por pouco: obteve 49,45% dos votos, contra 40,8% para ACM Neto.
O principal pedido do ex-prefeito é para que os estados tenham autonomia para resolver seus rumos, independentemente de uma orientação nacional da União Brasil.
Neto já decidiu que, no nível estadual, não deve declarar apoio a nenhum dos dois presidenciáveis. A pressão para manter a neutralidade do diretório nacional da União Brasil é justamente para evitar uma decisão que acabe contaminando o quadro local —ele conta com eleitores que votam em Lula para o Planalto.
No domingo (2), após o fim da apuração na Bahia, Neto indicou que deve manter o discurso de neutralidade no segundo turno.
“Temos uma linha que não vou, de maneira nenhuma, modificar. Vou mostrar aos baianos que estamos prontos para governar com o presidente que o Brasil escolher”, disse.
Aliados de ACM Neto estimam que cerca de metade dos 3,3 milhões de votos obtidos pelo ex-prefeito no primeiro turno foram de eleitores de Lula. Em Salvador, tanto o ex-presidente como o ex-prefeito venceram em todas as zonas eleitorais da cidade.
Por outro lado, o ex-prefeito de Salvador precisa também dos 738 mil votos dos eleitores de João Roma (PL), que terminou a disputa para o governo baiano com 9%.
A conta não é simples. João Roma tem uma trajetória política que começou como assessor e secretário de ACM Neto, mas ambos romperam em janeiro de 2021. Na ocasião, Roma assumiu o Ministério da Cidadania no governo Bolsonaro.
O rompimento descambou para o campo pessoal na campanha, quando Roma disse querer distância do antigo aliado. ACM Neto rebateu acusando Roma de traição e lembrando que é padrinho da filha do ex-ministro.
Há a expectativa, porém, que alguns integrantes da União Brasil na Bahia declarem apoio a Bolsonaro. Dessa forma, pode haver uma mobilização entre militantes e bases eleitorais baianas para levar o voto de Roma a Neto.
Candidato ao Governo de Alagoas, Rodrigo Cunha (União Brasil) vive situação semelhante. Ele não apoiou Bolsonaro, embora tenha se aliado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, principal fiador do presidente no Congresso.
Cunha disputa o segundo turno contra Paulo Dantas (MDB), candidato apoiado por Lula e pelo ex-governador Renan Filho (MDB). Até o momento, ele não se pronunciou publicamente sobre a eleição nacional.
Outros políticos do partido no Nordeste, que não concorrem no segundo turno, devem esperar as primeiras pesquisas de intenção de voto da corrida presidencial para avaliar os cenários e decidir qual rumo tomar.
A tendência na União Brasil hoje é liberar os estados, como fez o PSDB nesta terça. O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), eleito senador pelo Paraná, declarou apoio a Bolsonaro e irritou correligionários por não ter aguardado uma posição do partido.
O outro foco refratário a uma aproximação com Bolsonaro é Luciano Bivar, deputado federal que abrigou o presidente no antigo PSL. Ele rompeu posteriormente com o mandatário.
O deputado já foi procurado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR).
“Eles [da União Brasil] têm uma situação mais difícil, porque a posição deles em vários estados é uma posição sempre mais à direita, mas temos um bom relacionamento. Pode ser que tenha setores da União Brasil que nos apoiem”, disse Gleisi.
Em entrevista à Folha em agosto, Bivar indicou se posicionar contra a reeleição de Bolsonaro. “Claro que a União Brasil se posiciona. Não é no segundo turno, posiciona-se hoje. Ela é a favor da democracia”, afirmou o dirigente, que à época avaliava haver risco de ruptura institucional.
Aliados dizem que, se dependesse de Bivar, o partido apoiaria Lula. Mas não há como construir maioria nesse sentido internamente.
Bolsonaro deu a largada no segundo turno com acordos importantes, fechando acordos com os governadores de três estados do Sudeste, a região com o maior número de eleitores no país. Ele recebeu o endosso dos governadores reeleitos Romeu Zema (Novo-MG) e Cláudio Castro (PL-RJ), além de Rodrigo Garcia, terceiro colocado na disputa pelo governo de São Paulo.
Já Lula conquistou adesão do PDT com aval tímido do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) —que teve 3% no pleito deste ano e divulgou sua anuência sem citar o petista diretamente— e do partido Cidadania, além da sinalização apoio de Simone Tebet (MDB).
O PSDB, por sua vez, decidiu não se posicionar a favor de Bolsonaro nem de Lula e liberou os filiados para apoiarem quem quiserem no segundo turno da eleição.
Julia Chaib e João Pedro Pitombo/Folhapress
Críticos do STF se elegem e ministros temem escalada de crise com Bolsonaro e aliados
Integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) temem que a eleição de diversos críticos da corte no pleito de domingo (2) escale a crise do tribunal com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados nos próximos anos.
A avaliação feita em conversas reservadas é que a vitória expressiva de nomes que se notabilizaram por ataques ao tribunal representa um recado que deve ser levado em consideração. Além do mais, o diagnóstico é que o resultado eleitoral tem potencial para mudar a postura do Supremo em relação a pautas conservadoras e, principalmente, à atuação dos ministros como barreira de contenção de abusos do bolsonarismo.
Para o Senado, Casa Legislativa responsável por analisar pedidos de impeachment de ministros do Supremo, Bolsonaro elegeu aliados em 14 estados. A avaliação é que o mandatário, se reeleito em 30 de outubro, não terá força suficiente para depor magistrados —como já tentou fazer— ou para ampliar o número de integrantes do tribunal.
No entanto, Bolsonaro viu aumentar seu poder de pressão e conseguiu alterar a correlação de forças entre os Poderes. Nos bastidores, a análise de parte da corte é que um cenário em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito será mais confortável para o tribunal, mas não o suficiente para desarmar totalmente a ofensiva bolsonarista contra a cúpula do Judiciário.
As deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, lideraram, nos últimos anos no Congresso, as brigas com o Supremo e ampliaram significativamente o desempenho eleitoral em seus respectivos estados.
O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado pelo tribunal a 8 anos e 9 meses de prisão, não se elegeu, mas teve desempenho eleitoral expressivo para o Senado e obteve 19% dos votos. Já Cleitinho Azevedo (PSC-MG) tornou-se senador com um jingle com provações ao STF.
Em conversas reservadas, ministros afirmam que o ideal no momento é o ministro Alexandre de Moraes, principal algoz de Bolsonaro no STF, iniciar uma mudança na forma de atuar já na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Relator no STF de inquéritos que atingem diretamente o presidente, familiares e correligionários, Moraes foi autor de duras decisões contra o bolsonarismo. Ele seguiu o mesmo tom na corte eleitoral.
No TSE, Moraes mandou o mandatário e pessoas próximas excluírem diversas postagens das redes sociais. Na última decisão, determinou censura à reportagem do portal O Antagonista segundo a qual o chefe do PCC Marcola teria declarado voto em Lula. Ele obrigou Bolsonaro a retirar do ar postagem sobre o tema.
Agora, na visão de integrantes do Supremo, o magistrado tem que aguardar o desfecho da eleição. Durante o pleito, deve agir contra Bolsonaro apenas em casos mais graves, ainda de acordo com membros do tribunal.
Com isso, Moraes poderia preservar a imagem do TSE e fortalecer o tribunal em eventual enfrentamento contra o bolsonarismo caso o mandatário perca as eleições e decida fazer uma ofensiva contra o sistema eletrônico de votação.
Em relação ao Supremo, a avaliação é que o resultado da eleição dificultou a ideia de uma ala da corte de avançar em pautas progressistas. A descriminalização das drogas, que já teve julgamento iniciado e votos favoráveis, por exemplo, deve seguir na gaveta da corte sem que o debate seja concluído, a fim de evitar a criação de rusgas com a base conservadora do Congresso. O mesmo raciocínio serve para a discussão sobre aborto.
Apesar de ministros acreditarem que Bolsonaro ganhou força, eles avaliam que o presidente não conseguiria levar à frente o impeachment de algum integrante do STF —ele já pediu a deposição de Alexandre de Moraes e costuma fazer duros ataques a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.
Para isso acontecer, seriam necessários 41 votos no Senado para abrir o processo e 54 votos para aprovar a cassação, algo inédito na história do país. Além disso, teria outra missão: fazer com que o presidente do Senado dê início ao procedimento.
Nos bastidores, magistrados consideram extremamente importante uma reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para comandar o Senado. Ele tem uma atuação alinhada com o STF e costuma fazer uma contraposição à ofensiva de Bolsonaro ao Judiciário.
Contudo, uma recondução de Pacheco está longe de estar certa. Ele se elegeu para o comando da Casa com apoio de Bolsonaro e, ao longo do mandato, afastou-se do presidente. Com isso, ganhou a simpatia de partidos de esquerda.
A mudança na composição do Senado após a eleição, porém, mudou o jogo de forças internamente e a reeleição dele na presidência da Casa não é vista como sacramentada, ainda mais na hipótese de Bolsonaro conseguir a recondução ao Palácio do Planalto.
Matheus Teixeira/Folhapress
Tucanos dizem que apoio de Rodrigo a Bolsonaro prejudica PSDB nacionalmente
Lideranças tucanas avaliam que a decisão de Rodrigo Garcia (PSDB) de apoiar Jair Bolsonaro (PL) prejudica a estratégia eleitoral do partido nacionalmente e ignora a necessidade que o PSDB tem de buscar alianças com siglas da esquerda em disputas de segundo turno nos governos estaduais.
O governador de São Paulo também declarou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra Fernando Haddad (PT).
O caso mais evidente de potencial prejuízo ao PSDB é o de Eduardo Leite (PSDB), que briga no Rio Grande do Sul com o ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL) e que superou Edegar Pretto (PT) por apenas 2.500 votos no primeiro turno.
Raquel Lyra, que tem Marilia Arraes (Solidariedade) como concorrente em Pernambuco, e Eduardo Riedel, que enfrenta o bolsonarista Capitão Contar (PRTB) no Mato Grosso do Sul, também podem sofrer com os efeitos da iniciativa do tucano paulista.
Como mostrou o Painel, Fernando Alfredo, presidente do PSDB-SP, diz que Garcia decidiu anunciar o apoio a Bolsonaro e a Tarcísio sem informar a cúpula do partido na cidade.
Guilherme Seto/Folhapress
Empresários pedem a Lula definição de ministro e reformas para manter apoio
O resultado acirrado da disputa presidencial e a liderança de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida pelo governo de São Paulo mudaram o clima eleitoral em boa parte do empresariado nacional, que agora pressiona o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por um plano bem definido para a economia em troca da manutenção de apoio no segundo turno.
A mudança se deve a uma surpresa com os resultados das eleições, diante da demonstração de força de Jair Bolsonaro (PL) como cabo eleitoral, elegendo grande parte de seus candidatos ao Congresso e a governos estaduais.
Freitas, ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, conquistou 42% dos votos válidos em São Paulo contra 35% de Fernando Haddad (PT), que liderava com ampla margem nas pesquisas de opinião.
Um banqueiro disse, sob condição de anonimato, que, diante desse novo cenário, Lula passou a ficar a um telefonema de distância da vitória se ligasse para Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central que deu apoio ao petista recentemente.
Meirelles é um nome bem visto entre o setor privado. Como ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB), sua gestão foi responsável pela aprovação do teto de gastos e da reforma trabalhista.
Para essa pessoa, o empresariado —tanto do setor produtivo, quanto do mercado financeiro— quer estar do lado vitorioso e exige condições para demonstrar apoio público a partir de agora.
Uma das reivindicações já chegou diretamente a Lula, segundo assessores e amigos do ex-presidente. Para eles, a simples indicação do ministro da Fazenda já atenderia a parte das expectativas.
Caso contrário, querem um compromisso claro de Lula em relação ao controle de gastos e obediência a uma forte âncora fiscal –atualmente, está em vigor o teto de gastos (medida que corrige os gastos de um ano pela inflação do ano anterior).
Além disso, pregam a defesa das reformas, especialmente a administrativa e a tributária. Também não querem a revisão das novas regras trabalhistas, embora aceitem algumas propostas aventadas por Lula durante a campanha.
Um empresário da indústria, que não quis se identificar, afirmou que estava apoiando Lula, mas que, com o crescimento de Bolsonaro, poderia ficar com o atual presidente.
Ele considera que Bolsonaro tende a manter o ministro Paulo Guedes à frente da Economia —com um plano que, apesar de não ser liberal como prometido, deu conta de melhorar alguns parâmetros econômicos, particularmente emprego e ambiente de negócios. Segundo esse industrial, o cenário torna difícil demonstrar apoio a algum candidato publicamente.
No varejo, outro grande nome afirmou que, apesar de Lula ser matematicamente favorito no segundo turno, o desempenho de Bolsonaro causou uma “pressão psicológica” juntamente à divergência entre os resultados da eleição e as pesquisas eleitorais.
Em sua avaliação, há chances de que Bolsonaro possa virar o jogo, especialmente entre os mais pobres no Nordeste e em Minas Gerais. O uso de palanques nos estados também será relevante.
Lula teria de virar votos no Sudeste —enfrentando Bolsonaro com palanque de Tarcísio de Freitas em São Paulo.
Integrantes da campanha do presidente afirmam que o governador reeleito de Minas, Romeu Zema (Novo), prometeu ao presidente uma virada no estado. Historicamente, o resultado da eleição em Minas indica o placar final da votação para Presidente da República.
No entanto, esses assessores acham difícil que essa reversão ocorra, especialmente no norte do estado, que prefere Lula. Essa situação se repete no Norte e no Nordeste, onde os votos de Lula estariam consolidados.
Para vencer, Bolsonaro teria de virar mais de 60% dos votos atribuídos a Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) —algo considerado improvável, mas não impossível.
Um importante empresário de Minas disse que houve um susto geral com o resultado das eleições, mas que continua valendo a máxima dos políticos mais experientes do estado segundo a qual “eleição e mineração, só depois da apuração”.
Um banqueiro importante em São Paulo explica que essa imprevisibilidade trouxe cautela no segundo turno.
O empresariado também se preocupa com um possível aumento de abstenções no segundo turno, especialmente no Norte e Nordeste —base de apoio de Lula.
Para esse grupo, os eleitores dessas regiões foram às urnas motivados por candidatos regionais —deputados e senadores— que já foram eleitos. A pressão desses candidatos para que compareçam às urnas novamente inexistiria na segunda rodada.
Esses empresários também ficam inseguros diante da divisão de partidos no apoio a Lula —como o MDB, de Simone Tebet, e o PDT, de Ciro Gomes.
No caso dos pedetistas, embora o partido tenha apoiado integralmente Lula, Ciro nem pronunciou o nome do ex-presidente ao divulgar um vídeo de apoio.
Julio Wiziack/Folhapress
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