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Violência em Jequié: cidade registra em dois dias um homicídio e quatro tentativas

Nestes últimos dois dias, o município de Jequié, no sudoeste baiano, vem sofrendo com índices de violência. Somente nesta terça (16) e quarta-feira (17), a cidade registrou um homicídio e quatro tentativas de assassinato. Todas as vítimas são do sexo masculino.

Na manhã de terça-feira, dois homens que estavam em uma motocicleta foram perseguidos por outra dupla também em uma moto, que efetuaram vários disparos, porém as vítimas conseguiram fugir.

O crime ocorreu às 7h15 da manhã na Rua Professora Virgínia, bairro Jequiezinho. A informação é de que uma das vítimas cumpria pena no Conjunto Penal de Jequié e estaria no regime semiaberto.

Nesta quarta-feira (17), um jovem de 23 anos foi atingido no tórax, lado direito, antebraço esquerdo e na região perianal, enquanto outro de 35 anos foi atingido com duas perfurações na mão esquerda. No local da cena, a Polícia Militar encontrou cápsulas de munições 9 mm.

Os dois estavam sentados na calçada de uma residência no Alto da Bela Vista, fazendo filmagens com o celular, quando dois indivíduos chegaram armados em uma motocicleta de características e placa não informada e fizeram disparos de arma de fogo

Eles deram entrada no Hospital Geral Prado Valadares por volta das 13h30 socorridos por populares e encaminhados para a sala vermelha (designado para o atendimento de casos de emergência médica). Às 17h40, um detento foi assassinado na estrada do presídio quando retornava para o Conjunto Penal de Jequié. Tales Souza dos Santos, 26 anos, interno semiaberto foi alvejado por diversos disparos.

O Departamento de Polícia Técnica realizou o levantamento cadavérico e encaminhou o corpo para o Instituto Médico Legal de Jequié. Este é o terceiro preso do CPJ morto nos últimos dias, um em confronto com a polícia e outros dois assassinados. *Com informações do Blog Marcos Cangussu

Jequié: Três funcionários de fábrica de calçados são esfaqueados na fila do almoço

Três funcionários de uma fábrica de calçados no distrito industrial de Jequié ficaram feridos após serem atacados por um colega com uma faca. O caso ocorreu na fila de refeição da empresa, por volta do meio-dia desta quinta-feira, 11. Durante o atentado houve correria e pânico entre os colaboradores da empresa. Os feridos foram socorridos pela empresa até o Hospital Geral Prado Valadares.

Segundo informou a Polícia Militar, uma das vítimas encontra-se em estado grave, enquanto outras duas encontram-se na sala de medicação. Ainda de acordo com a PM, uma vítima foi atingida atrás da orelha, lado esquerdo e cabeça acima da testa; outra foi atingida atrás da orelha lado esquerdo e flanco lado esquerdo, e a outra foi atingida no pescoço lado direito. Ainda não foi informado se o autor das facadas foi preso. A motivação do atentado não foi esclarecida. (Giro Ipiaú)

NOTA PÚBLICA SOBRE O ACIDENTE ENVOLVENDO DIVERSOS VEÍCULOS E UM ÔNIBUS DO TFD DE JEQUIÉ NA BR-116

Na madrugada desta segunda-feira, 8, a Prefeitura de Jequié, através da Secretaria de Saúde, foi informada sobre uma colisão entre diversos veículos na BR-116, no trecho conhecido como "Reta da Coalhada". De acordo com informações preliminares, por conta da lentidão de um caminhão pesado, formou-se uma fila de carros e, entre esses, um ônibus do Transporte Fora do Domicílio (TFD) pertencente à Prefeitura de Jequié que, em velocidade baixa, seguiu a fila de veículos, com os faróis piscando em alerta. Neste momento um caminhão que, ainda não se sabe o motivo, não freou e colidiu com a traseira do ônibus do TFD. Logo após, com o impacto, o ônibus TFD avançou e colidiu na lateral traseira de um ônibus da empresa Guanabara.


Assim que a ocorrência foi relatada à Secretaria de Saúde, secretário municipal da pasta Marlon Pereira deslocou-se imediatamente para o local do acidente, disponibilizando toda a estrutura operacional e suporte emergencial, com ambulâncias e carros de apoio até o ponto exato onde houve o acidente.

As informações preliminares dão conta que não houve vítimas fatais, todas as pessoas estavam conscientes. Cerca de 24 pessoas estavam no ônibus. 16 pacientes foram trazidas para o Hospital Geral Prado Valadares para avaliação e atendimento médico. Alguns pacientes tiveram ferimentos, como fraturas. Dos 24 passageiros, 7 seguiram para o atendimento previamente programado, pois não tiveram ferimentos.

A Secretaria de Saúde segue prestando suporte às pessoas que estão sendo atendidas no Hospital Geral Prado Valadares e assim que tiver novas informações sobre o estado de saúde desses pacientes, a nota será atualizada.

Dezesseis ficam feridos em acidente com ônibus que levava pacientes do Sudoeste baiano para Salvador

Pelo menos 16 pessoas ficaram feridas em um acidente com um ônibus que levava pacientes de Jequié no Médio Rio de Contas, Sudoeste baiano, para tratamento em Salvador. A informação foi repassada nesta segunda-feira (8) pelo secretário de saúde de Jequié, Marlon Pereira dos Santos, à Rádio 93 FM.

O acidente ocorreu no final da noite deste domingo (7) em um trecho da BR-116 de Jaguaquara, no Vale do Jiquiriçá, na chamada ”Reta da Coalhada”, na altura do km 645, perto de um posto de combustíveis.

Segundo o Blog do Marcos Frahm, parceiro do Bahia Notícias, o acidente envolveu outros dois veículos, um caminhão que colidiu na traseira do ônibus e outro transporte de passageiros, da empresa Guanabara, que seguia na frente dos dois primeiros.

Os feridos, alguns com fraturas, foram levados para o Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié. Não há mais informações sobre o estado de saúde deles. Ainda segundo informações, o ônibus acidentado levava 24 pessoas e fazia o transporte para pacientes do chamado Tratamento Fora do Domicílio (TFD). (Atualizado às 7h55)

Por Redação/Bahia noticias

Dois corpos são localizados no Rio das Contas em Jequié

Foto: Reprodução/Marcos Cangussu

O corpo de um homem de 37 anos foi retirado das águas do Rio das Contas, na tarde desta segunda-feira, 21 de novembro, próximo ao Conjunto Penal de Jequié. A vítima foi identificada como Moabson de Assunção Machado, que segundo informações atuava no setor de coleta de lixo e estava desaparecido.

O corpo não apresentava sinais de violência e foi encaminhado pelo departamento de Polícia Técnica para o Instituto Médico Legal de Jequié.

Uma informação foi divulgada na tarde de ontem de que outro corpo também teria sido localizado boiando no Rio das Contas, nas proximidades do distrito industrial. Existe a suspeita de que seja o corpo de uma mulher.

A equipe do 8ª GBM não teve como fazer a retirada do corpo de dentro do rio na noite desta segunda-feira (20/11). Devido à correnteza forte, e a baronesa, iluminação do local, as buscas será iniciada nesta terça-feira pela manhã. *As informações são do Blog Marcos Cangussu

PDT declara apoio à reeleição do prefeito Zé Cocá (PP), de Jequié

Foto: Divulgação /O prefeito de Jequié agradeceu o apoio do PDT

O presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, anunciou nesta segunda-feira (20) que o partido vai apoiar à reeleição do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP). O martelo foi batido após uma reunião entre os dois realizada em Salvador.

Também participaram do encontro o presidente da Câmara de Vereadores de Jequié, Emanuel Campos Silva, mais conhecido como Tinho (PV), o comandante municipal do PDT, Eliezer Pereira, e o ex-prefeito de Araci e suplente de deputado estadual Silva Neto, que também é pedetista.

“Zé Cocá tem feito uma gestão diferenciada em Jequié e o PDT já faz parte desse projeto exitoso e sério. Queremos colaborar cada vez mais com esse trabalho, inclusive destinando recursos federais para o município e ajudando o prefeito no que for possível para a realização de obras e investimentos”, declarou Félix.

O prefeito de Jequié agradeceu o apoio do PDT. “Muito nos honra essa parceria com um partido que tem tanta história no país e na Bahia, sobretudo na defesa de bandeiras tão caras como a educação pública de qualidade e os direitos dos trabalhadores. Fico muito grato pela confiança e avançaremos cada vez mais unidos”.

Silva Neto elogiou a gestão de Zé Cocá. “É um governo que tem mudado a cara de Jequié. Por isso, o PDT está junto e vamos apoiar a reeleição do prefeito em 2024, com muito orgulho. Temos plena confiança de que esse trabalho precisa continuar”.

Política Livre

Jequié, cidade mais violenta, tem ‘zona de guerra’ na periferia e mães unidas pelo luto

Em uma casa de três cômodos no bairro Joaquim Romão, em Jequié (370 km de Salvador), a empregada doméstica Juliana Silva de Jesus, 39, curva o corpo para frente e abraça o porta-retratos com uma foto de João Vitor, seu filho mais velho de 21 anos.

Em 16 de julho, ele foi visitar a namorada no Mandacaru, bairro que fica na margem oposta do rio que corta a cidade. O afeto que unia o casal tinha um obstáculo típico de zonas de guerra: o bairro de João Vitor é dominado por uma facção criminosa, o da namorada pelo grupo criminoso rival.

O jovem, que era judoca, trabalhou em uma fábrica e não tinha ficha criminal, sumiu após ir ao supermercado. Seu corpo foi encontrado três dias depois boiando no rio de Contas, e coube à mãe reconhecê-lo no Instituto Médico Legal.

“Ver o corpo do meu filho no IML, como eu vi, é uma coisa que eu não desejo nem para meu pior inimigo”, relembrou Juliana, com voz embargada, na sexta-feira (21).

João Vitor teve o mesmo destino de dezenas de outros jovens, todos pretos ou pardos, mortos nas periferias de Jequié. Desde 2022, a cidade enfrenta um cenário de guerra entre facções criminosas, com bairros apartados e uma legião de mães unidas pelo luto.

Dados do anuário do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última semana, apontaram Jequié como a cidade do Brasil com maior a média de mortes violentas proporcional à sua população em 2022, com 88,8 mortes para cada 100 mil habitantes. Ao todo, foram 141 assassinatos.

Localizada no sudoeste da Bahia, Jequié tem 158 mil habitantes, é cortada por duas importantes rodovias e abriga um presídio de médio porte. Tem uma geografia complexa, com vales que se erguem no entorno do rio de Contas e casas construídas de forma improvisada nos morros.

O tráfico de drogas ganhou corpo na cidade, de forma rudimentar, a partir dos anos 1990. Mas tomou uma arquitetura complexa na última década ao ser dominada pelo traficante Sandro Santos Queiroz, conhecido como Real, ligado à facção Comando Vermelho.

Em abril de 2022, houve um racha no grupo criminoso, e dissidentes se aliaram a PCC (Primeiro Comando da Capital). A cisão foi o início de uma guerra por territórios, incluindo a circulação em grupos de WhatsApp de listas com os alvos das facções.

A disputa se refletiu nas mortes violentas na cidade. Foram 57 em 2020, número que subiu para 85 em 2021 e atingiu seu pico em 2022, com 141 mortes. A média de idade das vítimas é de 26 anos.

As ordens, em geral, partem de dentro da penitenciária de Jequié, classificada pelas autoridades como um “queijo suíço” pela quantidade de celulares que lá entram. Em operações de rotina, até 30 telefones são apreendidos em um dia.

“Mais de 90% das mortes são execuções ligadas ao tráfico. Em geral, de dois a quatro homens que chegam nos bairros para cumprir as ordens, retiram os alvos das casas e os executam na rua”, afirma o delegado Rodrigo Fernando de Souza, chefe da Coordenadoria Regional de Polícia de Jequié.

Ele afirma que o alto número de homicídios não se reflete em outros indicadores. Em 2022, houve apenas uma lesão seguida de morte na cidade. Não houve feminicídios ou roubos seguidos de morte.

Os dados apontam um paradoxo na dinâmica da violência e revelam uma cidade dividida. A despeito do pico de mortes, a visão de uma cidade relativamente tranquila permanece nas áreas centrais, onde a iluminação em LED contrasta com a escuridão das vielas dos morros.

Nos bairros da periferia, crianças brincam de bola entre muros pichados com marcas de facções criminosas. As famílias se trancam em suas casas logo ao cair do sol. Os laços de comunidade, aos poucos, foram se perdendo.

Moradora do Mandacaru 2, residencial do programa Minha Casa, Minha Vida que foi tomado por criminosos, a faxineira Lília Pereira, 48, deixou de visitar as amigas que moram na Cachoeirinha, bairro controlado por uma facção rival.

“Nunca pensei que encontraria aqui uma violência maior do que em cidade grande”, diz Lília, que viveu por dez anos São Paulo.

O domínio das facções não é o único problema. Em bairros como Joaquim Romão e Barro Preto, há queixas constantes sobre as intervenções da polícia.

A Folha ouviu relatos de invasão de casas de famílias sem mandado de busca, muros derrubados com granadas, ameaças e dezenas de jovens mortos em ações policiais. Parentes das vítimas falam em execução sumária, o que a polícia nega.

Rosângela Oliveira teve seu filho Kaylan, de 20 anos, morto dentro de casa em maio deste ano. Sem crimes pregressos, ele trabalhava como ajudante de pedreiro e tinha carteira assinada: “Ele estava dentro de casa. Dói muito saber que perdi meu filho dessa forma.”

Os relatos são semelhantes. Jociane Santos Oliveira, 50, perdeu o filho Jean, 26, em uma ação da polícia. Maria Vânia Honorato teve o filho Alisson, de 22 anos, morto dentro de casa em meio a uma operação policial há menos de um mês.

As mães das vítimas se uniram para denunciar ações violentas. No mês passado, protestaram na Câmara Municipal de Jequié, que relatou a situação ao Ministério dos Direitos Humanos.

Elas cobram a implantação de câmeras nos uniformes de policiais. A medida foi prometida pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas a licitação para compra dos equipamentos ainda não foi concluída.

No ano passado, 38 das 141 mortes violentas em Jequié –uma em cada quatro– foram registradas como autos de resistência. Os dados refletem a realidade da Bahia, que entre 2015 e 2022 quadruplicou o número de mortes em ações policiais. No ano passado, foram 1.464 ocorrências.

O Governo da Bahia informou que investido em capacitação e inteligência policial para evitar mortes em confronto e destacou que forças de segurança “têm como determinação a ação seguindo rigorosamente o que determina a lei”.

No lado da polícia, a cobrança por mudanças na legislação que possibilitem buscas nas casas sem autorização da Justiça. Para o delegado Rodrigo Fernando, é preciso flexibilidade para acompanhar a dinâmica do tráfico, o que não necessariamente significa ações arbitrárias.

Na sexta-feira, a Polícia Civil deflagrou uma operação com foco nas operações financeiras ligadas a traficantes que atuam em Jequié. A investigação, que durou 16 meses, mostrou uma teia complexa com 541 contas bancárias que movimentaram R$ 116 milhões. O esquema envolvia dois advogados.

Em dezembro do ano passado, o traficante Sandro Santos Queiroz foi preso em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT), de onde passou a atuar como fornecedor de drogas na fronteira. Neste ano, sete líderes de facções foram transferidos, e as mortes violentas caíram 17% no primeiro semestre.

A sociedade de Jequié cobra projetos estruturais para evitar que crianças e jovens se tornem alvo do tráfico. No bairro Jardim Tropical, as ações de cidadania são tocadas pelos próprios moradores, mas os desafios são imensos. São mais de cem alunos do bairro fora da escola, afirma Maria Helena Santos, presidente da associação comunitária.

Antônio Cosme Santos, 52, líder comunitário no Mandacaru, pede maior envolvimento de governo e prefeitura em ações nas comunidades: “Quando Estado vira as costas, a violência só aumenta”.

João Pedro Pitombo / Folha de São Paulo

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