Inadimplência de trabalhadores formais e informais dispara no microcrédito e atinge recorde
A cada 10 trabalhadores formais e informais que recorreram ao microcrédito, 2 estavam com as contas atrasadas em fevereiro. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central, a inadimplência na modalidade atingiu 20,7%, patamar recorde em um cenário de juros elevados e desaceleração da atividade econômica.
O microcrédito é destinado a empreendedores formais —como MEIs (microempreendedores individuais)— e informais que buscam empréstimos de pequeno valor.
A escalada da inadimplência nessa linha de crédito se intensificou a partir de setembro do ano passado, acumulando alta de 16,6 pontos percentuais em 12 meses até fevereiro, quando a taxa média de juros cobrada estava em 49,9% ao ano —valor próximo ao limite de 60% ao ano (4% ao mês).
Além da atual conjuntura econômica, Michael Burt, economista da LCA Consultores, afirma que a alta inadimplência é explicada em parte como reflexo da pandemia de Covid-19. No período, foram realizadas algumas rodadas de renegociação de dívidas por meio de alongamento de prazos de pagamento, que estão chegando ao fim.
Outro fator que, segundo o especialista, empurrou brasileiros ao superendividamento foi a criação, em março do ano passado, no governo de Jair Bolsonaro (PL), de uma nova linha de microcrédito, que atendia a beneficiários do programa Auxílio Brasil —rebatizado de Bolsa Família— e a pessoas com CPFs e CNPJs negativados.
“É a mesma história do crédito consignado do Auxílio Brasil. O programa fornece crédito para pessoas carentes, com falta de recursos e elevado endividamento familiar. Essas pessoas, muito provavelmente, pegam esses recursos para pagar dívidas e, no mês seguinte, param de pagar a amortização. Com isso, vira uma operação inadimplente”, diz.
Burt destaca que esses tomadores de crédito, que já são mais vulneráveis, contrataram empréstimos a juros elevados em operações consideradas de alto índice de risco.
O microcrédito é uma forma de crédito direcionado, no qual instituições financeiras devem destinar parte de seus recursos dos depósitos à vista (correspondente a 2% da média dos saldos). Nos últimos quatro anos, o crescimento anual médio dessa modalidade foi superior a 24%, de acordo com dados do BC.
O crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e algumas linhas de empréstimos, em razão de subsídios, têm taxas menores. Em sua maioria, são concedidas por bancos públicos.
Ele representa cerca de 40% do saldo de crédito total do sistema financeiro, com um estoque de R$ 2,18 trilhões —sendo R$ 1,44 trilhão nas linhas de pessoa física e R$ 737,27 bilhões de pessoa jurídica (com destaque para a fatia do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Um crescimento mais forte do crédito direcionado vem sendo defendido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca medidas para fomentar investimentos e estimular a economia.
Na quinta-feira (20), o Ministério da Fazenda anunciou um pacote com 13 iniciativas para destravar o mercado de crédito, entre elas, uma proposta de projeto de lei para flexibilizar exigências burocráticas na liberação de empréstimos.
“No mercado de crédito, há uma grande quantidade de recursos direcionados dentro do dinheiro público ou crédito de bancos públicos, em ambos os casos se aplica uma série de restrições para concessão, a gente está tentando diminuir essas restrições ao máximo”, afirma Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas da Fazenda.
A expansão do crédito direcionado em linhas de empréstimos para habitação, produção rural e concessões do BNDES ao setor produtivo vai na direção contrária do que defende o BC.
“As soluções que querem dar crédito subsidiado para vários projetos às vezes são meritórias a curto prazo. Mas a gente tem que entender que tem um processo de longo prazo, que, se eu quero dar subsídio para todo o mundo, o juro vai ser mais alto por definição porque o meu canal, onde consigo fazer com que o juro influencie a inflação, fica mais estreito”, afirmou Roberto Campos Neto, presidente do BC, a empresários em um evento no dia 5 de abril.
De acordo com o chefe da autarquia, o aumento de empréstimos a taxas subsidiadas freia o efeito da política monetária. Com isso, o BC se vê na posição de manter a taxa básica de juros (Selic) —hoje fixada em 13,75% ao ano— em um patamar mais alto, apesar da pressão de Lula pelo início de cortes.
Para justificar tal posicionamento, Campos Neto recorreu a uma comparação. “No crédito direcionado, a gente pode fazer a análise do cinema que vende a meia-entrada. Se eu vendo muita meia-entrada e quero ter o mesmo lucro, a entrada inteira eu tenho que subir o preço. O crédito funciona um pouco assim.”
A fala reverbera as comunicações oficiais da autoridade monetária. Na ata da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada em 28 de março, o BC mostrou preocupação com o possível retorno da política de crédito subsidiado e mandou um recado implícito ao BNDES. O presidente da instituição, Aloizio Mercadante, vem sinalizando a intenção de aumentar o volume de empréstimos.
“Ao avaliar os fatores que poderiam levar à materialização de cenário alternativo caracterizado por uma taxa de juros neutra [que não estimula nem contrai a economia] mais elevada, enfatizou-se a possível adoção de políticas parafiscais expansionistas, que têm o potencial de elevar a taxa neutra e diminuir a potência da política monetária, como já observado em comunicações anteriores do comitê”, disse.
Para o economista da LCA Consultores, o obstáculo que o crédito subsidiado impõe para a política monetária é menor atualmente do que há alguns anos.
“Quando era o mecanismo da TJLP [Taxa de Juros de Longo Prazo], a taxa de empréstimo do Tesouro [Nacional] aos bancos era bem menor. Agora, com a TLP [Taxa de Longo Prazo] maior, os bancos, quando vão oferecer crédito direcionado, acabam repassando o custo maior de captação deles para o consumidor”, afirma Burt.
A TJLP foi extinta no governo Michel Temer (MDB) e substituída pela TLP —mais alinhada às taxas de mercado— em contratos de financiamento firmados a partir de 2018.
Nelson Marconi, coordenador do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da FGV (Fundação Getulio Vargas), refuta a tese defendida pelo BC e defende o uso do crédito direcionado para alguns setores. “Se o governo quiser que o país tenha retomada de investimentos, é fundamental ter um banco de desenvolvimento que oferte crédito”, diz.
Para o professor da FGV-Eaesp, a distorção no mercado de crédito é gerada pelo alto nível da taxa de juros. “Se a economia brasileira não tivesse taxas de juros tão altas, não seria necessário haver modalidades tão específicas de crédito direcionado. Para investimentos e exportações, sempre vai ser importante. O que está distorcido não é o crédito direcionado, é a Selic. Isso está gerando aumento das operações de crédito direcionado”, afirma.
Nathalia Garcia / Folha de São Paulo
Cenas inusitadas no Planalto: radicais põem celular para carregar, fumam e chegam com bike
Entre computadores atirados ao chão, extintores lançados nas janelas e câmeras quebradas, as imagens da invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, divulgadas neste sábado, 22, mostram radicais carregando o celular, descansando no sofá, acendendo um cigarro e ainda passeando pelos andares com uma bicicleta à tiracolo. Durante aproximadamente uma hora, os golpistas agiram à vontade, sem demonstrar apreensão diante de seguranças privados ou integrantes da Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal.
Os vídeos revelam que, mesmo com o reforço policial chegando, os invasores permanecem na parte interna do Planalto sem pressa. Alguns precisam ser conduzidos pelos PMs para evacuar os andares sem qualquer temor de serem presos – antes, no entanto, aproveitam para roubar um aparelho fixo de telefone, um vaso decorativo ou garrafas de água. Enquanto isso, há quem assista às cenas de destruição acendendo um cigarro, carregando o celular na tomada do segundo andar ou fazendo uma live.
A sequência da invasão da sede do governo Lula pode ser acompanhada minuto a minuto por uma das câmeras instaladas na entrada principal do prédio. Pelas imagens é possível perceber que a porta da entrada não foi mesmo arrombada, como já havia dito do presidente, e que os invasores avançaram pelas laterais e não somente pelo acesso destinado ao público em geral.
Pela mesma câmera dá acompanhar a destruição da recepção do Planalto. Todos os monitores são atirados em segundos ao chão. Na sequência, os radicais tentam quebrar os aparelhos de Raio X e as catracas por onde passam os funcionários. Em minutos, o cenário é de destruição, com as portas de vidro também quebradas.
O conjunto de imagens liberado por ordem do Supremo Tribunal Federal mostra a mesma tranquilidade dos radicais nos demais ambientes do Planalto. Depois de caminharem pela Esplanada dos Ministérios e invadir o Congresso, os golpistas descansam, nos sofás do segundo andar ou nas cadeiras usadas pelo governo durante lançamentos de programas oficiais.
Por volta das 15h40, um grupo de cinco pessoas, três mulheres e dois jovens, todos com roupas verde-amarela e bandeiras do Brasil, chega ao 4º andar do prédio, onde ficam os gabinetes de ministros do alto escalão do governo, como a Casa Civil e o Gabinete de Segurança Institucional. Uma das mulheres sobe na frente, sorrindo e registrando os danos com o celular enquanto narra a cena. Àquela altura, os vândalos já haviam depredado o andar. Armários estavam tombados, vidros quebrados e um extintor de incêndio foi disparado.
Os golpistas passaram mais de uma hora circulando livremente pelo prédio após a invasão. Um deles é gravado abrindo e fechando armários. Outro homem carrega durante um vaso que parece de porcelana e mais um outro tenta arrombar um caixa eletrônico. Tudo na mais perfeita calma.
Estadão
Rússia diz que não perdoará rejeição dos EUA a vistos para jornalistas
O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse neste domingo (23) que Moscou não perdoará os Estados Unidos por negarem vistos a jornalistas que deveriam acompanhá-lo à sede das Nações Unidas no início desta semana.
“Não vamos esquecer, não vamos perdoar”, afirmou Lavrov, que presidirá as reuniões de segunda e terça-feira do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, onde fica a sede do órgão. Neste mês, a Rússia assume a Presidência do Conselho de Segurança da organização, que é alternada entre os membros —permanentes ou não— em ordem alfabética.
O ministro russo classificou a decisão de Washington de “estúpida” e “covarde”. “Um país que afirma ser o mais inteligente, o mais forte, o mais livre, se acovardou e fez algo estúpido”, afirmou Lavrov. Os EUA, continuou ele, “mostraram o quanto valem suas declarações de liberdade de expressão”.
O vice-ministro da pasta, Serguei Riabkov, afirmou que a negativa veio após a Rússia fazer contato com as autoridades dos EUA diversas vezes nos últimos dias. Ele criticou o que chamou de “método ultrajante e absolutamente inaceitável” e afirmou que os americanos fingem estar trabalhando para encontrar uma solução.
“Vamos encontrar maneiras de responder, para que os americanos se lembrem por muito tempo de que isso não se faz. E eles se lembrarão”, disse Riabkov.
Uma fonte diplomática citada pela agência de notícias russa Ria Novosti afirmou que não há dúvidas de que jornalistas americanos na Rússia vão sofrer todos os ‘incômodos e inconvenientes’, além de uma atitude semelhante por parte das autoridades do país.
O imbróglio acontece após, em março, o FSB (Serviço Federal de Segurança) da Rússia prender um repórter do jornal americano The Wall Street Journal sob a acusação, sem apresentação de provas, de espionar segredos militares para Washington.
Na última terça-feira (18), a Justiça russa negou um recurso apresentado pela defesa do americano Evan Gerchkovitch, 31, para que ele fosse libertado sob fiança. Com a negativa do tribunal, o repórter seguirá preso até pelo menos 29 de maio.
Ele foi o primeiro jornalista americano detido na Rússia por denúncias desse tipo desde o fim da Guerra Fria. A prisão gerou uma onda de comoção internacional, com organizações jornalísticas e de direitos humanos —algumas do Brasil, inclusive— pedindo que ele seja colocado em liberdade. O Wall Street Journal nega as acusações e já pediu uma “escalada diplomática e política”, além das expulsões do embaixador russo nos EUA e de todos os jornalistas russos.
Folha de S. Paulo
Lula ameniza discurso e diz que não pediu que Europa e EUA mudassem postura sobre guerra na Ucrânia
Em visita a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atenuar declarações polêmicas que havia dado sobre a Guerra na Ucrânia. Em entrevista exclusiva à TV portuguesa RTP, o petista disse que “nunca” pediu que a União Europeia e os Estados Unidos tivessem uma postura diferente em relação ao conflito. Lula afirmou apenas querer que se falasse em paz e defendeu uma solução negociada entre Rússia e Ucrânia.
“Nunca pedimos que Europa e Estados Unidos tivessem outro comportamento. O que nós queremos é que eles também comecem a falar em paz”, afirmou Lula. “O que o Brasil não quer é se alinhar à guerra, é se alinhar a um grupo de países que constroem a paz. Se todo mundo se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é: quem vai conversar sobre paz?”
Em viagem à China na semana passada, Lula afirmou que a Ucrânia também era responsável pela guerra, e acrescentou que Europa e EUA estimulavam o conflito. “A decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse o presidente em entrevista coletiva. “O presidente Putin não toma iniciativa de parar, o Zelenski não toma iniciativa de parar, e Europa e Estados Unidos terminam dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra”, afirmou.
A fala gerou forte reação negativa tanto de europeus como de estadunidenses. Segundo a Casa Branca, o posicionamento de Lula sobre o conflito era “profundamente problemático” e “equivocado” e repetia propaganda da Rússia e da China.
Na sequência da viagem à Ásia, o presidente foi ainda a Abu Dhabi, onde repetiu que a “decisão de guerra” era responsabilidade tanto da Ucrânia, invadida, quanto da Rússia.
Após a enorme repercussão, Lula mudou de tom e passou a ressaltar que o Brasil sempre condenou as ações da Rússia. Ele repetiu este posicionamento na entrevista ao jornalista da RTP Paulo Dentinho, sublinhando que “o Brasil não tem uma posição ambígua”: ”Eu não sei quem é que interpreta (isso dessa forma), o Brasil tem uma posição clara, o Brasil condena a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto”.
Neste sábado, em entrevista coletiva ao lado do presidente português, Marcelo Rebelo, Lula afirmou que nunca equiparou as responsabilidades dos dois países em conflito. “Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Sei o que é invasão e o que é integridade territorial”, disse o petista. “Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz.”
O presidente acrescentou que é preciso reunir um grupo de países para dar continuidade a um processo de resolução do conflito. “É preciso construir uma narrativa que convença Putin e Zelenski de que a guerra não é a melhor maneira para resolver os problemas”, comentou.
Lula também respondeu sobre os protestos da direita portuguesa contra sua visita ao país. “Em Portugal também tem uma certa polarização com um lado mais extremista de direita com os outros partidos, mas eu não tenho nenhum problema, eu não vim aqui para entrar na polémica com o Parlamento português”, disse. “Eu vim aqui para cumprir uma agenda e as pessoas não são obrigadas a gostar do Lula, não são obrigadas a gostar do Presidente do Brasil.”
Estadão
Provas do concurso do Banco do Brasil ocorrem neste domingo
Após meses de preparação, quase 1,5 milhão de candidatos em todo o país fazem neste domingo (23) as provas do concurso do Banco do Brasil (BB). Os exames ocorrerão em 178 cidades de todos os estados e o Distrito Federal.
Os inscritos devem conferir os dados pessoais e o local de prova na página da Fundação Cesgranrio, organizadora do concurso. Os portões dos locais de aplicação serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). A entrada só é permitida com a apresentação do cartão de inscrição, que deve ser impresso na página da Cesgranrio.
As provas serão liberadas às 13h30, sempre considerando o horário de Brasília. Os candidatos terão até cinco horas para responder a todas as questões.
Esse é o segundo maior concurso externo da história do Banco do Brasil e o maior da área de tecnologia já realizado no país. Ao todo, mais de 1,3 milhão de pessoas disputam 2 mil vagas de escriturário-agente comercial, e 130 mil concorrem para 2 mil vagas de escriturário-agente de tecnologia.
Há vagas em todos os estados e no Distrito Federal, porém as de tecnologia são apenas para Brasília e São Paulo. Além dos 4 mil postos com contratação imediata, existem 2 mil vagas de cadastro reserva: 1 mil para cada um dos cargos em disputa.
O candidato precisa ter 18 anos (completos até a data de contratação) e apresentar certificado de conclusão do ensino médio. Dos inscritos, 53,75% se declaram do sexo feminino, 69,17% têm entre 19 e 35 anos de idade e 55,40% estudaram até o ensino médio.
Pessoas com deficiência
O banco anunciou também que ampliou o número de vagas exclusivas para pessoas com deficiência. Agora, somam 825, das quais 299 vagas para contratação imediata e 226 para formação de cadastro de reserva.
Remuneração
O salário inicial é de R$ 3.622,23 para jornada de 30 horas semanais, além de auxílio alimentação/refeição de R$ 1.014,42 e cesta alimentação de R$ 799,38, que são pagas mensalmente.
O funcionário terá participação nos lucros ou resultados; vale-transporte; auxílio-creche; auxílio a filho com deficiência; previdência complementar; planos de saúde e odontológico básico e acesso a programas de educação e capacitação. O Banco do Brasil oferece a possibilidade de ascensão na carreira ao longo dos anos de trabalho.
Agência Brasil
Com volta à distribuição, Petrobras pretende retomar marca BR na Justiça
O retorno à atuação na distribuição de combustíveis é um propósito da atual gestão da Petrobras, assim como a ampliação da capacidade de seu parque refino. Mais do que isso, é uma intenção do governo. Para isso, a companhia pretende se movimentar para reaver a marca BR, arrendada por dez anos, desde a conclusão da venda da BR Distribuidora, em junho de 2021. Entre as alternativas discutidas nos bastidores, apurou a Coluna, está o questionamento jurídico do contrato de arrendamento.
O processo de privatização da ex-subsidiária da Petrobras ocorreu em três etapas. Começou em 2017, com a abertura de capital; em 2019 um follow on transformou-a em empresa privada de capital pulverizado e, em 2021, um segundo follow on para a venda do restante do capital ainda em poder da Petrobras, conduziu a distribuidora ao status de Corporation. Nesse mesmo ano a distribuidora mudou de nome para Vibra Energia.
Vibra tem direito à marca até 2031
A marca BR, com o logo verde amarelo acoplado ao nome Petrobras, porém, permanece estampada nos mais de 8.200 postos em todo o País da rede que lidera o mercado de distribuição de combustíveis. A identificação dos produtos, como lubrificantes Lubrax, também remete à Petrobras. A Vibra tem o direito, por contrato, de usar a marca até, pelo menos, 2031. Em caso de descumprimento, a Petrobras fica sujeita a uma pesada multa, vinculada a um porcentual do faturamento anual da Vibra.
Proposta de retomada ainda não foi feita
A petroleira quer a marca de volta e, informalmente, já iniciou conexões com fundos investidores, nacionais e estrangeiros, interessados nesse mercado. Mas ainda não houve uma proposta formal levada à mesa do alto comando da Vibra. A distribuidora, que também está sob nova gestão, há pouco mais de um mês presidida por Ernesto Pousada, ex-CEO da VLI Logística, está focada na diversificação de seus negócios como uma plataforma multienergia.
À Coluna do Broadcast+, a empresa informou que não comenta rumores. A Petrobras tampouco se manifestou até o fechamento desta coluna.
Extraoficialmente, a Coluna apurou com fontes envolvidas na discussão que a hipótese de tentar rescindir o contrato de arrendamento judicialmente é bastante provável, mas a decisão não será imediata. Está sendo cogitada para o segundo semestre.
Às voltas com as dificuldades para formar seu novo Conselho de Administração – na segunda-feira (17), o nome de Efrain Cruz, secretário executivo de Minas e Energia, foi rejeitado por unanimidade pelos atuais conselheiros – a petroleira está em contagem regressiva para a assembleia geral que determinará, na semana que vem, o novo organograma da companhia.
Desenho do novo plano estratégico deve sair entre maio e junho
Paralelamente, a Petrobras vem preparando a revisão do seu planejamento estratégico. A expectativa é que o desenho do novo plano para a companhia, para o período 2024-2028 seja apresentado entre maio e junho. O estudo marcará a mudança de rumo da companhia, com novas políticas de negócios, detalhamento da programação para a transição energética, investimentos em refino e distribuição, e o esfriamento da política de desinvestimentos que marcou a gestão passada, que manteve um foco importante na redução das dívidas e na desalavancagem da Petrobras.
Estadão
MST deixa área da Embrapa, foco de crise com Lula, e liga alerta para lista de promessas
A bandeira do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) já não está mais hasteada no terreno da Embrapa Semiárido, na zona rural de Petrolina (712 km do Recife), desde o final da manhã deste sábado (22).
As famílias que invadiram a área federal há uma semana, em meio a ações do chamado abril vermelho, migraram para um acampamento provisório em uma área vizinha, onde aguardam pelo cumprimento da promessa de novos assentamentos pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A invasão da fazenda da Embrapa estremeceu a relação do MST com o governo Lula, que endureceu declarações contra o movimento após o episódio.
A onda de invasões irritou o presidente Lula, que teme que as ações causem desgaste para o governo, principalmente com o agronegócio. Há receio também de que esse movimento atrapalhe o andamento de pautas de interesse da gestão Lula no Congresso.
A retirada do grupo começou na última quinta-feira (20), logo após uma reunião de líderes do MST com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O acordo firmado prevê o levantamento das famílias acampadas, a compra de cinco propriedades da região para o assentamento de todos e envio de lonas e cestas básicas para atender o grupo enquanto esperam as novas terras.
Os líderes do movimento dizem ter esperança no cumprimento da resolução. Mas estão prontos para voltar a ocupar a área da Embrapa Semiárido caso o governo federal não cumpra sua parte.
O novo acampamento está a cerca de 40 metros da fazenda, em uma localização estratégica caso precisem retornar.
A Justiça chegou a determinar a reintegração de posse do local, dando 48 horas para desocupação pacífica. A intimação foi entregue na quinta-feira (20). Na manhã deste sábado (22), havia uma viatura da Polícia Federal na rodovia próxima à fazenda, mas os agentes não chegaram a intervir.
Líder da ocupação, Florisvaldo Araújo Neves diz que a saída dos sem-terra da fazenda não foi motivada pela determinação judicial.
“Se não houvesse a negociação [com o governo], a gente não ia sair assim fácil. É natural que toda empresa, sendo pública ou privada, entre com a reintegração de posse. Mas cabe à gente o processo de resistência.”
Ele ressalta ainda o alerta em relação ao cadastramento de famílias, primeiro passo do acordo com o governo. “Se não iniciar, já acende o nosso sinal vermelho”, diz o agricultor.
Homens, mulheres e até crianças ajudam a levantar o novo acampamento erguido em área cedida pelo Assentamento Josias e Samuel, também do MST.
Os barracos foram montados com estacas retiradas da área, lonas e palhas de coco. O acabamento é feito com pregos e até amarrações com restos de mangueiras de irrigação, recolhidos em áreas vizinhas.
São mais de 600 famílias no grupo, que passa de 2.000 pessoas. A maioria saiu da área urbana de Lagoa Grande (PE), cidade vizinha, e do próprio município de Petrolina.
Segundo os líderes do movimento, a maioria é de trabalhadores rurais que não têm terra própria e estavam como funcionários das fazendas da região.
O lavrador Célio Costa, 45, foi um dos que saiu de Lagoa Grande. “Eu sou agricultor desde pequeno e a gente tem essa necessidade de um pedaço de terra para que a gente possa plantar e criar pequenos animais”, diz.
Ele deixou a esposa em casa e foi para o acampamento com mais quatro pessoas da família, entre cunhados e sobrinhos.
O grupo que forma o chamado “Assentamento Embrapa” se reúne há quatro anos. Contam que já monitoravam a área, segundo eles, sem uso pelo órgão federal.
A Embrapa, contudo, diz que a terra é de preservação da caatinga e a que sua invasão comprometeu a vida de animais ameaçados de extinção, além de pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do bioma, realizadas no local.
A área pertence à antiga Unidade de Serviços, Produtos e Mercados, integrada agora na Embrapa Semiárido. Segundo o órgão, é utilizada para instalação de experimentos diversos e multiplicação genética de mudas e sementes.
O MST em Pernambuco afirmou, em nota, que nada foi danificado pelas famílias e que nenhum animal foi ameaçado.
Enquanto a reportagem da Folha esteve no acampamento na manhã deste sábado, foi realizada uma assembleia dos sem-terra da ocupação.
Eles receberam orientações dos líderes reforçando o acordo com o governo federal, pediram que as famílias se mantivessem unidas e destacaram as regras de organização interna, como a limpeza do acampamento, a construção de banheiros públicos e o cuidado com fogo na área.
O consumo de bebidas alcoólicas é proibido entre os acampados.
O espaço onde o MST estava instalado deve ser usado, em agosto deste ano, para a 10ª edição do Semiárido Show. A feira apresenta novas tecnologias para os agricultores familiares da região, costuma receber mais de 20 mil pessoas oriundas de vários estados do Nordeste.
Essa era a maior área invadida pelo MST em Pernambuco no abril vermelho deste ano. No estado, foram oito áreas ocupadas por 2.280 famílias sem-terra. Por todo país, foram invadidas fazendas e sedes do Incra. O movimento afirma que são terras improdutivas.
O MST pressiona o governo Lula a apresentar um plano de ações de reforma agrária para os próximos quatro anos e atender a demanda das famílias acampadas e assentadas. Os sem-terra estão insatisfeitos com a lentidão da gestão federal com o tema.
A entidade estima que cerca de 100 mil famílias vivem em acampamentos no Brasil. Destas, 30 mil estão em áreas em processo de regularização que não foram concluídos pelo Incra.
Nas conversas com o governo, o MST argumenta que é papel do movimento pressionar para que a reforma seja uma prioridade de fato do Executivo.
Adriano Alves / Folha de São Paulo
Fluminense derrota Athletico-PR e permanece na ponta do Brasileiro
O Fluminense derrotou o Athletico-PR por 2 a 0, na tarde deste sábado (22) no estádio do Maracanã, para manter a liderança do Campeonato Brasileiro. Com o triunfo, em partida que teve transmissão da Rádio Nacional, o Tricolor chegou aos seis pontos. Já o Furacão permanece com três.
Os mais de 38 mil torcedores que estiveram presentes no Maracanã acompanharam uma grande atuação da equipe das Laranjeiras, que abriu o placar logo aos 10 minutos de bola rolando, quando Lima aproveitou sobra de bola na entrada da área para chutar forte e superar o goleiro Bento contando com desvio de Erick.
A equipe comandada por Fernando Diniz continuou mandando nas ações e ampliou aos 21 da etapa final. Lima cobrou escanteio curto para Alexsander, que levantou a bola na área, onde Nino deu bela cabeçada para mandar no ângulo.
Estreia com vitória
Outra equipe a vencer em casa foi o São Paulo, que, no Morumbi, bateu o América-MG por 3 a 0. A partida marcou a estreia de Dorival Júnior no comando do Tricolor, que triunfou com gols de Marcos Paulo, Calleri e Luciano.
Por Agência Brasil - Rio de Janeiro
Brasileiro: Vasco e Palmeiras fazem duelo de invictos no Maracanã
Vasco e Palmeiras duelam, a partir das 16h (horário de Brasília) deste domingo (23) no estádio do Maracanã, pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. A Rádio Nacional transmite o confronto entre o Verdão e o Cruzmaltino, que estrearam com triunfo na competição.
A partida marca o retorno do Vasco da Gama ao Maracanã em um confronto de Série A. O Gigante da Colina estreou na competição com uma bela vitória de 2 a 1 sobre o Atlético-MG em pleno Mineirão. O objetivo da equipe comandada por Mauricio Barbieri é somar mais três pontos para manter os 100% de aproveitamento no Brasileirão, e assim largar bem na única competição que o clube vai disputar até o final do ano.
Com Gabriel Pec em grande fase, o Vasco procura fazer bom uso do mando de campo e do apoio de sua fiel torcida para sair do Maracanã com mais três pontos. Mais de 40 mil ingressos já foram vendidos para esta partida.
O Palmeiras também busca manter os 100% de aproveitamento na competição. O atual campeão brasileiro e paulista vive grande fase e espera estragar a festa do Cruzmaltino saindo do Maracanã com os três pontos. Na estreia na competição a equipe do técnico Abel Ferreira saiu vitoriosa diante do Cuiabá, em partida que terminou 2 a 1. O treinador português foi expulso e por isso não comanda o time na tarde deste domingo. Com o jovem atacante Endrick em boa fase, com três gols nos últimos quatro jogos, o Verdão entra em campo determinado a defender o título do Brasileirão.
Transmissão da Rádio Nacional
A Rádio Nacional transmite Vasco e Palmeiras com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Mario Silva, reportagem de Rodrigo Ricardo e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:
Por * Agência Brasil - Rio de Janeiro
PF vai ouvir neste domingo servidores do GSI sobre invasão do 8 de janeiro
A Polícia Federal (PF) vai ouvir neste domingo, 23, servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que estavam no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
Os depoimentos foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
Em despacho assinado ontem, Moraes deu 48 horas para a PF ouvir todos os servidores do GSI identificados nas imagens do circuito interno de segurança do Planalto.
A Polícia Federal ouviu ontem o general da reserva Marco Gonçalves Dias, o G. Dias, ex-chefe GSI, que negou conivência com os radicais. Ele afirmou que estava fazendo um ‘gerenciamento de crise’ e que não tinha ‘condições materiais’ de prender os vândalos sozinho.
O general declarou também que, em sua avaliação, houve um ‘apagão’ do sistema de inteligência. A falha, segundo o depoimento, estaria na ‘falta de informações para tomada de decisões’.
G. Dias pediu exoneração nesta semana depois que a CNN revelou imagens em que ele aparece no terceiro andar indicando a saída aos radiciais. A versão de G. Dias é que, pelo protocolo, eles seriam presos quando chegassem ao segundo andar.
Também por ordem de Moraes, o GSI levantou o sigilo das filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. As gravações foram entregues hoje ao STF, junto com a sindicância aberta internamente para apurar a conduta dos servidores.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumiu inteiramente o comando do Gabinete de Segurança Institucional. Ele também foi o responsável por comandar a intervenção na segurança pública do Distrito Federal depois dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
Estadão
Assinar:
Postagens (Atom)
Destaques
Faça seu pedido: (73) 98108-8375
Ouça aqui: Web Radio Gospel Ipiaú
Web Rádio Gospel de Ipiaú
Siga-nos
Total de visualizações de página
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade.
Publicidade
Anucie aqui: (73) 991241546-9-82007563
Postagens mais visitadas
Arquivo do blog
- ► 2024 (5607)
-
▼
2023
(4688)
-
▼
abril
(361)
-
▼
abr. 23
(10)
- Inadimplência de trabalhadores formais e informais...
- Cenas inusitadas no Planalto: radicais põem celula...
- Rússia diz que não perdoará rejeição dos EUA a vis...
- Lula ameniza discurso e diz que não pediu que Euro...
- Provas do concurso do Banco do Brasil ocorrem nest...
- Com volta à distribuição, Petrobras pretende retom...
- MST deixa área da Embrapa, foco de crise com Lula,...
- Fluminense derrota Athletico-PR e permanece na pon...
- Brasileiro: Vasco e Palmeiras fazem duelo de invic...
- PF vai ouvir neste domingo servidores do GSI sobre...
-
▼
abr. 23
(10)
-
▼
abril
(361)
- ► 2022 (5535)
- ► 2021 (5869)
- ► 2020 (4953)
- ► 2019 (3140)
- ► 2018 (711)
- ► 2016 (209)
- ► 2015 (162)
- ► 2014 (462)
- ► 2013 (1713)
- ► 2012 (1976)