Declarações do Itamaraty sobre morte de brasileiros em Israel são alvo de críticas

O chanceler Mauro Vieira

A reação do governo Lula à morte de do brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, durante os atentados do Hamas contra Israel no sábado, 7, foi criticada nas redes sociais e pela oposição pelos termos usados no comunicado do Itamaraty sobre o caso.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel”, diz a nota, entitulada Falecimento de cidadão brasileiro em Israel. “Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o Governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis”.

O tom do texto, apontado como frio e insensível, e sem mencionar o Hamas, foi duramente criticado na conta da chancelaria no X, antigo Twitter. Pouco depois, o Itamaraty fechou os comentários do post, que até o começo da noite teve 4 milhões de visualizações. Um contexto sobre os assassinatos cometidos pelo Hamas em Gaza foi inserido no post pela rede de Elon Musk.

Mais tarde, o chanceler Mauro Vieira voltou a defender um fim da violência em Gaza. “A posição do brasil é a de que os atos violentos devem ser interrompidos e deve haver cessação de hostilidades. Evidente que condenamos a violência e o derramamento de sangue, mas achamos que, sobretudo com o Brasil na presidência do Conselho de segurança, precisamos trabalhar para o fim das hostilidades e uma negociação de paz”, disse o chanceler à Voz Brasil, mais uma vez sem condenar o terrorismo do Hamas.

Críticas da oposição

O ex-presidenciável do Novo, João Amoêdo, que disputou a eleição em 2018, criticou a nota da chancelaria. “Não foi um ‘falecimento’, foi o assassinato de um jovem pelo grupo terrorista Hamas”, disse.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também questionou o governo. “Falecimento?? O Itamaraty não consegue condenar o terrorismo que assassinou um brasileiro?”

Após da confirmação da morte da segunda cidadã brasileira nos atentados, a carioca Bruna Valeanu , de 24 anos, o tom da segunda nota mudou levemente.

“O governo brasileiro lamenta e manifesta seu profundo pesar com a morte da cidadã brasileira Bruna Valeanu, de 24 anos, natural do Rio de Janeiro, segunda vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel, diz o texto, entitulado Morte de cidadã brasileira em Israel. “Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Bruna, o governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil”.

O cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil André Lajst defende que o governo precisa ser mais enérgico, especialmente com relação a morte de brasileiros. E citar nominalmente o Hamas, que atacou Israel, ao condenar o terrorismo.

“Por algum motivo, que a gente ainda não sabe qual é, o governo brasileiro insistentemente prefere não mencionar o Hamas, fala em ataque, fala em terrorismo, se solidariza com as vítimas de ambos os lados”, aponta Lajst. “Sem querer — ou querendo — faz uma equivalência de solidariedade e, claro que deve haver solidariedade a todas as vítimas civis, mas a situação não é equilibrada. Tem um país que está se defendendo e um grupo terrorista que está atacando”, conclui o cientista político.

Posição de Lula

Nesta terça, o presidente Lula retuitou as duas mensagens do Itamaraty mas não se pronunciou diretamente sobre as mortes dos cidadãos brasileiros.

No dia dos atentados, no entanto, o petista condenou os ataques do Hamas. “Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, disse o presidente.

Estadão

Defesa de Bolsonaro fala em ‘rito anômalo’ em 1º dia de julgamento no TSE

Julgamento de ações contra Bolsonaro nesta terça-feira (10), no TSE

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio Vieira, disse que as ações que analisam condutas adotadas pelo seu cliente tiveram “rito anômalo” no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As declarações foram feitas na noite desta terça-feira (10), durante abertura da sessão de julgamento de três Aijes (Ações de Investigação Judicial Eleitoral) apresentadas pelo PDT e pela coligação que elegeu o presidente Lula (PT) contra o ex-mandatário e o ex-candidato a vice Walter Braga Netto, também do PL.

Elas pedem a inelegibilidade de Bolsonaro e de Braga Netto por abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação por utilizar dependências do Palácio da Alvorada (residência oficial do presidente da República) e do Palácio do Planalto (sede do governo federal) para a realização de supostos atos ilegais de campanha.

O julgamento foi suspenso após fala da Procuradoria-Geral Eleitoral e será retomado com a leitura do relatório na próxima terça-feira (17).

Vieira, que já foi ministro do TSE, afirmou que não foi respeitado o direito de ampla defesa dos acusados e que dois processos não estavam maduros para julgamento.

“As garantias do contraditório e do devido processo legal não podem ser colocadas abaixo do valor da celeridade. A incidência da celeridade é importante, mas a certeza jurídica é mais importante que a celeridade, ou seja, preferimos sentenças justas às sentenças rápidas e não justas”, disse.

Os advogados do PDT Walber Agra e Ezikelly Barros fizeram argumentações. O partido afirma que Bolsonaro usou suas lives semanais —transmitidas dos palácios da Alvorada e do Planalto— para pedir votos para si e para aliados políticos, usando estrutura pública e “chegando ao ápice de mostrar o ‘santinho’ de cada um deles”.

Há capturas de tela das transmissões do ex-presidente e reprodução de falas ditas por ele. Por exemplo: “Rapidamente aí pessoal, vamos pro horário eleitoral gratuito, tá? Desculpa aí. Vai faltar gente, vão reclamar, mas vamos deixar pra semana que vem. Algumas candidaturas aí pelo Brasil que peço o apoio”.

Na outra ação do PDT, ainda sobre lives, os advogados do partido dizem que houve abuso do poder político e emprego indevido dos meios de comunicação no uso do Palácio da Alvorada (residência oficial do presidente) e do Planalto (sede do Executivo) para pedir votos e exibir propostas.

Ezikelly Barros disse que as práticas de Bolsonaro são ainda mais graves porque foram realizadas em símbolos da República e da democracia e citou os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

“Quando se ousa atentar contra o Estado democrático de Direito, são esses símbolos alvos de ataques. O palácio do Planalto foi alvo de depredações e de crimes que estão sendo apreciados pelo STF”, disse.

O julgamento começou com a leitura do relatório das ações, feita pelo ministro Benedito Gonçalves, corregedor do tribunal e relator dos casos. Ele detalhou as acusações, os argumentos da defesa, as alegações finais apresentadas pelas partes, o parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral, as diligências determinadas e os despachos proferidos ao longo dos processos.

A última peça é assinada por Cristiano Zanin, à época advogado de Lula e hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). A coligação do hoje presidente afirma que Bolsonaro cometeu abuso de poder político ao realizar, enquanto presidente, atos de apoio à sua candidatura à reeleição nas dependências do Planalto e do Alvorada.

São citados como exemplo um anúncio de apoio dos governadores de Roraima, Goiás, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Além disso, são mencionados eventos com os governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro), além de artistas da música sertaneja.

Em tese, essas ações também podem levar a novas declarações de inelegibilidade de Bolsonaro. Mas a avaliação de pessoas que acompanham os processos de perto é a de que o ex-presidente não deve ser alvo de punição tão severa. Há ainda interlocutores que apostam na rejeição das ações.

Segundo essas pessoas, o provável é que, em caso de condenação, haja no máximo a aplicação de multa. E, mesmo que Bolsonaro seja novamente considerado inelegível, não deve haver mudança em relação ao prazo que ele já está impedido de concorrer.

Ao contrário do que ocorreu no julgamento anterior, desta vez a Procuradoria-Geral Eleitoral, em parecer assinado pelo vice-procurador-geral, Paulo Gonet, se manifestou pela rejeição delas.

O diagnóstico desta vez é que as condutas apontadas nas Aijes em análise não são tão graves como as que foram julgadas em junho pelo TSE. Tampouco interferiram de forma grave na normalidade das eleições.

Em junho, o entendimento do TSE foi o de que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e usou indevidamente dos meios de comunicação ao realizar, em julho de 2022, uma reunião com embaixadores estrangeiros no Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro proferiu mentiras sobre o sistema eletrônico de votação do país e atacou ministros do TSE.

Em resposta às ações, Tarcísio Vieira disse que não foi utilizada “transmissão oficial” para pedir votos, porque se tratou de publicação transmitida nas redes sociais de uso pessoal do ex-presidente.

O advogado afirmou ainda que o Palácio da Alvorada é a casa do presidente da República e que sua conduta “não se diferencia da de qualquer outro candidato, em período eleitoral, que tenha gravado lives em sua residência habitual”.

Constança Rezende/Folhapress

Relator da Reforma Tributária quer limitar poderes de Conselho Federativo

O relator da Reforma Tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), defendeu nesta terça-feira (10) que o Conselho Federativo seja transformado em “comitê gestor”, aos moldes do Comitê Gestor do Simples Nacional.

Segundo Braga, a mudança tem sido bem recebida por governadores.

“Se o comitê gestor é um comitê gestor, que decisão ele vai tomar? Cria um órgão técnico. A distribuição é um comando. Uma regra algorítmica que vai ser estabelecida na emenda constitucional”, disse Braga à imprensa.

“Sem competência para iniciativas legislativas e sem competência para ter de decidir sobre questões federativas. Eu acho que isso simplifica e não traz para dentro desse comitê gestor disputas políticas. Até porque um comitê gestor de tributos não é local para ter disputas políticas”, afirmou Braga.

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados estabelece o Conselho Federativo como o órgão responsável pela gestão e arrecadação do IBS [Imposto sobre Bens e Serviços], bem como pelo repasse dos recursos que cabem a cada ente da Federação.

Braga também defendeu um valor maior para o Fundo de Desenvolvimento Regional, mas disse que o montante ainda não está definido. Governadores pleiteiam cerca de R$ 30 bilhões a mais do que os R$ 40 bilhões previstos inicialmente.

“Eu defendo [aumento], agora o patamar não está definido porque depende de entendimento com o governo federal. Nós não podemos criar um fundo sem a perspectiva de ter as fontes. É sobre isso que nós estamos conversando”, declarou.

Braga pretende apresentar seu parecer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado no próximo dia 24. A expectativa é que o texto seja votado na CCJ no dia 7 e, em seguida, no plenário da Casa entre os dias 7 e 9 de novembro.

Thaísa Oliveira/Folhapress

Funeral de brasileira morta em ataque do Hamas reúne milhares em Israel

Brasileiros e israelenses compareceram ao velório de Bruna após chamado nas redes sociai

Bruna Valeanu, 24, brasileira morta em um ataque do Hamas em Israel, tinha apenas a mãe e uma das irmãs no país, além de amigos que cultivou ao longo dos oito anos em que vive na região. Mas seu funeral nesta terça-feira (10) reuniu milhares.

Brasileiros e israelenses se solidarizaram com um chamado feito nas redes sociais e ecoado em canais de televisão para comparecerem ao enterro da estudante universitária morta em um festival de música invadido pela facção terrorista no final de semana.

Pessoas que participaram do enterro dizem que a notícia se espalhou até por meio de grupos de WhatsApp de condomínio. Yishai Bonnie, 41, reservista do Exército, recebeu as informações pela esposa. Ele não conhecia Bruna, mas dirigiu por uma hora para comparecer ao funeral.

“O engarrafamento estava terrível, várias pessoas deixaram os carros na estrada e foram caminhando até o local”, relata Bonnie. “A maioria não a conhecia, mas estava lá, eu acredito, para expressar solidariedade à família e mostrar que estamos todos juntos neste momento”.

Os relatos dão conta de que Micha Levy, o rabino-chefe da cidade de Petah Tikva, nos arredores de Tel Aviv onde foi realizado o funeral, e a ex-ministra da Imigração israelense Pnina Tamano-Shata, de origem etíope, compareceram para prestar solidariedade à família.

O chamado para que mais pessoas comparecessem foi motivado por uma tradição judaica —a de que o quórum para cerimônias religiosas seja de dez homens. A família temeu que houvesse menos pessoas no funeral. Ao final, foi surpreendida pela onda de solidariedade.

Inicialmente dada como desaparecida, Bruna teve a morte confirmada pelo Itamaraty nesta terça-feira. A causa da morte não foi divulgada.

Ela se descrevia assim em um texto público no qual falava de si: “Sou uma estudante dedicada, que busca oportunidades de mostrar sua criatividade. Sou motivada, atenciosa, esforçada.”

Seus amigos concordam, mas asseguram que uma descrição fiel de Bruna incluiria muitas outras qualidades para além dessas linhas que ela própria escreveu em uma rede social voltada para trabalho.

Ela sabia fazer amigos de longa data e, desde cedo, dedicou-se a construir a comunidade judaica no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, sua terra natal e onde esteve há poucas semanas.

Bruna mudou-se para Israel com a mãe e uma irmã em 2015. No país, onde o alistamento militar é obrigatório, serviu dois anos ao Exército, onde foi instrutora de tiros. “Esse período me ensinou muito sobre comunicação, liderança e responsabilidade”, escreveu ela.

Capítulos como esse são motivo de orgulho não apenas para Bruna, mas para muitos outros jovens judeus que emigram para Israel nos anos iniciais de suas vidas adultas. Essa parte da trajetória de Bruna foi reverenciada com orgulho diante da notícia de sua morte.

“Em agosto de 2015, ela completou o ideal de fazer aliyah [emigrar para Israel] ainda como chanichá [uma jovem aprendiz], ajudando no crescimento do nosso país, concluindo também sua jornada na Tzavá [as Forças de Defesa de Israel]”, escreveu o movimento sionista jovem Bnei Akiva, do qual Bruna fez parte, em uma nota de pesar.

Após concluir sua passagem pelo Exército, iniciou a graduação em comunicação e marketing na Universidade de Tel Aviv, uma das mais renomadas no país. Estava prestes a iniciar o terceiro ano do curso —e passou as últimas férias no Rio, ao lado de amigos de infância.

A trajetória foi interrompida pelo ataque terrestre do Hamas a uma festa nas proximidades da Faixa de Gaza no último sábado (7), da qual Bruna e muitos outros brasileiros participavam.

“Bruna foi em busca dos sonhos, ao lado da família, e se adaptou muito rapidamente”, relata o professor de matemática Mozarth Crosman Possebon, que deu aulas para Bruna no ensino fundamental da TTH Barilan, instituição bilíngue. “Destruíram uma trajetória vitoriosa.”

Leonardo Wenna, que a conheceu na mesma escola, onde hoje leciona, diz que Bruna se mostrava uma pessoa genuína, sempre rodeada de amigos. Mariana Goldberg Rabinovitsch, amiga que mora em Israel e que também conheceu Bruna nessa época, lembra da dedicação dela em tudo que fazia —”O hebraico dela, por exemplo, era perfeito. Antes de me mudar para Israel, temia a língua. Mas vi vídeos da Bruna nas redes sociais falando em hebraico e pensei: ‘Eu também consigo'”.

Ela relata também dos sonhos que a amiga seguia cultivando. Em uma despedida de solteira na qual estiveram juntas recentemente, Bruna brincou que já tinha toda a sua festa de casamento organizada no Pinterest. “Tenho toda a minha vida planejada”.

Mayara Paixão/Folhapress

José Dirceu diz ver contradição em fala de Lula sobre ataque terrorista do Hamas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-ministro José Dirceu (PT) afirmou em entrevista ao canal Opera Mundi considerar contraditória a fala do presidente Lula (PT) que chamou de “ataques terroristas” os atos do Hamas no sábado (7).

Dirceu participou do programa mediado pelo jornalista Breno Altman junto com Rose Martins, mestre e doutoranda em economia política internacional, além de filiada ao PT, e com Valério Arcary, ex-integrante do PT, fundador do PSTU e hoje no PSOL.

Altman dirigiu aos três a mesma pergunta: “Está correto classificar como atos terroristas os ataques desfechados pelo Hamas, como declararam vários líderes mundiais, incluindo o presidente Lula?”

A declaração mencionada foi feita por Lula em redes sociais no sábado.

“Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas”, afirmou o petista. “Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, disse o presidente.

Dirceu não citou o petista diretamente em sua resposta, mas afirmou que “tachar o Hamas como terrorista fica bastante contraditório com a própria luta que os próprios judeus e sionistas estabeleceram na Palestina para conquistar o seu Estado”.

Para apontar essa contradição, ele se referiu a dois episódios ocorridos antes da criação de Israel, quando grupos paramilitares judaicos não religiosos atuavam na então Palestina sob controle do mandato britânico (1931 a 1948).

Eles tinham como objetivo expulsar os britânicos e assegurar a imigração judaica.

Um dos episódios mencionados por Dirceu foi o ataque pelo grupo Irgun ao hotel King David, em 1946, que deixou 91 mortos. E o outro foi o assassinato de Walter Guiness, embaixador britânico no Oriente Médio, por um grupo sionista em 1944.

“Isso não significa que possamos concordar com o alvo de civis, com reféns, até porque há vários brasileiros e brasileiras, e muito menos com todas as ações que Israel há décadas promove de limpeza étnica com relação aos palestinos”, completou o petista.

Ele também afirmou concordar, em termos gerais, com as respostas de Martins e Arcary à pergunta sobre a classificação dos ataques do Hamas como terroristas. Ambos haviam afirmado discordar da declaração de Lula.

Posteriormente, o ex-ministro mencionou que poderia sair do programa quando Altman comparou a situação do conflito atual à luta da Argélia por sua independência.

“Nós vamos apoiar as ações do Hamas?”, indagou. “Eu não concordo nem com [as ações] de Israel nem com o [as ações] dos palestinos. O que eu quero é paz”.

Ele acabou ficando. No meio da entrevista, Altman anunciou que havia recebido notificação do YouTube de que a monetização do canal havia sido parcialmente suspensa em razão de denúncias sobre a cobertura do conflito entre israelenses e palestinos.

Angela Pinho/Folhapress

PT filia ex-tucano em reduto bolsonarista para enfrentar fortes aliados de evangélicos

A um ano das eleições municipais, o segundo maior reduto bolsonarista do Nordeste ensaia um embate entre dois grupos liderados por evangélicos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e uma candidatura de um ex-tucano agora filiado ao PT.

Jaboatão dos Guararapes é a segunda maior cidade de Pernambuco, com 643 mil habitantes. O município, na região metropolitana do Recife, é governado desde 2017 por bolsonaristas, sendo o segundo maior reduto do segmento, atrás atualmente apenas de Maceió (AL), também administrado pelo PL.

O campo dos defensores de Bolsonaro está rachado na cidade e com duas pré-candidaturas: a do atual prefeito, Mano Medeiros (PL), e a da deputada federal Clarissa Tércio (PP). Os dois têm o segmento evangélico como principal base, e as chances de conciliação são remotas.

Já a esquerda começa a se organizar agora, com a filiação do ex-prefeito Elias Gomes ao PT. O evento de filiação, em setembro, teve a presença da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann.

Elias Gomes foi prefeito de 2009 a 2016 e filiado, no período, ao PSDB, partido historicamente de oposição ao PT. Em 2020, deixou a sigla e foi para o MDB, de onde sai agora para ingressar no partido do presidente Lula.

Apesar do passado com divergências, a chegada de Elias Gomes é tida como um trunfo para o PT, que poderá ter um candidato competitivo em uma cidade expressiva do Nordeste.

O clima receptivo no PT hoje contrasta com o passado, quando Elias Gomes compartilhou nas redes sociais publicações críticas ao PT, sobretudo no período do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e quando Lula foi alvo da Operação Lava Jato.

À reportagem Elias minimizou divergências no passado e disse que quer repetir a estratégia de Lula de aglutinar forças da esquerda e do centro na disputa.

“Jaboatão não tem meio-termo. É uma das poucas cidades do Brasil que expressa a polarização entre a direita e a esquerda. Temos o apoio de PT, PV, PC do B na federação, do MDB e estamos conversando com o Solidariedade. Fiz um reposicionamento político para fazer frente ao desafio de enfrentar essas forças políticas”, afirma.

O ex-prefeito ainda disse que era contra o impeachment de Dilma. Porém um dos filhos de Elias, Betinho Gomes, votou a favor do afastamento da petista em 2016 quando era deputado federal.

No dia do impeachment, Elias Gomes publicou em rede social que o afastamento não era “a saída desejável, mas longe de golpe, pois a prática de crime de responsabilidade foi atestada pelo TCU”. Os petistas costumam dizer que houve um golpe.

Dilma teve o mandato cassado em processo de impeachment que tramitou na Câmara e no Senado. Ambas as Casas consideraram que a então presidente cometeu crime de responsabilidade pelas chamadas “pedaladas fiscais”, com a abertura de crédito orçamentário sem aval do Congresso. A decisão, no processo e no mérito, foi acompanhada sem contestação pelo Supremo Tribunal Federal.

“Essa foi a avaliação daquela época, hoje vejo que houve uma grande conspiração. Na última eleição, votei em Lula nos dois turnos, e em 2018 votei em Haddad no segundo turno”, diz Elias Gomes.

Em agosto de 2017, Betinho Gomes, à época no PSDB, disse que Lula deveria pedir desculpas ao país.

O racha no campo bolsonarista em Jaboatão começou em 2022, quando o então prefeito Anderson Ferreira vetou a entrada da então deputada estadual Clarissa Tercio no PL.

Aliados de Anderson afirmam que a deputada poderia tomar parte do seu eleitorado, já que ambos têm origem no segmento evangélico, e se fortalecer internamente no próprio PL, presidido por Anderson em Pernambuco.

Clarissa, então, filiou-se ao PP e lançou candidatura a deputada federal, tendo sido a segunda mais votada do estado e da cidade, atrás apenas de um irmão de Anderson, André. O então prefeito renunciou ao cargo para ser candidato a governador e foi derrotado no primeiro turno.

No lugar de Anderson, o então vice-prefeito Mano Medeiros assumiu em abril de 2022. O clã Ferreira apoia a reeleição de Mano em 2024.

Em contraponto, o PP lançou a pré-candidatura da deputada federal Clarissa Tércio. O partido é comandado no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, que faz parte da base aliada do presidente Lula na Câmara, mas também é aliado de bolsonaristas no campo local.

O sobrenome usado na política é alusivo ao pai, o pastor Francisco Tércio, presidente da Assembleia de Deus Novas de Paz.

Clarissa foi eleita pela primeira vez em 2018, quando tornou-se deputada estadual pelo PSC à época. A trajetória da parlamentar é marcada por outros momentos controversos. Na pandemia, defendeu o uso da cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz para a Covid.

Em 2020, participou de uma manifestação com o intuito de impedir a realização de um aborto legal em uma maternidade do Recife.

Neste ano, a Procuradoria-Geral da República abriu investigação sobre publicações da deputada durante os ataques de 8 de janeiro. A PGR entendeu, em maio, em parecer enviado ao STF, que não houve crime da deputada ao compartilhar um vídeo de um participante dos atos em Brasília.

A família de Clarissa tem uma rádio com programas voltados ao público evangélico.

Tanto Clarissa quanto o grupo do PT apostam em um desgaste do grupo político do PL, que comanda a Prefeitura de Jaboatão. O principal argumento deles nos bastidores é que Anderson Ferreira, padrinho político do atual prefeito, teve em Jaboatão apenas 28% dos votos no primeiro turno da eleição para governador.

A avaliação no meio político local é que a própria cidade tirou o ex-prefeito do segundo turno da eleição estadual em meio à disputa acirrada com a hoje governadora Raquel Lyra (PSDB).

Já Elias Gomes aposta no racha bolsonarista para ir a um eventual segundo turno. Ele articula a montagem de uma frente ampla com partidos de esquerda e centro e espera contar com os votos lulistas. No segundo turno da eleição presidencial, em Jaboatão, o petista venceu Bolsonaro por 55,75% a 44,25% nos votos válidos.

A reportagem também apurou com integrantes do PL que, se o cenário se mantiver, o prefeito Mano Medeiros pode inclusive evitar a defesa consistente do bolsonarismo a acenar a eleitores de centro, já que Clarissa Tercio tende a fazer uma defesa mais radical do ex-presidente.

José Matheus Santos/Folhapress

PM resgata motorista por aplicativo e apreende revólver durante Operação Bloqueio

 PM resgata motorista por aplicativo e apreende revólver durante Operação Bloqueio

Um motorista por aplicativo foi resgatado e um revólver apreendido durante o reforço da ‘Operação Bloqueio’, realizada pelas Rondas Especiais (Rondesp) Leste, na madrugada desta terça-feira (10), em Feira de Santana. Na ação, que tem foco no patrulhamento de rotina, cinco homens foram presos em flagrante.

Os PMs receberam informações do Centro Integrado de Comunicações (Cicom) da Secretaria da Segurança Pública sobre o sequestro do motorista, que aconteceu na cidade de Salvador. A família da vítima entrou em contato via 190, informou a situação e os policiais iniciaram o levantamento das informações.

Imediatamente as equipes foram até o bairro Jardim Cruzeiro e suspeitaram de uma movimentação em um veículo Ford Ka. Na abordagem os homens foram capturados.

Com eles foram encontrados um revólver calibre 32, um simulacro de pistola, munições, sete celulares, três relógios e R$ 186, além dos objetos e os pertences da vítima.

Segundo o comandante da unidade, major Fernando Afonso Cardoso, a vítima foi encontrada com vida no Distrito de Humildes, na zona rural de Feira.

“Conseguimos realizar a ação com rapidez graças ao apoio do Cicom. Os suspeitos e os materiais foram encaminhados para a Central Flagrantes de Feira de Santana, no Complexo Policial do Sobradinho”, concluiu.

Texto: Elizane Souza

Dinâmica Papo com Prosa compartilha conhecimentos com profissionais

A edição inaugural contou a participação da psicóloga Jéssica Bacelar

Aconteceu na última sexta-feira (06), a primeira edição do Café com Prosa na Maré, com a participação da psicóloga Jéssica Bacelar, que abordou o tema Relacionamento Intrapessoal e Interpessoal no contexto do Trabalho.

Segundo o CEO da Maré Comunicação, Marcel Hohlenwerger, uma vez no mês serão convidados profissionais de diferentes áreas para levar novas experiências para os colaboradores da Agência.

“Entendemos que compartilhar conhecimentos, dialogar sobre os desafios da vida humana e despertar para esse intercâmbio de ideias num encontro presencial faz a diferença no dia a dia da empresa”, salientou Marcel.

Marcel explica que,  durante o Café com Prosa,  a equipe da Maré  foi levada a refletir sobre o relacionamento no ambiente de trabalho como algo que não depende apenas dos fatores atreladas à organização, mas também vinculados ao sujeito, como estrutura de personalidade, crenças, valores e julgamentos pessoais.

A terapeuta pontuou  sobre a importância do autoconhecimento. “Antes mesmo de pensar em como lidar com os outros, nós precisamos pensar em como lidar com nós mesmos”  alertou Bacelar.

Segundo ela, o relacionamento intrapessoal ajuda a moldar a atitude e o desempenho individual, enquanto o relacionamento interpessoal promove a colaboração, a construção de equipes fortes e um ambiente de trabalho harmonioso. “Ambos são vitais para o sucesso profissional e a realização no trabalho”,  destaca.

Ainda de acordo com Jéssica, o Café com Prosa foi de extrema relevância, principalmente para reforçar o quanto é importante falar de saúde mental e que o relacionamento intrapessoal pode contribuir com o crescimento profissional.

Avaliação de Marcel e sua equipe é que a prosa descontraída com a psicóloga sensibilizou a todos sobre as relações profissionais de modo geral, contribuindo assim para um melhor ambiente de trabalho.

Assessoria Agência Maré / Fábio Rodella

Ipiaú: Prefeita Maria busca parceria com CERB para serviços de manutenção e criação de poços artesianos

A prefeita de Ipiaú, Maria das Graças, esteve em uma reunião na última segunda-feira (09), com o presidente da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB), Sandro Futuca, juntamente com o deputado estadual Niltinho. O objetivo da reunião foi solicitar o apoio da CERB para a instalação de poços artesianos já perfurados em diversas regiões de Ipiaú, visando beneficiar aproximadamente 250 famílias.

 As áreas contempladas pelo projeto incluem Fazenda Surpresa II, Água Vermelha, Centro de Abastecimento, Fazenda Santo Antônio, Boris e Água Branquinha, que, quando devidamente equipadas, proporcionarão uma melhoria significativa na qualidade de vida dessas comunidades. A prefeita expressou sua confiança na colaboração da CERB: "Temos certeza de que teremos esse apoio, como sempre tivemos, para esta e outras obras destinadas ao desenvolvimento de Ipiaú."

Além da instalação de novos poços artesianos, a gestora também aproveitou a oportunidade para solicitar a limpeza dos poços artesianos nas regiões do Cajueiro e Horta Comunitária, contribuindo assim para a preservação e melhor uso dos recursos hídricos locais.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Primeiro voo da FAB com repatriados decola de Israel de volta ao Brasil

O primeiro avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado para repatriar cidadãos brasileiros em Israel decolou de Tel Aviv às 14h12 (de Brasília) desta terça-feira (10). A previsão é que a aeronave com 211 passageiros chegue em Brasília às 4h desta quarta (11).

A Força Aérea Brasileira informou que 900 brasileiros devem ser repatriados até sábado. A operação poderá ser repetida na próxima semana, caso haja necessidade.

O governo brasileiro também estuda formas de retirar cidadãos brasileiros de territórios palestinos, em particular através do Egito, Jordânia e Líbano. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, há 25 brasileiros na Faixa de Gaza que entraram em contato com o Itamaraty solicitando a repatriação.

O conflito começou com ataques do grupo terrorista Hamas sobre o território israelense a partir da Faixa de Gaza no último sábado (7). Os ataques dispararam uma violenta resposta dos israelenses. Já são mais de mil mortos dos dois lados, até o momento.

Folhapress

Família confirma morte de brasileira que estava desaparecida após ataques do Hamas

A estudante brasileira Bruna Valeanu, 24, que estava entre os desaparecidos após os ataques terroristas do grupo palestino Hamas em Israel, está morta. A informação foi publicada no Facebook por sua irmã, Florica, nesta terça-feira (10).

“A minha neném virou uma estrelinha no universo. Te amo para sempre”, escreveu ela em seu perfil. A embaixada do Brasil em Israel afirmou que está verificando a informação. Na segunda-feira (9), o Itamaraty confirmou a morte de Ranani Glazer no mesmo episódio.

Ela retornou a ligação quando despertou com as sirenes de alerta para buscar abrigo em um bunker, e ouviu da filha que estava tudo bem. “Talvez para não preocupar nossa mãe, que certamente ficaria muito nervosa”, disse Nathalia.

Bruna chegou a entrar em contato com amigos e colegas de trabalho e relatou estar em uma região de mata, com tiroteios e muitos feridos ao redor. Um amigo que esteve na festa disse que eles se esconderam em um kibutz, espécie de comunidade agrícola local. Em determinado momento, ele escapou e conseguiu fugir. Bruna ficou, assim como um de seus colegas de trabalho.

Mais de 260 morreram na rave. Não está claro se os dois brasileiros já estão contabilizados nessa cifra, nem se ela faz parte do número total de vítimas do conflito iniciado no sábado.

Participantes da festa dizem que um alerta de foguetes tocou logo ao amanhecer e foi seguido de barulhos de tiros. “Desligaram a eletricidade e, de repente, do nada, eles [militantes] entraram atirando, disparando em todas as direções”, disse uma testemunha a uma emissora de Israel. “Cinquenta terroristas chegaram em vans, vestidos com uniformes militares.”

Os participantes do evento tentaram fugir do local correndo ou em carros, mas encontraram jipes de terroristas armados.

O local do festival, que contava com três palcos, área de acampamento e refeições, fica no deserto de Negev, perto do Kibutz Re-im, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza, de onde combatentes do Hamas vieram no amanhecer de sábado.

A ofensiva do grupo terrorista é o pior ataque sofrido por Israel em 50 anos. Por ar, terra e mar, com foguetes e combatentes armados, a facção adentrou o território israelense e realizou sequestros e massacres, como os registrados na rave onde estavam os brasileiros. O conflito já matou até o momento cerca de 1.500 pessoas.

Folhapress

Dino falta à convocação de comissão da Câmara, e presidente do colegiado deverá pedir impeachment

O ministro da Justiça, Flávio Dino, se ausentou da audiência feita pela Comissão de Segurança Pública, que pediu a sua convocação nesta terça-feira, 10. A lei do impeachment assegura que ministro que não comparecer a alguma convocação da Câmara ou do Senado sem justifica pode ser alvo de impeachment por crime de responsabilidade. O presidente do colegiado, Sanderson (PL-RS), disse que fará um pedido pela cassação. “Nós tomaremos as medidas embasadas na Constituição”, afirmou.

Sanderson alega que recebeu a justificativa do ministro apenas às 9h23. Dino disse que a ausência ocorreu devido a “providências administrativas inadiáveis” realizadas com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Sanderson sorriu ao ler a motivação. A audiência desta terça-feira começou a pouco menos de meia hora depois da chegada do ofício da pasta, às 9h47.

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) falou que já tinha deixado um pedido de impeachment pronto para Dino caso ele se ausentasse. “Faço seis convocações para o ministro e ele c…”, afirmou. “São convocações oficiais sob pena de crime de responsabilidade e impeachment. Já esttá protocolado porque eu não sou trouxa. Eu sabia que ele não vinha.”

A convocação atendia a 19 pedidos de deputados que integram a comissão que tratavam de nove temas. São estes: as imagens do 8 de janeiro, regulamentação de armas, invasão de terras, interferência na Polícia Federal, a acusação de fake news a colecionadores, atiradores e caçadores (CACs), corte de verba no Orçamento de 2024 para o combate à criminalidade, ataque aos membros do colegiado, controle de conteúdos danosos no YouTube, o caso das prisões por adulteração na carteira de vacina e criminalização dos games.

Parlamentares dizem que Dino desrespeitou a Câmara ao ausentar-se. O deputado Abilio Brunini (PL-MT) afirmou que ligou para o ministério da Justiça e que o ministro está na Esplanada. “O ministro está lá, está no gabinete do ministério da Justiça, atendendo gente. Nenhuma reunião o impediria ele de vir aqui”, disse. Ele sugeriu que a comissão adote medidas contra o ministro.

Sanderson falou que o governo age, na pauta de Segurança Pública, com omissão “de forma leviana e covarde”. “A prova material dessa covardia é o ministro da Justiça, convocado”, afirmou. “Ele descumpre a lei, a Constituição. Em uma República democrática, ninguém está acima da lei.”

Seria a segunda ida de Dino à comissão. Na primeira, em abril, Dino interrompeu o depoimento após a sessão virar palco de confronto entre membros do governo e da oposição. Depois de ser chamado de “fujão”, o ministro disse que poderia retornar para lá, desde que fosse sem tumulto. “Para cá voltarei quantas vezes for necessário, agora desde que tenha debate, e não esse tumulto”, disse.

Em março, na primeira visita do ministro à Câmara, a audiência foi também marcada por insultos e ofensas entre membros da oposição e do governo. Houve a troca de farpas, acusações e ironias — algumas delas partiram do próprio Dino.

Levy Teles/Estadão Conteúdo

Como acessar o Desenrola Brasil? Veja perguntas e respostas sobre o programa para negociar dívidas

A nova etapa do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do Governo Federal, começou na segunda-feira, 9. Nesta fase, foi lançada uma plataforma que vai beneficiar pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico.

Segundo o governo, em todas as etapas do programa são oferecidos R$ 126 bilhões em descontos para cerca de 32 milhões de brasileiros. Abaixo, veja perguntas e respostas sobre a última fase do Desenrola Brasil:

Como acessar a plataforma do Desenrola Brasil?
A plataforma pode ser acessada por este link: http://gov.br/desenrola.

Para entrar, é preciso que o beneficiado esteja cadastrado no site do governo (www.gov.br) com certificação ouro ou prata.

Quem pode ter as dívidas negociadas pelo programa?
Esta etapa é voltada para pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico.

Quais dívidas podem ser renegociadas?
Podem ser negociadas dívidas bancárias e não bancárias (como conta de luz, água, varejo, entre outras) com o valor total da somatória de todas as dívidas de até R$ 5 mil para pagamento à vista ou parcelado em até 60 meses, ou dívidas entre R$ 5 mil e R$ 20 mil para pagamento à vista.

A negativação do cliente deve ter ocorrido entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022 para que seja elegível ao programa.

Não serão financiadas dívidas de FIES, crédito rural, financiamento imobiliário, créditos com garantia real, operações com funding ou risco de terceiros.

Até quando posso renegociar minhas dívidas no Desenrola?
Essa etapa do programa vai até 31 de dezembro deste ano.

Quais são as condições de pagamento?
Dívidas com valor total atualizado de até R$ 5 mil poderão ser renegociadas à vista ou parceladas em até 60 meses, com parcela mínima de R$ 50 e juros de até 1,99% ao mês. Esse valor terá a prioridade da garantia do governo, por meio do Fundo de Garantia de Operações (FGO).

Dívidas que antes dos descontos tinham valor entre R$ 5 mil e R$ 20 mil poderão ser pagas à vista pela plataforma, com o desconto oferecido pelo credor.

Nos casos de parcelamento, o pagamento pode ser feito por meio de débito em conta corrente, boleto bancário ou Pix. Já os pagamentos à vista podem ser realizados por boleto e Pix, com vencimento no dia seguinte da emissão.

Como funciona o parcelamento da dívida?
Ofertas com opção de parcelamento, que usam garantia do FGO, estão organizadas em uma fila, que segue a ordem dos maiores descontos. O beneficiário tem 20 dias para aceitar a oferta. Após esse prazo, o parcelamento com alocação do FGO deixará de ser oferecido para que mais beneficiários possam acessar a modalidade. A opção de pagamento à vista continuará disponível.

Quando será feita a baixa da negativação?
Após a confirmação do pagamento, as dívidas negociadas serão baixadas em até 15 dias úteis.

Estadão Conteúdo

Ipiaú: Cadastro desatualizado por 5 Anos no CadÚnico pode levar ao cancelamento de benefícios sociais; consulte a lista agora!

A Prefeitura Municipal de Ipiaú, por meio da Secretaria da Assistência Social, faz um importante alerta aos cidadãos que estão cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico) e que não realizaram a atualização de seus dados nos últimos 5 anos. Esta ação é essencial para evitar o cancelamento de benefícios sociais, incluindo o Bolsa Família, concedidos pelo governo federal.
O CadÚnico é uma ferramenta fundamental para a identificação e seleção de famílias em situação de vulnerabilidade, permitindo o acesso a diversos programas sociais, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros. Manter as informações atualizadas é uma responsabilidade importante para garantir que as famílias continuem a receber esses benefícios.

A fim de evitar o cancelamento de benefícios e garantir que as famílias continuem recebendo o suporte necessário, a Prefeitura de Ipiaú solicita que todas as pessoas que se enquadram nessa situação realizem a atualização de seus cadastros até o dia 30 de novembro de 2023, no prédio da Secretaria da Assistência Social, localizado na Rua Jaldo Reis, 10, Centro, Ipiaú. É importante levar consigo os documentos pessoais, comprovante de endereço e qualquer documentação que comprove a atual situação da família. A lista de pessoas cadastradas no CadÚnico de Ipiaú que precisam realizar a atualização está disponível por meio deste link.https://docs.google.com/document/d/1-E9-5JLNcwp9bYFdP0g2-T7Ics9x0n0Q/edit?usp=sharing&ouid=110611291752192080989&rtpof=true&sd=true

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Governo confirma morte de brasileiro em Israel

O governo federal confirmou a morte de Ranani Glazer, 23, um dos brasileiros que estavam na rave atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel neste fim de semana.

Dois brasileiros seguem desaparecidos.

A informação já tinha sido confirmada pela tia do jovem à Folha na noite de segunda-feira (9). Questionado, o Itamaraty, no entanto, não tinha respondido à reportagem nem confirmado o óbito.

Glazer estava com outros dois brasileiros —a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman— em uma festa a 5 km da Faixa de Gaza no sábado (7) quando ela foi invadida por militantes da facção terrorista palestina. Homens armados cercaram o local, lançaram granadas e dispararam contra eles.

Segundo relato de Zimerman a Guilherme Botacini, da Folha, os três fugiram e se esconderam em um abrigo ao ouvir os primeiros disparos. Ao deixarem o lugar em que se esconderam, porém, ele e Rafaela já não sabiam o paradeiro de Glazer.

“Quando saí do abrigo, dei de cara com a polícia”, afirmou Zimerman. “Estava com a Rafaela. Mas o Ranani infelizmente não saiu com a gente. Chorei demais. Agradeci. O que falei com Deus não está escrito. Quando vi a Rafaela, só pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor enorme para ela.”

Mais de 260 morreram na rave. Não está claro se o brasileiro já está contabilizado nessa cifra, nem se ela faz parte do número total de vítimas do conflito iniciado no sábado.

Participantes da festa dizem que um alerta de foguetes tocou logo ao amanhecer e foram seguidos de barulhos de tiros. “Desligaram a eletricidade e, de repente, do nada, eles [militantes] entraram atirando, disparando em todas as direções”, disse uma testemunha a uma emissora de Israel. “Cinquenta terroristas chegaram em vans, vestidos com uniformes militares.”

Os participantes do evento tentaram fugir do local correndo ou em carros, mas encontraram com jipes de terroristas armados.

O local do festival, que contava com três palcos, área de acampamento e refeições, fica no deserto de Negev, perto do Kibutz Re-im, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza, de onde combatentes do Hamas cruzaram no amanhecer de sábado.

A ofensiva do grupo terrorista é o pior sofrido por Israel em 50 anos. Por ar, terra e mar, com foguetes e combatentes armados, a facção adentrou o território israelense e realizou sequestros e massacres, como os registrados na rave onde estavam os brasileiros.

O conflito já tinha matado até a segunda cerca de 1.500 pessoas —ao menos 800 do lado de Israel e 687 palestinos.

Mônica Bergamo/Folhapress

Carla Zambelli e Lindbergh trocam ofensas e precisam ser apartados por colegas

Os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP) trocaram acusações e precisaram ser separados por colegas enquanto se ofendiam no plenário da Câmara nesta segunda-feira, 9. A briga começou após parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamarem a organização terrorista palestina, Hamas, responsável por ataques a civis israelenses neste fim de semana, de terrorista.

Lindbergh questiona se quem participou dos ataques golpistas no 8 de janeiro era terrorista e se quem tentou bombardear o aeroporto de Brasília também não seria. Após ser interrompido por Zambelli, que o perguntou sobre o Hamas, o petista chama a própria congressista de “terrorista”.

“Essa deputada que está me interrompendo aqui, andando com revólver em punho, perseguir uma pessoa na véspera da eleição, isso é terrorismo. A senhora é terrorista”, diz Lindbergh.

Zambelli retruca dizendo que Lindbergh “não honrava o que tinha no meio das pernas”, porque Lindbergh se retirava do plenário após fazer as falas. “Vem aqui, pô, fica aqui na frente”, provoca então o petista. Zambelli devolve a afronta também o associando ao terrorismo.

“Eu te perguntei se o Hamas era terrorista e vossa excelência não foi homem o suficiente para dizer que Hamas é terrorista. Sabe por quê? Porque vossa excelência e o terrorismo andam assim, ó”, afirma.

A deputada então lembrou do apelido de Lindbergh, identificado pelo codinome “lindinho” por delatores da Odebrecht na planilha de repasses de caixa 2 à candidatura do deputado pela empresa.

“A lista da Odebrecht, lindinho, vocês, a lista da Odebrecht e o terrorismo andam de mãos dadas”, afirma. “Sinceramente, eu não estou preocupada se algum sem-vergonha, vagabundo aponta o dedo para mim para falar da minha forma de ser, principalmente os machões que têm lista na Odebrecht, chamados de lindinho”.

Ainda no plenário, ela concluiu a fala dizendo para Lindbergh lavar a boca com sabão. “Lave a sua boca com sabão, lindinho, antes de falar da minha família e da forma como eu protejo minha família. Estou sendo atacada por pessoas como você que contam mentira sem falar porque a gente pensa as coisas”, diz.

Lindbergh pediu um direito de resposta. A presidente tentou acalmar os ânimos, mas Carla Zambelli e Lindbergh logo começaram a falar e trocar insultos cara a cara. Parlamentares então apartaram a briga. “Seu machista nojento”, grita Carla Zambelli, enquanto deputados isolaram os dois.

Levy Teles/Estadão

Exército israelense encontra 1.500 corpos de integrantes do Hamas em Israel e na Faixa de Gaza

Nesta terça-feira, 10, o exército israelense anunciou que cerca de 1.500 corpos de integrantes do Hamas foram localizados em Israel e nas proximidades da Faixa de Gaza, como resultado das operações em curso de retaliação ao ataque terrorista feito no sábado, dia 7. O porta-voz militar, Richard Hecht, relatou que as forças de segurança conseguiram “restaurar mais ou menos o controle da fronteira” com Gaza.

Hecht também mencionou que, desde a noite anterior, não houve relatos de novas entradas na região, embora tenha alertado que ainda existe a possibilidade de infiltrações continuarem a ocorrer. Ele afirmou que as autoridades militares estão “quase concluindo” a evacuação de todas as comunidades próximas à fronteira.

Os militares israelenses estão montando uma barreira de tanques, aeronaves e embarcações para impedir a entrada ou saída de Gaza, disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz, em uma postagem no X nesta terça-feira.

O braço armado do grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza, lançou uma grande ofensiva no sábado, resultando em mais de 900 mortes em Israel, incluindo centenas de civis.

Em resposta, Israel continua realizando ataques sistemáticos e destrutivos na Faixa de Gaza, causando a morte de pelo menos 687 pessoas, incluindo civis e crianças./AFP.
Estadão Conteúdo

Eunício chama colega emedebista de ‘bichinha nojenta, baitola’

O deputado federal Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-presidente do Congresso (2017-2019), admitiu nesta segunda-feira, 10, ter gravado um áudio com ofensas homofóbicas dirigidas ao ex-deputado estadual Leonardo Araújo (MDB-CE).

“Me processa bichinha, eu quero contar seus podres todos, porque eu conheço todos. Ladrão é você, seu viado. Vai, processa, para eu mostrar que tu é baitola, viado e ladrão. Ladrão é você, seu viado escroto. Bichinha nojenta”, diz o áudio, enviado em uma conversa privada.

Os dois são correligionários há uma década no MDB, mas se desentenderam na eleição de 2022, quando Leonardo Araújo teve as contas de campanha reprovadas pela Justiça Eleitoral. Eunício é presidente do MDB no Ceará e se recusou a chancelar a prestação de contas. A assinatura pendente pesou para o Tribunal Regional Eleitoral rejeitar o balanço contábil.

O ex-deputado, que hoje ocupa o cargo de assessor especial de assuntos federativos no governo Elmano de Freitas (PT), está decidido a deixar o partido. O Estadão apurou que ele deve alegar que sofreu perseguição interna para tentar evitar punição por infidelidade partidária.

Já pessoas próximas de Eunício afirmam que Leonardo Araújo tenta usar o entrevero para se projetar politicamente.

Em nota, o deputado afirmou que gravou a mensagem em um ‘momento de profunda irritação’, após ‘chantagens, agressões, calúnias e acusações infundadas’.

O núcleo de diversidade do MDB do Ceará saiu em defesa de Eunício. “É de conhecimento público e notório que o deputado Eunício Oliveira sempre foi um apoiador e defensor das minorias políticas e da população LGBTQIAP+”, diz a manifestação.

COM A PALAVRA, EUNÍCIO OLIVEIRA

“Infelizmente, em um momento de profunda irritação, que teve origem após seguidas investidas com chantagens, agressões, calúnias e acusações infundadas, feitas pelo ex-deputado Leonardo Araújo, o deputado emitiu palavras que não fazem parte dos seus conceitos pessoais, morais e políticos. O áudio propositalmente editado tem o intuito de atingir o deputado, caracterizando uma vingança pessoal e baixa. Sempre a favor dos direitos individuais e da diversidade, o parlamentar reitera seu compromisso de apoiar, proteger e lutar por direitos e dignidade de todos os cidadãos.”

COM A PALAVRA, LEANDRO ARAÚJO

A reportagem do Estadão entrou em contato com a assessoria e o gabinete do ex-deputado. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, O MDB DIVERSIDADE CEARÁ

“O MDB Diversidade do Ceará se solidariza com o deputado Eunício Oliveira pelos ataques sofridos. De forma inadequada, o senhor Leonardo Araújo expos trechos de conversas particulares descontextualizadas e com informações manipuladas.

Ressalta-se que é de conhecimento público e notório que o Deputado Eunício Oliveira sempre foi um apoiador e defensor das minorias políticas e da população LGBTQIAP+. Isso é comprovado por suas inúmeras aparições públicas incentivando lideranças e candidaturas LGBTQIAP+, bem como pela criação deste Núcleo MDB Diversidade no Ceará”.

Thays Filizola, presidente MDB Diversidade Ceará, Sabrina Veras, vice-presidente Nacional do MDB Diversidade Nacional, e Janaina Renée, presidente Nacional do MDB Diversidade

Por Rayssa Motta/Fausto Macedo/Folhapress

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