Dirceu defende projeto para 3 governos seguidos e reeleição de Lula em 2026

O ex-ministro José Dirceu (PT), 77, defendeu, em entrevista ao “É Notícia” (Rede TV!), um programa nacional de desenvolvimento que seja implantado em três governos consecutivos e a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição em 2026.

“Eu penso em 12 anos, três governos, para um projeto de desenvolvimento nacional, porque o Brasil precisa fazer em 10 anos 100 em matéria de ciência, tecnologia e educação”, disse Dirceu, homem forte do primeiro governo Lula e que deixou a chefia da Casa Civil em 2005 após denúncia de envolvimento no mensalão.

“Não estou falando isso com patriotismo de partido e pensando em um governo do PT. Estou pensando em um governo de uma frente que pense um projeto para o país, porque são reformas estruturais e políticas de longo prazo que o Brasil precisa”, completou, na entrevista exibida na noite desta quinta-feira (6).

Segundo Dirceu, “quatro anos é pouco”, e Lula tem condições de liderar as próximas eleições “para derrotar o fascismo e implantar um projeto de desenvolvimento nacional”. “Não vejo outro nome hoje, outra liderança que possa ser candidato”, afirmou.

Ao longo da última campanha eleitoral, Lula indicou que não se candidataria à reeleição em 2026 e citou como obstáculo a idade que terá. “Todo mundo sabe que eu tenho quatro anos. Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer a reeleição”, disse.

Após assumir a Presidência, o petista recuou e abriu a possibilidade de concorrer. Disse que precisa “aproveitar a vida” e que por ora não pensa em ser candidato, mas afirmou que isso pode acontecer se houver “uma situação delicada” e ele se sentir com a saúde perfeita.

Na entrevista à Rede TV!, Dirceu defendeu um acordo nacional entre o governo Lula, o empresariado e o Congresso para adotar medidas que possibilitem o desenvolvimento do país.

“Caso contrário vamos nos arrastar e perder oportunidades mundiais”, afirmou ao jornalista Kennedy Alencar. Dirceu atacou a política de juros altos do Banco Central e disse que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, comete “quase um crime de responsabilidade” porque quer governar com taxa de juros recorde.

O ex-ministro citou dificuldades enfrentadas nos primeiros meses do governo para justificar a avaliação otimista que faz dos primeiros 100 dias de Lula.

Ele afirmou que o presidente encontrou a máquina administrativa desorganizada, com ministérios que deixaram de existir e outros devastados. Falou também sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro, o Congresso mais conservador e a situação econômica difícil. “O país praticamente acordou aliviado depois do resultado eleitoral”, disse.

Para ele, tudo o que Lula fez até agora foi conjuntural e, em um segundo momento, terá de trabalhar nas questões estruturais.

Na entrevista, Dirceu indicou que poderá falar sobre arrependimentos em um próximo livro de memórias. Ele afirmou que talvez fosse melhor não ter sido ministro da Casa Civil e sim um articulador político no primeiro governo Lula.

Também disse ver como equívoco a disputa ao Governo de São Paulo em 1994. E, sobre a luta armada contra a ditadura militar (1964-1985), apesar de considerar sua participação uma imposição moral, disse que não faria de novo do jeito que foi feito na época.

“Eu me sinto realizado. Apesar de tudo que aconteceu, sou um homem resolvido”, avaliou.

Sem dar detalhes, o ex-ministro admitiu ter cometido erros e disse que a corrupção é um problema grave no país. Mas negou a existência do mensalão, que chamou de ensaio para a Operação Lava Jato, chamada por ele um processo político para inviabilizar o PT e a candidatura de Lula à Presidência da República.

“A Lava Jato virou um instrumento político de consequências trágicas”, disse. “A revisão jurídica está sendo feita e será feita também a histórica.”

Dirceu afirmou que teve pânico e chorou em suas prisões, mas resistiu a aderir à delação premiada. “Eu preferia morrer do que trair minha geração, meus ideias, a construção do PT.”

Disse também que pediu ao ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pela União Brasil-PR, para ser condenado pelos erros que cometeu, não pelos que não tinha responsabilidade afirmou que nunca teve nenhuma relação com a Petrobras.
Após uma cirurgia em Brasília para drenagem de um hematoma subdural, o ex-ministro segue sob supervisão médica, tem restrições para viagens longas e uma agenda com apenas 20% dos compromissos de antes. Mas está otimista. “Acho que tenho saúde para chegar aos 90 anos.”

Em 2012, Dirceu foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), devido ao mensalão, a mais de sete anos de prisão, pena que foi extinta em 2015. Ele ficou um ano na cadeia.

Em agosto de 2015, foi preso preventivamente na Lava Jato. Em 2016, Moro o condenou a 20 anos e 10 meses de prisão e, em 2017, pela segunda vez, a 11 anos e três meses de prisão.

Dois meses depois, o STF concedeu habeas corpus permitindo que Dirceu aguardasse o julgamento dos recursos em liberdade. Em maio de 2018, teve recurso negado e foi preso novamente. Em junho daquele ano, o STF voltou a conceder habeas corpus para que Dirceu aguardasse o julgamento em liberdade.

Em maio de 2019, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu que o petista cumprisse pena de oito anos e dez meses pelo caso de corrupção envolvendo a Petrobras, no âmbito da Lava Jato. Ele foi solto em novembro daquele mesmo ano e aguarda em liberdade o julgamento de recursos.

Cristina Camargo / Folhapress

Barra da Estiva | Polícia faz buscas com cães na casa do vereador por de...


Policiais civis fizeram buscas, com uso de cães farejadores, na casa do vereador Valdnei de Silva Caires, do Podemos, investigado pelo sumiço de Beatriz Pires da Silva Santos, de 26 anos, desaparecida desde 11 de janeiro deste ano. A ação foi feita nesta quinta-feira (6), na cidade de Barra da Estiva, mas a jovem não foi encontrada. Questionada pela TV Sudoeste a Polícia Civil afirmou que não poderia divulgar mais detalhes sobre a ação desta quinta, para não atrapalhar as investigações. Beatriz Pires sumiu quando estava grávida de seis meses e tem um filho de 2 anos.
Ela foi vista pela última vez ao entrar no carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra da Estiva. De acordo com a Delegacia de Polícia, o veículo costuma ser usado pelo vereador Valdinei Caires. Após o desaparecimento da filha, a mãe de Beatriz, Célia Pires ficou responsável por cuidar do neto. A criança, de acordo com a mãe de Beatriz, apesar de muita nova, tem apresentado mudanças de comportamento depois que a jovem não foi mais vista. Antes de desaparecer, a jovem teria comentado com a mãe que faria uma viagem com o pai do filho dela. No entanto, a família não sabe quem é o homem, já que a identidade dele nunca foi revelada por Beatriz.

                   
Quando eu perguntava quem era [o pai do filho de 2 anos], ela dizia que não ia complicar ninguém, porque a pessoa tinha muita confiança nela e ela não ia complicar. É tanto que agora, que ela está grávida de seis meses, eu voltei a perguntar e ela disse que não ia complicar”, explicou. “Aí eu falei: ‘Já que você não quer me contar quem é, me diga ao menos se é o mesmo pai?’ E ela disse que sim. Ela tinha comentado antes, que ele queria que ela fizesse um aborto desse segundo bebê, que era menino também”.

Tragédia na BR-116 | acidente com morte em Vitória da Conquista; rodovia fica bloqueada nos dois sentidos

Um acidente na Rodovia Santos Dumont [BR-116], trecho próximo ao Posto Taboleiro da Bahiana, em Vitória da Conquista, deixou uma vítima morta na manhã desta sexta-feira (7). O Resgate da Via Bahia, a Polícia Rodoviária e o Departamento de Polícia Técnica foram acionadas. Os dois sentidos da BR-116 ficaram congestionados. Por/Blog do Anderson

Lula sofre críticas de eleitores ilustres e vê pressão sobre governo crescer

A crítica do escritor Paulo Coelho foi a mais ruidosa até aqui, mas outros eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também vêm expressando insatisfação com o governo, em um movimento negativo que o Planalto e militantes tentam combater com pedidos de paciência.

Ao chamar o novo mandato de patético, Coelho deu vazão a queixas de parcelas dos que votaram no petista, inclusive os que só queriam derrotar Jair Bolsonaro (PL). É o caso de apoiadores ocasionais como o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-presidenciável do Novo João Amoêdo.

Aliados como o ex-governador Roberto Requião (PT-PR) e o senador Cid Gomes (PDT-CE) também foram a público atacar aspectos como a fragilidade do programa de governo e a guerra de Lula contra o Banco Central por causa da taxa de juros.

“Não devia ter me empenhado na campanha”, disse Coelho no desabafo que fez em uma rede social no fim de março. Ele afirmou que seu voto não valeu a pena e demonstrou arrependimento pelas décadas de apoio ao petista, que lhe custaram até o afastamento de leitores, conforme relatou.

O autor do livro “O Alquimista” se mostrou especialmente irritado com o bate-boca de Lula com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), iniciado após o petista lançar a ilação de que a descoberta de um plano de atentado contra o ex-juiz da Operação Lava Jato seria “mais uma armação” de seu algoz.

“Estou achando o governo muito ruim”, afirma à Folha Amoêdo, que surpreendeu muita gente ao votar no petista contra “um mal maior”, Bolsonaro. O ex-banqueiro vê o presidente “preso a erros do passado, com uma equipe descoordenada e sem gestos para colocar o Brasil no rumo do crescimento”.

Amoêdo tem se pronunciado também contra a regra fiscal e a permanência de ministros como Juscelino Filho (Comunicações), exposto em uma série de denúncias. Apesar disso, diz não se arrepender do voto. “Estou seguro porque, sabendo de tudo o que veio à tona, vejo que Bolsonaro precisava mesmo sair. Como discordo muito do PT, nunca tive grandes expectativas, mas nutria algumas esperanças.”

Segundo pesquisa Datafolha, o governo é considerado ótimo ou bom por 38% dos brasileiros, regular por 30% e ruim ou péssimo por 29% (margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos).

Entre os que declaram ter votado em Lula, os percentuais são de, respectivamente, 71%, 24% e 3%.

Lula fez até aqui pelo país menos do que o esperado na visão de 1 em cada 4 pessoas que afirmam ter votado nele (25%). Ele fez o que era previsto na opinião de 37% e superou a expectativa para 34%.

O resultado do Datafolha foi encarado com otimismo por integrantes e aliados do governo, que lembram o fato de o país ter saído dividido da eleição. O petista venceu com a margem de votos mais apertada desde a redemocratização, apenas 1,8 ponto percentual à frente do adversário.

A estratégia governista de culpar os estragos herdados da gestão Bolsonaro pela demora em apresentar resultados em várias áreas, principalmente na economia, é replicada por defensores de Lula.

O ex-senador Aloysio Nunes Ferreira, um dos primeiros integrantes de peso do PSDB a embarcarem na candidatura do petista, faz reparos pontuais —a insinuação sobre Moro foi “um mau passo, embora não comprometa o governo como um todo”—, mas diz confiar no sucesso da gestão.

“O Lula vai fazer um bom governo, apesar de ter enfrentado uma transição tumultuada. Mesmo com o golpismo do 8 de janeiro, o descaso com os yanomamis e os estragos das chuvas, para citar alguns exemplos, ele está se saindo muito bem. Está arrumando a casa”, afirma Aloysio à Folha.

O tucano aprovou o arcabouço fiscal e considerou o ministro Fernando Haddad (Fazenda) habilidoso na articulação política do substituto do teto de gastos.

Aloysio, que foi ministro das Relações Exteriores de Michel Temer (MDB), também concordou com a decisão do Brasil de não assinar a declaração final da Cúpula da Democracia, que embutia críticas à Rússia pela invasão da Ucrânia. “Foi uma posição correta. O fórum para tratar desse tema é a ONU”, diz.

“O eleitor é sempre impaciente, quer o resultado. Ao governo cabe agir com calma e tomar atitudes com solidez”, opina o ex-chanceler.

O problema é que “o sentimento benévolo em relação ao governo, aquela torcida sincera para que dê certo, está arrefecendo”, afirma o sociólogo e investidor Zeca Martins, integrante do Derrubando Muros. O grupo formado por empresários e profissionais de diferentes áreas buscou uma terceira via em 2022, mas por fim acabou se aproximando de Lula, que foi a opção de grande parte dos membros.

“Sou parte da ala que votou nele pela primeira vez para afastar o risco Bolsonaro. O rigor com o atual governo, mesmo daqueles lulistas convictos, está baixo. Noto ainda uma complacência em função da tortura que foi conviver com um governo fascista, mas essa fase está se esgotando.”

Martins diz que as críticas de Coelho e Tasso encontram eco no grupo, que se ressente do esvaziamento da ideia de frente ampla e da ausência de programa. “Além do básico, que é garantir três refeições por dia para todos, não sabemos qual é o projeto de longo prazo para o Brasil”, afirma.

A empresária e ativista Rosângela Lyra, que começou a angariar apoios de antipetistas a Lula meses antes das eleições, discorda. Com trânsito na elite paulistana, ela diz ver eleitores do presidente maduros para entenderem que o governo mal começou e ainda “enfrenta ecos ruins do passado recente”.

“Paulo Coelho foi, no mínimo, infeliz”, diz Rosângela, que preside o Política Viva, um grupo de discussões sobre os rumos do país com tendência progressista. Para ela, nem deu tempo de se frustrar, e uma avaliação mais justa só pode ser feita após seis meses.

“Estão cobrando desse governo coisas que nunca cobraram de outros. Só de termos um governo com visão humanista e que está recuperando programas sociais importantes, já é muito”, afirma.

Lula tem feito apelos parecidos aos eleitores mais ávidos. “Vamos dar um tempo aí, porque também as coisas não podem acontecer do dia para a noite”, discursou em evento no último dia 16, após uma criança na plateia questioná-lo sobre a queda no preço da picanha prometida durante a campanha.

O tom já tinha sido usado na mensagem do presidente ao completar o primeiro mês de mandato. “A nossa vida vai melhorar. É só esperar um pouco, que vocês vão ver as coisas começarem a acontecer no nosso querido Brasil”, disse, pedindo “um pouco de paciência”.

Procurada, a Secom (Secretaria de Comunicação) evitou comentar críticas específicas e reforçou, em nota, que a atual gestão está completando 100 dias de um mandato total de quatro anos.

“Ouvimos, respeitamos, dialogamos e não ofendemos discordâncias pontuais, eventuais ou mais gerais, porque defendemos a democracia, a livre expressão e o debate público respeitoso, com liberdade e troca de ideias”, disse.

O QUE DISSERAM OS DESCONTENTES COM O GOVERNO

“Décadas apoiando Lula, noto que seu novo mandato está patético. Cair na trampa de ex-juiz desqualificado, incapacidade de resolver problema do BC, etc. Não devia ter me empenhado na campanha. Perdi leitores (faz parte) mas não estou vendo meu voto ter valido a pena”

Paulo Coelho, escritor, no Twitter, em 26.mar

“Estou muito surpreso. Eu não esperava que o Lula e sua equipe viessem nessa linha radical de política econômica. Não é radical só pelo fato de ser de esquerda, que tem propostas boas, mas pelas ideias ultrapassadas, vencidas e que já foram testadas. É radical também pelo tom da agressividade. Esse embate com o Banco Central é inteiramente desnecessário”

Tasso Jereissati (PSDB-CE), ex-senador, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 6.mar

“Estou achando o governo muito ruim. Lula está preso a erros do passado, com uma equipe descoordenada e sem gestos para colocar o Brasil no rumo do crescimento. Propõe uma regra fiscal que não ataca o problema das despesas, prega retrocessos em temas como o marco do saneamento e a privatização da Eletrobras, perde tempo com temas menores e continua com postura de candidato, não de estadista. Ele está queimando o voto de paciência que se deve dar a quem acabou de assumir”

João Amoêdo, ex-presidenciável do Novo, em entrevista à Folha, na terça-feira (4)

“Eu não fui nem convidado para participar do grupo de transição. Fui ignorado. A minha experiência poderia ter servido pelo menos para levantar aquele debate. Não fui nem convidado para a posse, tive que ir em Brasília e garimpar um convite com influencers. Esqueceram que o Roberto Requião existia. […] E eu faria isso tudo de novo, fiz ideologicamente. Só não posso dizer que estou contente com o que está acontecendo. Acho que estamos cometendo um erro, nós devíamos ter um programa mínimo de governo”

Roberto Requião (PT-PR), ex-governador, em entrevista ao portal UOL, em 16.mar

“Uma preocupação que eu tenho é esse conformismo com o status quo, o centrão, a Câmara. O [Arthur] Lira é só mais um e vai ser mudado. […] O Brasil não vai mudar só porque tirou o Bolsonaro e botou o Lula. É o centrão, é o mesmo povo, com a conivência e o entusiasmo do [ministro das Relações Institucionais] Alexandre Padilha, que é o articulador político do governo”

Cid Gomes (PDT-CE), senador, em entrevista ao jornal O Globo, em 23.mar

O QUE DISSERAM OS DEFENSORES DO GOVERNO

“Calma, Paulo. Assim como você e eu, Lula é humano, tem suas feridas. E nem sempre se pode se safar das armadilhas e disparos de uma classe dominante predatória, egoísta e invejosa. Tenha mais paciência, querido. O mandato está no início”

Jean Wyllys, ex-deputado federal pelo PSOL-RJ, em resposta a Paulo Coelho, no Twitter, em 26.mar

“Outro que entrou na falácia da mídia. Menos, Paulo. Se não fosse o Lula, você estaria sob domínio de Bolsonaro. O governo nem começou…”

José de Abreu, ator, em resposta a Paulo Coelho, no Twitter, em 26.mar

“Paulo, não são nem 90 dias. BC é uma situação ingrata. Erros serão cometidos, devemos criticar e apontar, como também tenho feito, mas não dá pra se arrepender de ter ajudado a derrotar aquele monstro. Lula ainda vai errar muito, mas não se esqueça que o outro era Bolsonaro”

Felipe Neto, influenciador digital, em resposta a Paulo Coelho, no Twitter, em 26.mar

“O Lula vai fazer um bom governo, apesar de ter enfrentado uma transição tumultuada. Mesmo com o golpismo do 8 de janeiro, o descaso com os yanomamis e os estragos das chuvas, para citar alguns exemplos, ele está se saindo muito bem. Está arrumando a casa. O eleitor é sempre impaciente, quer o resultado. Ao governo cabe agir com calma e tomar atitudes com solidez”

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores (governo Temer), em entrevista à Folha, na segunda-feira (3)

“Paulo Coelho foi, no mínimo, infeliz. Estão cobrando desse governo coisas que nunca cobraram de outros. Atribuo essa má vontade ao vício antipetista ou pró-lavajatista que está impregnado após todos esses anos de viés. Vejo pessoas comuns à minha volta repetindo falácias, sem embasamento. Só de termos um governo com visão humanista e que está recuperando programas sociais importantes, já é muito”

Rosângela Lyra, empresária e presidente do Instituto Política Viva, em entrevista à Folha, na segunda-feira (3)

Joelmir Tavares / Folhapress

Desmatamento no 1º trimestre de Lula bate recorde no cerrado e tem segundo pior índice na Amazônia

O primeiro trimestre do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve números de alertas de desmatamento equiparáveis aos piores índices do governo de Jair Bolsonaro (PL), que desmontou políticas ambientais e enfraqueceu a fiscalização ao longo dos quatro anos de mandato.

Segundo dados do Deter, sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que reúne informações para o combate ao desmate quase em tempo real, entre janeiro e março a destruição do cerrado foi recorde, chegando a 1.375,3 km², e a da Amazônia foi a segunda mais alta da série histórica, com 844,6 km².

Os registros do Deter para o cerrado começaram em maio de 2018 e em agosto de 2015 para a Amazônia.

A área destruída nos dois biomas em 2023 equivale a quase duas vezes a cidade do Rio de Janeiro (1.200 km²).

Até então, o número mais alto para o cerrado no período tinha sido registrado em 2022, quando a área perdida ultrapassou 1.288 km². O recorde da floresta amazônica também é do ano passado, com mais de 941 km².

Procurado, o Ministério do Meio Ambiente disse que, na Amazônia, houve aumento de 219% das multas por desmatamento e outras infrações contra a flora no trimestre em comparação com a média do período nos quatro anos anteriores. Em todo o Brasil, esse número ficou em 78%.

Na Amazônia Legal, também cresceram as apreensões (133%) e os termos de destruição (192%) de bens e produtos relacionados às infrações ambientais, além dos embargos de propriedades (93%).

“São medidas que descapitalizam os infratores e impedem que obtenham financiamento, além de restringir o comércio de produtos ilegais”, afirma a pasta, em nota.

O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.

Os números oficiais são de outro sistema do Inpe, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), e são divulgados duas vezes ao ano.

No cerrado, o desmatamento neste ano tem se concentrado na Bahia (568 km²), no Piauí (215 km²), no Tocantins (152 km²) e no Maranhão (138 km²). Já na Amazônia, os números mais altos estão no Mato Grosso (311 km²), Amazonas (187 km²) e Pará (161 km²).

O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, diz que vários fatores que explicam os índices altos.

“A gente está com cinturão de desmatamento da ordem de milhares de quilômetros. São milhares de quilômetros de pessoas com trator de esteira derrubando floresta”. Esse cinturão, diz ele, vai do Acre ao Tocantins, passando por outros estados, como Amazonas, Mato Grosso, Pará, Maranhão e Tocantins.

“O segundo ponto é que algumas das algumas das ferramentas que o Ibama utilizava e vem utilizando, como por exemplo, as multas passaram por um processo de descrédito”, afirma.

Segundo ele, entre as medidas já tomadas pelo órgão estão o fortalecimento institucional do Ibama, o embargo de áreas de desmate ilegal para que os proprietários não consigam financiamento e reestruturação da equipe.

“Nós acreditamos que estamos no caminho certo. Mas todas essas ações de fato ainda são insuficientes. Enquanto isso tudo não ganhar escala, ainda é insuficiente”, afirma.

Um dos pontos que dificulta a expansão das atividades de fiscalização é a falta de pessoal. Agostinho explica que hoje o Ibama só tem cerca de 300 fiscais em campo —mais 400 trabalham em escritório. “Nós já tivemos, no país, quase 2.000 fiscais”, afirma.

Os profissionais que vão a campo precisam fiscalizar não só o desmate, mas também outros crimes ambientais, como a pesca ilegal e o contrabando de agrotóxicos na fronteira.

“O número de fiscais do Ibama teria mais do que dobrar. É muito importante e urgente o governo providenciar um concurso público para isso porque, no caso da fiscalização, a equipe selecionada ainda tem que ser treinada [após a admissão]”, analisa Suely Araújo, especialista em políticas públicas do Observatório do Clima.

Ela afirma que as ações de fiscalização foram retomadas e aponta outras medidas do governo que auxiliam no combate ao desmatamento, como o reestabelecimento do PPDCDam (Plano de Ação para a Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia) e dos conselhos deliberativos do Fundo Amazônia.

A especialista cita também a alteração de decretos da gestão Bolsonaro que facilitavam o atraso nos processos e a prescrição de multas ambientais.

Araújo aponta, ainda, que a reversão da explosão do desmatamento no governo anterior é uma missão demorada. “O que ocorreu foi a elevação do patamar [de destruição] e o aumento do desmate em todos os biomas”, diz.

“Isso gera um ciclo de expansão que não termina de um dia para o outro. Não seria nos primeiros três meses de governo que [essa reversão] seria evidenciada porque você tinha todas as forças caminhando para impulsionar o desmatamento, não para controlar”.

Por causa da chuva, que dificulta o desmate, o início do ano geralmente tem índices mais baixos do que os outros meses.

“Os próximos meses são decisivos para o desmatamento e para as queimadas, já que o que define as queimadas é também o quanto de área desmatada ocorreu”, explica Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e coordenadora das áreas de Cerrado e Fogo da rede Mapbiomas.

As informações do Deter são colhidas por satélite e o sistema detecta apenas alterações na cobertura florestal maiores do que três hectares. Devido à cobertura de nuvens —maior em períodos chuvosos—, nem todas as cicatrizes de desmate são identificadas.

No cerrado, a cobertura de nuvens no primeiro trimestre deste ano ficou na média de 31%, a maior já registrada no bioma. Já na Amazônia o índice ficou em 26%, em média, abaixo do registrado em 2021 (43%), 2018 (41%) e 2022 (36%).

Alencar explica que duas diferenças são importantes na comparação entre os dois biomas acompanhados pelo Deter: o tamanho de cada área com alerta de desmatamento, que é maior no cerrado, e a porcentagem de desmate permitido pelo código florestal em cada um deles.

Enquanto em regiões de floresta amazônica só é possível desmatar legalmente 20% da propriedade, no cerrado esse número sobe para 80% (ou 65%, se estiver dentro de algum estado da Amazônia Legal).

A destruição do cerrado tem um impacto na hidrologia de todo o país, já que ele abastece seis das oito grandes bacias hidrográficas do Brasil.

Está previsto para segunda-feira (10), o lançamento da nova versão do PPCDAm para consulta pública, marcando os primeiros 100 dias de governo Lula.

O PPCDam é o principal plano do governo para combater o desmate e seu restabelecimento foi anunciado pelo presidente no dia da posse, depois de sua implementação ter sido abandonada por Bolsonaro. Na sequência, devem ser criados planos de combate à destruição para outros biomas brasileiros.

A iniciativa é da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que foi a responsável pela criação da primeira versão do PPCDam, em 2004. O projeto foi considerado a primeira política nacional a impactar as emissões de gases de efeito estufa, que, no Brasil, vêm na maior parte do desmatamento.

Jéssica Maes / Folhapress

Homem esfaqueia sete em hospital e é morto pela polícia no interior de São Paulo

Sete pessoas ficaram feridas a facadas durante um ataque a hospital em Américo Brasiliense, no interior de São Paulo, na noite desta quinta (6). O agressor, um homem de 32, ainda fez uma pessoa refém e foi morto pela polícia.

O homem, que não teve a identidade revelada, procurou atendimento médico no Hospital Municipal José Nigro Neto, na cidade, e estava em surto, conforme informações repassadas a repórteres na porta do hospital após o ataque pelo major da PM Alan Esteves Fernandes Gouvea.

O agressor chegou a ser atendido mas, em determinado momento, sacou uma faca e atacou integrantes da equipe médica e pacientes, conforme o major.

Policiais de uma viatura que estava na região viram o agressor já saindo do hospital e, ainda segundo o PM, tentando esfaquear outra pessoa.

O agressor agarrou a vítima e a polícia iniciou negociação para que fosse libertada. Ao ver certa distância entre o homem e a pessoa mantida refém, que conseguiu se afastar do agressor, um PM atirou e o matou.

As vítimas foram levadas para a Santa Casa de Araraquara. Segundo a instituição, informações sobre o estado de saúde dos pacientes só poderão ser divulgados na segunda (10).

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que a pessoa feita refém era uma mulher de 42 anos. Disse ainda que o agressor entrou desorientado no hospital.

“Com o autor foi apreendida uma porção de cocaína. Foi solicitada perícia ao local e exames de IML (Instituto Médico Legal). O caso foi registrado como homicídio tentado e morte decorrente de intervenção policial no plantão da Delegacia Seccional de Araraquara”, informa a nota enviada pela secretaria.

O município fica a cerca de 10 quilômetros de Araraquara. A ocorrência foi registrada na cidade vizinha por ser onde está localizada a delegacia de plantão no feriado da Semana Santa.

Mulher que prostituía sobrinha e abusador são presos por estupro de vulnerável

A tia de uma vítima de estupro de vulnerável e o seu abusador tiveram mandados de prisão cumpridos pela Polícia Civil, na sexta-feira (06), após investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso (DEDMCAI) de Sinop.

A mulher, de 37 anos, tia da vítima, cobrava valores para que o suspeito, de 18 anos, mantivesse relações sexuais com a sobrinha, de apenas 12 anos de idade. As ordens de prisão foram expedidas pela 2ª Vara Criminal de Sinop com base nas investigações da Polícia Civil.

As investigações iniciaram após o pai da vítima procurar a Delegacia da Mulher em Sinop, na segunda-feira (03), para relatar que no mês de janeiro entregou a guarda da filha para a tia materna, uma vez que tinha que trabalhar e não tinha condições de cuidar da menina.

Porém, recentemente recebeu um vídeo em que a menina havia sido agredida pela suspeita, após ter sido expulsa de casa, passando a morar com um primo. Ainda segundo informações a tia “vendia” a vítima, cobrando valores para que ela mantivesse relações sexuais com um jovem de 18 anos que frequentava a casa.

Os abusos eram de forma reiterada, tendo ocorrido por volta de 10 vezes, todas elas na casa da tia da vítima. Assim que foi acionada dos fatos, a equipe da Delegacia da Mulher iniciou as diligências, identificando os suspeitos e representando pelos mandados de prisão preventiva que foram deferidos pela Justiça.

A ordem de prisão contra os investigados foi cumprida nesta quinta-feira (06) pela equipe da DEDMCAI de Sinop. As investigações seguem em andamento para identificar outros possíveis envolvidos no crime.
Fonte: PJC

Idoso é preso por matar cadela prenha a pauladas e arrastá-la pela rua no Aero Rancho

(Foto: Leitor Midiamax)
Um idoso de 80 anos foi preso na manhã desta sexta-feira (7) após matar uma cadela a pauladas no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Moradores que viram o idoso arrastando o animal pelas ruas tentaram linchá-lo e acionaram a Polícia Militar.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a PM chegou ao local antes que o idoso fosse agredido e o prendeu por maus tratos a animais. A cadela estava prenha e é esperada a chegada da perícia da Polícia Civil.

Testemunhas disseram que ele poderia ter algum problema psicológico, mas não foi apresentado qualquer laudo pelo autor nem por familiares aos policiais.

“O cachorro estava na rua solto. Esse senhor foi até ele, começou a arrastá-lo por uma corda presa ao pescoço e agredia o animal com uma barra de ferro. Na esquina, o cachorro caiu e ali ficou. O idoso fugiu para dentro de casa”, afirmou uma testemunha.

Ele foi encaminhado para a delegacia e vai responder por maus-tratos a animais

Mecanismo de Lula pode ter brecha para ocultar deputado e senador em repasse de verbas

Embora o governo planeje divulgar os nomes de quem apadrinhou o uso dos R$ 9,8 bilhões herdados com o fim das emendas de relator, a lista poderá conter brechas que ocultam nomes de deputados e senadores.

A Folha de S.Paulo mostrou na segunda-feira (3) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou um novo mecanismo para destinar verbas ao Congresso Nacional e ampliar sua base de apoio. Também estabeleceu que, para gastar o dinheiro, os ministérios deverão seguir a articulação política do Executivo.

Apesar de o novo sistema de transparência prever a revelação dos padrinhos, integrantes do Palácio do Planalto passaram a discutir a possibilidade de, em alguns casos, apenas prefeitos aparecerem na lista como beneficiados pelos repasses ocultando, assim, eventual intermediação política de algum parlamentar para a liberação do dinheiro.

Se houver a brecha, o mecanismo de Lula poderá se assemelhar ao das emendas de relator principal moeda de troca em negociações políticas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Congresso.

No ano passado, quando as emendas de relator eram distribuídas, aliados de Bolsonaro e parlamentares próximos à cúpula da Câmara e do Senado usaram um vácuo nas regras para destinar emendas a suas bases eleitorais sem revelar o padrinho político do recurso.

A possibilidade de uma pessoa de fora do Congresso chamada de usuário externo ser autor de uma emenda não existia. Isso foi incluído após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter determinado, no fim de 2021, o compartilhamento de informações referentes à indicação desse tipo de recurso.

Quase um ano depois, a corte decidiu pela extinção das emendas de relator.

No mecanismo de negociação de Lula, o governo pretende usar os R$ 9,8 bilhões para irrigar obras e projetos nas bases eleitorais de deputados e senadores, o que, na prática, simularia emendas parlamentares.

Auxiliares do presidente dizem que irão apresentar aos congressistas uma lista de projetos prioritários do governo que podem atender ao interesse do Planalto e do Congresso. Um exemplo é a retomada do Minha Casa, Minha Vida, com apelo político aos parlamentares.

A estratégia em estudo é abrir a possibilidade para que prefeitos apresentem sugestões de aplicação da quantia. Os projetos, então, seriam analisados pelos ministérios e, se aprovados, receberiam o dinheiro para serem executados.
No entanto, isso pode deixar margem para que deputados e senadores intercedam pela liberação de verba para suas bases eleitorais e não tenham o nome divulgado como padrinho político do repasse.

A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, reforça que, até o momento, não houve gasto nesses recursos que somam R$ 9,8 bilhões. Por isso, não há que se falar em qualquer irregularidade.

E afirma que a pasta terá o papel de “estimular, junto aos entes federados, aos parlamentares e ao conjunto da sociedade, a apresentação de projetos para uso desses valores”, conforme a legislação.

Lula tem a preocupação em evitar desgastes de possíveis irregularidades no uso do dinheiro. Nesse aspecto, integrantes do Planalto dizem que o mais importante é mostrar que os contratos foram assinados após indicações de atores políticos seja deputado, senador ou prefeito.

Líderes do Congresso dizem não se opor à criação de um novo sistema para dar transparência à negociação da verba que simula emendas, mas apontam dificuldades de implementação do mecanismo pelo governo.

Integrantes do Legislativo consideram que, se o Planalto divulgar a lista de deputados e senadores, poderá criar um problema para Lula ao ser cobrado por uma distribuição de maneira equilibrada entre parlamentares sob o governo Bolsonaro, o Executivo privilegiava aliados e o alto clero do Parlamento.

“Após a decisão do STF, o governo Lula tentou retomar uma parte dos recursos [das emendas de relator]. Mas, de certa forma, o Legislativo manteve a capacidade de influenciar o Orçamento de uma forma não republicana. É um meio-termo em que não se conseguiu voltar à situação anterior, quando de fato o Executivo tinha controle muito maior do Orçamento”, disse o professor de administração pública da FGV, Gustavo Fernandes.

Para ele, “até que o governo consiga retomar a força política dentro do Parlamento para alterar essa lógica [de condução do Orçamento], ele [o governo] continua refém do Congresso”.

Thiago Resende e Julia Chaib / Folhapress

Petrobras vê sinal positivo de Lula para empresa em crítica a ministro

Discretamente, a cúpula da Petrobras comemorou o puxão de orelha dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por causa da política de preços dos combustíveis.

Durante café da manhã com a imprensa, o petista afirmou que o governo ainda vai debater uma alteração no cálculo. A declaração foi uma resposta a um anúncio feito por Silveira na quarta-feira (5) de que a estatal mudaria sua política comercial para adotar um novo modelo.

Na estatal, o recado foi lido como um novo fôlego para o presidente da empresa, Jean Paul Prates, poder trabalhar, agora que conseguiu completar sua nova diretoria, sem egressos da gestão Bolsonaro.

Prates vinha sido cobrado internamente no governo e no PT por mudanças mais rápidas de rumo da estatal, envolvendo a suspensão da política de desinvestimento, entre outros pontos.

Fábio Zanini / Folhapress

Deputado Daniel Almeida apoia exigência do diploma para profissão de jornalista

No dia do jornalista, comemorado neste 7 de abril, o deputado federal Daniel Almeida relembra sua atuação em favor da exigência do diploma de nível superior para o exercício da profissão na Câmara dos Deputados. O vice-líder do governo no Congresso foi relator da PEC 206/2012 na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

“Na ocasião apresentei parecer favorável indicando a admissibilidade da proposta, que foi aprovada pelo colegiado e encaminhada à Mesa da Câmara. Entendo a importância e me associo à luta dos profissionais de comunicação pela exigência do diploma para o exercício do Jornalismo”, reiterou o parlamentar.

Sindicatos e entidades estão unidos realizando atos e mobilizações para reivindicar a volta da obrigatoriedade do diploma. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o mês de abril será dedicado para debates, rodas de conversa, lives e outras atividades com faculdades de comunicação e ação junto aos deputados federais.

Em Serrinha, governador em exercício participa da Procissão do Fogaréu e entrega alimentos da campanha do Bahia Sem Fome

Em Serrinha, no nordeste baiano, o governador em exercício, Geraldo Júnior, se juntou a cerca de dez mil fiéis na Procissão do Fogaréu, realizada na noite desta quinta-feira (6). A tradição católica, que em 2023 completa 93 anos, percorreu a zona turística Caminhos do Sertão, com cinco quilômetros de extensão, levando um multidão com velas acesas, da Catedral de Serrinha até a Colina de Nossa Senhora de Sant’Ana. Antes do trajeto, a missa do Lava-Pés celebrada pelo bispo da Diocese de Serrinha, Dom Hélio Santos, abriu as celebrações do Tríduo Pascal.
Atendendo ao convite da Diocese para doação de alimentos, o governador em exercício entregou 600 cestas básicas arrecadadas pelo programa Bahia Sem Fome para a população em situação de insegurança alimentar da cidade. “Muita fé e muita devoção. Hoje, na Procissão do Fogaréu, o tema é Fraternidade e Fome. São 33 milhões de brasileiros e de brasileiras, e quase dois milhões de baianas e baianos que estão no mapa da fome. Esse não é um programa do Governo do Estado, é de todos nós. Estamos de mãos dadas contra a fome, porque a fome não espera”, disse Geraldo, que estava acompanhado do secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso.

Reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (Ipac), desde 2019, como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado, a Procissão de Serrinha este ano conta com apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Turismo (Setur). “A Procissão do Fogaréu nos ajuda a recordar o movimento que Jesus fez de ser captado pelos soldados para, hoje, dizermos ‘estamos vivos’. Depois da pandemia, a vida continua, sempre caminhando por meio da fé. Você, que tem o seu, compartilhe com os irmãos, porque, assim, todos nós teremos o pão nosso de cada dia”, declarou o pároco da Catedral de Serrinha, Padre George Roberto.

A caminhada foi marcada por manifestações de fé de pessoas de todas as idades. A maquiadora Daniela Santos, 27 anos, conseguiu participar da procissão pela primeira vez. “Estou achando maravilhoso, doida para chegar logo na santa, para ter aquela sensação de estar a primeira vez lá”, contou a jovem, que é moradora da zona rural e tinha dificuldade de ter acesso à procissão nos anos anteriores.

História

Em um cenário de grande seca que marcou o início da década de trinta do século passado, o recém nomeado Padre Carlos Olympio Sylvio Ribeiro, pároco da Freguesia de Serrinha, realizou grandes procissões de penitência rezando pelo fim da estiagem que causava dor e sofrimento ao povo serrinhense. Neste contexto, tem-se início a Procissão do Fogaréu, realizada na quinta-feira da Semana Santa de cada ano.

Durante o percurso, são realizadas diversas paradas com o toque da matraca, o canto do Senhor Deus e meditações. Ao chegar à Colina da Santa, onde há um mirante com uma grande imagem de Senhora Sant’Ana, padroeira da cidade, o bispo faz uma breve homilia unindo o sofrimento de Cristo aos problemas contemporâneos.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

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