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Rússia dispara míssil balístico de capacidade nuclear contra a Ucrânia

© Shutterstock
A Ucrânia informou que, pela primeira vez desde o início do conflito, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM) contra seu território. O ataque ocorreu na madrugada de quinta-feira, 21 de novembro de 2024, tendo como alvo a cidade de Dnipro, no centro-leste do país. A Força Aérea Ucraniana relatou que o míssil foi disparado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, próxima ao Mar Cáspio. Além do ICBM, outros oito mísseis foram lançados, dos quais seis foram interceptados pelas defesas aéreas ucranianas.

Autoridades locais informaram que duas pessoas ficaram feridas no ataque, que também danificou uma instalação industrial e um centro de reabilitação para pessoas com deficiência. Embora os ICBMs sejam projetados para transportar ogivas nucleares e tenham alcance de milhares de quilômetros, o míssil utilizado não carregava uma ogiva nuclear. Especialistas interpretam o uso desse tipo de armamento como uma demonstração do poderio militar russo e um sinal de possível escalada no conflito. 

Este incidente ocorre poucos dias após o presidente russo, Vladimir Putin, assinar uma revisão na doutrina nuclear do país, reduzindo o limiar para o uso de armas nucleares. A medida foi vista como uma resposta aos recentes ataques ucranianos em território russo, realizados com mísseis de longo alcance fornecidos por aliados ocidentais.

Por: Noticias ao minuto


Mpox: OMS aprova primeira vacina para uso emergencial em crianças mundo

Foram notificados casos da doença em pelo menos 80 países em 2024
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a inclusão da vacina LC16m8 contra a mpox à lista de insumos de uso emergencial. Este é o segundo imunizante aprovado pela entidade para controle e prevenção da doença, declarada emergência global em agosto.

Dados da entidade revelam que, em 2024, foram notificados casos de mpox em pelo menos 80 países, incluindo 19 nações africanas. A República Democrática do Congo, país mais atingido, responde pela maioria de casos suspeitos.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a vacina LC16m8 é a primeira aprovada para uso em crianças menores de 1 ano que vivem em localidades onde se registra surtos de mpox.

“Este é um passo vital para proteger populações vulneráveis, principalmente crianças, à medida em que a mpox continua a se espalhar”, escreveu.

Segundo Tedros, ao longo dos últimos dois meses, metade dos casos suspeitos contabilizados na República Democrática do Congo foram identificados entre menores de 12 anos. “O número total de casos suspeitos ultrapassou 40 mil este ano, com 1,2 mil mortes reportadas”.

No post, o diretor-geral da OMS alertou que os surtos da doença no Burundi e em Uganda estão em plena expansão. A entidade convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo.

Agência Brasil

"Todas as capitais europeias estão sob risco", avisa TV russa

O vídeo com as declarações circula nas redes sociais, incluindo o X (antigo Twitter)
© X/@RadarHits
Um apresentador de um canal estatal russo fez declarações alarmantes em um programa de televisão, alertando sobre os potenciais impactos devastadores de um ataque nuclear da Rússia contra a Europa. O vídeo com as declarações circula nas redes sociais, incluindo o X (antigo Twitter).

Durante a transmissão, o apresentador sugeriu que o Kremlin deve dar “atenção especial” ao Reino Unido em caso de guerra nuclear, destacando também as bases militares dos Estados Unidos localizadas na Alemanha. "Todas as capitais europeias estão sob ameaça", afirmou ele.

O apresentador mencionou explicitamente capitais como Berlim, Paris e Praga. No caso do Reino Unido, ele citou cidades como Londres, Manchester e Birmingham, ressaltando que "especial atenção" seria dedicada ao país, que ele classificou como "inimigo".

“A Grã-Bretanha está em seu ponto mais vulnerável. Basicamente, bastam três mísseis para que a civilização entre em colapso”, disse o apresentador, reforçando o tom ameaçador.

Esse tipo de discurso não é novo. Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, em 2022, declarações de ameaça por parte do Kremlin e seus aliados têm sido frequentemente direcionadas ao Reino Unido e a outras nações que apoiam Kiev
por Notícias ao Minuto Brasil

OMS convoca reunião para reavaliar emergência em Mpox

Foto: Reprodução/Anvisa
Um comitê para avaliar a situação mundial da Mpox foi convocado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a próxima sexta (22). A reunião pretende mensurar a dimensão da doença no mundo.

Em agosto, o órgão definiu a Mpox como uma “emergência de saúde pública de importância internacional”. É o nível mais alto de alerta da organização, que tem como procedimento padrão reavaliá-lo a cada trimestre.

A mobilização da OMS é causada pela identificação de uma mutação do vírus encontrada na República Democrática do Congo, na África, entre 2022 e 2023. Em julho, os países vizinhos também registraram a nova cepa.

Até novembro, 1.059 pessoas contraíram Mpox e outros 49.310 casos foram notificados em países como Quênia, Uganda e Ruanda.

No Reino Unido, as autoridades de segurança sanitária detectaram o primeiro caso da variante do mpox no país em outubro, mas tranquilizaram a situação afirmando que “o risco para população é baixo.”

Segundo o Ministério da Saúde, não há casos registrados da nova cepa da Mpox no Brasil.

Neste mês, o governo federal e Anvisa lançaram uma campanha sobre a doença com painéis instalados em portos e aeroportos.

O que é a Mpox
A Mpox é uma doença viral causada pelo vírus MPXV que provoca lesões na pele, ínguas, febre, dor de cabeça, calafrios e fraqueza e pode levar à morte.

A transmissão é feita pelo contato com a pele ou mucosas de pessoas infectadas. A prevenção é feita com distanciamento das lesões, higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel. Também é recomendado evitar compartilhar roupas de cama e objetos como copo, talheres e brinquedos sexuais.

Folhapress

Brasil lança oficialmente Aliança Global contra Fome no G20 com adesão de 81 países e sem Argentina

O Brasil lança oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza nesta segunda-feira (18), no evento de abertura da cúpula de chefes de Estado do G20, no Rio de Janeiro.

A iniciativa conta com 147 membros fundadores, sendo 81 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.

A Argentina, que vem travando uma ofensiva contra as agendas da presidência brasileira no G20, não está na lista. O país presidido pelo ultraliberal Javier Milei é o único do bloco das maiores economias que não aderiu ao projeto contra a fome.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem como meta que o plano articule programas sociais com potencial de alcançar 500 milhões de pessoas em países de baixa e média baixa renda até 2030. Internamente, a iniciativa é considerada o principal legado do mandato brasileiro ao fórum.

O processo de adesão dos países foi aberto em julho, quando a iniciativa foi apresentada pelo governo Lula na força-tarefa dedicada ao tema. Brasil e Bangladesh puxaram a fila de adesões, seguidos por diversas outras nações. Até a véspera da cúpula, a Aliança contava com a aderência pública de 41 países, entre eles Canadá, Estados Unidos, Egito, Chile, Somália e Zâmbia.

Além de governos, também integram a lista de participantes organizações internacionais, bancos multilaterais e outras entidades. Também está aberta a possibilidade de um país endossar a iniciativa, sem necessariamente aderir a ela.

O objetivo do projeto idealizado pela presidência brasileira no G20 é dar uma dimensão internacional ao combate às desigualdades sociais –uma das três principais agendas de Lula no fórum que reúne as principais economias do mundo.

Um dos pilares da proposta se apoia em uma espécie de repositório de políticas de assistência social consideradas exitosas, ao qual países interessados poderão recorrer para desenvolver medidas semelhantes em seus territórios.

O país se coloca em uma posição de liderança nesse processo, aproveitando a imagem internacional do presidente Lula como líder comprometido com a redução das desigualdades e o histórico de políticas sociais em larga escala no país. O Bolsa Família, marca das administrações petistas, serve de vitrine para ações globais.

Além de ações de transferência de renda, a Aliança inclui planos como expansão de merendas escolares em países com fome e pobreza infantil endêmica, iniciativas em saúde materna e de primeira infância e programas de inclusão socioeconômica, com foco em mulheres.

Só no Brasil, 8,4 milhões de pessoas passaram fome entre 2021 e 2023, segundo estudo da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e de outras agências da ONU.

A Aliança Global Contra a Fome e Pobreza terá uma governança própria, vinculada ao G20. Durante as negociações, o governo Lula se comprometeu a repassar R$ 50 milhões para o secretariado da iniciativa. O Brasil contará com contribuições adicionais de países como Noruega, Portugal e Espanha.

Além disso, a Aliança realizará cúpulas regulares contra a fome e a pobreza e estabelecerá um conselho de campeões de alto nível para supervisionar seu trabalho. De acordo com a presidência brasileira do G20, a estrutura completa de governança deverá estar em operação até meados de 2025.

LISTA DE PAÍSES FUNDADORES DA ALIANÇA CONTRA FOME
Alemanha
Angola
Antígua e Barbuda
África do Sul
Arábia Saudita
Armênia
Austrália
Bangladesh
Benin
Bolívia
Brasil
Burkina Fasso
Burundi
Camboja
Chade
Canadá
Chile
China
Chipre
Colômbia
Dinamarca
Egito
Emirados Árabes Unidos
Eslováquia
Estados Unidos
Espanha
Etiópia
Filipinas
Finlândia
França
Guatemala
Guiné
Guiné-Bissau
Guiné Equatorial
Haiti
Honduras
Índia
Indonésia
Irlanda
Itália
Japão
Jordânia
Líbano
Libéria
Malta
Malásia
Mauritânia
México
Moçambique
Mianmar
Nigéria
Noruega
Países Baixos
Palestina
Paraguai
Peru
Polônia
Portugal
Quênia
Reino Unido
República da Coreia
República Dominicana
Ruanda
Rússia
São Tomé e Príncipe
São Vicente e Granadinas
Serra Leoa
Singapura
Somália
Sudão
Suíça
Tadjiquistão
Tanzânia
Timor-Leste
Togo
Tunísia
Turquia
Ucrânia
Uruguai
Vietnã
Zâmbia
União Africana
União Europeia

Nathalia Garcia e Renato Machado/Folhapress

Estudante mata 8 pessoas a facadas na China e fere ao menos 17

A cidade de Wuxi, no leste da China
Um ataque a facadas feito por um estudante de 21 anos deixou ao menos oito mortos e 17 feridos na cidade de Wuxi, no leste da China, na noite deste sábado (15), segundo a polícia local.

O incidente aconteceu poucos dias após um atropelamento deixar 35 pessoas mortas e outras 43 feridas no lado de fora de um centro esportivo na cidade de Zhuhai, no sul do país.

O suspeito do atropelamento, que aconteceu na segunda-feira (11), foi citado apenas pelo sobrenome Fan, como costuma fazer a polícia chinesa, e teria tentado se suicidar dentro do carro.

Segundo os veículos chineses, ele foi hospitalizado, em coma, com ferimentos no pescoço e outras partes do corpo.

O relatório preliminar da polícia de Zhuhai, divulgado na noite de terça (12), afirma que a ação de Fan teria sido disparada por sua insatisfação com a divisão de bens em um processo de divórcio.

Descrição do incidente, a partir do relatório: “Fan dirigiu um pequeno veículo off-road através do portão e entrou à força no centro esportivo da cidade, atropelou cidadãos na via interna do centro e foi controlado pela polícia quando saía do local. Fan estava se automutilando com uma faca no carro”.

Folhapress

Provável chefe da diplomacia de Trump é filho de cubanos e crítico de ‘tiranias latinas’

Provável secretário de Estado na nova gestão de Donald Trump, Marco Rubio, 53, é crítico ferrenho de rivais estratégicos dos Estados Unidos, caso da China e das ditaduras latino-americanas Cuba e Venezuela. Nos últimos anos, o senador pela Flórida ficou conhecido também por seus pitacos sobre o Brasil: simpático a Jair Bolsonaro (PL), ele não esconde ser um desafeto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Filho de imigrantes cubanos, Rubio nasceu em Miami e cresceu num ambiente em que a oposição ao comunismo era senso comum. Quando criança, chegou a dizer ao avô, um exilado da ditadura, que um dia derrubaria Fidel Castro. Os posicionamentos duros contra líderes de esquerda marcaram toda a carreira do atual senador, que pode se tornar o primeiro hispânico a ocupar um dos cargos mais influentes em Washington, equivalente ao posto de ministro das Relações Exteriores no Brasil.

As críticas contra as autoridades brasileiras aumentaram depois da suspensão da plataforma X, em agosto. Rubio chegou a mencionar Lula ao dizer que a decisão, sob o seu governo, levantava “sérias preocupações sobre a liberdade de expressão”. “É a mais recente manobra do juiz Alexandre de Moraes para minar as liberdades básicas. O Brasil deve retificar esse movimento autoritário”, escreveu.

Essa não foi a primeira desavença com a gestão petista. O americano já havia manifestado contrariedade à política externa brasileira, em especial em relação aos diálogos que Lula manteve com o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, e à aproximação com Pequim. Ao mesmo tempo, adotou tom elogioso à família Bolsonaro e chegou a posar para foto ao lado do ex-presidente e de seu filho 03, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Formado em ciências políticas e direito, Rubio foi eleito para a Câmara dos Representantes em 1999, pelo Partido Republicano, e logo ganhou notoriedade com sua abordagem contra o que chama de “tiranias latino-americanas” —ele foi escolhido presidente da Casa de 2006 a 2008. No Congresso, é um dos defensores mais enfáticos de sanções contra Cuba e Venezuela. Também diz considerar a China a maior ameaça à supremacia dos EUA e critica um suposto aumento da influência de Pequim sobre o seu país.

Já senador, cargo para o qual foi eleito para o primeiro mandato em 2010, propôs a legislação, sancionada em 2021, que proíbe a entrada nos EUA de mercadorias provenientes de Xinjiang, província chinesa na qual o regime de Xi Jinping é acusado de aprisionar e explorar a mão de obra da minoria muçulmana uigur.

Também foi um dos arquitetos da lei que dá ao governo federal mais poder para implementar medidas contra a China em resposta à erosão da autonomia de Hong Kong, ex-colônia britânica que voltou a ser controlada por Pequim em 1997. Em retaliação, foi alvo de sanções impostas pelo regime, que o acusou de “interferência flagrante” em seus assuntos internos.

Ao longo dos anos, os posicionamentos linha-dura aproximaram Rubio de Trump, e o senador foi cotado como vice na chapa do presidente eleito, mas acabou perdendo a disputa para J.D. Vance.

Mas o relacionamento entre os dois nem sempre foi amistoso. Rubio e Trump chegaram a se enfrentar nas primárias de 2016. Na ocasião, antes de declarar apoio ao líder republicano, o primeiro chegou a chamar o correligionário de fraude, vigarista e a “pessoa mais vulgar” que até então havia se candidatado à Presidência do país.

Os atritos foram superados ainda durante a primeira administração de Trump, e Rubio recebeu a alcunha de “secretário de Estado virtual para a América Latina” durante a gestão. Antes considerado intervencionista, Rubio aos poucos flexibilizou o seu discurso, alinhando-se ainda mais ao presidente eleito.

No passado, acusou Trump de abandonar os esforços militares dos EUA na Síria antes da conclusão de seus objetivos. Já no começo da Guerra da Ucrânia, chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de assassino e recorreu às redes para pedir apoio total aos ucranianos.

Nos últimos meses, porém, passou a dizer que a Ucrânia precisa buscar “um acordo negociado” com a Rússia para encerrar o conflito. Em abril, foi 1 dos 15 senadores republicanos que votaram contra um pacote de US$ 61 bilhões em ajuda militar a Kiev.

No Oriente Médio, Rubio defende uma “estratégia de pressão máxima” contra o Irã e apoia a continuidade das guerras de Israel contra o Hamas, em Gaza, e contra o Hezbollah, no Líbano, minimizando as acusações de que as tropas de Tel Aviv atingem civis com suas ações desproporcionais. Ele comparou as ações israelenses à perseguição de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Outra mudança foi em relação à migração. Em 2013, Rubio ajudou a impulsionar um projeto que permitia a regularização de milhares de migrantes em situação ilegal. Na campanha atual, defendeu Trump depois de o republicano dizer que essas pessoas “envenenam o sangue da nação”.

“Eu sou filho de imigrantes, exilados de um país em problemas. Eles me deram tudo o que estava ao seu alcance dar. E eu sou a prova de que suas vidas importaram, sua existência tinha um sentido”, escreveu em sua autobiografia, “An American Son” (um filho americano, em tradução livre), publicada em 2012.

A confirmação de Rubio como secretário de Estado sinalizaria, portanto, um endurecimento nas relações dos EUA com a China e com outros rivais estratégicos. Poderia representar ainda o fortalecimento das relações com países alinhados a Washington, caso da Argentina, de Javier Milei, e El Salvador, de Nayib Bulele.

Questionado sobre o futuro da diplomacia americana depois da vitória de Trump, o senador disse que os EUA estão prestes a entrar em “uma era de pragmatismo na política externa”. “O mundo está mudando rapidamente. Os adversários estão se unindo —na Coreia do Norte, Irã, China, Rússia— e se coordenando cada vez mais”, disse à emissora CNN. “Isso vai exigir muito pragmatismo e sabedoria de nossa parte em como investimos no exterior e no que fazemos.”

Renan Marra/Folhapress

Ucrânia ataca Moscou com 34 drones no maior ataque à capital russa

Ucrânia ataca Moscou com 34 drones no maior ataque à capital russaA Ucrânia atacou Moscou no domingo com pelo menos 34 drones, o maior ataque de drones à capital russa desde o início da guerra, em 2022, forçando o desvio de voos de três dos principais aeroportos da cidade e ferindo pelo menos cinco pessoas.

Segundo o Ministério da Defesa, as defesas aéreas russas destruíram outros 50 drones sobre outras regiões da Rússia Ocidental no domingo.


“Uma tentativa de Kiev de realizar um ataque terrorista usando drones do tipo avião no território da Federação Russa foi frustrada”, afirmou.

A agência federal de transporte aéreo da Rússia informou que os aeroportos de Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky desviaram pelo menos 36 voos, mas depois retomaram as operações. Cinco pessoas ficaram feridas na região da capital, disse o Ministério da Defesa.

Moscou e seu entorno têm uma população de pelo menos 21 milhões de habitantes e são uma das maiores áreas metropolitanas da Europa, ao lado de Istambul.

A Rússia, por sua vez, lançou um recorde de 145 drones durante a noite, disse a Ucrânia. Kiev contou que suas defesas aéreas derrubaram 62. A Ucrânia também afirma ter atacado um arsenal na região russa de Bryansk, onde 14 drones foram abatidos.

Um vídeo não verificado publicado nos canais russos do Telegram mostrou o ruído de drones no horizonte.
Vídeo relacionado: Rússia derruba 34 drones ucranianos que tinham como alvo Moscou (Dailymotion)

A guerra de dois anos e meio na Ucrânia está entrando no que algumas autoridades dizem que poderia ser seu ato final, depois que as forças de Moscou avançaram em um ritmo mais acelerado desde os primeiros ataques russos ao país e Donald Trump foi eleito 47º presidente dos Estados Unidos.

Trump, que toma posse em janeiro, disse durante sua campanha que poderia trazer a paz à Ucrânia em 24 horas, mas deu poucos detalhes sobre como faria isso.

Quando o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy ligou para Trump para parabenizá-lo pela vitória nas eleições presidenciais, o CEO da Tesla e apoiador de Trump, Elon Musk, juntou-se à chamada, de acordo com relatos da mídia.

Musk é dono da SpaceX, que fornece serviços de comunicação por satélite Starlink que são vitais para o esforço de defesa da Ucrânia.

História de Guy Faulconbridge e Lidia Kelly - repórteres da Reuters


Veja dez impactos esperados na economia após a eleição de Trump nos EUA, da inflação ao emprego

Caso cumpra as suas promessas de campanha, Donald Trump deve provocar profundos impactos na economia em sua volta à Presidência dos Estados Unidos a partir do ano que vem.

De um lado, o governo norte-americano tende a uma guinada rumo ao protecionismo, com o cerco do republicano a produtos importados (sobretudo da China, mas não apenas). A ideia do eleito é aumentar tarifas entre 10% e 20% sobre praticamente todas as importações dos EUA, incluindo as que vêm de países aliados, e em pelo menos 60% sobre as da China.

De outro, grande parte dos analistas espera que suas medidas tenham impacto no aumento da inflação e, consequentemente, na alta de juros.

No meio de tudo isso, instituições como o Fed (o banco central dos EUA) e a OMC (Organização Mundial do Comércio) vão precisar navegar em um cenário de mais conflitos com a Casa Branca. Veja como as medidas prometidas pelo futuro presidente americano podem impactar a economia global.

AGRONEGÓCIO
As regiões agrícolas dos EUA se empolgaram com a volta de Trump, mas podem ser prejudicadas por suas medidas. Em 2023, o déficit comercial agropecuário do país foi de US$ 21 bilhões (o que significa que as compras superaram as vendas), e em 2024, até agosto, já era de US$ 27 bilhões. A China, principal cliente dos produtos, pode favorecer o Brasil nesse tipo de aquisição, mas, se os EUA reduzirem a compra de itens chineses, a capacidade de os asiáticos importarem commodities brasileiras também cairia. Já a venda de carne bovina do Brasil para os norte-americanos, que crescia, deve entrar na mira direta do próximo governo.

DESEQUILÍBRIO FISCAL
A redução de impostos para os mais ricos era uma das principais promessas do presidente eleito. Analistas esperam que o republicano torne permanentes os cortes de impostos em 2017 para empresas e ricos, o que em um primeiro momento pode se reverter em investimentos e impulsionar o crescimento econômico, mas com efeito prejudicial depois na arrecadação. Mesmo sem considerar as propostas de Trump, o CBO (órgão independente do Congresso dos EUA na elaboração do Orçamento) já estimava que as contas públicas terão rombo pelos próximos anos. Para 2024, o déficit do país deve ser de US$ 1,8 trilhão (R$ 10 trilhões).

“Os déficits devem permanecer altos no ano fiscal de 2025 e ao longo da próxima década, chegando a US$ 2,9 trilhões [R$ 16 trilhões] até 2034. A diferença entre receita e despesas é grande e está crescendo, e uma mudança substancial de política será necessária para colocar as finanças do país em um caminho sustentável”, afirmou o órgão na quarta-feira (6).

ENERGIA LIMPA
O republicano pode reorientar a política energética para aumentar a produção de petróleo e gás, mas é improvável que desacelere significativamente o crescimento das energias renováveis devido à Lei de Redução da Inflação de Joe Biden, que oferece subsídios para energia solar e eólica. A regulação tem apoio de estados controlados pelo partido de Trump, o que dificulta uma revogação. Ele até pode tentar limitar subsídios para projetos verdes, mas o impacto seria marginal. Ele também planeja acabar com o setor eólico offshore (em alto-mar), alegando altos custos e riscos ambientais.

GUERRA COMERCIAL
Trump prometeu uma nova leva, ainda mais agressiva, de tarifas sobre as importações em seu novo mandato. Tendo os chineses como alvo principal, ele falou em um choque de 60% sobre seus produtos, mas também em impor tarifas de ao menos 10% sobre os importados de outros países. Quando questionado sobre os possíveis efeitos negativos disso na economia global, defendeu que o impacto será positivo e que “tarifa” era a palavra mais bela do mundo. O republicano sustenta que as políticas revitalizariam a indústria e gerariam receita para aliviar preocupações sobre aumento da dívida.

INDEPENDÊNCIA DO FED
A independência do Federal Reserve é considerada crucial para manter a confiança na política monetária, com decisões embasadas para cumprir o mandato duplo (perseguir emprego máximo e preços estáveis). Apesar de a Casa Branca não controlar diretamente a instituição, suas declarações públicas têm peso. Em seu governo anterior, Trump não poupou a instituição e seu presidente, Jerome Powell ao pressionar por cortes de juros. Desta vez, indicou que não conduziria Powell a um novo mandato e que poderia remodelar a entidade por meio de novas indicações.

INFLAÇÃO
Martelar sobre o impacto da inflação no cotidiano dos trabalhadores, sobretudo durante o período de saída da pandemia de Covid-19, foi uma das principais estratégias de Trump na campanha para criticar o desempenho dos democratas. Mas a proposta do republicano, ao ser combinada com cortes de impostos, interferência na política de juros do Fed e políticas de imigração mais rígidas, deve intensificar as pressões sobre os preços. Economistas ganhadores do Prêmio Nobel assinaram uma carta expressando preocupação quanto aos efeitos negativos das propostas de Trump.

JUROS
Os efeitos inflacionários de aplicar as propostas do presidente eleito tendem a pressionar o Fed a manter os juros em um patamar mais alto, e isso tem um efeito que vai além dos Estados Unidos, afetando também o câmbio. No Brasil, ficaria mais difícil para que o Banco Central reduza a Selic. Essa necessidade de elevar juros nos Estados Unidos esbarra na relação esperada com o Fed no futuro governo, que tende a ser conturbada.

MERCADO DE TRABALHO
O presidente eleito chegou a evocar uma lei do século 18 para inflamar a campanha rumo ao combate o que ele chamou de “invasão de imigrantes”. Buscando atrair eleitores, Trump também disse que os estrangeiros roubavam empregos dos mais pobres. Na visão de analistas, cumprir essa promessa eliminaria abruptamente da economia americana uma mão de obra fundamental para manter a inflação sob controle. O efeito sobre o mercado de trabalho seria a elevação de salários e o reflexo disso no aumento dos preços, além de despertar preocupações ligadas à violação de direitos humanos.

ORGANISMOS INTERNACIONAIS ENFRAQUECIDOS
As medidas agressivas de aumento de tarifas sobre importados na tentativa de fortalecer a indústria norte-americana e uma retaliação esperada dos chineses, assim como no mandato anterior de Trump, devem enfraquecer o poder de negociação e arbitragem de organismos internacionais, como a OMC (Organização Mundial do Comércio), ao repudiar compromissos comerciais negociados anteriormente. No primeiro mandato, Trump paralisou o principal tribunal de julgamentos da OMC, ao não indicar juízes, uma situação que se mantém até hoje.

REGULAÇÃO E DIVISÃO DO GOOGLE
Trump pode reduzir políticas antitruste de Biden, incluindo a tentativa de desmembrar o Google. Os processos contra grandes empresas de tecnologia devem continuar em seu governo, mas seu ceticismo sobre dividir o Google pode afetar a discussão. Atualmente, o DOJ (Departamento de Justiça, na sigla em inglês) dos EUA está conduzindo dois processos antimonopólio contra a empresa —um sobre buscas na plataforma e outro sobre tecnologia de publicidade. Trump pode recuar em políticas de fusões dos democratas, que são consideradas hostis pelo mercado.

Folhapress

Ataque de homem-bomba mata ao menos 24 pessoas em estação de trem no Paquistão Foto: Banaras Khan / AFP

 Foto: Banaras Khan / AFP
Um atentado de um homem-bomba no Paquistão em uma estação de trem neste sábado, 9, matou pelo menos 24 pessoas, incluindo militares e funcionários da ferrovia. Cerca de 50 pessoas ficaram feridas, segundo informações de autoridades locais.

O ataque aconteceu quando cerca de 100 passageiros aguardavam um trem que viajaria de Quetta, capital da província de Balochistan, para a cidade de Rawalpindi.

Segundo informações da polícia, uma dúzia de soldados e seis funcionários da ferrovia estão entre os mortos na estação, onde foi instalada uma barricada em uma das entradas para as autoridades locais examinarem se mais pessoas carregam explosivos.

Imagens de estação de trem mostram a estrutura de aço do teto da plataforma destruída. As bagagens dos passageiros estavam espalhadas por toda parte.

Questionado sobre a segurança no local, Hamza Shafqaat, um comissário do governo, disse que “geralmente é muito difícil impedir esses ataques suicidas”.

Shahhid Nawaz, responsável pela segurança da estação de trem de Quetta, afirmou que não houve falha da segurança, pois o homem-bomba estava disfarçado de passageiro e se explodiu entre as pessoas.

Um grupo separatista, o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), reivindicou o ataque em um comunicado, dizendo que um homem-bomba tinha como alvo as tropas presentes na estação ferroviária. O grupo vem promovendo uma série de ataques em busca da independência de Islamabad.

O superintendente sênior da polícia, Muhammad Baloch, disse que os separatistas frequentemente atacam alvos fáceis. “Quando seu pessoal é preso, eles também atacam em retaliação. Todos nós temos que lutar nessa guerra. Somos resistentes. Nossas equipes estão aqui e tentando salvar o máximo de vidas que pudermos.”

A polícia disse que alguns dos passageiros gravemente feridos haviam morrido no hospital, levantando a possibilidade de aumento do número de vítimas.

O Ministério das Relações Exteriores do Afeganistão condenou o atentado e expressou suas condolências às famílias das vítimas, assim como a Embaixada da Rússia em Islamabad. O ataque ocorreu pouco mais de uma semana depois que uma bicicleta-bomba explodiu perto de uma escola e de um veículo que transportava policiais, matando nove pessoas, incluindo cinco crianças.

O primeiro-ministro Shehbaz Sharif denunciou o atentado em um comunicado, dizendo que aqueles que orquestraram o ataque “pagarão um preço muito alto por isso”, acrescentando que as forças de segurança estavam determinadas a eliminar “a ameaça do terrorismo”.

Em agosto, o BLA realizou vários ataques coordenados contra ônibus, policiais e outras forças de segurança no Baluchistão, matando mais de 50 pessoas, a maioria civis. A região é rica em petróleo e minerais e berço de movimentos separatistas armados e de facções jihadistas. É também um reduto para a minoria étnica baloch do país, cujos membros denunciam que enfrentam discriminação e exploração por parte do governo local. Além dos grupos separatistas, militantes islâmicos também operam na província.

O BLA tem como alvo principal as forças de segurança e os estrangeiros, especialmente os cidadãos chineses que estão no Paquistão como parte da Iniciativa Cinturão e Rota (Nova Rota da Seda), que está trabalhando em grandes projetos de infraestrutura. O grupo frequentemente exige a interrupção de todos os projetos financiados pela China e que os trabalhadores deixem o Paquistão para evitar novos ataques.

No mês passado, o BLA reivindicou a responsabilidade por um atentado suicida que teve como alvo um comboio com cidadãos chineses do lado de fora do aeroporto de Karachi, matando duas pessoas. Pequim pediu ao Paquistão que garantisse a segurança de seus cidadãos que trabalham no país.

Estadão Conteúdo

Trump diz em entrevista após vitória que levará adiante plano de deportação em massa

O presidente eleito Donald Trump apontou a política de imigração nas fronteiras do país como sua primeira prioridade uma vez que ele assumir o mandato, em 20 de janeiro do ano que vem. A declaração foi dada em rápida entrevista concedida à NBC News nesta quinta-feira (7).

Questionado sobre seu plano de deportação em massa, Trump disse, segundo o veículo, que não há alternativa a não ser levá-lo adiante. Sobre o investimento que precisará fazer para concretizar a política, o republicano respondeu que não é “uma questão de preço”.

“Não temos escolha quando as pessoas têm matado e assassinado, quando senhores das drogas têm destruído o país. Eles agora vão voltar para os seus países, não vão ficar aqui. Não é algo em que você coloque um preço”, afirmou.

A promessa de que fará a maior deportação em massa dos Estados Unidos foi uma das principais bandeiras de Trump ao longo da campanha, repetida exaustivamente ao longo de comícios e outros eventos.

“Queremos fazer a fronteira segura e poderosa novamente e, ao mesmo tempo, nós queremos que as pessoas entrem no nosso país”, disse Trump nesta quinta. “Você sabe, eu não sou uma pessoa que diz ‘Não, vocês não podem entrar’. Nós queremos que as pessoas entrem.”

Trump ainda definiu como “bons telefonemas” as conversas que teve com o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris, sua adversária na eleição, após ter vencido o pleito. Segundo a NBC, o republicano comentou que Kamala pediu uma transição de governo pacífica, algo com o qual ele concordou.

O presidente eleito ainda afirmou ter conversado com 70 líderes mundiais, entre eles o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Trump disse que ainda conversará com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Outra promessa da campanha do republicano é acabar com a guerra na região em “24 horas”. Ele nunca detalhou, porém, como pretende fazer isso.

Julia Chaib/Folhapress
 
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Após eleição de Trump, China libera R$ 8 trilhões para cobrir dívidas locais

A Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo anunciou um programa de refinanciamento das dívidas dos governos locais de 10 trilhões de yuans (R$ 8 trilhões), acima do que vinha sendo projetado até a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, que promete intensificar o cerco econômico à China.

Pequim elevou o teto das dívidas locais para 35,5 trilhões de yuans, permitindo a emissão de 6 trilhões em títulos especiais nos próximos três anos, começando desde já, para trocar dívida descrita como “oculta”, não contabilizada. As províncias e cidades poderão emitir outros 4 trilhões de yuans ao longo dos próximos cinco anos, com o mesmo propósito.

Segundo o ministro das Finanças, Lan Foan, as dívidas ocultas locais alcançaram 14,3 trilhões de yuans no final do ano passado. O economista Li Daokui, da Universidade Tsinghua, vinha apontando que elas chegam a 20% do PIB da China, cerca de 30 trilhões, defendendo que precisam ser trocadas integralmente por títulos de longo prazo.

A reunião da Comissão Permanente, o principal órgão legislativo do país, estava prevista regularmente para o final de outubro, mas teria sido adiada à espera do pleito americano, realizado na última terça (5). Trump, durante a campanha, falou em ampliar as tarifas sobre os produtos chineses em 60%, entre outras ameaças.

As decisões foram anunciadas após cinco dias de reuniões, em entrevista coletiva comandada pelo ministro. Não foram adotadas ações específicas para estimular o consumo, mas Lan adiantou estar prestes a introduzir medidas como novas emissões de títulos para adquirir terrenos e imóveis hoje parados, visando reativar o setor imobiliário, e para capitalizar bancos estatais.

Nelson de Sá/Folhapress

Quem são os evangélicos brancos, os ‘lindos cristãos’ que impulsionaram vitória de Donald Trump

Eleição nos Estados Unidos
“Como Jesus votaria?” A duas semanas da eleição que decidiria o 47º presidente dos Estados Unidos, o pastor Charles Stock levantou essa questão na Life Center, igreja que fundou na Pensilvânia. Melhor seria, segundo ele, optar por “um líder imperfeito que faz coisas boas” do que “sofrer sob o comando dos perversos Acabe e Jezabel”.

O casal aparece na Bíblia como modelo anticristão, farto em idolatria, fraqueza e crueldade. Jezabel, a pior dos dois, morreria tal qual preconizado pelo profeta Elias, com seu cadáver devorado por cachorros.

Não é difícil inferir de quem Stock estava falando. O líder com defeitos seria o republicano Donald Trump, com acusações judiciais que incluem pagar para silenciar uma estrela pornô com quem teve um caso extraconjugal. Já a democrata Kamala Harris encarnaria a Jezabel do século 21, alguém que poria em risco valores caros ao conservador americano, como aborto e casamento homoafetivo.

Kamala perdeu, Trump ganhou, e o resto é história para um bloco eleitoral que se alinha ao empresário por três pleitos consecutivos. São os chamados evangélicos brancos. Stock e sua Life Center fazem parte desse grupo, que mostra um engajamento eleitoral maior do que a média. Isso é ouro num país onde o voto não é obrigatório, e vencer uma eleição passa também por convencer alguém a sair de casa para votar.

Segundo o Public Religion Research Institute, esse quinhão evangélico não chega a 15% da população, mas pode representar um em cada quatro eleitores. Cerca de 80% dessa turma votam em Trump.

Raimundo César Barreto Jr., professor de cristianismo global no Seminário Teológico de Princeton, lembra que a divisão evangélica nos EUA não espelha a brasileira. Na América Latina, o termo evangélico é tomado como sinônimo de protestante. Na terra de Trump, o evangelicalismo é entendido como um ramo do movimento religioso iniciado em 1517 com a Reforma Protestante.

As igrejas brancas operam numa frequência própria dentro do grupo, predispostas “às questões raciais [pró-branco] e patriarcais, a ideia de uma família tradicional com o homem sendo chefe da família, com uma posição subalterna da mulher”, afirma Barreto Júnior.

O apoio a Trump em outros galhos protestantes, como denominações de maioria negra ou latina, é bem mais bambo, embora haja terreno para ser conquistado ali. “Entram questões que ultrapassam o debate racial. Ele é o ‘strongman’, o líder forte, macho, que tenta projetar o domínio dessa masculinidade que tem apelo para homens negros, hispânicos e brancos nos EUA.”

O republicano não desperdiçou oportunidades para tonificar laços afetivos com a direita cristã. Em julho, convocou seus “lindos cristãos” a saírem para votar “só desta vez”. “Quer saber? Mais quatro anos e tudo será resolvido, tudo ficará bem. Vocês não terão mais que votar, meus lindos cristãos”, disse sem explicar o que quis dizer com não haver mais necessidade de ir às urnas no futuro. A fala foi mal digerida por quem o vê como uma ameaça à democracia, sobretudo após seus entusiastas liderarem o atentado golpista do 6 de janeiro de 2021.
Em “The Kingdom, the Power and the Glory” (o reino, o poder e a glória), Tim Alberta, um jornalista que cresceu em um lar evangélico, analisa a aliança entre esses religiosos e o trumpismo. Cita o incômodo de pastores com o “conservadorismo sem dentes”, sem coragem de partir para cima, e o pendor para abraçar fake news como um culto satânico democrata que canibaliza crianças.

Alberta também fala num medo difuso que contamina muitos desses evangélicos, como se sua identidade religiosa estivesse a perigo num país cada vez mais plural e secularizado.

Em 2017, primeiro ano de Trump na Presidência, americanos responderam ao Public Religion Research Institute sobre qual religião enfrentava mais discriminação. “O público em geral era duas vezes mais propenso a mencionar muçulmanos”, diz o autor. “Apenas um grupo discordou dessa visão: os evangélicos brancos.” Cristãos, para esses dissidentes, eram o alvo mais visado.

Um pastor ex-trumpista lhe soprou então a reflexão: “Quando uma pessoa se convence de que está sitiada, que os inimigos estão vindo atrás dela e querem destruir seu modo de vida, o que a impedirá de se radicalizar?”.

O presidente eleito alimenta essa atmosfera de pânico. Em 2023, chegou a propor uma força-tarefa para combater a “perseguição contra cristãos na América”.

Trump, um presbiteriano que nunca deu sinais de praticar intensamente sua fé, ganhou pontos ao indicar juízes benquistos pela direita religiosa na Suprema Corte americana. Só assim para Roe vs. Wade, decisão de 1973 que garantia o direito constitucional ao aborto, cair dois anos atrás. Espera-se que mais coelhos saiam dessa cartola conservadora.

Também soube explorar o atentado que por pouco não lhe custou a vida, em julho. Passou a dizer que Deus o poupou por um motivo. A narrativa do “escolhido” deu certo.

Democratas saem em desvantagem nesse eleitorado porque, em geral, “sentem-se desconfortáveis ao falar sobre questões de fé”, afirma o historiador da religião Randall Balmer, da Dartmouth College. “Kamala discorreu sobre sua educação multirreligiosa, e Tim Walz [seu vice], sobre a filiação luterana, mas não fez muita diferença. O abismo religioso entre os dois partidos é real.”

Balmer diz se perguntar como pode “uma direita cristã que se vangloria de defender valores familiares” endossar “um predador sexual confesso, casado três vezes, alguém que não consegue nem fingir alfabetização religiosa”.

“A melhor explicação que posso oferecer é que os evangélicos brancos veem essa relação como transacional: apoiarão Trump, que por sua vez lhes dará o que querem em termos de nomeações de novos juízes.” As batalhas no Judiciário, afinal, são cruciais para fazer valer a agenda conservadora.

Já há inclusive quem proponha uma adaptação do MAGA (Make America Great Again). O slogan trumpista por excelência viraria MACA: Make America Christian Again. Faça a América ser cristã de novo.

Anna Virginia Balloussier, Folhapress

EUA tiveram o segundo maior comparecimento nas urnas em 100 anos

As eleições nos Estados Unidos tiveram seu segundo maior comparecimento em 100 anos: 64,5% dos americanos aptos a votar participaram do pleito que levou Donald Trump de volta à Casa Branca nesta quarta-feira (6), indica projeção do Election Lab, da Universidade da Flórida.

A porcentagem só é menor do que em 2020, quando 66,4% compareceram às urnas e elegeram o democrata Joe Biden. Naquele ano, houve um número histórico de votos antecipados por causa da pandemia no país, onde o voto não é obrigatório e pode ser feito por correio.

A estimativa da participação é calculada com base em relatórios estaduais da noite da eleição e considera a população maior de 18 anos, subtraindo-se, por exemplo, os estrangeiros não naturalizados e as pessoas condenadas por crimes graves, proibidas de votar em alguns estados.

A participação foi maior do que a média nacional em seis dos sete estados-pêndulo decisivos para esta eleição, onde Trump e Kamala Harris concentraram suas campanhas na reta final, com apoiadores fazendo campanhas para levar os eleitores aos postos de votação.

São eles Wisconsin (74,7% compareceram), Michigan (74,6%), Carolina do Norte (71,3%), Pensilvânia (70,7%), Geórgia (68%) e Arizona (65,9%). Já Nevada teve presença menor do que no país (64,1%). Todos eles deram vitória ao republicano, e representam quase um quinto dos eleitores aptos.

Todos os estados tiveram adesão maior do que 50%, mas os que tiveram maior abstenção foram Oklahoma, Arkansas, Virgínia Ocidental e Havaí. Já na lista dos que tiveram maior comparecimento estão Minnesota, Wisconsin, Michigan e Colorado.

Os números indicam, no geral, uma tendência de alta no engajamento nos EUA nos últimos 30 anos, embora haja variações. Os menores comparecimentos no último século foram em 1924, quando menos da metade da população foi às urnas (48,9%) e em 1996, quando só 51,7% participaram, dando vitória ao democrata Bill Clinton.

Júlia Barbon, Folhapress

Líderes pelo mundo saúdam Trump por resultado na eleição dos EUA

Emmanuel Macron
Com o iminente retorno de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, políticos, líderes e outras personalidades se manifestaram nesta quarta-feira (6) sobre o resultado da eleição.

O líder republicano conquistou vitórias em estados decisivos e está próximo de ser oficializado o novo presidente dos EUA. Confira abaixo algumas das manifestações.

Parabéns, presidente Donald Trump. Pronto para trabalharmos juntos, como fizemos por quatro anos. Com suas convicções e as minhas. Com respeito e ambição. Por mais paz e prosperidade

Emmanuel Macron
presidente da França

A maior reviravolta na história política dos EUA. Parabéns ao presidente [Trump] por sua enorme vitória. Uma vitória muito necessária para o mundo

Viktor Orbán
primeiro-ministro da Hungria

A China espera uma convivência pacífica com os Estados Unidos […] Continuaremos focando e gerenciando as relações com base nos princípios de respeito mútuo, convivência pacífica e cooperação mutuamente benéfica

Mao Ning
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China

Agradeço o comprometimento do presidente Trump com a abordagem da ‘paz pela força’ nos assuntos globais. Esse é exatamente o princípio que pode aproximar a paz justa da Ucrânia. Tenho esperança de que o colocaremos em ação juntos

Volodimir Zelenski
presidente da Ucrânia

Pedimos que Trump aprenda com os erros do [do atual presidente Joe] Biden

Sami Abu Zuhri
porta-voz do Hamas, à agência Reuters

Parabéns, presidente eleito Trump, por sua histórica vitória eleitoral. Estou ansioso para trabalhar com você nos próximos anos. Como os aliados mais próximos, estamos ombro a ombro na defesa de nossos valores compartilhados de liberdade, democracia e empreendedorismo

Kier Starmer
primeiro-ministro do Reino Unido

Meus mais sinceros parabéns, meu amigo Donald Trump, por sua histórica vitória eleitoral. […] Espero renovar nossa colaboração para fortalecer ainda mais a parceria global e estratégica Índia-EUA. Juntos, vamos trabalhar pela melhoria do nosso povo e promover a paz, estabilidade e prosperidade globais

Narendra Modi
premiê da Índia

Folhapress

Trump declara vitória e diz em discurso que América lhe deu mandato sem precedentes

No primeiro discurso após projeções o apontarem como o próximo presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump disse que vai curar o país, pediu união e destacou o que chamou de “surgimento de uma nova estrela”: o bilionário Elon Musk, um de seus maiores apoiadores da campanha.

Trump falou à nação por aproximadamente 20 minutos em West Palm Beach, na Flórida, estado que antes era um estado-pêndulo e que se consolidou, no atual pleito, como um bastião republicano.

“É hora de deixar as divisões para trás. É hora da união”, disse ele ao celebrar o que chamou de “vitória política” sem precedentes, mesmo antes da divulgação do resultado oficial. “Nós alcançamos a coisa política mais incrível, uma vitória política que nosso país nunca viu antes.”

O republicano afirmou que os resultados lhe deram um “grande sentimento de amor” e que a nação lhe deu “um mandato poderoso”. Afirmando ter conquistado a maior parte voto popular, além de ter vencido no Colégio Eleitoral, Trump disse que os resultados significaram “uma nova era de ouro” para os EUA.

“Nós retomamos o controle do Senado. O número de vitórias no Senado foi memorável”, disse ele. “Vocês terão ótimos senadores. E parece que vamos manter o controle da Câmara dos Representantes”, afirmou.

Em nenhum momento do discurso Trump mencionou Kamala Harris, sua adversária na corrida eleitoral. Convidado a discursar brevemente, o vice na chapa de Trump, J.D. Vance, agradeceu o líder pela confiança e disse que sua vitória, tratada no discurso como certa, foi a “maior reviravolta política da história dos EUA”. Em resposta, Trump brincou dizendo que Vance havia sido “uma boa escolha”.

Além de Donald Trump e de seu vice, também estavam no palco Eric Trump e Donald Trump Jr. filhos do republicano, Melania Trump, a esposa do empresário, Dana White, o CEO do UFC, entre outros. Quase todos brancos —a exceção era Usha Vance, a esposa de V.D. Vance, cujos pais são da Índia.

O republicano ainda afirmou que a eleição representa “o maior movimento político de todos os tempos”. “Fizemos história essa noite”, disse.

Ele mencionou os “trabalhadores americanos que se esforçaram para votar”. E agradeceu Elon Musk, chamado por ele de “nova estrela”.

O clima no evento na Flórida foi se tornando de comemoração e euforia à medida que os resultados começaram a ser divulgados. Apoiadores comemoraram a arrancada de Trump nos estados da Pensilvânia e da Carolina do Norte em meio a petiscos e chocolates oferecidos pela campanha.

Julia Chaib/Folhapress
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Mercadinho Deus te Ama: Praça Salvador da Matta, 194, Centro Ipiaú-BA

Trump é projetado vencedor na Virgínia Ocidental; ele venceu no Kentucky e Indiana

O ex-presidente Donald Trump é projetado vencedor pela agência de notícias Associated Press na Virgínia Ocidental pelo terceiro ciclo eleitoral presidencial consecutivo, adicionando quatro votos ao republicano. Com isso, Trump tem 23 delegados contra 3 de Kamala Harris.

A Virgínia Ocidental tem um voto eleitoral a menos neste ciclo após perder uma cadeira no Congresso após o censo de 2020. O Estado é um dos dois únicos onde Trump venceu todos os condados em 2016 e 2020. Nenhum democrata venceu a eleição presidencial na Virgínia Ocidental desde Bill Clinton em 1996. Os republicanos controlam todos os cargos estaduais partidários eleitos na Virgínia Ocidental.

A agência também fez as primeiras projeções desta terça (5): o republicano Donald Trump, sem surpresas, venceu nos estados fortemente republicanos de Kentucky e Indiana, conquistando os primeiros 19 delegados do Colégio Eleitoral da noite. Com 10% das cédulas contados em Indiana e 7% no Kentucky, Trump lidera com 58% e 71% do voto, respectivamente.

Folhapress

Kamala e Trump travam disputa à Presidência sob temor de contestação

Kamala Harris e Donald Trump
Esta terça-feira (5) é o último dia para os americanos escolherem entre Kamala Harris e Donald Trump, mas está longe de ser o fim da eleição. Os dois chegam tecnicamente empatados ao dia do pleito numa disputa que é vista como a potencialmente mais acirrada da história dos Estados Unidos.

Como aconteceu com Hillary Clinton em 2016, é possível que a democrata vença no voto popular, mas perca a eleição. Isso porque o sistema de votação dos EUA é indireto: cada estado tem direito a um número de delegados, que votam no Colégio Eleitoral. Ganha quem conseguir 270 votos ou mais.

Kamala chega ao dia da eleição com 226 delegados; Trump, com 219 –resultado da soma de estados onde a vitória de um ou de outro é praticamente certa. O que está em jogo agora são 93 delegados, distribuídos entre sete estados.

Para a vice-presidente, o caminho mais fácil é vencer em Michigan (15 delegados), Pensilvânia (19) e Wisconsin (10) –garantindo 1 delegado do Nebraska, um dos poucos estados que permite dividir seus votos no colégio eleitoral entre dois candidatos.

Conhecida como muralha azul, essa região tende a votar em democratas, e tende a votar em bloco –desde 1980, apenas em uma eleição eles divergiram em sua escolha.

Mas se Trump conseguir levar um deles –especialmente a Pensilvânia, por ter o maior número de delegados de todos os sete estados em disputa–, uma vitória de Kamala fica muito mais difícil.

Para compensar a derrota, ela precisaria de vitórias no Cinturão do Sol, formado por Geórgia (16 delegados), Carolina do Norte (16), Arizona (11) e Nevada (6), onde Trump tende a ir melhor, segundo as pesquisas.

No caso do republicano, a principal rota para a Casa Branca passa por Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. Se não conseguir levar o primeiro, ele precisa necessariamente vencer em algum outro da muralha azul, mais todo o Cinturão do Sol, para somar pelo menos 270 delegados.

Kamala tem investido pesadamente em garantir que a muralha se mantenha azul. Nesta segunda (4), ela rodou por quatro cidades da Pensilvânia: Scranton, Allentown, Pittsburgh e Filadélfia –ponto final de sua campanha. Ela conta com o voto feminino, mobilizado em torno do direito ao aborto, e com o de brancos com ensino superior –segmentos que costumam ter alta participação eleitoral.

Já Trump passou o último dia em um tour por três estados: Carolina do Norte, Pensilvânia e Michigan, onde vai encerrar sua campanha. O republicano tem uma estratégia mais arriscada, contando com o voto de segmentos que têm uma baixa participação eleitoral: homens, especialmente jovens, e brancos sem diploma.

O empresário também conta com ganhos que fez entre eleitores negros e latinos. O apoio a ele nesses grupos ainda é minoritário, mas maior do que o visto em 2016 e 2020, segundo pesquisas.

“No final das contas, não é necessário um grande ‘realinhamento’ de eleitores para impactar o resultado desta eleição. Pequenas mudanças de apoio a Trump entre grupos tradicionalmente democratas (latinos ou negros) ou a Harris entre eleitores tradicionalmente republicanos (brancos com educação universitária) podem ser a diferença entre vencer e perder”, escreve a analista Amy Walter, do Cook Political Report.

Cerca de 78 milhões de pessoas já votaram, aproveitando a abertura antecipada de urnas na maior parte dos estados e a opção de enviar a cédula por correio. A contagem dos votos começa à noite, mas quando ela permitirá identificar um vencedor é tão incerto quanto qual nome será anunciado.

Também nesta segunda, o secretário de Estado da Pensilvânia, o republicano Al Schmidt, disse à emissora americana CNN que a contagem de votos no estado pode demorar dias. “Nunca tivemos resultados oficiais no dia da eleição”, afirmou Schmidt. Nos EUA, é comum que veículos de imprensa divulguem projeções baseadas em modelos estatísticos muito antes da divulgação oficial das autoridades locais.

Em 2020, durante a pandemia de Covid, a opção massiva pelo voto à distância atrasou a tabulação dos votos. O resultado só foi cravado quatro dias após o pleito, com a projeção de vitória de Joe Biden na Pensilvânia.

Desta vez, a aposta é que o processo não demore tanto. O número de pessoas votando presencialmente deve ser maior, e alguns estados, como o Michigan, mudaram as regras para permitir uma contagem mais rápida.

Dos 7 estados decisivos na eleição deste ano, 5 permitem que os votos por correio comecem a ser processados antes do pleito, acelerando o processo. As exceções são Wisconsin e Pensilvânia –justamente aqueles que devem definir o vencedor.

Um complicador neste ano é se a margem de vitória for de fato tão apertada quanto as pesquisas apontam. Arizona e Pensilvânia preveem recontagem automática caso a diferença entre o primeiro e o segundo colocado seja inferior a 0,5%; no Michigan, se for menor ou igual a 2.000 votos.

Outros estados permitem que candidatos entrem com um pedido de recontagem. Em 2020, por exemplo, Geórgia e Wisconsin fizeram o procedimento a pedido de Trump.

Em meio a todas as incertezas em torno desta terça-feira, uma das poucas apostas que analistas se dão o luxo de fazer é que o republicano vai se declarar vencedor, independentemente da apuração.

Foi assim em 2020, quando Trump tentou impedir a continuidade da contagem quando o placar parcial o mostrava à frente. É possível que essa vantagem inicial se repita neste ano, porque a contagem começa pelas cédulas depositadas no dia da eleição (data que concentra a votação de republicanos).

Há um forte temor de distúrbios, como intimidação de eleitores e de funcionários trabalhando nos locais de votação. Caso Trump perca, é esperado que todo o período até 20 de janeiro, quando o novo presidente toma posse, seja conturbado.

Além do pleito, as próximas datas importantes são 11 de dezembro, prazo máximo para cada estado certificar seu placar; 17 de dezembro, quando os delegados se reúnem para votar no Colégio Eleitoral, e 6 de janeiro, quando o Congresso confirma o resultado do pleito.

Cada uma dessas etapas é vulnerável a contestações. No limite, a confusão pode ser usada pelo Legislativo para se negar a certificar o resultado, alegando dúvidas sobre a lisura do pleito, e invocar para si a eleição do próximo presidente.

Datas-chave
– 11 de dezembro, prazo máximo para cada estado certificar seu placar;
– 17 de dezembro, delegados se reúnem para votar no Colégio Eleitoral;
– 6 de janeiro, Congresso confirma o resultado do pleito;
– 20 de janeiro, a posse do novo presidente;

Como cada estado-pêndulo pode recontar votos
Arizona

– Recontagem é automática se a margem entre candidatos é menor ou igual a 0,5%;
– Candidatos e eleitores não podem pedir recontagem;
– Não há prazo para entrega de resultados da revisão;

Geórgia

– Não há recontagem automática;
– Candidatos podem solicitar recontagem em até dois dias úteis, se a diferença for menor ou igual a 0,5%;
– Autoridade eleitoral pode solicitar recontagem se houver “suspeita de erro ou discrepância” nos resultados;
– Candidatos podem pedir ao secretário de Estado estadual se tiver suspeita de erro ou discrepância, e o secretário pode pedir a recontagem com base nessa petição;
– Não há prazo para entrega de resultados da revisão;

Michigan

– Recontagem automática (margem de 2.000 votos ou menos);
– Candidatos podem solicitar recontagem se, “em boa-fé”, têm razões para suspeitar de erros na apuração e possuem chance razoável de vitória;

Nevada

– Não há recontagem automática;
– Candidatos ou eleitores podem solicitar recontagem em três dias úteis (sem margem mínima);
– O prazo de conclusão é de 10 dias a partir da solicitação;
– Processo de revisão mistura recontagem manual e eletrônica;

Carolina do Norte

– Se autoridade eleitoral detecta erro ou fraude, há recontagem automática;
– Candidatos podem pedir recontagem (margem menor ou igual a 0,5% ou menor ou igual a 10 mil votos);
– Não há prazo para conclusão de recontagens;

Pensilvânia

– Recontagem automática (margem menor ou igual a 0,5%);
– Resultados de recontagem automática devem ser entregues até o dia 27 de novembro;
– Candidatos não podem solicitar recontagem, mas podem entrar com recurso contra a apuração em condados, o que pode resultar em autoridade competente exigindo uma recontagem;
– Grupo de ao menos três eleitores pode solicitar recontagem em distritos eleitorais ou na Justiça;

Wisconsin

– Não há recontagem automática;
– Candidatos podem solicitar recontagem até o fim do primeiro dia útil após a divulgação dos resultados;
– Eleitores também podem solicitar revisão;
– Resultados de recontagens não podem demorar mais do que 13 dias;
– Se a margem for maior do que 0,25%, o custo da recontagem fica por conta de quem a solicitou;

Fernanda Perrin/Folhapress

Rei da Espanha é xingado ao chegar em área devastada: "fora daqui"

Gritos de "fora daqui" e arremesso de lama, acolheram a comitiva dos reis, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e do presidente da Generalitat, Carlos Mazón, à chegada ao centro de Paiporta.

© MANAURE QUINTERO/AFP via Getty Images
Gritos de "fora daqui" e arremessos de lama marcaram a recepção à comitiva do Rei e da Rainha da Espanha, do Presidente do Governo, Pedro Sánchez, e do Presidente da Generalitat, Carlos Mazón, ao chegarem ao centro de Paiporta.

Imagens de televisão mostraram várias pessoas indignadas recebendo a comitiva com insultos e confrontos, enquanto o rei e a rainha tentavam dialogar com os jovens que os abordavam.

Felipe e Letizia, acompanhados por Pedro Sánchez, pelo Presidente da Generalitat, Carlos Mazón, e pela Delegada do Governo na Comunidade Valenciana, Pilar Bernabé, haviam visitado pouco antes o posto de comando avançado em Paiporta, uma das localidades mais afetadas pela tempestade, que já causou 217 mortes.

O cortejo foi interrompido, e o monarca e Carlos Mazón foram separados dos demais. Enquanto caminhavam, dezenas de pessoas gritavam insultos e arremessavam objetos e lama, com frases como "assassinos", "fora daqui", "socorro", "Mazón, renuncie" e "Pedro Sánchez, renuncie" Veja o videio .https://twitter.com/i/status/1853048486834450755

A polícia, a Guarda Civil e militares atuaram para conter a multidão e proteger as autoridades, enquanto a polícia recorreu a agentes montados a cavalo. Durante o tumulto, Felipe VI e Mazón pararam para conversar com algumas pessoas, enquanto Letizia, em outro grupo, foi vista abraçando alguns dos afetados. Veja o Video aqui: https://twitter.com/i/status/1853058913307857030

Paiporta, uma cidade de aproximadamente 25 mil habitantes nos arredores de Valência, foi uma das mais impactadas pelo fenômeno meteorológico conhecido como DINA em português (DANA em espanhol). Após Paiporta, a comitiva se dirigiria a Chiva, outra cidade próxima a Valência fortemente atingida pela tragédia.

A visita aconteceu enquanto a Agência Meteorológica Espanhola (Aemet) emitia um novo alerta laranja para fortes chuvas em Valência, com previsão de até 100 litros de água por metro quadrado, e alerta vermelho para Almeria, na Andaluzia, devido ao risco extremo de inundações.

O leste da Espanha foi duramente atingido por fortes tempestades na última semana, causando grandes inundações, que o primeiro-ministro Pedro Sánchez descreveu como as maiores da Europa neste século. Em resposta, Sánchez mobilizou mais de 7 mil militares e 10 mil agentes da Polícia Nacional e da Guarda Civil para salvar vidas, identificar vítimas e restabelecer serviços básicos nas áreas alagadas, com equipes focadas em resgatar veículos submersos em garagens e estacionamentos.

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