Bolsonaro visita apoiadora que teria caído de árvore durante ato na Av. Paulista
Na legenda, o ex-presidente informa que a visita foi realizada na Santa Casa de São Paulo. Segundo portal UOL, a mulher caiu da árvore e teve um dos pulmões perfurado quando participava da manifestação em apoio a Bolsonaro.
Em publicação no X (antigo Twitter), Bolsonaro mostra também o momento em que tira fotos com algumas pessoas que estavam no hospital.
O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo, 25, reuniu milhares de manifestantes na Avenida Paulista. As principais estimativas quanto ao público são divergentes: a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que 600 mil pessoas estiveram na via e, se considerados os presentes na região adjacente à Paulista, a projeção vai a 750 mil; já o Monitor do Debate Político no Meio Digital, projeto de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), calculou que cerca de 185 mil pessoas estavam na avenida durante o pico do protesto.
Procurada, a Santa Casa de São Paulo disse que informações sobre pacientes são fornecido apenas para familiares e/ou responsáveis. Até a publicação desta matéria, a SSP-SP não respondeu sobre o acidente e estado da mulher.
Conselho do MP define aumento de auxílio-moradia de até R$ 10 mil para procuradores
Sede do Conselho Nacional do Ministério Público |
Os procuradores que recebem salários próximos do teto da profissão, o equivalente aos R$ 41,6 mil pagos ao procurador-geral, podem faturar mensalmente até R$ 10,4 mil. De acordo com sites que monitoram as folhas de pagamento do Poder Público, a média salarial de um procurador da República em início de carreira é de R$ 30 mil. Esse profissional iniciante poderá, portanto, receber R$ 7,5 mil por mês para custear sua moradia, sem interferir no salário líquido.
Atualmente, os procuradores não recebem de maneira fixa o benefício. Ele é concedido apenas para aqueles que, por necessidade profissional, precisam ser transferidos para fora dos domicílios atuais.
As mudanças no texto
Em dezembro, um ato assinado pela então procuradora-geral interina da República Elizeta Ramos permitiu o aumento do benefício. Ela mudou o artigo de uma portaria publicada em 2018, que autorizava revisões anuais do valor. A medida foi adotada um dia antes da sabatina e aprovação do novo procurador-geral, Paulo Gonet.
O texto muda o parágrafo único do artigo 4º da Resolução 194/2018, que previa ser de responsabilidade do presidente do CNMP, todos os anos, revisar o valor máximo do auxílio-moradia. Agora, o parágrafo único passa a vigorar com seguinte texto: “O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% do subsídio do Procurador-Geral da República.”
A regulamentação foi assinada por Paulo Gonet é de 5 de fevereiro último.
PT programa festa de aniversário e cobra até R$ 20 mil por ‘jantar especial’ com presença de Janja
Foto: Claudio Kbene/PR |
No anúncio, a secretária nacional de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, afirma que o encontro será “um belo momento de confraternização”. Ela afirmou ainda que Janja “tem ajudado muito a organização da programação cultural do jantar”. Sobre os valores, Gleide afirmou que “quem tem mais paga mais, quem tem menos paga menos”.
Os petistas esperam a presença do presidente Lula, o que ainda não foi confirmado. Não será a primeira vez que o PT realiza evento com finalidade de angariar fundos para a legenda. No ano passado, o partido realizou uma festa junina com convites que custaram até R$ 5 mil. Os participantes também esperavam Lula, que não foi por recomendação médica.
O jantar de confraternização dos 44 anos do PT será no dia 20 de março, às 20h, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), que fica no Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 2, Conjunto 63, lote 50 – Asa Sul, em Brasília.
Consolidação de perda do PP para Bruno mostra baixo grau de interesse do governo em Geraldo Jr.
Até Mário Negromonte Jr. embarcou na canoa de Bruno Reis |
A bem da verdade, o apoio a Bruno foi puxado pelo ex-deputado Cacá Leão, figura próxima tanto ao prefeito quanto ao ex, ACM Neto (União Brasil), para quem defendeu, desde o primeiro momento, o apoio do PP para o governo da Bahia em 2022, mesmo quando o partido ainda permanecia na base do governo Rui Costa (PT), do qual seu pai, João Leão, hoje deputado federal, era vice.
A campanha estadual foi deflagrada, ocorreu um qui-pró-có na base governista até o lançamento do nome do governador Jerônimo Rodrigues para a sucessão, o PP rompeu com o governo, apoiou Neto e Cacá foi nomeado chefe da Casa Civil da Prefeitura. Forçados pelo rompimento, praticamente todas as lideranças do partido, inclusive os deputados, acompanharam Leão no apoio a Neto.
Com a derrota do ex-prefeito, no entanto, e montado o governo Jerônimo, os deputados acharam que era hora de voltar para a base estadual, apesar de o PP ter tido seu espaço cativo redividido, inclusive com o MDB, que, em movimento inverso, deixara Neto para apoiar Jerônimo, indicando Geraldo Jr. à sua vice. Mas os deputados sempre se queixaram de que nunca foram plenamente readmitidos no governo.
Apesar de entenderem que seria difícil trazer Cacá de volta para a base estadual, o que apontava para a manutenção de um partido com os pés nas duas canoas – do governo e da Prefeitura -, como muitos fazem, os parlamentares tinham a expectativa de que a campanha municipal, especialmente em Salvador, reabrisse as portas do governo para a sigla.
Como o executivo não se movimentou, até o deputado federal Mário Negromonte Jr., presidente estadual do PP, que não embarcou na campanha de 2022 de Neto com vontade, mantendo sempre uma linha de aproximação com o governo, resolveu se juntar a Cacá para consolidar o apoio a Bruno. Embora não se acredite que os deputados do PP assumam hoje um candidato em Salvador, se tivesse interesse em ajudar Geraldo Jr. o governo não deixaria a legenda escapar.
Com o PP, Bruno agrega à campanha mais tempo de TV, além de dinheiro do fundo eleitoral, fazendo, em termos partidários, um a zero no concorrente do governo ainda no pré-treino.
Bolsonaro conversou com Temer antes de discurso na Paulista e incorporou pedido de pacificação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursa em ato na avenida Paulista |
Segundo relatos, o ex-mandatário buscou Temer para conversarem sobre o script do que Bolsonaro falaria no trio elétrico. O recado de Temer foi no sentido de pedir pacificação, o que Bolsonaro ouviu e incorporou na sua fala.
A informação foi revelada pela GloboNews e confirmada pela Folha.
Depois, Temer levou o recado a alguns ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), de que o ex-presidente não radicalizaria em seu discurso.
Esta não foi a primeira vez que Bolsonaro buscou Temer como conselheiro e interlocutor com a corte. Em setembro de 2021, depois de xingar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de canalha, exortar descumprimento de decisões judiciais, o então presidente percebeu que esticou a corda e recorreu a Temer para escrever uma carta recuando de ameaças golpistas.
Agora, de acordo com interlocutores, o emedebista disse a Bolsonaro que ele deveria adotar tom de pacificação e de defender o enfrentamento por meio do voto. Os dois pontos foram acatados.
“Eu busco, [governador Ronaldo] Caiado, é a pacificação. É passar uma borracha no passado”, disse Bolsonaro, num tom muito abaixo de outros atos na Paulista.
“Agora temos eleições municipais, vamos caprichar no voto, em especial, para vereadores e prefeitos também. E nos preparemos para 2026. O futuro a Deus pertence”, afirmou também.
Bolsonaro falou em “abuso de alguns” no seu discurso, o que não estava no roteiro discutido com Temer, mas tampouco foi visto como grave. De acordo com interlocutores do emedebista, ele aprovou a fala do ex-presidente.
Em 9 de setembro de 2021, dois dias após atacar o STF, Bolsonaro divulgou uma nota na qual recuou, disse que não teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e atribuiu palavras “contudentes” anteriores ao “calor do momento”.
“Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar”, afirmou.
A mudança de tom do presidente após repetidos xingamentos a integrantes da corte desagradou grupos bolsonaristas, foi elogiada pelos presidentes do Senado e da Câmara, mas vista com ceticismo pelos magistrados.
Horas depois de divulgá-la, Bolsonaro usou sua live semanal para tentar se justificar a apoiadores, dizendo não haver “nada de mais” na nota, e voltou a questionar as urnas eletrônicas e a provocar o ministro do STF e então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso.
Antes da divulgação de nota, Bolsonaro conversou com Alexandre de Moraes, numa ligação intermediada por Temer. O emedebista indicou o magistrado para o STF.
Na véspera, ele também fora acionado pelo Planalto por conselhos para administrar os bloqueios de caminhoneiros.
Então, Temer pegou um avião da FAB de São Paulo para ir para Brasília conversa com Bolsonaro. Segundo quem acompanhou a conversa, o diálogo foi institucional e Bolsonaro adiantou o que divulgaria posteriormente na carta pública, escrita com a ajuda de Temer: que nunca teve a intenção de agredir, que foi afetado pelo calor do momento e que acredita na harmonia entre os Poderes. Não houve pedido de desculpas.
Polícia Civil desarticula laboratório de drogas na Engomadeira
Equipamentos e insumos para fabricação e distribuição de entorpecentes foram apreendidos em duas residências na localidade da Lajinha.
Os policiais chegaram ao local depois de levantamentos investigativos decorrentes de denúncias. No local, foram apreendidos materiais utilizados para a produção e distribuição de entorpecentes. Não foi encontrado nenhum suspeito nos imóveis.
Foram apreendidos nos dois imóveis vizinhos, 19 balanças de diversos modelos, uma embalagem com substância em pó de cor branca, 12 pacotes plásticos contendo fermento, microtubos, dois liquidificadores, uma peneira e invólucros plásticos, uma máscara bala clava na cor preta, uma placa de cerâmica e uma capa de colete balístico.
O material apreendido foi encaminhado para a perícia, no Departamento de Polícia Técnica (DPT). O Denarc segue com as investigações para identificar e prender os responsáveis pelos materiais e o tráfico de drogas. A população pode repassar informações de forma anônima no Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ligando para 181.
Suspeito de homicídio em Jequié tem mandado cumprido
Um adolescente, de 15 anos, também foi apreendido e já teve o pedido de internação provisória deferido pela Justiça. Alexsander foi morto a tiros dentro da sua residência e a motivação está relacionada a rivalidade entre grupos criminosos.
Imagem ilustrativa: Ascom-PC
Lula cede a Lira e abre flanco de insatisfação no Senado
O presidente Lula, Arthur Lira e líderes da Câmara em reunião no Palácio da Alvorada |
São atribuídas ao chefe do centrão o recuo do governo no veto ao calendário de pagamento das emendas parlamentares e a articulação para barrar o nome do senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de Lula, mas rival declarado de Lira, na relatoria da CPI da Braskem.
A nova relação Lula-Lira foi acertada entre ambos em reunião no Palácio da Alvorada, no último dia 9, ocasião em que o presidente da Câmara obteve canal direto de contato com Lula e a sinalização de uma relação diária com o Planalto mais azeitada, inclusive com a escolha do interlocutor.
Em vez de Alexandre Padilha, o responsável formal pela articulação política do governo, mas que caiu em desgraça com Lira, foi escalado o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A aproximação ocorreu após um duro discurso de Lira na retomada dos trabalhos legislativos, recheado de recados ao Palácio do Planalto, que em suas palavras deveria cumprir acordos firmados e aceitar que a gerência do Orçamento não é exclusividade do Executivo.
Na última quinta-feira (22), por exemplo, Lula recebeu Lira e vários outros deputados federais para um amistoso encontro no Palácio da Alvorada, com mesa de frios vinho e uísque. No dia seguinte, Lira afirmou que o presidente da República vai apoiar o candidato que ele definir para sucedê-lo no comando da Câmara, em fevereiro de 2025.
Integrantes do Senado afirmam que o tratamento não tem sido o mesmo por lá, apesar de o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ter caminhado ao lado de Lula desde a eleição. Lira, por outro lado, era o principal sustentáculo legislativo de Jair Bolsonaro (PL) e apoiou o ex-presidente em sua tentativa de reeleição.
A ação do governo Lula para barrar Renan na relatoria da CPI, e por suposta exigência do principal adversário político do senador, pode ter efeito na base governista do Senado, afirmam congressistas.
Renan foi o grande articulador da CPI e tinha o apoio de Pacheco para relatar os trabalhos. Ele conseguiu colocar a comissão de pé mesmo com a articulação interna contrária do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), e do líder da bancada do PSD. Otto Alencar (BA).
Renan abandonou o colegiado, porém, após o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), aliado de Lula, ter indicado para a função o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
“Com encaminhamentos que ensaiam domesticar a CPI, não emprestarei meu nome para simulacros investigatórios”, disse Renan, afirmando ainda ter sido vetado “por mãos ocultas, mas visíveis” —em referência que foi entendida como sendo a Lira, contra quem trava uma turbulenta rivalidade em Alagoas.
Havia temor do grupo do presidente da Câmara de que na relatoria da CPI Renan agisse para desgastar politicamente o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), aliado de Lira. A CPI foi criada em meio ao risco de colapso da mina de sal-gema da Braskem em Maceió.
Omar Aziz justificou a escolha afirmando buscar “isenção” que não haveria em Renan por ele ser alagoano.
À Folha o presidente da CPI negou que tenha havido pedido de líderes do governo ou de Lula para que Renan fosse vetado. “Só conversei com o presidente Lula ontem [quinta-feira], por telefone, e esse assunto nem foi mencionado”, disse Aziz.
A reportagem não conseguiu falar com Renan. Lira não se manifestou.
Além da questão relativa ao senador de Alagoas e às emendas parlamentares —o governo havia vetado a proposta aprovada pelo Congresso de pagamento das emendas de 2024 até junho, mas agora anuncia que vai recuar—, um outro episódio recente é atribuído ao centrão da Câmara.
Trata-se da exoneração no dia 16 do assessor especial da secretaria executiva da Fazenda, José Manssur, responsável pela elaboração das regras que regulamentaram o setor de apostas esportivas no Brasil, conhecidas como “bets”. O centrão teria interesse nesse cargo.
Lula foi eleito tendo uma base de esquerda minoritária tanto na Câmara como no Senado, por isso foi obrigado a fechar acordos com partidos de centro e de direita.
Na Senado o caminho se mostrou menos difícil, justamente pelo apoio de Pacheco e de Renan, além do suporte do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que caminha para voltar a comandar o Senado em 2025.
Mesmo assim, a oposição bolsonarista é expressiva —há sete ex-ministros de Bolsonaro, além de seu ex-vice, Hamilton Mourão, e de seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ), reunindo quase sempre pouco mais de 30 das 81 cadeiras.
Na Câmara Lula decidiu ainda na transição apoiar a reeleição de Lira, mesmo o presidente da Casa tendo chefiado a tropa legislativa que tentou dar um segundo mandato a Bolsonaro.
A avaliação, na época, era a de que o PT não tinha força para fazer o presidente da Casa, situação que persiste. A esquerda controla apenas cerca de um quarto das 513 cadeiras. A oposição, outro quarto. Metade das vagas é controlada pelo centrão e outros partidos de centro e de direita, em especial PSD, MDB e União Brasil.
Devido a isso, a relação em 2023 de Lula com a cúpula da Câmara sempre foi mais tensa do que a relação com a cúpula do Senado, o que ameaça desandar agora, dizem congressistas.
Além do caso relativo a Renan, pegou mal no Senado a comparação feita por Lula da ação de Israel em Gaza à de Adolf Hitler com os judeus.
Alcolumbre é judeu e um dos principais aliados de Pacheco, que cobrou publicamente uma retratação por parte de Lula. O próprio líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), disse que Lula passou do ponto.
O petista não só não se retratou como reafirmou nesta sexta-feira (23) entender que Israel promove um genocídio em Gaza e que suas palavras anteriores foram deturpadas pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
Lula também sofre desgaste no Senado em relação ao projeto de reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.
Desde o fim do ano passado, parlamentares defendem que Pacheco devolva a medida provisória da reoneração sob o argumento de que o Congresso já deliberou sobre o tema ao derrubar o veto do presidente Lula e manter o benefício.
De acordo com parlamentares, esse é um assunto já pacificado no Senado e Lula só amplia a insatisfação ao protelar uma definição sobre o assunto.
Na última quarta-feira (21), o governo decidiu enviar um projeto de lei com urgência constitucional após reunião entre Pacheco, Padilha e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Lula evita falar sobre ato de Bolsonaro, e jornalista é vaiada após pergunta
O petista foi questionado diretamente sobre o assunto durante um evento no Palácio do Planalto, mas optou por não responder. A jornalista que realizou a pergunta acabou vaiada por militantes de movimentos sociais presentes.
Lula participou na manhã desta segunda-feira de uma entrevista a jornalistas, no Palácio do Planalto, para a apresentação de um programa para dar uso social a imóveis abandonados da União, com a ministra Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).
Após a fala inicial do mandatário e da ministra, foi aberto espaço para perguntas. No entanto, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) informou que as perguntas seriam destinadas apenas para Esther Dweck e para o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Uma jornalista aproveitou a presença de Lula ao lado dos ministros e então questionou sobre o ato promovido por Bolsonaro —após ter realizado perguntas para os ministros também. Ela foi vaiada por militantes que estavam presentes no evento.
Os ministros então responderam as respectivas perguntas e o questionamento endereçado a Lula acabou ignorado. Pouco depois, o presidente deixou o evento, antes de seu término.
Após a sua saída, outra jornalista perguntou aos ministros Rui Costa, Esther Dweck e Paulo Pimenta (Secom) se algum deles comentaria o ato bolsonarista. Novamente não houve resposta.
Neste domingo (25), Bolsonaro reuniu governadores, parlamentares e milhares de apoiadores em um ato na avenida Paulista. A manifestação de força acontece justamente no momento em que avançam as investigações contra Bolsonaro e seus aliados a respeito de uma trama golpista para mantê-lo no poder.
Acuado pelas investigações, Bolsonaro buscou maneirar um pouco no tom de sua fala. Não desferiu a sua tradicional agressividade contra o STF (Supremo Tribunal Federal), falou em pacificação, disse que as eleições presidenciais de 2022 eram “página virada da nossa história” e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.
O presidente também negou a existência de uma trama golpista.
“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil”, disse. “Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência”, afirmou o ex-presidente diante de seus apoiadores.
Rui Costa diz que governo busca solução para repor emendas, mas preservando programas sociais
O ministro da Casa Civil, Rui Costa |
Costa, no entanto, afirma que essa alternativa está sendo estudada de forma a preservar os recursos de programas sociais, citando especificamente o Bolsa Família e o Vale Gás.
“Não tem prazo [para apresentar uma solução], estamos dialogando. Eu fui deputado federal, fui relator da Saúde, em 2011. Naquela época, quando parlamentar queria acrescer emenda, ele aumentava a estimativa de receita e colocava o que queria. Ele mudava o valor da receita e acrescentava o hospital dele. Não mudava o orçamento do Executivo”, afirmou o ministro.
“Só que hoje, com o arcabouço, essa prática não é possível. Colocar R$ 5 bi precisa de tirar de algum lugar, tirou do vale gás, bolsa família. Aquela escola não funcionará o ano inteiro, se o valor for mantido. Se a gente mantiver isso, quer dizer que em julho ou agosto esse órgão ou universidade irá parar. Por isso houve o veto, estamos dialogando e estamos buscando alternativas de atender as demandas solicitadas sem sacrificar eventualmente o funcionamento de órgãos tão essenciais ou de funções sociais tão importante, como o Vale Gás, o Bolsa Família”, completou.
No fim de janeiro, o presidente sancionou o Orçamento de 2024 com o veto de R$ 5,6 bilhões sobre as emendas de comissão. As emendas são o principal mecanismo pelo qual deputados e senadores destinam recursos para os seus redutos eleitorais.
O governo prometeu a parlamentares apresentar ainda em fevereiro um plano para reverter o corte no orçamento nas emendas de comissão. O objetivo do Palácio do Planalto é tentar evitar uma nova crise com o Congresso Nacional na volta dos trabalhos legislativos.
A medida, no entanto, já provocou uma reação da parte dos parlamentares, que indicaram que o veto de Lula pode ser derrubado. O corte atingiu principalmente os ministérios que são comandados por indicados pelo centrão.
Deputado federal Ruy Carneiro é condenado a 20 anos de prisão
Ele foi condenado por pelos crimes de peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro |
A decisão foi proferida pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, na última quinta-feira (22), em segredo de Justiça, mas revelada pelo G1 neste domingo (25).
Além de Carneiro, outras três pessoas foram condenadas pelo mesmo processo, e podem recorrer em liberdade. Os delitos teriam sido cometidos quando o deputado foi secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer do estado da Paraíba.
‘Operação Mosquete’: PMs e agente penal são investigados por tráfico de armas
Sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA) |
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Salvador, nas residências dos investigados, em estabelecimento comercial e nas sedes do 22º Batalhão da PM de Cajazeiras e da 23ª Companhia Independente (CIPM) de Tancredo neves. Os mandados foram expedidos pela Vara de Auditoria Militar da Comarca de Salvador. Foram apreendidas miras de fuzis, munição e drogas. Os policiais são investigados de terem colocado à venda quatro fuzis modelo Colt por R$ 70 mil cada um, recolhidos pelos PMs em posse de integrantes de facção criminosa com atuação no bairro de Cajazeiras. A comercialização teria acontecido via grupo fechado de aplicativo de mensagem formado por policiais.
Segundo as investigações, ainda no interior da viatura utilizada na apreensão, os policiais militares postaram as imagens das armas, com anúncio de preço. Dois fuzis teriam sido comercializados e o restante entregue para reparo ao agente penal e seu pai, proprietário de uma loja de armas no bairro de Cidade Nova. O material apreendido durante a operação será submetido a conferência e análise da Force, Correg e Gaeco e, posteriormente, encaminhado aos órgãos competentes para adoção das medidas cabíveis.
Milei compartilha mensagens que associam Lula ao Hamas e exaltam ato de Bolsonaro
Uma das mensagens compartilhadas por Milei dizia “Lula es pro Hamas. Bolsonaro es pro Israel. Fin” [Lula é pró Hamas. Bolsonaro é pró Israel. Fim].
Outra afirmava que o ato de Bolsonaro foi uma mobilização do povo brasileiro “contra el autoritarismo de Lula y contra el acoso y persecución a la oposición” [contra o autoritarismo de Lula e o acossamento e perseguição da oposição].
Uma mensagem compartilhada por Milei também descrevia o discurso de Bolsonaro como “um discurso histórico” e em defesa da liberdade.
O presidente argentino também compartilhou mensagem que afirmava que no domingo se definia “el rumbo de la politica en Brasil y la resistencia contra la dictadura de Lula da Silva” [o rumo da política no Brasil e a resistência contra a ditadura de Lula da Silva”].
Uma última mensagem descrevia o ato como “massivo protesto anti-Lula” e mostrava vídeo em que Bolsonaro balançava uma bandeira de Israel, remetendo à crise diplomática gerada pela declaração em que Lula comparou a ação de Israel na Faixa de Gaza à de Adolf Hitler contra os judeus.
Em agosto do ano passado, antes de vencer as eleições, Milei chegou a dizer que, caso fosse eleito, não manteria relações com o Brasil ou países liderados por “comunistas” e nem se reuniria com Lula após assumir a Casa Rosada. Por diversas vezes, ele também ameaçou um afastamento com outro parceiro estratégico da Argentina, a China.
Em dezembro, o discurso de Milei mudou e ele chegou a convidar para a sua posse o mandatário brasileiro, que acabou apenas enviando o seu chanceler, Mauro Vieira, quebrando uma tradição de quatro décadas. A última vez que presidente ou vice não foi a Buenos Aires ocorreu em 1983.
No começo de fevereiro, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, afirmou que conta com o Brasil para ajudar a Argentina a superar a grave crise econômica que o país enfrenta e que a única divergência entre os dois países é no futebol.
Autor da lei, Ricardo Almeida comemora lançamento da Carteira de Identificação para pessoas com Fibromialgia
Vereador de Salvador, Ricardo Almeida (Podemos) |
“Reconhecer o sofrimento das pessoas que sofrem com Fibromialgia é obrigação do Estado. E eu digo Estado nos seus três entes federativos: municípios, estados e União. E o que eu fiz, através do gabinete, foi dar visibilidade àqueles que sofriam as escondidas. Sofriam, às vezes, reclusos dentro de casa, se deprimindo, se angustiando, porque muitas vezes o fibromiálgico passa por situações constrangedoras de extremo preconceito e discriminação pelo desconhecimento das pessoas da doença”, comemorou o edil autor do projeto que se tornou a lei nº 9.708 /2023.
Ricardo salientou que, por ser uma doença silenciosa, que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica, mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. É acompanhada por sintomas típicos, como sono não reparador e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e alterações da concentração e de memória.
Ricardo também é autor do projeto que prevê a distribuição gratuita na rede municipal de medicamentos que um fibromialgico precisa fazer uso diariamente para amenizar suas dores. De acordo com o vereador, alguns desses medicamentos já estão sendo distribuídos após sua iniciativa.
“Quero agradecer ao prefeito Bruno Reis a sua sensibilidade e à secretária municipal de saúde Ana Paula Matos por terem validado, reconhecido a importância disso para a sociedade. Seguiremos sensíveis, nos importando com aquilo que o povo precisa. Essa é uma vitória de todos nós”, completou.
‘Para me defender’: Mulher é presa após matar marido a facadas e fugir em trator de fazenda
Quando presa depois de se esconder em um matagal a 5 quilômetros do local do crime, ela confessou o assassinato e relatou que matou o marido para se defender de agressões. O filho do casal estava dormindo quando a autora com uma faca deu um golpe no peito de Antônio.
O corpo foi encontrado na varanda pelos policiais com os braços abertos. Um encarregado da fazenda foi quem acionou a polícia para comunicar o crime. Após o assassinato, a mulher fugiu em um trator, mas abandonou o veículo em seguida e tentou se esconder em uma mata junto de seu filh. Os policiais seguiram os rastros e encontraram mãe e filho escondidos.
O rapaz disse que estava dormindo quando sua mãe o acordou para dizer o que tinha feito e ele resolveu ajudá-la a fugir. Os dois foram levados para a delegacia.
midiamax.uol.com.b
Planalto precisará agir para conter crise de Renan Calheiros com Otto e Wagner
Interlocutores do governo Lula dizem que parece insuperável o mal-estar entre o senador Renan
Os senadores Otto Alencar e Jaques Wagner |
O desconforto preocupa a articulação política do Palácio do Planalto, uma vez que Renan é aliado de primeira ordem do presidente Lula e os outros dois são líderes. O alagoano garante aos mais próximos que não há risco de romper com o Planalto. Mas o diálogo dele com Otto, que comanda a bancada do PSD no Senado, e com Wagner, líder do governo na Casa, precisará ser azeitado.
Renan é o autor do pedido da CPI. É praxe o requerente ocupar a presidência ou relatoria do colegiado. O comando, porém, ficou com o senador Omar Aziz (PSD-AM), que rifou Renan e entregou a vaga de relator para o petista Rogério Carvalho (SE).
Durante a sessão do colegiado, Otto Alencar endossou a decisão de Aziz de dispensar Renan e dar a relatoria para Carvalho. Aliados do senador alagoano lembram que Alencar e Wagner são do Estado da Novonor, sócia majoritária da Braskem.
Aziz afirmou que não escolheria Renan por ele ser de Alagoas, para evitar eventuais suspeitas de contaminação política da relatoria por interesses locais. Na prática, o governo temia que Renan pudesse causar desgaste a seu rival político local, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Lula patina para recuperar influência na África, mas aposta em parceria política
A comparação não é de todo descabida, uma vez que o prédio construído no centro da capital da Etiópia foi financiado pelo regime chinês, ao custo de US$ 200 milhões. Uma das principais entradas do complexo é conhecida entre os frequentadores como “portão chinês”.
Foi no plenário desse edifício que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para chefes de Estado da África para defender uma reaproximação do Brasil com os países da região.
Auxiliares do presidente desembarcaram em Adis Abeba com o objetivo de retomar a influência e o prestígio que o Brasil já desfrutou no continente –principalmente nos dois primeiros mandatos de Lula. Voltaram a Brasília com o diagnóstico de que a tarefa será muito mais complexa, tanto pela falta de recursos disponíveis como pela agressiva política chinesa que, com bilhões de dólares, deixou pouco espaço para novos atores.
Lula realizou uma visita de cinco dias ao continente africano, com compromissos oficiais no Egito e na Etiópia. Suas intenções com a África acabaram eclipsadas pela série de declarações do petista referentes à guerra Israel-Hamas. A última delas, comparando a ação israelense em Gaza com o Holocausto, resultou numa crise diplomática.
Mesmo a tentativa de reaproximação com os países africanos enfrentou alguns percalços durante a viagem, em particular com compromissos cancelados de última hora que irritaram o presidente. Lula chegou a reclamar a interlocutores da recepção no continente e cancelou a participação em um jantar cedido pelo primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, aos participantes da cúpula da União Africana.
Antes de seguir para a Etiópia, o encontro com o ditador egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, resultou na assinatura de apenas dois atos: um na área de ciência, tecnologia e educação e um protocolo para facilitar exportação de carne brasileira.
A situação, apontam especialistas e interlocutores no governo, reflete o distanciamento brasileiro dos países da África nos últimos anos, a falta de uma estratégia clara para o continente e, claro, a forte atuação da China.
O gigante asiático conduz uma agenda africana por meio do Fórum de Cooperação China-África, com cooperação e investimentos bilionários em diferentes áreas, que incluem temas como infraestrutura e questões militares, e abrem espaço para estatais e multinacionais chinesas. A China inclusive detém o controle de alguns bancos africanos.
Por isso há o diagnóstico de que será difícil para o Brasil recuperar o espaço econômico que havia conquistado nos primeiros mandatos de Lula. Por outro lado, o tom do discurso de Lula poderia resultar numa aliança ao menos no nível político.
“Eu não vejo estratégia nenhuma”, afirma o professor Pio Penna Filho, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB). “O governo não conseguiu colocar de pé uma política africana e isso num contexto em que houve distanciamento considerável da África nos últimos anos, que foi gradativo e escalonado, desde o governo Dilma.”
Ele acrescenta que o presidente encontrou o continente africano em uma situação totalmente diferente da que viu em seus primeiros mandatos. O próprio discurso de Lula, acrescenta Penna Filho, focado na cooperação para combater a fome e a pobreza, já não encontra a mesma recepção.
“Outros países também começaram a atuar mais ativamente na África. Você tem a China que não interrompeu a política africana em nenhum momento, você tem a Rússia também ativa em determinadas partes da África, [além da atuação de] Estados Unidos e União Europeia”, completa o professor. “Então o Brasil ficou perdido, ainda mais sem esses mecanismos do BNDES.”
Ele se refere ao mecanismo que permitia ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social financiar a exportação de serviços, que facilitou a atuação de construtoras brasileiras no exterior. Essa ferramenta foi uma das bases para a expansão de empresas nacionais na África, com obras de grande envergadura em Moçambique, por exemplo.
Auxiliares de Lula reconhecem nos bastidores que o Brasil não tem mais as mesmas condições que permitiram o avanço do país no continente africano, e culpam as últimas gestões por essa situação. Apontam ainda que a Petrobras mudou sua política de governança, que a Eletrobras foi privatizada e que as construtoras brasileiras perderam seu poder, em decorrência da Operação Lava Jato. Além disso, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro foram eliminados os mecanismos de crédito para a exportação de serviços do BNDES –que o governo Lula agora procura retomar.
Por outro lado, um assessor palaciano aponta que a “situação não está perdida” e que o governo vê possibilidade de recuperar parte do espaço por meio e cooperação e investimentos na área agrícola e de transição energética.
REAPROXIMAÇÃO POLÍTICA
Ana Elisa Saggioro Garcia, professora de relações internacionais da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta que o governo
brasileiro não busca uma competição com a China no continente africano
nem com outros membros do Brics com atuação histórica na região.
Por outro lado, a viagem da comitiva presidencial, acrescenta, teve um objetivo mais político. Primeiro, para que essa aproximação política sirva como um passo inicial para uma nova relação econômica no futuro. “Então não é que não haja uma estratégia. Mas é diferente do momento anterior em que o Brasil emergia, e, pela sua condição econômica mais favorável naquela época, desenvolvia mecanismos de apoio à internacionalização das empresas brasileiras”, diz.
“Então o Brasil tem que circular agora numa esfera mais política para só então depois buscar algum espaço de mercado”, analisa Garcia. Ela cita ainda que a viagem a Egito e Etiópia também está inserida na disputa que o Brasil vem travando principalmente com a Índia para obter o papel de porta-voz do chamado Sul Global, o grupo não formal de países em desenvolvimento.
Assessores do Palácio do Planalto pontuam que o discurso de Lula na União Africana foi longamente aplaudido, reforçando a tese de que há um espaço para uma aliança mais política com o continente africano. O Brasil tem como uma das bandeiras de sua presidência temporária do G20 a reforma da governança global, em particular na área da economia.
E um dos pontos de crítica de Lula é justamente a questão da dívida africana. O presidente quer o perdão dessa dívida ou melhores condições de financiamento, para permitir que os valores das parcelas e juros possam ser usados para investimentos nos países do continente.
Bolsonaro deve questionar delação de Cid no STF
Os advogados pretendem sustentar que a colaboração do ex-ajudante de ordens pode não ter sido voluntária, já que ele estava preso e sob intensa pressão.
Um dos fatos que endossariam a suspeita seria a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de proibir Cid de receber a visita da própria mulher, Gabriela, quando estava preso.
Gabriela era investigada no inquérito que apura a falsificação de cartões de vacina dela, de familiares e de Bolsonaro. Por isso não poderia manter contato com o marido, que também era foco das apurações.
A proibição foi determinada no dia 23 de agosto de 2023. Duas semanas depois, Cid fechou acordo de delação com a Polícia Federal, homologado no dia 9 de setembro por Alexandre de Moraes.
Interlocutores de Cid afirmam que o acordo foi espontâneo e que a decisão de delatar ocorreu antes de ele ser proibido de se encontrar com Gabriela.
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