Paralisia do Conselho de Segurança é moralmente inaceitável, diz Mauro Vieira na ONU

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez um duro discurso em nome do Brasil no Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (30). Na véspera do fim da presidência brasileira do órgão, o chanceler disse que o conselho tem “repetida e vergonhosamente fracassado” em sua resposta ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Vieira afirmou que, enquanto mais de 8.000 palestinos foram mortos em Gaza, incluindo 3.000 crianças, “o Conselho de Segurança faz reuniões e ouve discursos, sem ser capaz de tomar uma decisão fundamental: acabar com o sofrimento humano em terreno”.

“Tanques e tropas estão no terreno em Gaza, e o tempo para agir está acabando. Minhas perguntas a todos vocês são: se não agora, quando? Quantas vidas mais serão perdidas até que nós finalmente passemos do discurso para a ação?”, questionou o brasileiro.

Desde a eclosão do conflito, quatro resoluções foram propostas no órgão mais importante da ONU: duas pela Rússia, que não obtiveram o número mínimo de votos, uma pelo Brasil, vetada pelos EUA, e uma americana, vetada por Rússia e China.

“Nós continuamos em um impasse em razão de divergências internas, particularmente entre alguns dos membros permanentes, e graças ao uso persistente do Conselho para alcançar seus próprios propósitos, em vez de colocar a proteção de civis acima de tudo”, disse o ministro, em alusão ao embate entre americanos, chineses e russos.

Os três países, mais França e Reino Unido, têm assento permanente no Conselho e, portanto, poder de vetar resoluções. Os europeus, no entanto, não fazem uso do instrumento desde 1989. Com o acirramento do antagonismo entre Washington, de um lado, e Moscou e Pequim, de outro, a guerra de vetos tem levado o Conselho a uma paralisia nos principais conflitos atuais: Ucrânia versus Rússia e Israel versus Hamas.

“As graves e sem precedentes crises humanas diante de nós exigem que rivalidades estéreis sejam abandonadas. O fato de o Conselho não ser capaz de cumprir sua responsabilidade de salvaguardar a paz e a segurança internacionais devido a antigos antagonismos é moralmente inaceitável”, completou Vieira.

Ele fez um apelo para que os membros mostrem vontade política para fazer concessões e sejam “minimamente equilibrados e inclusivos em seu diagnóstico” e próximos passos.

O pedido mira, novamente, os membros permanentes, sobretudo EUA e Rússia. Enquanto americanos são fortes aliados de Israel e vêm sendo criticados pelo apoio a Tel Aviv diante do desastre humanitário em Gaza, russos são acusados de não trabalharem por uma solução, apresentando resoluções unilaterais com objetivo meramente retórico.

O custo do fracasso em responder à crise, afirmou Vieira, vai recair também sobre “o multilateralismo, as Nações Unidas e este conselho, em particular”.

Em aparente ato falho, o ministro falou inicialmente “Estados Unidos” (United States, em inglês) em vez de “Nações Unidas” (United Nations). Ao final do discurso, após ser alertado pelo embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, ele repetiu a frase para fazer a correção.

Vieira defendeu que uma resolução precisa ser aprovada para permitir o fim das hostilidades e, assim, a entrada de ajuda humanitária em Gaza, assim como condições de trabalho para os envolvidos no resgate de reféns e no trabalho humanitário.

Diante das divergências em torno da linguagem a ser utilizada –muitos países, como os árabes, Rússia e China, pedem um cessar-fogo, termo rejeitado pelos americanos, que concordaram com “pausa humanitária”—, o ministro defendeu que a violência precisa acabar “por meio de qualquer modalidade que possa ser acordada sem mais delongas”.

Até agora, a ajuda humanitária que chegou a Gaza, viabilizada por um acordo costurado por americanos com Egito, Israel e ONU, é insuficiente, criticou o diplomata: “pouco mais que uma oportunidade de foto [marketing]”.

Além da entrada de suprimentos, como alimentos e combustível, e acesso de pessoal humanitário, o diplomata enfatizou a evacuação de cidadãos estrangeiros em Gaza. Um grupo de cerca de 30 brasileiros está na região, sem conseguir sair.

Sem citar Israel explicitamente, o brasileiro afirmou que, enquanto todo Estado tem o direito de defender seus cidadãos –justificativa de Tel Aviv para a ofensiva em Gaza–, as ações devem ser “consistentes com o direito internacional humanitário, em especial os princípios de distinção, proporcionalidade, precaução, necessidade militar, e humanidade”.

“O Brasil condena fortemente ações que borrem a linha entre civis e combatentes”, disse.

O ministro destacou que 35% dos 250 vetos por membros permanentes do Conselho de Segurança foram em temas relacionados ao Oriente Médio. O conflito entre Israel e Palestina é o que mais sofre bloqueios no órgão, sobretudo pelos EUA.

“Isso reflete a ineficiência do sistema de governança e a falta de representatividade de certas partes do mundo nesse organismo”, ecoando as críticas de longa data do Brasil à composição do Conselho de Segurança e a pressão por sua reforma.

Na semana passada, durante café com jornalistas, o presidente Lula (PT) também criticou o Conselho, e disse que a rejeição da resolução brasileira mostra por que o país quer acabar com o poder de veto pelos membros permanentes.

Em conjunto com os outros nove membros não permanentes, o Brasil trabalha na proposta de uma quinta resolução sobre o conflito. Ainda não há, contudo, previsão de votação do texto, em negociação.

Fernanda Perrin/Folhapress

Pedir cessar-fogo é demandar a rendição de Israel, declara Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (30) que pedir um cessar-fogo entre Israel e Hamas é o mesmo que demandar que o país se renda ao grupo terrorista.

“Israel não concordará com a cessação das hostilidades após os horríveis ataques de 7 de outubro”, afirmou Netanyahu. “Os apelos por um cessar-fogo são um apelo a Israel para que se renda ao Hamas, que se renda ao terror, que se renda à barbárie. Isso não vai acontecer”.

O premiê fez ainda uma comparação entre dois momentos históricos e disse que ninguém faria um pedido semelhante aos Estados Unidos depois do ataque japonês a Pearl Harbor, durante a Segunda Guerra Mundial, que deixou cerca de 2.400 mortos —a maioria militares— e impulsionou a entrada efetiva de Washington no conflito.

Segundo Netanyahu, é preciso fazer uma “distinção moral entre o assassinato deliberado de inocentes e o tipo de vítimas não intencionais que acompanham todas as guerras legítimas”.

Israel tem sido criticado por punir de maneira coletiva e indiscriminada os civis de Gaza. Desde o início da guerra, mais de 8.300 palestinos morreram no território palestino; do lado israelense, foram 1.400 óbitos.

Nesta segunda, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do país, John Kirby, de certa forma endossou o posicionamento de Netanyahu ao afirmar que os Estados Unidos não avaliam que um cessar-fogo “seja a resposta correta neste momento”. “Nós acreditamos que um cessar-fogo agora beneficia o Hamas, e apenas o Hamas ganharia com isso agora”, disse.

Maior aliada de Israel, Washington vem ressaltando o direito de Tel Aviv de se defender e de reagir aos atentados de que foi alvo em 7 de outubro. A ausência de menção à autodefesa, por exemplo, foi a justificativa para o veto americano à proposta de resolução do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.

Na última sexta-feira (27), a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução com pedido de trégua humanitária imediata. Capitaneado pela Jordânia, em conjunto com países árabes e islâmicos, o documento tem caráter apenas recomendatório. O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, chamou a resolução de “ridícula” e o pedido de trégua imediata, de “audácia”.

Apesar de contrário ao fim das hostilidades, Kirby afirmou que o governo americano é a favor do que chamou de “pausas humanitárias temporárias e localizadas”, cujos objetivos seriam permitir a chegada de ajuda humanitária e auxiliar a retirada de pessoas que “desejam sair e se deslocar mais para o sul”.

Os mesmos termos são usados pelo governo do Reino Unido, que, também nesta segunda, demitiu o parlamentar conservador Paul Bristow do cargo de assessor do Departamento de Ciências, Inovação e Tecnologia do país após ele enviar carta ao premiê, Rishi Sunak, pedindo que o líder apoiasse um cessar-fogo permanente entre Israel e Hamas.

Na semana passada, Sunak falou da necessidade de pausas no confronto na Faixa de Gaza para que a entrada de ajuda humanitária fosse possível, mas evitou falar em cessar-fogo.

Em comentário nas redes sociais, Bristow expôs sua posição. “Palestinos comuns não são o Hamas. Não consigo ver como Israel fica mais seguro após a morte de milhares de palestinos inocentes. Eles não devem sofrer punição coletiva pelos crimes do Hamas”, escreveu.

De acordo com o governo, Bristow foi demitido porque os comentários feitos por ele “não eram consistentes com os princípios de responsabilidade coletiva”.

A continuação do conflito, além do cerco e da iminente invasão em larga escala da Faixa de Gaza por Israel e do aumento da violência na Cisjordânia ocupada, eleva a fervura na região e ameaçam transbordar as hostilidades para outros países.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou nesta segunda, que faz o possível para evitar que seu país entre na guerra entre Israel e Hamas e impedir que o conflito se espalhe na região.

“Estou cumprindo com meu dever para evitar que o Líbano entre na guerra”, disse o premiê, sem, no entanto, “descartar uma escalada”. “O Líbano está no olho do furacão”, acrescentou.

O país é vizinho de Israel ao norte e, desde o início da guerra, a zona de fronteira tem visto escaramuças e ataques regulares entre o Exército de Israel e o grupo islâmico radical Hezbollah, que é apoiado pelo Irã e, poderoso politicamente, controla parte do país.

Mikati disse que não estava em condições de afirmar se o Hezbollah pretende se envolver de fato no conflito. “Tudo está relacionado à evolução [da guerra] na região”, disse, avaliando que, na falta de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, os riscos de uma “escalada regional” são grandes.

“Até o momento, vejo que o Hezbollah age com sensatez e lucidez”, disse Mikati, ressaltando, contudo, não poder “tranquilizar os libaneses”.

Folhapress

Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa realizará audiência publica em Ipiaú

O Presidente da Câmara Municipal de Ipiaú, vereador Robson Moreira informa que no próximo dia 10 de novembro , uma Comissão Itinerante de parlamentares estaduais estará em Ipiaú com o propósito de realizar Audiência Pública em busca de soluções para a saúde na região do Médio Rio de Contas, especialmente no tocante à melhoria e soluções para o aumento da resolutividade dos atendimentos.

O evento visa diminuir o numero de encaminhamentos dos pacientes atendidos para Jequié e Salvador. A proposta é do deputado estadual Eduardo Alencar e foi aprovada pela Comissão de Saúde e Saneamento da Assembléia Legislativa da Bahia que escolheu o Salão do Plenário da Câmara Municipal de Ipiaú para a realização da audiência.

São membros titulares da Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia os seguintes deputados: Alex da Piatã (PSD) , Eduardo Alencar(PSD), Fabíola Mansur (PSB), Hassan (PP), Jordavia Ramos(PSDB), José de Arimatéia Republicanos), Luciano Araújo (SD) e Ludmila Fascina (PV). No elenco dos suplentes estão os parlamentares Alan Sanches(UNIÃO), Júnior Muniz (PT), Ricardo Rodrigues(PSD) e Vitor Bonfim( PV).

A Prefeitura de Ipiaú, por intermédio da Secretaria da Educação, publicou, no Diário Oficial do

 

Município, edição nº 2.675, o Edital nº 03/2023, que abre o processo seletivo interno para diretor e vice- diretor das unidades escolares do Sistema Público Municipal de Ensino. 

O Decreto nº 7.010, de 05 de outubro de 2023, assinado pela prefeita Maria das Graças, regulamenta as eleições e a escolha é pautada no que estabelece o Ministério da Educação, através do Novo FUNDEB, assegurando de forma transparente todas as condições para uma eleição democrática e participativa.

A primeira etapa do processo será a avaliação de conhecimento que envolve cursos de formação, provas objetivas e discursivas, provas de títulos e apresentação de Plano de Gestão. Com exceção da prova de títulos, os demais requisitos são de caráter eliminatório. Mérito e desempenho no exercício da função são fundamentais para os profissionais que se habilitem a concorrer à eleição. 

Pode-se candidatar todo servidor do quadro do magistério – professores efetivos e coordenadores pedagógicos concursados. Das 56 vagas disponíveis, 25 são para diretores e 31 para vice-diretores. Os eleitos terão um mandato de 03 (três) anos. A previsão é de que o pleito aconteça no início do mês de dezembro.

Terá  direito a voto a comunidade escolar, formada por servidores públicos (professores e pessoal  de apoio) em exercício na unidade de ensino municipal, estudantes maiores de 12 anos regularmente matriculados e com frequência escolar, além de pais ou representantes legais dos alunos regularmente matriculados e que frequentem regularmente as aulas.

José Américo Castro(Decom-Prefeitura de Ipiaú).

No Arara em Ipiaú, Circuito Regional de Futevôlei 
Médio Rio de Contas 2023 reuniu 200 atletas de 25 cidades

O evento contou com o apoio total da Prefeitura
de Ipiaú, através da Secretaria de 
Cultura, Esportes e Turismo.
A secretária de Saúde Laryssa Dias se fez presente representando a prefeita Maria das Graças
Situado nas margens do Rio de Contas, a bela paisagem do Areão do Arara foi palco de uma etapa de um evento gigante do futevôlei.

A prefeitura de Ipiaú viabilizou todas as condições e a cidade abrigou, neste último final de semana, o Circuito Regional de Futevôlei Médio Rio de Contas 2023.

Segundo os organizadores, 200 atletas de 25 cidades participaram. As duplas se dividiram em seis categorias, buscaram títulos e o melhor posicionamento no ranking que define quem vai chegar à etapa final.
Um dos destaques da competição foi a dupla Saul e Hugo, da cidade de Buerarema, campeões da Categoria Avançado, que conta com atletas mais qualificados, inclusive diversos campeões baianos.

Ilhéus foi outra cidade que foi bem representada nesta etapa de Ipiaú. Aladim e Miguel foram os campeões na Categoria Intermediário. Bia e MP foram campeões na Categoria Misto.
A secretária de Saúde Laryssa Dias se fez presente representando a prefeita Maria das Graças
Ipiaú, a cidade anfitriã, também subiu no pódio. O atleta Kel alcançou a 4ª posição na Categoria Avançado. Ele faz dupla com Peu de Itabuna.

C.T.R2 Esportes


O Circuito Regional de Futevôlei é um evento organizado pelo C.T. R2 Sports, que tem como coordenador o professor de Educação Física Rodrigo Roberto, o Digão.
A secretária de Saúde Laryssa Dias se fez presente representando a prefeita Maria das Graças
Acontece pelo terceiro ano consecutivo. Se divide em pelejas regionais e classificatórias, que define o ranking que leva os mais bem posicionados a etapa final.
(Decom-Prefeitura de Ipiaú).

Haddad evita cravar déficit zero, irrita-se com perguntas sobre meta fiscal e abandona entrevista

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) evitou nesta segunda-feira (30) cravar a manutenção da meta de déficit zero em 2024 e disse que pode antecipar medidas de arrecadação de receitas previstas para o próximo ano para perseguir o ajuste fiscal.

O chefe da equipe econômica disse que precisará de apoio do Congresso Nacional e do Judiciário para cumprir o objetivo, ainda mais incerto depois de fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que “dificilmente” o governo alcançará essa meta.

“O que levei para o presidente foram os cenários possíveis, se tiver de antecipar medidas para 2024, eu encaminho. O meu papel é buscar o equilíbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo, não é por pressão do mercado financeiro, acredito que Brasil, depois de dez anos, precisa voltar a olhar para contas públicas”, afirmou.

Apesar de dizer que tem alternativas, o ministro disse que só vai anunciar o teor das medidas quando elas forem validadas pelo presidente Lula.

Questionado diversas vezes por jornalistas sobre a manutenção ou não do alvo de déficit zero, o titular da Fazenda não foi assertivo. “A minha meta [está] estabelecida. Vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um país melhor”, disse ele.

Haddad negou descompromisso do presidente com situação fiscal do país e disse que Lula não está sabotando a meta de zerar o déficit em 2024, mas constatando dificuldades por problemas de arrecadação herdados de governos anteriores.

“O presidente [Lula] não está sabotando. O que tá acontecendo é que presidente está constatando problemas advindos de decisões que podem ser reformadas, e as que não podem ser reformadas, serem saneadas”, disse Haddad.

Na sexta-feira (27), o jornal Folha de S.Paulo publicou um editorial intitulado “Lula sabota o país”, destacando que o presidente cria problemas e força alta dos juros ao largar a meta de déficit zero.

“Não há por parte do presidente [Lula] nenhum descompromisso [com a meta fiscal], pelo contrário, se não estivesse preocupado com situação fiscal não estaria pedindo apoio da equipe econômica para orientação dos líderes [do Congresso Nacional]”, afirmou o ministro.

As declarações foram dadas por Haddad em entrevista a jornalistas na sede da pasta, em Brasília, depois de encontro com o presidente Lula no Palácio do Planalto. Participou também da coletiva o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, que não se pronunciou.

Haddad mostrou irritação durante a entrevista e chegou a se levantar para ir embora enquanto uma repórter fazia uma segunda pergunta, após o primeiro questionamento dela ter buscado uma resposta mais clara sobre a manutenção ou não da meta de déficit zero. O ministro acabou respondendo de pé e longe dos microfones.

O chefe da equipe econômica respondeu aos jornalistas em certos momentos chamando-os de “meu querido” e “minha querida”. Em um dos casos, falou para uma repórter fazer o trabalho dela, após ser questionado qual seria a empresa mencionada por ele que tinha empregado uma estratégia para pagar menos impostos —segundo ele, os dados são públicos.

Durante a entrevista, Haddad listou duas medidas tomadas em 2017 e que, segundo ele, estão corroendo a arrecadação federal e provocando a erosão da base fiscal do país.

A primeira é uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que tirou o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Nesse caso, prosseguiu Haddad, o problema é que a decisão retroagiu, criando créditos tributários para as companhias.

O ministro citou o exemplo de uma empresa fabricante de cigarros –sem dizer qual– que conseguiu um crédito tributário de PIS/Cofins de R$ 4,8 bilhões. “O consumidor pagou o PIS/Cofins, a empresa recolheu para a Receita, e a Justiça está mandando devolver o tributo não para o consumidor, mas para a empresa que não pagou esse tributo”, disse.

A segunda medida foi tomada pelo Congresso Nacional e permitiu o abatimento da base de cálculo do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) das subvenções concedidas pelos estados.

De acordo com Haddad, houve um salto de R$ 39 bilhões em 2017 para R$ 200 bilhões projetados para 2023 a menos na conta por conta disso, com impactos negativos sobre as parcelas dos fundos de participação dos estados e dos municípios. As medidas foram chamadas por ele de “ralos fiscais”.

“Os três Poderes precisam estar cientes do que está acontecendo”, disse Haddad, destacando que a arrecadação do governo federal vem sofrendo enorme prejuízo, mesmo com a melhora do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo o ministro, Lula pediu para o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) convocar uma reunião com os líderes no Congresso para que seja apresentado o cenário de erosão fiscal aos parlamentares. Haddad também já discutiu as pautas fiscais no STF com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

Em café com jornalistas no Palácio do Planalto na sexta, o presidente Lula disse que a meta fiscal não precisa ser de déficit zero, como quer Haddad, e que “dificilmente” o governo alcançará esse objetivo –o que provocou disparada das taxas de contratos de juros futuros. Para o presidente, um déficit correspondente a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) não seria nada.

Logo após a declaração do presidente, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), relator do projeto de diretrizes orçamentárias para 2024, disse entender a fala como um comando para que a mudança seja sacramentada no Congresso Nacional.

O parlamentar afirmou também que a fala do chefe do Executivo coloca o ministro da Fazenda “num certo constrangimento” na medida em que a autoridade máxima do país admite que a meta traçada para o próximo ano não é factível.

Segundo interlocutores do governo ouvidos pela reportagem, a declaração de Lula pegou membros do Executivo de surpresa, inclusive da equipe econômica, com quem não houve qualquer tipo de combinado prévio.

A fala do presidente acendeu um alerta porque ocorreu no momento em que a Fazenda tenta negociar maior celeridade na aprovação de medidas cruciais para equilibrar o Orçamento do ano que vem.

Nathalia Garcia/Lucas Marchesini/Folhapress

Israel faz maior ataque aéreo e usa tanques contra o Hamas em Gaza


Israel ampliou sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, executando o maior bombardeio em 24 dias de guerra contra o grupo terrorista palestino que comanda o território desde 2007. Tanques e blindados de Tel Aviv já operam na periferia da capital homônima da região, em combate com forças rivais.

Segundo o porta-voz militar Daniel Hagari, caças israelenses atingiram 600 alvos de domingo (29) a esta segunda (30). Ele afirmou que “dezenas” de terroristas foram mortos, citando ao menos 20 integrantes do Hamas atingidos por artilharia, e divulgou vídeos em que tanques Merkava são vistos em ação ao lado de grandes escavadeiras.

A operação terrestre, cujo começo foi objeto de debate entre Israel e seu maior aliado, os EUA, que temiam pela segurança dos 239 reféns confirmados por Tel Aviv nas mãos do Hamas e pela repercussão política da morte de civis em Gaza, ganhou tração na sexta (27).

O grupo terrorista atacou Israel no dia 7 passado, matando cerca de 1.300 pessoas, brutalizando e sequestrando civis. O Hamas diz que 8.300 palestinos morreram na retaliação até aqui, número que é contestado por Israel —nesta segunda, sites do país destacavam um suposto corpo de vítima de bombardeio cuja cabeça se mexia, insinuando fraude para as câmeras.

Ao que tudo indica, Israel adotou o gradualismo na intensidade da arriscada ação por terra, em vez de lançar um ataque avassaladora. Hagari disse que a ação “está progredindo gradualmente de acordo com nossos planos operacionais” e irá “se intensificar de acordo com as fases da guerra”.

Ele afirmou que a questão dos reféns pesa nessa dosimetria, o que não impede relatos de brutalidade na ação. Em um vídeo feito por um morador de Gaza, um Merkava manobra numa rua e atira em um carro que ia em sua direção e deu meia-volta. Não houve comentários sobre o episódio ainda em Tel Aviv.

Enquanto a ação se desenrola em Gaza, a ajuda humanitária a seus 2,3 milhões de moradores segue claudicante, entrando aos poucos pela fronteira egípcia em Rafah. Lá, onde estão 18 dos 34 brasileiros e palestinos assistidos pelo Itamaraty, os bombardeios seguem constantes. “A noite foi terrível, não conseguimos dormir”, afirmou a estudante Shahed al-Banna, 18.

O grupo tem usado lenha para cozinhar, mas a comunicação ao menos foi retomada parcialmente, após o corte na internet local por ataques de Israel.

A situação é mais grave, contudo, na zona de exclusão na parte norte da faixa, a partir da capital homônima. Ali, a ONU estima que 117 mil pessoas estão refugiadas junto a pacientes e médicos de hospitais ainda em funcionamento.

As forças israelenses também mantêm prontidão na fronteira norte do país, onde voltaram a se digladiar em escaramuças com o Hezbollah, grupo libanês aliado do Hamas que, de todo modo, não entrou de forma integral no conflito. No domingo, caças de Israel bombardearam posições do grupo no sul do Líbano e pontos de lançamento de foguetes na Síria.

Com isso, segue acesa a chama do temor de um espraiamento do conflito, até aqui mantido sob relativo controle pela enorme pressão militar americana e pelo fato de que o grande rival estratégico dos EUA e de Israel, o Irã que banca o Hamas e o Hezbollah, também se mantém ativo apenas por meio de prepostos.

Contribui para isso o poder de fogo descomunal que os EUA direcionaram para a região. O segundo grupo de porta-aviões de propulsão nuclear, liderado pelo USS Dwight Eisenhower, deve chegar até quarta (1º) ao canal de Suez, e de lá irá para as águas em torno da península Arábica.

O grupo do USS Gerald Ford, maior navio de guerra do mundo, já está no Mediterrâneo desde o início da crise, e será acompanhado agora por um grande navio de desembarque anfíbio. Ao todo, estarão perto da costa israelense quase 20 mil marinheiros, aviadores e fuzileiros navais embarcados.

Eles miram evitar a escalada regional, ainda que a presença de tantas embarcações gere a tentação de uma ação espetacular por parte dos rivais dos EUA. Mas isso só poderia ocorrer de forma indireta, dado que o Irã não tem nada a ganhar com uma guerra ampliada.

Os impactos da tensão se intensificam em Israel. Houve uma grande ação das IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla inglesa) e do Shin Bet (serviço de espionagem) em um campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia, com diversos mortos. E a violência se espalha pelo cotidiano.

Nesta segunda, um soldado israelense foi preso por matar um palestino que colhia azeitonas em Nablus, também na Cisjordânia, que é o território administrado pela Autoridade Nacional Palestina, rival do Hamas que perde crescentemente influência na guerra. O militar disse que temia ser atacado. Já em Jerusalém, um policial foi gravemente ferido ao ser esfaqueado na rua por um árabe-israelense, que foi baleado.

Fora do país, a crise reverbera em protestos na Europa e nos EUA, assim como no bizarro incidente em que um aeroporto no sul da Rússia foi invadido por uma turba muçulmana buscando passageiros judeus de um voo vindo de Tel Aviv.

O episódio, ocorrido domingo na capital do Daguestão, Makhatchkala, foi descrito nesta segunda pelo Kremlin como resultado de provocação e “influência externa”, que depois a chancelaria russa disse sem provas ter sido obra da Ucrânia, país invadido por Moscou em 2022. A região do norte do Cáucaso é predominantemente muçulmana, e a Rússia decidiu desviar os poucos voos que a ligavam a Tel Aviv para outros aeroportos.

Igor Gielow/Folhapress

OFERTAS DE REINAUGURAÇÃO DO SUPERMERCADO, ATACADISTA E CESTA BASICA DI MAINHA,


Cafe Jitaúna, 250 gramas: R$  5,79,  Esponja de aço Assolan unidade R$ 1,29, Flocão Gameleira R$-1,19, Biscoito coquinho gameleira R$ 5,69, Agua sanitária cloral R$ 1,49, Açúcar k doce R$  3,79 kg, Feijao super Kilo R$ 4,89, Calabresa sadia R$ 19,90 kg Arroz safra R$ 4,99 Kg, Farinha de trigo  Brandini Kg R$ 4,89, Miojo marata unidade R$ 0,99, Guaraton Unidade: R$ 0,99, Óleo vila velha Unidade R$ 5,99

Secretária de Saúde de Ipiaú viabiliza mais 75 cirurgias de catarata

Estimativa da secretária Laryssa Dias é que mutirões de oftalmologia já atenderam mais de 2.000 pessoas em 2023
Para muito além do atendimento nas unidades de saúde que integram a rede de saúde do município, são ações permanentes - da Secretaria Municipal de Saúde do município de Ipiaú - a realização de feiras e mutirões.
Capítulo importante desta frente são os mutirões de oftalmologia que, segundo estima à secretária Laryssa Dias, já ofertaram atendimento a mais de 2.000 pessoas.

Segundo Laryssa, a Secretaria encaminhou, neste sábado (28/10), para a Clínica Ocular do munícipio de Gandu - 75 pacientes para serem submetidas à cirurgia de catarata. “Vale lembrar que o tratamento é seguro e eficaz, e o mais importante é que essas doenças sejam diagnosticadas e acompanhadas precocemente,em especial para atendimento e cuidado da saúde ocular da pessoa idosa , ressalta a secretária.

Ela também conta que novas ações estão sendo programadas, buscando diminuir o tempo de espera por exames e cirurgias.

“Com esses mutirões, mais de 2.000 pessoas puderam enxergar melhor e isso é muito gratificante para nós,cuidar da saúde de nossa população é a prioridade de nossa gestão ”, diz Laryssa.
Fonte: DECOM/Prefeitura de Ipiaú

Prefeita Maria articula atendimento oncológico na Clínica São Roque para pacientes do SUS

O deputado estadual Patrick Lopes (Avante) também está empenhado na causa. A prefeita de Ipiaú já tratou sobre o tema com o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro da Casa-Civil, Rui Costa
Usuários do Sistema Único de Saúde em Ipiaú, que lutam contra o Câncer, devem ganhar um importante aliado: a Clínica de Hospital São Roque, unidade de saúde que é referência regional .A articulação é da prefeita de Ipiaú, Maria das Graças Mendonça (PP), junto com a sua secretária de Saúde, a enfermeira Laryssa Dias.

“Estive reunida com a secretária de Saúde Laryssa Dias e já visitamos a estrutura do serviço de oncologia que está sendo implantado na Clínica São Roque. Estamos buscando em parceria com o governo do Estado para oferecer o serviço de oncologia pelo SUS”, informa a prefeita em post para seus perfis nas redes sociais.
A prefeita Maria conta que já esteve com o deputado Estadual Patrick Lopes (Avante), que se somou a ela na luta pela causa. Também já tratou do tema com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT); e o ministro Casa-Civil, Rui Costa.

“Vamos lutar incansavelmente para que os serviços de oncologia venham para Ipiaú e a população possa ser atendida aqui”, anuncia a prefeita Maria.

Ela ainda lembra que, recentemente, foi inaugurada a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) no Hospital Geral Prado Valadares (HGPV), em Jequié. Desta forma, os pacientes que necessitam de serviços como consultas ambulatoriais e de emergência, exames, cirurgias e sessões de quimioterapia não precisarão mais se deslocar para cidades mais distantes.

“Importante demais a Unacon ter que chegado a Jequié. Mas vamos dar um passo importante neste luta, habilitando a Clínica São Roque como parceira do SUS”, planeja a prefeita Maria das Graças Mendonça.
Fonte: DECOM/Prefeitura de Ipiaú

PF apreende drogas no aeroporto de São Paulo

Guarulhos/SP – A PF, em ações distintas realizadas no Aeroporto Internacional de São Paulo, prendeu entre os dias 27/10 e madrugada de hoje (30/10), 5 passageiros tentando embarcar com droga para a Europa, África e Ásia.

A primeira ação ocorreu na sexta-feira (27), resultando na prisão de um brasileiro que pretendia embarcar para Lisboa, em Portugal, transportando, nas palmilhas do tênis que calçava e em fundos falsos forjados em sua mala, quase três quilos de cocaína.

Três prisões foram feitas no domingo. Dois homens, nacionais da Nigéria, possuidores de Registro Nacional de Migrante (RNM), que embarcariam para seu país natal, foram flagrados com cocaína em roupas, quase 8 Kg, nas palmilhas de sapatos e fundos falsos forjados em mala, quase 2 Kg. Já com um brasileiro, que embarcaria para a França, os policiais federais encontraram mais de um quilo, da mesma droga, fixados às suas pernas. O homem, ao receber voz de prisão, disse aos policiais que havia engolido cápsulas com a droga e também as tinha introduzido no corpo. Em razão do risco de morte, o suspeito foi conduzido ao hospital público para que pudesse expelir a droga com segurança.

Por fim, na madrugada de hoje (30/10), os policiais prenderam um homem, nacional da Nigéria, também possuidor de RNM, que pretendia embarcar em voo para o Catar, com mais de 2 Kg de cocaína costurados a uma bermuda.

Os suspeitos serão apresentados à Justiça Federal e poderão responder pelo crime de tráfico internacional de drogas.

Comunicação Social

Delegacia Especial no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos

PF prende venezuelano com 21kg de ouro no Pará



O flagrante ocorreu na madrugada deste sábado (28/10), no aeroporto de Santarém/PA
Santarém/PA. A Polícia Federal prendeu um venezuelano com 21kg de ouro, no aeroporto de Santarém/PA, na madrugada deste sábado (28/10). O indivíduo foi abordado em fiscalização de rotina, enquanto esperava para embarcar a Manaus/AM. A carga apreendida equivale a aproximadamente R$ 7 milhões.

A prisão ocorreu por de 1h30, no saguão do aeroporto, uma hora antes do voo partir. Um grupo de passageiros foi escolhido para ter as malas escaneadas no raio x. No caso do venezuelano, a máquina mostrou objetos densos, compactos, dentro das duas malas que estavam com ele.

Na ocasião, as malas foram abertas e foram encontradas dentro de garrafas barras de ouro em tamanhos variados, sem documentação. Diante dos fatos, foi dada voz de prisão em flagrante, pelo crime de transporte ilegal de ouro.

Comunicação Social da Polícia Federal no Pará
Contato: 91 98393-0775



PF apreende 55 kg de cocaína em navio no CE

Fortaleza/CE. A Polícia Federal apreendeu, na tarde deste domingo (29/10), 55 kg de cocaína ocultada em compartimento de um navio cargueiro atracado em Pecém/CE, em atuação conjunta com a Diretoria de Segurança do Complexo do Pecém e Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará.

A droga estava ocultada em tabletes que se encontravam em duas bolsas. O material suspeito foi identificado pela tripulação do navio na caixa de mar da embarcação, por meio de fiscalização de rotina.

O navio veio do Rio de Janeiro, passando por São Paulo, atracou em Fortaleza e terá como destino Las Palmas, na Espanha.

Diante da situação, a droga foi encaminhada para a Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará e será instaurado Inquérito Policial para investigar as circunstâncias do crime e identificar os envolvidos por tráfico internacional de drogas.

Comunicação Social da Polícia Federal no Ceará
Contato: (85)9.9972-0194

Motorista fica ferido após batida entre caminhão e carro na Avenida Aparecida

Foto: Giro Ipiaú

Um acidente na noite desse domingo, dia 29, na Avenida Aparecida, bairro Aparecida, deixou uma pessoa ferida. A colisão envolveu um carro modelo Focus, de cor preta, e um caminhão. O motorista do carro ficou ferido, sendo o único ocupante do veículo. O impacto da colisão foi mais intenso no lado do passageiro.

Foto: Giro Ipiaú

O condutor, morador da Rua do Cruzeiro, em Ipiaú, recebeu os primeiros socorros do SAMU e foi encaminhado para o Hospital Geral de Ipiaú. Preocupado com possíveis represálias, o motorista do caminhão deixou o local e buscou apoio em um posto de combustíveis até a chegada da Polícia Militar.

Foto: Giro Ipiaú

Segundo relatos de testemunhas, o motorista do carro teria realizado uma conversão na pista sentido a avenida que dá acesso ao bairro Irmã Dulce, quando foi atingido pelo caminhão que trafegava no perímetro urbano da BR-330 sentido saída de Ipiaú em direção à Jitaúna e Jequié. A Polícia Militar esteve no local e registrou a ocorrência.

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Fonte> Giro Ipiaú.


Organização Mundial do AVC alerta que 90% dos derrames são preveníveis

Uma em cada quatro pessoas com mais de 35 anos vai sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, em algum momento da vida – e 90% desses derrames poderia ser prevenido por meio do cuidado com um pequeno número de fatores de risco, incluindo hipertensão ou pressão alta, tabagismo, dieta e atividade física. O alerta é da Organização Mundial do AVC.

No Dia Mundial do AVC, lembrado neste domingo (29), a entidade destaca que a doença é uma das maiores causas de morte e incapacidade no mundo, pode acontecer com qualquer um em qualquer idade, e é algo que afeta a todos: sobreviventes, familiares e amigos, além de ambientes de trabalho e comunidades.

A estimativa é que mais de 12 milhões de pessoas no mundo tenham um AVC este ano e que 6,5 milhões morram como resultado. Os dados mostram ainda que mais de 110 milhões de pessoas vivem com sequelas de um AVC. A incidência aumenta significativamente com a idade – mais de 60% dos casos acontece em pessoas com menos de 70 anos e 16%, em pessoas com menos de 50 anos.

“Mais da metade das pessoas que sofrem um derrame morrerão como resultado. Para os sobreviventes, o impacto pode ser devastador, afetando a mobilidade física, a alimentação, a fala e a linguagem, as emoções e os processos de pensamento. Essas necessidades complexas podem resultar em desafios financeiros e cuidados para o indivíduo e para os seus cuidadores”, alerta a organização.

Entenda

De acordo com o neurologista e coordenador do serviço de AVC do Hospital Albert Einstein, Marco Túlio Araújo Pedatella, o AVC acontece quando há uma obstrução do fluxo de sangue pro cérebro. Ele pode ser isquêmico (quando há obstrução de vasos sanguíneos) ou hemorrágico (quando os vasos se rompem). Em ambos os casos, células do cérebro podem ser lesionadas ou morrer.

“Os principais fatores de risco que temos hoje pro AVC são pressão alta, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, fumo, uso excessivo de bebida alcoólica, além de outros fatores que a gente não consegue interferir muito, como idade, já que acaba sendo mais comum em pacientes mais idosos, sexo masculino, pessoas da raça negra e orientais e histórico familiar, que também é um fator de risco importante.”

Jovens

Apesar de o AVC ser mais frequente entre a população acima de 60 anos, os relatos de casos entre jovens têm se tornado cada vez mais comuns. Pedatella lembra que, nesses casos, os impactos são enormes, uma vez que a doença pode gerar incapacidades importantes a depender do local e do tamanho da lesão no cérebro.

“Acometendo um paciente jovem, uma pessoa que, muitas vezes, vai deixar de trabalhar, vai precisar fazer reabilitação, gerando enorme gastos. Em vários casos, dependendo da sequela, esse paciente precisa de ajuda até pra andar, então, vai tirar um familiar do trabalho pra poder auxiliar. Então acaba aumentando muitos os gastos de seguridade social, além dos gastos com tratamento e reabilitação.”

“Infelizmente, a gente não tem um remédio que trate, que cure essas lesões. Os pacientes melhoram com a reabilitação, mas dependendo da lesão, do tamanho, da localização, podem ficar com alguma sequela mais incapacitantes.”

Reconhecendo sinais

O especialista explica que reconhecer os sinais de um AVC e buscar tratamento rapidamente não apenas salva a vida do paciente, mas amplia suas chances de recuperação. “O AVC é um quadro repentino, súbito. Acontece de uma vez.”

“A pessoa tem perda de força ou de sensibilidade de um ou de ambos os lados do corpo; perda da visão de um ou de ambos os olhos; visão dupla; desequilíbrio ou incoordenação motora; vertigem muito intensa; alteração na fala, seja uma dificuldade para falar, para articular palavras, para se fazer ser compreendido ou compreender; além de uma dor de cabeça muito intensa e diferente do padrão habitual”.

“É recomendado que, na presença de qualquer um desses sinais, entre em contato com o serviço de urgência para que o paciente possa ser avaliado por um médico e afastar a possibilidade de um AVC. A gente tem uma janela muito estreita, no AVC isquêmico, pra poder tratar esse paciente e evitar sequelas incapacitantes – até quatro horas e meia com tratamento medicamentoso e até seis horas com procedimento endovascular.”

Agência Brasil

Congresso ignora cidades mais pobres ao destinar emendas da Saúde

As emendas parlamentares para a Saúde deixam de priorizar os municípios mais pobres e com piores indicadores de atenção básica.

A conclusão é de estudo inédito do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), ao qual a Folha teve acesso com exclusividade. Baseado nessas conclusões, o levantamento propõe um índice para direcionar as emendas para as cidades que mais necessitam.

“Ao direcionar uma emenda para a saúde, olhar o índice é superinteressante. Em termos de pensar políticas públicas, você dá mais objetividade. Estamos propondo isso”, resumiu o secretário-geral do Gife, Cassio França. Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu.

O estudo analisou as preferências dos parlamentares na indicação das emendas entre 2018 e 2022 e de que forma é feita a distribuição e aplicação desses recursos em todos os municípios do Brasil.

Ao todo, R$ 47 bilhões foram para a Saúde no período, sendo R$ 27,2 bilhões de emendas individuais, R$ 7 bilhões a emendas de bancada e R$ 12,8 bilhões a emendas do relator.

Os recursos das emendas não têm priorizado municípios com os piores indicadores de saúde, aponta o estudo.

“Municípios com os índices mais baixos de mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, por exemplo, receberam em média 62% mais recursos per capita do que os municípios com maiores dificuldades nesse indicador”, calcula o levantamento.

Os recursos de emendas também não têm priorizado municípios mais pobres, com menos recursos próprios para a saúde.

“Municípios com os menores valores de orçamento per capita são os que menos têm recebido emendas para a atenção básica desde 2018, obtendo, em média, 59% menos recursos do que aqueles com maior disponibilidade de recursos municipais para a saúde”, diz o estudo.

Para o Gife, os parlamentares “deveriam priorizar investimentos na atenção primária ao alocar sua cota de emendas à saúde”.

“Os municípios com os piores níveis de cobertura da atenção básica são os que menos têm recebido recursos de emenda parlamentar”, apontou o levantamento.

“Apesar de concentrarem quase 46% da população brasileira, os municípios com cobertura de Atenção Básica do Programa Saúde da Família em nível muito baixo [menos de 70% de cobertura] receberam quatro vezes menos em valores per capita do que municípios com cobertura completa”, indicou o estudo.

Na escolha do município que receberá os recursos, eles deveriam “considerar critérios de equidade, levando em conta a necessidade de recursos, de universalização da atenção básica e de melhoria das condições de saúde da população, priorizando os municípios com indicadores que sugerem maior necessidade de financiamento adicional”.

Outro problema revelado pelo estudo é que, do total, cerca de 96,6% foram para os municípios e quase tudo na modalidade fundo a fundo —que tem menos transparência e permite menos controle na aplicação dos recursos.

Além disso, há uma alta concentração de despesas de custeio no total de recursos destinados. Só R$ 8,9 bilhões (18,6% do total) foram aplicados em obras, aquisição de material permanente e outras formas de investimento.

Isso acaba gerando uma dependência do município desse tipo de recurso para manter o pagamento das despesas contratadas em anos seguintes.

Para ajudar a solucionar a questão, o Gife criou o Índice de Necessidade Potencial de Emendas para a Atenção Básica, baseado nos indicadores de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis, mortalidade infantil, mortalidade materna e cobertura vacinal

Na separação por município, Santo Antonio do Descoberto (GO) é o que tem a pior situação, com índice 0,954. O indicador vai de 1 a 0, sendo um 1 a maior necessidade de recursos.

Em seguida vêm duas cidades de Roraima: São Luiz, com 0,953, e Cantá, com 0,951.

O estudo será divulgado nesta segunda (30) em audiência pública da Frente Parlamentar Mista da Saúde, na Câmara dos Deputados.

Lucas Marchesini /Folhapress

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