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Ipiaú: Prefeita eleita Laryssa Dias fortalece aliança com governador Jerônimo em evento de Inaugurações em Nova Ibiá

A prefeita eleita de Ipiaú, Laryssa Dias, marcou presença neste sábado (08), em Nova Ibiá, durante um importante evento de inaugurações de obras e assinaturas de novos serviços, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues. O encontro reforçou os laços entre a futura gestão de Laryssa e o Governo do Estado, dando continuidade à parceria sólida que já existe com a gestão atual da prefeita Maria.

Durante o evento, foram entregues diversas obras que beneficiam diretamente a população de Nova Ibiá, demonstrando o comprometimento do governo estadual com o desenvolvimento regional, que inclui Ipiaú.
Laryssa destacou a relevância da parceria com o governador Jerônimo, um aliado que tem sido fundamental tanto para a gestão Maria quanto para os planos de sua futura administração. “Essa relação de confiança e trabalho conjunto com o Governo do Estado é crucial para garantirmos mais desenvolvimento para Ipiaú. O apoio do governador é essencial para realizarmos projetos transformadores na nossa cidade,” ressaltou.
Também participaram do evento o vice-prefeito de Ipiaú, Orlando Santos, e Daniel Dias, diretor do Hospital Geral de Ipiaú (HGI), que representaram o município ao lado de Laryssa. A presença das lideranças reforçou o engajamento de Ipiaú nas iniciativas que visam o desenvolvimento da região.

Texto e fotos: Michel Querino

Ao lado do ministro Rui Costa, Jerônimo entrega escola, unidades habitacionais e mercado municipal em Nova Itarana

Foto: Feijão Almeida/GOVBA
O governador Jerônimo Rodrigues iniciou sua agenda em Nova Itarana, neste sábado (7), com um sobrevoo pela cidade e pelo barreiro na Comunidade Campestre/Jequiézinho, onde verificou de perto as necessidades da população local. Durante a visita, acompanhado do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, e de outras autoridades, anunciou e entregou importantes obras que a partir de hoje irão transformar a infraestrutura e a qualidade de vida da população do município. 
 
“É um dia de celebrações e avanços para a região, e estamos muito felizes com tudo o que estamos realizando aqui”, garantiu o governador que inaugurou a Escola Municipal Abenil Borges dos Santos, localizada na sede do município, uma obra realizada no valor de R$ 7,1 milhões. A unidade, que atende da educação infantil ao 5° ano do fundamental, passou por um processo de modernização e ampliação realizado pela Secretaria da Educação (SEC), agora oferece melhores condições para o aprendizado dos alunos com novos espaços como 12 salas de aula, dois laboratórios, quadra poliesportiva coberta, refeitório, vestiários e espaço para recreação.
Foto: Feijão Almeida/GOVBA
Para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, “é fundamental a parceria entre Jerônimo e Lula para garantir a entrega de escolas de qualidade aos municípios, algo essencial para o desenvolvimento da nossa população. As famílias sempre destacam a importância das escolas. Embora seja uma cidade pequena, ela tem se destacado pelo cuidado com todos os seus aspectos. É muito importante ver o prefeito trabalhando incansavelmente, priorizando a educação como uma ferramenta de transformação e melhoria na vida das pessoas”.

Já a colaboradora da escola, Claudia Serra, destacou, “O espaço ficou excelente. Agora, teremos muito mais área disponível, tanto para nós, funcionários, quanto para os alunos. Eles terão mais espaço para estudar, se alimentar e até mesmo para lazer. As salas de aula estão maiores e organizadas.”

Moradia
Foto: Feijão Almeida/GOVBA
Em seguida, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e a Companhia de Desenvolvimento do Estado da Bahia (Conder) foram entregues dez unidades habitacionais, no âmbito do Programa Bahia Minha Casa, na sede de Nova Itarana. Uma segunda etapa com 38 novas moradias está em processo de finalização e será entregue no distrito de Km 100 até final do ano. As novas moradias orçadas em R$ 3,5 milhões atendem a uma demanda antiga da população, garantindo mais conforto e dignidade para as famílias que agora possuem um lar definitivo.

Desenvolvimento Rural
Foto: Feijão Almeida/GOVBA
Ainda na área de infraestrutura, o Mercado Municipal de Nova Itarana que contou com investimento de R$ 2 milhões, foi reinaugurado com novas instalações e melhorias, fruto de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e a Prefeitura. Agora mais moderno, o espaço também recebeu  80 barracas de feira livre, e promete fortalecer a economia local, oferecendo melhores condições para os feirantes e atraindo mais consumidores.
Foto: Feijão Almeida/GOVBA
A visita ao município também incluiu a entrega da Unidade de Processamento de Derivados da Mandioca na Comunidade Boa Vista, uma ação que integra os esforços da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR). A unidade que tem capacidade de processamento de 400kg de matéria prima por dia, beneficiará aproximadamente 85 agricultores familiares promovendo a geração de emprego e renda, além de agregar valor à produção local.

Ainda em Nova Itarana, o governador também entregou uma ambulância, o barreiro da Comunidade Campestre/Jequiézinho e a Praça do comércio, na sede.

Outros Investimentos
O governador deu continuidade ao seu compromisso com o município e assinou duas importantes ordens de serviço que irão beneficiar diretamente a infraestrutura e uma o abastecimento de água, além de benefícios para a educação. A primeira assinatura, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), autoriza a pavimentação asfáltica no trecho do acesso a Nova Itarana ao entroncamento da BA-026. Mais de R$ 6 milhões serão investidos nos mais de 4 km de extensão, beneficiando 8 mil habitantes, além da autorização para a elaboração do projeto de restauração e pavimentação asfáltica na rodovia BA-026, no trecho que liga o entroncamento da BR-116 a Nova Itarana e Planaltino. 

“Além das entregas, anunciamos a recuperação da estrada que liga Planaltino a Nova Itarana, uma estrada que foi inaugurada pelo ex-governador Jacques Wagner, mas que precisa de reparos urgentes. Vamos investir quase R$50 milhões nesse projeto e, até agosto, teremos o projeto finalizado para darmos início à obra”, completou o governador Jerônimo Rodrigues.

Já a segunda ordem de serviço, assinada junto à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) e à Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), garantirá implantação do Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) para as localidades de Barro e Exu, que ficam a 12 km da sede do município. O projeto, que conta com um investimento de R$ 2,5 milhões, promete levar água potável para centenas de famílias dessas comunidades.

O governador ainda autorizou a SEC a adotar as providências para cessão de um ônibus escolar rural para o município de Nova Itarana.

Repórter: Joci Santana/GOVBA

Nova Ibiá celebra avanços em abastecimento de água e melhorias em infraestrutura esportiva e urbana

Os moradores de Nova Ibiá comemoram a chegada de novos sistemas de abastecimento de água tratada, que representam uma transformação significativa para a qualidade de vida na região. Durante visita ao município neste sábado (7), o governador Jerônimo Rodrigues entregou obras que beneficiam mais de 1.200 pessoas em comunidades como Putumuju, Putumuju Dois, Putumuju Três, Fazenda Santo Antônio, Limeira, Fazenda Boa Vista, Ganduzinho e Cabeceira do Riachão Dantas.
As intervenções somam investimentos de mais de R$ 4,4 milhões, garantindo segurança hídrica e dignidade para as famílias. "Ter água tratada na torneira é uma mudança enorme para nós. Agora, não precisamos mais depender de fontes improvisadas", comemorou Grace Kelly Paulino, moradora da Fazenda Boa Vista.

A declaração reflete o impacto dos novos sistemas de abastecimento, que substituem a antiga dependência de caminhões-pipa e poços artesianos de qualidade duvidosa. Com o fornecimento regular de água, as famílias ganham mais tempo para outras atividades, além de conforto e saúde.

"A água de qualidade é sinônimo de dignidade e saúde. É essencial para o desenvolvimento das famílias, especialmente em áreas rurais onde o acesso é mais difícil. Esses sistemas garantem conforto no presente e segurança para o futuro das comunidades", destacou o governador Jerônimo Rodrigues.

Esporte e desenvolvimento rural
Além dos avanços no abastecimento de água, Nova Ibiá recebeu melhorias significativas em infraestrutura esportiva. A Areninha Society foi reformada, ganhando grama sintética e novas estruturas para incentivar a prática de esportes. O Estádio Municipal Valdivino José Braz também passou por intervenções para modernizar suas instalações.

Para fortalecer a agricultura familiar da região, foi entregue a construção de uma Unidade de Beneficiamento de Derivados da Mandioca, com investimentos de R$ 839 mil.

Revitalização urbana e espaços de convivência

Para impulsionar o turismo e o comércio, foram autorizados convênios com a Prefeitura para a construção de uma praça de eventos no bairro Salete, um Portal de Entrada na cidade e a Praça do Evangélico, além da pavimentação de 12 ruas na sede.

Outras melhorias urbanísticas também marcaram a visita. No bairro Cleto Brito II, o entorno do lago foi requalificado com iluminação pública e novas estruturas de lazer, tornando-se um ponto de convivência para a comunidade. Já no bairro Alípio Lopes, a revitalização de áreas públicas contou com investimentos superiores a R$ 750 mil.

Repórter: Tácio Santos/GOVBA

Ipiaú: Dupla armada invade bar e mata homem a tiros


Um homem foi morto a tiros na tarde deste sábado (07), na cidade de Ipiaú. A vítima identificada como Idaízio Santana Braga, de 47 anos, apelidado de Dai, foi morto por uma dupla armada que invadiu um bar na Rua do Emburrado e executou o homem.

No momento do crime havia pelo menos outras dez pessoas dentro do estabelecimento, segundo informaram moradores da localidade. Dai ainda tentou fugir para uma casa ao lado, mas foi perseguido e baleado em um cômodo do imóvel, não resistindo e morrendo no local. Os criminosos fugiram em seguida.

A Polícia Militar foi acionada e isolou a área até a chegada do Departamento de Polícia Técnica para realizar a perícia no local e recolher o corpo para o IML. Em 2013 Idaízio foi preso neste mesmo bar, acusado de integram uma facção criminosa. A autoria e motivação crime serão investigadas pela Polícia Civil

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Embraer completa 30 anos de privatização entre decolagem de área militar e embarque no carro voador

Hoje, corrigido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o valor ultrapassaria o patamar de R$ 1 bilhão.

Levou cerca de uma hora para que a Embraer, junto a outras quatro empresas coligadas, fosse privatizada, por R$ 154,1 milhões, em um leilão realizado em 7 de dezembro de 1994, no fim do governo Itamar Franco, na Bolsa de Valores de São Paulo.

Hoje, corrigido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o valor ultrapassaria o patamar de R$ 1 bilhão. Apesar da privatização, o governo federal passou a ter direito a uma “golden share”, que dá à União poder de veto em decisões da companhia, como transferência do controle acionário.

De lá para cá, a empresa passou por diversas transformações, expandiu sua carteira de clientes pelo mundo, incluindo na área militar, e viveu tensões com uma de suas concorrentes, a americana Boeing.

Entre os lançamentos da empresa nas últimas décadas estão a família dos E-Jets, de aeronaves comerciais mais utilizadas em voos regionais, o avião militar C-390 Millennium e o jato executivo Phenom 300.

A fabricante brasileira de aeronaves foi criada em 1969, durante a ditadura militar, por meio de um decreto de lei assinado por Costa e Silva, que ocupava a Presidência na época. A União foi autorizada a criar uma sociedade de economia mista vinculada ao então Ministério da Aeronáutica.

O decreto determinava que o capital social inicial da Embraer seria de 50 milhões de cruzeiros novos (cerca de R$ 582,9 milhões, corrigido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna, calculado pela FGV, de outubro deste ano), correspondendo a 51%, no mínimo, em ações ordinárias nominativas para a União.

Uma das tarefas da empresa recém-fundada era fabricar em série o turboélice bimotor Bandeirante (EMB 100), desenvolvido pelo Centro Técnico de Aeronáutica. O projeto da aeronave foi coordenado pelo engenheiro aeronáutico Ozires Silva, e o primeiro voo bem-sucedido foi realizado em 1968, pouco antes da criação da Embraer. Silva se tornou um dos fundadores da companhia.

Depois vieram outros modelos famosos: o monomotor a pistão Ipanema, utilizado na aviação agrícola e produzido até hoje; o turbojato monomotor Xavante, projetado pela italiana Aermacchi e construído sob licença pela Embraer; o avião executivo EMB 121 Xingu, entre outros projetos.

Na área militar, teve destaque o turboélice EMB 312 Tucano (chamado de T-27 pela Força Aérea Brasileira). O modelo foi encomendado por governos de vários países, como Colômbia, Venezuela, França, Irã, Argentina, Angola e Grã-Bretanha.

Durante os anos que antecederam sua privatização, a Embraer vivia tempos de dificuldade financeira após o fracasso das vendas do avião CBA 123 Vector. A empresa brasileira havia se associado à FAMA (Fábrica Argentina de Material Aeroespacial) para investir no projeto.
Segundo a companhia, o bimotor com hélices invertidas ficou caro demais devido às inovações tecnológicas incorporadas no projeto, problema que se somou a um mau cenário externo, com crise mundial do petróleo e dificuldades de financiamento.

O engenheiro aeronáutico, piloto e professor da Escola Politécnica da USP Jorge Eduardo Leal Medeiros afirma que a privatização foi importante para salvar a empresa de uma crise financeira. “Eu não sei se a Embraer teria sobrevivido [se não tivesse sido desestatizada]. A privatização foi uma condição de vida para ela”, afirma.

DESAVENÇAS COM A BOEING

Na história mais recente da Embraer, a indústria acompanhou uma tentativa fracassada de aquisição do segmento de aviação comercial da fabricante brasileira pela Boeing.

O negócio veio a público no fim de 2017, mas foi cancelado em 2020. Na ocasião, a fabricante americana disse que a Embraer não teria cumprido as obrigações para executar a separação da sua linha de aviões regionais. A companhia brasileira, por sua vez, afirmou que a concorrente rescindiu indevidamente o MTA (acordo global da operação).

Neste ano, a Justiça dos EUA decidiu que a Boeing teria de pagar US$ 150 milhões para a Embraer por causa do rompimento. Segundo o CEO da companhia brasileira, o valor já foi quitado.

Para especialistas, o frustrado acordo com a companhia americana acabou virando sorte para a Embraer. Isso porque a Boeing entrou em uma crise reputacional grave com dois acidentes fatais com o 737 Max, em 2018 e 2019, que mataram 346 pessoas. Neste ano, um modelo 737 Max 9, operado pela Alaska Airlines, perdeu a tampa da porta em pleno voo.

“Na prática, dado os problemas que a Boeing teve desde 2020, eu acho que foi uma sorte não ter acontecido [o acordo com a brasileira], porque, provavelmente, esses problemas teriam contaminado também a Embraer”, diz André Castellini, cofundador da consultoria Bain & Company.

RUMORES SOBRE AVIÃO MAIOR E FUTURO DA EMPRESA

Passados 30 anos da privatização, a Embraer busca agora expandir as vendas de aviões como o militar C-390 Millennium e mira também novos projetos. Neste ano, o CEO da companhia, Francisco Gomes Neto, disse, em evento para jornalistas, que a fabricante discute internamente começar a produzir aeronaves maiores.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal americano The Wall Stret Journal, a Embraer estaria avaliando a possibilidade de criar uma nova aeronave do tipo chamado “narrow-body” —modelo com um único corredor e fuselagem estreita. Após a repercussão, a fabricante brasileira disse que não tinha planos para “um ciclo considerável de investimentos neste momento”.

O novo avião seria um concorrente dos modelos 737 Max, da Boeing, e A320, da Airbus.

Em outra frente da companhia, João Bosco Costa Junior, presidente do braço da Embraer para defesa e segurança, disse que a empresa mira uma série de países, entre eles as nações da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como mercados para o C-390.

Encomendado por governos de países como Portugal e Coreia do Sul, o modelo é utilizado no Brasil pela FAB (Força Aérea Brasileira). Em novembro, a Suécia, membro da OTAN, anunciou a escolha da aeronave para uso no transporte tático do país.

Na visão de Claudio Frischtak, fundador da Inter.B Consultoria, o C-390 é um dos produtos mais sofisticados da fabricante brasileira. Ele diz que a área militar faz parte de uma tentativa sistemática na história da Embraer de diversificação dos clientes.

“É uma indústria extremamente difícil, muito competitiva, que depende do ano a ano. Eu diria que, para ser bem-sucedido nessa indústria, depende de tecnologia, claro, mas não apenas. Depende de produtos e processos”, afirma Frischtak.

Outro projeto está sendo desenvolvido pela Eve, empresa que tem a Embraer como controladora. É o eVtol (veículo elétrico de pouso e decolagem na vertical), também conhecido como carro voador, aposta do setor para reduzir as emissões de carbono em voos regionais.
A Eve finalizou em outubro a primeira simulação em solo nacional com o software desenvolvido pela empresa para a futura operação com os eVtols.

RAIO-X | EMBRAER
Fundação: 1969
Lucro no 3º trimestre de 2024: R$ 1,18 bilhão
Carteira de pedidos: US$ 22,7 bilhões
Funcionários: 19.179, no Brasil e no exterior, no fim de 2023
Principais concorrentes: Boeing e Airbus

Paulo Ricardo Martins / Folhapress

Apesar de ciclo de crises na Argentina, pobreza no Brasil segue maior, diz pesquisador

Em 2022, a Argentina tinha 10,9% de pobres, enquanto o Brasil tinha 23,5%
Apesar de ter crescido na Argentina sob o governo de Javier Milei e caído no Brasil com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a proporção de argentinos pobres é bem menor que a de brasileiros, quando observada por um mesmo parâmetro.

Em 2022, a Argentina tinha 10,9% de pobres, enquanto o Brasil tinha 23,5%, de acordo com cálculos de Marcelo Neri, diretor do FGV Social, que construiu uma série histórica comparando a pobreza nos dois países de 2011 a 2022.

Para fazer a comparação entre os vizinhos, o pesquisador considerou a linha de pobreza equivalente a uma renda mensal abaixo de R$ 666 por pessoa.

A preços de 2023, a série do FGV Social mostra que a proporção de pessoas em situação de pobreza no Brasil era de 31,6% em 2011 (no início do governo de Dilma Rousseff), enquanto a Argentina tinha 9,1% (sob o comando de Cristina Kirchner).

No Brasil, o indicador começou a cair ao longo do primeiro mandato de Dilma, enquanto se manteve praticamente estável no país vizinho.
Com a crise econômica de 2015 e 2016 no Brasil, a pobreza voltou a subir e o mesmo aconteceu na Argentina, já no governo de Mauricio Macri. Seu sucessor, o peronista Alberto Fernández, manteve a trajetória de alta.

Pela série do FGV Social, o ano em que a pobreza nos dois países esteve mais próxima foi 2020, durante a pandemia, quando os efeitos do Auxílio Emergencial derrubaram a pobreza no Brasil para 18,7% (na Argentina, era de 15,4%).

“É a diferença entre a foto e o filme. A Argentina era um país mais rico há alguns anos, mas decaiu. Já no Brasil, embora a pobreza seja maior, ela recuou”, diz Neri.

“No Brasil, de 2022 a 2023, a pobreza diminuiu. Em 2024, vai cair novamente, pelo crescimento esperado do PIB [Produto Interno Bruto], mas ainda é preciso aguardar os dados gerais”, complementa o pesquisador da Fundação Getulio Vargas.

Na quarta-feira (4), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a pobreza e a extrema pobreza no Brasil atingiram os menores níveis de série iniciada em 2012, com as parcelas da população considerada pobre ficando em 27,4%.

Na Argentina de Milei, por sua vez, sob efeito das medidas de ajuste implementadas pelo ultraliberal para domar a inflação, a expectativa do Banco Mundial divulgada em outubro era de uma queda de 3,5% do PIB do país em 2024, e a pobreza irá fechar o ano mais alta.

No primeiro semestre deste ano, de acordo com o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos), da Argentina, a pobreza atingiu 52,9% da população, alta de 11,2 pontos ante o mesmo período de 2023, atingindo o equivalente a 15,7 milhões de pessoas.

Para classificar que um cidadão argentino está abaixo da linha da pobreza, o Indec calcula o rendimento das famílias e o acesso a um conjunto necessidades essenciais —isso inclui alimentos, vestimentas, transporte, saúde e educação.

A pesquisa do instituto argentino acompanha 31 aglomerados urbanos do país.

Os pesquisadores do Indec também apontam que o cenário em que mais da metade da população está em situação de pobreza abrange 4,3 milhões de lares.

As pesquisas dos dois institutos, do Brasil e da Argentina, não são comparáveis. Neri ressalta que as diferenças se dão pela forma de calcular a pobreza. “Tudo depende do termômetro, o que nós tentamos fazer [com a série do FGV Social] foi usar o mesmo medidor para olhar a Argentina e o Brasil.”

Fernández, que antecedeu Milei na Presidência, chegou a questionar o cálculo de pobreza feito pelo Indec no fim de sua gestão.
“Não acredito que sejam [na época] 40% de pobres, as pessoas mentem ao responder [aos pesquisadores] para que seus auxílios não sejam retirados”, disse o então presidente, uma semana antes de deixar o poder.

Ao assumir a Casa Rosada e aplicar seu plano de ajuste, que conseguiu desacelerar a inflação, mas afetou a atividade econômica e os indicadores sociais, Javier Milei manteve o economista Marco Lavagna no comando do Indec, cargo que ocupa desde 2019.

O atual presidente argentino, no entanto, não poupou o instituto de críticas, tendo questionado de forma recorrente a metodologia aplicada para medir diferentes taxas, como a inflação e o desemprego.

Ao refletir sobre os efeitos sociais do ajuste na Argentina, Neri avalia que a combinação de responsabilidade fiscal e social parece ser o desafio, “o chamado caminho do meio”, diz.

Folhapress

Presidente do PT diz que há preocupação com mudanças no BPC do pacote fiscal

Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que “há preocupações” no partido em relação às mudanças nas regras de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), propostas no pacote fiscal do Ministério da Fazenda. As declarações ocorreram neste sábado, 7, após uma reunião fechada do diretório nacional do PT, em Brasília (DF), onde a cúpula realizou a votação da nova resolução política da legenda.

Na ocasião, Gleisi disse que as medidas relacionadas ao BPC devem combater fraudes, em vez de retirar direitos constitucionais. Segundo ela, a bancada petista no Congresso Nacional deve se reunir para discutir sobre o tema nos próximos dias.

“Nós vamos começar a fazer o debate esta semana com a bancada, né? Mas há preocupações, sim, em relação, principalmente, ao BPC Então, várias pessoas colocaram essa preocupação. É importante que as medidas em relação ao BPC sejam medidas para corrigir fraudes, desvios, mas não retirada de direitos previstos na Constituição”, declarou.

Segundo ela, o partido deve incluir algum trecho sobre o BPC na resolução política, mas, no momento da entrevista a jornalistas, o diretório ainda debatia a questão. “Deve estar (no documento), nós vamos debater agora aí, nas emendas”, declarou.

Victor Ohana e Luiz Araújo / Estadão Conteúdo

Prefeitura de Itagibá entrega segunda etapa da revitalização da AV. Itagibá.

Nessa sexta-feira (06/12), a Prefeitura de Itagibá entregou a segunda etapa da revitalização da Avenida Itagibá, em Japomirim. A obra trouxe melhorias como novas áreas verdes, paisagismo, calçada remodelada e iluminação de led, tornando o espaço mais bonito, seguro e funcional para os moradores.
Esse é mais um passo para transformar nossa cidade, valorizando os espaços urbanos e melhorando a qualidade de vida da população. A Avenida Itagibá agora é um orgulho para Japomirim e um exemplo de como investimentos em infraestrutura fazem a diferença no dia a dia.

Seguimos firmes, porque aqui o trabalho não para!

PF apreende 77 kg de maconha em porto privado em Belém/PA

Belém/PA. A Polícia Federal apreendeu 77 kg de maconha, proveniente de Manaus/AM, na manhã da última quinta-feira (5/12), em um porto privado, em Belém/PA.  

As informações iniciais apuradas indicam que o caminhão possivelmente foi carregado com a droga ainda na capital amazonense, sem o conhecimento do motorista.

Diante dos fatos, a droga foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal no Pará e o motorista foi ouvido e liberado em seguida. Um inquérito foi aberto e o caso será apurado pela Polícia Federal.

Comunicação Social da Polícia no Pará

FICCO/AP combate esquema de corrupção envolvendo facção criminosa e membros do alto escalão do serviço público do Amapá

Macapá/AP. Na manhã desta sexta-feira (6/12), foi realizada uma ação conjunta entre a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/AP) e a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Amapá, que deflagraram Operação Cidade das Esmeraldas, com o objetivo de investigar um possível esquema de corrupção envolvendo um juiz, advogados e membros de uma facção criminosa atuante no Amapá.

A ação ocorreu nas cidades de Macapá/AP, Belém/PA, Rio de Janeiro/RJ, Curitiba/PR e Santa Catarina/SC, onde foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva, todos expedidos pelo Tribunal de Justiça do Amapá - TJ/AP.

As investigações apontam indícios de que um magistrado, por intermédio de advogados e servidores do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN), teria recebido benefícios para deferir pedidos a favor de apenados do sistema prisional. Algumas das decisões favoráveis não haviam sequer a manifestação do Ministério Público do Amapá.

Destaca-se que esta investigação é ramificação direta de outras investigações, notadamente da Operação Queda da Bastilha, deflagrada em setembro de 2022, que culminou na condenação em primeira instância de advogados, membros de facção e servidores atuantes na segurança pública.

Aquela investigação trouxe à tona indícios de um esquema onde advogados recebiam dinheiro de faccionados para pagamento de servidores do IAPEN, que conseguiam atestados falsos com médicos, subsidiando liberações dos presos com descumprimento legal e eventuais fugas destes.

Os investigados na ação de hoje poderão responder pelo cometimento dos crimes de corrupção ativa e passiva, e organização criminosa, com penas que ultrapassam os 20 anos de reclusão, mais pagamento de multa.

Fazem parte da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amapá (FICCO/AP) a Polícia Federal, PM, PC, IAPEN e SEJUSP.

Comunicação Social da FICCO – Amapá

Governo fica em ‘sinuca’ com tarifa social do saneamento e estuda adiar início da lei


O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive um dilema diante da lei que determina desconto nas contas de água e esgoto para famílias de baixa renda.

A medida entra em vigor em 11 de dezembro, mas empresas privadas e estaduais vêm reclamando de problemas que inviabilizam a aplicação da legislação, além de uma série de incertezas sobre o texto.

A Folha de S.Paulo apurou que o governo estuda formas de estender o prazo para as companhias se adequarem. O movimento teria começado após reunião de ministérios com governadores do Nordeste e representantes de companhias da região, que seriam as mais afetadas financeiramente pela tarifa social do saneamento.

Por se tratar de um tema sensível politicamente, o governo ficou em sinuca. De um lado, enxerga complexidade na situação, que afeta aliados e redutos importantes. De outro, calcula o desgaste que um passo contrário a descontos para a população mais pobre pode gerar.

Segundo uma pessoa familiarizada com o assunto, o Ministério das Cidades vai acionar a Casa Civil na segunda-feira (9) e buscar diálogo com o deputado Pedro Campos (PSB-PE), que foi relator do projeto de lei da Câmara dos Deputados, para entender quanto tempo de extensão de prazo seria necessário para a implementação da tarifa social.

As possibilidades em estudo são: editar uma medida provisória, publicar um decreto ou passar essa atribuição para o CISB (Comitê Interministerial de Saneamento Básico) regulamentar junto à ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que, a poucos dias de começar a valer a lei da tarifa social, empresas de saneamento, governos e agências reguladoras vivem um imbróglio. Diversos operadores dizem que até agora não receberam os dados do CadÚnico de que precisam para aplicar o benefício.

A lei define que pessoas com renda per capita mensal de até meio salário mínimo (R$ 706 hoje) devem receber desconto de 50% nos primeiros 15 metros cúbicos consumidos. Para isso, elas precisam estar no Cadastro Único —sistema vinculado a programas sociais— ou receber BPC (Benefício de Prestação Continuada).

A ideia é que as empresas de saneamento analisem ativamente quais clientes se enquadram nesse perfil para executar os reajustes tarifários junto às agências reguladoras locais.

Mas a dificuldade em acessar os dados do CadÚnico não é a única reclamação do setor. Operadores de saneamento esperavam um decreto que regulamentasse a lei, o que não aconteceu. Além disso, empresas estaduais temem pelo impacto financeiro.

Na semana passada, governadores que integram o Consórcio do Nordeste se reuniram com o ministro Rui Costa (Casa Civil) e a tarifa social do saneamento foi um dos assuntos discutidos. Na quarta (4), representantes de empresas do Nordeste se reuniram com integrantes do Ministério das Cidades para tratar do que chamam de “incongruências da tarifa social”.

Na avaliação de uma pessoa diretamente envolvida com o tema, a lei não deveria ter passado da forma que foi, pois ainda não definiu uma fonte de custeio para os descontos.

O texto da lei prevê, por exemplo, a criação de um fundo federal para apoiar as empresas a bancarem o desconto. O fundo, porém, não foi criado e não há perspectiva de que seja alimentado com recursos públicos tão cedo, principalmente num momento em que o governo é pressionado a cortar despesas.

Nos bastidores, executivos dizem que a discussão não é sobre implantar ou não a lei, ressaltando que são favoráveis à medida. O problema é a forma como os descontos serão dados e o prazo para cumprir os requisitos —por isso defendem a postergação do início da vigência.

O Nordeste é a região com maior proporção de inscritos no CadÚnico. No Rio Grande do Norte, por exemplo, existem hoje 23 mil famílias que recebem algum tipo de desconto na conta de água. Com a lei, esse número iria para 506 mil famílias, disse uma pessoa familiarizada com o tema para ilustrar a complexidade da situação.

Além disso, a companhia de saneamento potiguar teria um impacto anual de R$ 150 milhões com a tarifa social prevista pela lei, sendo que o resultado financeiro da empresa fica na casa dos R$ 100 milhões por ano.

EMPRESA ESTADUAIS TEMEM IMPACTO ALTO DA APLICAÇÃO DA LEI

Fonte: Companhias de Saneamento/Aesbe (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento)

Uma das possibilidades no radar do governo, segundo pessoas a par das negociações, é que o ministro Rui Costa consulte a AGU (Advocacia Geral da União) para ver se, do ponto de vista legal, há algum caminho para postergar a lei. No entanto, a AGU ainda não teria sido acionada.

Outro caminho seria no Legislativo, adicionando um jabuti, termo que no jargão político significa inserir em uma proposta legislativa um tema sem relação com o texto original.

À Folha de S.Paulo, o deputado Pedro Campos disse que ainda não foi procurado pelo governo. Ele afirma que vem ajudando o setor de saneamento na interlocução com ministérios.

“O governo teve seis meses para fazer essa regulamentação e, desde o começo, a gente vem tentando fortalecer essas pontes com o setor de saneamento para ajudar. Mas, até o momento, a gente não teve uma devolutiva de que isso vai ser regulamentado antes do dia 10”, disse.
Na avaliação de Campos, adiar a vigência da lei não é positivo, porque só faria demorar mais a implantação do fundo com recursos para bancar os descontos.

“Acredito que o melhor caminho seja acelerar na regulamentação. E, além disso, ter a decisão política do governo de se ele vai querer subsidiar aqueles estados que têm mais dificuldade para fazer isso por conta própria”, afirma.

Thiago Bethônico / Folhapress

Dino envia à PGR suspeita sobre emenda do deputado Alberto Fraga

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou nesta sexta-feira (6) à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma representação com indícios de irregularidades em uma emenda ‘pix’ de R$ 10 milhões de autoria do deputado federal Alberto Fraga (PL-DF) a um hospital particular do Distrito Federal.

Dino fala em “indícios de crimes nos fatos que constituem objeto da representação” e, por isso, envia o caso à PGR.

O despacho foi dado no âmbito das ações que tratam do pagamento de emendas parlamentares. O ministro afirmou que, apesar de os fatos relatados terem conexão com as transferências individuais discutidas no caso, o processo não comporta o debate sobre situações específicas.

De acordo com o despacho de Dino, o Ministério Público de Contas do Distrito Federal questionou a destinação da emenda ao projeto “A Tenda +”, executado pelo Hospital São Mateus. O projeto teria o objetivo de levar serviços de saúde a regiões de difícil acesso e periferias.

A transferência foi feita por meio de um termo de fomento, assinado junto à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Posteriormente, mais R$ 6 milhões foram aprovados para a mesma entidade, mesmo com a ausência, segundo o Ministério Público de Contas, de esclarecimentos técnicos e de custos considerados essenciais.

O Ministério Público de Contas apontou ainda irregularidades na aprovação do plano de trabalho, o que teria comprometido os princípios de eficiência, economicidade e legitimidade da despesa pública.

Procurado, o deputado afirmou não ter visto qualquer irregularidade no projeto. “Achei o projeto interessante, como realmente foi um sucesso. Na primeira ida em uma cidade satélite, atendeu mais de 3,5 mil pessoas, com mais de 20 mil procedimentos. A única reunião que participei estava lá inclusive um procurador do GDF [Governo do Distrito Federal]”, disse.

Fraga disse que vai aguardar as investigações. “Eu tenho plena convicção que o projeto é bom, foi aplicado de maneira transparente e sem nenhum problema”.

A assessoria do deputado enviou nota afirmando que o valor foi destinado por meio de pactuação entre a Secretaria de Saúde e a unidade beneficiária, e o planos de trabalho foi com representantes da pasta. “O parlamentar não teve participação em tratativas sobre o objeto pactuado”, disse.

“A escolha do hospital considerou sua atuação no Distrito Federal, unidade federativa de eleição do parlamentar, e seu credenciamento junto ao Ministério da Saúde como prestador de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse por meio de assessoria de imprensa.

Dino também encaminhou para o Ministério da Saúde os questionamentos do Ministério Público.

Ana Pompeu/Folhapress

Escândalos de corrupção no Judiciário estão sendo tratados com a seriedade necessária, diz Gilmar

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 6, que os escândalos recentes de venda de decisões judiciais envolvendo juízes e desembargadores de pelo menos sete Estados e até servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afetam a imagem do Poder Judiciário, mas estão sendo investigados com o rigor necessário.

“Certamente não é positivo, mas ao mesmo tempo também criamos sistemas de fiscalização, revisão e repressão. Essas questões estão sendo tratadas com a seriedade devida pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Há inquérito aberto inclusive no âmbito do Supremo Tribunal Federal”, disse o ministro a jornalistas em evento do Instituto de Direiro Público (IDP), em São Paulo, para debater a Segurança Pública no Brasil.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, também participaram do evento.

Gilmar também defendeu o debate em torno da PEC da Segurança Pública, proposta mais ambiciosa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a área, capitaneada por Lewandowski.

“Já na presidência do CNJ, entre 2009 e 2010, eu defendia a ideia de fortalecimento desse chamado SUSP (Sistema Único da Segurança Pública). É claro que o tema envolve delicadezas de competências dos Estados, mas a gente está vendo que ao longos dos anos o sistema como está revela-se insuficiente. É preciso que esse diálogo se aprofunde entre a União, Estados e municípios”, defendeu o decano.

O objetivo das mudanças é padronizar protocolos e integrar os sistemas das forças de segurança. Técnicos do Ministério da Justiça avaliam que falta integração entre os Estados e que o combate ao crime organizado será mais eficiente com diretrizes nacionais que impulsionem a cooperação. O projeto enfrenta resistência dos governadores, que temem uma interferência da União nas políticas desenvolvidas pelos Estados.

Questionado sobre os casos recentes de violência policial em São Paulo, Gilmar Mendes afirmou que “a polícia precisa ser firme, mas respeitosa dos direitos humanos”.

O ministro do STF também evitou criticar o governador Tarcísio de Freitas, convidado do evento.

“Ele (Tarcísio) é um intelectual, uma figura muito racional. Governar é um pouco fazer experiências. Ele está respondendo a modelos de políticas públicas, fazendo experiências e eventuais revisões. É natural que seja muito complexa administrar a segurança pública no Estado de São Paulo, o maior Estado, a maior população, a economia mais complexa. É natural que os desafios aqui também sejam maiores”.

Rayssa Motta/Estadão
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‘Falso Jaleco’: Justiça acata denúncia do MP-BA e decreta prisão preventiva de policiais denunciados por roubo em Lauro de Freitas

Os policiais estão atualmente custodiados no Presídio Militar (CCP)
A Justiça recebeu nesta sexta-feira (6) a denúncia do Ministério Público do Estado da Bahia, oferecida pelo Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), e decretou a prisão preventiva de dois policiais investigados na ‘Operação Falso Jaleco’.

Os dois policiais militares são acusados por envolvimento em um roubo ocorrido no município de Lauro de Freitas em maio deste ano. Conforme a denúncia, os denunciados, na companhia de um terceiro até o momento não identificado, com emprego de armas fogo, roubaram diversos objetos, restringindo a liberdade das vítimas. Os três homens disfarçados de profissionais de saúde, vestindo jalecos brancos e usando máscaras cirúrgicas, adentraram no imóvel residencial e roubaram uma quantia superior a R$ 130 mil do cofre da casa. Também foram levados jóias, equipamentos do circuito interno de segurança e aparelhos eletrônicos.

Os policiais estão atualmente custodiados no Presídio Militar (CCP). Ainda conforme a denúncia, as ações foram planejadas e executadas, incluindo a clonagem de placas de veículos com o intuito de dificultar as investigações. O processo segue em trâmite na 1ª Vara Criminal de Lauro de Freitas.

A ‘Operação Falso Jaleco’ foi deflagrada em novembro deste ano pelo MPBA, por meio do Geosp e do Grupo de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), através da Corregedoria da Polícia Militar do Estado da Bahia e da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force).

Nos Estados Unidos, deputados brasileiros pedem ajuda contra efeito Trump na crise climática

Deputados Dandara (PT-MG), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Túlio Gadelha (Rede-PE) e Célia Xakriabá (PSOL-MG) com o senador Bernie Sanders em Washington
Preocupados com eventuais retrocessos na área ambiental pelo governo Donald Trump, deputados brasileiros pediram nesta semana a democratas e instituições nos Estados Unidos apoio à agenda climática rumo à COP30, conferência da ONU que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém.

A comitiva foi formada pelos parlamentares Dandara (PT-MG), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Túlio Gadelha (Rede-PE) e Célia Xakriabá (PSOL-MG), com o apoio da SRI (Secretaria de Assuntos Parlamentares) e organizada por instituições da sociedade civil.

Em reunião em Washington com o senador Bernie Sanders, um dos líderes do Partido Democrata, os deputados discutiram a necessidade de o Congresso norte-americano ser uma das vozes para evitar que o futuro presidente reverta por completo a agenda de incentivos ambientais tocada pela administração atual.

O governo Biden lançou recentemente uma parceria pela transição energética com o Brasil, criou políticas de estímulo a energias renováveis e defendeu a mitigação das mudanças climáticas.

Ao longo da gestão, o presidente também prometeu US$ 100 milhões de aporte ao Fundo Amazônia, dinheiro este que não foi repassado por completo e tem de ser aprovado pelo parlamento americano para que seja transferido. Biden foi inclusive à amazônia no mês passado e reforçou seu compromisso com a agenda.

Trump, por sua vez, refuta a ideia das mudanças climáticas, já indicou que vai retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris e prometeu reverter as medidas de incentivo a energia renovável criadas por Biden. No lugar, ele escolheu defensores do uso de combustível fóssil para criar energia e um dos mantras da sua campanha foi “drill, baby, drill” (perfure, querido, perfure).

Um dos objetivos do Brasil com a COP30, maior conferência climática das Nações Unidas, é ampliar o rol de financiamento a ações que favoreçam a sustentabilidade e reduzam o desmatamento e conseguir mais aportes para a preservação da amazônia.

O cenário causa preocupação a ambientalistas e integrantes do governo brasileiro, que tentam evitar uma reformulação completa da agenda de Biden. O tema foi debatido em reunião com Sanders, com a deputada Kamlager-Dove e Jim McGovern.

Bernie Sanders disse que irá à COP30, levando uma comitiva de parlamentares dos Estados Unidos.

“Por mais que não vão comandar o país, essas pessoas ocupam espaços no Parlamento relevantes para que a gente possa amenizar essa crise com os gases de efeito estufa e o aquecimento global”, diz o deputado Túlio Gadelha.

As doações ao Fundo Amazônia também foram um dos pedidos feitos pelos parlamentares. Até agora, as contribuições americanas já depositadas foram de US$ 3 milhões (R$ 14,9 milhões, na cotação à época), em dezembro de 2023, e de US$ 47 milhões (R$ 256,9 milhões), em agosto de 2024, segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor do mecanismo.

Maiara Folly, diretora executiva da Plataforma Cipó, que organizou a missão dos deputados junto com a WBO (Washington Brazil Office), diz que a intenção é fortalecer as relações entre Brasil e Estados Unidos na agenda de clima e desenvolvimento sustentável pensando na COP30.

“Trump é um presidente que rejeita a agenda climática e, portanto, isso nos preocupa muito, porque os Estados Unidos são um ator relevante no processo de negociações multilaterais climáticas. Isso tornará a vida da diplomacia brasileira em Belém no ano que vem muito mais difícil”, avalia.

“O objetivo foi identificar lideranças norte-americanas que possam atuar para reduzir o dano que o país pode causar ao resultado final da COP30”, diz.

Os assuntos foram discutidos ainda em reuniões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com o Banco Mundial, na OEA (Organização dos Estados Americanos) e no Departamento de Estado Norte-Americano.

“A agenda foi pensando a responsabilidade do Banco Mundial no financiamento direto das iniciativas, para além do Fundo Amazônia, que não é um financiamento que chega direto às comunidades nessa acessibilidade, sobretudo para pensar a circulação da renda”, explica a deputada Célia Xakriabá.

Ela pediu recursos para montar um projeto que transforme resíduos sólidos em biomadeira, que vise mitigar tragédias como as de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. Ela também reforçou solicitação para recursos de apoio a áreas indígenas e de demarcação de terras.

A deputada Dandara pediu, além do enfoque geral, financiamento para um encontro de savanas que ela pretende promover na COP30. A parlamentar ressalta que o cerrado, que é uma savana, tem sido um dos biomas mais devastados do Brasil. Ela diz ter recebido sinalização positiva dos bancos por financiamento.

Julia Chaib/Folhapress

TJ-BA inaugura placas em homenagem aos 415 anos de história do Tribunal e 400 anos de Invasão Holandesa na Bahia


 As placas foram posicionadas em frente ao Salão Nobre do Fórum Ruy Barbosa, em Salvador

A presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargadora Cynthia Resende, inaugurou junto a outros desembargadores e autoridades duas placas em homenagem aos 415 anos do TJ-BA e aos 400 anos da Invasão Holandesa no Brasil, nesta sexta-feira (6). As placas foram posicionadas em frente ao Salão Nobre do Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.

“Essa placa comemorativa dos 415 anos serve, também, para lembrar toda a luta e esse passado histórico do nosso Tribunal e é muito importante que a gente sempre esteja lembrando disso”, ressaltou a desembargadora Cynthia Resende durante a inauguração. O Tribunal baiano é reconhecido como o mais antigo das Américas e sua história se mistura com a da Bahia e do Brasil.

A ação foi liderada pela Comissão Permanente de Memória do TJBA, presidida pelo desembargador Cássio Miranda, que destacou o trabalho de pesquisa realizado pelo Desembargador Lidivaldo Reaiche, Ouvidor Judicial. “O Desembargador Lidivaldo é nosso historiador e tem recuperado informações importantes sobre a história do nosso Tribunal, inclusive a propósito da invasão holandesa que destruiu muitos documentos e foi preciso ir à Torre do Tombo, em Lisboa, para recuperar documentos relevantes”, disse o desembargador.

A aposição das placas manifesta a importância da memória e da história baiana. “Essa placa conta um pouco da história da instalação do próprio Tribunal, em 1609. E a outra placa, alusiva à invasão holandesa, tem um significado, também, muito importante, porque quando houve a invasão, os holandeses sequestraram o governador-geral e um desembargador e os levaram para Amsterdã; e quem liderou a resistência foi o Presidente do Tribunal à época”, contou o desembargador Lidivaldo Reaiche, presidente da Comissão Permanente de Igualdade, Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos (CIDIS) do TJBA.

Estiveram presentes na cerimônia, além dos já citados, os desembargadores Mário Albiani Júnior e Manuel Carneiro Bahia de Araújo; o juiz substituto do 2º Grau, Alberto Raimundo Gomes dos Santos; e o presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Joaci Góes.

História

As placas foram fixadas no Fórum Ruy Barbosa, inaugurado no dia 5 de novembro de 1949, na data do centenário de nascimento do jurista de mesmo nome; e funcionou, até o ano 2000, o TJ-BA, nascido Tribunal da Relação do Brasil, em 25 de setembro de 1587, por ato do Rei de Portugal, Felipe II, instalado a 7 de março de 1609.

O Presidente do TJBA, à época da invasão holandesa, em 1624, era o Chanceler Antão de Mesquita de Oliveira, que liderou a resistência contra os invasores. O Governador-Geral do Brasil, Diogo de Mendonça Furtado; seu filho Antônio de Mendonça; e o Desembargador Pedro Casqueiro da Rocha, Ouvidor-Geral do Tribunal, foram sequestrados pelos holandeses e levados à capital do país europeu.


Destaques