Cosems reforça parceria de Estado e municípios durante encontro em Salvador
Polícia Civil desarticula quadrilha que aplicava golpes com cartões clonados
Diligências e reconhecimento por fotografias e vídeos colaboraram para a identificação de seis suspeitos. Os prejuízos causados pelos criminosos ultrapassam a quantia de R$ 500 mil. As investigações apontaram que o grupo clonava cartões de crédito e débito de várias vítimas em diversos estados, além de subtrair valores de contas bancárias.
De acordo com o titular da DRFR de Vitória da Conquista, delegado Odilson Pereira Silva, foram identificados pelo menos quatro núcleos distintos na quadrilha. O primeiro é responsável por coletar informações de funcionários de bancos e empresas sobre senhas, saldos e movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas, além de facilitar as compras.
“O segundo núcleo falsifica os cartões e links. O terceiro aplica os golpes propriamente ditos, comprando em empresas do ramo varejista, muitas vezes com a participação de funcionários. Já o quarto núcleo é composto por receptadores que compram os produtos por um preço abaixo do mercado”, detalhou o delegado.
Uma pistola calibre 380, um carro com restrição de furto, três notebooks, um computador, oito celulares, três pendrives, 11 cartões bancários e uma máquina de cartão foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados.
Todos os envolvidos identificados foram indiciados por furto qualificado mediante fraude, estelionato, associação criminosa e receptação. Os flagranteados foram submetidos aos exames de praxe e permanecem à disposição da Justiça.
Texto: Ascom PC
Polícia Militar apreendem arma de fogo e drogas em Porto Seguro
Policiais militares do 8º BPM apreenderam uma pistola, munições e drogas, na manhã de terça-feira (21), em Porto Seguro.
Durante o processo de negociação, o sequestrador atirou contra os policiais, além de ameaçar em diversos momentos. No entanto, de forma técnica, os policiais militares conseguiram liberar adolescente e deter o suspeito.
Com ele, foram apreendidos uma pistola e munições 9mm, um kit-roni (conversor de pistola em rifle), 40 porções de skunk, um tablete de maconha, uma porção de cocaína e uma balança de precisão.
O sequestrador e todo material apreendido foram encaminhados ao Disep para o registro da ocorrência.
Área de vegetação queimada no Brasil cresceu 79% em 2024, aponta MapBiomas
Na amazônia, 17,9 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo no ano passado |
De acordo com o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (22), a superfície de terra queimada em 2024 foi a maior registrada desde 2019, quando começa a série histórica do projeto. Da área total atingida, 73% foram de vegetação nativa.
Para o MapBiomas, os números refletem os efeitos de um longo período de seca no país em 2024 e a formação de um El Niño que durou de junho de 2023 a junho de 2024. O fenômeno meteorológico pode causar períodos de seca e calor acima da média no continente e aumenta as chances de eventos climáticos extremos.
O bioma mais afetado pelo fogo foi a amazônia, o mais extenso do país. Foram queimados 17,9 milhões de hectares no ano passado, o que representa 58% da área total com incêndios no Brasil no período. Ali, as florestas foram o tipo de vegetação mais prejudicado pelas chamas, incluindo as florestas inundáveis.
O segundo lugar no ranking dos biomas mais queimados é ocupado pelo cerrado, com 9,7 milhões de hectares atingidos.
“Historicamente, o cerrado evoluiu com queimadas naturais, geralmente provocadas por raios durante a época de chuvas. No entanto, o que temos observado é um aumento expressivo do fogo em períodos de seca, impulsionado principalmente por atividades humanas e intensificado pelas mudanças climáticas”, diz Vera Arruda, pesquisadora do Ipam que integra a equipe do MapBiomas Fogo, em comunicado.
Segundo o MapBiomas, a seca extrema no pantanal em 2024 deixou a região vulnerável às chamas. O bioma foi o terceiro mais prejudicado pelas queimadas, com 1,9 milhão de hectares consumidos pelo fogo durante o ano.
A mata atlântica, o quarto bioma mais atingido pelos incêndios, teve 1 milhão de hectares afetados pelo fogo —número maior do que a soma das áreas queimadas de 2019 a 2023, segundo o relatório. Cerca de 70% dos incêndios foram registrados em áreas agropecuárias, mas as chamas acabaram atingindo também áreas naturais.
A caatinga, com 330 mil hectares queimados, e o pampa, com 3.400 hectares alcançados pelas chamas, foram os biomas menos atingidos pelo fogo em 2024.
Cerca de 24% das queimadas no Brasil no ano passado (7,3 milhões de hectares) aconteceram no Pará, o que coloca o estado como o que teve o maior número de incêndios em vegetação registrados. Mato Grosso (6,8 milhões de hectares) e Tocantins (2,7 milhões de hectares), ocupam a segunda e a terceira posição, respectivamente, entre os estados com mais queimadas em 2024.
“Os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado”, conclui Ane Alencar, diretora de ciências do Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo.
Os dados do MapBiomas somam-se agora ao levantamento do programa BD Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgado no início de 2025. De acordo com o relatório, que afere o número de incêndios, foram registrados mais de 278 mil focos de fogo no país durante o ano de 2024, pior número desde 2010, quando houve 319.383 ocorrências.
O aumento em relação ao ano de 2023 foi de 46%.
Dados do BD Queimadas apontam que, apenas na amazônia, foram 140.328 focos. Cerrado e pantanal aparecem na sequência, com 81.432 e 14.498 focos respectivamente.
Organizações que defendem minorias no Brasil se preparam para corte de verbas no governo Trump
Um dos decretos assinados pelo presidente Donald Trump na segunda-feira (20) impõe uma moratória de 90 dias para ajuda externa dos EUA e reavaliação dos programas financiados pelo governo americano. O objetivo, segundo a equipe do republicano, é garantir que os recursos estejam alinhados às prioridades da política externa da gestão.
Um dos programas financiados com ajuda dos EUA que pode estar na mira de Trump promove o empoderamento de mulheres quilombolas em Minas Gerais. O projeto obteve uma doação de US$ 125 mil do governo americano, mas deve deixar de receber os desembolsos durante a moratória.
“Essa interrupção vai ser muito dura para a gente. Mas, se resolverem cancelar de vez os recursos, aí teremos de acabar com o projeto”, diz Edna Gurutuba, presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais.
O decreto de Trump afirma que a burocracia e a ajuda externa dos EUA “não estão alinhadas com os interesses americanos e, em muitos casos, são antitéticas aos valores” do país. “Elas servem para desestabilizar a paz mundial ao promover ideias em países estrangeiros que são diretamente inversas às relações harmoniosas e estáveis internas e entre os países.”
A ordem determina pausa imediata em desembolsos para avaliar a “consistência com a política externa dos EUA”. Segundo a Folha apurou, algumas organizações da África já tiveram suspensos os repasses da Usaid, a agência do país americano para o desenvolvimento internacional.
Trump já anunciou que, em seu mandato, vai combater iniciativas que considera woke (palavra pejorativa para se referir à esquerda), como as que promovem igualdade racial e de gênero, preservação ambiental e combate às mudanças climáticas, educação midiática e regulação das big techs, entre outras.
Além disso, em decretos, Trump determinou aumento na exploração de combustíveis fósseis, redução de incentivos à transição energética e voltou a retirar os Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris. Ele também acabou com os critérios de diversidade e inclusão no governo.
A Usaid é a maior fonte de recursos do Centro de Trabalho Indigenista, que trabalha com demarcações e direitos dos indígenas. Em 2023, o governo americano, por meio da agência, aprovou um financiamento de US$ 638 mil para o centro trabalhar na recuperação ambiental em áreas indígenas no Maranhão.
Jaime Siqueira, coordenador executivo do centro, afirmou ter entrado em contato com representantes da Usaid para verificar se recursos serão pausados ou cortados, mas foi informado de que ainda não havia posicionamento. “Se cortarem os recursos, vai ser desastroso. Teremos de paralisar o trabalho e a população indígena ficará prejudicada”, disse.
Em 2023, último ano para o qual há dados disponíveis, o governo americano desembolsou US$ 71,2 milhões em ajuda externa para o Brasil, segundo levantamento da Folha. Na América Latina, o maior receptor da ajuda americana é a Colômbia, país que mantém diversas parcerias em combate ao narcotráfico com os EUA. No mundo, o maior destino dos recursos é a Ucrânia, com US$ 17,2 bilhões em 2023, seguida por Israel (US$ 3,3 bilhões) e Jordânia (US$ 1,7 bilhão).
Apesar de não estar entre os maiores receptores de ajuda externa americana, o Brasil pode sofrer um grande impacto porque diversas organizações dependem pesadamente desses recursos.
Procurada, a embaixada dos EUA no Brasil afirmou que aguarda orientações do novo governo.
“Atacar sem fundamentos ONGs e organismos internacionais faz parte das bravatas de Trump”, diz Camila Asano, diretora executiva da Conectas Direitos Humanos, que não recebe verbas do governo dos EUA.
“As instituições democráticas americanas, como o Congresso, devem exigir transparência na destinação dos recursos públicos, seja em eventuais cortes de apoio para sufocar entidades que defendem a igualdade e apoiam grupos minoritários, como no uso de recurso público para fomentar grupos que disseminam ódio e políticas excludentes no acesso.”
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