Polícia Federal vê indícios de ‘rachadinha’ no gabinete de Janones e pede quebra de sigilos

O deputado federal André Janones (Avante-MG)
A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal André Janones (Avante-MG) e de assessores e ex-assessores do parlamentar para avançar na apuração sobre esquema de rachadinha em seu gabinete.

“As diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado federal André Janones”, afirma a PF no pedido.

Segundo a PF, as quebras de sigilo são necessárias para “investigar adequadamente esse tipo de conduta” e que é preciso rastrear “o fluxo financeiro e analisar o patrimônio dos suspeitos.

“Nesse contexto, o afastamento do sigilo bancário e fiscal se torna um passo essencial, pois possibilita um exame minucioso das transações financeiras e dos bens que possam ter vínculos com as práticas ilícitas em questão.”

A investigação teve início em novembro de 2023 por ordem do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). O estopim foi a divulgação de uma gravação de 49 minutos de uma reunião que ocorreu no Congresso em 2019, possivelmente em fevereiro, mês em que os parlamentares da legislatura 2019-2022 tomaram posse.

Em nota publicada em sua rede social, Janones afirmou que segue confiante de que será absolvido e diz ver com estranheza o pedido da PF, afirmando que desde o início das investigações teria colocado seus sigilos fiscal e bancário à disposição. Também reclama que não foi ouvido.

O deputado questiona ainda que teria sido apontado como suspeito um depósito que teria sido feito “quando nenhum dos assessores investigados trabalhavam mais” em seu gabinete.

O áudio mostra que o deputado reuniu seus então assessores com quatro objetivos que vão se desenrolando ao longo dos 49 minutos.

O primeiro era consultar os assessores que residiam em Ituiutaba (MG) sobre a disponibilidade de morarem ou irem semanalmente a Brasília, com o intuito de reforçar sua equipe na capital federal.

O segundo objetivo da reunião fica claro pouco mais de 15 minutos após o início da conversa, quando Janones diz que precisa falar uma coisa “extremamente delicada”.

É quando ele diz que alguns dos assessores vão receber um salário maior e que parte desse valor será usada para a recomposição do patrimônio particular que o deputado afirma ter perdido na malfadada campanha a prefeito de Ituiutaba, em 2016.

O terceiro objetivo da reunião era estimular os assessores a participar de uma vaquinha que poderia reunir até R$ 200 mil para bancar a eleição de alguns deles na disputa municipal de 2020.

Janones também manifesta, ao longo da reunião, um discurso de que não vai se corromper, que não tem apego ao mandato e que pode renunciar sem maiores traumas. Isso é dito, principalmente, para frisar a sua afirmação de que não manteria funcionários fantasmas, ou seja, assessores recebendo salário sem trabalhar.

Ele também estimula os auxiliares a atuar em benefício do próximo. “Eu tô aqui para servir o país, para fazer o melhor de mim e quem não tiver com esse espírito não vai ter a mínima condição de ficar”.

A PF ouviu os assessores citados no esquema desde novembro. Segundo o delegado do caso, a análise das declarações comparada com o conteúdo dos áudios “revela uma série de inconsistências e contradições”.

“Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de rachadinha, as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações”, diz a PF.

Para os investigadores, as quebras de sigilo são necessárias para esclarecer se foram cometidos outros crimes, como peculato —desvio de dinheiro público.

“O efetivo desvio de recursos públicos (parte da remuneração dos assessores) em benefício do deputado André Janones, para o seu próprio proveito ou de terceiros, é um crime grave e a sua potencial ocorrência neste caso não pode ser desconsiderada”.

Fabio Serapião/Folhapress

PF intima general Heleno para depor sobre ‘Abin paralela’; ex-ministro não se manifestou

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
A Polícia Federal (PF) intimou o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para prestar depoimento na investigação sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele é esperado na próxima terça-feira, 6, na sede da PF em Brasília.

A reportagem entrou em contato com o general, que ainda não se manifestou sobre a intimação.

A Abin fez parte da estrutura administrativa do GSI enquanto Heleno esteve no cargo. A agência passou para o guarda-chuva da Casa Civil em março de 2023, já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Abin é o principal órgão do sistema de inteligência federal e tem como atribuição produzir informações estratégicas sobre temas sensíveis, como ameaças à democracia e às fronteiras, segurança das comunicações do governo, política externa e terrorismo. Para a PF, a agência foi instrumentalizada no governo Bolsonaro e usada para atender interesses privados do grupo político do ex-presidente.

A Polícia Federal acredita que aliados de Bolsonaro infiltrados na Abin faziam parte de um grupo mais amplo responsável por uma espécie de serviço clandestino de “contrainteligência”.

Vejas as suspeitas levantadas pela PF sobre a Abin no governo Bolsonaro:

  • Monitoramento ilegal de parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro por meio do software First Mile, que acessa a geolocalização de celulares em tempo real;
  • Auxílio na defesa do senador Flávio Bolsonaro e de Jair Renan, filhos do ex-presidente, em investigações criminais;
  • Ataque às urnas eletrônicas;
  • Levantamento de informações sigilosas sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro;
  • Uso ilegal de ferramentas de espionagem, inclusive programas para invasão de computadores;
  • Tentativa de ligar os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao PCC;
  • Uso indevido do aparato de inteligência para monitorar uma promotora de Justiça do Rio que investigou o assassinato da vereadora Marielle Franco.
Fausto Macedo/Rayssa Motta/Estadão

Sebrae quer digitalizar 200 mil pequenas indústrias

O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) anuncia, nesta quarta (31), o início do cadastramento de pequenas e micro indústrias interessadas em usufruir dos recursos do programa Brasil Mais Produtivo para fazer a digitalização de seus negócios.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, disse à reportagem que será disponibilizada uma plataforma para a inscrição dos interessados.

“A meta é cadastrar 200 mil e, em quatro anos, orientá-los na busca da melhor alternativa de digitalização. O foco será a inteligência artificial. Queremos impulsionar a produtividade dessas empresas em 20%”, disse Lima.

Segundo ele, a plataforma funcionará como um funil. Cumprida a etapa do cadastramento, a segunda fase passa a ser o atendimento de até 50 mil empresas. Na terceira etapa, serão mais 30 mil.

“O Sebrae vai pegar na mão de cerca de 93 mil empresas ao fim desse processo,” disse. “Vamos oferecer consultoria e também as soluções [softwares, por exemplo] mais adequadas. Depois que o projeto estiver estruturado, a empresa pode obter financiamento com os recursos disponíveis do programa”.

Serão R$ 2 bilhões para transformação digital. O Sebrae participa com R$ 600 mil e o Senai com R$ 540 milhões. Também participam o BNDES e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Julio Wiziack/Folhapress

Aldo Rebelo critica Lula por tentar polarizar eleição de SP e apoiar Boulos: ‘Sabotou a Dilma’

Foto: Raisa Mesquita/Câmara dos Deputados
Ex-ministro em governos petistas, Aldo Rebelo considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se radicalizou politicamente e ideologicamente e tenta agora dividir São Paulo e o país em dois blocos, o que vai na contramão dos dois primeiros governos do petista, quando fez alianças com o MDB e nomes à direita como Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP-PI).Rebelo, próximo secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, atuará na campanha à reeleição de Ricardo Nunes (MDB-SP). Ele rebate Lula, que recentemente disse que a eleição na capital paulista será entre ele e Jair Bolsonaro (PL): enquanto o petista apoia Guilherme Boulos (PSOL-SP), o ex-presidente e o PL apoiarão a reeleição de Nunes.

“O MDB tem três ministérios no governo. Não faz sentido essa ideia que a eleição municipal vai repetir a polarização da eleição presidencial”, diz o futuro secretário. “Acho que ele [Lula] é atormentado por fatores que eu desconheço e que o conduzem a tentar fazer de São Paulo palco de uma guerra ideológica que não serve a ele, a São Paulo e ao Brasil”, continua.

Aldo Rebelo diz achar “estranho” que Lula e o PT apoiem Boulos diante da atuação do deputado federal durante o governo Dilma. O candidato do PSOL liderou manifestações contra a Copa do Mundo e também era crítico da política de alianças petistas com partidos do que hoje é chamado de Centrão.

“A tentativa de Boulos sempre foi a de substituir o PT como o grande partido das forças progressistas do Brasil. E se fosse necessário destruir o PT, não foi poupada nenhuma energia nesse sentido.”, afirma o agora aliado de Ricardo Nunes.

Ele conta que foi procurado pelo prefeito ainda em dezembro, antes de Marta Suplicy, sua antecessora no cargo de secretário, aceitar voltar ao PT para ser vice de Boulos. Aldo Rebelo, porém, explica que o convite feito no ano passado não foi específico para a pasta de Relações Internacionais. “Embora eu ache que provavelmente ele já desconfiasse que a secretária estava em negociações para apoiar o candidato do PT”, diz.

O ex-ministro está em um período de descanso em Alagoas, onde costuma sair em cavalgadas todas as manhãs. Ele só assumirá o cargo na prefeitura em fevereiro. Para isso, teve que licenciar-se do PDT, partido ao qual atualmente está filiado e que apoia o candidato do PSOL.

No PDT, ele se aproximou do grupo Nova Resistência, que, segundo o jornal O Globo, foi classificado como neofascista e disseminador de desinformação pró-Rússia pelo Departamento de Estado dos EUA. Também foi apontado como ameaça à segurança nacional pelo Banco Central em 2021.

O grupo defende a Quarta Teoria Política, filosofia criada pelo russo Alexandr Dugin, um dos principais influenciadores do pensamento de Vladimir Putin. Em seu site, a Nova Resistência propõe, por exemplo, proibir e expulsar “todas as ONGs globalistas do território brasileiro”.

Aldo Rebelo afirma que sempre aceita convites para fazer palestras e não foi diferente com o Nova Resistência, que na visão dele é um grupo nacionalista. Segundo o ex-ministro, há uma tentativa de classificar o nacionalismo como uma ideologia conservadora ou fascista, argumento do qual ele discorda.

“Não fazem a distinção entre o nacionalismo agressivo das nações fortes, esse sim um nacionalismo dominador que é uma ameaça à democracia, do nacionalismo das nações frágeis e emergentes, que querem apenas se proteger do nacionalismo dos fortes”, diz. O PDT expulsou cerca de 50 integrantes da Nova Resistência no segundo semestre do ano passado.

Ex-ministro da Defesa, Rebelo também critica o que vê como “revanchismo” da esquerda contra as Forças Armadas após os atos de 8 de Janeiro, fenômeno que, segundo ele, deriva da ditadura de 1964 e permanece até os dias atuais. “Os integrantes das Forças Armadas podem ter cometido os seus erros, mas dizer que as Forças Armadas como instituição participaram de articulação golpista não é verdade”, declara.

Confira os principais trechos da entrevista:

Quando o senhor assume a Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo?

Eu recebi o convite do prefeito ainda em dezembro, mas eu já estava em Alagoas passando uma temporada. Agora no começo do ano fui a São Paulo, tive uma conversa com o prefeito, mas também falei com o presidente Michel Temer e com o presidente do MDB, Baleia Rossi. Depois de pensar, eu concordei, mas disse que só assumiria no começo de fevereiro.

Acho que São Paulo tem um papel importante na agenda internacional do Brasil, que esse ano tem a presidência do G-20. A cúpula dos chefes de Estado será em Brasília, mas as reuniões importantes, ministeriais, acontecerão em São Paulo. A cidade também integra o consórcio das cidades ibero-americanas e o consórcio das cidades sustentáveis e todas essas instituições terão atividades em São Paulo.

O prefeito fez o convite para o senhor assumir a pasta em dezembro, quando a Marta Suplicy ainda estava no cargo?

Ele não fez o convite para a Secretaria de Relações Internacionais. Na época, ele disse que gostaria que eu participasse do governo. Não havia um convite específico para a pasta, embora eu ache que provavelmente ele já desconfiasse que a secretária estava em negociações para apoiar o candidato do PT.

Um dos argumentos utilizados pela Marta para deixar a prefeitura foi que ela não aceitou a aliança de Nunes com Bolsonaro. O senhor aceita. Por quê?

Eu não quero comentar a posição nem as opiniões da ex-prefeita Marta. Sou amigo dela, padrinho de casamento e fui candidato a vice numa chapa com ela. Tenho apreço por ela. O que eu posso dizer é que o prefeito de São Paulo integra um partido da base do governo do presidente Lula. O MDB tem três ministérios. O deputado Baleia Rossi apoia o governo e apoiou Lula no segundo turno. No primeiro, apoiou a eleição da ministra (Simone) Tebet. A própria Marta foi filiada ao MDB, e uma parcela importante do movimento sindical de São Paulo está com o prefeito Ricardo Nunes.

Portanto, a eleição em São Paulo quebra as linhas das alianças do governo federal. É absolutamente secundária a ideia de que essa eleição é uma eleição que vai repetir a polarização da eleição presidencial. Não faz sentido. Não é essa a realidade de São Paulo

O presidente Lula discorda do senhor. Ele aposta que a dinâmica da eleição será justamente a polarização entre ele e Bolsonaro em São Paulo.

Eu creio que o presidente Lula perdeu completamente a capacidade de construir e coordenar alianças heterogêneas, sem as quais é impossível governar o Brasil. Ele foi eleito nos seus dois primeiros mandatos em alianças heterogêneas. Ele escolheu um grande empresário [José Alencar], um representante da grande capital do Brasil, para ser o seu vice. Seus ministérios eram integrados por representantes importantes da indústria paulista, como o ministro [Luiz Fernando] Furlan, ou da agropecuária, como o ministro Roberto Rodrigues.

Eu creio que o presidente Lula hoje é um homem atormentado por razões que eu desconheço, mas que conduziram o presidente a uma radicalização política e ideológica e a dividir o Brasil em dois blocos. O Brasil não é isso. O Brasil é o resultado e a consequência de alianças heterogêneas que fizeram a Independência do Brasil, a abolição, a República, a industrialização do país, a redemocratização e fizeram inclusive os governos do presidente Lula, cuja base contava com o PMDB e os partidos de Valdemar Costa Neto e de Ciro Nogueira.

Como é que agora ele vai querer transformar o Brasil numa fronteira de guerra ideológica entre o petismo e o bolsonarismo? Eu acho que isso é completamente fora de sentido. Acho que ele é atormentado por fatores que eu desconheço que o conduzem a tentar fazer de São Paulo palco de uma guerra ideológica que não serve nem a ele e nem a São Paulo e ao Brasil.

O presidente e o PT vão apoiar a candidatura do deputado Guilherme Boulos.

O candidato a prefeito apoiado pelo presidente Lula usou o que pôde, de argumentos muito duros e de adjetivos muito fortes, contra o próprio presidente e seu partido. Era um homem que liderava os movimentos de sabotagem contra o governo da presidente Dilma, principalmente nos eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Tinha como alvo o governo e o próprio PT.

É essa a candidatura que vai representar a capacidade de unir São Paulo e o Brasil? Não creio. Aliás, acho muito estranho que, depois do que o Boulos disse do PT e do presidente Lula, ele consiga receber esse apoio. A tentativa de Boulos sempre foi a de substituir o PT como o grande partido das forças progressistas do Brasil. E se fosse necessário destruir o PT, não foi poupada nenhuma energia nesse sentido.

Como o senhor avalia a relação do governo Lula com os militares após a tentativa de golpe do 8 de janeiro? Parte da esquerda viu uma oportunidade de punir os militares e reformar as Forças Armadas, mas houve sinalizações de apaziguamento por parte do governo.

É a agenda do revanchismo. O golpe de 64 foi resultado de uma ampla aliança que envolveu os partidos políticos, governadores, mundo empresarial, a Igreja católica e a grande imprensa. Os militares entraram por último na articulação do golpe. Só que todo mundo foi saindo do golpe. Os empresários, os intelectuais, a Igreja saíram e se reuniram para depositar toda a culpa em cima dos militares. Isso permanece até hoje.

Desacreditar as Forças Armadas é um erro muito grave que, lamentavelmente, setores importantes do governo, com a complacência do Palácio e do próprio presidente Lula, insistem em fazer. Os integrantes das Forças Armadas podem ter cometido os seus erros, mas dizer que as Forças Armadas, como instituição, participaram de articulação golpista, não é verdade.

Não tem absolutamente nenhuma relação com a realidade esse tipo de atribuição. É como se a Guerra Fria, mesmo depois de seu fim, continuasse ainda a dividir o país ao meio, e acho que tem gente que se beneficia dessa divisão e faz todo o esforço para que ela se perpetue.

Mas os militares voltaram a ganhar espaço no Executivo no governo Bolsonaro e tiveram desempenho muito questionável em diversas áreas, como o general Pazuello no comando do Ministério da Saúde. Isso por si só não prejudica a imagem das Forças Armadas?

A presença de militares em governos civis não é uma novidade. Eu mesmo quando fui ministro do Esporte indiquei o general Fernando Azevedo e Silva para comandar a Autoridade Pública Olímpica e ele foi nomeado pela presidente Dilma. Depois, ele veio a ser ministro da Defesa do presidente Bolsonaro

Os servidores militares têm a tradição de ocupar funções civis com muita competência. Agora, se as forças políticas imaginam usar politicamente os militares é uma outra coisa completamente diferente. E isso não justifica que se arme uma ofensiva contra os militares.

O presidente Bolsonaro fez as suas indicações, mas nenhuma delas saiu das Forças Armadas. Não foi o ministro da Defesa, o comandante da Marinha ou o comandante do Exército que as fizeram. Foram indicações feitas pelo presidente da República.

Hoje, infelizmente, isso está sendo usado para a luta política contra as Forças Armadas, porque as instituições civis têm interesse em disputar esse espaço político com as instituições armadas. É uma espécie de luta por influência e poder. Nessa disputa, acho que as Forças Armadas têm muito mais compromisso com o interesse nacional, a memória e os valores do nosso país. Os seus erros devem ser avaliados, se seus integrantes cometeram erros devem ser punidos, mas isso não deve alcançar a instituição.

O senhor ficou 40 anos no PCdoB, mas desde 2017 já passou por PSB, Solidariedade e PDT. O que mudou: suas ideias ou o cenário político?

Durante esses 40 anos, as minhas convicções, crenças e valores não foram alterados. Desde muito jovem sou nacionalista e tenho grande admiração pelos heróis que construíram o Brasil e pelos valores e memórias brasileiros. Participei do movimento estudantil e nas minhas passeatas sempre levava uma bandeira do Brasil. O meu nacionalismo, meu apreço pela justiça social, pelos direitos sociais, como escola e saúde públicas, pelos direitos dos mais humildes são uma convicção, assim como a convicção democrática.

Essas convicções continuam. Agora, eu acho que houve uma mudança na esquerda, que abdicou dos valores nacionais, da questão nacional, e trocou essa ideologia do nacional, do democrático, e do popular por essa nova ideologia que é baseada na biologia, na raça e no gênero. Nas reivindicações individuais e não nas reivindicações coletivas. Nos direitos individuais e não nos direitos coletivos.

Na minha opinião, foram as circunstâncias que mudaram. Eu continuo com as minhas crenças.

O senhor é apontado como próximo do grupo Nova Resistência no PDT, classificado como neofascista em um relatório do governo dos Estados Unidos revelado pelo jornal O Globo e como uma ameaça à segurança nacional pelo Banco Central. Qual é a relação do senhor com esse grupo?

Eu sou convidado para fazer palestras para muitos públicos e sempre aceito. O grupo Nova Resistência me convidou para fazer e, pelo que eu tenho conhecimento, é um grupo nacionalista. Agora, no Brasil e no mundo há uma tentativa de se classificar o nacionalismo como sendo uma ideologia conservadora e alguns classificam mesmo como fascista.

Não fazem a distinção entre o nacionalismo agressivo das nações fortes, esse sim um nacionalismo dominador que é uma ameaça à democracia, do nacionalismo das nações frágeis e emergentes, que querem apenas se proteger do nacionalismo dos fortes.

Foi o nacionalismo que permitiu o processo de descolonização da África, que orientou a independência das colônias portuguesas e espanholas e que permitiu que as nações mais fracas construíssem o seu projeto nacional. E esse nacionalismo não caducou. Ele ainda permanece como uma causa atual e importante e esse é o nacionalismo que eu defendo.

Pedro Augusto Figueiredo/Estadão

Empregos com carteira assinada no Brasil caem 26,3% em 2023, aponta Caged

Foto: Agência Brasil

O Brasil gerou 1.483.598 de empregos formais em 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho. Em comparação com as 2.013.261 vagas geradas em 2022, o número é 26,3% menor.

O resultado do ano passado decorreu de 23.157.812 admissões e 21.774.214 demissões. O ano passado registrou o segundo pior resultado desde 2020 — início da série histórica. Em dezembro, o saldo ficou negativo em 430.159 vagas.

O mercado financeiro esperava um novo avanço no emprego no ano, e o resultado veio abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que indicava abertura de 1.538.250 postos de trabalho. As estimativas variavam entre abertura de 1.444.786 a 1.836.747 vagas em 2023.

Serviços

A abertura dessas vagas de trabalho com carteira assinada em 2023 foi puxada pelo desempenho do setor de serviços no ano, com a criação de 886.223 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 276.528 vagas.

Já a indústria geral gerou 127.145 vagas, enquanto houve um saldo de 158.940 contratações na construção civil. A agropecuária registrou abertura de 34.762 vagas no ano.

Em 2023, 27 unidades da federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho entre os Estados foi registrado em São Paulo, com a abertura de 390.719 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi do Acre, que registrou a abertura de 4.562 vagas no ano passado.

Após a criação de 125.027 vagas em novembro (dado revisado nesta terça), o mercado de trabalho formal registrou um saldo negativo de 430.159 carteiras assinadas em dezembro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados há pouco pelo Ministério do Trabalho.

O resultado do mês passado decorreu de 1.502.563 admissões e 1.932.722 demissões. O dado é o pior resultado para dezembro desde 2022, na série histórica iniciada em 2020. Em dezembro de 2022, houve fechamento de 455.715 vagas com carteira assinada, na série ajustada.

Desaceleração suave

Os resultados do Caged em dezembro corroboram a visão de desaceleração suave do mercado de trabalho, segundo o economista da XP Investimentos Rodolfo Margato, em nota.

“As contratações totais cresceram 1,2% em dezembro, para 1,935 milhão, nível historicamente alto. Em média, houve incremento mensal de 0,8% nas admissões ao longo de 2023″, escreve. “Por sua vez, os desligamentos totais subiram 1,8%, para 1,882 milhão, o patamar mais elevado do último ano. Este aumento veio acima do esperado, explicando a diferença entre a nossa projeção e o resultado observado no saldo total em dezembro”.

Os cálculos de Margato indicam que houve desaceleração da criação líquida de vagas formais de 65 mil em novembro para 55 mil em dezembro, em números com ajuste sazonal.

Para 2024, o economista prevê desaceleração para 1,1 milhão de vagas. “Conforme temos argumentado, o aumento do emprego formal continuará a apoiar o consumo das famílias em 2024″, afirma. A XP projeta crescimento de 3,0% para o PIB de 2023. A casa prevê arrefecimento para 1,5% em 2024, mas a projeção tem viés altista, atrelado à resiliência do mercado de trabalho e do consumo privado.

Para o head de pesquisa macroeconômica da Knitro Capital, João Savignon, os dados do mês passado são condizentes com a desaceleração em curso de toda a atividade econômica. “Apesar de ter havido certa surpresa negativa na margem, com um número de desligamentos maior que o projetado em dezembro, olhando sob um horizonte mais amplo, o desempenho está conforme o esperado”, afirma.

Segundo ele, o País vem de uma criação acima de 2 milhões de empregos formais em 2022, desacelera agora para pouco menos de 1,5 milhão e “deve seguir nessa tendência”. “Não é que teremos um mercado de trabalho frouxo agora, é um arrefecimento”, emenda.

A Knitro projeta saldo líquido positivo de pouco mais de 1,2 milhão de vagas no Caged de 2024. A estimativa, segundo Savignon, está compatível com a projeção de elevação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% no ano, ante crescimento em torno de 3% em 2023.

Em relação aos números de dezembro, Savignon reforça que o saldo negativo foi puxado pelas já tradicionais demissões de contratos temporários, principalmente no setor de serviços, no período. Descontados os efeitos sazonais, ele calcula que houve saldo positivo de 50 mil vagas no Caged do mês.

Considerando esse nível de dezembro, o economista aponta que a média móvel trimestral, também dessazonalizada, passou a rodar entre 70 mil e 80 mil novas vagas por mês, abaixo do nível observado até o meio do ano, quando o saldo positivo rodava próximo dos 100 mil, analisa.

O economista do Banco BV Christian Meduna destaca que o Caged permaneceu com criação líquida de postos formais em dezembro na série dessazonalizada, apesar do fechamento líquido de 430,159 mil vagas registrado pelos dados originais.

“O número do mês, com setor de serviços mais fraco, veio alinhado com as pesquisas recentes do IBGE que mostram fraqueza do setor, mas em nível ainda relativamente elevado”.

Para 2024, Meduna prevê um novo arrefecimento, desta vez para em torno de 800 mil postos formais. O movimento condiz, segundo ele, com a desaceleração esperada para o crescimento do PIB, previsto em 3% para 2023 e 1,5% para 2024.

Na série dessazonalizada, calcula, a expectativa é de um novo encerramento mensal positivo no fim deste 2024. “Deve sair de 85 mil vagas para um nível mais perto de 60 mil no fim do ano, é uma desaceleração gradual”.

Amanda Pupo/Sheyla Santos/ Estadão

Produtores rurais já podem realizar serviços relativos ao ICMS pela plataforma ba.gov.br

Os produtores rurais baianos agora podem solicitar via plataforma https://www.ba.gov.br, sem sair de casa, serviços como inscrição, alteração cadastral, reativação ou baixa no Cadastro de Contribuintes do ICMS (CAD-ICMS), prestados pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA). Com a novidade, os produtores rurais não precisam mais enviar as solicitações por e-mail, resolvendo as pendências relacionadas ao cadastro de contribuintes com mais comodidade, praticidade e segurança. 

Além de fazer as solicitações no conforto de casa, os produtores passam a contar com mais flexibilidade, já que podem acessar as informações do seu processo a qualquer momento, sete dias por semana. A comunicação com a Sefaz-BA também ganha em eficiência, já que as notificações e informações relevantes serão compartilhadas de forma mais rápida e eficaz. Outra vantagem da automação do processo é a redução de custos operacionais.


“Ao implementar este serviço para o produtor rural, nossa expectativa é contribuir para uma gestão mais eficiente, transparente e acessível, promovendo um ambiente mais favorável para esta categoria responsável pela produção agrícola em nosso estado”, afirmou o diretor de Atendimento da Sefaz-BA, Moisés de Souza Piropo Junior.


O novo serviço foi disponibilizado na plataforma ba.gov.br por meio da Coordenação de Transformação Digital, que integra a Superintendência da Gestão e Inovação (SGI) da Secretaria da Administração do Estado (Saeb).


Como acessar


Para utilizar o serviço, basta acessar o https://www.ba.gov.br e se autenticar por meio do CPF ou e-mail, digitando a senha cadastrada no portal. A autenticação também pode ser realizada com a conta gov.br. Depois, é só pesquisar pelo serviço “Solicitar inscrição, alteração cadastral, reativação ou baixa – Produtor Rural” e pressionar o botão “solicitar”. Em seguida, é necessário preencher um formulário, anexar a documentação necessária e confirmar a solicitação do serviço.


O cidadão será notificado a cada etapa de tratamento da solicitação por meio do WhatsApp e, também, poderá acompanhar sua solicitação via portal https://www.ba.gov.br ou aplicativo.

Secom  - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Concurso da Petrobras encerra inscrições nesta quarta-feira

Não é requerida comprovação de experiência profissional prévia
As inscrições para o concurso público da Petrobras que oferece 916 vagas imediatas de nível técnico terminam nesta quarta-feira (31), às 18h. O prazo está aberto desde 28 de dezembro, e a taxa de inscrição é de R$ 62,79.

Para se inscrever, é necessário selecionar uma das 16 áreas de ênfase no site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção de Promoção de Eventos (Cebraspe) e pagar a taxa até o dia 21 de fevereiro.

A remuneração mínima inicial é de R$ 5.878,82, e não é requerida comprovação de experiência profissional prévia.

A previsão é que as provas ocorram em 24 de março, em 40 cidades, incluindo todas as capitais.

A Petrobras destaca que é o primeiro concurso da companhia com reserva de vagas de 20% para pessoas com deficiência (PCD), percentual acima do mínimo exigido por lei, que é 5%. Além das vagas para PCD, o processo seletivo reserva também 20% de vagas para negros.

Agência Brasil

Transparência Internacional critica Lula por indicação de Zanin, Dino e Gonet

Cristiano Zanin foi indicado por Lula para o STF
A Transparência Internacional divulgou nesta terça-feira (30) documento em que critica a nomeação de Cristiano Zanin e Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal), além de fazer ressalvas à nomeação de Paulo Gonet para a PGR (Procuradoria-Geral da República), uma vez que Gonet não foi escolhido respeitando a lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

De acordo com a instituição, há no governo Lula uma negligência no “resgate da autonomia do sistema de Justiça”.

O relatório afirma que a escolha de um advogado particular de Lula para o Supremo (em referência a nomeação de Cristiano Zanin, feita em julho de 2023) é contrária à autonomia do Judiciário e “causou espanto e decepção em sua base de apoio”.

A nomeação de Flávio Dino também foi criticada por parte da sociedade, afirma o documento, dessa vez pelo “perfil político para um tribunal já excessivamente politizado”. O relatório cita também o desequilíbrio de gênero acentuado no Supremo com as duas indicações de Lula.

A instituição também aponta a prática de “judiciário de coalizão”, com o novo procurador-geral, Paulo Gonet escolhido a partir de negociações políticas que envolveram os membros do STF. Gonet foi nomeado em dezembro de 2023.

A Transparência Internacional afirma defender a escolha a partir da lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), fato que não ocorreu na escolha de Gonet.

O texto ainda critica relações impróprias entre magistrados, políticos e empresários e a falta de transparência da participação de juízes em eventos patrocinados, além de citar ações como a do ministro Dias Toffoli, que decidiu de maneira monocrática e “com fortes evidências de conflito de interesses e outras heteredoxias processuais” em casos de corrupção.

“No intervalo de pouco mais de dois meses, ele [Dias Toffoli] anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (rebatizada de “Novonor”) e suspendeu multa de mais de R$ 10 bilhões aplicada ao grupo J&F, proprietário da JBS”, aponta o texto.

Segundo o texto, a ambiguidade em relação ao combate à corrupção marca o primeiro ano do governo Lula, que falha na reconstrução de mecanismos de controle. O documento ressalta, entretanto, que a gestão Bolsonaro foi a grande responsável por piorar o quadro de corrupção no Brasil.

“Os anos de Jair Bolsonaro na Presidência da República deixaram a lição de como, em poucos anos, podem ser destruídos os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir”, aponta o relatório.

A instituição afirma que o governo Bolsonaro era “dedicado intensamente à neutralização” de pilares judicial, político e social de controle da corrupção, com o objetivo de proteger familiares ou evitar um processo de impeachment por seus “incontáveis crimes de responsabilidade”.

A publicação se dá no dia em que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi à PF para depor a respeito de uma postagem feita no ano passado nas redes sociais sobre a PF. Um dia antes, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão em apuração que investiga o recebimento ilegal de material da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para benefício próprio.

A PF também apura se outros dois filhos de Bolsonaro –o senador Flávio e Jair Renan– foram beneficiados pela agência durante a gestão do pai.

O relatório cita “o desmanche do pilar de controle jurídico” e a perda de independência de sistemas de controle como a PGR (Procuradoria-Geral da República), PF (Polícia Federal), CGU (Controladoria-Geral da República) e a própria Abin, além de outras instituições, durante o governo Bolsonaro.

“A peça central do desmonte, e com consequências mais graves e duradouras, foi a nomeação do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, que não apenas desarticulou o enfrentamento à macrocorrupção, mas foi também responsável por uma retração histórica nas funções de controle constitucional dos atos do governo”, afirma a instituição.

Também são citados o “orçamento secreto”, identificado como “macro esquema de corrupção institucionalizada”, a drástica redução da transparência no governo Bolsonaro e a disseminação de fake news e discurso de ódio.

Ana Gabriela Oliveira Lima/Folhapress

Prefeitura de Ipiaú promove feira de saúde nesta quarta-feira; saiba programação e os serviços ofertados

A Prefeitura de Ipiaú, por meio da secretaria de saúde convida toda a população para participar da Feira de Saúde em comemoração ao Janeiro Branco e Janeiro Roxo. O evento será realizado no dia 31 de janeiro, na Praça Rui Barbosa, das 9h às 13h.

Com o tema "Janeiro Branco: Saúde Mental Enquanto há Tempo" e "Janeiro Roxo Hanseníase: Conhecer, Tratar e Acolher", a feira tem como objetivo conscientizar a comunidade sobre a importância da saúde mental e disseminar informações cruciais sobre a hanseníase. Os participantes são incentivados a levar o Cartão do SUS, identidade e comprovante de residência para garantir um atendimento mais eficiente e personalizado.
Serviços Ofertados:
  • Vacinação
  • Aferição de pressão arterial e glicemia
  • Equipe endemias: combate às arboviroses
  • Testes rápidos com orientação
  • Planejamento familiar
  • Orientação em saúde bucal
  • Stand com orientação sobre a hanseníase
  • Ventosaterapia
  • Palestra sobre saúde mental
  • Orientações do setor de regulação
  • Massoterapia
  • Orientação nutricional
Além disso, a programação inclui atividades culturais e de entretenimento, como apresentações de voz e violão, bem como uma coreografia de dança das alunas da academia de saúde.
 
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Carlos Bolsonaro divulga imagens de sua casa após buscas da PF

O vereador Carlos Bolsonaro
O vereador Carlos Bolsonaro divulgou nesta terça-feira (30) imagens de sua casa no Rio alvo de uma operação de busca e apreensão realizada um dia antes pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.

“Cheguei há pouco em casa com muitas coisas reviradas e largadas abertas. Aos poucos reorganizando tudo”, escreveu em uma rede social.

A PF cumpriu nesta segunda-feira (29) mandados de busca e apreensão tendo como alvo o vereador, na terceira operação da investigação sobre a chamada “Abin Paralela” no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Agentes da PF vasculharam endereços ligados a Carlos na cidade do Rio de Janeiro (uma casa, seu gabinete na Câmara Municipal e seu escritório político), além da residência de veraneio da família, na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis.

Na decisão em que autorizou as buscas, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relata que o objetivo da PF foi “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]”.

“A organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras, com objetivo de ‘obter ganho de ordem política posto que criavam narrativas para envolver autoridades públicas de extrato politico oposicionista da então situação'”, escreveu Moraes.

A ação desta segunda-feira é uma nova frente investigativa mirando a família Bolsonaro, que nos últimos anos esteve no centro de apurações envolvendo, por exemplo, a prática de “rachadinha” e a articulação de milícias digitais.

Carlos, que foi o principal responsável pela estratégia de campanha online na eleição presidencial de 2018, já tinha sido incluído em inquérito sobre disseminação de fake news, ainda durante o mandato do pai. Ele não se manifestou sobre as buscas desta segunda-feira.

A autorização para as buscas —que foram solicitadas pela PF e tiveram parecer parcialmente favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República)— tem como base uma mensagem de 2020 em que uma assessora de Carlos pede, por meio de uma auxiliar de Alexandre Ramagem, então chefe da Abin, que levante informações sobre investigações contra o então presidente da República e seus filhos.

Na mensagem, a assessora Luciana Almeida diz: “Bom diaaaa Tudo bem? Estou precisando muito de uma ajuda”. Depois, ela envia outro texto com referência a inquéritos. “Delegada PF. Dra. Isabella Muniz Ferreira – Delegacia da PF Inquéritos Especiais Inquéritos: 73.630 / 73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos).” Link do Vídeo abaixo

 https://twitter.com/i/status/1752274119939273073

Juíza Marielza Brandão Franco toma posse como desembargadora do TJ-BA; magistrada é a 15ª empossada na atual gestão

 

Cerimônia ocorreu na última segunda-feira
O presudente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Nilson Soares Castelo Branco, empossou a juíza Marielza Brandão Franco no cargo de desembargadora. Ocorrido na manhã da última segunda-feira (29), o evento, prestigiado por amigos, autoridades e familiares da Magistrada, lotou o Gabinete da Presidência.

“Sua chegada ao 2º Grau representa não apenas o resultado de uma trajetória pessoal e profissional de sucesso, mas também a vitória das mulheres na defesa da igualdade de gênero”, disse o chefe do Judiciário baiano abrindo a solenidade de posse.

Na ocasião, ele rememorou a vivência com a juíza Marielza Brandão Franco antes mesmo do ingresso dela na Magistratura. Ao citar o trabalho desenvolvido pela juíza frente à 17ª Vara de Relação de Consumo, o chefe do Judiciário baiano destacou: “Ela reduziu o acervo em 80% e não há, sequer, um processo atualmente paralisado com mais de cem dias”, disse.

Após a leitura e a assinatura do Termo de Posse, o Castelo Branco realizou a entrega das vestes talares à nova desembargadora. “Recebo com muita alegria. Essa é uma missão que precisamos exercer com dignidade”, disse a magistrada durante a cerimônia. Promovida por critério de merecimento, em razão da aposentadoria compulsória do cargo por idade do desembargador Aldenilson Barbosa dos Santos, Marielza Brandão Franco é a 15ª a ocupar uma vaga de desembargador na gestão do presidente Nilson Soares Castelo Branco. 

Em 1990, com apenas 28 anos de idade, Marielza Brandão Franco entrou na Magistratura atuando na Comarca de Barra dos Mendes, sertão baiano. Na capital, entre outros cargos, atuou, em 1998, como coordenadora dos Juizados e depois juíza Substituta. Foi assessora do corregedor das Comarcas do Interior, desembargador Jatahy Fonseca, e assessora Especial da Presidência para Assuntos Institucionais no biênio 2016-2018. Marielza presidiu a Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) no biênio 2014-2015. Desde 1997, passou a atuar como Juíza na 64ª Vara de Substituições. Em 2015, começou a exercer as atividades judicantes na 17ª Vara de Relação de Consumo. 

Municípios se aproximam de eleições investindo mais do que estados e União

Sessão plenária do TSE, o órgão coordenará as eleições de 2024
Após elevarem o volume de investimentos públicos em 2023, os municípios se aproximam da disputa eleitoral deste ano registrando aportes maiores do que os observados entre estados e governo federal.

De acordo com dados do Tesouro Nacional atualizados neste mês, os municípios investiram o equivalente a 1% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre de 2023 —dado mais recente disponível. Enquanto isso, estados destinaram 0,8%; e a União, 0,3%.

Caso a tendência se consolide no fim do ano, cujos dados ainda não foram divulgados, será a primeira vez desde a pandemia (quando as prefeituras receberam repasses expressivos da União) com os municípios na liderança.

O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do Tesouro Nacional, David Athayde, diz que a elevação dos investimentos é impulsionada pela melhora no caixa. Segundo ele, a evolução foi causada pela recuperação da atividade no pós-Covid, pelos repasses extraordinários da União naquela época e por controle em despesas de pessoal (devido ao impedimento temporário criado na pandemia contra aumento de salários no funcionalismo).

“O investimento foi principalmente focado na parte de infraestrutura, como rodovias, prédios públicos e saneamento”, afirma.

Por causa da combinação de fatores, as administrações locais conseguiram fazer uma poupança que está sendo usada agora à medida que se aproximam as eleições municipais.

A arrecadação das prefeituras cresceu por outras razões. A falta de correção na tabela do Imposto de Renda, por exemplo, aumentou a quantidade de trabalhadores que precisam pagá-lo. Parte dessa receita adicional vai para os municípios via fundos de participação, que redistribuem parte da arrecadação federal com estados e municípios.

“Com mais dinheiro em caixa e sem muitas amarras, as prefeituras, diante do ciclo eleitoral, começaram a gastar”, avalia o pesquisador associado do FGV Ibre e sócio da BRCG Consultoria, Livio Ribeiro.

A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) concorda com a visão dos economistas e acrescenta outro fator: as emendas parlamentares.

“O cenário de elevada arrecadação em 2021 e 2022 permitiu aos municípios elevarem a sua poupança. No ano de 2023, a substancial elevação do investimento público municipal está relacionado com o uso dessa poupança e, em menor escala, com o recebimento de recursos federais (inclusive o de emendas)”, analisou a entidade em texto.

Além disso, um ponto da legislação eleitoral pode ter estimulado os investimentos em 2023. “Para 2024, em função das eleições municipais, há uma série de vedações para os gestores. Por exemplo, a criação de despesas que não possam ser cumpridas integralmente até o fim do exercício”, apontou.

O cientista político da FGV (Fundação Getulio Vargas), Sergio Praça, aponta o movimento como benéfico para os atuais prefeitos que buscam a reeleição. Com mais dinheiro em caixa, os poderes municipais têm mais margem para entregar políticas públicas na luta pelo voto.

“Esse tipo de gasto ajuda mais o prefeito do que o presidente fazendo a mesma coisa. A eleição municipal é diferente das outras”, diz. “Um prefeito que tem dinheiro para investir e concluir obras em ano eleitoral é muito mais imediatamente reconhecido pela população como o responsável pela benfeitoria”, afirma.

A maior disponibilidade de verbas para as prefeituras pode estimular uma competição maior nas eleições deste ano, diz Praça.

“Deixa [o cargo] mais atraente. Veremos depois quantos deputados estaduais e federais vão se candidatar à prefeitura. Ser deputado federal é uma posição poderosa, mas ser prefeito é mais ainda porque você tem um orçamento na mão”, diz.

Lucas Marchesini/Folhapress

Homem é preso por esfaquear a própria mãe em Ubatã

Um homem identificado como Adenilton Pereira, de 25 anos, mais conhecido como Tico, esfaqueou a própria mãe na noite desta segunda-feira, 29, na rua Alan Machado, em Ubatã. Conforme informou o Ubatã Notícias, o homem teria chegado à sua residência e se desentendido com uma irmã por conta de um sapato. A mãe foi intervir na discussão e acabou sendo esfaqueada e agredida pelo próprio filho. As facadas atingiram o rosto e o braço da dona de casa.

A Polícia Militar foi acionada e prendeu o homem em flagrante. Já a mulher, de 42 anos, foi atendida inicialmente pelo SAMU e na sequência foi levada ao Hospital César Monteiro Pirajá. A mulher está consciente e segue sob os cuidados da equipe médica. *Com informações do Ubatã Notícias

Moradores de áreas rurais em Ipiaú e região estão sem energia há 08 dias e seguem sem assistência da Coelba

Desde o início da semana passada, algumas áreas rurais nos municípios de Ipiaú, Ibirataia, Itagibá, Barra do Rocha e Dário Meira, enfrentam sérios problemas de falta de energia elétrica, gerando indignação dos moradores. Na região do Bom Sem Ferinha, completa-se hoje (terça-feira) oito dias que os clientes estão sem energia elétrica. Mesmo ligando para a central por várias vezes, as solicitações ainda não foram atendidas.

“É sempre a mesma conversa. A gente liga e eles dizem que as equipes estão trabalhando, e dão um prazo. Esse prazo vence, aí eles dão outro e assim vai nos enrolando, por um serviço que nos pagamos direitinho todo mês”, comentou um dos moradores afetados pelo descaso da Coelba.

As comunidades afetadas estão passando por transtornos, com prejuízos à rotina diária, perdas de alimentos perecíveis e comprometimento de serviços essenciais. A falta de investimentos adequados na infraestrutura e redução de pessoal são citados como possíveis causas da demora no atendimento da Coelba. Veja aqui como registrar reclamação contra distribuidora de energia elétrica

Por Giro Ipiaú

Destaques