Abstenção cresce no 2º turno, alcança 29% do eleitorado e preocupa TSE e especialistas
Dos 33,9 milhões de eleitores das 51 cidades que tiveram disputa no domingo (27), mais de 9,9 milhões faltaram à votação.
O montante equivale a 29,26% do total. É próximo ao registrado no segundo turno de 2020 (29,53%), quando o pleito foi realizado durante a pandemia da Covid-19. Mas supera o da eleição municipal de 2016 (21,55%).
Presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia demonstrou preocupação com o percentual e disse que a Justiça Eleitoral ainda vai se debruçar sobre os dados de comparecimento no segundo turno. “A gente vai ter que apurar em cada local”, afirmou após a divulgação dos resultados no domingo.
O maior percentual de abstenção, de 34,43%, foi registrado nos municípios de Goiás. Na outra ponta do mesmo ranking estão as cidades do Ceará, com 16,28% de abstenção no segundo turno.
No estado de São Paulo, 31,42% dos eleitores das 18 cidades com votação no domingo faltaram às urnas.
“Talvez agora a gente não possa mais negar que é um tema para ser trabalhado. Precisamos olhar para esse dado com a mesma complexidade e detalhe que o eleitorado do Brasil exige”, disse Ana Claudia Santano, coordenadora-geral da ONG Transparência Eleitoral Brasil.
A presidente do TSE afirmou, ainda na data do segundo turno, que é preciso avaliar se medidas para facilitar o acesso às urnas foram bem divulgadas.
“Em Pernambuco, temos ônibus, vans que vão buscar. Isso foi amplamente divulgado? Temos de ver em cada local o que aconteceu, por que está acontecendo e o que a gente pode fazer para que a abstenção, onde tem aumentado, não volte a acontecer.”
Para Bruno Andrade, coordenador-geral adjunto da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, um dos fatores que podem corroborar para uma alta abstenção é a falsa compreensão de que a obrigação com as eleições estaria cumprida com a votação apenas no primeiro turno.
“Pelos dados disponíveis, é rotineiro que, em eleições municipais, a abstenção seja maior no segundo turno. Mesmo nas eleições gerais, tirando a última de 2022, há uma redução no comparecimento no segundo turno”, diz ele.
Andrade diz ainda que o poder público, sobretudo a Justiça Eleitoral, deve buscar soluções e cita estratégias que podem ajudar a reduzir os índices de abstenções.
“Buscar novos locais de votação que tenham mais facilidade de acesso, fornecer transporte aos eleitores que estejam em zonas rurais longe de locais de votação, coletar informações de eleitores para atender melhor àqueles que têm algum tipo de deficiência”, diz.
A ministra disse ainda que que a abstenção em alguns locais ficou abaixo do que já havia sido registrado.
“Por exemplo, no Amazonas, onde tínhamos tanta preocupação sobre estiagem, que fez com que estradas que são rios não mais existissem, tivemos ali um menor índice de abstenção do que a gente tinha apurado antes. Ou seja, ali funcionou este recado dado, porque talvez a nossa preocupação também fosse maior”, disse Cármen.
Ela também citou que as mudanças climáticas podem ter influenciado na abstenção em alguns locais.
“Em Porto Velho, de manhã, teve chuva intensa. O eleitorado que teria de ir de manhã, precisou ir à tarde. Mas para aqueles que têm o voto facultativo, por exemplo, os mais velhos, isso desanima? Isso leva a não ir? Foi pouco divulgado que a acessibilidade seria tranquila?”, declarou.
Para Santano, da Transparência Eleitoral, é preciso observar diversos dados para lidar com a abstenção, como o comparecimento dos idosos que têm voto facultativo, jovens, pessoas privadas de liberdade e os casos de assédio eleitoral.
Ela defende que aumentar a sanção para quem deixa de votar não é a melhor medida para aumentar o comparecimento nas eleições. “A gente precisa voltar a trabalhar com os valores democráticos, com a importância do voto.”
A multa para quem não vai votar hoje é de R$ 3,51 por turno.
“Saio desse segundo turno das eleições preocupada. Em vários outros países de voto facultativo, a abstenção está ali em torno de 40%, em alguns casos 45%. Pois a gente talvez esteja caminhando para isso no voto obrigatório”, afirmou ainda.
A coordenadora da Transparência Eleitoral também avalia que movimentos contrários à política impactam na ida às urnas.
Para ela, há um cenário de deslegitimação dos partidos, com uma sensação para o cidadão médio “de que os problemas reais dele não estão sendo solucionados”.
“Eu vi muitas análises falando da derrota da polarização e vitória da centralização ideológica. Será? Vendo pela parte do abstencionismo, a gente pode ver um cansaço, a gente pode ver um desencanto. Aquele eleitor que já não vê tanto sentido. Na hora da raiva, eles votam na candidatura antissistema. No segundo turno, como de fato não houve tantas candidaturas radicais, não tinha esse candidato antissistema. Então essa pessoa já perde totalmente a motivação de votar”, afirmou ainda Ana Santano.
Para o professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e cientista político Marco Antonio Teixeira, disputas que dão mais espaço a embates violentos do que para debates voltados às demandas das cidades afasta o eleitor médio, o que corrobora com um número maior de cidadãos insatisfeitos com as opções restantes no segundo turno, conforme se observa em São Paulo.
“Teve uma campanha muito ruim, muito agressiva no primeiro turno, o que acabou com um grau um pouco menor se repetindo no segundo turno. Então o espaço para debate sobre os temas da cidade foi pouco e o perfil dos candidatos acabou não ajudando a prender o eleitor mais médio, mais padrão, que queria escutar o que cada um queria dizer”, diz.
O professor indica que os partidos hoje se preocupam mais em emplacar candidatos com maiores chances de se eleger do que aqueles que promovem o debate. Para ele, isso afasta o eleitor médio e acarreta em abstenção.
“Isso está esvaziando o debate e a arena política como espaço propositivo e ajuda, de alguma maneira, a aumentar a abstenção”, afirma.
Mateus Vargas e Mariana Brasil/Folhapress
MDB e PSD controlarão 38% dos orçamentos municipais a partir de 2025
A diferença entre os dois partidos é de R$ 20 bilhões. O MDB irá comandar R$ 254 bilhões dos orçamentos municipais (19,7%), enquanto a fatia do PSD será de R$ 234 bilhões (18,1%).
Parte significativa do orçamento sob gestão do MDB no próximo ano se deve à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que derrotou Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo. O orçamento de R$ 107 bilhões, maior do país, representa 42% de tudo que estará sob decisão da sigla.
Além de São Paulo, ficam sob responsabilidade do partido as capitais Porto Alegre, Belém, Boa Vista e Macapá, que juntas representam R$ 22 bilhões.
O PSD, que conquistou o maior número de prefeituras do país, também controla grandes orçamentos. Um terço do montante do partido de Gilberto Kassab vem de cinco capitais, sendo o Rio de Janeiro a maior delas –R$ 46 bilhões foi o orçamento de 2023.
A cidade será novamente comandada por Eduardo Paes, reeleito no primeiro turno com 60,5% dos votos válidos (1.861.856 votos).
Adriane Lopes (PP) é reeleita prefeita de Campo Grande
Foto: Reprodução/Facebook |
Com 100% das urnas apuradas, a candidata apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve 51,45% dos votos válidos (222.699 votos), superando Rose Modesto (União Brasil), com 48,55% (210.112).
Campo Grande foi a única capital brasileira com segundo turno disputado por duas mulheres.
A campanha da prefeita cresceu na reta final do primeiro turno, com discurso conservador de olho em votos bolsonaristas. Ela desbancou o deputado federal Beto Pereira (PSDB), que ficou em terceiro.
Adriane Lopes foi apoiada por Bolsonaro no segundo turno, a pedido da ex-ministra da Agricultura e atual senadora Tereza Cristina (PP-MS). O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também apoiou Adriane Lopes, depois de estar ao lado de Beto Pereira no primeiro turno.
As duas candidatas disputaram públicos parecidos durante a campanha. São evangélicas, fizeram forte apelo à presença da mulher na política e buscaram o voto conservador dos sul-mato-grossenses. Nas redes sociais, Rose passou a campanha publicando vídeos tocando violão e cantando músicas gospel.
A campanha de Rose não fez acenos nem a Lula (PT) nem a Bolsonaro.
Quem é Adriane Lopes
Adriane Lopes, 48, nasceu em Grandes Rios, no Paraná. Tem formação em direito e teologia. Foi também coach vinculada ao Instituto Brasileiro de Coaching. Ganhou projeção em Campo Grande após atuar por quatro anos no sistema penitenciário do estado.
Era vice-prefeita de Marquinhos Trad (PSD) desde 2017. Assumiu o comando da cidade em 2022, quando o prefeito renunciou ao cargo para disputar o governo de Mato Grosso do Sul.
Ela foi a primeira mulher a ocupar a Prefeitura de Campo Grande e, para o novo mandato, terá como vice outra mulher, Dra. Camilla (Avante).
Derrotada no pleito municipal, Rose, 46, já havia sofrido revés na eleição estadual de 2022. Ela começou a carreira em 2008 como vereadora pelo PSDB. Foi eleita vice-governadora de Reinaldo Azambuja (PSDB) em 2014 e deputada federal em 2018.
Em 2022, quando escolheu concorrer ao governo do estado, foi descartada pelo partido tucano. Filiou-se, então, ao União Brasil. Ela ficou em quarto lugar na disputa que elegeu Riedel.
Eduardo Pimentel (PSD) é eleito prefeito de Curitiba
Foto: Divulgação |
Com 92,24% das urnas apuradas, Pimentel, apadrinhado pelo atual prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador do Paraná Ratinho Junior (PSD), tinha 57,31% dos votos válidos ante 42,69% de Cristina.
Cristina e Pimentel protagonizaram uma campanha quente, com ataques permanentes. Pimentel está ligado à “direita tradicional”. Já Cristina é da “direita radical”, com forte presença nas redes sociais.
Além de ter as máquinas municipal e estadual como aliadas, Pimentel entrou na corrida eleitoral com a maior coligação entre os dez concorrentes: PSD se aliou ao Novo, PL, MDB, Republicanos, Pode, Avante e PRTB.
Desde o início da campanha, ele figurou numericamente à frente de todos os candidatos nas pesquisas realizadas pela Quaest. Mas a disputa com Cristina foi acirrada nas urnas do primeiro turno, o que fez com que sua campanha mudasse quase toda a estratégia para o segundo turno.
Para enfrentar uma candidata alinhada com o bolsonarismo, Pimentel escalou apoiadores da direita como o ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo) e reduziu o espaço na propaganda da tevê de padrinhos políticos como o prefeito Greca, chamado por Cristina de “prefeito lulista”.
Pimentel também explorou fragilidades e polêmicas da adversária, chamada por ele de “extremista” e “aventureira”. Passou a dizer que era o candidato da ciência e que a rival dividia Curitiba.
Ele também fez acenos discretos ao eleitorado da esquerda, que ficou sem representantes no segundo turno. Na véspera da eleição deste domingo, pediu para que o eleitor não anulasse o voto. “Se for para anular, que seja para anular o ódio”, afirmou ele, em referência à candidata bolsonarista.
A campanha de Pimentel também enfrentou desgastes, especialmente no primeiro turno, como a nomeação do sogro do candidato a vice.
O ex-deputado federal Paulo Martins (PL), agora eleito vice-prefeito, atuava na assessoria especial do governador Ratinho Junior até junho deste ano, quando foi exonerado para participar das eleições. Na sequência, contudo, o sogro de Martins, Cezar Orlando Gaglionone, que já atuava na Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), ganhou exatamente o mesmo cargo deixado por ele, na assessoria da governadoria. Após a repercussão, em setembro, Gaglionone foi demitido. O governo estadual não comenta o caso.
O desgaste maior, contudo, envolve a prefeitura de Curitiba e uma suposta coação de servidores para que houvesse colaboração financeira à campanha. Áudios vazados na última semana da campanha do primeiro turno revelaram um superintendente da prefeitura dizendo a servidores que eles precisavam comprar convites do jantar em apoio a Pimentel, que isso “já veio determinado” e “não tem como negociar”.
Nos áudios, ele sugere que há mais gente envolvida neste esquema de arrecadação, incluindo seu superior direto e outros superintendentes. Mas ele não falou com a imprensa e foi exonerado após a repercussão do caso.
A prefeitura tratou como fato isolado e a campanha de Pimentel negou qualquer participação, repudiando a atitude do superintendente. O caso está sendo investigado na Justiça Eleitoral e ainda não há um desfecho.
Formado em Administração, Eduardo Pimentel Slaviero, 40, é membro da família Slaviero, dona da rede de hotéis homônima, e neto de Paulo Pimentel, governador do Paraná entre 1966 e 1971 e megaempresário da comunicação até 2011, quando concluiu a venda de jornais, rádios e tevês. Também é irmão do atual diretor-presidente da Copel (Companhia Paranaense de Energia), Daniel Pimentel Slaviero, indicado para o cargo pelo governador Ratinho Junior.
Antes de ser eleito vice-prefeito em 2016 e 2020, Pimentel havia disputado uma eleição em 2010 para deputado estadual pelo PSDB, mas saiu derrotado. Depois acabou nomeado pelo então governador Beto Richa (PSDB) para a diretoria da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná) e seguiu em cargos públicos até a eleição de 2016.
No período em que estava no mandato de vice, também foi secretário municipal de Obras Públicas por dois anos. No início de 2023, quando seu grupo político já articulava sua candidatura à prefeitura, também foi chamado para ser secretário estadual das Cidades, onde ficou por um ano.
Sandro Mabel (União Brasil) é eleito prefeito de Goiânia
Paulinho Freire (União Brasil) é eleito prefeito de Natal
Paulinho Freire (União Brasil), novo prefeito de Natal |
Com 93,75% das urnas apuradas, Paulinho teve 55,46% dos votos válidos contra 44,54% da deputada federal Natália Bonavides (PT), que entrou na disputa com o apoio da governadora Fátima Bezerra (PT).
A vitória de Paulinho representa uma continuidade da gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), que o apoiou e indicou a ex-secretária municipal Joana Guerra (Republicanos) como vice.
Também consolida mais uma vitória da direita em capitais do Nordeste. A região costuma dar votações consistentes ao PT em eleições presidenciais, mas teve um predomínio nas urnas de candidatos do campo conservador nas capitais.
No primeiro turno, Paulinho Freire teve 44,1% dos votos válidos contra 28,4% de Natália. O ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) ficou em terceiro lugar com 23,9% e se manteve neutro no segundo turno.
Paulinho Freire é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contou com a presença do ex-presidente no lançamento de sua candidatura, no mês de agosto. Em visita de Bolsonaro a Natal, Freire pediu o apoio de cada eleitor que tivesse “espírito patriota”.
Freire iniciou sua carreira política como vereador em Natal, foi deputado estadual e é deputado federal desde fevereiro de 2023.
Ele foi vice-prefeito de Natal de 2009 a 2016, na gestão da então prefeita Micarla de Sousa (PV). Assumiu o comando da prefeitura de 1º de novembro a 13 de dezembro de 2012, após o afastamento da então prefeita pela Justiça.
Durante a campanha, Paulinho focou suas propostas na geração de empregos e na ampliação da rede municipal de saúde, com a construção de novas unidades básicas de saúde e ampliação do horário de funcionamento das atuais.
Também trouxe pautas de costumes para a campanha visando criticar sua adversária, Natália Bonavides. No segundo turno, recebeu o apoio do senador Styvenson Valentim (Podemos).
Natália Bonavides é advogada e foi eleita deputada federal em 2018 e 2022 —na última oportunidade, foi a mais votada do Rio Grande do Norte. Ela também teve um mandato como vereadora, de 2017 ao começo de 2019, quando assumiu a vaga na Câmara.
A campanha de Natália em Natal teve as digitais do presidente Lula (PT), que participou de um comício em Natal neste segundo turno, e da governadora Fátima Bezerra (PT), engajada na campanha da aliada desde o início da campanha eleitoral.
Um dos problemas que a Prefeitura de Natal enfrenta é o avanço do mar na praia de Ponta Negra. Em setembro deste ano, a gestão do município decretou estado de emergência diante de estragos provocados pela maré alta em estruturas urbanas e privadas na orla.
De acordo com a prefeitura, a medida foi tomada após relatório da Defesa Civil apontar aumento no processo de erosão no Morro do Careca, um dos principais cartões-postais da cidade. Com a situação de emergência, a administração diz que vai ampliar a interdição no entorno do local.
Nunes derrota Boulos e é reeleito prefeito de São Paulo, projeta Datafolha
Com 29,13% das urnas apuradas, Nunes tinha 60,49% e Boulos, 39,51%.
Para projetar a vitória de um candidato, o Datafolha acompanha os dados da apuração divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, por meio de um sistema próprio, faz a projeção do resultado considerando o peso que cada zona eleitoral tem em relação ao total de eleitores de cada cidade.
Quando há um número razoável de votos apurados em todas as zonas
eleitorais, poderá ser possível estimar que um candidato não pode mais
ser ultrapassado, e, portanto, projetar sua vitória.
Eduardo Siqueira Campos (Podemos) é eleito prefeito de Palmas
Eduardo Siqueira Campos (Podemos) durante evento de campanha em Porto Velho |
Com 100% das urnas apuradas, Siqueira Campos obteve 53,03% dos votos válidos (78.673 votos), ante 46,97% de Janad Valcari (69.684), segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No primeiro turno, Janad havia encerrado na liderança a disputa para o comando da capital do Tocantins com 39,22% dos votos válidos, ante 32,42% de Siqueira Campos. Essa foi a primeira vez que Palmas teve segundo turno.
Em sua campanha de segundo turno, Eduardo Siqueira Campos concentrou esforços em eventos públicos, como “adesivaços” e encontros com eleitores em bairros de Palmas.
Ele recebeu apoio da prefeita Cinthia Ribeiro, do ex-candidato Júnior Geo (PSDB), e de partidos como o PT e o PCdoB.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), o ministro do Esporte André Fufuca e o senador Ciro Nogueira marcaram presença em um dos últimos eventos de campanha do candidato.
Nos debates televisivos, como o da TV Norte, afiliada do SBT, Siqueira Campos destacou propostas para modernizar o transporte público com 200 novos ônibus e melhorias na infraestrutura urbana.
O candidato também citou o fortalecimento do Banco do Povo, ampliando crédito para microempreendedores, e a expansão de instituições de ensino técnico.
A campanha de ex-senador e ex-prefeito procurou manter uma proximidade com os eleitores por meio de eventos populares, feiras, e encontros comunitários.
Siqueira Campos tem uma trajetória longa no cenário político de Tocantins. Sua carreira na política teve início como deputado federal em 1988, logo após a criação do estado.
Ele foi prefeito de Palmas entre 1993 e 1997, além de senador de 1999 a 2007. Em 2023, ele se filiou ao Podemos para concorrer novamente à prefeitura. Atualmente, atua como empresário no ramo da comunicação, tendo sido deputado estadual de 2015 a 2023.
O deputado estadual Professor Júnior Geo (PSDB), terceiro colocado no primeiro turno, deu apoio velado a Siqueira Campos em suas redes sociais ao afirmar que não votaria em Janad e que abstenções e votos nulos e brancos só ajudariam quem não se quer no poder.
Entre as promessas no segundo turno, Siqueira Campos diz que pretende criar subprefeituras para atuar como zeladorias dos bairros, contendo unidade da Guarda Metropolitana e SAMU. Também prometeu priorizar a inclusão social, programas para idosos e incentivo ao empreendedorismo feminino.
Ex-sócia da banda Barões da Pisadinha, Janad foi eleita deputada estadual em 2022, sendo a primeira mulher mais votada do legislativo de Tocantins, somando 31.587 votos.
Para o pleito deste ano, ela contou com apoio do governador Wanderlei Barbosa e do senador Eduardo Gomes, ambos do PL.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também a apoiou, participando de motociata. Acompanharam o ato senadores, deputados, vereadores e lideranças políticas, no último dia de campanha de Janad.
No segundo turno, ela explicou que pretende abrir concursos públicos e criar um plano de carreira próprio para servidores do PrevPalmas. Ela também pretende pagar benefícios aos servidores da saúde, como plantões extras, gratificações e vale transporte, sem comprometer os cofres públicos.
A ex-sócia da banda virou alvo de uma investigação da Promotoria do Tocantins sobre um possível enriquecimento ilícito envolvendo a banda. Ela nega as acusações.
Emília Corrêa é eleita prefeita de Aracaju no segundo turno
Corrêa obteve 41,62% dos votos no primeiro turno, e confirmou o favoritismo ao derrotar Luiz Roberto (PDT) no segundo turno da votação.
Afiliada ao partido de Waldemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro, a política ocupava uma das cadeiras na Câmara Municipal de Aracaju por dois mandatos consecutivos.
Agora, ela comandará a capital sergipana por quatro anos, até o fim de 2028.
Abilio Brunini (PL) derrota petista e é eleito prefeito de Cuiabá
O deputado federal Abilio Brunini venceu Lúdio Cabral para o comando de Cuiabá |
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele obteve 53,79% (166.303) dos votos válidos, contra 46,21% do deputado estadual Lúdio Cabral (PT), apoiado por empresários do agronegócio, que conseguiu 142.861 votos com 96,94% das urnas apuradas.
No segundo turno, Brunini recebeu o apoio do atual governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), e da maioria dos vereadores eleitos e deputados estaduais.
Ele iniciou sua pré-campanha explorando a imagem do ex-presidente Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ambos do PL. Pregou o discurso de que o PL seria o único partido da direita no Estado. Porém, conseguiu aglutinar apenas o Novo, PRTB e DC.
Adotou tom de enfrentamento para atrair eleitores. “Me chamam de louco porque não podem me chamar de corrupto”, disse durante a campanha. “Vote no louco”, estampavam várias camisetas de campanha dos seus apoiadores.
Ele recebeu apoio de outras lideranças nacionais da direita, como os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo).
Além de focar o antipetismo, Abilio conseguiu colar o desgaste do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) no petista.
Abilio Brunini terá como vice-prefeita a tenente-coronel da PM, Vânia Costa. Sua esposa, a vereadora eleita Samantha Iris (PL), foi a mais votada para a Câmara de Cuiabá.
Já o adversário Lúdio Cabral contou com apoio de empresários do agronegócio como o empresário Elusmar Maggi, sócio do Grupo Bom Futuro, um dos barões do setor agropecuário e primo do ex-governador Blairo Maggi.
“Eu quero o voto de todos vocês. Peçam a vizinhos, parentes, a namorada, o namorado, amiga ou amigo, o pai, a mãe, o filho, o sobrinho, o tio, o neto e o vizinho, ao da direita, da frente e de trás. Vamos eleger o Lúdio”, conclamou o empresário no dia 19.
O petista conseguiu atrair o PSD, comandado pelo senador licenciado e ministro da Agricultura Carlos Fávaro, que tem a filha, jornalista Rafaela Fávaro (PSD), como vice-prefeita do petista.
Quem é Abilio Brunini
Abilio Brunini tem 40 anos e é arquiteto-urbanista. Sua família comandou por décadas a Assembleia de Deus em Mato Grosso. Entrou na politica em 2016, quando foi eleito vereador pelo PSC no palanque do atual prefeito Emanuel Pinheiro.
Rompeu com ele em 2017 e passou a atuar na oposição. Migrou para o Podemos e lançou-se candidato a prefeito em 2020. Chegou ao segundo turno em primeiro lugar. No entanto, acabou sendo derrotado por Emanuel Pinheiro.
Seguidor de Bolsonaro, Brunini migrou para o PL em 2022, e foi eleito deputado federal. Chegou a pedir novas eleições após o segundo turno, quando Bolsonaro foi derrotado pelo presidente Lula (PT).
Tarcísio diz sem apresentar provas que PCC orientou voto em Boulos, que reage: ‘Que vergonha’
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) |
A declaração foi dada a jornalistas no colégio Miguel Cervantes, na zona sul, local de votação do governador. Ele estava ao lado de Ricardo Nunes (MDB), prefeito, candidato à reeleição e seu aliado.
Logo em seguida, Boulos reagiu à declaração do governador bolsonarista: “Que vergonha, né. Nada mais a dizer, é o candidato que ele apoia [Ricardo Nunes] que botou o PCC na Prefeitura de SP”. A resposta do candidato do PSOL faz referência às investigações sobre atuação da facção no sistema de ônibus.
Boulos afirmou ainda que irá à Justiça contra o governador de São Paulo, cotado para a disputa presidencial de 2026, já que seu principal aliado, Jair Bolsonaro, está inelegível até 2030.
Os últimos momentos da campanha de São Paulo têm sido de ataques pesados.
No sábado (26), a primeira-dama Janja e apoiadoras de Boulos divulgaram vídeo para relembrar o registro policial de violência doméstica feito pela esposa de Nunes contra ele em 2011. Logo após a divulgação do vídeo, Nunes reagiu: “A Janja fez isso? Que baixaria”.
Já neste domingo, em entrevista, Tarcísio foi questionado por uma jornalista sobre a violência em algumas campanhas.
“A gente vem alertando sobre isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência. Então a gente pegou e reforçou o policiamento nas grandes cidades onde está tendo segundo turno”, respondeu o governador. “Vamos aí ter muitas conversar com o Tribunal Regional Eleitoral para ver os relatórios que mostram os locais que tiveram conexão com o crime organizado.”
Tarcísio foi em seguida indagado sobre o que aconteceu na capital. “Houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas de determinadas áreas a votarem em determinados candidatos”.
Em seguida, o governador foi questionado pelo jornal Folha de S.Paulo sobre qual era o candidato indicado pelo PCC em São Paulo, ao que Tarcísio respondeu: “Boulos”.
A reportagem procurou a assessoria do governo do estado em busca de mais informações sobre o que foi declarado por Tarcísio, mas ainda não obteve resposta.
Segundo o governador, as cidades do estado que têm segundo turno estão contando com uma grande mobilização policial neste domingo (27). O governador disse também que, até o momento, as eleições estão ocorrendo de forma tranquila e cumprimentou o TRE-SP pelo trabalho.
Sobre o resultado das eleições em São Paulo, o principal cabo eleitoral de Nunes disse estar otimista. “As pesquisas têm mostrado uma grande vantagem do Ricardo, e nós trabalhamos muito nesse período para mostrarmos o projeto que temos para São Paulo e as realizações”, disse.
À reportagem o governador ainda disse que considerou a campanha de 2024, na qual atuou como apoiador, mais difícil do que a de 2022, quando foi candidato ao governo.
Justiça determina apreensão de ônibus do PT em Camaçari utilizado para transporte irregular de eleitores
Ônibus utilizado para o transporte de eleitores do PT no segundo turno das eleições em Camaçari |
De acordo com as a Justiça Eleitoral, o ônibus apresentava “evidências de violação à norma eleitoral”, sendo caracterizado como um transporte irregular de eleitores. O veículo exibia mensagens como “Camaçari mais feliz” e “Esse é o time da paz, emprego e renda. Com fé em Deus é 13”, além de imagens de Luiz Caetano, do governador Jerônimo Rodrigues, do presidente Lula, do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do senador Jaques Wagner.
A juíza Maria Claudia Salles Parente, em sua decisão, ressaltou que a Lei 6.091/74 proíbe o transporte de eleitores no dia da eleição, a menos que realizado por pessoas devidamente autorizadas pela legislação. Essa medida visa garantir a lisura do processo eleitoral e a equidade entre os candidatos, prevenindo abusos que possam comprometer a transparência e a integridade do pleito.
Acompanhado por ACM Neto e Bruno Reis, Flávio Matos vota em colégio de Camaçari
Diversos políticos prestigiaram a votação de Flávio Matos em Camaçari |
Depois de levar a disputa para o segundo turno pela primeira vez na história de Camaçari, o candidato se mostrou confiante na vitória. “O sentimento nas ruas é de esperança, o povo não quer o retrocesso, não confia em um grupo que passou toda a campanha oprimindo as pessoas, criando pânico na cidade. Nós vamos vencer essa eleição e vamos viver um novo futuro de grandes avanços e vamos governar ouvindo o povo e servindo à população”.
A candidata a vice-prefeita Professora Angélica (PP) votou também nesta manhã, no distrito de Vila de Abrantes, na orla do município.
Ao lado de Jerônimo, Caetano é recebido por apoiadores em local de votação bahia
Pastora Déa Santos, Jerônimo Rodrigues e Luiz Caetano |
Em uma eleição histórica, com mais de 60 dias de campanha, o petista chega ao segundo turno com vantagem sobre o adversário, uma vez que venceu o primeiro turno. “A gente entra nessa eleição, hoje no dia 27 de outubro, com a certeza de que nós vamos dar esse presente à Camaçari e ao presidente Lula”, diz Caetano, confiante na vitória.
“Estou muito alegre, muito feliz, nós trabalhamos muito nessa campanha eleitoral, nos juntamos com o povo de Camaçari, construímos uma frente política muito forte. No primeiro turno tínhamos três vereadores nos apoiando, depois elegemos oito, vieram mais dois. No total, temos 10 vereadores”, continuou o candidato ao ressaltar os apoios recebidos no segundo turno.
Já o governador Jerônimo Rodrigues reafirmou o compromisso com o município e disse que a vitória do petista no município irá transformar a vida dos camaçarienses. “Caetano vai chegar para trabalhar e arrumar a Prefeitura, mas ele tem a obrigação de passar a limpo todas as mazelas e todas as porcarias que o grupo que aí está fez, para que Camaçari possa ver como é que os oitos anos foram conduzidos os rumos de Camaçari”, afirma o governador.
Bolsonaro nega racha na direita e critica Moraes ao lado de aliado alvo de PF e STF
“Uma precipitação. Só tem em cima da direita, na esquerda não tem nada. Mas não está colando mais esse tipo de ação. E caiu para variar com o mesmo ministro do Supremo. É sempre ele, sempre o mesmo”, disse Bolsonaro se referindo a Alexandre de Moraes, ministro do STF que autorizou a ação.
O ex-presidente disse ainda que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) agiu como “partido político” nas eleições de 2022 e nas eleições atuais.
O ex-mandatário também negou haver um racha na direita e disse que a máscara de Pablo Marçal (PRTB), que foi candidato a prefeito de São Paulo, “caiu”.
“Que racha? Dizem que Pablo Marçal teria rachado a direita. Já caiu a máscara. Não tem racha. A direita em grande parte são pessoas conscientes, sabe o que está em jogo”, afirmou, se referindo ao candidato derrotado à prefeitura de São Paulo.
Ainda falando sobre Marçal, Bolsonaro deu a entender que o próprio candidato do PRTB induziu os bolsonaristas de forma errônea a achar que ele o apoiava.
“Ainda disse pra ele: ‘Você é cara inteligente. Use a sua inteligência para o bem, só isso”.
Bolsonaro está em Goiânia acompanhando a votação de vários aliados no estado. Ele trava uma queda de braço em Goiás contra o governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
O ex-presidente cumprirá em Goiás uma maratona de votações, não só na capital, mas em Aparecida de Goiânia e Anápolis.
Ele também irá acompanhar a votação de Gayer. A busca contra ele foi motivada por suspeita de desvio da cota parlamentar.
Eleições 2024: confira informações importantes para votar com tranquilidade neste domingo (27)
Estatísticas do TSE indicam que 33,9 milhões de pessoas poderão votar neste 2º turno em 51 municípios
Vale destacar que o 2º turno só acontece em eleições para cargos majoritários, como o de prefeito, e em municípios com mais de 200 mil eleitoras e eleitores. Assim, na urna, a pessoa irá digitar apenas os dois dígitos do número da candidata ou do candidato a prefeito que estão na disputa. Se digitar número de candidatura ou de partido que não esteja concorrendo, irá anular o voto.
Para evitar esse tipo de contratempo, confira a seguir informações importantes e exerça seu direito ao voto com tranquilidade, sem erro e com segurança.
1. Voto
Obrigatoriedade: o voto é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para analfabetos, maiores de 70 anos e pessoas com 16 e 17 anos.
2. Horário
Pela primeira vez, a votação em eleições municipais será realizada em horário único no Brasil. Neste 2º turno das Eleições 2024, será das 8h às 17h do horário de Brasília (DF). Por isso, eleitoras e eleitores de algumas localidades com fuso diferente do da capital federal deverão ficar atentos aos relógios. O objetivo é que a votação seja concluída ao mesmo tempo em todo o país.
- Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima, a votação será das 7h às 16h do horário local.
- No Acre, será das 6h às 15h.
- No Amazonas, em 11 municípios, será das 6h às 15h do horário local e, em outras 51 cidades, ocorrerá das 7h às 16h.
3. Situação regular
As eleitoras e os eleitores devem estar em situação regular com a Justiça Eleitoral. O título suspenso ou cancelado impede a pessoa de participar da votação.
4. Documentos para se identificar
O e-Título é aceito caso apresente a foto do eleitor (o que depende de cadastro biométrico prévio na Justiça Eleitoral). Se o aplicativo não tiver fotografia, a pessoa deve apresentar outro documento oficial de identificação com foto.
Outros documentos aceitos:
- carteira de identidade;
- identidade social;
- Passaporte;
- documento profissional legal;
- certificado de reservista;
- carteira de trabalho; e
- Carteira Nacional de Habilitação.
5. Como conferir o local de votação
A seção eleitoral e o local de votação devem ser verificados antecipadamente, pelo e-Título ou nos sites do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos tribunais regionais eleitorais (TREs).
6. Treine o voto
No Simulador de Votação, é possível treinar o voto neste 2º turno para o cargo de prefeito.
7. Colinha
É permitido entrar na cabine de votação com a chamada “cola eleitoral”, uma espécie de lembrete em papel com o nome e o número da candidata ou do candidato em que a pessoa pretende votarp
Proibições: não é permitido entrar na cabine com celular ou equipamentos que comprometam o sigilo do voto.
Baixe a sua colinha: preto e branco / colorido / marcas de corte
8. Preferência para votar
A preferência é garantida, nesta ordem, para:
- pessoas com mais de 80 anos;
- candidatas e candidatos, juízas e juízes eleitorais, servidoras e servidores da Justiça Eleitoral;
- promotoras e promotores e policiais em serviço; e
- pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, lactantes, crianças de colo, doadores de sangue e pessoas com deficiência.
9. O que pode e o que não pode no dia da eleição
✔ Permitido: manifestar a preferência individual e silenciosa, por meio de bandeiras, broches, adesivos e camisetas.
❌ Proibido: aglomerações, manifestações ruidosas, distribuição de materiais e o derrame de santinhos.
Crimes: uso de alto-falantes e amplificadores de som; propaganda de boca de urna; comícios ou carreatas; novas publicações ou impulsionamento de novos conteúdos de propaganda eleitoral.
10. Justificativa de ausência
A justificativa pode ser feita no dia da votação pelo aplicativo e-Título ou, presencialmente, por meio da entrega do Requerimento de Justificativa Eleitoral. Também é possível justificar a ausência até 60 dias após cada turno.
11. Acompanhamento dos resultados
A totalização dos votos se inicia logo após o encerramento da votação nas seções, às 17h . É possível acompanhar a divulgação dos resultados em tempo real, pela plataforma “Resultados”, no Portal do TSE.
CL/LC
Prefeito se blinda de efeito das chuvas em Porto Alegre e administra vantagem contra petista
O vencedor da disputa entre o candidato à reeleição Sebastião Melo (MDB) e a deputada federal Maria do Rosário (PT) terá o desafio de liderar a reconstrução da capital gaúcha, que teve um prejuízo estimado em R$ 12,3 bilhões com as enchentes de maio.
A campanha de Melo vai para o dia das eleições em um cenário confortável. O emedebista obteve 49,7% dos votos válidos (345.420 votos) no primeiro turno, e pouco menos de 2.000 votos o separaram de uma vitória já no dia 6 de outubro.
A petista, que obteve 26,3% (182.553 votos), busca reverter um cenário praticamente impossível. Ela precisa da adesão do eleitorado da ex-deputada Juliana Brizola (PDT), que ficou em terceiro lugar com 19,7% (136 783 votos), e tirar de casa uma parcela significativa de eleitores que não foram votar no começo do mês ou optaram pelo prefeito na primeira etapa.
Porto Alegre registrou a maior taxa de abstenção entre as capitais no primeiro turno: 31,5% do eleitorado apto. Em números absolutos, os pouco mais de 345 mil ausentes superam tanto os votos de Melo quanto a soma dos votos de Rosário e Brizola.
Felipe Camozzato (Novo), quarto lugar na disputa com 3,8% (26.603 votos), declarou apoio ao prefeito contra o PT.
Melo conseguiu se blindar de um prejuízo político causado pelas críticas que sofreu durante a tragédia climática. O volume expressivo de água que chegou a Porto Alegre vindo de rios do interior e as falhas no sistema de proteção a cheias fez com que cerca de 160 mil pessoas e 39 mil edificações fossem atingidos diretamente pelas enchentes. O número de pessoas em abrigos chegou a 14,2 mil em meados de maio.
O prefeito afirmou que a quantidade de chuvas foi além da capacidade de resposta. Disse também, incluindo os 16 anos consecutivos que o PT geriu Porto Alegre, que o problema vinha de outras gestões.
Melo sustenta ainda que a responsabilidade por obras de prevenção contra desastres naturais é do governo federal e diz que o governo Lula (PT) tem dificuldades em responder com agilidade às demandas da reconstrução da capital.
Do outro lado, Maria do Rosário acusa Melo de querer usar o presidente para escapar da culpa da tragédia.
O índice de abstenção na cidade este ano foi um pouco menor do que o registrado em 2020, durante a pandemia de Covid-19, mas reflete uma tendência de baixa participação vista em todo o Rio Grande do Sul.
Dentre os motivos apontados por eleitores, especialistas e candidatos, estão o desinteresse em conflitos causado pelo trauma de enchente e uma descrença no processo político como um todo. Além disso, a falta de entusiasmo com a gestão de Melo e a pouca atratividade da candidatura de Rosário também são citados como fatores.
Moraes vira tema eleitoral em Goiânia, que tem suspeitas de diploma falso e compra de votos
A notícia mais recente estourou na manhã desta sexta-feira (25) com a busca e apreensão pela Polícia Federal em endereços do deputado federal Gustavo (PL-GO), principal fiador em Goiás da candidatura de Fred Rodrigues (PL), o nome chancelado por Bolsonaro.
A busca, relativa à suspeita de desvio de verbas das emendas parlamentares, não tem aparente relação direta com a eleição, mas Gayer e seus adversários a relacionaram ao pleito desde o primeiro momento.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, foi o principal alvo de Gayer e dos bolsonaristas.
O parlamentar fez uma live dizendo que ser objeto de uma operação ordenada por Moraes significa um atestado de honestidade para ele e que a única vergonha que sente é em relação aos senadores que não promovem o impeachment do magistrado, hoje uma das principais bandeiras do bolsonarismo.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), também se manifestou em nota, dizendo que a operação da PF representa “mais uma ação nessa escalada autoritária e parcial de um ministro do STF contra um espectro político que representa grande parte da população brasileira”.
“Faltam menos de 48 horas para o início das eleições nos municípios que terão segundo turno. E nos parece que faltou razoabilidade, proporcionalidade e prudência na decisão que poderá contaminar o resultado eleitoral do próximo domingo”, disse Marinho na nota, assinada como secretário-geral do PL, não como líder da oposição no Senado.
Na noite desta quinta-feira (24), Gayer participou de ato em prol de Fred que teve como principal estrela a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-presidente tem sido figura assídua na campanha e confirmou que irá a Goiânia neste domingo (27) acompanhar o voto de seu candidato.
Fred se manifestou nesta sexta afirmando que uma operação da PF determinada por Moraes a dois dias da eleição “causa bastante estranheza”.
“Entendemos que ações desse tipo não podem ser deflagradas no ápice do processo eleitoral, posto que atos judiciários interferem diretamente na política local, o que coloca em xeque a seriedade das decisões”.
Fred iniciou a recente temporada de desgaste após a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Goiás informar à Justiça que ele não era formado em direito, ao contrário do que havia declarado à Justiça Eleitoral.
Antes da campanha, Fred foi diretor de promoção de mídias sociais da Assembleia Legislativa de Goiás, cargo que, pelas regras da Casa, só pode ser ocupado por pessoas com formação superior completa. A Assembleia disse ter aberto sindicância para apurar o caso.
O candidato afirmou ter sido aprovado em todas as disciplinas obrigatórias na PUC e que apenas não concluiu os procedimentos para colação de grau porque desistiu de seguir a carreira no direito.
Nesta semana, a onda de más notícias atingiu também a candidatura de Mabel, que tem Caiado como seu principal padrinho político.
Atendendo a pedidos da campanha de Fred, a juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, concedeu duas liminares em que indica ver uso da máquina pelo governador em prol de seu candidato.
Na primeira, proibiu Caiado e Mabel de usarem o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual e residência oficial do governador, para eventos eleitorais. Caiado e Mabel haviam sido anfitriões no palácio de jantares em que se buscou angariar apoio ao candidato do União Brasil.
Na segunda, expedida na noite desta quinta-feira, a juíza afirma que o governador e Mabel usaram a máquina pública para comprar votos por meio de cestas básicas.
“Verifica-se que as condutas praticadas pelo Governador Ronaldo Caiado, em conjunto com o candidato Sandro Mabel, estão fazendo uso da máquina pública para angariar apoio político por meio do oferecimento de cestas básicas em troca de voto, configurando a prática de conduta vedada e abuso de poder político, haja vista que o governador faz uso de seu cargo e da sua autoridade para interferir no resultado das eleições”, escreveu a juíza.
A defesa do governador disse ter recebido as decisões com estranheza e afirmado que Caiado já havia decidido suspender temporariamente durante a campanha o programa Goiás Social, alvo das suspeitas.
A disputa entre Mabel e Fred tem como pano de fundo o embate na direita entre Caiado e Bolsonaro. O governador almeja ser o nome do campo conservador na disputa à Presidência da República em 2026, diante da inelegibilidade de Bolsonaro.
Além de outros concorrentes, Caiado enfrenta também como obstáculo o movimento de Bolsonaro e dos bolsonaristas para tentar reverter a sua inelegibilidade.
Em Camaçari, Rui Costa discursa contra ACM Neto, e Marcelo Nilo contra-ataca: “Nasceu na Liberdade e hoje vive no metro quadrado mais rico da Bahia”
Nesta quinta-feira (24), enquanto discursava em um ato de apoio a Caetano, o ex-governador e ministro da Casa Civil Rui Costa (PT) concentrou ataques ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) – padrinho eleitoral de Flávio.
Sem citar o nome de Neto, Rui fez um discurso inflamado, repetindo a retórica que já explorou em outros momentos de pressão política.
“Causa uma indignação profunda quando esse povo da elite, filho de riquinho, que empinava arraia com ventilador, acha que pode humilhar gente do povo, gente humilde. Falta de respeito dessa gente riquinha, que acha porque é rico tem que ter o povo do cabresto e humilhar pessoas”, disse Rui.
Em contato com o Política Livre, o ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) rebateu as declarações do ex-governador e ironizou o fato de Rui Costa ter um imóvel de luxo “no metro quadrado mais rico da Bahia”.
“Rui Costa chama Neto de riquinho. ACM Neto tem pai rico e teve avô rico. Mas rico mesmo é Rui Costa, que nasceu numa encosta da Liberdade e hoje mora no metro quadrado mais rico da Bahia, na Mansão do Baiano de Tênis”, afirmou Nilo.