Eleição de Lula reforça nova onda de esquerda que renasce pela América Latina
Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, neste domingo, os seis países mais populosos e principais economias da América Latina passam a ter presidentes de esquerda ou centro-esquerda —México, Argentina, Brasil, Peru, Colômbia e Chile.
Nos anos 2000, a imprensa dos Estados Unidos cunhou o apelido algo depreciativo de “pink tide”, ou onda rosa, para se referir ao surgimento de governos progressistas na região, como os do próprio Lula no Brasil.
Além dele, havia Rafael Correa, no Equador, Hugo Chávez, na Venezuela, Ricardo Lagos e Michelle Bachelet, no Chile, Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, na Argentina, Ollanta Humala, no Peru, Daniel Ortega, na Nicarágua, e Evo Morales, na Bolívia.
Vários desses líderes se juntaram à Alba, a Aliança Bolivariana das Américas, em 2004, numa tentativa de criar um bloco regional cujo objetivo era confrontar proposta de criação da Alca, a Área de Livre Comércio das Américas, impulsionada por Washington, e que terminou fracassando.
As referências constantes por parte de Chávez a Simón Bolívar, prócer de várias independências da região, fizeram com que esses países também fossem apelidados de “bolivarianos”.
Naquela ocasião, havia diferenças programáticas e ideológicas entre os governos, com uma corrente mais identificada com a social-democracia (no Chile e no próprio Brasil), outra de tom mais nacionalista (Bolívia e Argentina) e uma terceira de cunho autoritário, que com o tempo virariam ditaduras (Venezuela e Nicarágua).
Distinções marcam também a nova leva. Nela cabem a nova esquerda chilena e sua ênfase nas pautas identitárias e ecológicas; o primeiro governo de esquerda da Colômbia com propostas disruptivas de desmontar as redes de narcotráfico por meio do diálogo e de acordos; uma esquerda arcaica e muito conservadora nos costumes, como a peruana; outra de tom mais populista, como a mexicana; e ainda a que aposta em políticas protecionistas para lidar com sérios problemas econômicos, como a argentina.
“A vitória de Lula é relevante por dar novo ânimo às iniciativas de integração regional, mas não se deve esperar algo parecido com a chamada ‘onda rosa’ anterior”, diz a cientista política Lorena Oyarzún, da Universidade do Chile.
“A região vive outro momento econômico, marcado pela pandemia e pela Guerra da Ucrânia, não há um boom de commodities para alimentar projetos de elevado gasto social e, portanto, há menos possibilidades de criar programas de inserção trabalhista.”
Em relação ao Chile, Oyarzún crê que haverá uma “mudança de 180 graus” na relação com o Brasil. Na campanha eleitoral, Jair Bolsonaro, do PL, criou um atrito diplomático com o país ao afirmar que Gabriel Boric havia cometido atos de vandalismo em protestos no passado. O embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Pacheco, foi chamado a dar explicações, e tanto o governo chileno quanto a oposição repudiaram as declarações.
“À primeira vista, pode parecer que um triunfo estimulará as relações entre Colômbia e Brasil e com outros países da região sintonizados com o progressismo e o ‘latino-americanismo'”, afirma Álvaro Duque, sociólogo da Universidade do Rosário, de Bogotá.
“Mas os jogos políticos locais nem sempre resultam em benefícios apenas por função de alinhamento ideológico. Se houver reveses a um presidente, como com Boric na derrota no plebiscito constitucional, isso pode contaminar a popularidade dos demais ou levar a um afastamento.”
Duque também crê que pode haver avanços num dos pontos da agenda de interesse de ambos, a proteção da Amazônia. “Tanto esse tema como o da criação de alternativas para a guerra contra as drogas pode aproximar muito Petro de Lula.”
Federico Merke, professor de ciência política da Universidade de San Andrés, na Argentina, acredita que Lula terá de ser muito cauteloso em seu envolvimento na campanha presidencial argentina em 2023, mas que sua eleição favorecerá uma reaproximação dos dois países nos níveis político e econômico.
“Os problemas da região são tantos, e o cenário internacional é tão distinto do de 20 anos atrás, que os governos terão muito trabalho internamente. Por isso creio que haverá uma mímica de integração regional, mas as prioridades desses presidentes será a agenda doméstica”, afirma.
Merke chama a atenção, ainda, para o fato de estar havendo um desgaste rápido de presidentes recém-eleitos. “O que vivemos na região hoje é mais um impulso antigoverno do que um impulso de esquerda. Há uma insatisfação nos últimos anos, que produziu manifestações de rua e resultados eleitorais adversos para quem estava no poder”, diz.
“Isso demonstra que a paciência da sociedade tem sido pequena, o tempo de trégua aos que acabam de se eleger é mais curto. Petro e Boric já estão sentindo isso e essa cobrança ocorrerá também com Lula.”
Segundo Oyarzún, a polarização e o contexto de países que tiveram manifestações são elementos que contribuem para que o início das gestões seja tumultuado. “Os eleitores, mais do que votar, fizeram apostas reais em seu futuro e querem resultados muito rápido. As novas lideranças da região terão de mostrar se são capazes de entregar isso.”
Sylvia Colombo, Folhapress
Jerônimo celebra eleição, promete discutir transição já na segunda e condena Bolsonaro: ‘Dividiu o Brasil’
Eleito governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues declarou, em conversa com a imprensa na noite deste domingo (30), que o governo Bolsonaro “tratou de criar um ambiente que dividiu o Brasil”.
“Isso é muito ruim. Na política isso é horrível”, continuou o petista, na porta do Palácio de Ondina após o resultado do segundo turno.
Jerônimo prometeu, já a partir de amanhã, se reunir com o governador Rui Costa (PT) para tratar a transição de governo. “Vamos querer avançar para melhor”, contou.
“Amanhã vamos dialogar com vocês e vamos participar também das reuniões do governo Lula”, disse Jerônimo.
Na oportunidade, Jerônimo também agradeceu “a Deus pela eleição que nós tivemos nesse país”. E emendou: “Hoje a gente encerra as eleições celebrando a democracia”.
“Além da democracia, a vitória do Lula significa trazer a esperança para cada brasileiro, emprego e dinheiro no bolso”, acrescentou.
Mateus Soares e Davi Lemos
Lira diz que vontade da maioria nas urnas jamais deverá ser contestada e pede pacificação do país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu neste domingo (30) que o resultado das urnas seja respeitado e que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ouça a voz de todos, mesmo dos divergentes, para ajudar a pacificar o país.
“A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades”, disse, em pronunciamento curto na residência oficial da Câmara.
Lira disse que, da mesma forma que reafirmou a lisura, a estabilidade e a confirmação da vontade popular, não se pode “aceitar revanchismos ou perseguições, seja de que lado for.”
Nas declarações, ele afirmou que, em 2 de outubro, o país já escolheu o caminho das reformas. “Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência”, disse.
O presidente da Câmara defendeu ainda ser o momento de pacificar o país. “É preciso ouvir a voz dos todos, mesmo divergentes, e trabalhar para atender as aspirações mais amplas.”
O deputado ligou para Lula logo após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarar o resultado matematicamente definido. Ele também falou com Jair Bolsonaro por telefone.
Lira acompanhou a apuração ao lado do líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Também estavam na residência oficial os deputados Hugo Leal (PSD-RJ), Felipe Carreras (PSB-PE), Celso Sabino (União Brasil-PA) e Danilo Forte (União Brasil-CE). Ao final do pronunciamento de Lira, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chegou à residência oficial.
A vice-governadora eleita do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF), também esteve no local, mas saiu antes do pronunciamento.
Ibirataia: Adolescente é apreendido pela Polícia Militar por ato infracional similar a estelionato e tentativa de furto.
Por volta das 15h50min dessa quinta-feira (27/10/22), a guarnição da 55ª CIPM/Ibirataia foi acionada por um senhor, que relatou que, através de redes sociais havia negociado a venda de um celular. No local marcado, um adolescente se apresentou como comprador, e a bordo de uma motocicleta tentou subtrair o objeto, mas não obteve êxito.
Os policiais militares iniciaram diligências na tentativa de localizar o infrator, encontrando-o na na Praça da Feira, Centro de Ibirataia.
O auditor foi conduzido para a delegacia de Ibirataia, onde foi constatado que ele já havia possuía um registro de ocorrência de furto de outro celular que ele havia furtado dessa mesma forma, e que só estava no município a fim de praticar esse tipo de ação delituoso.
Autor: A. A. C. (Masculino); Nasc: 11/02/1995. End: Rua Maria Olímpia, Bairro Maria Olímpia, Ubaitaba.
Vitima: A. dos S. de J. (Masculino), Nasc: 16/11/1982; End: Praça Agnelo Carlixto, Bairro Massaranduba, Ibirataia.
Material apreendido: 01 Capacete ( Vermelho), 01 Motocicleta Honda cg vermelha, placa NYV-4811/ Valença - BA.
Informações: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a a serviço do cidadão.
Ibirataia: Homem é preso pela Policia Militar por tráfico de entorpecentes.
Por volta das 12h dessa quinta-feira (27/10/22), a guarnição da 55ª CIPM/Ibirataia, quando efetuava rondas pelo bairro Massaranduba, visualizou um suspeito, que ao perceber a aproximação da viatura, dispensou um pacote ao solo. Foi realizada a abordagem, sendo encontradas, dentro de uma embalagem plástica, 10 (dez) Pedras de Substância análoga ao crack.
O autor foi conduzido à delegacia de Ipiaú, onde foi constatado que o suspeito possuía diversas passagens por tráfico de entorpecentes. Autor: G. M. R. (Masculino), nasc: 16/11/1982. end: Rua Patrício Teixeira, Bairro Massaranduba, Ibirataia. Material apreendido:10 Pedras de Substância Análoga a Crack.
Informações: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a a serviço do cidadão.
Dário Meira: Homem é preso por policiais militares por agredir e ameaçar companheira e cunhada (Lei Maria da Penha)
Por volta das 11h45min dessa quinta-feira (27/10/22), a guarnição da 55ª CIPM/Dário Meira foi solicitada por uma mulher, que informou que seu cunhado tentou mata-la com um facão, porém, foi impedido pelo sobrinho da vítima, que conseguiu segurar a mão do autor e tomar o objeto que já estava próximo ao pescoço.
A vítima ainda relatou que teria ido a residência do autor, na Rua Amaranto Filadelfo, Centro de Dário Meira, porque sua irmã estava sendo ameaçada e agredida, e como não respondia as suas mensagens há algum tempo, ficou preocupada por conta dos históricos de agressão do seu cunhado.
A guarnição deslocou ao local, onde foi constatada a situação. A companheira do agressor informou ter sido agredida com tapas e socos , e que sofre agressões constantemente.
O autor foi detido e conduzido a delegacia de Dario Meira juntamente com as vítimas, para serem tomadas as medidas de polícia judiciária.
Autor:V. D. S. (Masculino), Nasc: 10/12/69, END: Rua Amaranto Filadelfo, Centro, Dário Meira
Vitimas:C. N. P. (Feminino/cunhada), Nasc: 29/09/76, END: Rua Juciara, Centro, Ibitupã, C. N. P. (Feminino/companheira, Nasc: 29/09/76, END: Rua Amaranto Filadelfo, Centro, Dário Meira
Informações: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a serviço do cidadão!
Alexandre de Moraes manda Twitter e Zambelli removerem vídeo
Instado por pedido de liminar da Coligação Brasil da Esperança contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por disseminação de desinformação, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou ao Twitter e à deputada bolsonarista a imediata retirada de vídeo publicado por ela que contém cenas de violência.
As peças estão acompanhadas de “pequenos fragmentos de um texto que, supostamente, seria do Partido dos Trabalhadores, no qual haveria projetos de um eventual governo do candidato Lula que não estariam em seu plano de governo, sendo eles o ‘fim da guerra às drogas.
Segundo despacho do TSE publicado neste domingo (30), o desrespeito à determinação ou reiteração de conduta vão acarretar em multa de R$ 100 mil.
“No caso, os vídeos impugnados contém fatos sabidamente inverídicos, conforme inclusive constatados pelo TSE em outras oportunidades. A divulgação de fato sabidamente inverídico, com grave descontextualização e aparente finalidade de vincular a figura do candidato ao cometimento de crime sexual, parece suficiente a configurar propaganda eleitoral negativa”, afirma o documento. Sete tuítes da parlamentar foram excluídos.
Ana Paula Branco/Folhapress
Moraes proíbe PF de divulgar boletins sobre possíveis crimes eleitorais ao longo do dia
A Polícia Federal não divulgará dados durante todo o dia sobre os possíveis crimes eleitorais praticados no segundo turno no Brasil. O órgão informou que cumpre a decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.
O ministro também proibiu na noite deste sábado (29) a realização de qualquer operação pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra veículos utilizados no transporte público de eleitores. Moraes também vetou a divulgação do resultado de operações da Polícia Federal (PF) relacionadas às eleições.
Como mostrou a coluna da Mônica Bergamo, da Folha, o deputado federal Paulo Teixeira (PT) pediu providências ao TSE para impedir a atuação da PF e da PRF em favor da campanha de Jair Bolsonaro (PL).
Moraes afirma em sua decisão que o descumprimento da decisão poderá acarretar a responsabilização criminal dos diretores das corporações por desobediência e crime eleitoral.
Na peça encaminhada ao TSE, Teixeira cita reportagens publicadas pela imprensa sobre o suposto aparelhamento das duas corporações. Uma delas, da CNN, cita uma investigação aberta pelo Ministério Público Federal sobre suposto uso político da PRF.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também abordou as suspeitas de uso político em post no Twitter para falar do pedido feito ao TSE.
Os petistas também citam conteúdo de uma publicação do ministro da Justiça, Anderson Torres, em que propagandeia a realização de uma mega operação dos órgãos federais no dia do 2º turno.
O ministro afirma em sua decisão que as notícias “podem ter influência no pleito eleitoral” e, por isso, cabe ao TSE “fiscalizar a lisura dos procedimentos de maneira que não se altere a paridade nas eleições”.
“Trata-se de fatos graves que justificam a atuação célere e a adoção de medidas adequadas no intuito de preservar a liberdade do direito de voto, no qual concebido o acesso ao transporte gratuito no dia do pleito.”
Mais cedo, o ministro havia dado quatro horas para os diretores da PRF e PF se manifestarem sobre as suspeitas levantadas pelo deputado petista.
Segundo Moraes, as informações enviadas pelas forças policiais, no entanto, “não foram suficientes a refutar as notícias amplamente divulgadas, não havendo até o momento, indicação sobre as razões que justificam as operações específicas implementadas no segundo turno das eleições”.
Raquel Lopes/Folhapress
Bahia chega ao 2º turno dividida entre Jerônimo e ACM Neto
Os candidatos Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil) estão em empate técnico na disputa pelo governo da Bahia na véspera do segundo turno. Pesquisa Ipec divulgada neste sábado (29) aponta que o petista tem 51% das intenções de votos válidos contra 49% de seu adversário.
Nos votos totais, Jerônimo tem 48% contra 47% de ACM Neto. Brancos e nulos somam 2%, enquanto os indecisos são 3%. A pesquisa, registrada com o número BA-02006/2022, ouviu 2.000 eleitores entre 23 e 29 de outubro e tem margem de erro de pois pontos para mais ou para menos.
Caso Jerônimo prevaleça nas urnas, a Bahia terá o quinto governo consecutivo do PT, indicando um ciclo de ao menos 20 anos de governos do partido no estado.
O petista, que disputa sua primeira eleição, chegou ao segundo turno na condição de favorito. Teve 49,45% dos votos válidos no primeiro turno contra 40,80% de ACM Neto no primeiro turno e ficou a menos de 50 mil votos da vitória ainda em 2 de outubro.
O ex-prefeito de Salvador, por sua vez, conseguiu atrair para si a maior parte do eleitorado bolsonarista que no primeiro turno votou em João Roma (PL), ex-ministro de Bolsonaro que terminou o primeiro turno com 9,08%.
Neste segundo turno, Jerônimo dobrou a aposta na nacionalização da campanha e intensificou sua associação com o candidato a Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que veio à Bahia e liderou um ato de campanha em clima de Carnaval em Salvador com público estimado em 100 mil pessoas.
O petista decidiu que a melhor estratégia no segundo turno era jogar parado e evitar confrontos com seu adversário. Enquanto no primeiro turno foi ACM Neto que faltou a dois dos três debates televisivos, no segundo turno a situação se inverteu e foi Jerônimo quem não compareceu aos quatro confrontos promovidos por emissoras de televisão locais.
“É inaceitável e inacreditável que um candidato ao governo do estado, no segundo turno fuja de encarar o seu adversário frente a frente. A verdade é que ele quer esconder quem ele é”, disse ACM Neto em uma rede social.
Com um bom desempenho no primeiro turno, prefeitos, deputados e líderes políticos que haviam apoiado o ex-prefeito de Salvador aderiram ao petista. As alianças incluíram até um movimento “JeroNaro” liderado pelo PSC, com voto casado em Jerônimo e no presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em sabatina à Folha e ao UOL, o petista prometeu diálogo seja qual for o presidente eleito no próximo domingo (30), mas enfatizou a importância de trabalhar pela eleição de Lula no segundo turno, dizendo que “a Bahia tem lado”.
ACM Neto decidiu manter no segundo turno a estratégia de neutralidade em relação à eleição, evitando se posicionar entre Lula e Jair Bolsonaro. Nos programa de rádio e televisão, repetiu que estaria preparado para governar com qualquer presidente.
Na corda-bamba entre lulistas e bolsonaristas, foi chamado pelos adversários como o “candidato do tanto faz” e fustigado pelos dois lados.
“O ex-prefeito está dizendo aqui que tanto faz. Não é tanto faz. Se nós tivermos o Lula presidente é um desenho. Se não tivermos, é outro que não nos interessa”, disse Jerônimo.
Apesar da neutralidade, ACM Neto se aproximou de líderes bolsonaristas no segundo turno. Deputados próximos a ele como Elmar Nascimento e Arthur Maia, ambos do União Brasil, se engajaram na campanha de Bolsonaro. Também aderiu ao presidente o vice-governador da Bahia João Leão, que já havia rompido com o PT da Bahia em março deste ano.
Derrotado no primeiro turno, João Roma deu um apoio tímido e evitou participar de eventos junto com o ex-prefeito de Salvador. Os dois foram amigos por mais de 20 anos, romperam em 2021, quando Roma aceitou ser ministro de Bolsonaro.
No primeiro turno, as diferenças no campo pessoal ganharam relevo durante o último debate, quando Roma disse querer distância de ACM Neto, que lembrou ao antigo aliado que era padrinho da filha dele.
Bolsonaro, por sua vez declarou seu apoio ao ex-prefeito de Salvador em visita à Guanambi (680 km de Salvador) nesta terça-feira (25): “Aqui na Bahia, nós temos posição: o lado oposto ao PT. Por isso peço aos meus amigos da Bahia, para que votem em ACM Neto”, disse.
O apoio foi explorado pelos adversários, que passaram a tentar colar em ACM Neto a pecha de “candidato de Bolsonaro”. O ex-prefeito de Salvador, contudo, informou que nada muda em relação à sua neutralidade.
Sem os debates, ACM Neto apostou na vitrine de entrevistas na televisão para criticar seu adversário e pedir que os eleitores façam uma comparação entre trajetórias, realizações e currículos entre os dois candidatos.
Mirou suas baterias nas áreas de segurança pública, destacando que a Bahia lidera em número de homicídios, e na educação, área que foi comandada por Jerônimo de 2019 a 2022 e que registrou o quarto pior desempenho no Ideb para o ensino médio em 2021 entre os estados brasileiros.
Jerônimo contra-atacou com críticas aos reajustes no IPTU, ao crescimento da arrecadação da prefeitura com multas e ao baixo patamar de cobertura da atenção básica de saúde na gestão ACM Neto.
Entre os aliados do petista, o discurso é de pé no chão mesmo com o favoritismo. O principal desafio será a mobilizar as bases de apoiadores neste segundo turno, para, além e eleger jerônimo, ampliar a votação de Lula na Bahia.
Ainda assim, Jerônimo evitou uma reaproximação com parte dos prefeitos que eram aliados do PT, mas apoiaram ACM Neto. Em entrevista, disse ser difícil manter o diálogo com alguns prefeitos que “criaram uma situação de ingratidão ao governador Rui Costa”.
Além da campanha nas ruas, a internet foi um campo de batalha entre os dois candidatos. Um dos focos de desgaste de ACM Neto foi a autodeclaração racial como pardo na Justiça Eleitoral, que lhe rendeu críticas e memes.
Ao longo da campanha, o petista ganhou engajamento nas redes sociais ancorado pela militância petista e passou a liderar o Índice de Popularidade Digital (IPD), calculado diariamente pela Quaest e publicado pelo jornal Folha de S.Paulo que mede o desempenho dos candidatos nas redes sociais.
João Pedro Pitombo/Folhapress
Moraes proíbe operações da PF e PRF que envolvam transporte público no dia da eleição
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), proibiu em decisão na noite deste sábado (29) a realização de qualquer operação pela Polícia Rodoviária Federal contra veículos utilizados no transporte público de eleitores. .
O ministro também proibiu da divulgação do resultado de operações da Polícia Federal relacionadas às eleições.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT) pediu providências ao TSE para impedir a atuação da PF e da PRF em favor da campanha de Jair Bolsonaro (PL).
Moraes afirma em sua decisão que o descumprimento da decisão poderá acarretar a responsabilização criminal dos diretores das corporações por desobediência e crime eleitoral.
Na peça encaminhado ao TSE, Teixeira cita reportagens publicadas pela imprensa sobre o suposto aparelhamento das duas corporações. Uma delas, da CNN, cita uma investigação aberta pelo Ministério Público Federal sobre suposto uso político da PRF.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também abordou as suspeitas de uso político em post no Twitter para falar do pedido feito ao TSE. Os petistas também citam conteúdo de uma publicação do ministro da Justiça, Anderson Torres, em que propagandeia a realização de uma mega operação dos órgãos federais no dia do 2º turno.
O ministro afirma em sua decisão que as notícias “podem ter influência no pleito eleitoral” e, por isso, cabe ao TSE “fiscalizar a lisura dos procedimentos de maneira que não se altere a paridade nas eleições”.
“Trata-se de fatos graves que justificam a atuação célere e a adoção de medidas adequadas no intuito de preservar a liberdade do direito de voto, no qual concebido o acesso ao transporte gratuito no dia do pleito”.
Mais cedo, o ministro havia dado quatro horas para os diretores da PRF e PF se manifestarem sobre as suspeitas levantadas pelo deputado petista.
Segundo Moraes, as informações enviadas pelas forças policiais, no entanto, “não foram suficientes a refutar as notícias amplamente divulgadas, não havendo até o momento, indicação sobre as razões que justificam as operações específicas implementadas no segundo turno das eleições”.
“O acesso ao transporte público é direito garantido ao eleitor, como assentado na ADPF 1.0013 do STF, corroborado pela normativa regulamentar do TSE, não apresentado motivação prévia que ampare operações excepcionais, fora aquelas já comumente adotadas”.
Fabio Serapião/Folhapress
Brasil vai às urnas para escolher presidente e 12 governadores
Os brasileiros vão às urnas neste domingo (30) para escolher quem vai comandar o país pelos próximos quatro anos, em capítulo histórico da democracia do país.
Mais de 156 milhões de pessoas estão aptas a votar em uma eleição que promete ser apertada. Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (29) aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 52% dos votos válidos na véspera da eleição, contra 48% do atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).
Como a diferença entre Lula e Bolsonaro na nova pesquisa está no limite máximo da margem de erro, uma situação de empate é improvável, segundo o instituto de pesquisa.
Além do presidente, governadores de 12 estados serão decididos no segundo turno das eleições. São eles: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Assim como no primeiro turno, para votar é necessário apresentar apenas um documento de identificação oficial com foto. A apresentação do título de eleitor não é obrigatória. Também é possível votar com a versão digital do título, obtida no aplicativo e-Título.
Todas as regiões do país votam juntas, das 8h às 17h de acordo com o horário de Brasília. Os eleitores estão distribuídos em 5.570 cidades brasileiras, além de 181 municípios no exterior.
O segundo turno deverá ter filas menores para votação. Pelo menos segundo as expectativas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No primeiro turno, a espera em algumas localidades chegou a horas e levou a um atraso no início da totalização dos votos.
O tribunal aponta o aumento da capacitação de mesários como a principal medida tomada para evitar a formação de filas no segundo turno. Outro ponto que deve impactar é o menor número de cargos em disputa.
Folhapress
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