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Ministério da Saúde notifica Moderna por não substituir vacinas vencidas de Covid-19

Foto: Agência Brasil /Arquivo
O Ministério da Saúde notificou a farmacêutica Moderna por não se comprometer a substituir dentro do prazo estipulado 3 milhões de doses vencidas de vacina atualizada contra a Covid-19.

As doses, que protegem contra a cepa XBB, foram entregues com prazo de validade diferente do previsto em acordo. Isso fez com o Governo pedisse a substituição de 4,2 milhões de doses, mais de um terço do contrato de 12,5 milhões de vacinas assinado em abril.

Uma parcela de 1,2 milhão de doses foi substituída em outubro e distribuída aos estados, segundo o ministério. Outra parte, de 3 milhões, deveria ser trocada até dezembro, mas a Moderna informou que não vai conseguir cumprir o prazo.

A pasta afirma que o episódio não deve afetar o abastecimento de vacinas nos estados, já que firmou recentemente outro pregão, de 69 milhões de doses, para os próximos dois anos. Desse total, 57 milhões são do imunizante do Instituto Serum da Índia, representado pela Zalika Farmacêutica, e 11,92 milhões da Pfizer.

As entregas dos imunizantes das duas empresas serão realizadas de forma parcelada, conforme a adesão da população e as atualizações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Procurada, a Moderna não se manifestou até a conclusão do texto.

A atriz Maria Padilha recebeu convidados para a estreia da peça “Um Jardim para Tchekhov” no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, na semana passada. O produtor cultural Luque Daltrozo, o diretor Sergio Módena e o ator Fernando Eiras marcaram presença no evento. Os atores Iohanna Carvalho, Olivia Torres, Leonardo Medeiros e Erom Cordeiro compõem o elenco do espetáculo.

Mônica Bergamo, Folhapress

Bahia participa de encontro internacional sobre saúde pública

Representantes da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) participam, em Brasília, do seminário internacional “O Desafio da Sustentabilidade dos Sistemas Universais de Saúde nas Américas”, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) nos dias 29 e 30 de outubro. O evento reúne especialistas e autoridades de diversos países para discutir os desafios e soluções voltadas à sustentabilidade dos sistemas universais de saúde em meio às transformações demográficas, econômicas, epidemiológicas e ambientais que impactam o setor.
O seminário aborda questões centrais como resposta a emergências sanitárias, participação social, fortalecimento da força de trabalho, financiamento, governança, regionalização e redes de atenção à saúde. Para a secretária da saúde do estado da Bahia, Roberta Santana, o evento representa uma oportunidade de troca de experiências internacionais, o que fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde pública baiana. “O SUS é uma grande referência internacional. Com a participação de representantes de diversos países das Américas, conseguimos perceber o quanto o Brasil é exemplo na construção de sistemas de saúde públicos e universais, além de adquirirmos novas ideias para avançar ainda mais no fortalecimento da saúde no Brasil e na Bahia”, afirmou Roberta Santana.
Com cerca de 300 participantes, entre profissionais de saúde, gestores e representantes de instituições acadêmicas e políticas, o seminário resultará em uma coletânea de artigos com as propostas discutidas, que servirão como diretrizes para aprimorar os sistemas de saúde na América Latina. O evento é uma realização do Conass, com apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

O subsecretário da Saúde do Estado da Bahia, Paulo Barbosa, que também participa do seminário reforça a necessidade de encontros como estes. “A troca de experiências é essencial para o desenvolvimento da gestão”, afirma.

Fotos: divulgação / Conass

Serviço de Verificação de Óbito completa dois anos de atuação com foco na humanização

Nesta segunda-feira (23), o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Salvador e Região Metropolitana completou dois anos de funcionamento, consolidando-se como um marco na saúde pública da Bahia. Desde sua inauguração, o SVO, a primeira unidade da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) a realizar necropsias para elucidar mortes por causas naturais, tem cumprido um papel essencial na geração de dados estatísticos de mortalidade e no apoio às famílias em momentos de luto.
O evento contou com a presença de diversas autoridades, entre elas Paulo Barbosa, subsecretário estadual da Saúde, que representou a Secretária Estadual da Saúde, Roberta Santana; Lizandra Amim, diretora-geral da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS); Raoni Rodrigues, assessor da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde da Bahia, representando Rívia Barros; Ricardo Mendes de Barros, delegado de Polícia Civil e assessor técnico, representando Heloísa Brito, Delegada Geral da Polícia Civil da Bahia; e Ita de Cácia, gestora do SVO.
Durante o evento, Paulo Barbosa destacou a relevância do SVO para a região. “O SVO desempenha um papel fundamental ao fornecer dados confiáveis que ajudam a construir indicadores de saúde. Esses dados são de suma importância para nortear ações e políticas públicas. Nosso objetivo é expandir esse serviço para todo o estado da Bahia”, declarou o subsecretário.
 
A implementação do serviço foi fruto de uma cooperação técnica entre a Sesab/Suvisa e que se tornou viável após a assinatura do Termo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Segurança Pública/Departamento de Polícia Técnica/Instituto Médico Legal Nina Rodrigues e o Instituto de Identificação Pedro Melo. Sob a gestão da FESF-SUS, o serviço se destacou como referência nacional, oferecendo capacitação para profissionais e abrindo espaço para residentes médicos de universidades públicas e instituições parceiras.

Lizandra Amim, diretora-geral da FESF-SUS, destacou o papel da Fundação na gestão do SVO. "Assumimos o desafio de gerir e qualificar um serviço essencial para o estado, formando uma equipe dedicada a oferecer atendimento de excelência. Graças à parceria com o Governo do Estado, este trabalho vai além das famílias atendidas, contribuindo diretamente para a construção de políticas de saúde eficazes", concluiu.

Ita de Cácia, gestora do SVO, apresentou um balanço sobre o funcionamento do serviço, abordando aspectos como o acolhimento às famílias. O evento contou ainda com um ato ecumênico simbólico conduzido pelo Padre Clóvis e pela Ia Ubiracy, que homenageou os trabalhadores do SVO, reconhecendo o papel fundamental desses profissionais no suporte aos familiares e na atuação durante o luto.
 Ascom Fesf

35ª Jornada Baiana de Anestesiologia celebra evolução das técnicas de anestesia

Evento ocorrerá nos dias 13 a 15  de setembro no Centro de Convenções de Praia do Forte

Entre os dias 13 e 15 de setembro, o Centro de Convenções de Praia do Forte será palco da 35ª Jornada Baiana de Anestesiologia (JORBA 35), que reunirá anestesiologistas , residentes e estudantes de medicina de diversas regiões do Brasil. O evento é promovido pela Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB), com apoio da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) e da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (Coopanest-BA), e celebra os avanços nas técnicas anestésicas, que têm transformado a medicina moderna.

Desde o uso pioneiro de substâncias como éter e clorofórmio no século XIX até as técnicas contemporâneas de anestesia local, regional e geral, a anestesiologia evoluiu significativamente, tornando os procedimentos cirúrgicos mais seguros e menos invasivos. Esses avanços proporcionam maior conforto e segurança aos pacientes. "A introdução de novos fármacos e tecnologias de monitoramento tem tornado a prática anestésica cada vez mais precisa, garantindo o bem-estar dos pacientes, inclusive no pós-operatório", afirma o presidente da SAEB, Dr. Fábio Maron.

O diretor científico da SAEB, Dr. Victor Sampaio, ressalta o papel vital da anestesiologia não só em cirurgias, mas também no manejo da dor pós-operatória e em áreas como a medicina intensiva e o tratamento da dor crônica. "O anestesiologista é responsável por avaliar o paciente, escolher a técnica mais adequada e monitorar suas funções vitais durante todo o procedimento, garantindo uma resposta eficiente do organismo. Nossa especialidade é fundamental para o sucesso das intervenções médicas e para assegurar conforto e segurança aos pacientes em momentos críticos", destaca Sampaio.

A busca incessante pela eliminação da dor e pelo bem-estar e segurança dos pacientes é o grande objetivo da anestesiologia. No pré-operatório, a anestesia é cuidadosamente planejada para eliminar qualquer desconforto durante o procedimento. No pós-operatório, técnicas analgésicas são implementadas para proporcionar uma recuperação mais tranquila. Essa dedicação ao controle da dor faz da anestesiologia uma área essencial da medicina, diretamente responsável pela qualidade de vida dos pacientes antes, durante e após as cirurgias.

Programação da JORBA 35 - De acordo com Dr. Fábio Maron, a JORBA é um evento tradicional e aguardado pelos anestesiologistas da Bahia, sendo uma oportunidade única de atualização científica e troca de experiências. A novidade deste ano é o Encontro Estudantil, que promete ser valioso para os futuros profissionais da área. "A jornada é um momento ímpar para o fortalecimento de conhecimento e cooperação entre os pares", pontua Maron.

Na sexta-feira (13), serão realizados dois cursos pré-jornada: Ultrassom Point of Care - WaveUS (28 vagas) e Mini LASRA (32 vagas). No mesmo dia, acontece o 1º Encontro Estudantil da JORBA, palco do Curso Básico de Manejo das Vias Aéreas, voltado para 50 acadêmicos de medicina, cujas vagas se esgotaram rapidamente nos primeiros dias de inscrição.

No sábado (14), o 2º Coopanest Day vai discutir temas como gestão, qualidade de vida, liderança e cooperativismo, voltados para além do ambiente cirúrgico. A solenidade de abertura da JORBA será às 17h, seguida pela esperada Festa JORBA 35, no Projeto Tamar, às 20h.

A tarde de domingo (15) será reservada para o lazer dos participantes, que poderão desfrutar das belezas de Praia do Forte, conforme explica Dr. Victor Sampaio: "Será um momento para relaxar e também celebrar antecipadamente o Dia do Anestesiologista, que ocorre em 16 de outubro". Interessados em conferir a programação completa e se inscrever na JORBA 35 devem acessar o site oficial da SAEB: www.saeb.org.br.

Entrevistas:

Dr. Fábio Maron - Presidente da SAEB

Dr. Victor Sampaio - Diretor Científico da SAEB


Cinthya Brandão

Assessoria de Comunicação SAEB

Mais de 93 mil idosos morreram por desnutrição no Brasil em duas décadas, aponta estudo

Apesar de ser uma causa evitável, a desnutrição proteico-calórica ainda é prevalente entre os idosos

Brasil registrou mais de 93 mil óbitos por desnutrição em idosos nas últimas duas décadas
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - Arquivo

Entre 2000 e 2021, mais de 93 mil mortes de idosos foram registrados devido à desnutrição no Brasil. Também não houve uma redução significativa nos óbitos entre pessoas com 80 anos ou mais. Essas conclusões são de um estudo realizado por pesquisadores da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), publicado nesta segunda-feira (12).

O estudo destaca que o aumento da expectativa de vida, aliado à redução das taxas de natalidade, tem alterado a pirâmide etária global, o que impacta significativamente a saúde da população idosa. Entre os idosos, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais causas de morte. Em 2016, 63,9% das mortes globais ocorreram em pessoas idosas, com as DCNT como principal causa.

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Saúde registra caso de anomalia congênita associada à febre do Oropouche em bebê

Apesar de ser uma causa evitável, a desnutrição proteico-calórica ainda é prevalente entre os idosos. “Esses resultados são surpreendentes, pois indicam uma negligência em relação a um estilo de vida saudável e aos cuidados com a saúde”, explica Ronilson Ferreira Freitas, pesquisador da Ufam e coautor do estudo. A mortalidade foi consistentemente maior entre homens, sugerindo diferenças significativas na forma como homens e mulheres lidam com a saúde.
Desnutrição

No Brasil, as DCNT são responsáveis por cerca de 70% dos anos de vida perdidos por incapacidade, e os idosos são especialmente vulneráveis à desnutrição, que pode comprometer funções fisiológicas, limitar atividades diárias e aumentar a susceptibilidade a infecções e ao risco de morte.

Embora as doenças crônicas relacionadas à obesidade sejam atualmente as principais causas de morte, a desnutrição continua sendo um problema grave de saúde pública, principalmente em países de renda média e baixa. Em 2012, a região Sul do Brasil teve a menor taxa de mortalidade por desnutrição entre idosos (16,37 por 100 mil habitantes), enquanto a região Nordeste apresentou a maior taxa (31,80 por 100 mil habitantes). Esses números reforçam a necessidade de estudos de longo prazo para embasar políticas públicas de saúde que promovam um envelhecimento saudável, segundo os pesquisadores.
Principais resultados

Utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do SUS, o estudo analisou a tendência temporal da mortalidade por desnutrição proteico-calórica entre idosos no Brasil de 2000 a 2021, revelando os seguintes resultados:
  • Número total de mortes: 93.850 óbitos entre 2000 e 2021.
  • Maior taxa de mortalidade: registrada em 2006, com 28,74 óbitos por 100.000 habitantes.
  • Menor taxa de mortalidade: registrada em 2021, com 10,64 óbitos por 100.000 habitantes.
  • Diferença por sexo: A mortalidade foi maior entre homens, atingindo 33,53 óbitos por 100.000 habitantes em 2006, enquanto entre as mulheres, a maior taxa foi de 25,01 óbitos por 100.000 habitantes no mesmo ano.
  • Diferença por faixa etária: as taxas aumentaram com a idade, sendo mais elevadas entre aqueles com 80 anos ou mais.
  • Tendência geral: houve uma queda geral na mortalidade por desnutrição proteico-calórica, com uma Taxa de Incremento Anual (TIA) de -3,454%. No entanto, para o grupo com 80 anos ou mais, a tendência permaneceu estacionária.
Apesar da redução na mortalidade por desnutrição proteico-calórica ao longo dos 21 anos analisados, os números permanecem preocupantes. “A desnutrição continua sendo um desafio significativo na saúde pública, especialmente entre os idosos, que enfrentam maior vulnerabilidade devido às mudanças fisiológicas, sociais e patológicas associadas ao envelhecimento”, destaca o pesquisador.

Estudos mostram que a desnutrição proteico-calórica é um forte preditor de outras morbidades e mortalidade, impactando negativamente a qualidade de vida dos idosos, aumentando a susceptibilidade a infecções e outras complicações de saúde. Além disso, o processo de envelhecimento agrava o risco de desnutrição, devido a fatores como redução do apetite, alterações digestivas e uso de múltiplos medicamentos.

Embora tenham ocorrido avanços na redução da desnutrição, o cenário atual exige uma atenção renovada, especialmente diante das crescentes desigualdades. No contexto da criação de uma aliança global contra a fome e a pobreza, anunciada em 24 de julho durante a reunião do G20 no Brasil, a pesquisa pode ajudar na formulação de políticas públicas voltadas para garantir uma alimentação adequada à população idosa. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem cerca de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que equivale a 15% da população.

Freitas ressalta a importância de que tanto a sociedade quanto o Estado se preparem para o aumento da população idosa. Ele destaca o crescente número de idosos em instituições de longa permanência, que sobrevivem muitas vezes com escassos recursos públicos e dependem de doações. “As características do envelhecimento expõem a população mais velha a um risco maior de desnutrição. É crucial que as políticas públicas existentes sejam revisadas e aprimoradas”, conclui o pesquisador.
Fonte:  Saúde|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Saúde registra anomalia congênita em bebê associada ao Oropouche

O Ministério da Saúde registrou nesta quinta-feira (8), no Acre, um caso de bebê nascido com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical de febre do Oropouche. Em nota, a pasta informou que o recém-nascido morreu na semana passada, aos 47 dias de vida.

A mãe da criança, de 33 anos, havia apresentado erupções cutâneas e febre no segundo mês de gravidez. Exames laboratoriais feitos no pós-parto acusaram resultado positivo para o vírus Oropouche.

“Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas, em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas”, destacou o ministério no comunicado.

A correlação direta da contaminação vertical por febre do Oropouche com as anomalias, segundo a pasta, ainda precisa de “investigação mais aprofundada” que vem sendo acompanhada pelo governo federal e pela Secretaria de Saúde do Acre.

“Pelo ineditismo dos recentes registros de casos de transmissão vertical de Oropouche, o Ministério da Saúde promoverá seminário científico nacional sobre o tema na próxima semana. No início do mês, foi realizado um evento conjuntamente com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.”

Prevenção e assistência
Ainda de acordo com a pasta, uma nota técnica atualizada sobre a doença será enviada aos estados e municípios com orientações relacionadas à metodologia de análise laboratorial, vigilância e assistência em saúde, incluindo condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com infecção pelo vírus Oropouche.

O documento vai recomendar medidas de proteção para evitar ou reduzir a exposição a picadas dos insetos, por meio de recursos de proteção individual, como o uso de roupas compridas, sapatos fechados e repelentes em partes do corpo expostas, sobretudo nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde.

A nota também vai reforçar medidas de proteção coletiva, como limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo e uso de telas de malha fina em portas e janelas.

“Em caso de sinais e sintomas compatíveis com arboviroses, como febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular, dor articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos, procure atendimento em uma unidade de saúde e informe ao profissional de saúde responsável pelo acompanhamento pré-natal.”

O ministério informou que também deve publicar, nos próximos dias, um Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, Zika, chikungunya e febre do Oropouche.

A doença
A febre do Oropouche é uma doença transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Por conta da predileção do mosquito por materiais orgânicos, a recomendação é que a população mantenha quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico, além de usar de roupas compridas e sapatos fechados em locais com muitos insetos.

Números
Dados do ministério indicam que, até 6 de agosto, foram registrados 7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados brasileiros ao longo de 2024. A maior parte dos casos foi identificada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, duas mortes foram confirmadas na Bahia e um óbito em Santa Catarina está em investigação.

Paula Laboissière/Agência Brasil

Aumentam síndromes respiratórias por Covid, diz Fiocruz

O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (9), mostra um aumento de hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda (Srag) causada pelo vírus da Covid. Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo foram os mais afetados por esse aumento.

O boletim ainda mostra que, em alguns estados do Nordeste, como Ceará, Pernambuco e Piauí, apesar de não haver aumento de internações entre os idosos, a maior parte dos casos de internações registrados nas últimas semanas foi causada pela Covid.

No cenário mundial, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a porcentagem de casos positivos para a Covid tem aumentado em 84 países nas últimas semanas. Segundo Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz (Procc) e do Boletim InfoGripe, “a região com maior atividade do vírus é a Europa, seguida pelas Américas”.

Em crianças pequenas, o vírus sincicial respiratório (VSR) se mantém como a principal causa de internação e óbitos, apesar de registrar queda nas últimas semanas. Outro vírus respiratório com destaque para a incidência de SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos é o rinovírus.

O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.

No cenário nacional, segundo o boletim, a longo prazo (últimas seis semanas) e a curto prazo (últimas três semanas) a tendência é de queda das internações por Srag. Na atualização, três das 27 unidades federativas apresentam crescimento de Srag na tendência de longo prazo: Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Em 2024, foram notificados 108.657 casos de Srag, 53.065 (48,8%) eram positivos, 42.247 (38,9%) negativos e 7.348 (6,8%) aguardam resultado laboratorial. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de Influenza A (20,4%), Influenza B (1,3%), VSR (30,3%) e Sars-CoV-2 (14,3%). Em relação aos óbitos por Srag, a prevalência é: Influenza A (38%), Covid-19 (31,2%), VSR (10%) e Influenza B (1,2%).

Folhapress

Febre do Oropouche: entenda o que é a doença que preocupa o Brasil

O Ministério da Saúde define a febre do Oropouche como doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil, em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica. Em 2024, entretanto, a doença passou a preocupar autoridades sanitárias brasileiras. Até o início de julho, mais de 7 mil casos haviam sido confirmados no país, com transmissão autóctone em pelo menos 16 unidades federativas. Esta semana, São Paulo confirmou os primeiros casos no interior do estado.

A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.

Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.

Sintomas
Os sintomas da febre do Oropouche, de acordo com o ministério, são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. “Nesse sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle”, alerta a pasta.

O quadro clínico agudo, segundo a pasta, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.

Ainda de acordo com o ministério, parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após uma ou duas semanas a partir das manifestações iniciais. “Os sintomas duram de dois a sete dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves”.

Mortes inéditas
No último dia 25, entretanto, a Bahia confirmou duas mortes por febre do Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo.

De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, as mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes. A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi registrado no dia 10 de maio.

Técnicos de vigilância em saúde baianos informaram que as pacientes apresentaram início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital e mialgia, que rapidamente evoluíram para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão.

Diagnóstico
O diagnóstico da febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial e todos os casos positivos devem ser notificados. Além de ser de notificação compulsória, a doença também é classificada pelo ministério como de notificação imediata, “em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública”.

Tratamento
Não há tratamento específico para a febre do Oropouche. A orientação das autoridades sanitárias brasileiras é que os pacientes permaneçam em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em caso de sintomas suspeitos, o ministério pede que o paciente procure ajuda médica imediatamente e informe sobre uma exposição potencial à doença.

Prevenção
Dentre as recomendações citadas pela pasta para prevenir a febre do Oropouche estão:

– Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.

– Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.

– Limpar terrenos e locais de criação de animais.

– Recolher folhas e frutos que caem no solo.

– Usar telas de malha fina em portas e janelas.

Transmissão vertical e microcefalia
Apenas em julho, o ministério publicou duas notas técnicas voltadas para gestores estaduais e municipais envolvendo a febre do Oropouche. Uma delas recomenda intensificar a vigilância de casos e alerta para a possibilidade de transmissão vertical da doença, que acontece quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto.

Em junho, a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas analisou amostras de soro e líquor armazenadas na instituição, coletadas para investigação de arboviroses e negativas para dengue, chikungunya, zika e vírus do Nilo Ocidental. Nesse estudo, foi detectado em quatro recém-nascidos com microcefalia a presença de anticorpos contra o vírus da febre do Oropouche. “Essa é uma evidência de que ocorre transmissão vertical do vírus, porém, limitações do estudo não permitem estabelecer relação causal entre a infecção pelo vírus durante a vida uterina e malformações neurológicas nos bebês”, destacou o ministério do documento.

No mês passado, a investigação laboratorial de um caso de óbito fetal com 30 semanas de gestação identificou material genético do vírus da febre do Oropouche em sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço. “Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final desse caso”, informou a pasta no mesmo documento.

Paula Laboissière/Agência Brasil

Agosto Branco reforça importância do diagnóstico precoce do câncer de pulmão

Taxa de mortalidade pela doença é alta em todo o mundo

Agosto Branco é o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de pulmão, um dos tipos de câncer mais letais no mundo. A campanha destaca a importância do diagnóstico precoce, que pode aumentar muito as chances de cura e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que são esperados 704 mil casos novos de câncer de pulmão no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Este tipo de tumor é o terceiro mais frequente entre os homens e o quarto mais comum entre as mulheres, com 28.620 mortes registradas no último levantamento. Os números do INCA mostram, ainda, que a taxa de mortalidade por câncer de pulmão é alta, em parte devido ao diagnóstico tardio. A maioria dos casos é descoberta em estágios avançados. Por isso, a doença é responsável por cerca de 28 mil mortes por ano no país.

De acordo com o cirurgião torácico Pedro Leite, coordenador do Núcleo de Cirurgia Torácica do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR), o diagnóstico precoce é fundamental porque quando a doença é detectada nos estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes. “Intervenções cirúrgicas minimamente invasivas, como a cirurgia robótica, que preserva mais tecido saudável e proporciona uma recuperação mais rápida para o paciente, quando realizadas no tempo certo, ampliam muito as chances de sucesso do tratamento” explicou o especialista.

Apesar de ter abandonado o vício há 35 anos, a comerciante Nilzete Rosa Barreto (69) acredita que os 20 anos em que fumou contribuíram para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Felizmente, ela descobriu a doença em estágio bem inicial. Foi monitorada por um tempo e quando o especialista percebeu que o nódulo pulmonar apresentou sinais de alarme, realizou uma cirurgia robótica minimamente invasiva considerada poupadora, ou seja, mais econômica. “Livre da doença e me sentindo bem, sigo acompanhada por meu cirurgião torácico e minha oncologista. Espero que não haja recidiva”, contou.

Os sintomas do câncer de pulmão podem ser sutis nos estágios iniciais, dificultando a detecção precoce. Entre os mais comuns estão a tosse persistente, que pode piorar com o tempo; dor no peito, que se intensifica ao respirar profundamente, rir ou tossir; rouquidão; perda de peso e apetite sem motivo aparente; falta de ar e cansaço constante. Em casos mais avançados, pode haver a presença de sangue no escarro e infecções respiratórias recorrentes, como bronquite e pneumonia. Por isso, é essencial que indivíduos com histórico de tabagismo ou exposição a agentes cancerígenos fiquem atentos a esses sintomas e façam acompanhamento médico regular mesmo se assintomáticos. Atualmente sabe-se que o rastreamento do câncer de pulmão com uma tomografia de tórax de baixa dose de radiação é capaz de diagnosticar precocemente o câncer de pulmão.

Segundo Pedro Leite, o tratamento do câncer de pulmão tem avançado significativamente, com técnicas menos invasivas e mais eficazes. “A tecnologia robótica permite uma precisão maior nas cirurgias, minimizando os riscos e acelerando a recuperação,” destacou o especialista. Além da cirurgia, terapias como a imunoterapia e a terapia-alvo têm mostrado resultados promissores, oferecendo novas esperanças para os pacientes.

Os principais fatores de risco do câncer de pulmão incluem tabagismo, exposição a fumantes passivos, exposição a substâncias cancerígenas como amianto e radônio, histórico familiar de câncer de pulmão, poluição do ar e doenças pulmonares crônicas. A campanha Agosto Branco ressalta a necessidade de conscientização sobre esses fatores e a importância do diagnóstico precoce da doença. “Abandonar o tabagismo e realizar exames periódicos são nossas maiores armas contra o tumor,” concluiu Pedro Leite.
Assessoria de Imprensa:

Cinthya Brandão

(71) 99964-5552

Hepatite Delta avança entre ribeirinhos no Amazonas

Casos de hepatite Delta entre ribeirinhos no Amazonas preocupam autoridades da saúde e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A doença, que pode ser silenciosa, é o tipo mais agressivo das hepatites virais, podendo causar cirrose, câncer e até mesmo levar à morte. Apesar da alta incidência, poucos pacientes estão em tratamento, de acordo com a Fiocruz

Desde junho deste ano, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia e profissionais de Saúde de Lábrea (AM) acompanha comunidades ribeirinhas na região sul do Amazonas. Segundo o Centro de Testagem Rápida e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde de Lábrea (AM), há aproximadamente 1,4 mil casos notificados da doença na cidade e apenas 140 pacientes em acompanhamento.

Em Lábrea, de acordo com a Fiocruz, a equipe de pesquisadores e profissionais de saúde percorreu as comunidades ribeirinhas de Várzea Grande e Acimã, no Rio Purus. Durante dois dias foram realizados testes rápidos e exames laboratoriais, mas o foco principal da equipe foi o diagnóstico e rastreamento das hepatites virais, em especial a hepatite Delta. Dos 113 moradores atendidos nas duas comunidades, 16 foram diagnosticados com a hepatite.

As amostras são levadas para a Fiocruz Rondônia onde são processadas e avaliadas e os indivíduos com diagnóstico positivo são assistidos pela equipe de saúde de Lábrea e o Ambulatório de Hepatites Virais, que auxilia na conduta clínica dos pacientes.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico sobre Hepatites Virais, de 2023, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2022 foram diagnosticados no Brasil 4.393 casos de hepatite Delta. A maior incidência ocorreu na Região Norte, com 73,1% dos casos, seguida das regiões Sudeste (11,1%), Sul (6,6%), Nordeste (5,9%) e Centro-Oeste (3,3%). Em 2022 foram 108 novos diagnósticos, com 56 (51,9%) casos confirmados na Região Norte e 23 (21,3%) no Sudeste.

Hepatite Delta
A hepatite Delta pode não apresentar sintomas iniciais. Ela está associada a uma maior ocorrência de cirrose, até mesmo dentro de dois anos da infecção, podendo levar a outras complicações como câncer e até mesmo à morte.

Quando há sintomas, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Segundo o Ministério da Saúde, a principal forma de prevenção é a vacina contra hepatite B.

A doença, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser transmitida por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho durante a gestação e parto; pelo compartilhamento de material para uso de drogas, como seringas, agulhas, cachimbos; compartilhamento de materiais de higiene pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam as normas de biossegurança, entre outras formas de contágio.

Por isso, é importante, por exemplo, para se proteger, o uso de preservativos em relações sexuais e não compartilhar objetos pessoas que podem entrar em contato com cortes, como lâminas de barbear, equipamentos para piercing e tatuagem, entre outros.

Agência Brasil

Brasil confirma caso autóctone de cólera em Salvador

O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (19) um caso autóctone de cólera em Salvador, o que significa que o paciente contraiu a doença na própria cidade, sem viajar a outro lugar.

Em nota, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informa que o caso foi detectado em um homem de 60 anos de idade que apresentou um desconforto abdominal e diarreia aquosa, em março de 2024. Duas semanas antes ele havia feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia. Segundo exames laboratoriais, a bactéria causadora da doença foi Vibrio cholerae O1 Ogawa.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros registros, após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente.

O período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção. Entretanto, para as investigações epidemiológicas, no Brasil, está padronizado o período de até 20 dias por margem de segurança

Dessa forma, segundo a pasta, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.

Últimos casos
No Brasil, os últimos casos autóctones de cólera ocorreram em Pernambuco nos anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente. A partir de 2006, não houve casos de cólera autóctones, apenas importados, sendo um de Angola, notificado no Distrito Federal (2006); um proveniente da República Dominicana, em São Paulo (2011); um de Moçambique, no Rio Grande do Sul (2016); e um da Índia, no Rio Grande do Norte (2018).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2024, 31 países registraram casos ou declararam surto de cólera. Seguindo a classificação da OMS, a região africana foi a mais afetada, com 18 países. Nas Américas há surtos declarados apenas no Haiti e na República Dominicana.

Diante do cenário de casos de cólera no mundo, o Ministério da Saúde destaca a necessidade de os profissionais de saúde estarem sensibilizados quanto à situação epidemiológica da doença, à detecção de casos, à investigação epidemiológica e às medidas de prevenção e controle.

Doença
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou ingestão de água e alimentos contaminados.

A maioria das pessoas infectadas permanece assintomática (aproximadamente 75%) e, daquelas que desenvolvem a doença, a maioria apresenta sintomas leves ou moderados, e apenas de 10% a 20% desenvolvem a forma severa, que, se não for tratada prontamente, pode levar a graves complicações e ao óbito.

Agência Brasil

Estudo global sobre distúrbios neurológicos inclui complicações da Covid

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O Global Burden Disease (GBD), instituto internacional de métricas em saúde, subiu de 15 para 37 o número de doenças acompanhadas pelo monitoramento mundial de distúrbios neurológicos --entre elas, as complicações pós-Covid-19. O relatório, divulgado nesta quinta-feira (14), traz dados de 204 países.

Publicado na revista The Lacet Neurology, o levantamento "Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2021" analisa itens como mortalidade, prevalência entre gêneros, anos vividos com incapacidade, anos de vida perdidos e anos de vida ajustados por incapacidade atribuíveis a doenças e condições que causam disfunção no sistema nervoso.

Em 2021, cerca de 3,4 bilhões de indivíduos no mundo foram afetados por distúrbios neurológicos. E, embora as mortes por esses diagnósticos tenham caído 33,6% nos últimos 31 anos, a contagem de incapacitados subiu 18,2% no mesmo período, indicando uma crescente nos custos com equipamentos médicos, cuidados, remédios e tratamento multidisciplinar para essas pessoas.

"Incluímos morbidades e mortes por condições neurológicas, para as quais a perda de saúde é diretamente devida a danos no sistema nervoso central (SNC) ou no sistema nervoso periférico. Também isolamos a perda de saúde neurológica para as quais a morbidade do sistema nervoso é uma consequência, mas não a característica principal", afirma o texto.

As adições englobam condições congênitas (anomalias cromossômicas e defeitos congênitos de nascença), condições neonatais (como icterícia, nascimento prematuro e sepse), doenças infecciosas (Covid-19, equinococose cística, malária, sífilis, zika) e neuropatia diabética.

São investigadas também as carga dos distúrbios neurológicos mais prevalentes, como epilepsia, enxaqueca, distúrbios do movimento, esclerose múltipla, lesões do sistema nervoso e acidente vascular cerebral (AVC). Para os autores, a adição de novas condições traz "um benefício notável, pois fornece uma imagem mais precisa da carga global dos distúrbios neurológicos".

Algumas das condições recentemente incluídas, como o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e o espectro autista "podem ultrapassar as fronteiras da neurologia e serem abordadas de forma mais adequada noutras especialidades médicas, como a pediatria, a medicina interna, a geriatria ou a psiquiatria, dependendo da situação, região ou país".

O efeito que essas condições podem ter na função neurológica e na saúde geral, entretanto, não deve ser negligenciado ou descartado, segundo o estudo.

Na região das Américas da OMS (Organização Mundial da Saúde), que compreende 51 países e territórios, a principal preocupação apontada pelos pesquisadores é com a falta de preparo para lidar com o envelhecimento da população. Em 2019, o AVC foi a segunda principal causa de morte nessas localidades e a doença de Alzheimer e outras demências foram a terceira.

"Os recursos atribuídos para resolver a situação ficam muito aquém das necessidades. Entre 2020 e 2050, a proporção da população da América Latina e do Caribe com mais de 60 anos quase dobrará, e espera-se que esse envelhecimento da população leve a aumentos substanciais do número de pessoas com problemas neurológicos que exigiriam cuidados coordenados e multidisciplinares", alertam os colaboradores do GBD.

O novo documento toma como base os levantamentos anteriores do instituto e dá continuidade a uma série histórica com registros de 1990 até 2021 --o relatório anterior foi publicado com dados de até 2019.
O relatório conta com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates e chancela da OMS.

Por: Bahia noticias

Governo vai enviar vacinas contra dengue para mais 29 municípios

Novo lote completa lista de 521 cidades que receberão o imunizante
O Ministério da Saúde informou que vai enviar doses de vacinas contra dengue para mais 29 municípios nos próximos dias. O novo lote vai completar a lista de 521 municípios selecionados para receber as doses até a primeira quinzena de março. Até o momento, 492 cidades já receberam os imunizantes.

A vacinação contra a dengue começou neste mês e é destinada à aplicação em crianças de 10 e 11 anos. Até o fim deste ano, a vacinação com a Qdenga, nome comercial do imunizante, será ampliada para adolescentes de 12,13 e 14 anos que moram nos 521 municípios.

Os municípios foram escolhidos para receber os primeiros lotes das vacinas por estarem localizados em áreas de com alta incidência da dengue tipo 2 (Sorotipo 2), que provoca infecção mais grave da doença.

A restrição de regiões que vão receber a vacinação foi feita diante das dificuldades apresentadas para produção e oferta da vacina, elaborada pelo laboratório Takeda. A partir da entrega de mais carregamentos, a vacinação será ampliada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, foram compradas 5,2 milhões de vacinas neste ano. Em 2025, serão mais 9 milhões.

A vacina Qdenga teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Em dezembro do ano passado, a pasta anunciou a incorporação do insumo no SUS.

Pelo menos seis estados já declararam situação de emergência devido aos casos registrados de dengue na população. Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Acre, Goiás e o Distrito Federal estão na lista.

Agência Brasil

Incontinência urinária é mais comum em mulheres

Causa mais comun é o mal funcionamento da bexiga
Foto: Mauricio Bazilio/Governo do Rio de Janeiro

A incontinência urinária, de grande incidência na população brasileira, pode ocorrer em mulheres, homens e crianças. A incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o problema atinge 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos de idade.

O coordenador do Departamento de Disfunção Miccional da SBU, Alexandre Fornari, disse nesta sexta-feira (2) à Agência Brasil que, na incontinência urinária em geral, a causa mais comum é o mau funcionamento da bexiga, chamado bexiga hiperativa.

“É quando a pessoa está parada e, do nada, dá uma vontade urgente de urinar. E tem que urinar, senão vaza urina. Às vezes, não dá tempo e acaba vazando. Pode dar em homens e mulheres e a maior parte das vezes não chega a ser incontinência; é só urgência urinária.”

Em crianças, a incontinência mais comum resulta de problemas neurológicos ou relacionados ao aprendizado da micção, no momento da retirada das fraldas. Nos homens, Fornari afirmou que “quanto mais idoso, mais incontinência tem”.

O distúrbio, geralmente, pode estar relacionado a problemas neurológicos ou a problemas da próstata, causa mais comum. “Afeta tanto quem faz cirurgia de próstata, como quem não faz. E, às vezes, precisa fazer, justamente para tratar essa incontinência urinária, porque o fato de a próstata trancar um pouco a saída da urina faz a bexiga funcionar mal e leva à incontinência urinária”, disse o urologista.

Nas mulheres

Nas mulheres, que é mais comum, há a incontinência urinária de esforço. “Quando ela tosse, espirra, levanta peso, perde urina”. O médico explicou que apesar de normalmente se achar que o maior fator de risco são gestações e partos, na verdade esse é o segundo maior fator de risco.

O primeiro é a história familiar. “Mãe, tia, irmã mais velha que têm perda de urina de esforço acabam sendo o maior fator de risco”. Isso, geralmente, está relacionado a um problema que é o esfincter, músculo que fica na saída da urina e que tem que segurar a urina mas que, por algum motivo, não está segurando bem.

“Isso pode ser resultado do envelhecimento, do esforço”. O mais significativo é a qualidade do colágeno, que está presente nos ligamentos que sustentam essa região e que tem a parte genética como fator de risco", disse Alexandre Fornari.

Afirmou que, nas mulheres, o mais comum é ter incontinência urinária a partir dos 45 anos ou 50 anos. Nos homens, quanto mais idosos e com mais problemas de próstata, maior a incidência

Tratamento

 O primeiro passo para o tratamento, “e mais importante de todos”, segundo o especialista, é ver qual é o tipo de incontinência urinária. Considerando o mais comum, que seria a bexiga hiperativa, o tratamento pode ser com fisioterapia e medicação, “que resolvem 85% dos casos”. Nos casos em que esses dois tratamentos não funcionem, pode-se fazer aplicação de botox na bexiga ou implante de um marcapasso nesse órgão.

Quando é problema de próstata, recomenda-se medicação ou alguma cirurgia. No caso de incontinência urinária de esforço, que dá mais em mulheres, o tratamento é fisioterapia ou cirurgia, quando se coloca uma tela embaixo da uretra para dar sustentação e melhorar o funcionamento do músculo esfincter, que não estava segurando a urina.

O coordenador do Departamento de Disfunção Miccional da SBU orientou que tanto mulheres como homens, que estejam sendo afetados pelo distúrbio da incontinência urinária, devem procurar um urologista, que é o médico especialista no trato urinário.

“São treinados para fazer tratamento de todos os tipos de incontinência, seja por causa neurológica ou de esforço. O profissional mais adequado seria, realmente, o urologista, que vai indicar o tratamento correto para aquele paciente.”

Cura

Fornari assegurou que a incontinência na mulher tem cura. “Tem como ficar seca. Às vezes, o caminho é um pouco mais comprido. Às vezes, precisa fazer cirurgia, às vezes algumas sessões de fisioterapia já resolvem. Outras vezes, tem que botar um marcapasso para a bexiga.”

Na avaliação do médico, é muito difícil que se tenha alguma situação que o especialista não consiga resolver. Nesse caso, destacou que existem várias formas de amenizar o impacto da incontinência, incluindo produtos como fraldas, absorventes, dispositivos implantáveis. “Há muitas coisas que se pode fazer para melhorar a situação quando não tem cura. Mas é difícil que não se consiga resolver a incontinência urinária”, destacou.

Edição: Maria Claudia
Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Vacina da dengue do Butantan tem eficácia de 79,5% após única dose

Foto: Divulgação

A última fase de testes de uma vacina contra a dengue desenvolvida no Brasil mostrou uma eficácia geral de 79,5% na prevenção da doença após uma única dose, de acordo com um novo estudo. Com o resultado positivo, a intenção dos pesquisadores é submeter a vacina à aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no segundo semestre de 2024.

Detalhes sobre o desempenho da nova imunização estão em artigo no periódico The New England Journal of Medicine, uma das principais publicações médicas do mundo. Liderado por Esper Kallás e Fernanda Castro Boulos, do Instituto Butantan, o trabalho contou ainda com a participação de diversas instituições de pesquisa brasileiras e americanas e da empresa farmacêutica Merck. A companhia é uma das financiadoras da pesquisa, ao lado do governo federal e da Fapesp, órgão estadual de fomento à pesquisa em São Paulo.

Por se tratar de um ensaio clínico de fase 3, o mais amplo necessário antes que uma vacina (ou outra intervenção médica) possa ser liberada para a população, o trabalho contou com a participação de mais de 16 mil voluntários, espalhados por 15 cidades brasileiras em todas as regiões do país, entre fevereiro de 2016 e julho de 2019.

Desses participantes, cerca de 10 mil receberam injeções da imunização propriamente dita, designada como Butantan-DV. Os demais, que foram o grupo controle, receberam placebo (uma substância inócua).

A divisão dos grupos e a aplicação foi feita seguindo o padrão randomizado e duplo cego. Ou seja, a decisão de quem receberia vacina ou placebo coube à sorte, e os pesquisadores responsáveis pela análise dos dados não sabiam de antemão quem tinha tomado o quê. Pessoas com idade entre 2 anos e 59 anos podiam participar do teste clínico, e pouco menos de metade delas nunca tinha tido contato com o vírus da dengue, já que não havia anticorpos (moléculas específicas de defesa) contra o invasor em seu sangue.

Esse último dado é particularmente relevante no caso da dengue porque o vírus da doença se divide em quatro subtipos principais, cujas diferenças são reconhecidas pelo organismo. No caso de uma das vacinas disponíveis hoje, por exemplo, recomenda-se que apenas pessoas que já tiveram dengue recebam o imunizante. Nos pacientes que foram vacinados sem nunca ter tido dengue antes, o contato com o vírus real parece aumentar os riscos do aparecimento da forma mais grave da doença.

Levando em conta essa variabilidade viral, a Butantan-DV é uma espécie de coquetel de todos os subtipos da dengue, com vírus vivos, mas atenuados (isto é, incapazes de causar a doença). De acordo com Esper Kallás, a formulação exata é fruto do trabalho de Steve Whitehead, coautor da pesquisa que trabalha no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.

“Ele levou mais de uma década para selecionar vírus representantes dos quatro sorotipos que fossem atenuados com mutações genéticas”, explica Kallás. “No caso do sorotipo 2, não conseguiu um vírus com todos os genes.” Isso fez com que ele optasse por criar uma quimera —grosso modo, um vírus modificado para carregar pedaços de outros vírus. No caso, a “carcaça” do subtipo 4 foi geneticamente alterada para ficar com duas proteínas importantes do sorotipo 2.

Nos dois anos após a vacinação, pouco mais de 1,5% das pessoas que receberam o placebo foram diagnosticadas com dengue, enquanto apenas cerca de 0,2% dos que foram efetivamente vacinados tiveram a infecção confirmada. A eficácia geral, estimada em 79,5%, foi mais baixa (de 73,6%) em pessoas que nunca tinham tido dengue antes e consideravelmente mais alta (de 89,2%) em quem já tinha tido a doença alguma vez. A eficácia também foi maior no grupo dos adultos (de 18 anos a 59 anos de idade).

Esse último detalhe provavelmente se deve também à maior probabilidade de contato prévio com a dengue entre os adultos, diz Kallás. “Mas precisamos ainda estudar pessoas acima de 60 anos para conhecer melhor esse comportamento do imunizante. O Instituto Butantan já tem um grupo de trabalho para avaliar a resposta imune a vacinas que seja dependente da idade.”

Eventos adversos considerados sérios que tinham relação plausível com a vacina e ocorreram até 21 dias após a vacinação afetaram apenas 3 pacientes (2 no caso dos que tomaram o placebo). No caso dos eventos adversos menos graves, além da dor da injeção, entre os mais comuns estiveram dor de cabeça (36,4% dos vacinados), vermelhidão no corpo (22,5%) e fraqueza muscular (19,3%).

Todos os casos de pessoas que pegaram dengue após receber a vacina ou o placebo correspondem a infectados com os sorotipos 1 e 2, sem casos dos vírus 3 e 4. “Isso reflete um fenômeno que se passou no país inteiro, com pouquíssimos casos confirmados desses dois sorotipos nos últimos anos”, diz o pesquisador do Butantan. O esperado de qualquer modo, diz ele, é que a vacina também seja capaz de proteger os pacientes dos sorotipos 3 e 4.

Enquanto a vacina ainda não é submetida à avaliação oficial para liberação, Kallás diz que ainda não estão claros os motivos para o aparente aumento expressivo dos casos de dengue no Brasil nos últimos meses.

“A exemplo de anos anteriores, aconselho aguardar a segunda metade de fevereiro para dizer se teremos, de fato, um 2024 ruim para a dengue. Isso não significa que as medidas de controle do vetor não devam ser imediatas”, ressalta. Ele aponta que, para alguns especialistas, o calor anormal a partir da segunda metade do ano passado, associado ao El Niño e também à crise do clima, poderia ter aumentado a população do mosquito transmissor Aedes aegypti e, consequentemente, a incidência da doença.

Reinaldo José Lopes/Folhapress

Minas Gerais tem explosão de casos de dengue no início do ano e vai decretar emergência

Foto: Divulgação
O governo de Minas Gerais vai decretar emergência de saúde após explosão no número de casos de dengue no início deste ano.

Boletim publicado pela secretaria estadual da saúde aponta 11.490 casos da doença até 22 de janeiro. Em 2023, foram 1.523 casos registrados nos primeiros 23 dias do ano, segundo documento divulgado pela pasta.

Uma pessoa morreu em decorrência da doença neste ano e outros 14 óbitos estão sob investigação. Segundo o secretário de estado de saúde, Fábio Baccheretti, o decreto de emergência será publicado neste sábado (27) no diário oficial.

Nesta quinta (25), o Ministério da Saúde anunciou que 22 municípios do estado estão entre os escolhidos para receber doses da vacina contra dengue. De acordo com a pasta, as regiões selecionadas atendem a critérios como ter ao menos um município com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da doença e circulação do sorotipo 2.

As cidades ficam nas regiões de saúde de Belo Horizonte e Coronel Fabriciano. Regiões de saúde são conjuntos de cidades próximas que partilham características semelhantes. É uma medida usada para melhor organizar o planejamento e a execução de ações e serviços na área.

Os municípios de Minas que vão receber as doses são Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Nova Lima, Caeté, Rio Acima, Jaboticatubas, Raposos, Belo Vale, Moeda, Nova União, Taquaraçu de Minas, Coronel Fabriciano, Timóteo, Pingo d’Água, Antônio Dias, Marliéria, Santa Maria de Itabira, Jaguaraçu Dionísio e Córrego Novo.

O imunizante será destinado a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que responde pela maior parte das internações pela doença no país. A expectativa é de que a campanha de vacinação seja iniciada em fevereiro.

O primeiro lote com 750 mil doses de vacina a serem oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) chegou ao Brasil no sábado (20). A entrega faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina que foram fornecidas sem custos ao governo brasileiro pela farmacêutica Takeda. O Ministério da Saúde informou que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante —chamado Qdenga— disponíveis pelo fabricante para este ano. Elas serão entregues por etapas até o mês de novembro.

A chegada das primeiras doses ocorre em meio a uma escalada de dengue no país.

O secretário Baccheretti avalia que dois motivos foram responsáveis pela alta nos casos de dengue em 2024: as altas temperaturas registradas no estado, o que ajuda na reprodução do Aedes aegypti, e o relaxamento da população em relação aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito, deixando, por exemplo, pratos e vasos de plantas com água.

“Por algum motivo houve relaxamento nos cuidados. Se tem dengue é porque tem mosquito. Se tem mosquito, tem criadouro. E 90% dos criadouros estão dentro das residências”, diz o secretário.

Baccheretti afirma que, com o decreto de emergência, será possível facilitar procedimentos para compra de medicamentos e equipamentos para estabelecimentos públicos de saúde do estado. Ele projeta o pico nos casos de dengue em Minas para o final de fevereiro.

“O decreto é fundamental para o tempo de resposta para a doença”, argumenta o secretário. “Será possível comprar insumos como soro de reidratação e equipamentos para atendimento em postos de saúde e hospitais”, diz.

Leonardo Augusto/Folhapress

OMS alerta para aumento de casos de sarampo e reforça vacinação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento de casos de sarampo no mundo e reforçou a importância da vacinação para prevenir a disseminação da doença.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus, se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia.”

Nas últimas semanas, países como México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal emitiram alertas após a confirmação de casos, com o óbito de uma criança de 19 meses na província de Salta, na Argentina.

No Brasil, o Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul emitiu um alerta após confirmar um caso importado de sarampo no estado. O paciente é um menino de 3 anos que chegou ao município de Rio Grande no dia 27 de dezembro, procedente do Paquistão, país com circulação endêmica da doença.

Diante da confirmação, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforçou, em nota, a recomendação de aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de 1 ano e até os 59 anos, conforme calendário nacional de vacinação.

“Com a suspeita, foi realizado bloqueio vacinal seletivo nos familiares, vizinhos e profissionais da saúde. A criança está bem e seus familiares não apresentaram sintomas. O município segue monitorando atendimentos por febre, exantema e tosse ou coriza ou conjuntivite, sem nenhuma identificação de caso suspeito.”

O esquema vacinal completo do sarampo consiste em duas doses até os 29 anos, ou uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Em crianças, a vacinação deve ocorrer aos 12 e aos 15 meses. Profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade. Em situações de bloqueio vacinal, a imunização seletiva é recomendada para todos com idade acima de 6 meses.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, especialmente grave em menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos e extremamente contagiosa, que infecta nove a cada 10 pessoas suscetíveis após exposição ao vírus.

A doença é transmitida de forma direta, por meio de secreções, ao tossir, espirrar ou falar. Casos suspeitos devem ficar em isolamento respiratório e fazer uso de máscara cirúrgica desde o momento da triagem nos serviços de saúde.

Eliminação

À Agência Brasil, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, lembrou que o sarampo era uma doença controlada no Brasil até 2016, quando o país recebeu a certificação de eliminação do vírus em território nacional. Após um grande surto da doença em 2017 e em 2018, com mais de 40 mil casos registrados, o Brasil perdeu a certificação e voltou a ser um país endêmico, onde o sarampo circula livremente.

“Estamos sem registro de casos desde junho de 2022, em busca da recertificação dessa eliminação. Ainda falta melhorar nossas coberturas vacinais, alguns indicadores de vigilância. Já recebemos um status não de país endêmico, mas de país com pendência de recertifcação pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em novembro de 2023.”

Segundo Kfouri, o que causa preocupação é o aumento recente no número de casos da doença em diversos países. Ao comentar o caso da criança proveniente do Paquistão, o especialista avaliou que o alerta do governo gaúcho é válido.

“É um caso importado, obviamente, não adquirido aqui no nosso território, mas que nos traz esse alerta. Primeiro, da importância da vigilância, de estarmos atentos a qualquer caso suspeito, importado, para que a entrada de um caso aqui não se multiplique e não se torne outros casos secundários, uma cadeia de transmissão e um novo surto.”

Kfouri destacou que são importantes a vigilância de casos suspeitos e a investigação oportuna. “E, claro, vacinação dos contactantes desses indivíduos suspeitos e nossas coberturas vacinais elevadas para que, mesmo com essa frequente e possível entrada de pessoas com sarampo no país, isso não se traduza em novos surtos aqui entre nós.”

Agência Brasil


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