Ipiaú registra segundo homicídio nesta terça-feira; homem foi morto dentro de casa no Santa Rita

Uma suposta disputa entre facções criminosas em Ipiaú pode ter causado mais uma vítima nesta terça-feira (13). Pouco mais de uma hora depois do homicídio nas proximidades da Rua Amâncio Félix, onde um jovem de 18 anos foi assassinado (ver aqui), indivíduo armado invadiu uma casa na Rua Tatiane Fernandes, no bairro Santa Rita, e atirou contra um homem identificado como Edson Jesus Aguiar, apelidado de ‘Neguinho’ e ‘Cheiroso’, ex-morador da Avenida Salvador.
A vítima foi morta na frente de uma criança de 02 anos de idade, filha de uma mulher que mora no imóvel. Edson ainda tentou fugir pelo quintal da casa, mas foi alcançado e executado pelo atirador. A criança não se feriu.  Conforme moradores informaram ao GIRO, a vítima morava há pouco tempo no imóvel.  A Polícia Militar isolou a áreas até a chegada do DPT que fará a perícia no local e encaminhará o corpo ao IML. Esse é o quarto homicídio registrado em Ipiaú este ano, dois deles apenas nesta terça-feira. (Giro Ipiaú)

Atentado a tiros deixa um morto e outro baleado na Amâncio Félix

Vítima tinha 18 anos (Foto: Giro Ipiaú)

A violência desencadeada desde a noite de segunda-feira, 12, em Ipiaú, quando um jovem de 23 anos foi baleado na perna, prossegue nesta terça-feira, 13. No período da manhã, moradores do Bairro Santa Rita, relataram disparos de arma de fogo, mas sem vítimas. Já no final da tarde, por volta das 17h30, novamente foi registrado um atentado a tiros e desta vez próximo a Rua Amâncio Félix, bairro Euclides Neto, resultando em um homem morto e outro baleado.

Foto: Giro Ipiaú

Conforme as informações apuradas no local pela reportagem do GIRO, um indivíduo a pé se aproximou de um jovem de 18 anos, identificado como Rian Santos. Foram ouvidos cerca de cinco disparos. Rian foi atingido e não resistiu, morrendo no local. A vítima residia na Rua do Honório e trabalhava numa adega no bairro.

Foto: Giro Ipiaú

Um homem de prenome Deivid, que estava sentado no passeio de uma casa nas proximidades foi vítima de uma bala perdida. O tiro teria atingido a região das costas. Ele recebeu os primeiros socorros de uma equipe do Samu e será encaminhado para o Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié.

Foto: Giro Ipiaú

A Polícia Militar isolou a área do local do crime acionou o DPT. A Polícia Civil investigará a autoria e motivação do crime. A suspeita que a violência registrada em Ipiaú desde a noite de segunda-feira esteja ligada a uma disputa entre facções criminosas. (Giro Ipiaú)

Bancada da bala critica desfile da Vai-Vai: 'Demonizou a polícia'

A agremiação foi a primeira a desfilar no sábado, no Anhembi, em São Paulo, com o enredo "Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano"
Deputados da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, conhecida como bancada da bala, criticaram o desfile da escola de samba Vai-Vai por, segundo eles, "demonizar" a polícia. Procurada, a escola não havia se manifestado até a noite de ontem

A agremiação foi a primeira a desfilar no sábado, no Anhembi, em São Paulo, com o enredo "Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano". Uma das alas era composta por pessoas fantasiadas de policiais do Batalhão de Choque. Eles usavam chifres e asas vermelho-alaranjadas, fazendo alusão a demônios.

"A que ponto chegamos?", questionou o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da frente e primeiro-vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa. "Lamentavelmente, vivemos uma sociedade na qual a polícia é desvalorizada e humilhada diariamente", afirmou o deputado Sargento Portugal (Podemos-RJ), para quem a escola protagonizou um "escárnio com esses heróis anônimos da sociedade", em referência aos policiais.

"Não há justificativa para fazer tamanha imbecilidade contra os policiais, categoria que rala diariamente, sob condições precárias, para proteger aqueles que eles nem conhecem", prosseguiu o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).

Delegados

Além dos parlamentares da bancada da bala, também o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) reclamou do desfile, dizendo que a escola "tratou com escárnio a figura de agentes da lei".

"É de se lamentar que o carnaval seja utilizado para levar ao público mensagem carregada de total inversão de valores e que chega a humilhar os agentes da lei", diz a nota do sindicato.

por Estadão Conteúdo

Casos de Covid crescem 140% em São Paulo e especialistas temem explosão após Carnaval

A média móvel semanal saiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro, último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

(FOLHAPRESS) - Análise inédita feita pela plataforma SP Covid-19 Infotracker, criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mostra que a capital paulista registrou aumento de 140% de casos positivos de Covid em duas semanas.

Com o avanço, cresce a preocupação dos especialistas de que haja uma explosão de registros da doença no pós-Carnaval.

A média móvel semanal saiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro, último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

Se considerados períodos anteriores, o salto é ainda maior. Em relação a 24 de dezembro de 2023, data em que foram registrados 91 casos, por exemplo, o aumento é de 344%.

Laboratórios e hospitais também registraram alta da taxa de testes positivos de Covid. Segundo a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), janeiro deste ano fechou com um índice de 26% de confirmação, o dobro do computado no mesmo mês de 2023 (13%).

No Hospital Albert Einstein (SP), a alta de testes positivos nas cinco primeiras semanas deste ano foi de 43% (707 contra 1.013) em relação ao mesmo período de 2023.

Segundo Wallace Casaca, coordenador da plataforma Infotracker, há um aumento consistente de casos desde o final do ano passado. Os dados disponíveis não indicam alta de internações ou mortes.

"A gente espera um pico de casos de Covid nas próximas semanas. Bem menor, bem menos grave do que vimos em anos anteriores, devido à vacinação, mas teremos um boom, sem dúvida."

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas (SP), tem avaliação parecida. "Agora, no pós-Carnaval, vai ser uma explosão de casos, felizmente sem gravidade", diz.

Segundo Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), as aglomerações do Carnaval sempre provocam uma alta no número de casos quando já existe uma onda em curso.

"Se tem uma tendência de aumento, com a circulação aumentada do vírus, a proximidade entre as pessoas potencializa a transmissão e deve acelerar um pouco no pós-Carnaval."

Embora a Covid não seja mais uma emergência de saúde desde 2023, e, com a alta taxa de vacinação pacientes com a doença tem sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite, o Ministério da Saúde diz que o protocolo a ser seguido permanece o mesmo.

De acordo com a nota mais recente, medidas como isolamento, uso de máscaras e higienização sanitária seguem importantes, "principalmente para aquelas pessoas em maior risco para desenvolver doença grave, e para reduzir as chances do desenvolvimento de condições pós-Covid com cada nova infecção".

O último Boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na quinta (8), mostra aumento no número de novos casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) associados à Covid-19 em vários estados da região Norte, especialmente no Amazonas e no Tocantins, e no Mato Grosso (Centro-Oeste).

A análise é referente à semana epidemiológica 5, de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, e tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe) até o dia 5 de fevereiro.

De acordo com a análise, apesar de haver um sinal de possível desaceleração do crescimento entre os idosos no Pará, isso não ocorre entre as crianças e os adultos jovens, faixas nas quais segue o aumento.

Segundo Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, a recomendação para as pessoas de grupos de risco (de idade avançada ou que tenham alguma imunossupressão, por exemplo) é não pular Carnaval.

"Fica em casa, curte os desfiles pela TV, escuta pelo rádio, para não correr o risco de acabar se expondo e eventualmente desenvolver um caso grave."

Para Wallace Casaca, o principal fator associado à alta de casos é a circulação de novas variantes do coronavírus.

De acordo com a plataforma de sequenciamento mantida pela Fiocruz, as subvariantes da Ômicron que estão levando a essa rápida escalada são as do grupo JD e a do grupo JN.

"Pela tendência, a JN.1 [descendente da variante Pirola, que é a BA.2.86), e subvariantes derivadas desse grupo têm ultrapassado as demais na corrida da transmissão", afirma Casaca.

A cepa é também a que mais está em circulação nos Estados Unidos. Detectada pela primeira vez no país em setembro do ano passado, a JN.1 foi responsável por 44% dos casos de Covid em meados de dezembro, muito acima dos cerca de 7% registrados no final de novembro, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), agência do governo americano.

Leia Também: Potes de água dos pets precisam ser higienizados para evitar dengue

Portal da Transparência vai mostrar para onde vai a Emenda Pix, mas não no que é gasta

O Portal da Transparência do governo federal vai passar a ter um ambiente específico para a Emenda Pix. Com a mudança, será possível saber qual parlamentar indicou o recurso e a prefeitura ou Estado beneficiado, mas não no que o dinheiro foi usado.

A natureza da Emenda Pix torna impossível essa transparência na ponta. Técnicos do governo colocaram esse tipo de transferência no alvo, apesar de o setor político não querer bater de frente com o Congresso.

Revelada pelo Estadão, a emenda Pix é um repasse sem transparência que dribla a fiscalização. O recurso cai diretamente no caixa das prefeituras e dos governos estaduais antes de qualquer licitação, obra ou compra de equipamento.

Como não há nenhuma vinculação com políticas públicas nem prestação de contas, a sociedade não sabe como foi gasta essa parcela bilionária do Orçamento.

Daniel Waterman/Estadão Conteúdo

Exército diz que medidas contra alvos da PF dependem da Justiça

Operação da PF investiga tentativa de golpe de Estado
O Exército informou que as providências contra alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), serão tomadas “em conformidade com as decisões jurídicas”.

Deflagrada na quinta-feira (8), a operação investiga organização criminosa que, segundo a corporação, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder.

Dentre os alvos da operação estão diversos militares que integraram o governo de Bolsonaro.

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que as investigações acerca do assunto estão a cargo de inquérito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conduzido pela Polícia Federal”, diz a nota.

“O Exército, enquanto Instituição que prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto.”

Agência Brasil

Inmet: temperaturas altas e chuvas marcam terça de carnaval

Sede do Inmet
As altas temperaturas registradas ao longo dos últimos dias em todo o país não devem dar trégua nesta terça-feira (13) de carnaval. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o calor, somado à alta umidade do ar, deve provocar chuvas pontuais, mas intensas, acompanhadas de raios e rajadas de vento – sobretudo no período da tarde.

O meteorologista Olivio Bahia explicou que a faixa litorânea próxima ao Pará e ao Amapá, até o norte do Maranhão, pegando também o litoral do Piauí e o Ceará, deve registrar acumulados de chuva pontuais. No interior do Nordeste, entretanto, a chuva começa a diminuir. Chuvas pontuais devem ser registradas no Sudeste e no Sul do Brasil.

“As temperaturas não dão tréguas. Temperaturas bastante elevadas em todas as regiões do Brasil, com máximas podendo superar os 37 graus Celsius (°C) e até os 38 °C”, completou o meteorologista, em vídeo divulgado pelo Inmet nas redes sociais.

Paula Laboissière/Agência Brasil
Unlabelled

Ivete Sangalo chora e cogita despedida de bloco de Carnaval: ‘Não está me fazendo bem’

Em lágrimas, Ivete Sangalo fez um desabafo em cima do trio elétrico e disse que considera uma despedida do bloco de Carnaval do qual participa há anos no circuito Barra-Ondina, em Salvador. Após incidentes durante o bloco Coruja nesta segunda (12), ela se emocionou ao falar sobre os acontecimentos com os fãs.

“Isso está enchendo meu coração de angústia”, falou. “Será que hoje não é nossa despedida do Coruja? Será que a gente não tem que repensar isso?”

A fala de Ivete aconteceu depois de um tubo de gás carbônico explodir e deixar duas pessoas feridas em cima do trio da cantora. Em outro momento do desfile, a cantora precisou interromper o show para evitar que o trio, que estava inclinado, tombasse. Os convidados que estavam em cima do veículo foram orientados a ir para o outro lado, para contrabalançar o peso. 

Assista o vídeo aqui no X

“Eu não sou uma cantora que sobe no trio e que se f*da todo mundo. Eu não quero isso. Isso não está me fazendo bem”, desabafou Ivete. “Ontem, a gente saiu e foi tudo bem, porque não aconteceram coisas. Hoje, aconteceram coisas.”

Ela também lamentou problemas técnicos que aconteceram nos dias anteriores, incluindo um atraso de horas. “No primeiro dia do nosso Carnaval, atrasou. Manobra dali, manobra daqui. O cavalinho do nosso carro de apoio destravou. Se eu pudesse, eu descia carregava e travava. Mas eu não posso fazer isso. Tive que obedecer às regras do universo que fez com que o cavalinho soltasse”, explicou.

Gabriela Bonin/Folhapress


Ministros do STF veem possibilidade consistente de Bolsonaro ser preso

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acredita que existem evidências sólidas que justificam a prisão de Jair Bolsonaro, especialmente após a divulgação de um vídeo de uma reunião ministerial em julho de 2022. A Polícia Federal descreveu momentos desse encontro, ressaltando a “dinâmica golpista” da cúpula do governo na época em relação ao processo eleitoral. A informação é da colunista Bela Megale, do jornal “O Globo”.
Contudo, atualmente, os juízes também consideram o aspecto político ao ponderar sobre a possibilidade de decretar a prisão. Alguns deles até mesmo cogitam a hipótese de o ex-presidente se tornar uma espécie de mártir nesse contexto

Tribunais somam 40 milhões de processos com erros de nome, RG, CPF ou endereço de autores e réus

Pelos tribunais brasileiros, quase 40 milhões de processos, ou cerca de 20% do total dos feitos que tramitaram nos últimos anos em todo o país, foram identificados com algum tipo de erro, o que aumenta a morosidade e dificulta a atuação de servidores do Poder Judiciário. São problemas como falta de documentação das partes (autor e réu), dados errados ou falsos, falta de informações e assunto jurídico cadastrado de maneira incorreta.

Desde 2020, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) compila junto aos tribunais o número de demandas com problemas, chamadas de ações com inconsistências. São processos que se iniciaram nas últimas décadas e que estiveram em tramitação nesse período de análise. A meta do CNJ é diminuir o maior número possível de causas com algum tipo de erro, mesmo com processos que estejam arquivados. Pelos números atuais, de um montante de 195.595.520 ações, 39.790.342 tiveram erros identificados até novembro de 2023.

Procurado, o CNJ apontou que o objetivo do painel é justamente auxiliar os tribunais na correção e na melhoria das informações processuais cadastradas. “Os tribunais focam mais na solução dos casos mais novos e em trâmite. É natural que haja uma parcela de processos mais difícil de ser corrigida”, argumenta o CNJ.

Entre tribunais estaduais, 146,7 milhões de processos foram analisados e, 32,1 milhões apresentaram erros. Em Alagoas, por exemplo, segundo dados do CNJ, de 1.650.475 de litígios, pouco mais de 515 mil apresentaram problemas, o que representa 31,2% das ações analisadas. É a unidade federativa com mais problemas em processos, em termos porcentuais. Em São Paulo, a porcentagem de processos com erros é de 24,3% (10.675.922 em universo de 43.972.482 ações analisadas).

Um juiz de São Paulo afirmou ao Estadão que magistrados têm ciência dos casos que acabam atrasando ainda mais o ritmo dos tribunais. “Advogados, muitas vezes, entram com cadastro cheio de erros e o cartório tem que acertar os erros. Cadastram errado o nome, o endereço, o assunto do processo. Dou exemplo: entraram com mandado de segurança e não colocaram classe de mandado de segurança, colocaram diferente. Então, vai o cartório arrumar, mas nem sempre o pente fino pega, porque falta servidor, muito processo para pouca gente”, disse. Os problemas também são encontrados na Justiça Federal (Tribunais Regionais 1, 2, 3, 4, 5 e 6). De acordo com os dados disponibilizados pelo CNJ, pouco mais de 5 milhões de ações apresentaram algum erro. Foram avaliadas 26,5 milhões de demandas.

Advogados pedem melhorias no sistema dos tribunais

Mestrando em direito pela Universidade de Marília (Unimar), o advogado Douglas Garcia explica que, muitas vezes, o cliente do advogado fornece dados de maneira verbal e há necessidade de o defensor conferir os dados com documento oficial. “O advogado quando vai ajuizar a ação, ele pede documento do cliente, que às vezes fornece número pelo WhatsApp ou e-mail. E o advogado já começa a elaborar a petição. Depois, quando o cliente envia o documento para anexar ao processo, há necessidade de conferir. Se não conferir, e lançou com base no que o cliente passou por WhatsApp, verbal ou e-mail, pode ocorrer essa divergência”, disse.

Garcia, que é especialista em processo civil e imobiliário, afirma também que os tribunais poderiam tentar vincular os dados com órgãos governamentais, o que evitaria informação de documentos falsos, por exemplo. “Seria interessante se o próprio sistema do tribunal fosse vinculado aos sistemas governamentais. A gente coloca o RG ou CPF do cliente, o sistema já vai buscar essas informações. E a gente não consegue saber se o RG do cliente ou da parte contrária é falso. O sistema poderia dar um suporte em relação a isso”, defende.

Advogado especialista em contencioso civil e tributário, José Arnaldo da Fonseca Filho afirma que, em alguns casos, os problemas ocorrem porque os advogados são induzidos ao erro. “Se estou peticionando pelo meu cliente contra uma outra pessoa, eu preciso desses dados. E muitas vezes os dados estão equivocados, proposital ou não, num documento, contrato. Então, somos induzidos ao erro. Com a tecnologia isso melhorou”, disse o advogado que atua no Distrito Federal.

Fonseca Filho também cobra um sistema único para petição de ações, o que evita a repetição de inclusão de dados em cada tribunal do País. “O Poder Público tem ferramentas e poderia investir mais, o próprio CNJ, com a unificação dos programas, integração mais eficaz com sistemas da Receita Federal, do Tribunal Regional Eleitoral, porque facilita cada vez mais. Eu entro com ação no TJ daqui de Brasília, é o sistema PJe. Em cada tribunal tenho que cadastrar partes. Em São Paulo é o E-Saj, no Rio, outro sistema. Se tudo fosse unificado seria mais fácil”, afirmou.

No Código de Processo Civil (CPC), o artigo 319 diz, em seu inciso segundo, que a petição inicial deverá indicar “os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”. O parágrafo primeiro também permite que o autor da ação solicite ao juiz diligências para obter os dados do réu, por exemplo.

Já o artigo 321 é claro ao afirmar que, se o juiz verificar que a petição inicial não preenche os artigos anteriores, o advogado deve corrigir o documento em um prazo de 15 dias. “Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial”, diz o parágrafo único do artigo.

Heitor Mazzoco/Estadão Conteúdo

Na África, Lula e Wellington Dias vão tratar da criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

O presidente Lula viaja hoje à África
Em sua primeira viagem internacional de 2024, o presidente Lula, acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, utilizará a reunião da cúpula de países africanos para buscar apoio à sua proposta de estabelecer uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no âmbito da ONU. A informação é do colunista Valdo Cruz, do G1.

A iniciativa, lançada por Lula durante uma reunião do G20, visa criar uma força-tarefa específica do G20 para implementar medidas emergenciais contra a fome e a pobreza global, com ênfase nos países africanos. Vale ressaltar que o Brasil está atualmente liderando o G20 até novembro.

Nesta terça-feira (13), Lula parte para uma visita ao Egito e à Etiópia. Na Etiópia, ele participará, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que reúne representantes das 55 nações africanas.

Lula bate o martelo e escala Rui Costa para reforçar articulação política no Congresso

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, será um dos articuladores no Congresso
Com o objetivo de aprimorar as relações políticas com o Congresso Nacional, especialmente com a Câmara dos Deputados, o presidente Lula decidiu escalar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como o novo articulador do Palácio do Planalto junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com a CBN, o entendimento foi construído durante uma reunião entre o líder do Partido dos Trabalhadores e o presidente da Câmara na última sexta-feira (9), em Brasília.

No início do ano legislativo, na semana passada, Lira criticou o governo, destacando a falta de cumprimento de acordos e as dificuldades de diálogo com o Palácio do Planalto.

Política Livre

Gasto militar global dispara e atinge maior nível da história

Gasto militar global dispara e atinge maior nível da história
O gasto militar global disparou em 2023 e atingiu o maior patamar da história moderna, descontadas as duas guerras mundiais do século 20. No tenso ano passado, os países gastaram um pouco mais do que um PIB do Brasil em defesa.

A conta foi feita pelo IISS (sigla inglesa para Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), de Londres, na divulgação nesta terça (13) de seu referencial anuário sobre o estado das Forças Armadas do planeta, o “Balanço Militar”.

O think-tank apurou um crescimento de 9% nos gastos com armas no ano passado, chegando a US$ 2,2 trilhões (R$ 10,9 trilhões hoje). Em termos nominais e relativos, é o maior valor dos 65 anos da série histórica da publicação que, como estudos semelhantes, nunca viu tanto dinheiro sendo desembolsado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Os Estados Unidos seguem incontestes como o país mais poderoso da história moderna. Em 2023, empenharam 41% do gasto militar total do planeta, seguidos pela China (10%) e a Rússia (5%). Tudo o que os americanos despendem no setor equivale a pouco mais do que o gasto dos 14 outros países do ranking juntos.

A aliança militar comandada por Washington, a Otan, teve um aumento substancial de seus gastos, reflexo da Guerra da Ucrânia: 8,5% do bolo total, excetuando os EUA. Em termos reais, foi um aumento de quase 40% em seus gastos com defesa, o maior do mundo, o que desautoriza um pouco a crítica recente feita pelo ex-presidente americano Donald Trump sobre o apetite europeu de se defender.

Por outro lado, não é algo homogêneo: a Polônia transformou-se em um grande centro de investimento militar, prometendo gastar 4% de seu PIB com defesa, enquanto a rica Alemanha, alvo preferencial da ameaça de Trump de não cumprir a defesa mútua da aliança se voltar à Casa Branca, despende 1,57%.

Outro polo notável é a Índia, que ultrapassou o Reino Unido e assumiu o quarto lugar, com 3,3% da despesa global (US$ 73,6 bilhões).

No caso dos rivais dos EUA na Guerra Fria 2.0, o IISS ressalva que o gasto de Pequim e de Moscou é, aplicando critérios de Paridade de Poder de Compra que levam em conta custos de produção, bem maior. Os chineses aplicaram o equivalente a US$ 407 bilhões, não os US$ 219,5 bilhões nominais. Os russos, US$ 296 bilhões na prática, e não US$ 108,5 bilhões.

Os EUA também puxam a fila dos países no quesito crescimento dos gastos, sendo responsáveis em valores reais por 22,2% do total. Entre as outras grandes potências, a Rússia foi quem mais investiu, refletindo a militarização de sua economia de olho em um conflito prolongado contra a Ucrânia, invadida há quase dois anos. Foi um salto real de 18,6% em investimentos, que levou a um gasto em proporção do PIB de 4,8%.

“Hoje os russos gastam um terço do que têm para investir em defesa”, afirmou o diretor-geral do IISS, Bastian Giegerich. Como já fizera no ano passado, contudo, o instituto pintou um quadro de perdas militares enormes tanto para russos quanto para ucranianos.

Segundo estimativa do IISS, Putin perdeu 3.000 tanques na guerra e hoje tem uma frota ativa de 1.750 unidades. Antes do conflito, ela tinha 3.387 desses blindados prontos para agir, mas é preciso colocar em perspectiva que muitas das perdas diz respeito às quantidades maciças de equipamento antigo em estoque que foi posta em campo.

“Claramente eles colocaram quantidade acima da qualidade”, disse o analista de forças terrestres do IISS, Douglas Barry. Mas Giegerich afirma que, no ritmo atual, Moscou pode conseguir manter seu esforço de guerra neste campo por mais dois ou três anos baseado em estoques, e no meio-tempo o avanço de sua produção militar tende a compensar as perdas.

Para a Ucrânia, o cenário é o de dificuldades conhecidas. O IISS ressaltou os sucessos assimétricos de Kiev ao impedir a livre atuação da Frota do Mar Negro da Rússia com o uso de drones, e ataques com aviões-robôs em pontos distantes do território russo.

A guerra Israel-Hamas foi outro exemplo levantado pelos especialistas para enfatizar o peso da assimetria, destacando a brutal eficácia do ataque do grupo terrorista palestino de 7 de outubro passado e o risco dos ataques houthis no mar Vermelho. “Israel ainda não alcançou seus objetivos estratégicos”, disse Giegerich em videoconferência, em que destacou o papel do Irã como desestabilizador regional.

Os analistas apontaram para desenvolvimentos no Indo-Pacífico, como a aliança militar entre EUA, Austrália e Reino Unido, como novo fator para uma corrida armamentista. Em 2023, o aumento real de despesas na região asiática foi de 5%.

No ranking geral, o Brasil subiu de 15 para 14 no ranking de gasto militar do mundo. Os dados do IISS são compatíveis, embora algo diferentes daqueles aferidos em termos de execução orçamentária, e há a diferença mais importante: em 2023, 80% da despesa brasileira foi com pessoal ativo e inativo, enquanto isso não entra nas contas do padrão Otan, por exemplo.

Há, por óbvio, dificuldades metodológicas que o próprio instituto assume, como definir exatamente o gasto russo, pulverizado. Outros países estrategicamente importantes em suas regiões, como a Síria, a Coreia do Norte ou a Venezuela, não têm esses dados disponíveis.

Em termos de efetivos pelo mundo, o IISS apontou uma estabilidade em 2023 ante 2022, ainda que a Rússia e a Ucrânia tenham aumentado suas Forças Armadas —Moscou para 1,1 milhão de soldados, o quarto maior número do mundo atrás de China, Índia, EUA e Coreia do Norte, e Kiev, para 800 mil militares. Ao todo há 20,6 milhões de fardados no mundo, 367 mil deles no Brasil.

Igor Gielow/Folhapress

Destaques