População protesta nas ruas de Caracas contra reeleição contestada de Maduro
Centenas de pessoas protestam em bairros populares de Caracas contra a contestada reeleição do ditador venezuelano, Nicolás Maduro
“E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!”, gritavam, debaixo de chuva, manifestantes na gigantesca favela de Petare, a maior do paíss. “Entregue o poder já!”, exclamavam outros.
Vários países, inclusive Brasil, Colômbia e Estados Unidos, também questionaram a eleição.
Os manifestantes, jovens em sua maioria, também queimaram cartazes de campanha com o rosto de Maduro. Eles levavam bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para acompanhar os gritos de protesto.
“Fechamos nossos negócios e começamos a protestar, nos sentimos decepcionados, isto não reflete a realidade, nós votamos contra Nicolás”, disse Carolina Rojas, uma comerciante de 21 anos.
“Saímos [às ruas] porque houve fraude”, disse outro manifestante, que se identificou apenas como David, de 40 anos. “Estão chamando o Exército, mas é preciso protestar”.
Em Catia, outro setor popular do outro lado da cidade, foi registrada outra manifestação, acompanhada de perto por policiais e pela tropa de choque da Guarda Nacional. Os protestos começaram pela manhã e foram subindo o tom ao longo do dia.
Uma estrada de Caracas, La Guaira, ficou vazia após bloqueios dos manifestantes. Os participantes dos atos se dizem revoltados com os resultados das eleições. Muitos gritam que houve fraude no pleito.
Enquanto o mundo e a oposição política ainda tentavam compreender o que aconteceu na Venezuela, o ditador foi proclamado presidente eleito para um terceiro mandato nesta segunda. “É irreversível”, disse o líder do regime em Caracas.
Maduro se encrava no poder por mais seis anos, de 2025 a 2031. Há acusações de fraude feitas pela oposição de Edmundo González e María Corina Machado, e países como o próprio Brasil pedem que as atas eleitorais sejam divulgadas para que se possa crer nos resultados.
Após seis horas do fechamento das urnas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou na madrugada desta segunda que Maduro teria ganhado com 51,2% dos votos, contra 44,2% obtidos por González. Estariam contados 80% dos votos. Nenhum detalhamento foi dado.
Em sua proclamação, o ditador afirmou que há uma tentativa de golpe de Estado “de caráter fascista e contrarrevolucionário no país”.
Amorim se reúne com Maduro e terá encontro com líder da oposição na Venezuela mundo
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, com o ditador Nicolás Maduro
A expectativa no governo brasileiro é que Amorim reforce as cobranças sobre Maduro em torno dos boletins das urnas. Os dois têm boa relação desde quando eram chanceleres de seus países.
Diplomatas de Brasil, Colômbia e México articulam uma declaração conjunta para cobrar a Venezuela a divulgar das atas da eleição. A oposição acusa o regime de fraude depois de uma série de indícios de abusos antes e depois da votação. O Brasil endossa a ideia de que a Venezuela deve fornecer as atas ao Centro Carter, um dos poucos centros de observação eleitoral autorizados a atuar na Venezuela.
Mais cedo, Amorim sinalizou que é preciso ter acesso às atas eleitorais para que o País reconheça a legitimidade da eleição no país vizinho. “Como em toda eleição, tem que haver transparência, o CNE ficou de fornecer as atas que embasam o resultado anunciado”, declarou o ex-chanceler.
Venezuela expulsa diplomatas de 7 países latino-americanos que questionaram eleição
No texto, Gil afirma que esses governos estão subordinados aos Estados Unidos e realizaram ações e declarações de ingerência em assuntos internos de Caracas.
Na mesma nota, a chancelaria venezuelana afirma que o regime do ditador Nicolás Maduro vai retirar todos os seus diplomatas das respectivas missões em que atuam nesses países.
“O Governo Bolivariano enfrentará todas as ações que atentem contra o clima de paz e a convivência que exigiram tantos esforços do povo venezuelano, razão pela qual somos contrários a todos os pronunciamentos de ingerência e de assédio com os quais, de forma reiterada, tentam desconhecer a vontade do povo venezuelano”, lê-se no comunicado.
Os países citados por Gil são críticos a Maduro e questionaram os resultados oficiais divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Javier Milei, presidente da Argentina, chamou Maduro de ditador e afirmou que a oposição teve uma vitória acachapante. Já Luis Lacalle Pou, líder do Uruguai, afirmou que o processo eleitoral venezuelano é alvo de manipulação.
Parte desses governos articulou ainda uma reunião na OEA (Organização dos Estados Americanos), convocada para esta quarta-feira (31), para discutir o pleito na Venezuela, que eles descrevem como um motivo de profunda preocupação.
Na madrugada desta segunda, o CNE —controlado pelo chavismo— anunciou que o ditador Nicolás Maduro havia vencido as eleições de domingo. A divulgação foi rapidamente contestada pela oposição e por um grupo de líderes regionais.
O governo Lula (PT), que tem laços históricos com o chavismo, defendeu que o CNE divulgue as informações das mesas de votação.
Em uma nota, o Itamaraty não parabenizou Maduro e pediu a publicação de “dados desagregados por mesa de votação”.
De acordo com o Itamaraty, trata-se de “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
No mesmo comunicado, o Itamaraty saudou o “caráter pacífico da jornada eleitoral” e disse acompanhar com atenção o processo de apuração.
“[O governo] Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, diz.
Enviado do Planalto para acompanhar a votação, o assessor para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, esteve nesta manhã em reunião com os observadores eleitorais do Carter Center.
Depois, tinha reunião marcada com o painel de especialistas ligados à ONU (Organização das Nações Unidas). Os especialistas da ONU não têm mandato para manifestar juízo público sobre a condução das eleições. Eles devem produzir um relatório confidencial sobre aspectos gerais do processo eleitoral.
Final da Copa Mané Grande Sub 20: Driblando Craque Vence nos Pênaltis.
A partida foi intensa e equilibrada, com ambos os times demonstrando habilidades e determinação ao longo dos 90 minutos regulamentares e da prorrogação. No entanto, nenhum dos times conseguiu marcar durante o tempo normal e extra, levando a decisão para os pênaltis.
Na disputa de pênaltis, o time Driblando Craque, mostrou maior precisão e sangue frio, conquistando a vitória e o título da Copa Mané Grande. A emoção tomou conta dos jogadores e da torcida, que comemoraram intensamente a conquista.
A Copa Mané Grande reafirma o compromisso da administração municipal em fomentar o esporte e oferecer oportunidades para os talentos locais. A final deste domingo não só celebrou a habilidade e o esforço dos jogadores, mas também a paixão pelo futebol que move a nossa comunidade.
“Parabéns ao Driblando Craque pela vitória e ao ST FC pela brilhante participação. Que este seja apenas mais um capítulo na história de sucesso do esporte em nossa cidade”, concluiu.
Resultado Final: Campeão: Driblando Craque (ACM); Vice-campeão*: ST FC
Pente-fino quer verificar 800 mil benefícios do INSS até fim do ano, diz Lupi
Foto: Pedro França/Agência Senado/Arquivo |
A Previdência Social pretende verificar os cadastros de cerca de 800 mil beneficiários temporários (o antigo auxílio-doença) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) até o final deste ano, disse nesta segunda-feira (29) o ministro Carlos Lupi (Previdência Social). O pente-fino busca conferir se as pessoas têm mesmo direito a seguir com os auxílios.
Conforme Lupi, o trabalho mira benefícios temporários que estão há dois anos ou mais sem verificação. “Muitos não comunicam à Previdência [as informações atualizadas] porque querem continuar recebendo mesmo estando trabalhando”, declarou o ministro em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.
“Estamos fazendo, através do Ministério da Previdência Social, através da nossa parte da perícia médica, uma verificação até o final do ano, mais ou menos, de 800 mil a 850 mil beneficiários temporários com algum tipo de doença, algum tipo de atendimento que teve, verificando se estão ainda com essa doença, se estão merecedores ainda do benefício para continuar ou não pagando”, completou.
As declarações ocorreram após o ministro ser questionado sobre a revisão cadastral iniciada pelo governo federal na semana passada com foco no BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago pelo INSS a segurados idosos a partir de 65 anos ou com deficiência em famílias consideradas vulneráveis.
Lupi disse que o Ministério do Desenvolvimento Social está trabalhando para fazer uma “fotografia” do BPC e o recadastramento de beneficiários.
“Nosso grande desafio hoje é evitar fraudes. Tem muita gente que frauda a Previdência Social, que frauda o BPC Loas, para ter benefícios indevidos”, afirmou Lupi.
Pela manhã, o ministro participou de uma conferência organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Lupi assinou um acordo de cooperação técnica com o presidente do IBGE, o economista Marcio Pochmann, para a geração de dados relacionados à área da seguridade social no Brasil.
“Estamos pegando, com esse convênio, um rumo para fazer a previsão da Previdência de amanhã. Precisamos ter essa fotografia real do povo brasileiro”, declarou Lupi.
A conferência do IBGE se estende até sexta-feira (2) e tem como tema o que o órgão chama de “soberania nacional em geociências, estatísticas e dados”. Segundo o instituto, a intenção é discutir “riscos e oportunidades do Brasil na era digital”.
Pochmann voltou a defender a ideia de que o IBGE precisa atuar como grande coordenador de estatísticas no país, o que significaria integrar diferentes bases de informações, inclusive registros administrativos (dados cadastrais de órgãos públicos). Para isso, o economista planeja a criação do Singed (Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados).
Segundo Pochmann, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou que não faltará verba para o IBGE realizar as suas pesquisas. Em junho, porém, o economista havia dito que os trabalhos eram ameaçados por restrições financeiras.
Observadores internacionais da eleição na Venezuela pedem a Maduro acesso a atas das urnas
Foto: Reprodução/Instagram |
Um dos poucos centros de observação eleitoral permitidos pela ditadura chavista a operar na Venezuela, o Centro Carter pediu nesta segunda-feira, 29, a divulgação das atas eleitorais da votação de ontem pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Desde a noite de domingo, a oposição, os Estados Unidos e países vizinhos cobram a liberação destes documentos para atestar o resultado da votação. A crise pós-eleitoral se agravou depois de o CNE, controlado pelo chavismo, declarou Maduro o vencedor da eleição.
“O Centro Carter pede ao CNE que publique imediatamente os resultados da eleição presidencial no nível das seções eleitorais. A missão técnica do Centro Carter veio observar a eleição presidencial de 28 de julho a convite da CNE”, diz a nota do Centro Carter, fundado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter. “As informações contidas nos formulários de resultados das seções eleitorais, conforme transmitidas ao CNE, são fundamentais para nossa avaliação e importantes para todos os venezuelanos.
A oposição disse ter tido acesso a 40% das atas e elas indicam uma vitória de Edmundo Gonzalez com 70% dos votos. Uma pesquisa de boca de urna realizada pelo instituto americano Edinson, contratada pela oposição, deu a González 65% dos votos contra 31% de Maduro. Após o fechamento das urnas, nenhuma parcial foi divulgada até a madrugada de segunda-feira, quando o CNE informou que Maduro teria tido 55% dos votos.
Pressão
O Brasil pediu publicamente a divulgação das atas e informou que esperaria o posicionamento do Centro Carter para se pronunciar de maneira mais assertiva sobre a votação. Chile e Argentina foram além e ameaçaram não reconhecer a eleição.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, expressou “grave preocupação” com a possibilidade de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo. Ele pediu uma apuração “justa e transparente” dos votos.
“Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Pedimos às autoridades eleitorais que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a transparência e prestação de contas”, disse.
A eleição foi marcada por constantes mudanças de regras e movimentações fraudulentas por parte do chavismo nas semanas que antecederam. Também houve problema durante o processo de totalização e apuração dos votos, quando a oposição acusou o CNE de paralisar a transmissão dos resultados.
PF combate migração ilegal de mais de 370 brasileiros para os EUA
Foram bloqueados cerca de R$ 2 milhões dos investigados
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 1ª Vara da Justiça Federal de Governador Valadares, nesta cidade. A Justiça também determinou o bloqueio de valores na ordem aproximada de R$ 2 milhões.
Segundo as investigações, os suspeitos foram apontados como os responsáveis por promover a migração ilegal de brasileiros com a finalidade de obter vantagem econômica para os Estados Unidos da América pelo esquema conhecido como “cai-cai”, uma prática ilegal na qual famílias inteiras, as vezes constituídas ficticiamente, se entregam com o propósito de evitar ou dificultar o processo de deportação.
Apurou-se que mais de 370 brasileiros, incluindo menores de idade, emigraram ilegalmente com o auxílio das ações dos investigados atravessando a fronteira mexicana. As vítimas foram expostas aos riscos do deserto e das ações dos criminosos que os conduziram até o solo estadunidense.
PF apreende mais de 600 kg de cocaína em Brasilândia/MS
Após verificação completa, foram encontrados diversos tabletes da droga, totalizando 613,6 kg.
Comunicação Social da Polícia Federal em Mato Grosso do SulPF, PC, PM e FAB interceptam avião que estava sendo utilizado para transporte de entorpecentes no Amazonas
Na ação foram apreendidos 90 tabletes de entorpecentes, sendo 60 de pasta base e 30 de clorídrico de cocaína.
O avião suspeito, um monomotor modelo CESSNA 172N, pousou em área de selva, numa pista clandestina, onde os componentes do próprio avião, após o pouso, atearam fogo na aeronave e empreenderam fuga na mata. Desta forma, a equipe se deslocou ao local com o apoio do Esquadrão de Helicóptero da FAB.
Balanço de Materiais Apreendidos:
95 kg (aproximadamente) de substância entorpecente
Aconteceu II Encontro Formativo sobre Inclusão Educacional de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais em Ipiaú*
A programação incluiu palestras e oficinas conduzidas por especialistas em educação especial, que trouxeram discussões sobre estratégias de ensino, adaptação curricular e técnicas para lidar com as diferentes necessidades dos alunos. Houve também momentos de troca de experiências entre os participantes, permitindo que os cuidadores compartilhassem suas vivências e desafios do dia a dia.
A Secretária de Educação, Erlândia Souza, destacou a importância de capacitar os profissionais que atuam diretamente com os alunos que necessitam de atendimento diferenciado. "É fundamental que nossos cuidadores escolares estejam bem preparados para contribuir efetivamente com a inclusão educacional. Este encontro é uma oportunidade valiosa para ampliar conhecimentos e trocar experiências que enriquecerão nosso trabalho nas escolas", afirmou.
Os participantes saíram do encontro motivados e mais preparados para enfrentar os desafios diários na busca pela inclusão educacional. A iniciativa reforça o compromisso da administração municipal com a educação inclusiva e a valorização dos profissionais da área.
O sucesso do II Encontro Formativo sinaliza a continuidade de ações voltadas para a capacitação e desenvolvimento dos cuidadores escolares, essenciais para a construção de um ambiente educacional mais inclusivo e equitativo.
Operação Vale do São Francisco Seguro II cumpre seis mandados e apreende quatro armas de fogo em Juazeiro
Os foragidos da Justiça foram localizados por unidades ordinárias e especializadas da Polícia Militar.
Duas prisões em flagrantes por porte ilegal de arma de fogo e por tráfico de drogas também foram computadas. Três armas de fogo foram retiradas de circulação pelas guarnições baianas.
“As equipes seguirão focadas ao longo de todo o final de semana, combatendo as facções e evitando crimes contra a vida”, detalhou o subsecretário da SSP, Marcel de Oliveira.
Integração
Ação integrada tem foco na intensificação do patrulhamento em bairros com atuação de grupos criminosos, ocorrência de homicídios, tráfico de entorpecentes e crimes contra o patrimônio na Bahia e em Pernambuco.
Início das ações aconteceu no mesmo dia em que foi realizada a 4ª Reunião Integrada de Segurança Pública no Vale do São Francisco, conduzida pelo subsecretário da Bahia, Marcel de Oliveira, e pelo titular da SDS, secretário Alessandro Carvalho.
Encontro discutiu principais ações das Forças da Segurança e Defesa Social dos estados, além de tratar sobre os índices criminais e traçar estratégias de inteligência para combater as organizações criminosas.
Texto: Rafael Rodrigues
Dezoito pessoas são presas durante a Operação Vale do São Francisco Seguro II
Doze foram capturados em flagrantes e seis possuíam mandados de prisão.
Doze prisões foram em flagrantes. Outros seis criminosos foragidos da Justiça pelos crimes de roubo, furto, tráfico de drogas, uso de papéis falsificados, pensão alimentícia e lesão corporal em ambiente doméstico também foram encontrados. Dois adolescentes apreendidos completam a lista.
Cinco armas de fogo foram retiradas de circulação pelas equipes policiais e cerca de 990 veículos dois e quatro rodas foram abordados em blitze montadas em pontos estratégicos de Juazeiro.
Ação integrada teve foco na intensificação do patrulhamento em bairros com atuação de grupos criminosos, ocorrência de homicídios, tráfico de entorpecentes e crimes contra o patrimônio na Bahia e em Pernambuco.
Na Bahia o reforço contou com o apoio de equipes do Comando de Policiamento da Região Norte (CPR-N), das 73ª, 74ª, 75ª e 76ª Companhias Independentes da Polícia Militar (CIPMs/Juazeiro), Rondesp Norte, Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Caatinga, com apoio do Grupamento Aéreo da PM, participam da ação.
Cerca de 600 integrantes das Polícias Militar, Civil e Técnica de ambos os estados e equipes da Polícia Rodoviária Federal participaram das ações.
Texto e fotos: Rafael Rodrigues
Resulttado da 18ª rodada do campeonato master 2024.
Construcasa vence e entra no G4
Neste domingo (28.07) aconteceram os jogos da 18ª rodada do campeonato master 2024.
Cairo Auto Peças 2x1 Del Rey Telecom
Gols
Cairo Auto Peças: Gulu e Valdir
Del Rey Telecom: Jan
Brasil vai na contramão de países vizinhos e silencia sobre suspeitas em eleição na Venezuela
Desde o fechamento das urnas, há indícios de fraude eleitoral no país vizinho. A oposição diz não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais do país. As sessões ficaram abertas até depois do horário em áreas predominantemente chavistas e, em áreas opositoras, houve relatos de intimidação e criação de empecilhos para votar.
Enviado a Caracas para ser os ‘olhos de Lula’ na votação, o assessor de assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, divulgou no começo da noite uma nota na qual afirmou que ia aguardar o posicionamento dos observadores internacionais autorizados pelo chavismo a operar na Venezuela e disse que os dois lados deveriam respeitar o resultado da eleição. Além disso, Amorim disse também que era necessário esperar o fim da votação, já que ainda havia sessões abertas.
A posição do governo é praticamente única na região. Dos vizinhos sul-americanos, apenas a Bolívia, a Guiana e o Suriname não demonstraram preocupação com a demora na apuração e as suspeitas em torno da votação. Até governos de esquerda como o de Gabriel Boric no Chile, e o de Gustavo Petro na Colômbia, fizeram cobranças mais duras que as do Brasil contra Maduro.
Com a volta do PT ao governo em 2023, as relações entre Brasil e Venezuela foram retomadas. Nos anos de Jair Bolsonaro, o Itamaraty de Ernesto Araújo reconhecera o governo de Juan Guaidó como representante legítimo da Venezuela e rompeu completamente relações com o chavismo.
Sob Mauro Vieira e Celso Amorim, a diplomacia brasileira trabalhou para reconstruir pontes com Maduro e reestabelecer relações bilaterais, com o argumento de que empresas brasileiras tinham dívidas de cerca de US$ 1,27 bilhão com a ditadura chavista. O Brasil enviou a Caracas a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira e recebeu em Brasília o embaixador Manuel Vadell.
Nos primeiros meses de governo, Lula também emprestou apoio diplomático e político a Maduro, a quem recebeu com honras de chefe de Estado no Planalto em maio do ano passado, durante uma reunião com chefes de Estado sul-americanos para relançar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O respaldo foi mal visto por outros presidentes da região, principalmente o chileno Gabriel Boric, de centro-esquerda, e o uruguaio Luis Lacalle Pou, de centro-direita, que reclamaram publicamente da reabilitação dada pelo petista ao líder chavista.
Ainda em 2023, o Brasil, ao lado de Colômbia, dos Estados Unidos e da União Europeia patrocinou um acordo entre a oposição e o chavismo para a realização de eleições justas e livres na Venezuela em troca da retirada de sanções. Os chamados acordos de Barbados foram progressivamente colocados em xeque por Maduro, que proibiu a líder da oposição María Corina Machado de disputar a eleição e criou dificuldades para a inscrição de outros nomes na disputa, além de tornar praticamente impossível para que eleitores de fora da Venezuela – a maioria opositora – votassem.
No fim do ano passado, em busca de um subterfúgio para mobilizar sua base eleitoral de olho na eleição, o ditador chavista organizou um plebiscito para anexar uma parte da Guiana reivindicada pela Venezuela. As ameaças envolveram também um aumento da tensão militar na reunião, já que Maduro ameaçou uma mobilização de tropas.
A diplomacia brasileira mais uma vez evitou condenar de forma assertiva a agressão chavista. Após semanas de tensão, com intermediação de Lula e do presidente venezuelano Gustavo Petro, a Venezuela e a Guiana se comprometeram em uma cúpula no Caribe a resolver a disputa sem violência.
De modo geral, o Brasil evitou criticar os abusos de Maduro até praticamente março deste ano, quando o Itamaraty divulgou uma nota condenando a proibição da inscrição de Corina Yoris para substituir Maria Corina.
Desde então, Maduro passou a ver Lula e o governo com suspeita. Nos últimos dias, ironizou o petista, dizendo que ele devia “tomar chá de camomila” para se acalmar após o ditador alertar para um banho de sangue no caso de perder a eleição. O chavista também criticou o sistema eleitoral brasileiro, o que fez com que o Tribunal Superior Eleitoral suspendesse o envio de uma missão ao país.
Exército cria cartilha e adota terapia para afastar militares das bets
O vício começou a afetar a vida de João. Ele passou a ficar menos tempo com a família e os amigos, concentrando-se nas apostas. Sua saúde mental acabou prejudicada, pois se tornou cada vez mais estressado e ansioso por causa das perdas.
João é um personagem hipotético, cuja história é contada em uma cartilha criada pelo Exército para tentar evitar que apostas esportivas online, as chamadas bets, tornem praças e oficiais em militares endividados e com problemas psicológicos que possam prejudicar a própria Força.
O caderno de orientação “Prevenção ao Vício de Apostas” está publicado no site da Diretoria de Assistência ao Pessoal do Exército. Seu conteúdo também é tema de palestras ministradas por oficiais, psicólogos e assistentes sociais em mais de 600 organizações militares espalhadas pelo país.
Não há dados estatísticos para mensurar o tamanho do problema, mas ele foi citado em uma aula do general Alcides Valeriano de Faria Júnior, chefe do CCOMSEx (Centro de Comunicação Social do Exército), a um grupo de jornalistas que integrou no início do mês um curso para atuação em áreas de conflito, ministrado no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), no Rio de Janeiro, do qual a Folha participou.
Na fala, que estava no meio de um resumo das atividade do Exército, o general afirmou que as apostas eletrônicas se tornaram uma preocupação militar.
Oficiais ouvidos pela reportagem dizem haver o temor de que a jogatina online chegue a extemos, como inflar estatísticas de suicídio —nas palestras, os militares explicam que o vício cria problemas físicos e mentais, como ansiedade e depressão.
Ou que a bola de neve financeira criada pelas perdas em apostas leve o endividado a cometer crimes, como furto de arma em quartel para ser usada como pagamento de agiota, por exemplo.
Além da saúde física e mental da tropa, o Exército está de olho na incapacidade desse viciado em cumprir suas missões.
“A prevenção, de todos os cadernos [há várias ações socioassistenciais no programa, inclusive para outros tipos de endividados], visa que o militar esteja pronto para cumprir a missão dele”, afirma o capitão Souza Dias, da Diretoria de Assistência ao Pessoal, que chama o documento de “cartilha viva”, pelas atualizações que ela precisa ter por causa da evolução dos jogos online.
O tema começou chamar a atenção no ano passado, quando “censores” —oficiais— alertaram para a existência do problema em seus comandados.
“Começamos a trabalhar na prevenção porque o Exército é um extrato da sociedade e, se é um problema está ocorrendo na sociedade, uma hora isso vai acontecer na Força”, afirma o capitão.
Em sua introdução, o caderno, publicado em 17 de julho de 2023, mas atualizado em maio passado, diz que ele é uma forma de chamar atenção, informar e sensibilizar a “família militar” sobre a importância da identificação precoce dos fatores de risco relacionados ao vício em apostas e orientar a necessidade da busca de ajuda.
“As sequelas do vício em jogos ocorrem do mesmo modo que acontecem com outros problemas de saúde mental”, diz trecho do documento. “O caminho mais adequado é obter o tratamento precoce. O quanto antes reconhecer a situação de dificuldade que está passando, maior será a probabilidade de alcançar êxito no enfrentamento a essa situação.”
O texto ainda orienta a necessidade de o militar envolvido com transtorno ser recebido pelo comando “sem julgamentos e preconceitos, mostrando-se disponível para ouvir, colocando-se no lugar da pessoa, e, principalmente, incentivando e orientando a buscar ajuda profissional”.
“Certamente são formas de acolher e possibilitar que aquela pessoa perceba que existe saída para a situação que está passando”, afirma a cartilha.
O documento e as palestras, que usam estatísticas da OMS (Organização Mundial da Saúde), orientam que, se o militar apresentar transtorno de jogos, deve ter sessões de assistência social, psicoterapia, tratamento com medicamentos e até adesão a grupos de apoios de jogadores anônimos.
“O jogo patológico pode ter efeitos devastadores em indivíduos e famílias, mas a recuperação é possível”, diz a cartilha.
Marinha e Aeronáutica também tratam o assunto. A FAB (Força Aérea Brasileira) afirma ter lançado o PEF (Programa de Educação Financeira), que tem no seu escopo um cronograma de trabalho relacionado aos gastos com apostas.
“O Instituto de Psicologia da Aeronáutica possui estudos que evidenciam que o envolvimento excessivo com apostas provoca impulsividade, podendo desencadear uma série de transtornos emocionais e psicológicos”, diz a FAB.
A Marinha afirma que a DASM (Diretoria de Assistência Social) tem implementado iniciativas de prevenção e conscientização sobre jogos patológicos, como palestras socioeducativas, rodas de conversa, anúncios em sua rádio e na internet, além da produção de reportagens.
O Espaço de Consciência e Cuidado, do Hospital Central da Marinha, também incluiu jogos e apostas em um centro de estudos da assistência social direcionado à prevenção do consumo abusivo de álcool e outras drogas. “O tema ainda foi incluído em um estágio de educação financeira para multiplicadores.”
O psiquiatra e pesquisador Rodrigo Machado, do Ambulatórios de Transtorno do Impulso, setor responsável pelo tratamento de viciados em jogos no IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), reforça que o paciente precisa de uma equipe multidisciplinar, formada por psiquiatras, psicólogos, de aconselhamento financeiro e grupos como jogadores anônimos.
A família, explica, também tem papel importante para o sucesso do tratamento e deve dificultar o acesso a finanças e a aparelhos eletrônicos, como celular, a quem tem o transtorno.
“O perfil do paciente hoje é de pessoas cada vez mais jovens, inclusive adolescentes, que acabam chegando aqui levadas pela família”, afirma o psiquiatra, sobre o ambulatório que é referência no país nesse tipo de atendimento. “O melhor é buscar ajuda rápido.”
Dívida pública bruta do Brasil atinge 77,8% do PIB em junho, mostra BC
Esse é o maior patamar desde novembro de 2021, quando o indicador correspondia a 78,2% do PIB. No ano, o aumento acumulado é de 3,4 pontos percentuais do PIB. No mês passado, o saldo da dívida bruta ficou em R$ 8,7 trilhões.
A dívida bruta –que compreende governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais– é um dos principais indicadores econômicos observados pelos investidores na hora de avaliar a saúde das contas públicas. A comparação é feita em relação ao PIB para mostrar se a dívida do governo é sustentável.
De acordo com o BC, a variação mensal foi puxada para cima pelos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 ponto percentual), pelas emissões líquidas (alta de 0,6 ponto) e pelo efeito da desvalorização cambial (elevação de 0,3 ponto). O resultado também é composto pela variação do PIB nominal, com redução de 0,4 ponto percentual.
A dívida líquida, que desconta os ativos do governo, atingiu 62,2% do PIB em junho (saldo de R$ 6,9 trilhões), elevação de 0,1 ponto percentual. Esse é o maior nível desde setembro de 2002, quando a dívida líquida estava em 62,4% do PIB. Em 2024, o aumento acumulado é de 1,3 ponto percentual do PIB.
Conforme a metodologia do BC, o setor público consolidado brasileiro fechou junho com um déficit primário de R$ 40,9 bilhões, ante déficit de R$ 48,9 bilhões no mesmo mês do ano passado.
O montante engloba os resultados de governo central (Tesouro Nacional, BC e Previdência), governos estaduais e municipais e de empresas estatais.
O resultado do mês passado refletiu déficit de R$ 40,2 bilhões do governo central e de R$ 1,7 bilhão das estatais. Os estados e municípios, por sua vez, tiveram superávit de R$ 1,1 bilhão.
No critério nominal, que inclui as despesas com juros, o resultado do setor público consolidado foi deficitário em R$ 135,7 bilhões em junho. No mês passado, os juros corresponderam a R$ 94,9 bilhões.
Ibirataia: Jovem de 18 atingida por arma de fogo dentro de casa por homem encapusado, é socorrida más não resiste.
Vitima; Tauana Oliveira Souza dos Santos, IDADE- 18 anos; endereço,:Rua Hélio Alves Marcelino,49/Bairro- Alto do Mirante- Ibirataia -Ba
Fonte: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a serviço do cidadão.
Ubatã: Polícia Militar prende homem por Porte ilegal de arma de fogo
Fonte: Ascom/55ª CIPM/PMBA, uma Força a serviço do cidadão!
Janja viaja a Paris com equipe de comunicação que filma e divulga vídeos de todos os seus passos
Janja aplaude as jogadoras brasileiras de vôlei de praia Carol Solberg e Bárbara Seixas, tendo como cenário a Torre Eiffel. E, como trilha sonora do vídeo estrelado por ela, a música “Aquarela do Brasil”.
Janja nomeia Raí embaixador da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
Janja inicia “mais um dia de trabalho em Paris, recebendo a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo”, para apresentar a ela um vídeo em que atletas apoiam a iniciativa da Aliança.
Janja tira foto com o presidente da França, Emmanuel Macron, e a mulher dele, “minha querida amiga Brigitte Macron”, como diz a legenda de mais uma foto postada em suas redes sociais. O casal recebeu chefes de Estado para um coquetel no Palácio do Eliseu. A primeira-dama, que representa Lula (PT) nestas Olimpíadas, estava entre os convidados.
Nada escapa à equipe de assessoras que acompanham Janja à França. Elas têm como missão principal, além de auxiliá-la na viagem, registrar tudo o que a primeira-dama faz em compromissos públicos —e dar a maior visibilidade possível a seus passos.
As melhores cenas capturadas pelas câmeras dos funcionários do governo que trabalham com ela são editadas e publicadas.
A imprensa, por outro lado, não conseguiu se aproximar da primeira-dama. Na visita à Casa Brasil para lançar o vídeo de combate à fome, por exemplo, seis seguranças da Polícia Federal fizeram um cerco em torno dela.
A única entrevista que Janja deu foi para o podcast da Embratur, a agência do governo federal que promove o turismo internacional.
“Eu estou super entusiasmada e vou sair daqui muito mais. É muito óbvio falar que o borogodó do Brasil é a alegria do brasileiro, mas aqui em Paris estou falando de solidariedade, e não tem borogodó melhor do que ser solidário”, revelou a primeira-dama na conversa.
O número de pessoas que integram a equipe de Janja na viagem a Paris é incerto e não sabido.
A organização da Casa Brasil forneceu 23 credenciais para a comitiva que a acompanhou na visita ao espaço.
A assessoria da primeira-dama afirmou que o número não é o mesmo de pessoas que vieram do Brasil com ela a Paris. Mas não esclareceu quais seriam os números precisos de seu entourage.
A coluna contou pelo menos seis policiais e sete assessores que a rodeavam no evento, alguns deles integrantes da Secretaria de Comunicação do governo.
Diferentemente do que ocorre quando Lula viaja, informações até mesmo banais sobre a primeira-dama também foram tratadas como sigilosas antes que ela chegasse a Paris —embora a visita à França fosse um compromisso público, e não privado.
Diversos questionamentos de questões rotineiras não tiveram resposta.
Não foi divulgado oficialmente, por exemplo, o local em que ela se hospedaria —a imprensa revelou que Janja ficaria na casa do embaixador Ricardo Neiva Tavares.
Não foi divulgado como ela iria a Paris. A coluna revelou que seria em avião de carreira.
Partidos estabelecem critérios obscuros para uso de R$ 5 bi do fundo público eleitoral brasil
A lei define que, para receber a verba, a legenda tem que aprovar e divulgar com destaque uma resolução com os parâmetros que irá usar para repartir o recurso.
Consulta feita pela Folha nas resoluções aprovadas pelos principais partidos, porém, mostra um rol de generalizações que, à exceção da determinação da verba mínima para mulheres e negros, mantém a decisão final nas mãos dos pequenos grupos que formam cada uma das cúpulas dessas legendas.
Partido com a maior fatia do fundo, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro é um exemplo disso.
A sigla aprovou resolução que prevê que 70% dos R$ 887 milhões a que tem direito serão divididos com base, principalmente, no desempenho do partido na eleição de 2022. Ou seja, candidatos de estados que elegeram mais deputados federais devem receber mais recursos.
A sigla, porém, estabeleceu uma cláusula que dá à Executiva Nacional, comanda por Valdemar Costa Neto, poder total para modificar completamente esses critérios, a depender apenas da conveniência política.
“Os recursos (…) só serão destinados às unidades federativas após deliberação da Comissão Executiva Nacional do PL, diante das peculiaridades e objetivos partidários em cada estado da Federação, quando poderão ser adotados critérios políticos” que venham a ser estabelecidos “pela Executiva Nacional, no interesse e na conveniência partidária”.
Caso algum estado não se enquadre nesses parâmetros, não receberá um centavo, diz o texto.
Os demais 30% da bolada do PL serão distribuídos diretamente pelo comando da sigla, sem qualquer critério objetivo, também com base apenas no “interesse e na conveniência partidária”.
Procurado, o PL não se manifestou.
Partido que detém a segunda maior fatia do fundão eleitoral, o PT de Lula (R$ 620 milhões), presidido por Gleisi Hoffman, também aprovou um texto genérico, em que não detalha valores a serem divididos ou critérios de escolha de candidatos. Apenas delibera que os congressistas do partido irão participar, ao lado do Diretório Nacional, da decisão dos recursos distribuídos.
A resolução do PT também concentra poderes na Executiva Nacional, afirmando que ela poderá rever decisão das instâncias inferiores do partido.
Não fica claro quem dará a palavra final no caso de divergências entre congressistas e diretórios.
“O critério estabelecido na resolução, de tomar decisões em conjunto com as bancadas eleitas, é o da democracia interna do partido”, disse a assessoria de imprensa do PT.
O Fundo Eleitoral foi criado por lei aprovada pelo Congresso em 2017, após o STF (Supremo Tribunal Federal) proibir, dois anos antes, o financiamento empresarial de candidatos e partidos.
Além dos R$ 5 bilhões, os partidos têm ainda direito à verba anual do Fundo Partidário, neste ano projetada em R$ 1,2 bilhão.
A verba dos dois fundos é distribuída aos partidos com base, principalmente, no desempenho de cada um deles nas eleições para a Câmara dos Deputados.
“O que se nota, de modo geral, contraria a legislação na medida em que não se definem propriamente critérios, mas somente a divisão de fatias dos recursos entre órgãos ou autoridades do partido, cujos critérios para distribuí-los entre as candidaturas permanecem desconhecidos”, afirma Marcelo Issa, diretor-executivo do Transparência Partidária.
O PP aprovou uma tabela que reserva os maiores valores proporcionais dos R$ 417 milhões de sua cota do fundo aos estados dos seus dois governadores, Acre (Gladson Cameli) e Roraima (Antonio Denarium), além de Alagoas e do Piauí, estados do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do presidente do partido, Ciro Nogueira, respectivamente.
Na ponta de baixo da lista, o PP de três estados terá valor correspondente a menos de R$ 1 por habitante: Pará, Amapá e Mato Grosso. No Amazonas não receberá nada. A sigla não tem deputados federais nesses quatro estados.
“Os recursos serão distribuídos por livre deliberação da Comissão
Executiva Nacional, diante das peculiaridades e objetivos da organização
do partido nos estados e municípios, mediante critérios
políticos, pesquisas eleitorais e potencial eleitoral de candidatos,
candidatas ou coligações, conforme o interesse e a conveniência
políticos e eleitorais partidários”, diz a resolução aprovada pelo PP.
O documento confere ainda a Ciro Nogueira poder de “proceder a eventuais ajustes a fim de compatibilizar a contabilidade do partido”.
Já o MDB, que é comandado por Baleia Rossi, transferiu aos parlamentares da sigla o poder de escolha de parte dos recursos —R$ 55 milhões dos R$ 405 milhões a que o partido tem direito, por exemplo, serão distribuídos aos candidatos a critério dos deputados federais da legenda. Outros R$ 15 milhões, por escolha dos deputados estaduais.
O partido estabeleceu ainda determinação de ação ativa contra as candidaturas laranjas. Segundo a resolução, os diretórios “deverão envidar esforços, criando padrões de controle para coibir rigorosamente as candidaturas femininas fictícias que não tenham interesse eleitoral e sirvam apenas para cumprir as exigências legais”.
A lei e decisões da Justiça Eleitoral determinam que partidos precisam repassar recursos de forma proporcional ao número de mulheres e negros que lançar. Essas regras, porém, são largamente descumpridas pelos partidos e tornam-se objetos de projetos de anistia no Congresso.
O PSDB, por sua vez, tem um dos textos mais sucintos, com apenas três parágrafos. Em resumo, dá ao presidente da sigla, Marconi Perillo, e à Executiva Nacional o poder de decisão, “considerada a estratégia política-eleitoral do partido no âmbito nacional e local”.
“O PSDB enviou ao TSE seus critérios de distribuição de recursos de acordo lei. A distribuição levará em consideração sua estratégia eleitoral e a opinião de representantes do partido no Congresso Nacional, de governadores e de outras lideranças políticas, respeitando as cotas femininas e de raça”, disse a assessoria de imprensa do partido.
Copom deve manter Selic em 10,5%, mas endurecer tom, dizem economistas
O comitê, por outro lado, deve emitir comunicado mais duro com relação à deterioração do cenário econômico, sinalizando possibilidade de alta na Selic em decisões futuras, de acordo com especialistas consultados pela Folha.
Na última reunião, em 19 de junho, o Copom obteve consenso para interromper o ciclo de cortes da taxa básica de juros, ainda que sob pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma redução.
Até então, a taxa havia passado por seis reduções de 0,5 ponto percentual e uma de 0,25 ponto, o que a levou para o menor patamar desde fevereiro de 2022, quando estava fixada em 9,25% ao ano.
Para a reunião desta quarta, pesa na decisão do órgão a deterioração de expectativas de inflação, incertezas com relação à capacidade de cumprir o arcabouço fiscal (a nova regra para as contas públicas aprovada no ano passado) e um câmbio mais desvalorizado.
“Os modelos do Banco Central provavelmente apontarão para uma inflação ainda elevada nos próximos dois anos, e isso dificulta a redução da Selic”, diz Thaís Zara, economista sênior na LCA Consultores.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) registrou nova desaceleração em julho, para 0,30% —acima das expectativas de 0,23% do mercado. Os preços do grupo alimentação e bebidas aliviaram o índice, com recuo de 0,44%, enquanto transportes tiveram alta de 1,12%. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve ganho de 4,45%, enquanto o mercado esperava 4,38%.
O centro da meta oficial para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Economistas consultados pelo Banco Central, por outro lado, voltaram a prever inflação maior, com a expectativa para o IPCA passando de 4% para 4,05% neste ano, segundo último boletim Focus.
A mesma pesquisa mostrou que a expectativa sobre a taxa Selic permanece estável em 10,5% para este ano, em 9,5% para 2025 e em 9% para 2026 e 2027.
Até o fim do ano, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, atual chefe da autoridade monetária, o Copom tem mais três rodadas de reuniões —17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro.
Nesse intervalo, o órgão pode decidir por uma nova alta na taxa básica, na avaliação de Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
“Teremos muita turbulência pela frente e o câmbio vai ficar mais alto do antes, o que, junto com o fiscal mal encaminhado, pressiona a inflação. Por conta disso, o risco é o Banco Central ter que subir a Selic este ano. A possibilidade de alta é maior do que a de baixa”, diz.
O avanço mensal de 0,25% do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) também pode levar a uma postura mais conservadora do Banco Central, de acordo com Alessandra Ribeiro, economista e sócia diretora da consultoria Tendências.
“Do ponto de vista da atividade econômica, é positivo, mas, do ponto de vista da inflação, é mais um elemento que ainda pede cautela”, afirma.
Os economistas citam as tensões políticas norte-americanas e incertezas sobre a saúde fiscal do Brasil como fatores de influência para a depreciação do câmbio. O peso das mudanças no cenário internacional, entretanto, é limitado, segundo Vale.
“Países emergentes parceiros não tiveram pressão como nós tivemos. O cenário doméstico tem peso mais importante nesse sentido”, diz.
Zara, da LCA consutores, vai na mesma linha: “existe o componente externo das eleições dos EUA, mas há também o componente doméstico, que é a dificuldade de vislumbrar as contas do governo caminhando para uma consolidação do superávit”.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões no Orçamento deste ano em uma tentativa de cumprir as regras do arcabouço fiscal. Emendas parlamentares e ministérios que concentram obras devem estar entre os principais alvos.
A medida, apesar de positiva, é insuficiente para sinalizar vontade política do governo em fazer ajustes considerados importantes para o mercado, segundo Roberto Padovani, economista-chefe do Banco Votorantim.
“O governo precisaria adotar medidas fiscais mais robustas para convencer os agentes econômicos, tanto no âmbito técnico quanto político. Uma possibilidade seria a revisão de indexações em setores como saúde e previdência, além da reavaliação de gastos tributários”, diz.
Mas mais importante do que a manutenção da taxa de juros será a comunicação do Banco Central para coordenar expectativas, de acordo com especialistas.
“A indicação deve ser a de que o balanço de riscos está piorando. O BC vinha cortando taxas, mas, agora, está inseguro e precisou reagir e seguir sinalizando isso”, diz Padovani.
“O comunicado deve vir mais duro, no sentido de sinalizar que, se a deterioração observada se mostrar mais duradoura, o Copom deve reagir e subir a Selic”, afirma Ribeiro, da Tendências.
Maduro é reeleito na Venezuela, diz órgão eleitoral; oposição denuncia fraude
Segundo o CNE, o atual presidente do país obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González Urrutia
Os demais candidatos somaram 4,6% dos votos. O comparecimento às urnas foi de 59%.O CNE informou ainda que a demora para a liberação dos resultados do pleito realizado no domingo, 28, ocorreu por causa de um ataque ao sistema de transmissão dos votos.
Encerrada a votação, a Venezuela prendeu a respiração à espera do resultado das urnas. Maduro e oposição demonstraram confiança na vitória. No entanto, a campanha do opositor González Urrutia, liderada por María Corina Machado, se queixou de que o chavismo havia interrompido a transmissão dos resultados.
Segundo líderes da oposição, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que organiza as eleições, não estava permitindo a presença de fiscais ou transmitindo as atas de votação. María Corina pediu que eleitores fizessem uma vigília nas seções para evitar fraudes.
”Nenhum fiscal eleitoral deixa a seção sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defendermos é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela, na sede do QG da campanha.
Delsa Solórzano, uma das líderes da campanha opositora, também se queixou que o CNE estava impedindo a entrada de representantes da oposição. “Disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança”, afirmou.
Com as atas emitidas ao fim da votação e a auditoria das urnas, a oposição esperava fazer uma espécie de apuração paralela para comparar com os resultados a serem divulgados pelo CNE. O temor é de que o conselho, aparelhado por funcionários chavistas altere os resultados.
Na reta final da campanha, Maduro e seus aliados mais próximos afirmaram que respeitariam os resultados “divulgados pelo CNE”. Vladimir Padrino López, ministro da Defesa que recebeu do presidente o título de “General do Povo Soberano”, repetiu a afirmação de que o CNE era soberano para decidir o que quisesse. Padrino López, que é considerado um porta-voz dos quartéis, também embarcou no discurso chavista de que a eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela.”
Para o cientista político venezuelano Xavier Rodríguez-Franco, o atraso na divulgação de resultados seria uma repetição do padrão do chavismo nas últimas eleições, que segurou o máximo que pôde a totalização dos votos e, ao mesmo tempo, usou milícias paramilitares para provocar intimidação nas ruas.
“Apesar de o voto ser eletrônico e haver processo automatizado, tem sido sempre uma constante a sequência de ações que parecem formar um padrão, especialmente quando há eleições que foram competitivas”, afirmou.
Analistas e opositores passaram os últimos dias especulando como Maduro tentaria reverter o resultado em caso de derrota. No fim de semana, ele impediu a entrada de observadores convidados pela oposição. Durante o período de registro, ele restringiu a inscrição de venezuelanos no exterior, a maioria refugiados que detestam o regime. Cerca de 5 milhões foram impedidos de votar fora da Venezuela.
Fonte: R7
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