Fumaça deixa 160 mil alunos sem aulas no Acre; capital tem uma das piores qualidades do ar
Queimadas deixaram fumaça no céu de Rio Branco, no Acre, interrompendo a aulas na rede pública |
No total, 160.683 estudantes deixaram de ir à escola devido ao clima insalubre.
Os dados de Rio Branco apontados pelo monitor seguem o Índice de Qualidade do Ar (AQI, na sigla em inglês). O índice usualmente vai de 0 a 500, mas pode superar esse valor. Quanto maior o número, pior a qualidade do ar naquela região.
Na capital acreana, a taxa registrava 171 as 17h desta quinta, o que indica ar insalubre. Apenas Cuiabá (com 194) e Porto Velho (192) estavam em situação pior. Mais cedo, Rio Branco chegou a liderar o ranking.
A capital de Rondônia tem sofrido com os efeitos do tempo seco e das queimadas.
Em Rio Branco, creches e escolas municipais, que reúnem 21,6 mil crianças, fecharam as portas. Já no sistema estadual, foram 139 mil alunos sem aulas. As unidades foram reabertas nesta segunda-feira (16).
O governo do Acre já havia decretado situação de emergência em saúde pública no dia 20 de agosto por causa do volume crescente de focos de incêndios, da seca dos rios e da vulnerabilidade da população ao consumo de água imprópria.
“Se eles não tivessem suspendido as aulas, eu não iria trazer minha filha nesse período”, conta a comerciária Mirtes Lourenço Brito, na saída da escola Menino Jesus, em Rio Branco, onde a filha de 7 anos estuda.
O conteúdo dos dias em que as unidades de ensino permaneceram fechadas devem ser dados no futuro. “A diretoria de ensino vai reprogramar o calendário para garantir o cumprimento dos duzentos dias letivos”, disse a secretária municipal, Nabiha Bestene.
Na rede estadual, segundo o secretário de Educação Aberson Carvalho, a reposição dos dias letivos fica a cargo de cada escola. “Orientamos para o envio de atividades no período, para que os alunos não ficassem totalmente ociosos”, disse.
As escolas enviaram exercícios aos estudantes via WhatsApp. Na rede privada, segundo o governo, a suspensão ficou a cargo de cada escola.
Alta de queimadas
Segundo levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Acre teve o maior número de queimadas no mês de julho em oito anos, com 544 focos detectados. Em 2023, tinham sido 212 focos de queimadas. Ou seja, um aumento de 156%.
Para tentar conter as queimadas, o estado lançou a Operação Sine Ignis (Sem Fogo) no final de agosto. As ações são coordenadas pela Casa Civil, Defesa Civil e pela Secretaria do Meio Ambiente.
O ar de Rio Branco registrou 428.8 µg/m³ (microgramas de poluentes por metro cúbico) considerado insalubre para a saúde humana, 29 vezes mais poluído que o aceitável pelos órgão de monitoramento.
Segundo o presidente do Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), André Hassem, a fumaça que cobriu o Acre não é causada apenas pelas queimadas locais, mas também tem origem nos estados de Rondônia, e Amazonas e na Bolívia.
O órgão aplicou mais R$ 4,5 milhões em multas e embargos a propriedades envolvidas em queimadas ilegais. “Isso significa que os infratores terão restrições, como a impossibilidade de realizar financiamentos ou vender gado,” afirmou. As equipes do Imac, diz ele, estão atuando em campo para coibir crimes ambientais.
Supremo tem maioria para manter Janones réu por chamar Bolsonaro de ‘ladrãozinho de joias’
Bolsonaro deu entrada no processo após ter sido chamado de “ladrãozinho de joias”, “miliciano” e “bandido fujão” em publicações feitas pelo deputado no X (antigo Twitter) entre março e abril do ano passado. Janones também atribuiu ao ex-presidente a responsabilidade por milhares de mortes na pandemia.
A ministra Cármen Lúcia, relatora do processo, votou para manter a decisão que recebeu a queixa-crime do ex-presidente. Ela afirmou que a defesa do deputado tenta rediscutir o caso.
“Patente, assim, não haver contradição a eliminar ou obscuridade a dirimir. Sob o pretexto de sanar vícios inexistentes, busca-se a rediscussão do acórdão pelo qual recebida parcialmente a queixa-crime contra o embargante”, escreveu.
Ela foi acompanhada pelos ministros Flavio Dino, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Dias Toffoli. O julgamento ocorre no plenário virtual do STF.
Veja as publicações citadas na queixa-crime apresentada por Bolsonaro:
- “Trump acaba de confirmar que se entregará à polícia na próxima terça-feira, dia 04, e o depoimento que o miliciano ladrão de joias vai dar à PF será um dia depois, na quarta dia 05!″
- “Hoje vocês tão aí se preparando pro feriado e o ladrãozinho de joias se preparando para encarar a polícia. É a primeira de muitas contas que o bandido fujão vai ter te que acertar”
- “O assassino que matou 4 crianças hoje em SC tinha como inspiração um outro assassino: Jair Bolsonaro! Luiz Lima, autor da chacina, mantinha em suas redes de postagens enaltecendo o ‘capitão’ que matou milhares na pandemia! O Bolsonarismo deve ser criminalizado assim como o nazismo!”
A defesa de Bolsonaro afirma que as postagens ofenderam sua honra e que ele foi acusado de crimes que não cometeu. O deputado, por sua vez, argumenta que as declarações estão protegidas pela imunidade parlamentar.
A pena máxima do crime de injúria é de é de seis meses de detenção. Bolsonaro pede que, no caso de Janones, a Justiça declare que os crimes foram cometidos cinco vezes e considere como agravante a disseminação do conteúdo na internet. O ex-presidente também pede indenização de R$ 20 mil por danos morais.
Publicação que mostra candidatos como ‘Turma do Chaves’ é propaganda de Marçal
O próprio candidato compartilhou a imagem em suas redes sociais no dia 3 de setembro de 2024.
Marçal tem utilizado os debates entre candidatos e participações em podcasts para dizer que os demais candidatos são “a turma do Chaves”, enquanto ele se identifica como o Chaves e o Chapolin, porque seria o personagem principal. “Ele que escreve o roteiro, ele que determina o que acontece. Os caras estão possessos comigo porque eles escrevem o roteiro e eu não sigo”, disse em participação no podcast PodCastro.
No TikTok, diversos perfis com poucos seguidores publicam vídeos similares. Os mesmos vídeos são encontrados em perfis pequenos do Instagram e Youtube. Um dos mais compartilhados é um trecho exibido durante o debate entre candidatos promovido pela TV Gazeta e o canal My News, em 1º de setembro de 2024. Nele, Pablo Marçal diz que “isso aqui é um ‘cirquinho’ armado, mas eles não contavam, nem o Seu Madruga, nem a Chiquinha, ninguém contava com a minha astúcia de entrar aqui e atrapalhar o plano comunista do Brasil”.
Em agosto, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão dos perfis de Marçal em redes sociais ao considerar que os concursos de cortes promovidos pelo candidato do PRTB, que remuneram quem consegue mais visualizações para seus vídeos, seriam abuso de poder econômico e levariam a desequilíbrio na disputa eleitoral.
Cortes são vídeos curtos que prendem a atenção e com potencial para rapidamente viralizar nas redes.
O TikTok proíbe anúncios políticos no Brasil. Entretanto, mais de cem vídeos impulsionados em que Marçal promete prêmios em dinheiro para quem viralizar cortes de vídeos promovendo sua imagem, além de propaganda com pedidos explícitos de voto no ex-coach, circularam no TikTok entre 1 de maio e 16 de setembro. Os anúncios pagos tiveram mais de 1 milhão de visualizações.
A deputada federal e candidata do PSB à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral, ajuizou uma ação eleitoral contra Marçal pedindo a condenação do influenciador por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na noite de quarta-feira (18).
Na mesma semana, FICCO/Ilhéus e PM encontram segundo laboratório de maconha
O segundo laboratório estava produzindo maconha gourmet, com alto teor de THC, em escala industrial.
No local também era produzido o entorpecente haxixe, que é um óleo rico em THC, que é extraído dos brotos e da flor de determinados tipos de maconha desenvolvida especialmente para esse fim.
Considerando a tecnologia empregada, é possível produzir até oito toneladas do entorpecente por hectare, com três a quatro safras por ano no mesmo local.
Pela
estrutura encontrada, foi constatado o alto poder financeiro da
organização criminosa que atua na região de Irecê, há pelo menos dois
anos, e abastece diversas facções interestaduais.
A FICCO/Ilhéus é composta pela Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária
Federal, Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
Texto: Ascom PF
Onze mandados de prisão temporária são cumpridos pelas Polícias Civil e Militar
A operação tem como objetivo combater uma facção com atuação na região de Bom Jesus da Lapa.
Os investigados integram uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, homicídios, roubos, entre outros delitos, na região do município de Bom Jesus da Lapa.
Aparelhos eletrônicos, veículos, dinheiro, além de grande quantidade de maconha foram apreendidos durante a operação conjunta.
Suspeitos de tráfico são presos pela PM em Fazenda Grande
A ocorrência foi registrada na Central de Flagrantes.
Suspeito de tráfico é preso pela PM em Feira de Santana
Homem estava em posse de crack, maconha e cocaína |
Os pms faziam rondas no bairro Olhos d’Água, quando, na Avenida Papa João XXIII, avistaram um carro na contramão da via. O veículo foi interceptado e, após a busca pessoal no condutor e no interior do automóvel, os militares encontraram 19 embalagens com maconha, 12 porções de cocaína e 18 pedras de crack.
O suspeito e o material foram apresentados na Delegacia Territorial de Feira de Santana, onde a ocorrência foi registrada.
Rebanho bovino bate novo recorde e é 12,7% maior do que a população no Brasil
O efetivo alcançou 238,6 milhões de cabeças em 31 de dezembro, o que significa uma alta de 1,6% ante o final de 2022 (234,9 milhões). Naquele ano, o avanço havia sido de 4,6% frente a 2021 (224,6 milhões).
Os dados integram a PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal), cuja série histórica começou em 1974. À época, o país tinha 92,5 milhões de cabeças. Ou seja, menos da metade do patamar de 2023 (238,6 milhões).
No ano passado, o rebanho bovino superou em 12,7% o número estimado de pessoas no Brasil (211,7 milhões). A projeção de população foi divulgada pelo IBGE em agosto. Na pesquisa anterior, com dados de 2022, a quantidade de bovinos havia superado o número estimado de habitantes no país em 11,4%.
Ao apresentar os dados da PPM, o instituto destacou que a produção pecuária é marcada por ciclos. De 2019 a 2022, o setor passou por uma fase de retenção de fêmeas para a criação de bezerros, indica a pesquisa. Assim, o rebanho aumentou.
Em 2023, ainda foi possível perceber os efeitos da retenção dos anos anteriores, segundo o IBGE. O instituto, porém, sinalizou que uma inversão do ciclo começou a aparecer com o abate mais elevado de fêmeas.
Isso tende a reduzir o rebanho mais à frente. A diminuição do plantel é vista como uma tentativa do pecuarista de recuperar preços da carne após a queda gerada com a ampliação da oferta.
“A gente acredita agora em uma uma queda nos efetivos para o ciclo resultar em um equilíbrio de mercado”, afirmou Mariana Oliveira, analista da PPM.
Em 2023, o rebanho bovino da região Centro-Oeste foi calculado em 76,7 milhões de cabeças. É o maior número do Brasil, equivalente a 32,1% do plantel nacional (238,6 milhões). O efetivo da região, contudo, recuou 0,6% na comparação com 2022 (77,2 milhões).
Mato Grosso, com 34 milhões de animais, tem o principal rebanho do país entre os estados. Responde por 14,2% do plantel brasileiro. O número local caiu 0,7% em relação a 2022 (34,2 milhões).
O ranking dos municípios é liderado por São Félix do Xingu (a 984 km de Belém), no Pará. O rebanho local tinha quase 2,5 milhões de cabeças. Corumbá (MS), com 2,2 milhões, e Porto Velho (RO), com 1,8 milhão, vieram na sequência.
Categoria de frangos e galinhas também bate recorde
Outra categoria que seguiu em crescimento e renovou o recorde da PPM em
2023 foi a dos galináceos. O grupo inclui os frangos de corte, que
fornecem carne para o mercado, e as galinhas usadas na produção de ovos.
No ano passado, o efetivo alcançou 1,58 bilhão de cabeças. É um patamar 0,6% acima de 2022 (1,57 bilhão).
A demanda aquecida por carne de frango no mercado externo e a busca das famílias por ovos teriam contribuído para o resultado.
O Paraná foi o estado com o maior efetivo de galináceos em 2023: 453,4 milhões (ou 28,7% do total).
Itaberaí (a 100 km de Goiânia), em Goiás, liderou o ranking dos municípios, com 16 milhões de animais.
O levantamento também traz informações específicas sobre galinhas destinadas à produção de ovos. O plantel brasileiro foi de 263,5 milhões no ano passado, 2,4% acima de 2022. O patamar mais recente, porém, segue distante do recorde da pesquisa, registrado em 1980 (441,3 milhões).
São Paulo foi o estado com o maior efetivo de galinhas: 54,6 milhões (20,7% do total). Santa Maria de Jetibá (a 85 km de Vitória), no Espírito Santo, liderou o ranking dos municípios, com 12,7 milhões de animais.
Além dos bovinos e galináceos, outros rebanhos investigados na PPM também alcançaram máximas na série histórica em 2023. Foram os casos de bubalinos (1,7 milhão de cabeças), caprinos (12,9 milhões) e ovinos (21,8 milhões).
PF prende vereadora de João Pessoa sob suspeita de aliciamento violento de eleitores
Vereadora Raíssa Lacerda (PSB) foi presa preventivamente pela Polícia Federal |
Raíssa Lacerda é candidata à reeleição e aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), de quem foi secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos.
A Folha entrou em contato nesta quinta com o marido da vereadora, Roberto Aquino, e com o presidente o PSB de João Pessoa, Tibério Limeira, mas não obteve retorno.
A Justiça determinou a prisão preventiva de seis pessoas, das quais quatro foram cumpridas.
Além da vereadora, também foram presas Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, Taciana Batista do Nascimento e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues. A reportagem não tem informações quem são os responsáveis pelas suas defesas.
As investigações apontam que Pollyanna seria uma das responsáveis por determinar quem deve ser votado no São José, bairro da periferia de João Pessoa que está no centro das suspeitas sobre aliciamento de eleitores.
Ainda conforme a Polícia Federal, Taciana seria o braço-direito de Pollyana e elo para exercer influência na comunidade. Ela seria uma das responsáveis pela ONG Ateliê Vida, que atua na comunidade.
Kaline, por sua vez, seria articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus e teria ligação com uma facção criminosa que domina o bairro, atuando para coagir os eleitores a votarem em determinados candidatos.
As quatro presas foram encaminhadas para o IML (Instituto Médico-Legal) para fazer o exame de corpo delito e, na sequência, voltam para superintendência da PF para aguardar audiência de custódia.
A primeira fase da operação Território Livre foi deflagrada na semana passada e cumpriu três mandados de busca e apreensão no bairro São José.
Foram apreendidos na operação R$ 35 mil em dinheiro, celulares, documentos com dados pessoais de diversas pessoas que não moravam no local da busca, além de contracheques de funcionários da prefeitura. Não havia servidores municipais entre os alvos da operação.
Em maio, a Operação Mandare, também liderada pela Polícia Federal, investigou a relação entre a prefeitura e uma facção local que atua no tráfico de drogas. Na época, foram realizadas buscas na casa da secretária-executiva de Saúde, Janine Lucena, que é filha do prefeito.
Procurada, a assessoria da secretária disse que ela se manifesta apenas nos autos do processo. Na época da operação, o prefeito Cícero Lucena disse que a secretária foi alvo por “ter recebido uma ligação do presídio para o telefone dela”.
Reportagem publicada nesta quinta-feira no portal UOL aponta que uma troca de mensagens atribuída a um líder da facção e Janine Lucena sugere um acordo que inclui a troca de cargos por acesso a comunidades comandadas pelo crime. A defesa de Janine não reconheceu a autenticidade das mensagens.
As investigações sobre o aliciamento violento de eleitores ganharam o centro do debate eleitoral na capital paraibana. Opositores acusam a gestão do prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena de ter relação com o crime organizado.
Na semana passada, os candidatos a prefeito Ruy Carneiro (Podemos), Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL) se uniram e protocolaram na Justiça Eleitoral um pedido de presença de tropas federais em João Pessoa.
Em nota, o prefeito defendeu eleições limpas e acusou os adversários de atuarem para macular a sua imagem e se unirem em “um festival de preconceito, mentiras e ataques às instituições”.
Candidatos de oposição afirmaram terem sido barrados em atividades de campanha em algumas comunidades. Em 15 de agosto, o deputado federal e candidato a prefeito Ruy Carneiro registrou um boletim de ocorrência no qual relata que suspendeu uma atividade de campanha no bairro do Cristo Redentor após ameaças de criminosos.
Depois do episódio, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), pediu à Polícia Federal que fornecesse escolta ao deputado.
Em entrevista à imprensa, Ruy Carneiro relatou outros casos de ameaças, incluindo uma apoiadora que foi avisada por criminosos que seria expulsa do bairro caso gravasse uma propaganda a seu favor.
Na semana passada, o prefeito declarou que vai acatar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba sobre uma possível atuação de tropas federais na capital paraibana. Mas lamentou a atitude dos adversários e disse que eles estão unidos em um posicionamento antagônico às tradições democráticas da Paraíba.
“Mais uma vez nossos adversários tentam manchar minha imagem e, pior, a imagem da nossa cidade. João Pessoa é morada de um povo pacífico e ordeiro, uma terra de gente de bem, onde todas as eleições sempre foram tranquilas”, afirmou.
Governo Lula busca dividir responsabilidade sobre fogo, e estados criticam ações federais
O movimento vem acompanhado, por outro lado, de reclamações de chefes dos estados sobre falta de articulação, diálogo e agilidade.
O combate aos incêndios cabe aos estados, que também podem proibir o manejo do fogo, por exemplo. A gestão só cabe ao governo federal em áreas da União, como terras indígenas e unidades de conservação. No entanto, historicamente, é de praxe uma cooperação entre os órgãos.
O governo Lula anunciou, em reunião com representantes dos três Poderes nesta terça-feira (17), medidas que tocam alguns dos pontos de entrave até aqui —como a flexibilização do Fundo Amazônia e a reestruturação dos bombeiros. Mas ainda faltam detalhes sobre quais mudanças serão feitas.
Procurado, o Planalto diz que o governo “tem enfrentado a grave emergência climática do país em diálogo com todos”.
“É objetivo do governo federal pensar de forma conjunta as ações para combater as queimadas, mitigar os impactos da estiagem e aliviar o sofrimento da população afetada”, completou, citando as reuniões sobre o tema com os demais Poderes e os anúncios de medidas.
O Brasil passa pela maior seca de sua história, com rios atingindo níveis baixos nunca antes vistos, enquanto registra recordes de incêndio pelo país.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve se reunir com governadores na quinta-feira (19) para tratar do tema. Inicialmente, expectativa era que o próprio presidente participasse, mas ele terá agenda no Maranhão.
Reservadamente, auxiliares dizem que o governo federal assume a dianteira e ajuda no que for possível, mas que os gestores devem também se responsabilizar.
Mas, segundo integrantes de governos estaduais de partidos de oposição, falta de coordenação federal e há problemas na coordenação.
Para o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a “interlocução é muito ruim” e o governo quer chegar com um pacote de medidas pronto, sem discutir com os estados. O Distrito Federal enfrenta um incêndio desde domingo no Parque Nacional de Brasília —a fumaça chegou a cobrir Brasília.
“Não discutiram nada conosco. [Eles, governo] Querem apresentar pacote igual fizeram com o Rio Grande do Sul. Teve crise, chegam lá com ministro”, afirma à Folha, em referência à nomeação do ministro Paulo Pimenta para comandar uma secretaria extraordinária para tratar das enchentes.
“Querem nem saber do governador. Querem ouvir ninguém, querem chegar com o pacote deles. Senta o presidente, [o ministro da Casa Civil] Rui Costa, apresenta a proposta deles e querem que a gente engula”, completou.
Um integrante do Governo de São Paulo disse à reportagem, sob reserva, que a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) conseguiu apagar os incêndios no interior do estado, mas se queixou da demora do governo federal. Disse que, somente quando a situação estava resolvida, Brasília compareceu: as ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Nísia Trindade (Saúde) estiveram em São Paulo no última sexta (13).
Apesar de responsabilidade dos estados, é comum que haja ajuda do governo federal. Os bombeiros estaduais são mais numerosos que os brigadistas federais, por exemplo, que por sua vez trabalham apenas por meio de contratos temporários.
No incêndio no parque de Brasília, por exemplo, chegaram a ser mobilizados cerca de 500 bombeiros e 100 brigadistas.
Por outro lado, em muitos estados o Corpo de Bombeiros não tem capilaridade e fica concentrado em grandes polos, muitas vezes distantes de áreas de floresta, o que dificulta o combate ao fogo nessas regiões.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou no Planalto na terça, que há atualmente 106 focos de incêndio que não estão sendo combatidos no país por dificuldades de recursos e de acesso aos locais.
“Esses incêndios não têm combate, ou porque estão em área remota, ou porque os nossos equipamentos têm dificuldade de acesso”, disse a ministra. Ela acrescentou que havia no Brasil 690 incêndios no Brasil, dos quais 290 foram extintos.
Dentre os anúncios feitos pelo governo Lula, está a promessa de propor uma reestruturação dos Bombeiros em até 60 dias.
Além disso, o país não dispõe de uma frota específica para combater as queimadas e aeronaves disponíveis muitas vezes não são adequadas para isso. O governo chegou a anunciar que estuda como aumentar a frota de aviões, mas não deu detalhes.
Uma medida provisória do governo Lula vai abrir crédito extraordinário de R$ 514 milhões para queimadas, e deve haver uma nova na próxima semana.
O secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, diz que solicita desde o início do ano apoio federal. Até agora, no entanto, só foram possíveis a implementação de medidas paliativas para lidar com a seca e o fogo.
“Necessitamos de muito mais, não só recursos humanos e financeiros compatíveis com o tamanho da crise, mas principalmente de uma coordenação central por meio do governo federal para uma agenda de fato integrada e de múltiplas agências no planejamento das ações”, diz. “Em especial na área de meio ambiente, a liderança na articulação de um plano nacional no combate aos incêndios seria fundamental”.
Parlamentares dos EUA querem cancelar vistos de Moraes e de outros ministros do STF
Os parlamentares do partido do ex-presidente dos EUA Donald Trump argumentam que os magistrados do Supremo, em especial Moraes, usaram seus cargos para silenciar a liberdade de expressão. A principal citação no documento foi a determinação de bloqueio do X (ex-Twitter), expedida no fim de agosto.
O documento com o pedido foi assinado pelos deputados María Elvira Salazar, Christopher H. Smith, Rich McCormick e Carlos Giménez; e pelo senador Rick Scott. O texto foi enviado para o secretário de Estado do país, Antony Blinken.
“O juiz da Suprema Corte do Brasil, Alexandre de Moraes, tem um histórico bem documentado de restrição à liberdade de expressão, especialmente contra indivíduos e grupos com opiniões políticas conservadoras. As suas últimas ações representam o culminar de um padrão mais amplo de excesso judicial,” diz a carta assinada pelos republicanos.
“Respeitosamente pedimos que você negue qualquer pedido de visto americano ou admissão nos Estados Unidos, incluindo a revogação de qualquer visto existente, para o ministro da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes, e os demais membros da Suprema Corte do Brasil. O Brasil é cúmplice nestas práticas antidemocráticas”, diz ainda o texto.
Este não é o primeiro embate entre parlamentares dos EUA, simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o ministro Alexandre de Moraes.
Em abril deste ano, uma comissão do Congresso dos EUA publicou uma série de decisões sigilosas do ministro sobre a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais.
As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita à rede social X, de propriedade do bilionário Elon Musk. Quando defendeu o impeachment de Moraes, o empresário prometeu que publicaria ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.
A maioria das decisões do STF reproduzidas no documento mandava a plataforma derrubar contas na rede social sem estar acompanhada de uma fundamentação, apenas com a indicação dos perfis que precisam ser retirados do ar.
O relatório produzido pela comissão parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido pelo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao Trump —ídolo do bolsonarismo.
Tayguara Ribeiro/Folhapress
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Ofertas do Mercadinho Deus te Ama, Praça Salvador da Matta, 194, Ipiaú-BAO que é, como funciona e para que serve o cálculo do quociente eleitoral?
Prefeitos e vice-prefeitos são eleitos pelo sistema majoritário, no qual vence quem obtiver mais voto.
Em municípios com mais de 200 mil eleitores, ganha o candidato com mais de 50% dos votos válidos (sem contar brancos e nulos). Se o resultado não vier no primeiro turno, há um segundo.
A eleição para vereador, por sua vez, é feita pelo sistema proporcional. Para ser eleito, o candidato precisa ter votação equivalente a pelo menos 10% do quociente eleitoral e estar dentro das vagas a que o partido ou a federação dele terá direito naquele pleito.
O quociente eleitoral é determinado pela divisão do número de votos válidos pela quantidade de vagas para aquele cargo em cada município. Se a fração for igual ou inferior a meio (0,5), ela é desconsiderada. Caso seja maior, arredonda-se para um (1).
Por exemplo, os votos válidos na eleição de 2020 para vereador de São Paulo totalizaram 5.080.790. O Legislativo da capital é composto por 55 representantes. O número de votos dividido por 55 é 92.378, que é o quociente eleitoral.
Disso, 10% é 9.237,8. Arredondando para cima, fica 9.238, número mínimo de votos que um candidato precisa ter para compor a Câmara Municipal da cidade.
O número de vaga a que cada partido tem direito nas cidades, por sua vez, é determinado pelo quociente partidário. A conta é feita dividindo-se a quantidade de votos válidos de um mesmo partido ou federação pelo quociente eleitoral. Nesse caso, a fração é desprezada.
Em 2020, o PT foi o partido que recebeu mais votos para vereador em São Paulo. Foram 653.328 ao todo. A divisão de 653.328 por 92.378 (o quociente eleitoral) dá 7,07233324. Como não existe arredondamento, a quantidade de vagas pelo quociente partidário foi 7.
As vagas não preenchidas com a aplicação desses critérios —as sobras eleitorais— são distribuídos pela divisão do número de votos do partido ou da federação pelo quociente partidário mais um. O que apresentar a maior média leva a vaga.
Podem concorrer nessa etapa todos os partidos que participaram do pleito, desde que tenham obtido pelo menos 80% do quociente eleitoral, e os candidatos, votos em número igual ou superior a 20% desse quociente.
Depois disso, o cálculo é refeito, e as vagas restantes são distribuídas aos partidos que obtiverem as maiores médias (votos na legenda sobre o quociente partidário acrescido de um), independentemente de terem alcançado a cláusula de desempenho.
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