Fluminense derrota Bragantino e encerra sequência negativa

O Fluminense não jogou bem, mas derrotou o Bragantino por 2 a 1, na tarde deste domingo (4) no estádio do Maracanã, para dar fim a uma sequência de cinco jogos sem vitórias (dois deles pelo Campeonato Brasileiro). A Rádio Nacional transmitiu a partida ao vivo.

Apesar de atuar em casa, a equipe comandada pelo técnico Fernando Diniz chegou ao confronto pressionada, em especial após a desclassificação da Copa do Brasil, após derrota de 2 a 0 para o Flamengo na última quinta-feira (1).

Talvez tentando dar uma resposta a seus torcedores, os jogadores do Tricolor das Laranjeiras começaram a partida correndo muito, não dando espaços aos adversários e forçando as jogadas de ataque. Desta forma o Fluminense se impôs no primeiro tempo e abriu uma vantagem de dois gols antes do intervalo.

Palmeiras vence outra

Quem continua vivendo uma fase especial na competição é o invicto Palmeiras, que bateu o lanterna Coritiba por 3 a 1, no estádio da Serrinha, para permanecer na vice-liderança do Brasileiro, agora com uma diferença de apenas dois pontos para o líder Botafogo, que foi derrotado pelo Athletico-PR por 1 a 0 no último sábado (3).

Mesmo jogando em uma rotação mais baixa do que a que apresenta habitualmente, o Verdão abriu o placar aos 29 minutos, quando Piquerez levantou a bola na área, onde Artur não teve dificuldades para chegar batendo de primeira para superar o goleiro Gabriel. Quatro minutos depois o Palmeiras ampliou. Com grande liberdade na direita, Mayke cruzou para Rony, que finalizou muito bem de cabeça.

Na etapa final, já aos 27, Rony voltou a deixar sua marca, mas desta vez em chute na saída do goleiro adversário após rápida jogada de contra-ataque que começou com passe de Dudu. O Coritiba ainda descontou com Alef Manga aos 37, mas a vitória final foi mesmo do Palmeiras.

Outros resultados:

Grêmio 2 x 1 São Paulo
Goiás 0 x 1 Cuiabá

Resultado da 17ª rodada do Campeonato de Futebol Master da AABB neste domingo (04)

                         Escudo vence mais uma e a Consulcred vence e sobe na tabela.
No domingo (04.06) aconteceu a 17ª rodada do Campeonato Master da AABB.

No primeiro jogo o Escudo enfrentou o líder Super Pão, e o Escudo jogando um futebol mais eficiente venceu. Escudo 2x0 Super Pão

Gols: Escudo: Mario Sérgio e Bruno Canalha

No segundo jogo Seven e Consulcred fizeram o jogo de reabilitação, a Consulcred venceu a partida, subiu na tabela e aumentou as chances de classificação.
Seven Moto Peças 1x2 Consulcred

Gols: Raul para o Seven Moto Peças, Roberto Medrado e Fernando Real para o Consulcred

Próxima rodada

18ª rodada - Domingo (11.04 às 07:15 - Seven Moto Peças x Nei Modas; às 08:30 - Pró Vida x Borges Supermercado
Ipiaú Urgente (IU) Colaboração: Burity

Fila do Bolsa Família volta sob Lula e deixa 438 mil famílias à espera

Quase três meses após o relançamento do Bolsa Família, vitrine social das gestões petistas, o programa voltou a registrar fila de espera. Em maio, 438 mil famílias tiveram o cadastro aprovado pelo governo, mas não receberam o benefício.

O retrato contraria uma expectativa do próprio governo de manter a fila zerada até dezembro, após o Congresso Nacional aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que injetou R$ 70 bilhões no programa social para este ano, além dos R$ 105 bilhões já previstos inicialmente no Orçamento.

Em março, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou a nova fase do programa, a fila chegou a zero. O anúncio foi feito em uma cerimônia grandiosa no Palácio do Planalto, com a presença de ministros, representantes da sociedade civil e famílias beneficiárias.

O petista encontrou, em janeiro, um passivo de 498 mil famílias que estavam na lista de espera do Auxílio Brasil —marca lançada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que antecedeu o novo Bolsa Família.

Com os recursos adicionais autorizados pelo Congresso, todas essas pessoas foram incluídas no programa. Mas a fila voltou a crescer pouco tempo depois.

Uma família entra na lista de espera quando já teve os documentos analisados e aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. Portanto, a fila inclui apenas quem cumpre os requisitos e já está apto a receber o benefício.

Procurado, o MDS não esclareceu as razões pelas quais não efetua a inclusão dessas famílias no programa. A pasta comandada por Wellington Dias (PT) limitou-se a divulgar uma nota em que lista uma série de dados e indica que o prazo médio para a entrada de novos beneficiários está em 70 dias —mais de dois meses.

Para “famílias vulneráveis”, que o ministério caracteriza como “indígenas, quilombolas, resgatados de situação análoga à escravidão, entre outros”, o prazo é de 45 dias, segundo o MDS.

Em março, o Ministério do Planejamento e Orçamento anunciou uma redução de R$ 7 bilhões na projeção de gastos com o programa —de R$ 175 bilhões para R$ 168 bilhões. Quando isso acontece, em geral os recursos ficam travados para uso, uma vez que é comum precisar remanejar para outras áreas.

O governo atribuiu a revisão do valor ao processo de averiguação e revisão do Cadastro Único de programas sociais. A atualização dos dados permitiu a exclusão de famílias que não fazem jus ao benefício. Em maio, quando houve nova avaliação do Orçamento, não houve alteração nas despesas.

Um interlocutor do MDS disse sob reserva que a economia de R$ 7 bilhões pode “não se confirmar”, uma vez que ela reflete apenas a expectativa de exclusão de famílias, sem considerar o fluxo de novos ingressos no programa. O cálculo é atribuído ao Planejamento.

Procurada, a pasta chefiada por Simone Tebet (MDB) informou que “a estimativa mencionada foi feita pela Secretaria Nacional de Renda da Cidadania (Senarc) do MDS, em nota técnica enviada à SOF [Secretaria de Orçamento Federal]”.

A Folha questionou o MDS se a redução na projeção de gastos com o programa está por trás do represamento de novas concessões. O ministério não respondeu diretamente a essa pergunta.

Em nota, o órgão confirma que a estimativa de despesas com o Bolsa Família em 2023 está em R$ 168 bilhões e diz que “a projeção é passível de mudança a cada relatório de avaliação bimestral, o que pode acontecer em função do fluxo de entradas e saídas do programa”. “Esse ciclo de processos, característico do programa, garante fluxo permanente de entrada de novas famílias”, diz.

A nota também cita o pagamento de um benefício médio de R$ 670 por família. A cifra é inferior à previsão inicial de R$ 714, que só deve ser atingida em junho, quando o novo desenho do Bolsa será implementado integralmente.

Em março, quando Lula editou a MP do novo programa, o governo manteve o mínimo de R$ 600 por família e acrescentou apenas um dos benefícios prometidos: os R$ 150 adicionais por criança de 0 a 6 anos.

As demais parcelas de R$ 50 para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos e de R$ 50 para gestantes serão pagas a partir deste mês.

Atualmente, o programa atende a 21,2 milhões de famílias. O Auxílio Brasil tinha uma cobertura de 21,9 milhões de lares.

A redução é explicada pelo plano de Wellington Dias de intensificar a busca por fraudes e exclusões de quem não tem direito à transferência de renda. A exclusão de cadastros irregulares abriria espaço para quem faz jus ao programa —daí a expectativa de manter a fila zerada.

Apesar do avanço no plano de excluir famílias irregulares, os dados mostram que a fila voltou a um patamar próximo do início do ano. Integrantes do governo, porém, dizem que a previsão de acabar com a espera pelo benefício até o fim de 2023 está mantida.

O economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social, afirma que o pente-fino nos cadastros, após a explosão de concessões em meio ao período eleitoral, acaba gerando “certo peso operacional” sobre o programa, sobrecarregando a rede de assistência social que já vem de um processo de enxugamento e ainda não foi totalmente recomposta.

Ele ressalta ainda que retirar pessoas do programa não é o único desafio do governo. “Acho que tem que ser mais cuidadoso com quem entra no programa”, afirma.

Neri avalia que o desenho do Bolsa Família melhorou com as parcelas focadas em crianças, mas a manutenção do mínimo de R$ 600 por família prejudica sua eficiência e reduz o efeito potencial de redução da pobreza, além de manter o custo operacional elevado.

“Por manter esses R$ 600 independentemente do tamanho e nível de renda da família, há uma queda na focalização”, diz.

Cálculos do governo indicam que, em média, o novo Bolsa Família atenderá cerca de 20,8 milhões de residências neste ano. A trajetória de queda na cobertura, portanto, deve se manter nos próximos meses, pois em maio foram 21,2 milhões.

Esse movimento é explicado também pela busca por pagamentos principalmente para famílias unipessoais —compostas por um único integrante.

Ainda na transição de governo, um dos problemas encontrados pela equipe de Lula foi a explosão de cadastros de famílias solo após Bolsonaro ter instituído um valor mínimo a ser pago independentemente do tamanho da família. Muitas dessas famílias foram incentivadas a se dividir para receber um valor maior.

Por isso, o número de famílias unipessoais saltou de 2,2 milhões em outubro de 2021, antes do lançamento do Auxílio Brasil, para 5,8 milhões no fim do mandato de Bolsonaro.

Thiago Resende e Idiana Tomazelli / Folha de São Paulo

Duas fábricas clandestinas de espadas são desmontadas

Duas fábricas clandestinas de espadas foram desmontadas no sábado (3), na zona rural do município de Cruz das Almas. Cerca de 1.300 artefatos explosivos foram encontrados por equipes da 27ª CIPM. Pólvora, entre outros materiais para produção dos fogos também acabaram apreendidos.
Segundo o comandante da unidade, major Alexsandro Messias, os policiais faziam rondas na localidade de Tuá, quando visualizaram homens testando espadas.

Em dois imóveis, situados na mesma região, foram apreendidas 1.254 espadas, 200 quilos de pólvora, duas motocicletas, tubos, entre outros materiais usados na produção dos ilícitos.

"Parte da pólvora foi incinerada no local devido o risco e a impossibilidade de transporte nas viaturas", completou o comandante.

Fonte: Ascom ¹ Márcia Santana

PM apreende armas de fogo com dois traficantes em Porto Seguro

Criminosos estavam no distrito de Agrovila e atiraram contra equipes da Rondesp Sul e do 8° BPM.

Pistola, revólver e munições foram apreendidos na cidade de Porto Seguro, durante ação conjunta da Rondesp Sul e do 8° Batalhão da Polícia Militar. O flagrante aconteceu na manhã deste domingo (4), no distrito de Agrovila.
Os PMs patrulhavam na região, após denúncias de traficantes armados, quando encontraram dois homens suspeitos. Os criminosos atiraram nas guarnições e terminaram atingidos, após confronto. Ambos foram socorridos, mas não resistiram.


Com eles foram apreendidos uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38, carregador e munições.
Fonte: Ascom | Alberto Maraux

Foi sucesso no segundo dia da Feira da Economia Solidária

Fotos:  (Assessoria de Comunicação/Norielson Oliveira)
A Prefeitura de Itagibá, em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho e Geração de Renda, realizou o segundo dia da Feira da Economia Solidária no distrito de Japomirim, e foi um verdadeiro sucesso. A iniciativa tem como objetivo proporcionar oportunidades de renda para pequenos empreendedores, fortalecendo a economia local e impulsionando o comércio na cidade.
Fotos:  (Assessoria de Comunicação/Norielson Oliveira)
A feira, que acontece na Rua da Subprefeitura, conta com diversas barracas que oferecem uma ampla variedade de produtos, incluindo esculturas, vestuários, bijuterias, objetos para casa, itens de costura criativa e deliciosas opções gastronômicas. Além disso, o evento foi agraciado com apresentações musicais de talentosos artistas, tornando a experiência ainda mais especial.

 (Assessoria de Comunicação/Norielson Oliveira)

Processo de escolha de membros do Conselho Tutelar em Ipiaú avança com prova de conhecimento em Ipiaú

Nesta manhã de domingo, 4,  os candidatos interessados em integrar o Conselho Tutelar de Ipiaú enfrentaram uma importante etapa do processo de seleção. A Comissão Especial Eleitoral, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), organizou uma prova de conhecimento específico, com questões objetivas. Esta realização da prova marca mais uma fase do processo de escolha unificada dos membros do Conselho Tutelar em Ipiaú.

Os candidatos tiveram a oportunidade de demonstrar seus conhecimentos sobre temas relacionados aos direitos e à proteção da criança e do adolescente.

De acordo com o edital divulgado previamente, a prova teve um caráter eliminatório, sendo necessário obter uma pontuação mínima para avançar nas etapas seguintes. A Comissão Especial Eleitoral, responsável pela organização do processo, acompanhou e fiscalizou a aplicação da prova do seu início ao fim.

É fundamental o Processo para a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes no município de Ipiaú. O Conselho Tutelar é responsável por zelar pelo cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), recebendo e encaminhando denúncias, acompanhando casos e atuando de forma preventiva na defesa dos direitos infantojuvenis.

Comissão Eleitoral
Agora, a Comissão Especial Eleitoral do CMDCA irá avaliar as provas e divulgar os resultados. Posteriormente, serão anunciadas as próximas etapas do processo, de acordo com o cronograma estabelecido no edital.
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú
Fotos: Maicon Alves / Decom Prefeitura de Ipiaú

Congresso hostil expõe fracasso de Lula em apelo por voto em deputados ‘do time’

Dizer que a raposa tomou conta do galinheiro pode ser uma maneira ao gosto do presidente Lula (PT) de descrever a situação que seu governo enfrenta, diante de um Congresso Nacional dominado por forças contrárias e disposto a barrar medidas cruciais para o Planalto.

A metáfora da raposa que come as galinhas foi usada em público pelo petista ao menos nove vezes durante a campanha para alertar seus apoiadores sobre o risco de ter um Legislativo hostil ao Executivo. Ele também fazia um apelo pela eleição de mais parlamentares “do time do Lula”.

Ao longo de 2021 e 2022, o presidente também disse saber que “o jogo é pesado” na relação com o Legislativo e que “é lá que o bicho pega”. “Se a gente não construir uma maioria, a gente vai ficar fragilizado”, afirmou a simpatizantes em um discurso no Rio de Janeiro em março do ano passado.

Aos olhos de hoje, muitas das falas ganham caráter profético.

Se “votarem em deputados que são contra a gente, a gente tá lascado”, Lula reiterou à militância na capital paulista, às vésperas do segundo turno. “É como se você tivesse um galinheiro e resolvesse colocar a raposa para tomar conta das galinhas. O que ia acontecer? A raposa ia comer as galinhas.”

Uma semana depois da fala, o eleitorado brasileiro deu a partidos de direita 50% das vagas da Câmara (na eleição de 2018, eram 49%), conforme levantamento da Folha. A esquerda até teve ganho —de 23% para 25% das cadeiras—, mas insuficiente para mudar o jogo. O centro representava 27% e passou para 25%.

No Senado, o quadro também foi favorável ao campo conservador, com 44% dos eleitos oriundos de siglas de direita (eram 35%). A esquerda conquistou 16% (ante 15%), e o centro encolheu (de 51% para 40%).

Hoje a base da esquerda, liderada pelo PT, controla cerca de 130 das 513 cadeiras da Câmara. No Senado, os partidos à esquerda detêm 16 vagas do total de 81. Em ambas as Casas, o governo fechou alianças ao centro e à direita, mas os apoios variam conforme o tema, o que torna a situação instável.

A preocupação externada por Lula também era compartilhada pelo PT, que conseguiu aumentar o número de postos na Câmara (de 56 para 69). O então candidato chegou a brincar com a possibilidade de a esquerda um dia eleger a maioria dos deputados, mas disse achar “difícil acontecer”.

Embora fizesse a ressalva de que é preciso conversar com quem foi eleito, independentemente de orientação ideológica, o petista cobrava empenho pela eleição daqueles que tivessem “compromisso histórico com o povo brasileiro” e fossem contribuir com seu projeto.

“Não basta apenas eleger o Lula presidente da República, se a gente não mudar a qualidade dos deputados e senadores. Vamos ter que eleger muitos deputados e senadores que pensem igual à gente”, conclamou em ato do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), em março de 2022.

“Não adianta chorar. Se não tiver números, a gente não faz”, disse no mês seguinte a companheiros da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao prometer a revisão da reforma trabalhista.

O cientista político Alberto Carlos Almeida afirma que Lula fez uma tentativa de aumentar o espaço da esquerda. “Pensando pela ótica dele, é melhor disputar fazendo esse apelo do que sem falar nada. Será que, se ele não tivesse falado isso na campanha, o PT teria a bancada que tem hoje?”

Para Almeida, um dos obstáculos para convencer parlamentares a votarem com o governo —e que não existia há 20 anos, quando o petista assumiu a Presidência pela primeira vez— é a pressão que sofrem diretamente dos eleitores via redes sociais. O grau de liberdade é menor.

“Temos um Congresso conservador e que não está mais disposto a dar apoio como era no passado. Há mais pudor com o toma lá, dá cá explícito. Sem falar que o eleitor de direita, mais polarizado, é mais exigente com seus representantes, o que acaba dificultando certas flexibilizações”, diz.

Principal símbolo da resistência às bandeiras progressistas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já disse que os pares podem votar com o governo em projetos das esferas econômica e administrativa que obtenham consenso, mas dificilmente a pauta de costumes terá apoio.

“A esquerda vai ter que exercitar a paciência”, diz o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP), que também preside o partido no estado. Para ele, o governo erra ao querer, por exemplo, mexer no marco do saneamento —aprovado pelo Congresso— e deve se debruçar sobre o que é importante.

“Primeiro é preciso criar estabilidade, para depois avançar de maneira mais profunda na agenda que foi a vencedora nas urnas.”

Celeguim, que usa o termo “suadouro” para se referir às sofridas votações encaradas pelo governo nas últimas semanas, afirma que a performance de congressistas de esquerda nas próximas eleições poderá ser favorecida pelos resultados da administração Lula.

“Se a gente fizer o país crescer, a tendência é eleger mais lideranças regionais, o que se reflete a longo prazo no Congresso”, calcula o deputado, que atribui o desempenho de 2022, inferior ao esperado, às vantagens que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) conferiu a seus aliados, com emendas e recursos.

A cientista política Carolina de Paula, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), diz que o fortalecimento da direita no Legislativo é gradual ao longo dos últimos anos, mas deu um salto com o fenômeno Bolsonaro em 2018. Em 2022, foi impulsionado por recursos e pela polarização.

“Lula tinha a expectativa de ajudar a esquerda a ampliar seu peso na composição do Legislativo, mas não conseguiu. É difícil combinar com o eleitor uma eleição coordenada para os dois Poderes”, afirma, observando também que as pautas à direita avançaram na sociedade.

Pesquisadores vêm dizendo que a novidade não é a posição minoritária da esquerda, mas as mudanças de articulação que se impuseram nos últimos anos, com um Congresso anabolizado pelo pagamento de emendas e com maior capacidade de barganha nas negociações.

Para o também cientista político Bruno Schaefer, do Observatório do Legislativo Brasileiro, a fragmentação partidária no país é um impeditivo para que um presidente eleito tenha uma maioria do seu campo ideológico no Legislativo. “Mas também existe uma dissonância entre como as pessoas votam para um Poder e o outro. Em geral, elas se preocupam menos com o Congresso e mais com o Executivo.”

Schaefer, que também é professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), diz ser perfeitamente possível governar com uma distância ideológica entre o Planalto e a fatia majoritária do Congresso. “Exige acordos. O que temos de novo é uma direita que não está disposta a negociar.”

Joelmir Tavares / Folha de São Paulo

Cristiano Zanin é um advogado militante, diz Marco Aurélio

O ex-ministro do STF, Marco Aurélio Mello, referiu-se a Cristiano Zanin Martins, em uma entrevista concedida à GloboNews neste sábado (3), como um “advogado militante”.

“É um advogado militante. Inclusive, é um advogado que logrou uma vitória que eu não acreditava”, disse o ex-ministro do STF.

Foi publicada nesta quinta-feira (1º), em edição extra do Diário Oficial da União, a indicação do advogado Cristiano Zanin para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se for aprovado pelo Senado, ocupará a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Veja o que Lula disse na campanha sobre Congresso mais à direita

presidente fracassou em apelo por voto em deputados 'do time' e enfrenta oposição dura no Legislativo

O presidente Lula (PT) fez ao longo de 2021 e 2022 uma série de apelos aos seus apoiadores para que se empenhassem na eleição de parlamentares alinhados a ele.

Antevendo uma situação crítica caso fosse eleito e tivesse que lidar com um Congresso mais à direita, o petista usou a campanha para alertar sobre o risco de ter um Legislativo hostil ao Executivo. Contra isso, pedia engajamento na eleição de mais parlamentares “do time do Lula”.

Hoje seu governo enfrenta uma série de dificuldades diante de um Congresso dominado por forças contrárias e disposto a barrar medidas cruciais para o Planalto.

Em pelo menos nove ocasiões antes de ser eleito, Lula lançou em público uma metáfora sobre a raposa que é colocada para tomar conta do galinheiro e come as galinhas. Ele dizia aos simpatizantes que era importante evitar um cenário comparável a esse.

‘É LÁ QUE O BICHO PEGA’

“A gente faz política com quem a gente tem, com quem foi eleito, com os partidos que existem.”

“É preciso saber escolher o político, o deputado, o vereador, o prefeito, o governador. Por exemplo, você quer uma reforma tributária [em] que o rico pague imposto de renda, então você não pode votar em rico para ser a maioria do Congresso Nacional. Você quer que tenha uma política correta de reforma agrária […], você não pode votar em 300 deputados ruralistas, você tem que votar em pessoas que pensem como você. Você não pode votar [em] patrão querendo que ele faça aquilo que o trabalhador deseja. Você não pode votar em banqueiro querendo que ele faça as coisas melhorarem para os bancários.”

“A gente [PT] precisa ter uma bancada mais representativa, e os partidos de esquerda também, o PSB, o PSOL, o PDT. Para ver se a gente consegue dentro do Congresso Nacional aprovar as coisas que são necessárias para fazer as mudanças que todos nós queremos fazer nesse país.”

“Nós temos que levar muito a sério o Congresso Nacional. Não adianta a gente ficar falando em reforma agrária e depois eleger 2 sem-terra para deputados e 380 membros de uma bancada ruralista. Não adianta ficar falando na reforma trabalhista que a gente quer e depois eleger 2 trabalhadores e 300 empresários. Assim você não vai fazer nunca. É preciso que a gente pense na bancada [de deputados e senadores], porque é lá que o bicho pega. É lá que a gente aprova o Orçamento, as medidas que podem favorecer o povo brasileiro, é lá que a gente começa a fazer as grandes transformações.”

em 3.ago.2021, em entrevista à rede TVT

NÃO BASTA PRESIDENTE DE ESQUERDA

“Não coloca uma raposa no galinheiro, que ela não vai tomar conta das galinhas, vai comer as galinhas. Não basta eleger um presidente da República progressista, de esquerda. Você tem que eleger um presidente de esquerda e eleger pessoas comprometidas.”

em 1º.set.2021, em entrevista ao programa “Triangulando”, no YouTube

‘COMPROMISSO HISTÓRICO’

“Não é elegendo apenas um presidente que a gente muda esse país. É preciso votar em deputados, deputadas, senadores e senadoras que tenham compromisso histórico com o povo brasileiro, com a juventude brasileira e com a soberania brasileira.”

“Tem uma coisa que eu queria pedir para todos vocês. Nós temos que convencer as pessoas que não basta votar para presidente, temos que votar em deputados progressistas.”

em 17.dez.2021, durante o 5º Congresso Nacional da Juventude do PT

PRESIDENTE REFÉM

“Nós precisamos eleger um conjunto de deputados que tenham uma visão do Brasil um pouco mais otimista, social, humanista. A gente não pode continuar com um Congresso que tornou o presidente da República refém.”

“Eu espero que o povo brasileiro possa no dia das eleições votar em pessoas que tenham um sentido mais social desse país, que pensem melhor o papel do Estado, que queiram mais desenvolvimento, mais geração de empregos, que queiram acabar com a pobreza e a fome, melhorar a educação, melhorar os investimentos em ciência e tecnologia. Espero que a gente consiga fazer isso no processo eleitoral, mas, quando você é eleito presidente, tem que conversar com quem foi eleito. O ideal seria que o PT pudesse eleger todos os deputados; não vai acontecer. Talvez o mais importante é que a esquerda devesse eleger a maioria dos deputados. Eu acho que é difícil acontecer. Então você negocia com quem está eleito.”

em 26.jan.2022, em entrevista à rádio CBN Vale

PENSANDO IGUAL

“Nós precisamos pensar diferente, porque, para a gente poder fazer a mudança que está na cabeça de todas vocês, é preciso a gente lembrar que não dá para votar apenas num presidente da República, é preciso a gente votar para deputados, deputadas, senadores e senadoras que pensem assim. Para a gente construir uma maioria e fazer a mudança que a gente precisa fazer nesse país.”

“Quero construir um leque de pessoas que ajude esse país, para a gente mudar. Quando a gente ganhar, a gente vai ter que ter maioria no Congresso Nacional. Senão a gente vai ter que construir. Nós temos que construir no processo eleitoral.”

em 10.mar.2022, durante encontro com mulheres

A RAPOSA E AS GALINHAS, MAIS UMA VEZ

“Para mim, nessas eleições de 2022, é muito importante o eleitor levar em conta a necessidade de votar em deputados e senadores que pensem igual o povo. Você não pode botar uma raposa para tomar conta do seu galinheiro. Você sabe que a raposa vai comer as galinhas. O que você precisa é votar em pessoas que tenham compromisso em beneficiar os mais necessitados nesse país.”

em 15.mar.2022, durante entrevista à rádio Espinharas, da Paraíba

‘METADE DE DEPUTADOS BONS’

“Não basta apenas eleger o Lula presidente da República, se a gente não mudar a qualidade dos deputados e senadores. […] Nós vamos ter que eleger deputados, gente. Vamos ter que eleger muitos deputados e senadores que pensem igual à gente. A gente não pode votar colocando raposa no nosso galinheiro. A desgraçada da raposa vai comer as galinhas, ela não vai deixar as galinhas livres, não vai.”

“Nós precisamos de muita gente lá, porque, enquanto a gente achar que não tem força, eles vão enchendo o balaio de deputados para votar contra a gente. Durante as eleições, eu vou pedir voto para deputado. Vocês tratem de lançar candidatos a deputado, porque nós precisamos de pelo menos uma metade de deputados bons, porque senão a gente não consegue aprovar, a gente não consegue fazer as coisas.”

em 19.mar.2022, durante encontro com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra)

FRAGILIZADOS

“Não basta votar no Lula. É importante ter em conta o que está acontecendo no Brasil. Além de eleger o presidente da República, nós temos que eleger deputados, deputadas, senadores e senadoras. Porque, se a gente não construir uma maioria [no Congresso], a gente vai ficar fragilizado.”

em 26.mar.2022, durante evento do PC do B

‘SENÃO A GENTE NÃO CONSEGUE’

“Essa eleição exige que vocês levem em conta a necessidade de votar em deputados e senadores. Não adianta votar num presidente e votar em deputados do outro lado. Porque senão a gente não consegue fazer o que precisa ser feito. […] Para que o povo saiba que não pode votar numa raposa para tomar conta do galinheiro. A raposa vai comer as galinhas.”

“Se nós quisermos consertar o Brasil, a gente vai ter que, nessa eleição, ser mais cuidadoso, zeloso e, ao mesmo tempo, ser mais ousado. A gente precisa pesquisar quem é quem, para não se enganar.”

em 31.mar.2022, durante comício em Salvador

‘NÃO ADIANTA CHORAR’

“Aqui não tem ninguém inocente. Vocês sabem que qualquer coisa que a gente quiser fazer a gente vai ter que passar pelo Congresso Nacional. Se a gente não mudar o Congresso Nacional, é muito difícil imaginar que nós vamos conseguir fazer as reformas que nós precisamos fazer. Ou melhor, a contrarreforma [trabalhista] que nós precisamos fazer. Não adianta chorar. Se não tiver números, a gente não faz.”

“Eu fico imaginando se a gente ganhar as eleições para presidente da República e a gente fizer minoria. […] Os partidos deixaram de ser partidos e viraram cooperativas de deputados. O que vale é a repartição do fundo eleitoral. Estou dizendo isso para vocês terem noção que nós temos uma tarefa quase heroica, uma coisa revolucionária, sabe? Como é que a gente vai trabalhar para não deixar eleger pilantra? Para não deixar a direita ter uma maioria? Se a gente não fizer nada, achar que apenas votando no nosso candidato está resolvido o problema… Eu não sei se a gente vai conseguir, mas nós temos que tentar construir a ideia de que o povo não pode continuar votando nos mesmos.”

em 4.abr.2022, durante evento na CUT (Central Única dos Trabalhadores)

A RAPOSA, DE NOVO

“Se você não analisar, pode sempre estar colocando uma raposa para tomar conta das galinhas, achando que a raposa vai criar as galinhas. Ela não vai. Ela vai comer as galinhas. Se a gente não olha os deputados que a gente vota, a gente pode votar de forma equivocada, acreditando nas bobagens que se fala pelo mundo.”

em 21.abr.2022, durante evento na comunidade de Heliópolis (capital paulista)

TAREFA DE CAMPANHA

“Nessa campanha, eu vou dar mais importância à questão dos deputados do que à própria campanha presidencial. Não adianta votar num presidente da República se não votar numa quantidade de deputados que pensam ideologicamente igual o presidente, para fazer as mudanças que necessita. Qualquer presidente eleito hoje, com o orçamento secreto, terá muita dificuldade de governar esse país.”

“Eu pretendo, se tudo der certo, fazer uma campanha dizendo: vote na bancada que vai defender o nosso governo. Vote na bancada que vai mudar. E aí eu tenho que ter uma lista com o nome de todos os [candidatos a] deputados, de todos os partidos que estão me apoiando, para a gente fazer as pessoas votarem. É preciso convencer o povo de que ele não pode continuar colocando raposa para tomar conta das galinhas, porque as raposas vão comer e não vão cuidar das galinhas. Essa é uma tarefa que é um compromisso de campanha.”

em 26.abr.2022, em entrevista coletiva

É PARA VOTAR NESSES

“O jogo é pesado. O jogo de interesses é pesado. Se a gente eleger uma maioria de deputados que pensa contrário ao que você pensa…”

“Nós temos que ter em mente uma coisa: se a gente não eleger uma maioria de deputados e senadores que estão comprometidos com os discursos que nós temos aqui, e a gente ganhar as eleições, e o atual presidente da Câmara [Arthur Lira] continuar com o poder imperial […], para que o poder fique na Câmara dos Deputados e ele aja como o imperador do Japão […].”

“Eu vou viajar o Brasil para conversar com o povo brasileiro. E nós vamos ter que publicar em cada comício uma lista de [candidatos a] deputados e senadores nossos em cada estado. E dizer: é nessa gente que vocês têm que votar se a gente quiser mudar esse país.”

em 3.mai.2022, no evento para receber apoio do Solidariedade

CAMPANHA ATIVA

“Nós vamos precisar eleger deputados. Eu vou fazer campanha para deputado, vou pedir voto. Vou tentar montar um time, para que a gente possa fazer com que esse país volte à normalidade e esse povo possa viver com muita tranquilidade, como Deus quer que a gente viva.”

em 1º.jul.2022, em entrevista à rádio Metrópole da Bahia

TIPO HUMANO

“É muito importante a gente eleger deputado, mas muito [mais] importante a gente saber que tipo de deputado ou deputada estamos elegendo, qual o compromisso histórico dessa pessoa e o que essa pessoa pensa do mundo do trabalho, do salário, da mulher, do negro, do conjunto da sociedade brasileira. Porque às vezes você vota numa pessoa e está colocando uma raposa para cuidar do galinheiro, achando que ela vai cuidar das galinhas. Ela vai comer as galinhas. É o que está acontecendo com o orçamento secreto, na Câmara dos Deputados, que é a maior bandidagem já feita em 200 anos de República.”

em 9.jul.2022, durante comício em Diadema (SP)

APELO VIRTUAL

“Precisamos de representantes que defendam os direitos do povo no Congresso.”

em 13.jul.2022, no Twitter

VIVENDO E APRENDENDO

“Eu tenho consciência que uma das tarefas minhas e do Alckmin, se a gente ganhar, é tentar primeiro trabalhar durante o processo eleitoral para que a gente eleja muitos deputados e senadores com outra cabeça. Durante a campanha, eu vou trabalhar muito essa questão da eleição [para o Congresso]. Nós vamos resolver [o orçamento secreto] conversando com os deputados. E eu espero que a sociedade brasileira aprenda nessas eleições uma lição muito grande: o Congresso Nacional é o resultado da sua consciência política no dia das eleições.”

em 25.ago.2022, em entrevista ao Jornal Nacional (TV Globo)

‘TIME DO LULA’

“É importante votar nos deputados do time do Lula, gente. Votar nos deputados que representam o nosso time, porque nós precisamos mudar a reforma na lei trabalhista que eles fizeram e tirar o povo da escravidão. […] Não vote em deputado da turma deles, porque é a mesma coisa que colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro, achando que as galinhas vão engordar; não vão. A raposa vai comer as galinhas, e é isso que está acontecendo com o resultado das eleições de 2018”

em 10.set.2022, durante comício em Taboão da Serra (SP)

‘BANCADA BEM MAIS ARRUMADA’

“O presidente da República [Bolsonaro] foi cooptado pelo Parlamento. O governo está tão fraco que o Congresso se apoderou. Espero que durante o processo eleitoral a gente eleja uma bancada bem mais arrumada do que a que temos hoje, mais comprometida com os interesses do povo. E nós vamos ter que conversar. Política é a arte de conversar. Durante o processo eleitoral, nós estamos trabalhando a ideia de se eleger muitos deputados, muitos senadores, para que a gente não precise ser refém do Congresso Nacional.”

em 12.set.2022, em entrevista à CNN Brasil

MUDANÇA E RESPONSABILIDADE

“Não basta só a gente ganhar as eleições. É preciso a gente eleger muitas deputadas e muitos deputados do nosso time, para a gente poder mudar as coisas no Congresso Nacional. Se tudo que a gente tem que mudar, a gente tem que fazer uma lei, nós precisamos construir uma maioria no Congresso Nacional. Então vejam a responsabilidade que vocês têm. E só faltam 18 dias [para a eleição].”

em 14.set.2022, durante evento sobre economia solidária

DAR UM JEITO

“É preciso votar nos nossos deputados do chamado time do Lula, dos partidos que me apoiam. Porque, se a gente ganhar, a gente vai ter que dar um jeito no centrão, vai ter que mexer no orçamento secreto, cumprir o salário da enfermagem, melhorar o piso dos professores.”

em 18.set.2022, durante comício em Florianópolis

‘A GENTE TÁ LASCADO’

“É importante votar nos deputados. Eu preciso de deputados e deputadas que me ajudem a fazer as reformas necessárias para garantir direitos ao povo brasileiro. É importante eleger senadores. Se vocês votarem em mim para presidente e no [Fernando] Haddad para governador, e votarem em deputados que são contra a gente, a gente tá lascado. É como se você tivesse um galinheiro e resolvesse colocar a raposa para tomar conta das galinhas. O que ia acontecer? A raposa ia comer as galinhas.”

em 24.set.2022, durante comício no Grajaú (capital paulista)

Joelmir Tavares / Folha de São Paulo

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