Polícia do Rio encontra 8 das 21 metralhadoras do Exército furtadas em SP

Foto: Divulgação/Polícia Civil do RJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou nesta quinta-feira (19) 8 das 21 metralhadoras de haviam sido furtadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo. As armas estavam no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio.

Foram recolhidas quatro metralhadoras .50 e quatro de calibre 7.62 por agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), da Polícia Civil.

A apreensão foi confirmada também pelo Comando Militar Sudeste em entrevista coletiva nesta quinta. Segundo o general de Brigada Maurício Vieira Gama, os furtos ocorreram entre 5 e 8 de setembro e houve troca de lacres e cadeados de onde ficam as armas para esconder o desvio.

De acordo com o general, o diretor do Arsenal de Guerra será exonerado e os militares envolvidos serão punidos —ele não informou quantos seriam. Temporários devem ser expulsos e os de carreira devem ser penalizados na esfera militar.

Nesta quinta-feira (19), o jornal Folha de S.Paulo mostrou que o Exército havia identificado três militares suspeitos de participar do do furto das armas e que a Força investigava se o trio havia sido cooptado por facções criminosas para o extravio do armamento. Um grupo de 480 militares ficou aquartelado na sede do Arsenal durante a investigação.

A comunidade faz parte de uma narcomilícia, após união de milicianos dissidentes e de traficantes do Comando Vermelho.

Segundo a Polícia Civil, integrantes do crime organizado da comunidade foram os responsáveis pela morte de três médicos, na Barra da Tijuca. Eles teriam confundido um dos ortopedistas com um miliciano rival.

A chamada narcomilícia surgiu a partir de 2021, quando houve uma ruptura interna na milícia da região. Enfraquecido, o miliciano procurou apoio com traficantes da Cidade de Deus, na zona oeste, área de domínio do Comando Vermelho.

Uma aliança foi firmada, então, entre os ex-integrantes da milícia e o tráfico, gerando o que a polícia chama de narcomilícia na Gardênia, com a liderança tanto de milicianos locais quanto de traficantes do Comando Vermelho. Os traficantes têm os complexos da Penha e do Alemão como base principal.

O sumiço das 21 metralhadoras foi notado por militares do Arsenal de Guerra no último dia 10, quando era realizada uma inspeção.

Esse tipo de controle não é feito periodicamente na unidade militar e, segundo relatos à reportagem, só é realizado quando alguém precisa destrancar o armário em que as armas ficam guardadas para pegar parte do armamento.

Após abrir a reserva, o militar é obrigado a contar quantas armas permanecem guardadas, trancadas em cabides, e anotar os números em um arquivo interno da Força.

Quando o militar que fazia a contagem percebeu o sumiço das metralhadoras, informou ao superior hierárquico e então foi aberto o inquérito.

A primeira decisão do Exército foi manter aquartelados os 480 soldados e oficiais que integram o Arsenal de Guerra. Na última terça (17), 320 militares foram liberados pela Força.

O Comando Militar do Sudeste afirma que a situação da tropa passou de “estado de prontidão para sobreaviso, o que significa uma redução do efetivo da tropa aquartelada”.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse à reportagem que a Força está empenhada em solucionar o caso. “Não vamos medir esforços para recuperar as armas e punir os responsáveis”, afirmou.

Em tom semelhante, o general Achilles Furlan, chefe do DCT, disse que “o Exército não vai desistir de encontrar essas armas”.

O Ministério Público Militar foi comunicado do sumiço das armas e solicitou informações sobre a investigação ao Exército. Os procuradores militares, porém, só devem participar do caso após a conclusão do inquérito conduzido pela Força.

Bruna Fantti/Fábio Pescarini/Folhapress

Policia Militar prendo homem suspeito por tráfico de em Ipiaú

                                     

Um homem de 33 anos foi preso nessa quinta-feira (19), por policiais Militares da CIPE Central, em IPIAU, suspeito de tráfico de drogas. 

O acusado estava na porta de casa, quando avistou os policiais e tentou dispensar uma sacola plástica contendo diversos entorpecente e tentou adentrar num imóvel. Ele foi abordado e na sacola foram encontrados diversas porções com cocaína. Também foram encontradas, em posse do suspeito, mais dezenas de sachês com cocaína, material para embalo e maconha, além de dinheiro. 

Ao todo, foram apreendidos 149 sachês com cocaína, 12 porções de maconha prensada, 01 aparelho celular, 01 balança de precisão, R$ 299,75, dois relógios dourados e material para embalar a droga. O suspeito já possui outras passagens policiais pôr tráfico de drogas e já sofreu uma tentativa de homicídio em 2013. Ele e todo material foram apresentados na Delegacia de Polícia de Ipiaú.

Texto: Blog Ocorrência Polical Bahia

Relatora da CPI do 8 de Janeiro diz ter sofrido ameaças e ganha escolta policial

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A relatora da CPI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), recebeu autorização do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para ter escolta de três policiais legislativos após receber ameaças em redes sociais durante a votação do parecer final.

Os agentes a acompanharão em Brasília, no seu estado e durante voos.

Eliziane fez o pedido na própria quarta-feira (18), quando foi aprovado seu relatório, que pediu indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 60 pessoas, entre elas cinco ex-ministros. Pacheco acatou no mesmo dia.

A equipe da senadora notou um expressivo aumento de mensagens enviadas na reta final da CPI, com alguns ataques e ameaças à integridade física dela. Foram feitos prints das manifestações, que foram catalogadas e serão enviadas à Polícia Federal. A ideia é analisar perfis e conteúdo para tomar eventuais providências judiciais.

Em alguns ataques, a relatora foi chamada de “evangélica de araque”. Houve ainda ameaças de agressões em igrejas e aeroportos.

Danielle Brant/Folhapress

Venezuela liberta opositores após acordo de Maduro com a oposição; EUA retiram sanções

Pelo menos cinco presos políticos foram libertados na Venezuela nas últimas 24 horas, após o ditador Nicolás Maduro assinar, na última terça-feira (17), um acordo com a oposição para realizar eleições presidenciais competitivas e passíveis de monitoramento por observadores internacionais em 2024.

Entre os libertados na noite desta quarta-feira (18) estão o ex-deputado Juan Requesens e o jornalista e ativista Roland Carreño.

“O mais importante agora é avançar e agradecer a todos os que tornaram isso possível. Não tenho palavras”, afirmou Requesens em frente à sua residência, onde cumpria pena de oito anos de prisão domiciliar. “Agora a única coisa que quero fazer, além de ver vocês, é visitar meus pais”, completou o político, aplaudido por apoiadores.

O político foi condenado por conspiração pela ditadura após dois drones explodirem perto de um palanque onde Maduro participava de um evento com militares, em 4 de agosto de 2018, em Caracas. As autoridades acusaram o então presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de planejar o ataque em colaboração com Estados Unidos e Peru.

Requesens foi detido três dias depois ao lado de mais 30 pessoas, incluindo um vereador que morreu sob custódia do serviço de inteligência depois de cair do décimo andar de uma das sedes do organismo.

“Estou um pouco atordoado porque, depois de três anos de tanta espera, de tanta angústia, a liberdade chegar neste momento me enche de esperança de que a liberdade da Venezuela também chegará”, disse Carreño ao sair da prisão El Helicoide —construção projetada para ser um shopping que virou o centro de detenção dos presos políticos no país, que denunciam tortura sistemática no local.

Carreño era coordenador do partido Vontade Popular —o mesmo de Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela hoje exilado nos EUA— e foi detido em outubro de 2020, acusado de atuar como “operador financeiro de planos terroristas” contra o regime de Maduro.

Os outros libertados são Marco Garcés Carapaica (estudante universitário detido em 2020 por ser abordado no mesmo veículo em que estava um veterano da Marinha americana, Matthew John Heath), Mariana Barreto (presa por protestar, em 2019, contra irregularidades no fornecimento de gasolina no estado de Trujillo) e Eurinel Rincón (ex-secretária no ministério da Defesa acusada de traição à pátria e vazamento de informações depois de aparecer em uma foto ao lado de Gilber Caro, político da oposição).

Apesar das libertações, ainda há muitos opositores da ditadura em celas do país. Até 10 de outubro, a Venezuela tinha 273 presos políticos, segundo a ONG Foro Penal.

Na terça, o regime e a oposição assinaram um acordo político que faz parte das negociações iniciadas em agosto de 2021 para tentar retomar a normalidade democrática do país. A mesa foi reativada depois de quase um ano de paralisação —período em que Maduro subiu o tom contra opositores, vetou observadores internacionais no pleito e tornou os principais nomes críticos ao regime inabilitados para exercer cargos públicos.

A volta à corrida eleitoral desses políticos ainda não está certa. “Se você cometeu um crime e foi condenado por este crime, não pode ser candidato. Se foi inabilitado administrativamente, também não pode”, afirmou na terça o chefe da delegação do regime e um dos principais nomes do chavismo, Jorge Rodríguez.

Um dos destaques do acordo firmado na ilha caribenha de Barbados é o comprometimento em celebrar as eleições presidenciais no segundo semestre de 2024 com a presença de observadores estrangeiros. Como contrapartida, os EUA suspenderam por seis meses as sanções a petróleo, gás e ouro da Venezuela impostas em 2019.

O Departamento de Estado americano deu até novembro deste ano para o regime reintegrar os candidatos à corrida eleitoral e começar a libertar “todos os cidadãos americanos e presos políticos venezuelanos detidos injustamente”.

Folhapress

Lúcio adverte grupo de Bruno contra ‘campanha de baixo nível’, caso Geraldo Jr. seja candidato: “ele conhece tudo de lá”

Foto: Reprodução/YouTube

Presidente de honra do MDB baiano, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima disse, na noite de ontem, durante participação no PolíticaPod, o podcast deste Política Livre, que a eleição municipal em Salvador no próximo ano deve ter um nível “mais propositivo”. Ele, de certa forma, ameaçou o grupo liderado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), caso o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) seja escolhido como representante do time do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Segundo Lúcio, “Geraldinho conhece as características” de quem hoje ocupa o Palácio Thomé de Souza. “Essa é uma outra vantagem de Geraldinho que não foi falada. Geraldinho conhece tudo de lá. Então, o nível da campanha vai ter que ser mais propositivo. Não vai poder ser campanha de baixo nível, de atacar, porque senão vai ser um pau trocado, caso Geraldinho seja confirmado como candidato [do grupo]”, declarou.

“O Geraldinho sabe de estratégias políticas que eram adotadas. Como um treinador de futebol, quando um time contrata alguém que, por exemplo, já treinou o Bahia, então ele conhece as características de cada jogador. Geraldinho conhece as características”, acrescentou Lúcio Vieira Lima.

“Daí você pergunta: ‘O time de lá conhece as características de Geraldinho?’. Não, porque o time de Geraldinho é um time bem maior hoje, é o time de Lula, o time que está com o governo, então é muita novidade para lá, e de lá não é novidade para cá”, completou o ex-parlamentar baiano. O episódio completo pode ser assistido no YouTube, no canal oficial do site (clique aqui).

Política Livre

Mourão apresenta projeto para anistiar condenados pelo 8 de janeiro

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, apresentou nesta quinta-feira, 19, um projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos ataques aos prédios dos Três Poderes no 8 de janeiro. O protocolo da proposta ocorre um dia após a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos 8 de Janeiro aprovar o relatório final que pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 60 pessoas por envolvimento nos atos antidemocráticos.

A proposta de Mourão concede um perdão aos que forem condenados aos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, mas não abrange os crimes de deterioração do patrimônio tombado, dano qualificado ao patrimônio da União e associação criminosa. O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou seis réus por esses cinco crimes, com uma pena máxima de 17 anos de prisão.

Mourão justifica que o STF está fazendo julgamentos “desproporcionais” ao acusar os réus por esses dois crimes. Durante a sessão desta quarta-feira, 18, que discutiu o relatório final da CPMI do 8 de Janeiro, que foi aprovado por 20 votos a 11, parlamentares da oposição afirmaram que um golpe de Estado não consumado seria um crime “impossível”.

“Para que não haja dúvidas, não estamos propondo uma anistia ampla, mas apenas para esses crimes específicos, dada a impossibilidade de identificar objetivamente a intenção de cometê-los. Remanescem, todavia, as acusações e condenações pelos crimes de dano, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa, pois são condutas que podem ser individualizadas a partir das imagens de vídeos que mostraram toda aquela manifestação”, afirmou o senador.

Gabriel de Sousa/Estadão

Corte de impostos federais sobre diesel não chegou ao consumidor, diz ANP

Os impostos federais sobre o diesel foram zerados no início do mês, após o fim da vigência de medida provisória que havia restituído a cobrança em agosto, mas o consumidor ainda não foi beneficiado, segundo a pesquisa de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás e Biocombustíveis).

Na semana passada, diz a agência, o diesel S-10 foi vendido pelos postos brasileiros a um preço médio de R$ 6,20 por litro, apenas R$ 0,02 abaixo do valor vigente nas duas semanas anteriores. A previsão de queda após o corte de impostos era de R$ 0,11 por litro.

Os impostos federais sobre o diesel haviam sido restabelecidos parcialmente para financiar o programa de descontos na compra de veículos lançado pelo governo em julho. A retomada ocorreu em duas etapas: R$ 0,11 por litro em setembro e R$ 0,02 em outubro.

Mas, no início do mês, venceu o prazo para votação da medida provisória, sem que o Congresso tivesse agendado sua deliberação. Desta forma, os impostos foram novamente zerados e devem ser restabelecidos apenas em janeiro de 2024.

A desoneração fiscal ocorreu em um momento de pressão sobre os preços internacionais do produto, agravada após o início da guerra entre o Hamas e Israel, que trouxe a cotação do petróleo Brent, referência global de preço, novamente para acima dos US$ 90 por barril.

A Petrobras diz que ainda analisa o cenário e fará reajustes nos preços internos quando considerar necessário. Em duas entrevistas nesta quarta (18), o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que os repiques gerados após o início da guerra são pontuais.

A situação tende a piorar, porém, com a eventual entrada de países produtores de petróleo no conflito, gerando uma “tempestade perfeita” no mercado de petróleo, segundo o presidente da Petrobras.

A estatal já vem operando com elevadas defasagens na venda de diesel e a guerra passa a ser um novo teste à política de preços dos combustíveis implantada em maio, que abandonou o conceito de PPI (preço de paridade de importação).

Beneficiada pelos impactos da alta do petróleo sobre suas exportações, a estatal, por outro lado, perde dinheiro se assumir a responsabilidade pelas importações de diesel, hoje compartilhada com empresas privadas.

Na abertura do mercado desta quarta, o litro do diesel vendido nas refinarias da estatal custava, em média R$ 0,60 por litro a menos do que a paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Na gasolina, a diferença era de R$ 0,16 por litro.

De acordo com a ANP, o preço médio da gasolina nos postos brasileiros ficou praticamente estável na semana passada, em R$ 5,76 por litro. O mesmo ocorreu com o etanol hidratado, que foi vendido, em média, a R$ 3,61 por litro.

Nicola Pamplona, Folhapress

Egito começa a reparar passagem de Rafah antes da abertura para entrada de ajuda humanitária

O Egito começou nesta quinta-feira, 19, a reparar a estrada da passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza, que foi danificada pelos bombardeios de Israel. A pavimentação do local ocorre antes da anunciada abertura da travessia para a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino. “O Egito já começou a pavimentar e reparar as estradas em direção ao cruzamento de Rafah e dentro do cruzamento”, disse uma fonte de segurança egípcia à Agência EFE. A previsão é que as obras sejam concluídas ainda neste quinta e, com isso, a passagem esteja pronta para ser aberta a partir da sexta-feira, 20, embora ainda não esteja confirmada a abertura. Centenas de caminhões com ajuda humanitária continuam há dias à espera da abertura da passagem. Como o site da Jovem Pan mostrou, ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) está pronta no Egito para ser distribuída à Faixa de Gaza. Na última terça, o diretor do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental, Ahmed al Mandhari, voltou a solicitar acesso ao enclave. Segundo ele, “mais de 2 milhões de pessoas continuam sitiadas em Gaza, privadas de toda a ajuda – incluindo o fornecimento de água, alimentos e combustível – e dos seus direitos humanos mais básicos” após o cerco imposto por Israel como punição depois do ataque surpresa do grupo fundamentalista islâmico Hamas em 7 de outubro.

Após reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou o envio de ajuda humanitária para Gaza, desde que “o abastecimento não chegue ao Hamas“, que governa Gaza. Contudo, em um comunicado, Israel detalhou que não autorizará a entrada de ajuda humanitária até que o enclave palestino liberte os 199 reféns sequestrados em 7 de outubro. O grupo terrorista fala de 200 a 250 sequestrados. Na conversa entro os líderes, realizada em Tel Aviv, Biden destacou que a prioridade neste momento é a libertação dos reféns, e confirmou que Israel autorizou a entrada de ajuda humanitária em Gaza através do Egito “o mais rápido possível” e acrescentou que Washington está trabalhando com seus parceiros para fazer “os caminhões cruzarem a fronteira” de forma rápida. O Egito já autorizou a entrada de 20 caminhões com ajuda humanitária pela passagem fronteiriça de Rafah. , mas o montante da ajuda que será entregue ainda não foi definido e a questão depende apenas da velocidade de entrada dos veículos e a disponibilidade de armazéns para estas ajudas na Faixa de Gaza. A passagem de Rafah chegou a ser atacada por Israel, do lado palestino, quando operários trabalhavam na sua reparação, provocando ferimentos em quatro trabalhadores egípcios, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry.

*Com informações de EFE

Comando da 55ª CIPM preocupado com a segurança nos jogos da Seleção de Ipiaú, faz reunião com diretor de esportes do município, presidente da Liga e torcida organizada

Na tarde de quarta feira (18) estiveram participando de uma reunião na sede da 55ª CIPM com o comandante Major Dalmo Porto de Assis, o subcomandante Capitão Kalil e o tenente Ederlan, chefe de planejamento operacional, o presidente da Liga Desportiva Ipiaú, Amílton Careca, diretor de esportes do município Givaldo Nascimento representantes da Torcida Organizada de Ipiaú (TOI), tendo como foco a garantia da ordem nos jogos da Seleção de Ipiaú no Campeonato Intermunicipal de Futebol.

Na ocasião também foram debatidos incidentes ocorridos na partida anterior, no último domingo (15) contra o time de Cachoeira, no estádio Pedro Caetano e alinhadas estratégias de segurança para as próximas partidas decisivas com o objetivo de garantir o bem estar tanto para os munícipes quanto para os visitantes e equipes.

O comandante confirmou que as partes envolvidas concordaram em cumprir as medidas propostas na reunião para que o trabalho de segurança da Polícia Militar encontre facilidades, contando com a parceria de todos para que a prática esportiva seja plena de diversão saudável e em clima de respeito entre as torcidas.

Nesta quinta feira (19) o diretor de esportes do município, juntamente com o presidente da LDI, se encontram em outra reunião, desta vez na na sede da Federação Baiana de Futebol, em Salvador, para tratar de assuntos relacionados a organização das semifinais do Campeonato Intermunicipal.

Texto: Ipiaú Onlin

Último voo da primeira fase de resgate de brasileiros em Israel pousa no Rio

Lágrimas de alívio, alegria e tristeza marcaram a chegada dos brasileiros no último voo da primeira fase de resgate em Israel. A aeronave, com 219 repatriados vindos do país do Oriente Médio, em guerra há uma semana, pousou no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (19).

O desembarque aconteceu no Aeroporto Internacional do Galeão, na zona norte da cidade. O conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas já deixou ao menos 1.400 mortos do lado israelense e 4.000 do lado palestino.

Além dos 219 passageiros, a bordo da aeronave estavam também estavam 11 animais de estimação. Com essa chegada, o Brasil já repatriou 1.135 brasileiros e 35 pets. Esse é o último desembarque da primeira fase da operação de resgate dos repatriados de Israel, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

O avião decolou de Tel Aviv, em Israel, às 18h40 do horário local (12h40 do Brasil), com duas horas de atraso. A decolagem estava prevista para às 16h30. A aeronave, do modelo KC-30, da FAB (Força Aérea Brasileira), pousou no Rio por volta das 3h do fuso brasileiro.

Procurado, o Itamaraty não respondeu sobre o motivo do atraso. Parentes dos passageiros que estavam vindo disseram que o espaço aéreo de Israel ficou fechado por conta da viagem do presidente americano Joe Biden ao país, o que causou o atraso.

Os brasileiros repatriados se emocionaram ao sair pela porta do desembarque internacional do aeroporto e avistarem seus familiares. A comerciante Tânia Hauben Salem, que mora no Rio, foi recepcionada pelo marido. Mas lamentou ter deixado em Israel a filha e os três netos, que moram lá.

“Meu coração está dividido, mas como não tinha mais voo, eu fui obrigada a voltar”, conta Salem, que tinha ido para Israel para o aniversário de 3 anos de um dos netos. “Quando me ofereceram a vaga para cá, eu falei logo não. Meu marido me apoiou, meu filho. Falaram que minha filha precisava de mim, mas como eu ia voltar? Todos os voos cancelados, sem previsão”.

De acordo com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, cerca de 150 brasileiros continuam no país e têm interesse na repatriação.

O Itamaraty informou que, como a aeronave da FAB tem capacidade de transportar até 200 passageiros, o Brasil pretende ajudar na repatriação de cidadãos dos países vizinhos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. A pasta, no entanto, ainda não deu uma data para essa nova fase da operação de resgate.

Ainda de acordo com o governo federal, a FAB forneceu quatro aeronaves, inclusive o avião presidencial, para as ações de resgate de brasileiros do país do Oriente Médio.

O oficial da Força Aérea Brasileira e neurologista Sergio Amar, que mora em Israel há 7 anos, comemorou ter sido trazido de volta ao Brasil pela própria corporação. O médico, no entanto, lamentou que seus amigos do país israelense tenham continuado no território.

“Foi um espetáculo [a viagem], mas é triste pensar que deixou lá as pessoas que você tem amor e carinho”, disse Amar. Ele completou: “Guerra é uma coisa, uniforme contra uniforme, aí é guerra. Mas esses terroristas não têm um estado para dizer ‘estamos em guerra com Israel’. Não, [isso] é uma coisa muito ruim”.

O transporte dos brasileiros em Israel também está sendo organizado pela diplomacia brasileira. Há ônibus saindo das principais cidades israelenses para o aeroporto de Tel Aviv. Os desembarques no Brasil já foram feitos no Rio, Brasília, São Paulo e Recife.

O publicitário Felipe Grini, 30, estava em Haifa, no norte de Israel, há apenas 6 meses. Apesar da guerra, ele não descarta voltar ao país quando a guerra terminar.

“Considero que eu realizei o meu sonho. Talvez eu ainda volte para Israel no futuro. É uma possibilidade, porque é um país que eu amo. Mas eu também falo de boca cheia que amo muito o nosso país”, disse Grini

Já o avião presidencial foi designado para buscar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O território palestino tem sido, desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, alvo de bombardeio pelas forças israelenses.

Mais cedo, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que ainda não há previsão para ser feito o resgate dos brasileiros em Gaza. O grupo de 32 pessoas, sendo 17 crianças, aguardam a abertura da fronteira do território palestino com o Egito, de onde serão resgatados.

A abertura, porém, depende da negociação entre os países envolvidos e de uma pausa nos bombardeios da região, segundo a pasta de Relações Exteriores. Nesta quarta, os Estados Unidos vetaram a proposta do Brasil no Conselho de Segurança da ONU que pedia uma trégua de ambos os lados da guerra para a evacuação de estrangeiros e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Também nesta quarta, o avião presidencial também decolou para o Egito, de onde aguardará o resgate dos brasileiros em Gaza. A aeronave estava em Roma, na Itália, desde sexta-feira (13), de onde espera a orientação para seguir para o país árabe.

O grupo em Gaza está na cidade de Rafah, em um imóvel alugado pelo Itamaraty. A chancelaria brasileira afirmou ter informado a Israel a localização para evitar que o local seja alvo de alguma ofensiva.

Camila Zarur/Folhapress

Grupo anti-suborno da OCDE demonstra preocupação com decisão de Toffoli de anular provas da Odebrech

O ministro do STF Dias Toffoli

Em relatório publicado nesta quinta-feira (19), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra preocupação com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli que anulou as provas advindas do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor).

O documento produzido pela entidade reconhece os esforços do Brasil para implementar a Convenção Contra o Suborno Transnacional, e lista medidas que ainda precisam ser adotadas. A última avaliação do tipo foi publicada há nove anos, em outubro de 2014. De 43 recomendações feitas à época, o Brasil conseguiu 16 total ou parcialmente, segundo o grupo de trabalho da OCDE.

A Convenção é um acordo internacional para coibir a prática de empresas multinacionais de pagar propinas em países estrangeiros. Entrou em vigor em 1999, e o Brasil se tornou signatário em 2002. O relatório publicado nesta quinta-feira diz respeito à quarta fase de implementação da Convenção Contra o Suborno Transnacional da OCDE, no País.

A decisão de Toffoli atendeu a um pedido da defesa do presidente Lula (PT), e tornou nulas todas as provas obtidas dos sistemas Drousys e MyWebDayB, usados pela Odebrecht para fazer a contabilidade do pagamento de propinas a agentes públicos. Apesar disso, o acordo de leniência da empresa continua válido, e cópias das provas continuam existindo em uma sala-cofre na Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA) da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.

O relatório é assinado pelo Grupo de Trabalho sobre Suborno (WGB, na sigla em inglês), e foi elaborado a partir de uma visita da equipe da OCDE ao Brasil em maio deste ano. A decisão de Dias Toffoli que anulou as provas do acordo de leniência da Odebrecht foi tomada depois da primeira versão do relatório ter sido fechada – a inclusão posterior de várias menções ao assunto mostra a preocupação da OCDE com o tema.

“(Recomenda-se) que o Grupo de Trabalho acompanhe as possíveis consequências que esta decisão (de Dias Toffoli) pode ter sobre os acordos de leniência do Brasil em questões de suborno estrangeiro, em particular, a medida em que pode afetar a sua segurança jurídica. (Recomenda-se também acompanhar) as possíveis consequências que a decisão pode ter sobre a capacidade do Brasil de fornecer e obter assistência jurídica mútua em casos de suborno estrangeiro”, diz um trecho, em tradução livre.

“A decisão do STF que levou à anulação das provas do acordo de leniência da Odebrecht certamente foi recebida com grande preocupação pela OCDE e por outros grupos que também estão avaliando o Brasil e que também lançarão em breve os seus relatórios, como o GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional, ligado ao G7) e a UNCAC (Convenção da ONU contra a corrupção)”, diz o economista Bruno Brandão, que é diretor executivo da Transparência Internacional no Brasil.

“Trata-se do maior caso de suborno transnacional da história. E isso não é a Transparência Internacional que está dizendo, é o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Então, a anulação dessas provas vai gerar uma preocupação internacional significativa. É sintomático que essa decisão, que em tese já está fora do marco temporal do relatório, tenha sido citada várias vezes, mostrando a relevância desse acontecimento”, diz Brandão.

O diretor da Transparência Internacional explica que a Convenção da OCDE surgiu para tentar “equilibrar o jogo” entre empresas de países europeus e dos Estados Unidos. “Nos anos 1970, os EUA criaram uma lei criminalizando o suborno transnacional (…), o FCPA. E isso passou no Congresso dos EUA porque havia disputa de mercado entre as empresas americanas. Umas estavam perdendo mercado para outras por causa de práticas corruptas. E aí os europeus fizeram a festa. Os EUA tinham essa lei mais restritiva, e os países europeus dando incentivo tributário para a corrupção. Você podia deduzir do imposto (o pagamento de propina no exterior)”, diz ele.

“Mercados emergentes com o Brasil, que também tem uma importância no mercado global, também passam a ser responsabilizados. Passam a assumir responsabilidades pela operação das suas empresas. Empresas brasileiras tiveram uma operação gigantesca de exportação de corrupção. A Odebrecht (hoje Novonor) é o caso mais conhecido”, explica Brandão.

O relatório da OCDE tem 117 páginas e foi obtido pelo Estadão sob embargo, em inglês. Ao longo do texto, o Grupo de Trabalho sobre Suborno “detalha os avanços e desafios do Brasil no tema, inclusive no que diz respeito à aplicação das leis brasileiras contra o suborno, bem como o progresso feito pelo Brasil desde a avaliação da Fase 3, em 2014″. No texto, a OCDE reconhece os esforços de órgãos como a Controladoria Geral da União (CGU), a Receita Federal do Brasil e a Polícia Federal. O relatório também faz recomendações, como a edição de uma lei específica para proteger denunciantes (”whistleblowers”), especialmente no setor privado.

André Shalders/Estadão Conteúdo

Investigador é preso durante Operação Urtiga deflagrada pela SSP e MP

                    A captura ocorreu na cidade de Valente, na manhã desta quinta-feira (19

Um investigador da Polícia Civil foi capturado durante cumprimento de mandado de prisão na segunda fase da Operação Urtiga, deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública e Ministério Público, que investigam um grupo de extermínio, envolvido com extorsão mediante sequestro. A ordem judicial foi cumprida na cidade de Valente, nesta quinta-feira (19).

Outros mandados de busca e apreensão são cumpridos nos municípios de Conceição do Coité e Santaluz, contra policiais militares e um delegado.

As equipes são coordenadas pela Força Correcional Especial Integrada (Force) da Corregedoria Geral da SSP, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, e das Corregedorias da Polícia Civil (Correpol) e da Polícia Militar (Correg).

Na primeira fase da operação realizada em junho, a arma do investigador e um celular foram apreendidos. O policial foi encaminhado para a Correpol.
Texto: Poliana Lima l Ascom SSP

Polícia Civil desarticula laboratório de drogas dentro de hotel em Salvador

Três pessoas foram presas em flagrante; aproximadamente uma tonelada de drogas foi apreendida

Policiais civis do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) desarticularam um laboratório de entorpecentes que funcionava dentro do quarto de um hotel, localizado na Avenida Tancredo Neves, em Salvador, na noite de quarta-feira (18). No local, foram apreendidas porções de maconha, haxixe, pó branco e pasta base semelhantes à cocaína, drogas sintéticas, carregadores de pistola, munições calibres .40, .380 e 9 mm, além de maquinário para a produção, embalagens para o acondicionamento das drogas e três cobras.
Na sequência das incursões, também foram apreendidos entorpecentes e equipamentos para o preparo e o acondicionamento deles em uma casa, dentro de um condomínio de alto padrão, no bairro de Jauá, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Nas duas ações, aproximadamente uma tonelada de drogas foi apreendida e três pessoas foram presas. Além do material, dois veículos foram apreendidos – entre eles, um Kia Picanto roubado no Acupe de Brotas, em julho deste ano. Todo o material pertencia a uma organização criminosa com forte atuação em Salvador e RMS.
Conforme o diretor do Deic, delegado Thomas Galdino, a ação acontece após dois meses de apurações. “A investigação do roubo de um veículo nos levou ao monitoramento do grupo criminoso e, em seguida, na identificação da prática criminosa de tráfico de drogas, culminando nestas apreensões e prisões, além da desarticulação do laboratório de entorpecentes”, explicou.

O delegado também informou que as investigações terão continuidade. “Novas diligências investigativas serão realizadas para a localização de outros possíveis envolvidos. Há indícios ainda de que o veículo apreendido nesta ação tenha sido utilizado em uma chacina em Feira de Santana, em 29 de agosto, no bairro Feira 10”, detalhou. As investigações contaram com o apoio dos departamentos de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Polícia do Interior (Depin).
Texto: : Ascom PC

Mandados são cumpridos contra delegado, investigador e policiais militares em três municípios

A segunda fase da Operação Urtiga foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (19), pela SSP e MP.

Sete mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos nesta quinta-feira (19), contra um delegado, um investigador e quatro policiais militares nas cidades de Santaluz, Valente e Conceição do Coité. A segunda fase da Operação Urtiga, deflagrada pela Secretaria da Segurança Público e pelo Ministério Público investiga um grupo de extermínio envolvido com extorsão mediante sequestro.

O trabalho é desenvolvido pela Força Correcional Especial Integrada (Force) da Corregedoria Geral da SSP, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, e das Corregedorias da Polícia Civil (Correpol) e da Polícia Militar (Correg).

As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal da Comarca de Santaluz.

Investigações

Na primeira fase realizada no dia 6 junho, juntamente com a Operação Garça Dourada, deflagrada pela Polícia Federal, foram presos quatro policiais militares e um investigador, além de um traficante.

As ações articuladas foram desencadeadas nas cidades de Jacobina, Santa Luz, Valente, Santa Bárbara, Cansanção e Nordestina.

Fotos: Poliana Lima l Ascom SSP BA

Texto: Poliana Lima l Ascom SSP BA

‘Para obter a paz é preciso assassinar os assassinos’, diz porta-voz das Forças de Defesa de Israel

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o major Roni Kaplan
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o major Roni Kaplan, diz que o país não queria a guerra com o Hamas, mas que, para obter a paz na região, é preciso “assassinar os assassinos”.

“Temos que desmantelar o grupo terrorista Hamas. Eles são os que trouxeram a maldição para toda essa região”, afirma. Kaplan conversou com a coluna por telefone, na terça (17), desde Tel Aviv.

Na segunda (16), Israel negou a existência de um cessar-fogo temporário com o Hamas para a saída de brasileiros e cidadãos de outros países pela cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito.

Questionado sobre como fazer a retirada desses civis da região, o porta-voz diz que é o Hamas que governa o território. “Eles são os responsáveis por toda a população.”

“A maioria das estruturas terroristas do Hamas está na zona norte da Faixa de Gaza. Mas, se a gente ver um terrorista do Hamas responsável pelo massacre de civis israelenses de 7 de outubro também na zona de Rafah, Israel vai neutralizar esse terrorista. Porque esse terrorista matou, assassinou e violentou israelenses”, afirma.

Kaplan diz ainda que Israel tem feito todos os esforços possíveis para minimizar danos a civis, e cita como exemplo a ordem para que a população deixe o norte de Gaza por ser uma zona de combate. “Mas o Hamas comete um crime duplo de guerra: ataca indiscriminadamente civis israelenses e usa os habitantes da Faixa de Gaza como escudos humanos.”

O porta-voz diz também que os soldados israelenses, ao mesmo tempo em que estão de luto, seguem motivados a ganhar o conflito.

Ele afirma ainda que não têm dúvidas de que houve uma falha “muito grande” de Israel ao não conseguir prever o ataque de Hamas, mas que no momento o foco do país é lutar para restabelecer a segurança de seus cidadãos. “Se esses assassinos ganharem de Israel, o terrorismo ganhará o mundo livre.”

Quais são as condições enfrentadas pelas Forças de Defesa de Israel neste momento? Aqueles que estão sob o comando do senhor relatam que tipo de sentimento em relação a essa guerra?
As forças de defesa de Israel continuam respondendo aos brutais ataques do dia 7 de outubro com o objetivo de desmantelar o Hamas e eliminar suas capacidades administrativas e militares para assegurar que esse tipo de ataque, que foi o pior massacre na história do Estado de Israel moderno, nunca mais volte a acontecer.

Por um lado, estamos de luto. Essa é uma tragédia nacional. Os soldados têm muitos amigos e amigas que foram assassinados, sequestrados ou que estão feridos neste momento.

Por outro lado, estamos motivados a superar essa situação, e nosso espírito, de amor à vida, vai se sobrepor ao espírito de morte do Hamas.

Na terça, o major Aharon Haliva, chefe da inteligência militar de Israel, assumiu a culpa por não ter descoberto o plano de atentado do Hamas. Como o senhor avalia a carta enviada por ele a militares?
Nesse momento, estamos centrados em lutar. Estamos lutando para restaurar a segurança do nosso povo, da nossa cidadania, do nosso país. Não estamos aqui para fazer avaliações ou especulações. A forma que os soldados israelenses se autoavaliam é tomando a responsabilidade por suas ações. Isso é parte da nossa cultura.

Autoridades israelenses não descartam a possibilidade de abrir uma investigação para avaliar quais foram as falhas de segurança que levaram à invasão pelo Hamas.
Não tenho nenhum tipo de dúvida de que houve uma falha muito grande tanto na defesa como na inteligência [de Israel]. Há uma diferença importante entre o que aconteceu e o que deveria ter acontecido.

Israel, sendo um Estado de Direito, uma democracia, vai ter uma comissão imparcial e independente que vai fazer esse tipo de investigação. E vamos aprender todas as lições. Mas, nesse mesmo momento, a gente não está centrado no passado. A gente está centrado no presente e no futuro e queremos desmantelar a infraestrutura administrativa e militar do Hamas na Faixa de Gaza.

Críticos de uma possível invasão israelense à Faixa de Gaza apontam que essa incursão pode causar um desastre humanitário sem precedentes. Uma invasão terrestre é realmente imprescindível para que Israel defenda o seu território?
Eu não posso entrar em detalhes de nossa operação. O que as Forças de Defesa de Israel estão fazendo há mais de 87 horas é solicitar a civis do norte da faixa de Gaza que evacuem esse local, porque é uma zona de combate.

Apesar disso, o Hamas está investindo muitos esforços para impedir que a gente evacue essa região. Por quê? Porque Israel utiliza o seu exército para defender os seus civis. O Hamas utiliza civis para defender a sua infraestrutura terrorista, incluindo túneis muito profundos que estão no norte da Faixa de Gaza.

Israel está fazendo isso porque o Hamas declarou a guerra.

Há mulheres que foram violentadas antes de serem assassinadas. E violentadas depois de serem assassinadas

Nós fazemos tudo o que está dentro das nossas possibilidades para minimizar os danos civis, e para isso temos que ingressar por terra. Porque por ar não tem como minimizar os danos civis.

Estamos colocando o melhor do nosso povo para ingressar na Faixa de Gaza e desmantelar o Hamas porque não se pode viver ao lado deles, porque eles são assassinos e genocidas.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que não são diretamente responsáveis pela situação dos brasileiros que tentam sair de Gaza pela fronteira do Egito. O que precisa ser feito para que esses cidadãos saiam em segurança de Gaza e sejam repatriados no Brasil?
Essa é uma boa pergunta para o porta-voz do governo do Egito e do Hamas. Teria que perguntar a eles. Israel não é parte.

Israel não concordou com nenhum tipo de cessar-fogo. A maioria das estruturas terroristas do Hamas está na zona norte da Faixa de Gaza. Mas, se a gente ver um terrorista do Hamas responsável pelo massacre de civis israelenses, também na zona de Rafah, Israel vai neutralizar esse terrorista, porque ele matou, assassinou, violentou israelenses no dia 7 de outubro.

Repito, a Faixa de Gaza está governada por um grupo terrorista chamado Hamas. E eles são os responsáveis por toda a população do local.

Israel tem um dos sistemas de segurança e de defesa mais avançados do mundo. Não seria possível usar métodos de inteligências, em vez de promover ações que matam crianças, mulheres e idosos do lado palestino?
Sim, efetivamente, existem formas. Mandamos centenas de milhares de panfletos, fizemos milhares de chamadas telefônicas, publicamos nas redes sociais, publicamos também na rádio para as pessoas deixarem o norte de Gaza. Você pode ver que muita gente, também brasileiros, foram para o sul. Israel está fazendo enormes esforços para minimizar os danos aos civis na Faixa de Gaza. Mas o Hamas comete um crime duplo de guerra, ataca indiscriminadamente civis israelenses e usa os habitantes da Faixa de Gaza como escudos humanos.

O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos [OHCHR, na sigla em inglês] disse na terça-feira (17) que o cerco de Israel à Faixa de Gaza e a ordem para palestinos se deslocarem para o sul do território podem violar o direito internacional.
O violento ataque do Hamas que atacou deliberadamente as cidades israelenses e as atrocidades cometidas pelo Hamas e outros terroristas, entre elas assassinatos, torturas, sequestros e muitos outros crimes, são violações flagrantes do direito internacional. Esses horrendos ataques constituem os crimes mais graves do direito internacional, definidos como crimes de guerra e crimes de lesa humanidade, equivalentes ao crime de genocídio.

O Hamas tem a obrigação absoluta de liberar imediatamente todos os sequestrados na Faixa de Gaza.

É necessário esse cerco? Brasileiros e palestinos na fronteira relatam que estão ficando sem alimento, sem água para beber.
É importante que você entenda o porquê de isso acontecer. Você sabe, por exemplo, que o Hamas roubou 36 mil litros de combustível de um hospital no norte da Faixa de Gaza, e isso também quem disse foi a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA)? Todo esse combustível dava para proporcionar dez dias de água para todos os habitantes da Faixa de Gaza, por meio da dessalinização da água. Mas o Hamas roubou isso para a sua guerra.

Israel não tem obrigação de, no meio de uma guerra, proporcionar meios ao território inimigo, inclusive energia elétrica e água, mas o país faz isso.

Israel proporciona meios de eletricidade e meios de água ao Hamas, e o Hamas pagou isso a Israel. Mas não com dinheiro. Pagou assassinando, violentando, massacrando. É o maior massacre e a maior matança dos judeus em 24 horas desde o último dia do Holocausto, desde o último dia da Segunda Guerra Mundial.

Como o senhor vê a possibilidade de a guerra envolver outros países da região? O líder do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pediu uma reação contra Israel.
O Hamas e o Irã têm a esperança de que tudo isso seja arrastado para uma guerra de grandes proporções e que envolva todo o Oriente Médio. Nós somos uma cultura que ama a vida, e eles são uma cultura que não dá valor à vida, como nos demonstraram no dia 7 de outubro. Então, para eles, é uma guerra a mais. Mas nós somos gente de paz.

A República do Líbano e também os cidadãos do Líbano têm que se perguntar se eles querem pôr em risco o futuro do seu país, o futuro dos seus civis, o futuro do seu governo, para ajudar o Hamas a abrir outra frente contra Israel nesta guerra e arrastar todo o Oriente Médio a uma guerra regional.

Como o senhor vê os próximos passos da guerra?
Não posso compartilhar operações porque são secretas. Se esses assassinos ganharem de Israel, o terrorismo ganhará o mundo livre. Nós não estamos aqui somente pela minha família. Nós estamos aqui, na linha de frente da luta, contra o terrorismo no mundo ocidental. Se o terrorismo ganhar, Deus me livre o que vai acontecer com o mundo.

Mônica Bergamo/Folhapress

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