PT fará apoio a Boulos nas eleições para prefeitura de São Paulo em 2024

Foto: Divulgação
O PT formalizou na tarde deste sábado (5) o apoio ao deputado federal Guilherme Boulos (Psol) nas eleições paulistanas do ano que vem. Será a primeira vez que o PT não lançará candidato próprio para a prefeitura da capital paulista. A legenda deve indicar o pré-candidato a vice na chapa para 2024, mas o nome ainda não definido.

Segundo o G1, a formalização do apoio a Boulos ocorreu na sede do Sinsaúde, no bairro da Liberdade. Filiados e militantes debateram a organização partidária e tática eleitoral. Estavam presentes o pré-candidato Boulos, a presidente do PT nacional, Gleisi Hoffmann, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além de vereadores e deputados.

Ainda segundo informações, a formalização da pré-candidatura de Boulos para a chapa PSOL-PT é considerada por integrantes dos dois partidos como o principal marco até o momento da campanha eleitoral de 2024. Antes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tinha declarado apoio a Boulos.
Por Bahia noticias  

Ipiaú: Motociclista fica gravemente ferido após ser atropelado por carro na BR-330

Foto: Giro Ipiaú

Um motociclista não identificado ficou gravemente ferido em um acidente por volta das 17h30 desse sábado (05), na BR-330, nas proximidades do antigo Pouso do Jacu, saída de Ipiaú sentido Barra do Rocha. A vítima foi atropelada por um carro ainda não identificado. O motorista fugiu sem prestar socorro a vítima.

Foto: Giro Ipiaú

A moto teria sido atingida na traseira e em seguida o carro teria atropelado o motociclista. A vítima apresentava várias escoriações e suspeitas de fraturas.

Foto: Giro Ipiaú

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência realizou os primeiros socorros e encaminhou o motociclista para a unidade hospitalar. Através do telefone da vítima, populares conseguiram acionar os familiares que são de Apuarema. O para-choque do carro foi encontrado no local, o que pode facilitar na identificação do veículo.  *Informações do Giro Ipiaú

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O PT precisa esquecer ACM Neto e cuidar da segurança pública dos baianos, diz Alan Sanches após ataques de Éden Valadares

Deputado estadual Alan Sanches (União Brasil)

O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), rechaçou os ataques que o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, tem feito contra o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), principal liderança da política baiana.

“Acho que o presidente do PT da Bahia dorme e acorda pensando em ACM Neto. O que acontece é que Neto respeita a decisão das urnas, e sabe que não se precisa de mandato para ter liderança”, afirmou Sanches.

“Neto é diferenciado e criativo, uma pessoa fora da curva, que consegue pensar fora da caixa e apresentar saídas e soluções. O grupo deles adoraria enfrentar outra pessoa, pois sabe que prazo de validade do PT venceu e que a estrela da oposição naturalmente é ACM Neto”, emendou Sanches.

Para o líder da oposição, o governo do PT precisa parar de atacar adversários e apresentar soluções para os problemas urgentes que afligem o povo baiano.

“Acho que o PT tem que esquecer Neto e focar na administração da segurança e da saúde da Bahia, para não termos mais corpos encontrados em isopor na praia da Barra e pessoas morrendo na fila da regulação”, reforçou Alan Sanches.

PF prende mulher por tráfico internacional de drogas no Aeroporto do Galeão/RJ

O destino dos 10kg de droga apreendida seria Paris, capital da França
Rio de Janeiro/RJ - Na noite desta sexta-feira (4/8), a Polícia Federal prendeu em flagrante uma mulher que transportava cerca de 10kg de cocaína oculta no interior de carretéis de linha para costura, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

A indivídua pretendia embarcar em um voo comercial com conexão no aeroporto internacional da cidade do Porto, em Portugal, antes de rumar para Paris, capital da França, seu destino.

Os policiais federais, durante fiscalização de rotina, identificaram a droga dissimulada no interior de 80 carretéis de linha para costura, encontrados no interior da bagagem despachada pela passageira, e efetuaram a prisão em flagrante.

Diante disso, a presa foi encaminhada ao sistema prisional do estado. Ela poderá responder pelo crime de tráfico transnacional de drogas, cuja pena pode chegar até 15 anos de reclusão.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro
scs.srrj@pf.gov.br | www.gov.br/pf
(21) 2203-4404

PF deflagra operação para desarticular traficantes no DF

Brasília/DF. A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (3/8) a Operação Buriti. A investigação visa desarticulação e descapitalização de associação constituída para a prática de tráfico de drogas e atuante em atos de ocultação e dissimulação de patrimônio oriundo das suas condutas criminosas.

Os policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária. As cautelares concedidas pela 2ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal também abarcam medidas de constrição patrimonial em desfavor dos investigados e ou de pessoas a eles interpostas.

Considerando não possuírem qualquer ocupação lícita e, ainda assim, ostentarem sinais exteriores de riqueza totalmente incompatíveis com suas respectivas capacidades econômicas e financeiras, são robustos os indícios de que os envolvidos têm o tráfico de drogas como verdadeiro meio de vida. Um dos investigados, por exemplo, consta como proprietário de fato de diversos imóveis localizados no Distrito Federal e em cidades do estado do Goiás.

Durante o cumprimento das medidas, foram apreendidos diversos bens de alto valor aquisitivo, quantias em espécie e quatro veículos avaliados em mais de meio milhão de reais. As ações também efetivaram a apreensão de quatro armas de fogo, sendo um dos investigados preso em flagrante em razão de ter sido surpreendido portando uma pistola de uso restrito às forças de Segurança Pública.

A operação está em consonância com a missão da Polícia Federal no sentido de enfraquecer núcleos financeiros de grupos criminosos organizados. Nesse contexto, foi determinado o sequestro de bens imóveis e o bloqueio de valores que, somados, chegam a R$ 2 milhões.

As equipes da Polícia Federal contaram com o apoio da Polícia Militar do Distrito Federal - PMDF, na ocasião, representada pelo Batalhão de ROTAM e pelo Batalhão de Aviação Operacional – BAvOp.

Comunicação Social da Polícia Federal no DF

(61) 2024-7557

Bahia tem 14 armas de fogo apreendidas por dia no mês de Julho

Mais de 400 equipamentos ilegais encontrados em poder de criminosos foram retirados das ruas.

No mês de julho, cerca de 14 armas de fogo foram apreendidas por dia durante ações das forças de segurança em todo o estado. De 1º a 31 de julho de 2023, 427 armamentos foram retirados de circulação.
Entre os materiais bélicos encontrados com criminosos durante ações policiais que resultaram em flagrantes e no cumprimento de mandados de busca e apreensão, nos 31 dias, estão fuzis, revólveres, espingardas, pistolas, submetralhadoras, carabinas, além daquelas adaptadas e de fabricação caseira.
Parte dessas armas foi encontrada durante ações policiais nos dias 28, 30 e 31 de julho, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, no município de Itatim e no bairro de Cosme de Farias, na capital baiana.

Primeiro semestre

Cerca de 2.700 armas de fogo foram apreendidas no estado, somente no primeiro semestre deste ano ano. Deste número, cerca de 30 fuzis foram encontrados em ações policiais ao longo de seis meses, superando o número de 22 encontrados durante todo o ano passado.

“A nossa missão é neutralizar as ações das facções criminosas, que são as responsáveis pela maior parte das mortes violentas registradas no estado. Retirar essas armas das ruas diminui as chances de ocorrências como balas perdidas e os chamados bondes com ataque a rivais. Vamos continuar trabalhando para barrar a circulação desse material e sufocar os grupos criminosos”, detalhou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.

“Nós queremos protagonismo político”, diz Zema ao anunciar frente do Sul-Sudeste contra Nordeste

 Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

Passa pouco das cinco horas da tarde, quando o governador Romeu Zema (Novo) chega à confeitaria onde marcamos esta entrevista no bairro do Ibirapuera, em São Paulo. Os assessores que o acompanham usam paletó e gravata. Ele veste uma camisa azul clara com um distintivo da bandeira de Minas Gerais. Brinca, contando que sempre trabalhou na iniciativa privada e usava uniforme. Quando se elegeu, pela primeira vez em 2018, criou esse modelo para ele. Diz que se sentia um estranho no mundo da política, mas que, com o tempo, foi se adaptando e aprendendo. “Parece que na política, no Brasil, infelizmente existe uma renovação de fazer o mesmo – que não foi o meu caso”, ressalva.

Ele revela que ao assumir o primeiro mandato acreditava que bons projetos e realizações resultariam em apoio dos parlamentares na Assembleia Legislativa. Mas que não era bem assim. “Ele (o parlamentar) quer é ter o protagonismo dele. Ele quer que eu tome café com ele, que eu visite a cidade dele, que eu viaje com ele, que ele apareça do meu lado na televisão”.

Nesta conversa de mais de uma hora com o Estadão, Zema come um croissant de queijo e toma um café expresso. Define-se como um político liberal e de direita. Mas diz que o Brasil precisa manter programas como o Bolsa Família. Afirma que se por apoiar política compensatórias, ele não puder ser de direita, então será de centro-direita. Mas acha que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro ficou devendo aos liberais. “Na área econômica, pode ter sido bom. Mas pouco avançou em desestatização e em economia verde”.

O grande legado de Bolsonaro, para ele, foi o de ter organizado a direita. Ele crê que a figura do ex-presidente foi de fundamental importância nesse sentido. Daria nota 8 ao governo do ex-presidente, mas 5 para a comunicação de suas ações. Ainda assim, pondera que não é “bem essa direita” que os eleitores buscam e atribui a isso o fato de “terem despontado nomes mais produtivos politicamente” como o dos governadores de São Paulo, Tarcício de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e até do Rio Grande Sul, o tucano Eduardo Leite. “Tudo vai passar por um processo da direita tentar se unir e encontrar um nome que tenha apoio. Mas se for para lançar dois, três nomes (em 2026), aí é para dar de mão beijada a reeleição ao adversário”, prevê.

Nascido em Araxá, na região do triângulo mineiro, Zema, 58 anos, só em alguns momentos, como quando diz que “na política você tem que saber agredir cirurgicamente”, usa um discurso que faz jus à geração e à tradição do Estado que deu ao Brasil políticos do naipe de Tancredo Neves e Magalhães Pinto, entre muitos outros. Na maior parte do tempo, ele é direto e sem meias palavras, como quando fala da oposição.

“Enxergo a esquerda como um adversário que na comunicação, na propaganda dá trabalho, mas no resultado? Pode esquecer porque eles nunca vão conseguir o melhor resultado em termos de crescimento da economia, de desenvolvimento”. Segundo o governador, a esquerda tem um discurso apelativo e o usa em detrimento de entregar melhorias para a sociedade. “Mas é um discurso sedutor, é meio que o canto da sereia: nós somos social, nós somos verdes. Eu bato palmas e aplaudo a esquerda porque eles conseguem fazer uma lavagem mental, mas na prática não tem nada”, critica.

Embora ainda falte muito para a eleição de 2026, Zema diz que só pensa na hipótese de ser candidato se achar que “poderá fazer alguma coisa”. Se não prefere apoiar outro nome. De qualquer forma ele antevê uma eleição polarizada, em um pais dividido e crê que o apoio de Bolsonaro, inelegível por oito anos, será fundamental.

Por isso, os governadores do Sul, Sudeste – maciçamente de oposição – já se preparam e se organizaram no Consórcio Sul-Sudeste (Cossud). A entidade agora é presidida pelo governador Ratinho Junior e, pela primeira vez, formalmente constituída promete dar trabalho ao governo federal e atuar em bloco no Congresso sempre que possível. “Temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, nê? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos nós queremos – que é o que nunca tivemos – que é protagonismo político”, avisa.

Estadão

Estratégias de enfrentamento às organizações criminosas com foco na redução de CVLIs são discutidas em reunião

Encontro aconteceu no prédio administrativo da SSP, no Cab.

O combate às facções criminosas com atuação na Bahia foi tema central da reunião realizada ao longo da tarde desta sexta-feira (4), promovida pela Secretaria da Segurança Pública, com a participação de integrantes das forças policiais.

No encontro presidido pelo subsecretário da pasta, Marcel Oliveira, estratégias de prevenção e combate às mortes violentas promovidas por grupos armados foram discutidas com os gestores das forças policiais, comandantes, delegados, entre outras autoridades operacionais, com a participação da Superintendência de Inteligência da SSP.

Também foram analisadas a mancha criminal, a dinâmica dos crimes ocorridos no estado, a atuação de grupos criminosos, bem como estratégias para a localização dessas quadrilhas.

O compartilhamento de informações auxiliará as equipes no planejamento de novas ações no combate ao crime organizado e a repressão a novas ocorrências, de forma integrada e objetiva.
Além do subsecretário também participaram do encontro o superintendente de Inteligência, Rogério Dourado, o subcomandante da PM, coronel Nilton Cézar Machado, a diretora do Departamento de Polícia Técnica, Ana Cecília Bandeira, a delegada-geral adjunta, Elaine Nogueira, entre outras autoridades.

“Esses momentos são importantes para avaliação das ações e o planejamento de novas iniciativas na busca de maior tranquilidade para a população. Para isso, a secretaria atua através da integração, com inteligência e investimento em estruturas e ferramentas tecnológicas, priorizando sempre a preservação da vida e redução dos crimes”, enfatizou o subsecretário da pasta.
Fonte:SSP

Duas submetralhadoras e três pistolas são encontradas com grupo em Águas Claras

 

Homens armados confrontaram contra as equipes que atenderam a chamado de moradores que relataram disparos na região.

Duas submetralhadoras e três pistolas foram apreendidas com um grupo de traficantes, na Rua Celika Nogueira, no bairro de Águas Claras, no início da tarde desta sexta-feira (4).

Informações preliminares dão conta que equipes da Polícia Militar foram acionadas após informações de tráfico de entorpecentes na localidade Condor, ao chegarem no local indicado, os policiais foram recebidos a tiros.

Parte do grupo criminoso disparou contra os policiais e fugiu. Cinco suspeitos acabaram feridos e foram socorridos ao Hospital Eládio Lasserre.

Foram apreendidas duas submetralhadoras, três pistolas, cinco carregadores, 14 tabeletes de maconha, porções da erva, colete e roupa camuflada. O material foi apresentado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Participam da ação equipes do 22⁰ Batalhão de Polícia Militar (BPM/ Cajazeiras), das Rondas Especiais (Rondesp) Central e do Grupamento Aéreo da Polícia Militar.

Moraes atua para incluir no Código Eleitoral regras que enquadrem big techs

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), discute com o Senado a inclusão, no novo Código Eleitoral, de punição das plataformas de internet por conteúdo eleitoral ilegal que seja impulsionado ou monetizado.

O relator do Código, senador Marcelo Castro (MDB-PI), já finalizou o relatório e só aguarda as contribuições de Moraes para apresentá-lo no Senado. O ministro já conversou sobre o tema com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Castro deve se reunir com Moraes na próxima semana, a depender de sua recuperação. O senador foi operado de apendicite na segunda-feira (31) e está convalescente.

Segundo a Folha apurou, Moraes quer incluir no novo Código Eleitoral a responsabilização das plataformas de internet por conteúdo que viole a lei dos crimes contra o Estado democrático de Direito, que veda incitar publicamente animosidade entre as Forças Armadas ou delas contra os Poderes constitucionais. Ele também propõe que as big techs sejam punidas por conteúdo eleitoral ilegal que for impulsionado ou monetizado.

O ministro também quer incorporar na legislação eleitoral alguns dos pontos da resolução do TSE de “poder de polícia”, baixada por ele em 20 de outubro do ano passado, a dez dias do segundo turno da eleição presidencial.

Entre os pontos, estão a proibição de propaganda eleitoral paga na internet entre a antevéspera e o dia seguinte ao pleito, a vedação do compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos que atinjam a integridade do processo eleitoral e o rito sumário para remoção de conteúdo em violação.

Tal como constava na normativa do TSE, as plataformas que não removessem conteúdo após ordem da Justiça eleitoral estariam sujeitas a multas de R$ 100 mil a R$ 150 mil por hora de descumprimento.

Trata-se da segunda tentativa de Moraes que consagrar em lei algumas das medidas contidas em sua resolução do TSE. Ele havia proposto ao deputado Orlando Silva (PC do B-SP) incorporar essas medidas ao PL 2630, conhecido como PL das Fake News.

O deputado, entretanto, teve que adiar a votação do projeto no início de maio porque não tinha os votos necessários. Agora, a Câmara aguarda novo relatório de Orlando, mas ainda não há consenso sobre o órgão regulador que supervisionaria a implementação da nova regulamentação de internet.

O Senado corre contra o tempo para aprovar o Código Eleitoral antes do início de outubro, para que ele possa valer já nas eleições municipais de 2024. Pelo princípio da anualidade, para vigorarem no pleito, as mudanças precisam ser aprovadas no mínimo um ano antes.

É pouco provável que o Senado vote e aprove o Código dentro desse prazo, considerando que o projeto ainda teria que voltar para a Câmara por causa das modificações. O projeto sofre resistência no Congresso com dois pontos muito polêmicos —o afrouxamento das regras de prestação de contas dos candidatos e a redução do poder da Justiça Eleitoral de regulamentar as eleições.

Mesmo assim, segundo o TSE, as medidas da resolução baixada por Moraes valeriam no ano que vem. Mas a ideia é incluí-las na legislação eleitoral para ter mais lastro.

Patrícia Campos Mello, Folhapress

Câmara aposta no Judiciário para cassar mandato de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)

Uma eventual cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tem mais chances de ocorrer pelo caminho da Justiça do que por um processo contra ela no Conselho de Ética da Câmara, avaliam parlamentares ouvidos pela Folha.

Deputados veem que, apesar de ela estar enfraquecida, ao menos por enquanto não há clima para que sua cassação aconteça em plenário.

Zambelli foi alvo na manhã de quarta-feira (2) de uma operação da PF (Polícia Federal), que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e em seu gabinete na Câmara.

Os agentes prenderam ainda Walter Delgatti, conhecido como o hacker da “Vaza Jato”.

A deputada e Delgatti são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que resultou na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

Ela não responde a processo no conselho por causa da investigação da PF. No momento, ela é alvo de uma representação por xingamentos proferidos contra o deputado Duarte Jr. (PSB-MA).

O PT avalia que o melhor é esperar o avanço das apurações na Justiça para iniciar um processo contra Zambelli no conselho sobre a trama contra Moraes.

O entendimento de deputados é que a cassação de Zambelli deverá ocorrer mais cedo ou mais tarde na Justiça, uma vez que a investigação sobre o caso do hacker da “Vaza Jato” dificilmente a deixará impune.

Procurada, Zambelli não respondeu.

Apesar de não preverem uma cassação em plenário, parlamentares opinam que Zambelli está desgastada politicamente, após uma série de escândalos desde as eleições, sem grande apoio até entre seus pares —mesmo entre membros do seu partido ou da família Bolsonaro.

O único dos políticos da família do ex-presidente a defender publicamente Zambelli foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também tratou de tentar blindar o pai.

Deputados afirmam que a cassação pela Câmara é uma medida drástica e que é preciso considerar que ela teve votação expressiva nas últimas eleições. Ela se reelegeu com 946 mil votos, se tornando a terceira mais votada do país, à frente de nomes como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Ricardo Salles (PL-SP).

Além da operação na última quarta, a deputada enfrenta ao menos quatro ações na Justiça Eleitoral que podem resultar na cassação de seu mandato. Duas tramitam no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e duas foram protocoladas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo.

Ela é alvo de quatro Aijes (ação de investigação judicial eleitoral), que, além da cassação, têm como possível consequência a sua inelegibilidade por oito anos, a contar das eleições de 2022.

Deputados também lembram que o caso do ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), que teve o mandato suspenso pelo Conselho de Ética no ano passado, repercutiu bastante dentro da Casa.

O de Zambelli, por outro lado, pouco repercutiu internamente, uma vez que a deputada perdeu força desde as eleições passadas.

Pessoas que estiveram no dia da operação da PF com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dizem que o assunto não estava na pauta das conversas.

Na avaliação dos parlamentares, a deputada tem sofrido desgastes por sua atuação desde o ano passado, quando, na véspera do segundo turno da eleição presidencial, sacou uma arma e apontou para uma pessoa em São Paulo.

Nem mesmo membros do partido demonstram disposição em defendê-la. Na entrevista de Zambelli na própria quarta, chamou atenção a presença reduzida de deputados do PL ao lado da parlamentar —o partido tem a maior bancada da Casa, com 99 cadeiras.

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, a deputada disparou uma mensagem em um grupo com 70 nomes da bancada pedindo que se juntassem a ela na coletiva. Cerca de dez compareceram.

Há um incômodo ainda entre parlamentares do PL que avaliam que os erros políticos da parlamentar acabam respingando no partido como um todo, gerando desgastes desnecessários.

Nas palavras de um correligionário, quando há uma crise, Zambelli tenta “socializar o ônus político” e, quando ocorre algo que pode gerar capital político, ela tenta centralizá-lo, deixando de lado os colegas.

Um exemplo disso seria sua participação dela na CPI do MST na quinta (3), comissão que ela não tem frequentado. Membros do grupo viram isso como um movimento político, na tentativa de buscar apoio de deputados mais radicais.

Alguns vão além e admitem que ela não terá respaldo de lideranças do PL e até mesmo de Bolsonaro, de quem se afastou nos últimos meses.

Sob reserva, afirmam que o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, se posicionou pontualmente sobre a operação da PF e avaliam que ele não irá se empenhar para fazer uma defesa mais incisiva da deputada.

Em rede social, Valdemar escreveu que qualquer operação determinada pelo STF “deve seguir rigorosamente a Constituição e se fundamentar em indícios reais de irregularidades”.

“Não concordamos com eventuais erros cometidos por parlamentares do partido, mas queremos que lhes sejam garantidos os direitos constitucionais e a presunção de inocência”, escreveu o dirigente.

Na tarde de sexta (4), a defesa de Zambelli afirmou que ela irá prestar depoimento à PF na próxima segunda (7), mas que ela permanecerá em silêncio pois ainda não teve acesso aos autos da investigação.

Em nota enviada à imprensa, o advogado Daniel Bialski, que representa a deputada, disse ainda ainda que Zambelli quer ser ouvida e prestar todos os esclarecimentos “justamente por não ter cometido ou participado de qualquer ilicitude”.

Na quarta-feira, a deputada afirmou que não houve a contratação de serviço relacionado à fraude das urnas, nem à elaboração de um falso mandado contra o ministro Moraes.

Victoria Azevedo e João Gabriel, Folhapress

Petrobras prevê volta ao setor de fertilizantes com reabertura de fábrica no Paraná

Refinaria da Petrobras
A Petrobras começa a encaminhar sua volta ao setor de fertilizantes, abandonado por gestões anteriores. Nesta sexta-feira (4), a empresa informou que estuda reabrir uma fábrica de ureia no Paraná e retomar obras de outra unidade em Mato Grosso do Sul.

Em outra frente, negocia com a Unigel parceria em duas unidades na região Nordeste, que haviam sido arrendadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que é um negócio estratégico, principalmente mirando a transição energética.

Os estudos para a reabertura da Ansa, a fábrica paranaense, estão em fase final, informou o diretor de Processos Industriais e Produtos da companhia, William França. A unidade foi fechada em 2020, sob protestos de sindicatos, com o argumento de que só dava prejuízo.

Nesta sexta, França defendeu que a Ansa tem grande sinergia com a refinaria de Araucária (PR) e que os primeiros estudos indicam que a reabertura é viável. A unidade tem capacidade para produzir 2.000 toneladas de ureia por dia e também produz Arla 32, um agente que reduz emissões em veículos a diesel.

“É um passo muito importante porque representa a reentrada da Petrobras na fabricação de fertilizantes, que é uma diretriz nacional, e não só da Petrobras, após a invasão da Ucrânia pela Rússia”, afirmou Prates, em entrevista a jornalistas para detalhar o balanço do segundo trimestre.

Outro estudo no segmento contempla a retomada das obras da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas (MS), inauguradas no governo Dilma Rousseff e paralisadas desde 2015 com 80% do projeto concluído. A Petrobras chegou a negociar a unidade com a russa Acron, mas as conversas foram suspensas em 2022.

França diz que estudos também indicam viabilidade na retomada das obras, que levariam a uma capacidade de produção de 3,2 mil toneladas de ureia usando como matéria-prima gás natural transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.

Outras duas unidades antigas da Petrobras, na Bahia e em Sergipe, foram arrendadas para a Unigel, com quem a estatal negocia parceria que incluiria a produção de hidrogênio verde. “Diante da nova disponibilidade para analisar a questão dos fertilizantes, estamos negociando para juntar esforços com eles”, afirmou França.

O fornecimento de fertilizantes para o agronegócio se tornou crítico após o início da guerra na Ucrânia. O Brasil importa cerca de 85% de sua demanda de fertilizantes e cerca de um quarto desse total vinha da Rússia.

O programa de ampliação da produção de fertilizantes do governo Lula previa outra unidade da Petrobras, em Uberaba (MG), mas as obras também foram paralisadas após o início da Operação Lava Jato. Depois, a estatal decidiu sair do segmento.

O retorno a segmentos abandonados por gestões anteriores inclui também a geração de energia: a Petrobras estuda participar do próximo leilão de térmicas do governo com uma unidade instalada no antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio e Janeiro).

Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Maurício Tolmasquim, o negócio depende, primeiro, da avaliação da viabilidade da usina e, depois, de vitória no leilão.

A estatal deu passos também na retomada de investimentos em refino, ao lançar nesta sexta licitação para a segunda fase da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que ampliará a capacidade local para 260 mil barris por dia.

A primeira fase está em operação desde 2014 e foi alvo de investigações da Operação Lava Jato. A retomada das obras foi aprovada ainda no governo Bolsonaro, que tentou sem sucesso vender a unidade.

Nicola Pamplona/Folhapress

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