Padre Fábio de Melo declara amor por uma mulher: “eu escolhi”
Padre Fábio de Melo acabou gerando muitos comentários na web neste domingo, 26 de fevereiro. Isso devido ao fato de que, no Instaram, o mesmo declarou todo o seu amor e carinho por uma grande amiga.
“Alguns amigos nos são dados pelo desejo. A aproximação é uma construção consciente, fruto da escolha, do livre exercício de designação. Outros nos são dados pelo acaso. A aproximação é o resultado de uma casualidade, susto existencial que nos faz reconhecer: como é que eu pude viver tanto tempo sem saber que você existia também!”, iniciou Padre Fábio de Melo.
“Já disse o poeta: não sei se o acaso quis brincar, ou foi a vida que escolheu. Por ironia fez cruzar o meu caminho com o seu. Hoje, consciente da bonita história que construímos juntos, reconheço que a nossa amizade começou com um frutuoso acaso, mas, depois, com o tempo, fui escolhendo diariamente caminhar ao seu lado. Desfrutar de sua fidelidade, aprender com o seu bom gosto, ser abençoado pela sua generosidade”, complementou o mesmo.
O Padre Fábio de Melo, ainda, declarou que ama muito a sua amiga: “Eu escolhi, escolho e continuo escolhendo ser seu amigo. Porque eu já não sei contar a minha história sem falar mil vezes o seu nome. Feliz aniversário, @sandrahabiboficial. Amo você!”.
Confira a postagem completa realizada por Padre Fábio de Melo no feed abaixo. Além disso, veja também todos os comentários que estão sendo deixados sobre essa declaração de amor mais do que especial e cheia de carinho.
Montadoras começam a demitir na Europa com impulso do carro elétrico
Embora construído na Inglaterra, o motor a gasolina de um Mini é um mapa da Europa: projetado na Alemanha, contém um alternador da França, uma bobina de ignição da Itália e uma bomba de refrigeração da Áustria. Cada etapa desse processo envolve uma pessoa, senão várias.
No entanto, nada disso será necessário em apenas sete anos, quando a marca for totalmente elétrica. O mesmo vale para quem fornece motores para carros Volvo, Mercedes-Benz, Jaguar, Ford ou qualquer uma das marcas que definiram datas para o término das vendas de automóveis na Europa.
O fato de os veículos elétricos exigirem menos pessoas para ser fabricados e projetados está bem documentado.
O que ficou abstrato é o efeito sobre a força de trabalho da região quando o machado começa a funcionar. A Ford anunciou neste mês planos de cortar 40% de toda a sua equipe de engenharia na Europa.
A mudança para o elétrico está afastando a marca (e muitas outras) de modelos menores, enquanto os modelos restantes são movidos a bateria e, portanto, mais rápidos de projetar e mais simples de montar. A fria realidade é que o anúncio da Ford é apenas o primeiro corte, compreendendo uma pequena parte de toda uma máquina que será desativada dentro de uma década ou mais.
Hoje, a indústria automobilística na Europa emprega 3,5 milhões de pessoas diretamente na fabricação. O executivo-chefe da Ford, Jim Farley, estima que os VEs exigem 40% menos pessoas para ser produzidos –o equivalente a 1,4 milhão de empregos se aplicados a toda a indústria.
São cargos altamente qualificados, de alta produtividade e bem pagos, geralmente em áreas geográficas que, de outra forma, seriam economicamente atrasadas. Basta olhar a fábrica da Nissan em Sunderland (Reino Unido) ou na Eslováquia, que tem quatro fábricas que produzem um carro para cada cinco pessoas que vivem no país anualmente.
Sim, pode haver geração de empregos, novas funções nas novas fronteiras de baterias ou desenvolvimento de software –um estudo de 2021 do Boston Consulting Group estimou a criação de 581 mil cargos na Europa. Mas fingir que eles serão preenchidos com a reciclagem de engenheiros a diesel descartados é fantasioso.
Algumas empresas oferecem retreinamento, outras não substituem funcionários que se aposentam. Mas isso apenas entorpecerá, não eliminará, a dor. A coisa mais dolorosa, talvez, para os trabalhadores que perdem seus empregos é que a marcha para o patíbulo do VE foi iniciada por políticos e reguladores.
Os reguladores da Europa decidiram que os novos carros da região precisam ser de emissão zero até 2035. Esta é, sem dúvida, a escolha certa para o planeta. Mas essa necessidade criará enormes danos colaterais. A Europa hoje é líder mundial em motores, sendo o lar de Ferrari, Mercedes-Benz e Volkswagen (Japão e Detroit também merecem espaços no pódio aqui).
No entanto, é a China, que antecipou a revolução das baterias há mais de uma década e se posicionou como líder global, que está em melhor posição para dominar o cenário automotivo de amanhã.
O hidrogênio, com sua baixa densidade de energia, é uma solução imperfeita para carros, a menos que seja usado como um estoque maior de energia renovável, mas pelo menos usa muitos dos mesmos papéis da cadeia de suprimentos que existem hoje.
Uma decisão estratégica e coordenada 15 anos atrás pelas autoridades europeias de desenvolver essa tecnologia, se bem-sucedida, teria protegido os empregos que hoje se encontram em extinção.
Até mesmo Mate Rimac, o inventor croata do hipercarro elétrico cujo negócio foi parcialmente adquirido pela Porsche, diz que a região está “dando um tiro no próprio pé” com suas políticas.
Os próximos cortes de empregos são a vítima inevitável de escolhas políticas deliberadas feitas por reguladores que não estarão no cargo quando as filas de desempregados da região forem inchadas por suas decisões.
Mesmo que você concorde que a política era necessária, ainda é verdade que a Europa colocou uma bomba sob o emprego automotivo da região. Agora não pode reclamar quando a coisa toda explodir.
Peter Campbell, Folhapress
CNT diz que preço do frete vai subir se governo mexer no biodiesel
Enquanto o governo Lula tenta equilibrar a pressão política do PT contra o fim da desoneração dos tributos federais sobre a gasolina e o álcool, o setor de transportes levanta ameaças de aumento no frete por causa do diesel.
Embora a desoneração sobre o diesel, o biodiesel e o gás de cozinha tenha sido estendida até dezembro, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) diz que haverá alta no custo do transporte se o governo decidir elevar o percentual de biodiesel na mistura obrigatória ao diesel.
Na sexta-feira (24), o Ministério de Minas e Energia disse à Reuters que o teor da mistura será revisto pelo Conselho Nacional de Política Energética no mês que vem. A ideia é que as bombas de combustível tenham novo percentual já em abril.
A CNT reagiu dizendo que a elevação de biodiesel vai encarecer o preço do frete.
“O eventual acréscimo do teor do biodiesel irá gerar custos adicionais ao valor do frete, que serão transferidos a toda população, traduzindo-se em acréscimos inflacionários e encarecendo ainda mais o transporte e, por consequência, os produtos consumidos e exportados”, diz a CNT em nota.
Ao longo da gestão Bolsonaro, o governo fez cortes no percentual da mistura como forma de diminuir o preço do diesel nos postos e acalmar a relação conflituosa com os caminhoneiros. Até 2021, a mistura era de 14%. Hoje está em 10%.
A CNT argumenta que o biodiesel reduz a eficiência energética dos motores, ampliando o consumo dos veículos.
“A experiência da utilização de 13% de biodiesel ocorrida no passado já comprovou isso. Há diversos relatos de panes súbitas em ônibus e caminhões, que se desligaram sozinhos durante funcionamento em rodovias. Isso pode provocar acidentes com vítimas fatais, o que preocupa todo o setor de transporte no Brasil”, disse.
Joana Cunha, Folhapress
Criminosos fazem reféns e roubam barco do governo no Vale do Javari
Indígenas fazem fiscalização no Vale do Javari |
O crime ocorreu na quinta-feira (23) no rio Javari, em Atalaia do Norte (AM), onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips foram assassinados em junho do ano passado. Os dois funcionários reféns foram abandonados numa área de igapó na região. Ninguém foi preso.
Na segunda-feira (27), a comitiva viajará à região com o objetivo de retomar a presença do Estado no local.
A região é marcada por crimes ambientais e considerada a segunda maior entrada de cocaína no país. No município de Atalaia do Norte, a 1.138 km de Manaus, indígenas continuam sendo vítimas de ameaças de morte, agressões e invasões ao segundo maior território demarcado do país, onde se concentra a maior grupo de índios isolados do mundo.
Em novembro do ano passado, a Akavaja (Associação dos Kanamari do Vale do Javari) e a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) denunciaram que os invasores ameaçaram de morte uma indígena com uma arma apontada para seu peito, fazendo referência ao assassinato de Bruno e Dom.
Bruno havia se afastado da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e começado a trabalhar com os indígenas na proteção do território com o desmonte dos órgãos ambientais e da fundação no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Dois anos antes, o funcionário da Funai Maxciel Pereira dos Santos foi assassinado a tiros em Tabatinga (AM), na fronteira com Peru e Colômbia.
Ele trabalhava em uma base do órgão indigenista no Vale do Javari, atacada a tiros diversas vezes ao longo dos últimos anos por criminosos e onde os indígenas querem levar as autoridades brasileiras na segunda-feira.
A embarcação foi abandonada no rio Javari, do lado peruano da fronteira. Da embarcação do governo brasileiro foram roubados 3.600 litros de combustível, outra embarcação menor chamada de canoão, dois motores. A embarcação deveria ser usada para atendimento de saúde dos indígenas do Javari, alguns de recente contato como os korubos.
A Polícia Civil fez diligência no local, que fica a poucos minutos de Atalaia do Norte, mas não encontrou vestígios dos assaltantes nem do que foi roubado do Dsei.
O local em que os funcionários foram abandonados do lado peruano é considerado perigoso até mesmo para policiais.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Civil do Amazonas está realizando oitivas, mas não informou com quem.
Além disso, a pasta diz fazer buscas na região para localizar os criminosos e que policiais militares seguem “realizando patrulhamento nos rios da região, como forma de reforçar o trabalho realizado pelas forças federais de segurança, responsáveis pela atuação na localidade”.
Na semana passada, o Ministério dos Povos Indígenas confirmou participação, ao lado de órgãos ambientais e de segurança e da Funai na agenda organizada pela Univaja, que esteve à frente das denúncias e primeiras ações de buscas quando Bruno e Dom sumiram.
Após os assassinatos de Maxciel, Bruno e Dom, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos concedeu medida cautelar à Univaja para que o país “adote as medidas necessárias para proteger a vida e a integridade pessoal” de 11 defensores dos povos indígenas na região ameaçados de morte.
O território indígena Vale do Javari tem área 56 vezes maior que o município de São Paulo. Na região, vivem povos indígenas das etnias marubo, kanamari, kulina pano, matis, matsés, tsohom-dyapa, os de recente contato korubo e a maior população de índios isolados do mundo divididos em outros grupos.
Rosiene Carvalho, Folhapress
Número de mortes confirmadas no litoral norte de SP chega a 64
O número de mortes confirmadas no litoral norte paulista devido aos temporais da semana passada chegou a 64, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Entre as mortes confirmadas, 63 foram no município de São Sebastião e uma em Ubatuba. Foram identificados e liberados para sepultamento os corpos de 55 pessoas – 20 homens, 17 mulheres e 18 crianças.
Feridos e desabrigados
As enxurradas e deslizamentos de terra deixaram ainda 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados na região, de acordo com o último boletim divulgado pelo governo estadual. Parte dessas pessoas teve as casas destruídas pelas chuvas, enquanto outras viviam em áreas consideradas de risco e tiveram que deixar suas residências.
As últimas informações divulgadas neste domingo (26) pelo governo estadual são de que 11 pessoas permanecem no Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba. A prefeitura de São Sebastião divulgou boletim sábado, em que constavam ainda duas crianças internadas em São José dos Campos e quatro pessoas no Hospital de Bertioga.
Moradia
Neste sábado (25), o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, estiveram em São Sebastião e sobrevoaram as áreas atingidas pelos temporais. Alckmin disse que o governo federal vai apoiar a construção de moradias para as famílias atingidas pelas chuvas e para realocar as que vivem em áreas de risco.
O governo estadual já desapropriou um terreno de 10 mil metros quadrados na Barra do Sahy, bairro de São Sebastião mais atingido pelos deslizamentos, para construir habitações destinadas às famílias afetadas.
O vice-presidente também considerou a possibilidade de destinar parte dos 1,5 mil apartamentos de um conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida em Bertioga, município vizinho a São Sebastião, para atender os desabrigados.
Agência Brasil
ONU alerta para risco de extinção de povos indígenas na Colômbia
Estudo revela que 22 grupos estão em risco de extinção e outros 62 sob ameaça; população originária representa 41% das pessoas afetadas por emergências humanitárias no país
A coordenadora residente das Nações Unidas na Colômbia, Mireia Villar, alertou nesta sexta-feira, 24, para o risco de extinção de algumas das “comunidades e povos indígenas” do país, vítimas da violência do conflito armado e das catástrofes naturais. “O deslocamento ao qual estão sujeitas, o impacto na sua subsistência, a utilização do território para fins contrários a sua cosmovisão significa que estamos perdendo línguas, pessoas e aproximações à espiritualidade”, lamentou Mireia Villar no lançamento da “Estratégia para promover a gestão humanitária nos povos indígenas”. O documento, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), busca realçar a situação humanitária enfrentada pelos povos indígenas da Colômbia, propondo ao mesmo tempo um plano de ação para responder às suas necessidades mais prementes, baseado no diálogo com as autoridades indígenas.
Dos quase 2 milhões de indígenas que vivem na Colômbia, segundo números oficiais, distribuídos em 115 aldeias, cerca de 90 mil pessoas foram vítimas do conflito em 2022 e 10 mil de catástrofes naturais, segundo números do OCHA. O estudo revela que 22 povos estão atualmente em risco de extinção e 62 sob ameaça. Indica também que os povos indígenas representam 41% das pessoas afetadas por emergências humanitárias, como deslocamento e confinamento.
Com informações da EFE
Especialistas avaliam que impacto de suspensão das exportações de carne por vaca louca será contornado
China importa praticamente um terço de toda a carne bovina exportada pelo Brasil |
Larissa Waccholz, sócia da Valia Agro e ex-chefe do Departamento Brasil-China, ligado ao governo brasileiro, não acredita que o embargo de 2023 se assemelhe ao de 2021, quando as exportações foram suspensas em setembro e só foram retomadas em dezembro. “A China considera o Brasil um parceiro importante no fornecimento de carne bovina. A China importa praticamente um terço de toda a carne bovina exportada pelo Brasil. E o Brasil, por outro lado, representa aproximadamente 25% do fornecimento de carne bovina importada pela China. Ou seja, é uma relação bastante importante para os dois lados e, portanto, provavelmente vai haver agilidade da parte chinesa também na revisão dessa documentação, para que os fluxos sejam retomados e normalizados em um breve espaço de tempo”, diz ela. A China está entre os principais parceiros comerciais do Brasil, sendo a principal compradora de commodities e matérias-primas nacionais.
Com informações do repórter Rodrigo Viga
Há muita gente boa presa após o 8/1, diz novo presidente da bancada evangélica
O deputado federal Eli Borges (PL-TO) |
O primeiro presidente a assumir o bloco religioso neste terceiro mandato de Lula (PT) faz uma interpretação equivocada da Constituição ao defender que as Forças Armadas “exercem um papel de atender ao clamor popular”. A partir disso, ele diz não ter visto “nada de errado” em pessoas que pediam intervenção militar após a derrota de Jair Bolsonaro (PL).
Borges vai se revezar com Silas Câmara (Republicanos-AM) nos próximos dois anos no comando de um dos grupos mais representativos do Legislativo e que ampliou seu poder no mandato de Bolsonaro.
Em entrevista à Folha, o deputado defendeu remover o direito ao aborto em casos de estupro e criticou a escola de samba paulistana Gaviões da Fiel por causa de seu enredo neste Carnaval, “Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos”, que alarga o conceito da Santíssima Trindade cristã. “Precisamos entender o seguinte: liberdade [de expressão] não é libertinagem.”
O sr. será o primeiro presidente da bancada evangélica no governo Lula 3. Serão oposição? A bancada tem postura de defender bandeiras como a família, luta contra ideologia de gênero, luta pela defesa da vida e contra aborto, contra jogo de azar. Não vamos amenizar nenhuma das pautas que nós defendemos em Brasília. Isso não tem nenhuma correlação com os outros Poderes, nem Supremo [Tribunal Federal], nem Lula.
Vê o governo Lula como oposto a esses valores que o bloco defende? Não sou eu que vejo, ele [Lula] que verbalizou muitas vezes um pensamento diferente daquilo que mais de 80% da população conservadora prega e defende.
Mas a eleição do Lula não valida um apoio da população às pautas que ele defende? De alguma forma, o Lula teve apoio, sim. A igreja não é política nem tem partido político. Dentro do segmento evangélico, naturalmente o Lula teve um percentual significativo de pessoas que sempre acreditaram que ele não faria exatamente aquilo que ele estava pregando.
Por exemplo, o aborto. Ele disse que o aborto é uma questão ligada à saúde da mulher. Nós temos uma visão diferente disso.
O sr. trocou em 2022 o Solidariedade pelo PL e disse que o país precisava de Bolsonaro. Considera-se um bolsonarista? Eu me considero um deputado federal que tem afinidade com as bandeiras que Bolsonaro defende. Até porque tenho uma postura política muito interessante. Se você analisar as minhas votações, elas são votações que estão muito ligadas à minha consciência. O Solidariedade foi para o PT, e eu tinha que ficar onde eu estava inserido nas bandeiras que eu defendo. Nesse momento que passou, esse lado era o do Bolsonaro.
Alguns pastores se disseram decepcionados com o comportamento de Bolsonaro após a derrota eleitoral. E o sr.? Entendi que ele apenas exercitou a prudência que deveria ter e não se envolveu em função de estarmos vivendo, entre aspas, uma ditadura da toga no Brasil. E isso com certeza levou o Bolsonaro a exercitar o espírito prudente nesse tempo de início do governo Lula. Ele é um ser humano, e nós temos que respeitar.
O que é a “ditadura da toga” e como ela afetaria o Bolsonaro? Venho falando que nós vivemos um ativismo judicial. Por exemplo, este 8 de janeiro: quero compreender que tem uma pequena minoria de baderneiros infiltrados e, às vezes, algumas pessoas na sua simplicidade, mas eles não representam o pensamento da maioria dos brasileiros. Tem muita gente boa que está buscando a sua liberdade e está presa.
Esse ativismo antecede [o 8 de janeiro]. Nós tivemos interferência do Supremo em muitos assuntos, como ideologia de gênero, aborto. Acho que não são matérias do Supremo. Judiciário tem que julgar leis, e quem faz as leis é o Parlamento.
Concorda com a definição de que o 8 de janeiro foi um ato antidemocrático? Concordo que uma pequena minoria de baderneiros infiltrados praticaram atos antidemocráticos. Porém a imensa maioria, de boa-fé, na frente dos quartéis cantando o hino nacional com a bandeira nacional, estava a serviço da consolidação da democracia brasileira. Esse é o meu pensamento.
Houve participação evangélica forte nesses atos. Vi todos os segmentos religiosos que defendem as cores da nossa bandeira, a nossa brasilidade, vi todos na porta dos quartéis. Evangélicos, católicos e espíritas na luta pela democracia.
Na porta dos quartéis havia pedidos de intervenção das Forças Armadas diante de um resultado das urnas que, segundo eles, não seria confiável. Considera que isso também faz parte da consolidação da democracia? Se você abrir a Constituição está muito claro: as Forças Armadas exercem um papel de atender ao clamor popular, e essa população foi fazer um clamor que a Constituição define como um direito constitucional. Não vi nada de errado na sociedade fazer o seu clamor.
A bancada terá um trio de parlamentares novatos sob investigação por supostamente incentivar os atos em Brasília: Clarissa Tércio (PP-PE), Sílvia Waiãpi (PL-AP) e André Fernandes (PL-CE). Conversou com eles? Não conversei. Como disse, aqueles que exercitaram a sua liberdade de manifestação, dentro da visão democrática, excetuando aqueles que fizeram baderna e se infiltraram para criar uma situação, exerceram direitos democráticos.
A bancada vai realizar o tradicional culto, com ceia, em que são chamados os chefes dos Poderes. Gostaria que Lula fosse a esse culto? Se ele for com uma alma buscar os valores, todos estão convidados.
Nas últimas eleições, tem-se discutido sobre um suposto abuso do poder religioso, transformando púlpito em palanque. Qual sua visão sobre a defesa de candidatos em igrejas na campanha? Nos sindicatos, eles têm os seus candidatos. No segmento bancário eles têm os seus candidatos. Qual é o problema de a igreja também ter os seus?
O poder que pastores têm sobre a igreja, como liderança religiosa, não é diferente dos outros setores que o sr. citou? Não quero comparar igrejas a sindicatos, só disse que cada segmento tem o seu candidato.
O que vi foi muita atuação de líderes importantes do Brasil num nível de orientação. E, se eles exercem uma influência em sua membresia, entendo que isso é fruto da liberdade democrática, já que a igreja é composta por cidadãos.
Quero deixar claro que não concordo com excessos, que a igreja exerça uma ditadura sacerdotal em cima da membresia. Temos que respeitar o direito do voto, o foro íntimo da liberdade dos eleitores, mas devo dizer que a igreja tem que ter os seus candidatos.
Bolsonaro continuará contando com o apoio maciço que teve dos evangélicos em 2018 e 2022, se quiser e puder disputar eleições no futuro? Não posso ser vidente para daqui a quatro anos. Entendo que, se ele continuar defendendo o que as igrejas defendem, vai conseguir esse apoio. Se o Lula se converter e começar a defender o que defendemos… A igreja não tem partido.
A Câmara discute o Estatuto do Nascituro, que propõe impedir o aborto em casos de estupro, o que hoje a legislação aceita. O que o sr. acha da proposta? Neste jogo que fazem, esquerda contra direita, prefiro colocar a mãe que foi violentada. Tem omissões aí, que é esta criança. Será que ela também deveria falar no processo, dizendo: “Olha, não tenho culpa de nada, sou uma vida, tenho direito de nascer”? É importante pensarmos que tem essa figurinha lá, que a mãe emprestou sua barriga para que ela nasça.
Só para deixar claro, o sr. é favorável a remover esse direito específico ao aborto da legislação? Não concordo que tenha aborto no Brasil. Defendo a vida desde o nascituro. Defendo a vida, e o dono da vida é Deus.
A bancada se posicionou contra o que viu como profanação de símbolos cristãos no Carnaval da Gaviões da Fiel. Por quê? Vejo no Brasil uma cristofobia forte. Temos que oferecer uma reação. Queremos respeito ao nosso culto. Isso inclusive é uma garantia constitucional.
Essa questão da cristofobia é real em vários países, onde vemos perseguição e até morte de cristãos —o que não acontece no Brasil. Já a intolerância religiosa afeta sobretudo crenças de matriz africana e é praticada por evangélicos em muitos casos. Não tenho direito, como cristão, de questionar a liberdade religiosa dos cultos afros. Não posso aqui dizer que concordo com a forma que eles têm, claro que não vou concordar. Mas compreender que são um povo num Estado laico. Agora, grupos sobretudo de ativistas se levantando contra a visão da igreja, aí sim vejo uma certa intolerância religiosa, e temos que começar a reagir. Precisamos entender o seguinte: liberdade não é libertinagem.
No mesmo fim de semana, um pastor americano disse num congresso da Assembleia de Deus, não muito longe do Congresso, que homossexuais, trans e até quem usa calça apertada têm reserva no inferno. O sr. acha que falas como essa têm respaldo constitucional? Olha, deixa eu ser claro. Uma coisa é uma escola de samba, devidamente organizada, com a clara visão de afrontar mesmo a fé brasileira. Outra coisa é uma preleção de um pastor que, dentro do regramento de sua fé, com a Bíblia aberta, se posicionou. Tenho o direito de verbalizar minha visão de sociedade desde que eu esteja enquadrado no meu manual, que é a Bíblia.
Um pastor pode ter liberdade, essa liberdade de pregar, e uma escola de samba de fazer alusões à Santíssima Trindade que serão encaradas como desrespeitosas por uma parcela da sociedade. É uma visão que você passa, a de que uma liberdade de expressão pode ocorrer de forma excessiva. Discordo. O pastor estaria errado? Ele pregou dentro da visão da Bíblia. O problema é que a igreja é muito serena, não está reagindo. Estamos vivendo uma cultura em que um segmento da sociedade pode tudo, questiona tudo, fala tudo, mas é muito sensível quando tem um contraponto.
Mas, dentro dessa visão, a Gaviões não poderia se posicionar? Aí você tem que fazer uma pergunta para o artigo 208 do Código Penal. Numa sociedade ordeira, decente, democrática, as instituições religiosas precisam ser respeitadas.
RAIO-X | ELI BORGES, 62
Deputado federal pelo PL de Tocantins, conquistou o primeiro mandato na Câmara em 2018. Foi antes deputado estadual. Pastor da Assembleia de Deus Madureira, define-se como “o pastor da família e do agronegócio”. Assumiu a presidência da bancada evangélica em 2023.
Anna Virginia Balloussier e Cézar Feitoza, Folhapress
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