Veto do Brasil à Venezuela embolou acerto de contas com BNDES

Brasil e Venezuela negociam uma conciliação de contas para um acerto da dívida bilionária referente a financiamentos do BNDES para obras e serviços do país, mas elas recuaram diante da fervura nas relações diplomáticas entre os países.

A dívida, que totaliza US$ 1,5 bilhão em financiamento a exportações de bens e serviços de empreiteiras brasileiras que ganharam obras de infraestrutura na Venezuela, foi coberta pelo Seguro de Crédito à Exportação lastreado pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

Segundo pessoas que participam das negociações, até hoje, quase nada da dívida foi paga pela Venezuela.

Dados do BNDES informam que, até hoje, 781 parcelas foram quitadas pelo fundo e outras 16 estão em aberto —e devem ser cobertas ainda neste ano.

Com a indenização ao banco, a União passa a ser dona do crédito e negocia com a Venezuela uma forma de recebê-lo sem que precise executar garantias —algo mais complicado.

Julio Wiziack/Folhapress

Lewandowski diz que PF resolveu caso Marielle com 7 homens após polícia do Rio falhar por 5 anos

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (31) que a Polícia Federal resolveu o caso Marielle Franco com apenas sete homens, enquanto que o governo do Rio não conseguiu fazê-lo em cinco anos.

A fala aconteceu em reunião no Palácio do Planalto, para a apresentação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública. Lewandowski estava em frente ao governador do Rio, Claudio Castro (PL).

A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelos canais do governo federal. O governador respondeu, dando início a um princípio de mal-estar. No entanto, a sua réplica não foi captada pelos microfones.

O presidente Lula (PT) convocou uma reunião com os governadores e chefes de Poderes para a apresentação da PEC da Segurança Pública. Estavam presentes chefes de governo estaduais.

Lewandowski resolveu dar o exemplo do caso Marielle Franco, quando mencionou uma das mudanças previstas na PEC, que permite que a Polícia Federal possa ter a atribuição de enfrentar milícias privadas. Citou que na prática isso já acontece, com eficiência, e que a proposta pretende constitucionalizar essa questão.

“Isso ocorreu no caso Marielle, por cinco anos. Me desculpe, governador Claudio Castro. A Polícia do Rio de Janeiro demorou cinco anos para elucidar o crime e não elucidou. A valorosa, combativa Polícia Federal entrou, com sete homens, desvendou esse lamentável crime”, afirmou o ministro da Justiça.

Claudio Castro então rebate a fala de Lewandowski, mas sua fala não foi capturada pelos microfones. O representante do governo Lula, então, busca contemporizar, afirmando que governo federal e estadual colaboram de maneira próxima.

“Mas não é crítica. Estamos colaborando muito proximamente, governador Claudio Castro. O [secretário nacional de Segurança Pública] Mário Sarrubbo foi ao Rio, atendendo o seu pedido. Estamos em pleno diálogo, plena conversação”, acrescentou.

A declaração de Lewandowski também acontece em meio ao julgamento dos supostos assassinos da vereadora do PSOL. Pouco depois da fala do ministro, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados pela morte de Marielle e Anderson Gomes.

Marianna Holanda/Renato Machado/Folhapress

Sandro Régis alerta sobre empréstimo de quase R$ 3 bi feito por Jerônimo: “Isso pode custar caro para a saúde fiscal da Bahia”

O deputado estadual Sandro Régis (União Brasil) mostrou preocupação com o novo pedido de empréstimo feito pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) nesta quinta-feira (31), no valor de aproximadamente R$ 3 bilhões.

Para Régis, o projeto enviado à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), além de alargar o endividamento da Bahia, apresenta descrições vagas, sem detalhar com transparência a destinação dos recursos nem os impactos no caixa do Estado. Essa é a 15ª solicitação de empréstimo feita pelo governador em menos de dois anos de mandato, somando até aqui R$ 13 bilhões.

“O governo parece ignorar que endividamento em larga escala pode impactar negativamente serviços fundamentais. Isso pode custar caro para a saúde fiscal da Bahia no futuro”, afirmou o deputado.

Regis destacou que operações dessa magnitude exigem estratégias concretas para geração de receita, sem as quais o governador demonstra falta de capacidade de gestão.

“A oposição vai continuar vigilante, cobrando transparência. O governo tem que explicar detalhadamente o que será feito desses recursos e o que será comprometido do caixa nos próximos anos”, completou.

Prefeitura de Ipiaú lança novo edital dos recursos remanescentes à Cultura através da Lei Paulo Gustavo

Foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira, 31 de outubro, o Edital Remanescente - Chamamento Público 01/2024 referente à Lei Complementar 195/2022, conhecida como Lei Paulo Gustavo. A iniciativa destina R$ 59.364,32 ao Festival “Em Cena” Ipiaú, um projeto voltado para fortalecer as artes cênicas e o audiovisual no município. Por meio da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, o edital busca incentivar a classe artística e suas diversas linguagens, promovendo um espaço de expressão e inclusão para talentos locais.

O edital abrange categorias como cinema, dança, performances, teatro e circo, e será aberto para artistas e grupos residentes em Ipiaú. Poderão se inscrever também proponentes ipiauenses temporariamente ausentes devido a motivos educacionais ou de força maior, conforme o artigo 393 do Código Civil.

Premiações e Categorias:
Artes Cênicas (Teatro, Dança e Performance):
Total de Projetos Selecionados: Até 10
Valor por Projeto: R$ 3.087,29
Total da Categoria: R$ 30.872,92
Cotas Inclusivas: 2 vagas para negros e 1 vaga para indígenas

Audiovisual (Curtas-Metragens):
Total de Projetos Selecionados: Até 10
Valor por Projeto: R$ 2.849,14
Total da Categoria: R$ 28.491,40
Cotas Inclusivas: 2 vagas para negros e 1 vaga para indígenas

Se o número de projetos selecionados for inferior a 20, o saldo financeiro não utilizado será redistribuído entre os projetos contemplados, promovendo uma maior valorização dos talentos locais.

O Festival “Em Cena” Ipiaú busca englobar uma grande diversidade de expressões culturais, promovendo um espaço de inclusão e fomento à cultura. As inscrições estão abertas e podem ser feitas por meio do formulário online (https://forms.gle/uYv29y7TZCy9Kk7X6 ). A publicação completa do edital pode ser consultada no Diário Oficial (https://doem.org.br/ba/ipiau/diarios/previsualizar/MjR7lBVz ) do Município.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Itagibá celebra nesta sexta e sábado o Dia do Evangélico; veja a programação

A partir desta sexta-feira, 1º de novembro, a cidade de Itagibá inicia as celebrações do Dia do Evangélico, evento que segue até o sábado, 2 de novembro, feriado nacional. A festividade, realizada na Praça Tote Lomanto, começa às 18h e promete proporcionar momentos de fé, louvor e união para a comunidade. A Prefeitura de Itagibá organiza o evento em parceria com líderes evangélicos locais, oferecendo uma programação diversificada com shows de artistas renomados e pregações que inspiram e fortalecem a fé.

Programação Completa

Sexta-feira
– 18h00: Abertura
– 18h30 – 19h30: Banda Yeshua
– 19h30 – 20h20: Banda Marcos Alcântara
– 20h30 – 21h30: Darlan Gomes
– 21h30 – 22h00: Pregação
– 22h10 – 23h50: Isadora Pompeo

Sábado
– 18h00: Abertura
– 18h30 – 19h30: Banda Manancial
– 19h30 – 20h20: Maico Novaes
– 20h30 – 21h20: Felipe Brito
– 21h30 – 22h30: Sérgio Saas
– 22h30 – 00h00: Midian Lima

A celebração é aberta ao público e espera reunir um grande número de fiéis e famílias, reforçando os valores cristãos e promovendo uma atmosfera de paz e comunhão.

Eleição de Caetano fortalece nome de Rui ao Senado contra Coronel em 2026, por Raul Monteiro*

A derrota acachapante em Salvador, seguida da vitória apertada em Camaçari, no segundo turno, colocou os três principais líderes do PT na Bahia em posições distintas. Enquanto o senador Jaques Wagner (PT), semanas depois do primeiro turno, resolveu assumir integralmente a culpa pela desastrada escolha do candidato que o governo apresentou na capital baiana, o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro Rui Costa (Casa Civil) não pouparam esforços para comemorar na tampa, ao lado do eleito, o sucesso do grande esforço que levou à eleição de Luiz Caetano à Prefeitura da principal cidade da região metropolitana.

Assim, o primeiro ficou associado a uma grande derrota, ao passo que os dois outros à batalha que levou à vitória. A celebração é mais do que justa para o governador e o ministro. Afinal, os dois arregaçaram as mangas para garantir a eleição de um candidato que passou ao segundo turno numa disputa apertadíssima com o adversário e só levou a melhor na segunda rodada eleitoral porque Jerônimo e Rui assumiram a responsabilidade de lhe assegurarem o mandato. Foram eles que estiveram à frente do trabalho de mobilização que incluiu a presença na cidade de todo o secretariado estadual, das polícias e de mais quem pudesse ajudar antes e no decisivo dia da eleição.

Por este motivo, mais do que a Wagner, é aos dois que Caetano deve gratidão. Com certeza, ainda mais do que Jerônimo e Rui, o prefeito eleito sabe o quanto sua vitória foi suada e ele precisou de apoio. E que, se não fosse a disposição de ambos em ajudá-lo, não estaria agora envolvido com a preocupação de montar o futuro secretariado, o qual necessariamente passará por entendimentos com Rui, Jerônimo e Wagner, nesta ordem. Se foi o governador que consentiu com a operação ou o cerco que as forças políticas, administrativas e policiais fizeram a Camaçari em favor de Caetano, Rui assumiu a liderança do processo, tal qual fez na campanha do sucessor.

Mas eles não deixarão Caetano livre. O prefeito eleito terá que escolher a equipe do primeiro escalão atendendo a indicações de ambos e também de Wagner, sob o argumento muito inteligente dos três de que querem ajudá-lo a fazer uma grande gestão na cidade. Além de lhes assegurar posições na administração, Caetano tem ainda outros compromissos a cumprir com Jerônimo e Rui em 2026, ano da sucessão estadual. Em relação ao governador, vai fazer o que for possível e necessário para assegurar sua reeleição, já que este também foi o objetivo da reconquista de Camaçari das mãos do União Brasil, que a controlou nos últimos oito anos.

No caso de Rui, a missão será mais espinhosa, já que envolve o propósito de fazê-lo candidato ao Senado ao lado de Wagner na chapa com que Jerônimo vai concorrer de novo ao governo. No grupo governista, Rui enfrenta a dificuldade de impor seu nome à disputa porque pertence ao PT, partido que, com ele, estaria indicando três dos quatro lugares na chapa, e tem um concorrente de peso, o senador Angelo Coronel (PSD), cujo mandato expira junto com o de Wagner e, como o petista, não abre mão de renová-lo. A tarefa de Caetano em 2026 será a de ajudar a sustentar o nome de Rui na corrida ao Senado, movendo para isso céus e terra, como dizem que sabe fazer como ninguém quando está no poder.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*

‘Quem sabe no futuro possamos caminhar juntos’, diz Bruno Reis sobre ter Angelo Coronel como aliado em 2026

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), demonstrou desejo de ter o senador Angelo Coronel (PSD) como aliado em 2026. Em entrevista à imprensa durante a entrega da Escola Municipal Julieta Viana, no Pau Miúdo, que foi requalificada, ele lembrou que tem uma relação política com o parlamentar.

“Tenho uma amizade histórica com Coronel, principalmente nos tempos em que éramos deputados (estaduais). Fui um dos principais articuladores para que ele assumisse a presidência da Assembleia Legislativa naquele momento, o que acabou levando ele ao Senado. Sei que as portas estão abertas para ambos os lados, para que possamos dialogar. Já caminhamos juntos no passado. Quem sabe no futuro possamos caminhar juntos também”, disse o prefeito em coletiva de imprensa.

Bruno Reis revelou ainda que vai se reunir com Coronel na semana que vem, em Brasília, para tratar da destinação de recursos federais para Salvador. O senador é o relator do Orçamento Geral da União (OGU) para 2024.

Disputa acirrada

Recentemente, Bruno Reis e Angelo Coronel estiveram juntos no casamento de um amigo em comum, quando conversaram bastante, o que motivou especulações. Coronel busca viabilizar, na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), a candidatura à reeleição em 2026.

São duas vagas ao Senado no próximo pleito, sendo uma delas já assegurada ao senador Jaques Wagner (PT), que vai tentar renovar o mandato. A outra é disputada por Coronel e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), concorrente de peso.

Aliados de Coronel manifestam diariamente que o senador será candidato mesmo sem o apoio de Jerônimo e dos outros partidos da base, de forma avulsa, se tiver o aval do senador Otto Alencar, presidente do PSD baiano, ou mesmo no campo da oposição. Para muitos, no entanto, isso não passa de blefe. Outros vislumbram o futuro de Coronel como vice na chapa à reeleição de Jerônimo.

Política Livre

Manifestantes pedem saída de Nísia por mudança em administração de hospitais federais

Profissionais de hospitais federais do Rio de Janeiro realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (31) pedindo a saída da ministra, Nísia Trindade, além de protestarem contra recentes mudanças na administração dos hospitais federais do Rio.

A manifestação, coordenada por membros do Sindsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro), aconteceu em frente ao local do G20, no Rio de Janeiro, onde está presente a ministra da Saúde.

O Ministério da Saúde iniciou uma reestruturação na gestão dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro – Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e dos Servidores.

Em outubro, foi oficializada a transferência da administração do Hospital Federal de Bonsucesso para o Grupo Hospitalar Conceição, uma empresa pública vinculada ao Governo Federal.

Além disso, já houve a municipalização de um dos hospitais e a transferência para a gestão da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

“Queremos que a gestão dos hospitais federais seja feita diretamente pelo Ministério da Saúde, que já investiu milhões em várias administrações e capacitou diversos profissionais em todo o Brasil. Não aceitamos qualquer modelo de gestão com viés privatista”, declarou Roberta Vitorino, enfermeira do Ministério da Saúde e dirigente sindical do Sindsprev.

Raquel Lopes, FolhapressVolta
Unlabelled

Lula recebe Tarcísio e Caiado no Planalto para tratar de segurança pública

O governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e o presidente Lula (PT)
O presidente Lula (PT) recebe na tarde desta quinta-feira (31) seus adversários políticos e cotados à presidência os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás), no Palácio do Planalto, para tratar da PEC da Segurança Pública.

O governo convidou todos os governadores para participar do encontro. Alguns, como Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte) estarão online, outros enviaram representantes, como Ibaneis Rocha (Distrito Federal). A vice-governadora, Celina Leão, participará do encontro com o secretário de segurança pública, Sandro Avelar.

Lula já havia anunciado que tinha a intenção de debater a proposta com os estados, responsáveis pela segurança pública na ponta, antes de enviar o texto para o Congresso. Muitos secretários e governadores de oposição já se posicionaram de forma contrária à PEC.

A reunião ocorre quatro dias depois do segundo turno das eleições, quando Tarcísio e Caiado saíram vitoriosos das urnas com seus candidatos em São Paulo e em Goiânia.

Tarcísio esteve poucas vezes no Planalto, desde o início de seu governo. Mas interlocutores mantém contato com auxiliares de Lula e dos ministérios, como forma de dar andamento a pautas do estado. Todas as vezes que ele aparece com o presidente é alvo de críticas de bolsonaristas.

Ele evitou encontrar o presidente no período eleitoral e acabou sendo alvo de críticas públicas de Lula por isso. “É uma pena, porque o governador podia vir com a gente, mas ele não vem em nenhum lugar que eu convido”, disse o presidente, em julho, durante cerimônia de entrega de 280 novas ambulâncias do Samu na cidade de Salto.

“Hoje eu vou sair daqui e vou visitar um terminal da BRT aqui em Campinas. É uma obra que tem investimento da Caixa Econômica e do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Ele está convidado para ir, mas ele não vem porque ele diz: ‘O dinheiro é do BNDES, não é do Lula. Eu tomei emprestado, eu vou pagar'”, completou.

Esta será a primeira apresentação formal aos governadores do texto da PEC desenhada pelo ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública). O texto, como mostrou a Folha, propõe dar à União o poder de estabelecer diretrizes de segurança pública e do sistema penitenciário e obrigar os estados a segui-las.

Além disso, a PEC propõe transformar a PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Polícia Ostensiva Federal.

O texto extingue a existência da PRF e da Polícia Ferroviária Federal –que, apesar de constar no artigo 144 da Constituição, nunca saiu do papel– e inclui na Constituição a criação da Polícia Ostensiva Federal.

Essa nova polícia atuaria em rodovias, ferrovias, hidrovias e instalações federais. O texto autoriza ainda a possibilidade, em caráter emergencial e temporário, de ajuda às forças de segurança estaduais, quando demandada por governadores.

A ideia de receber os governadores para construir junto o texto não é de hoje. Lula disse, no meio do ano, que queria recebê-los antes de encaminhar a proposta ao Congresso.

“Não vou fazer junto com Lewandowski aqui, Casa Civil, AGU um projeto de segurança”, disse Lula. “Vou chamar os 27 governadores de estado para dizer o seguinte, ‘governo federal quer participar de segurança pública, qual nosso papel, onde a gente entra, como a gente pode ajudar'”.

A fala de Lula ocorreu durante reunião para anúncios referentes ao setor da indústria de alimentos, no Palácio do Planalto. “Segurança é mais estadual que federal. Queremos construir uma coisa neste país para dar um pouco de tranquilidade”, completou.

Marianna Holanda e Renato Machado, Folhapress

Projeto que beneficia igreja evangélica com titulo de Utilidade Publica será votado hoje na Câmara

A Câmara Municipal de Ipiaú realiza na noite desta quinta-feira, 31 de outubro, a 23ª Sessão Ordinária da atual legislatura. Como  destaques da pauta estão a  votação do Projeto de Lei nº 12 /2024, da autoria de vereador Robson Moreira, e a leitura do Projeto de Lei nº 13/2024, da autoria do vereador Orlando Santos.

Projeto de Lei nº 12 /2024 autoriza o município de Ipiaú a declarar como  de “Utilidade Pública Municipal” a Igreja Evangélica Pentecostal Esconderijo do Altíssimo”, enquanto o  Projeto de Lei nº 13/2024 dispõe sobre a mudança de nome da Escola Municipal  Dois Amigos, no Assentamento Carlos Marighella, para  Escola Municipal Paulo Freire.

Da pauta também constam as indicações do vereador Beto Costa, para  que a Prefeitura realize os calçamentos das rua Afrânio Coelho e  Asterio Gabriel, no Bairro santa Rita. ( José Américo castro/ASCOM-Câmara Municipal de Ipiaú).

FICCO/MT combate tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, adulteração de veículos e crimes ambientais

Cuiabá/MT. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) deflagrou nesta quinta-feira (31/10) a Operação Rota do Sertão, que visa combater um complexo esquema de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, adulteração de veículos e crimes ambientais.

Os policiais cumprem medidas cautelares em Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Guarantã do Norte e Tapurah, em Mato Grosso. O grupo utilizava Sinop como base estratégica para o envio de drogas para o Nordeste, além de cargas de madeira ilegal a estados do Sudeste.

As ordens judiciais partiram da 5ª Vara Criminal de Sinop/MT, sendo dois mandados de prisões temporárias, seis mandados de busca e apreensão e o sequestro de 22 carretas e quatro veículos de passeio pertencentes aos investigados, avaliados aproximadamente em R$ 10 milhões. 

Durante as investigações, a equipe da FICCO/MT realizou a apreensão de uma carga de cloridrato de cocaína que totalizou aproximadamente 800 kg, na cidade de Picos/PI, quando estava sendo transportada de caminhão para o Porto de Pecém/CE. A droga foi obtida na fronteira do Brasil com a Bolívia e transportada até um entreposto em Sinop, onde era transferida para outra carreta com cargas lícitas de milho que seguiu até o Nordeste.

As investigações também apuraram que o grupo se envolvia no transporte de madeira ilegal para estados do Sudeste. Em uma das abordagens realizadas em Goiânia/GO, foi apreendida uma carga de madeira transportada pelo grupo sem documentação ambiental regular, o que configura crime ambiental. O grupo investigado tinha por estratégia realizar o transporte dos ilícitos em caminhões clonados, a fim de minimizar prejuízos em caso de eventual apreensão das cargas.

Em 28 de junho deste ano foi localizado um veículo com restrição de roubo sendo desmontado em uma oficina localizada em Sorriso e que serviria para transportar as peças para um outro caminhão pertencente ao grupo investigado. Na ocasião, as equipes da FICCO/MT realizaram a apreensão do veículo e prenderam em flagrante o responsável pelo estabelecimento.

A FICCO/MT consiste em uma força integrada composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar, e tem por objetivo realizar uma atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado em Mato Grosso.

Comunicação Social da Polícia Federal em Mato Grosso

PF faz segurança de comitiva estrangeira e apresenta seu trabalho de fiscalização marítima e policiamento da Amazônia

Belém/PA. A Polícia Federal apresentou a área portuária de Barcarena a uma comitiva norueguesa na manhã desta quarta-feira (30/10). A ação também teve participação da Guarda Portuária da CDP e da Receita Federal.

Estão em Belém a ministra da Justiça e Segurança Pública da Noruega, Emilie Enger Mehl; Secretário de Estado Hans-Peter Aasen; Secretária Permanente Silje Lien Nilsen; assessor Simen Andreas Nefstad Grinden; e o embaixador Odd Magne Ruud. Eles vão participar do encontro do G20, que ocorre até esta sexta-feira (1/11), no Hangar, na capital paraense.

A comitiva conheceu o Porto de Vila do Conde, onde atua a empresa Hydro, que tem o governo norueguês como acionista. Em um Terminal de Uso Privado, foi feita demonstração de fiscalização de contêiner com uso da cadela farejadora da Receita Federal. Em seguida, foi visitado um terminal de logística de manganês, onde o minério foi fiscalizado.

Os visitantes noruegueses também conheceram o trabalho do Grupo de Polícia Marítima (Gepom) da Polícia Federal no Pará, que atua regularmente em portos e rios do Estado. Além disso, recebeu informações da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente (Damaz), também da PF.

Comunicação Social da Polícia Federal no Pará

PF e Polícia Militar prendem dois estrangeiros em tentativa de fraude

 Eles pretendiam sacar indevidamente benefício social junto à CEF em Sorocaba

Sorocaba/SP. A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 30/10, dois estrangeiros em flagrante delito por se apresentarem com documentos falsos em nome de terceiros, solicitando junto à Caixa Econômica Federal saque do benefício assistencial Bolsa Família.

O benefício é previsto a todo estrangeiro que esteja em situação regular no Brasil, em condições de igualdade com cidadãos brasileiros. Munidos de Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) e CPFs falsos, os estrangeiros presos foram até uma Agência da CEF em Sorocaba e, mediante atendimento presencial, solicitaram o saque do benefício

Contudo, foi detectada a fraude e foram acionadas as forças de segurança. Com o apoio da Polícia Militar os presos foram conduzidos até a Delegacia de Polícia Federal em Sorocaba, onde foi lavrado auto de prisão em flagrante. Além da documentação falsa, com os presos foram apreendidos seus dois aparelhos celulares. 

Os presos serão apresentados hoje em audiência de custódia, a ser realizada pela Justiça Federal de Sorocaba/SP.

Comunicação Social da Polícia Federal em São Paulo

PF prende foragido por tráfico internacional de entorpecentes e lavagem de capitais no Sul da Bahia

 Foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão contra o investigado

Salvador/BA. A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (31/10) operação de combate ao tráfico internacional de entorpecentes e  lavagem de capitais. Foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão em desfavor de investigado foragido, na região de Porto Seguro, sul da Bahia. O alvo já foi preso em 2021, a bordo de um veleiro que levaria, aproximadamente, duas toneladas de cocaína para a Europa.

Foi possível identificar que, atualmente, o investigado é proprietário de um hotel de alto padrão em Trancoso/BA. A PF acredita que todas as propriedades são frutos de dinheiro proveniente do crime de tráfico de entorpecentes.

O foragido estava com um mandado de prisão em aberto, devido o descumprimento das medidas impostas quando estava em período de prisão domiciliar, a justiça expediu um novo mandado.

Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia

Lideranças do PT temem que Lula não dispute a Presidência da República em 2026

A possibilidade de Lula não ser candidato à reeleição em 2026 já é discutida internamente por lideranças do PT.

Elas consideram que o presidente pode desistir de se apresentar ao eleitorado caso sua popularidade e a aprovação do governo não deem a ele a segurança da reeleição.

O temor é que o presidente chegue à conclusão de que encerrar a carreira eleitoral com a vitória de 2022 seria o mais adequado —e que não valeria a pena o risco de sofrer uma derrota na que poderia ser a última eleição presidencial que disputaria.

Uma derrota dificilmente seria seguida de uma revanche eleitoral em 2030. Lula terá 85 anos, e terminaria o mandato com quase 90 anos.

A previsão, no entanto, é a de que a pressão para que ele se candidate em 2026 será gigantesca, mesmo com risco de derrota. O partido e, mais que isso, o campo da esquerda teria uma “lulodependência”, já que não há outra liderança com a força dele capaz de atrair o voto de milhões de pessoas.

Sem Lula, a bancada do PT e de partidos aliados poderia encolher a níveis inéditos, colocando o país nas mãos da direita por duas décadas, analisam as mesmas lideranças.

Mônica Bergamo/Folhapress

Processo contra Dirceu, agora anulado pelo STF, já teve até leilão de bens confiscados

Os processos da Lava Jato agora anulados contra o ex-ministro José Dirceu já tiveram até leilões de imóveis confiscados para garantir ressarcimento aos cofres públicos.

Um apartamento e uma casa em São Paulo e uma caminhonete já tinham sido leiloados sob ordem judicial. As informações estão nos autos da Justiça Federal no Paraná.

Na segunda-feira (28), o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou os processos contra o ex-ministro, ao estender para os dois casos o entendimento de que o então juiz Sergio Moro não era imparcial para julgar as ações contra o presidente Lula.

Com a medida, Dirceu recuperou seus direitos políticos e pode voltar a se candidatar. A PGR (Procuradoria-Geral da República), porém, ainda pode recorrer contra a decisão de Gilmar.

O apartamento vendido, localizado nos Jardins, estava em nome da empresa TGS Consultoria, registrada em nome de um ex-sócio do ex-ministro, Júlio Cesar dos Santos, também condenado no processo. A casa, segundo os documentos, pertenceu a uma filha de Dirceu.

A legislação permite a chamada alienação antecipada de bens. Esse procedimento costuma ser realizado antes do esgotamento dos recursos do réu contra a condenação e ocorre em casos, por exemplo, em que a propriedade alvo da Justiça pode perder valor rapidamente se não houver meios para que o acusado arque com seus custos de manutenção.

No caso de Dirceu, a realização dos leilões foi ordenada ainda na época em que Moro, hoje senador pelo União Brasil-PR, era o juiz responsável pelos processos, em 2018.

O bloqueio dos bens tinha ocorrido quando o ex-ministro foi preso na Lava Jato, em fase deflagrada em agosto de 2015.

Moro dizia que, com as vendas antecipadas, os valores ficariam depositados em juízo, aguardando o final do processo. “No caso de confirmação da condenação, é revertido para a vítima, no caso os cofres saqueados da Petrobras”, escreveu.

No caso de absolvição, acrescentou, haveria a devolução aos acusados —o que deve acontecer agora, com a anulação do processo pelo STF.

Na sentença, de 2016, o então juiz afirmou que a propina recebida pelo grupo de Dirceu era calculada em R$ 15 milhões em valores da época.

Somados, os três bens leiloados levantaram ao total R$ 948 mil. A venda mais recente tinha ocorrido no fim de 2022.

Outras propriedades também chegaram a ser listadas para leilão, porém não foram vendidas. Uma delas é um imóvel na zona sul de São Paulo avaliado em R$ 7,2 milhões. Outra é uma chácara em Vinhedo (SP), de valor estimado em R$ 1,2 milhão.

Em decisão deste mês, o juiz federal Guilherme Roman Borges suspendeu novas tentativas de vendas depois que a defesa do ex-ministro disse ter feito um acordo para quitar antigos débitos das propriedades.

Dirceu sempre questionou a iniciativa de leilões. “Os bens eram muito anteriores [ao processo], eram bens até de família. Não era uma discussão sobre a licitude da compra”, diz o advogado Roberto Podval.

O principal processo contra Dirceu já havia tramitado em três graus do Judiciário, com a confirmação da condenação também no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O ex-ministro ainda teria a possibilidade de recorrer ao STF antes do fim dos recursos.

Ele foi condenado por Moro pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo a sentença do ex-magistrado, o ex-ministro recebia propina da empreiteira Engevix por meio de um intermediário, que simulava contratos de consultoria para justificar os repasses.

Dirceu ficou preso no Paraná em três períodos, por cerca de dois anos e quatro meses, de 2015 a 2019.

Ele sempre negou as acusações feitas pelos procuradores da Lava Jato. No processo, afirmou que não havia provas para condenação e que atuava na época como consultor, argumentando que sua empresa efetivamente prestou serviços à Engevix para abertura de mercados no Peru.

Após a decisão de Gilmar Mendes nesta semana, Dirceu afirmou que o Supremo “fez justiça”. “Porque se lembrarmos, naquele PowerPoint famoso só tem um nome além do nome do Lula, o meu. E todo o objetivo de todas as minhas condenações, antes inquéritos e processos, era a delação do Lula, e a Vaza Jato deixa isso muito claro”, disse ele à GloboNews.

Em sua decisão, o ministro do Supremo afirmou que um conjunto de indícios colhidos especialmente com as mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato mostra que a “mesma falta de isenção” em relação a Lula também impediu que Dirceu “tivesse direito a um julgamento justo e imparcial”.

“A confraria formada pelo ex-juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba encarava a condenação de Dirceu como objetivo a ser alcançado para alicerçar as denúncias que, em seguida, seriam oferecidas contra Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou Gilmar.

Felipe Bächtold/Folhapress

Justiça decreta prisão temporária de presidente da Mancha Alviverde e mais 5 por emboscada

Seis torcedores foram identificados como alguns dos integrantes da organizada do Palmeiras que participaram do ataque a membros da Máfia Azul.
© Polícia Civil apura elo político na máfia das creches de SP

A Justiça acatou os pedidos da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo para a prisão temporária (por até 30 dias) do presidente da Mancha Alvi Verde, Jorge Luis Sampaio e mais cinco suspeitos. Eles foram identificados como alguns dos integrantes da organizada do Palmeiras que participaram do ataque a membros da Máfia Azul, uniformizada do Cruzeiro, em uma emboscada na manhã do último domingo, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.

Os pedidos de prisão foram feitos após a identificação de envolvidos por meio de imagens gravadas pelos próprios palmeirenses e por câmeras da Guarda Civil de Mairiporã. A Polícia cruzou as imagens com informações do banco de dados da Delegacia de Polícia de Repressão de Intolerância Esportiva (Drade), que coordena a investigação do caso. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos também atua na investigação.

A emboscada terminou com a morte de José Victor Miranda, de 30 anos. Ele integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG). Miranda chegou a ser internado no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, em estado gravíssimo em decorrência de ferimentos de queimaduras e não resistiu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência no dia, foi ateado fogo em um dos ônibus dos cruzeirenses.

Ao todo, foram contabilizados 17 feridos. Dois torcedores do Cruzeiro continuam internados. Um deles, no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Ele tem quadro estável e aguarda por cirurgia já marcada para esta semana na Santa Casa de São Paulo. Um que estava no Hospital Estadual de Franco da Rocha teve alta nesta quarta-feira. Ainda há um paciente na unidade estadual, em estado grave.

O caso é entendido como uma "cobrança" dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alvi Verde em 2022, também na Fernão Dias. Na época, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.

A Máfia Azul se manifestou ainda na tarde de domingo. "Perca com honra, mas não vença por covardia. O choro da mãe do seu rival não traz a alegria da sua", escreveu a uniformizada. A Mancha Alvi Verde nega o envolvimento na emboscada e diz ser acusada injustamente. "Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos", diz trecho da nota divulgada.

Cruzeiro e Palmeiras também lamentaram o ocorrido. Os clubes não se enfrentaram no final de semana. A equipe mineira jogou no sábado, contra o Athletico-PR, em Curitiba. Já o Palmeiras recebeu o Fortaleza, em São Paulo.

A Mancha Alvi Verde está proibida de entrar em estádios de São Paulo a partir desta quarta-feira. A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou a recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). 

por Estadao Conteudo

Leia Também: Leila tem medida protetiva contra líderes da Mancha envolvidos em emboscada


Aliados de Boulos pedem impeachment de Tarcísio por fala sobre PCC

O governador disse, sem apresentar provas, que o PCC orientou voto no deputado federal na disputa contra Ricardo Nunes (MDB) pela Prefeitura de São Paulo

© Getty
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Deputados estaduais aliados de Guilherme Boulos (PSOL) entraram com um pedido de impeachment do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa por ele ter dito no dia da eleição, sem apresentar provas, que o PCC orientou voto no deputado federal na disputa contra Ricardo Nunes (MDB) pela Prefeitura de São Paulo.

A representação, assinada pelos líderes das federações PT/PCdoB/PV e PSOL/Rede, foi protocolada nesta quarta-feira (30) pelo sistema digital da Casa. O encaminhamento dependerá do presidente da Assembleia, André do Prado (PL), aliado de Tarcísio.

Procuradas, as assessorias da Assembleia e do Governo de São Paulo não se manifestaram sobre o pedido até a publicação deste texto.

O documento enviado pelos deputados Paulo Fiorilo (PT) e Carlos Giannazi (PSOL) afirma que "a gravidade da situação não pode ser minimizada" e sustenta que Tarcísio cometeu crime de responsabilidade. A Assembleia paulista historicamente engaveta pedidos do tipo.

A afirmação de Tarcísio, apoiador de Nunes, foi feita enquanto a votação do segundo turno ainda estava em curso, no domingo (27), e foi citada por Boulos em manifestações após sua derrota. O ex-candidato, que acionou a Justiça contra o governador, disse que ele cometeu crime eleitoral.

Os deputados afirmam que a "democracia que foi agredida pela conduta irresponsável" de Tarcísio e apontam a violação de três artigos da lei 1.079/1950, a chamada lei do impeachment. Entre eles, os que consideram crime de responsabilidade impedir o livre exercício do voto e proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.

Há ainda menções a artigos do Código Penal e da lei 13.869/2019, a lei de abuso de autoridade. Para os parlamentares, Tarcísio deveria, ao tomar conhecimento da informação sobre o crime organizado, ter encaminhado a questão à Justiça Eleitoral para que fosse apurada.

A representação diz que "retratações, pedidos de desculpas ou outras condutas de contrição não poderão afastar as penas" e que "não serão aceitas desculpas relacionadas à possibilidade de não ter havido impacto na eleição", reiterando que Tarcísio estava no exercício de suas funções ao fazer a fala.

"A conduta do governador, ao se apropriar de informações e credibilidade que decorrem de seu cargo e fazer declarações que favoreceriam o seu candidato à eleição municipal de São Paulo, significou o desvio de um bem público para proveito privado", afirma o documento.

Os autores também vão pedir providências da PGR (Procuradoria-Geral da República).

A declaração do governador a respeito da organização criminosa foi dada em entrevista em colégio onde foi votar. Ele estava ao lado de Nunes e Mello Araújo, vice do emedebista.

Tarcísio foi questionado por uma jornalista sobre a violência em algumas campanhas. "A gente vem alertando sobre isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência. Então a gente pegou e reforçou o policiamento nas grandes cidades onde está tendo segundo turno", respondeu.
"Vamos aí ter muitas conversas com o Tribunal Regional Eleitoral para ver os relatórios que mostram os locais que tiveram conexão com o crime organizado", completou Tarcísio, antes de ser indagado sobre o que aconteceu na capital.

"Houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas de determinadas áreas a votarem em determinados candidatos."

O governador foi então questionado pela Folha de S.Paulo sobre qual era o candidato indicado pelo PCC em São Paulo, ao que Tarcísio respondeu: "Boulos".

Segundo especialistas, a fala do governador teve gravidade suficiente para condená-lo por abuso de poder político e torná-lo inelegível por oito anos. Também coloca sob risco a vitória de Nunes, que pode ter a diplomação como prefeito reeleito cassada pela Justiça.

Ainda no domingo, após a campanha de Boulos entrar com duas ações sobre o caso na Justiça Eleitoral, deputados aliados decidiram que reivindicariam o impeachment.

Apesar de ser remota a chance de o pedido prosperar, já que o governador possui maioria na Casa, a intenção é explorar o assunto politicamente –Tarcísio é visto como virtual candidato à Presidência da República em 2026, enfrentando o presidente Lula (PT) ou o sucessor que ele indicar.

Para ser aberto e começar a tramitar, o pedido de impeachment depende do aval de 63 dos 94 deputados estaduais.

Ciro Nogueira critica Tarcísio e diz que candidato em 2026 depende de Bolsonaro

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pela atuação nas eleições de 2024. O parlamentar afirmou que o chefe do Executivo estadual está "deixando a desejar" na articulação política, se quiser ser candidato a presidente em 2026.
Ciro Nogueira disse que Tarcísio é competente, mas que isso não basta em uma eventual disputa à Presidência. "Ele pode vir a se tornar o candidato do presidente Bolsonaro para 2026, poucos políticos têm o currículo dele. Um homem que se formou em escola militar de engenharia e passou em um dos concursos mais disputados do País, mas Presidência não é concurso público", afirmou em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta-feira, 30.

"Os melhores presidentes não passaram em concurso: Getúlio, Bolsonaro, Juscelino. São pessoas que têm uma visão de país. Os governadores de São Paulo pensam, às vezes, que São Paulo é um país e que ele está acima do Brasil, e isso não pode acontecer com o Tarcísio. Ele está deixando a desejar muito na articulação política. Tem muita insatisfação no nosso partido, no União Brasil, no partido dele, no PL. Hoje só tem um partido que está feliz, com o qual não sei se ele vai contar (em 2026) porque é um partido mais governista, o PSD", afirmou.

Segundo Ciro Nogueira, Tarcísio é o melhor candidato segundo pesquisas internas, mas a eventual candidatura do governador dependeria de sua articulação e do apoio direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "A força eleitoral dele é muito grande e quem vai decidir quem é o candidato da direita vai ser ele."

O senador disse que testou diversos nomes em pesquisas e, segundo ele, todos passam de 1% para 30% quando o apoio de Bolsonaro é colocado em jogo. Além do próprio nome, Ciro Nogueira afirmou que as medições incluíram a senadora Tereza Cristina (PP-MS), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

Sobre Bolsonaro, presidente do PP prometeu que vai atuar para o ex-presidente conseguir disputar a eleição em 2026. Por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o político do PL está inelegível até 2030.

O parlamentar também afirmou na entrevista que vai trabalhar para que o deputado Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara, seja eleito ao Senado. "Vou trabalhar pela eleição dele para o Senado para que ele seja o primeiro homem da história a ter presidido as duas Casas", disse sobre o correligionário.

Israel mata comandante do Hezbollah no sul do Líbano

Alian foi morto na segunda-feira durante um bombardeio israelense na área de Qalaouiyeh, conforme comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF)

© Lusa
O exército de Israel anunciou hoje a morte de Muhammad Jalil Alian, comandante da unidade de mísseis antitanque do grupo xiita libanês Hezbollah, em um ataque aéreo no sul do Líbano, a aproximadamente 11 quilômetros da fronteira com Israel.

Alian foi morto na segunda-feira durante um bombardeio israelense na área de Qalaouiyeh, conforme comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF). De acordo com o exército israelense, cerca de 150 alvos do Hezbollah e do grupo Hamas foram atacados em Gaza e no Líbano, incluindo centros de comando, depósitos de armas, postos de observação e lançadores de foguetes.

Na quarta-feira, Israel também bombardeou posições do Hezbollah em Mazraat El Yahoudiyeh, região de Tiro, ao norte do Líbano, após o grupo disparar um foguete contra um avião das IDF, que não foi danificado.

Durante a madrugada, sirenes de alerta soaram no norte de Israel, indicando a entrada de drones do Líbano. Um deles foi interceptado, enquanto o outro caiu em área desabitada. O Hezbollah também lançou cerca de 60 foguetes e três drones em direção à região da Galileia, atingindo um prédio na cidade costeira de Hadera, sem deixar vítimas.

Horas antes, o primeiro-ministro libanês Najib Mikati expressou esperança de que um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah seja alcançado, mencionando a possibilidade de um acordo antes das eleições presidenciais dos EUA, marcadas para 5 de novembro.

"Estamos trabalhando intensamente para garantir um cessar-fogo nas próximas horas ou dias," disse Mikati em entrevista à emissora local al-Jadeed, demonstrando um otimismo cauteloso.

O Departamento de Estado dos EUA confirmou que uma delegação americana, liderada pelo enviado especial para o Oriente Médio, Amos Hochstein, viajará hoje a Israel para negociar um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza e no Líbano.

O conflito atual no Oriente Médio começou em 7 de outubro de 2023, com um ataque em grande escala do Hamas em território israelense, resultando em mais de 1.200 mortes, principalmente de civis, e cerca de 250 pessoas levadas como reféns. Em resposta, Israel iniciou uma forte ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou mais de 43 mil mortes, também em grande parte de civis, segundo as autoridades locais.

O confronto se estendeu ao Líbano, onde, após meses de trocas de ataques na fronteira, Israel lançou uma ofensiva contra o Hezbollah em 23 de setembro. As autoridades libanesas relatam mais de 2.800 mortos, com cerca de 1,2 milhão de pessoas deslocadas devido aos ataques, a maioria dos quais ocorridos no último mês. por Notícias ao Minuto Brasil

Leia Também: Milei derruba chanceler Diana Mondino após voto contra embargo a Cuba

Destaques