Moraes é parcial e não tem condição de conduzir inquérito golpista, diz líder da oposição

Líder da oposição no Senado e secretário-geral do PL, o senador Rogério Marinho (RN)
Líder da oposição no Senado e secretário-geral do PL, o senador Rogério Marinho (RN) afirma que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), não tem “nenhuma condição” de conduzir o inquérito que inclui os planos golpistas que envolviam sua própria morte e a do presidente Lula.

Como a Folha mostrou, Moraes foi o principal personagem de sua própria decisão que autorizou a operação da Polícia Federal, reproduzindo 44 citações a si mesmo. “Eu acho que o ministro Alexandre de Moraes não tem nenhuma condição de continuar à frente desse processo, ele claramente é parte do processo. Não há nenhuma imparcialidade em quem se afirma vítima”, diz Marinho.

Na avaliação do senador, ex-ministro no governo de Jair Bolsonaro, Moraes é vítima do processo, por ter sido citado como um dos alvos dos planos golpistas. “Então ele não teria nenhuma condição de ser o juiz julgador”, ressalta Marinho, que diz que condutas parecidas levaram a oposição a pedir no Senado a abertura de um processo de impeachment contra o ministro do STF.

“O ministro continua reiterando os motivos que ensejaram o pedido de abertura desse processo de impedimento. Ele comete claramente abuso.”

O líder da oposição também defende que haja autocontenção do STF e que a apuração do caso seja justa, transparente e imparcial. “Que se use o rito processual, porque o que estão fazendo agora é justamente o que acusaram que acontecia na Lava Jato: prisões longas para se tentar confissões, busca e apreensão de celulares atrás de provas que não estavam dentro do processo originário, para criar outros inquéritos”, ressalta.

“Nós vivemos no Brasil um estado de exceção, que está banalizado. Todo mundo está achando que virou uma coisa normal as pessoas excepcionalizarem o direito, a democracia, o rito processual. E não está. Isso faz muito mal à democracia.”

O senador vê ainda tentativa de ligar o ex-presidente à investigação da Polícia Federal que prendeu quatro militares e um agente da PF na terça-feira (19). “Mas mesmo os trechos que foram publicados pela imprensa mostram que não havia nenhum estímulo por parte do presidente, pelo contrário”, diz. “Há um diálogo que foi publicado onde claramente as pessoas, os aloprados que estão falando nesse diálogo, reclamam que o presidente quer jogar dentro da Constituição.”

Questionado sobre se o PL questionaria a suspeição de Moraes na condução dos inquéritos, Marinho afirma que, quando o partido peticionou em juízo uma dúvida sobre o processo eleitoral, “levou uma multa de R$ 22 milhões e o veredito de litigância de má-fé cerca de duas ou três horas depois de impetrar a ação.”

Danielle Brant, Folhapress

BNDES: Empréstimo do Banco da China é de R$ 4 bi e tem prazo de até 3 anos

A primeira operação de empréstimo em moeda chinesa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o China Development Bank (CDB) será de 5 bilhões de renmimbis (o equivalente a R$ 4 bilhões) e tem prazo de até três anos, de acordo com a instituição brasileira. O acordo foi fechado hoje, durante visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil. No total, os dois países firmaram 37 atos nesta quarta-feira, 20.

A linha de crédito será usada pelo BNDES em diferentes setores da economia doméstica e, segundo o banco, representa a ampliação da cooperação em moeda local entre os países. Este é um tema que vem sendo cada vez mais discutido pelos integrantes do Brics – grupo que foi formado inicialmente também por Rússia e Índia, acrescido da África do Sul e que agora totaliza 10 membros.

Para o banco de fomento brasileiro, a operação também possibilita a promoção do comércio bilateral entre China e Brasil. O gigante asiático é o maior comprador de produtos domésticos.

“O BNDES tem intensificado sua atuação internacional, buscando maior aproximação com diversas instituições de fomento para diversificar o funding e ampliar os investimentos no Brasil. A parceria do Banco com a China é histórica, desde 1997, resultando em cooperação em projetos de interesse da China e do Brasil. O empréstimo em moeda chinesa é um passo importante para diversificar as opções dos empresários brasileiros, sobretudo aos exportadores, porque tem a proteção cambial natural decorrente de suas exportações”, explicou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, por meio de nota.

Este ano, Brasil e China comemoram 50 anos de relações diplomáticas e 20 anos da criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

Célia Froufe, Folhapress

Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças mundo

Foram notificados casos da doença em pelo menos 80 países em 2024
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

Agência Brasil

Relação entre Brasil e China vive melhor momento, diz Xi Jinping

Presidente chinês e Lula anunciam novo patamar da parceria bilateral
O presidente da China, Xi Jinping, que faz visita de Estado ao Brasil nesta quarta-feira (20), afirmou que a relação entre os dois países vive o seu melhor momento na história. O líder chinês foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, residência oficial. Ambos assinaram 37 novos acordos bilaterais.

“Mantive uma reunião cordial, amistosa e frutífera com o presidente Lula. Fizemos uma retrospectiva do relacionamento da China com o Brasil ao longo dos últimos 50 anos. Coincidimos que este relacionamento está no melhor momento da história. Possui uma projeção global estratégica e de longo prazo cada vez mais destacada. E estabeleceu um exemplo para avançarem juntos com solidariedade e cooperação, entre os grandes países em desenvolvimento”, afirmou o presidente em declaração à imprensa. A China é o país com a segunda maior economia do planeta e principal parceiro do Brasil desde 2009, responsável por mais da metade do superávit comercial anual do país.

A agenda em Brasília ocorre na sequência da participação do líder chinês na Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro e que foi encerrada na última terça-feira (19). Além disso, é uma retribuição da visita de Lula à China em abril de 2023 e ocorre em celebração aos 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países, completados este ano.

Em sua declaração após a reunião com Xi Jinping, o presidente Lula anunciou a elevação de status da relação bilateral, que agora passa a ser classificada como “Parceria Estratégica Global ao patamar de Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável”.

“Estamos determinados a alicerçar nossa cooperação pelos próximos 50 anos em áreas como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial. Por essa razão, estabeleceremos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação Ecológica e a Iniciativa Cinturão e Rota. Para dar concretude às sinergias, uma Força Tarefa sobre Cooperação Financeira e outra sobre Desenvolvimento Produtivo e Sustentável serão estabelecidas e deverão apresentar projetos prioritários em até dois meses”, afirmou Lula.

Sul Global

Xi Jinping também destacou como exemplo o fato de Brasil e China serem os dois maiores países em desenvolvimento de duas regiões e ocuparem um lugar de protagonismo das aspirações dos países do chamado Sul Global – termo geopolítico que designa nações pobres ou em situações socioeconômicas similares, especialmente da América Latina, África e Ásia.

“China e Brasil devem assumir proativamente a grande responsabilidade histórica de salvaguardar os interesses comuns dos países do Sul Global e de promover uma ordem internacional mais justa e equitativa”, disse o presidente chinês. Ele ainda defendeu aumentar a representação dos países em desenvolvimento na governança global. “É também nosso consenso que China e Brasil continuem estreitando a colaboração em fóruns multilaterais como Nações Unidas, G20 e Brics, enfrentando a fome e a pobreza”, acrescentou.

“Defendemos a reforma da governança global e um sistema internacional mais democrático, justo, equitativo e ambientalmente sustentável. Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar.
Agradeci o engajamento no Chamado à Ação pela Reforma da Governança Global que o Brasil lançou no âmbito do G20”, disse Lula na declaração, em sintonia com seu homólogo.

Conflitos internacionais

Tanto Lula quanto Xi Jinping abordaram a situação de guerras que vem ocorrendo pelo mundo e defenderam soluções políticas para o fim dos conflitos.

“Jamais venceremos o flagelo da fome em meio à insensatez das guerras. A Aliança Global contra a Fome, lançada oficialmente há dois dias, é uma das iniciativas mais importantes da presidência brasileira do G20. A China foi parceiro de primeira hora nessa empreitada para devolver a dignidade aos 733 milhões de pessoas que passam fome no mundo, em pleno século 21. Sem paz, o planeta tampouco estará em condições de construir soluções para a crise climática”, disse Lula. O presidente brasileiro fez menção ao documento lançado com a China e que propõe uma resolução política para a guerra na Ucrânia.

Para o presidente da China, o mundo está longe de ser tranquilo, “com várias regiões sofrendo guerras, conflitos, turbulência e insegurança”.
“A humanidade é uma comunidade de segurança indivisível. Só quando abraçarmos a visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, é que criaremos um caminho de segurança universal. Com relação à crise na Ucrânia, enfatizei diversas vezes que não existe solução simples para um assunto complexo. China e Brasil emitiram entendimentos comuns sobre uma resolução política para a crise na Ucrânia e criaram grupo de amigos da paz, sobre a crise na Ucrânia. Devemos reunir mais vozes que advogam a paz e procuram viabilizar uma solução política da crise na Ucrânia”, disse.

Sobre a guerra na Faixa de Gaza, invadida por Israel, o presidente chinês afirmou que a situação humanitária segue se deteriorando e cobrou maior empenho da comunidade internacional em uma ação imediata de cessar-fogo e assistência humanitária, bem como uma solução duradoura que, segundo ele, precisa assegura a existência de dois Estados.

Lula e Xi Jinping devem voltar a se encontrar no ano que vem, quando o Brasil sediará uma nova cúpula dos Brics, em julho. A presença do chinês também é aguardada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no final do ano que vem em Belém.

Agência Brasil

Gleisi diz que operação da PF pode levar à prisão de Bolsonaro

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), avalia que a operação da Polícia Federal contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse de Lula (PT) pode levar à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É muito grave o que aconteceu. É algo que coloca responsabilidade direta no colo de Jair Bolsonaro”, diz Gleisi ao Painel.

“Não tem como dizer que ele não sabia. O vice sabia e estava articulando. A pessoa que estava na Secretaria-Geral da Presidência teve participação. O Mauro Cid sabia. E o maior beneficiado disso seria Bolsonaro. Óbvio que ele tem grande responsabilidade e isso tem de ser apurado”, afirma.

A investigação da PF que deu origem à operação deflagrada na terça (19) descobriu que as cinco pessoas presas (quatro militares e um policial federal) conversavam em 2022 em um aplicativo de mensagens sobre um plano para matar o então presidente eleito e o vice, Geraldo Alckmin (PSB), além do próprio ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Entre os alvos da operação está o general da reserva Mario Fernandes, que foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro. Além disso, segundo a PF, o plano de golpe e homicídio foi discutido na casa do general da reserva Braga Netto, vice de chapa de Bolsonaro em 2022 e ministro da Casa Civil e da Defesa no governo.

“Caminha para a prisão de Bolsonaro essa situação pela gravidade dos fatos. Você tem uma tentativa de homicídio, de golpe, é formação de quadrilha. E isso foi gestado dentro do Palácio do Planalto”, afirma a presidente do PT.

Victoria Azevedo, Folhapress
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Casal suspeito de furtar R$ 1,5 milhão do Banco do Brasil tem prisão preventiva decretada no RS

PRF apreende dinheiro que teria sido furtado por bancário
O casal que transportava cerca de R$ 1,5 milhão em cédulas de reais, dólares e euros furtados do Banco do Brasil, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, teve a prisão preventiva decretada após uma audiência de custódia realizada nesta terça-feira (19).

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o casal, que planejava fugir para o Uruguai, é do Espírito Santo e estava transportando o dinheiro em um Jeep Renegade. Ainda segundo a PRF, o homem é funcionário do banco e furtou o dinheiro da agência em que trabalhava. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do casal.

Os dois foram detidos pela PRF durante uma abordagem em Santa Maria. No veículo, além do dinheiro, também estavam um gato e um cachorro, que foram encaminhados para uma ONG.

Um boletim de ocorrência foi registrado pela gerente da agência bancária, na Polícia Civil do Espírito Santo, após notar o desaparecimento do dinheiro. No documento, ela destacou que o funcionário “não apareceu para trabalhar na presente data [segunda-feira, 18], não atende ao telefone e nem visualiza mensagens no WhatsApp”.

Em nota, a PRF afirmou que o dinheiro foi encontrado após “uma inspeção mais aprofundada em que foram encontrados maços de reais, dólares e euros escondidos em malas e junto ao estepe”.

Os agentes contabilizaram R$ 763,4 mil, US$ 41,9 mil (R$ 242 mil) e 70,7 mil euros (R$ 429,9 mil).

“A suspeita é de que o dinheiro tenha sido furtado de uma agência do Banco do Brasil no Espírito Santo, onde o condutor do veículo trabalha”, disse a corporação.

A Polícia Civil de Santa Maria conduzirá as investigações, em colaboração com a Polícia Civil de Vitória, para esclarecer como o crime foi planejado e determinar o momento exato em que o dinheiro foi subtraído.

Em nota, o Banco do Brasil declarou que “a área de segurança identificou o furto, notificou as autoridades policiais e contribuiu com as investigações, que resultaram na localização e prisão do funcionário”.

Bruna Fantti, Folhapress

"Todas as capitais europeias estão sob risco", avisa TV russa

O vídeo com as declarações circula nas redes sociais, incluindo o X (antigo Twitter)
© X/@RadarHits
Um apresentador de um canal estatal russo fez declarações alarmantes em um programa de televisão, alertando sobre os potenciais impactos devastadores de um ataque nuclear da Rússia contra a Europa. O vídeo com as declarações circula nas redes sociais, incluindo o X (antigo Twitter).

Durante a transmissão, o apresentador sugeriu que o Kremlin deve dar “atenção especial” ao Reino Unido em caso de guerra nuclear, destacando também as bases militares dos Estados Unidos localizadas na Alemanha. "Todas as capitais europeias estão sob ameaça", afirmou ele.

O apresentador mencionou explicitamente capitais como Berlim, Paris e Praga. No caso do Reino Unido, ele citou cidades como Londres, Manchester e Birmingham, ressaltando que "especial atenção" seria dedicada ao país, que ele classificou como "inimigo".

“A Grã-Bretanha está em seu ponto mais vulnerável. Basicamente, bastam três mísseis para que a civilização entre em colapso”, disse o apresentador, reforçando o tom ameaçador.

Esse tipo de discurso não é novo. Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, em 2022, declarações de ameaça por parte do Kremlin e seus aliados têm sido frequentemente direcionadas ao Reino Unido e a outras nações que apoiam Kiev
por Notícias ao Minuto Brasil

PF e BPFron prendem duas pessoas transportando 300 kg de maconha

Guaíra/PR. Nesta terça-feira (20/11), equipe integrada composta por policiais federais, em ação conjunta com Polícia Militar do Paraná, por meio do BPFRON (Batalhão de Polícia de Fronteira), lograram êxito em interceptar comboio de dois veículos transportando 300 Kg de substância análoga a maconha.

A ação teve início próximo na região de Francisco Alves/PR onde o comboio de veículo tentou empreender fuga, até que alguns quilômetros de acompanhamento tático, com direção perigosa e os foragidos submetendo os usuários da vida em risco de grave acidente com vítimas fatais, equipe policial obteve êxito em realizar a interceptação dos dois veículos carregados com entorpecente e realizar a prisão em flagrante de duas pessoas, sendo cada uma motorista dos automóveis envolvidos.

Diante dos fatos, os presos, os veículos e todo o material ilícito foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal em Guaíra, para as devidas providências cabíveis.

Essa operação bem-sucedida é mais um exemplo de compromisso das forças de segurança pública na região, contribuindo para a segurança da comunidade e o enfraquecimento das redes criminosas que atuam na área de fronteira.

Polícia Federal do Paraná

Moraes cita Moraes 44 vezes e acumula mais um caso em que é personagem e juiz ao mesmo tempo

No texto em que autorizou a operação da Polícia Federal realizada nesta terça-feira (19), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes foi o principal personagem de sua própria decisão, reproduzindo 44 citações a si mesmo.

O magistrado figura nas investigações da Polícia Federal ao lado de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) como alvos de assassinato pela trama golpista que se desenrolou no final do governo de Jair Bolsonaro (PL) —políticos citados na mesma decisão, respectivamente, 16, 12 e 28 vezes.

A operação desta terça é mais uma em que o ministro do STF figura fora da atribuição exclusiva de julgador. Desta vez como personagem central do caso investigado, é citado na decisão em terceira pessoa.

“Ressalta a representação policial que, com o aprofundamento da investigação, a partir da realização da operação Tempus Veritatis e da análise dos dados armazenados nos telefones celulares apreendidos em
poder de Rafael Oliveira [um dos investigados], ‘a investigação logrou êxito em identificar novos elementos de prova que evidenciaram a efetiva realização de atos voltados ao planejamento, organização e execução de ações de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes'”, escreveu o ministro em uma das referências a si mesmo, reproduzindo parte de trecho da peça policial.

A Folha procurou Moraes por meio da assessoria do STF, mas não houve manifestação.

Uma série de reportagens da Folha mostrou, com base em conversas de um ex-assessor seu no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que nas investigações do inquérito das fake news Moraes agiu fora do rito, adotando atitudes que em um processo normal são atribuições da Polícia Federal (o órgão que investiga) e da Procuradoria-Geral da República (o órgão que faz a acusação).

Entre outros casos, as conversas indicam que os alvos de investigação eram escolhidos pelo ministro ou por seu juiz assessor, que Moraes utilizou o órgão de combate à desinformação do TSE para levantar informações e produzir relatórios contra manifestantes que xingaram ele e colegas e que ordenou o endurecimento contra o X (antigo Twitter) após Elon Musk se negar a fazer a moderação de conteúdo nos termos defendidos pelo magistrado.

Após a publicação das reportagens, o ministro do STF abriu de ofício (sem provocação externa) inquérito sobre o vazamento das mensagens trocadas entre seus auxiliares. Em mais uma ação que tem ele próprio como personagem.

A menção a um ataque às instituições tem servido como argumento para que o ministro acumule apurações sob o seu comando desde 2019, com o controverso inquérito das fake news e seus desdobramentos.

Quando foi aberto, esse inquérito se propunha a investigar a existência de notícias falsas, denunciações caluniosas e ameaças contra os membros do STF e seus familiares. Acabou servindo de motivação para diversas decisões do ministro.

Criticado desde o nascedouro, o inquérito é uma espécie de síntese da polêmica envolvendo a discussão sobre os poderes de Moraes.

Ele foi aberto sem solicitação do Ministério Público, com base em interpretação alargada do regimento interno da corte e ganhou legitimidade conforme as ameaças à corte e à própria democracia cresciam em volume no governo Bolsonaro.

Um dos principais argumentos favoráveis ao seguimento da apuração foi o de que outras instituições, como a PGR sob Augusto Aras, estavam sendo omissas.

Designado relator do inquérito das fake news sem sorteio, Moraes virou alvo de bolsonaristas e adotou uma série de apurações, com algumas decisões vistas como duras demais e, por vezes, controversas.

Passada a gestão Bolsonaro, o inquérito perdura até hoje, mais de cinco anos e meio após sua abertura.

Na investigação da minuta de decreto para executar o plano golpista, com a decretação de prisão de várias autoridades, como do próprio Moraes, a defesa de Bolsonaro chegou a pedir o afastamento do ministro sob o argumento de que ele seria uma “vítima direta” das condutas investigadas e que tinha interesse no resultado do processo.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, negou o pedido dizendo que ele era genérico, subjetivo e sem base jurídica. Afirmou que deveria ser demonstrado “de forma clara, objetiva e específica, o interesse direto no feito por parte do ministro alegadamente impedido”.

Em ocasiões anteriores, Moraes abdicou de algumas investigações. O principal caso de que ele abriu mão —mas apenas de parte dele— é de maio deste ano, quando determinou à PF que prendesse dois suspeitos de envolvimento em ameaças a eles e aos seus familiares.

Na ocasião, foram presos o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira e seu irmão Oliverino de Oliveira Júnior.

Em seguida, o ministro se declarou impedido de permanecer no caso, mas prosseguiu com a relatoria relacionada à suspeita do crime de tentativa de abolição do Estado democrático de Direito com emprego de violência ou grave ameaça.

Com isso, Moraes manteve à época a prisão preventiva dos dois suspeitos, apontando que há “fortes indícios de autoria”.

Em julho do ano passado, a PF abriu inquérito após ele e familiares serem hostilizados por um grupo de brasileiros no aeroporto internacional de Roma. Depois, o ministro se declarou impedido de participar do julgamento colegiado de dois recursos nesse inquérito.

Especialistas têm criticado a condução de Moraes de casos que o atingem diretamente sob o argumento principal de que isso afeta a necessária imparcialidade de um juiz. Defensores da postura do ministro afirmam que suas ações foram necessárias para conter desmandos e ímpetos golpistas sob Bolsonaro.

Ranier Bragon/Folhapress

FICCO Bahia e PM desmontam esquema de maconha “indoor” em Itacaré

 Cerca de 50 kg do entorpecente conhecido como ‘skunk’ foram descobertos enterrados em tonéis.

O trabalho de inteligência da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Bahia, com a Polícia Militar (72ª CIPM), resultou na desarticulação de um esquema de maconha “indoor”, na cidade de Itacaré. Cerca de 50 kg do entorpecente foram apreendidos na manhã desta terça-feira (19), durante a Operação Ônix, que cumpriu dois mandados de busca em locais utilizados pelos criminosos.
A maconha do tipo ‘skunk’, apontada como de alta qualidade, era cultivada em ambientes fechados e comercializada na região. Um traficante acabou preso em flagrante pelas equipes da FICCO Bahia e da PM

O integrante de facção era responsável por enterrar a droga em tonéis, distribuir para os comparsas e também contabilizar os valores do comércio ilícito.

Nos locais utilizados pelos criminosos, além da drogas enterradas, os policiais encontraram munições, balanças, entre outros itens.

As Forças Estaduais e Federais seguem realizando diligências na cidade, com o objetivo de capturar outros integrantes da facção.

Texto: Alberto Maraux

Parceria entre polícias desarticula esquema de fraudes em campanhas de doações falsas

 A operação contou com o apoio das polícias civis de Pernambuco, Minas Gerais e Bahia.

 Nesta terça-feira (19), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou mais uma fase da Operação Dilúvio Moral, com foco em fraudes praticadas durante as enchentes de maio no Estado. Foram cumpridas três prisões preventivas e três mandados de busca e apreensão. A operação contou com o apoio das polícias civis de Pernambuco, Minas Gerais e Bahia, sendo realizada simultaneamente nos municípios de Olinda, Belo Horizonte e Feira de Santana.

A investigação identificou um casal de Olinda como os principais articuladores e uma mulher de Belo Horizonte como responsável por abrir contas para receber os valores. Em Feira de Santana, a 2ª Delegacia Territorial cumpriu mandados em locais relacionados à fraude, onde foram encontrados pés de maconha, a droga in natura, sementes da planta, um simulacro de arma de fogo, aparelhos eletrônicos, cartões de crédito e maquinetas de cartão.

O esquema consistia na criação de páginas falsas que simulavam campanhas de arrecadação, redirecionando vítimas a um site semelhante ao “Vakinha”. Por meio de um QR Code, as doações eram desviadas para contas controladas pelos golpistas, com as páginas sendo impulsionadas nas redes sociais para ampliar o alcance.

O trabalho conjunto utilizou tecnologias avançadas para rastrear os envolvidos e apreender provas. Contas bancárias vinculadas ao esquema foram bloqueadas, e valores desviados, retidos. A operação reforça a importância da integração entre polícias de diferentes estados no combate a crimes sofisticados, com esforços contínuos para desarticular toda a organização criminosa.

Texto: Ascom PCBA

Operação Dragão de Fogo prende suspeitos por incêndios criminosos em Feira de Santana

As apurações indicaram que um grupo criminoso orquestrou a destruição de imóveis e mercadorias das vítimas. 

A Polícia Civil da Bahia, por meio do Serviço de Investigação da 1ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, deflagrou a Operação Huǒlóng: Dragão de Fogo, que investiga os incêndios criminosos ocorridos na madrugada de 12 de setembro de 2024, em Feira de Santana. As apurações indicaram que um grupo, com base em São Paulo, orquestrou a destruição de imóveis e mercadorias das vítimas como parte de disputas comerciais. A atuação integrada com agências de inteligência dos estados da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul possibilitou a identificação dos principais envolvidos e resultou na prisão de três suspeitos, detidos nesta terça-feira (19) nos estados paulista e gaúcho.

De acordo com as investigações, o crime foi financiado por um empresário chinês, residente em São Paulo e proprietário de uma empresa de importação e exportação, que teria pago R$ 50 mil para a execução dos ataques. A motivação está relacionada a uma rivalidade comercial entre o mandante e as vítimas, empresários chineses residentes no município baiano.

As transferências financeiras entre os envolvidos, realizadas via PIX, foram rastreadas pelos investigadores, contribuindo para identificar a dinâmica do crime. Um cabo da Polícia Militar de São Paulo foi indiciado como intermediário na contratação dos executores. Ele articulou a participação de quatro envolvidos, sendo responsável pela coordenação da operação criminosa.

Histórico – Em setembro, uma sequência de três incêndios atingiu inicialmente um depósito de produtos importados no bairro Pedra do Descanso, onde estavam estocados cerca de R$ 8 milhões em mercadorias. Em seguida, duas lojas localizadas na rua Conselheiro Franco, no Centro da cidade, também foram incendiadas. Todas as propriedades pertenciam a um mesmo grupo de comerciantes chineses. Os prejuízos foram estimados em mais de R$ 15 milhões.

De acordo com a delegada-geral da Polícia Civil, Dra. Heloísa Brito, a operação demonstra o comprometimento da corporação no combate ao crime organizado. “A Operação Huǒlóng partiu do levantamento de informações detalhadas sobre os envolvidos, incluindo o rastreamento de transações financeiras e a identificação de conexões entre o mandante, os intermediários e os executores. A atuação coordenada pela Polícia Civil resultou na coleta de provas que reforçam a complexidade do esquema criminoso e destacam o empenho de toda a equipe envolvida”.

Texto: Ascom PC

55ª CIPM/Ipiaú e CIPE Central no intuito de cumprir um mandado de prisão em desfavor de um homem que estaria foragido do estado de Goiás e residindo em Ipiaú.

Na tarde dessa terça feira (19/11), nas cidades de Ipiaú e Ubatã, foi desencadeada uma operação dos Setores de Inteligência da 55ª CIPM/Ipiaú e CIPE Central no intuito de cumprir um mandado de prisão em desfavor de um homem que estaria foragido do estado de Goiás e residindo em Ipiaú.

Após veiculação de vídeos nas mídias sociais de facções na cidade de Ubatã e Ipiaú, onde traficantes ostentavam fuzis e realizam disparos em via pública, foi iniciada uma Operação visando identificar os suspeitos e as armas utilizadas. Após compartilhamento de informações da ROTAM da Polícia Militar do Estado de Goiás, dando conta que um foragido do Estado estaria na Bahia, na cidade de Ipiaú, e que ele tinha uma vasta ficha criminal e um mandado de prisão em aberto.

A polícia identificou um homem com as características idênticas as do suspeito informado pela ROTAM de Goiás sendo o mesmo abordado pelo PETO/55ª CIPM, o mesmo confirmou que estava foragido e que em sua residência na Rua Castro Alves no Centro de Ipiaú tinha uma grande quantidade de drogas e um fuzil, ao chegar na residência onde sua esposa encontrava-se em seu interior com o apoio da CIPE Central foram encontrados os seguintes materiais: um fuzil Taurus T4 5,56 X 45mm com um carregador, munições e três sacos de substância análoga à cocaína.

Em ato contínuo as guarnições se dirigiram para o bairro ACM no Caminho 09, onde um segundo homem que seria da mesma Facção e estaria guardando armas e drogas em sua residência, ao perceber a aproximação da polícia o homem evadiu do local tendo sido acompanhado pelos policiais que não obtiveram exito, na casa deste homem foram encontrados os seguintes materiais: um colete balístico e um carregador de fuzil 5,56 NATO com munições desse mesmo calibre e uma balança de precisão.

Desta forma, todos os envolvidos, juntamente com o material apreendido, foram apresentados na 9° COORPIN/Jequié para tomadas das medidas cabíveis.

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