Estudante de 15 anos foi morta por estrangulamento ao ameaçar expor relacionamento com homem casado no PI, diz delegado

Laurinda Maria Fortaleza Delfino foi assassinada na véspera do Dia Internacional da Mulher. Principal suspeito foi identificado como Keilon Frageli da Silva, de 18 anos, e está foragido.
Laurinda Maria Fortaleza Delfino, de 15 anos, foi vítima de feminicídio após ameaçar expor o relacionamento extraconjugal que mantinha com o suspeito, Keilon Frageli da Silva, de 18 anos. As informações são da Polícia Civil. Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) indica que a estudante morreu por asfixia mecânica por estrangulamento.

A adolescente foi morta na última sexta-feira (7), em Serra do Jatobá, zona rural de Pio IX, no Sul do Piauí. Segundo o comandante do GPM do município, a vítima foi encontrada morta no chão do quarto de uma residência. As portas estavam quebradas e havia latas de cerveja espalhadas pelo local. Não foram encontrados vestígios de sangue ou armas próximo ao corpo.

De acordo com o delegado Rodrigo Morais, Keilon está foragido. O g1 não conseguiu contato da defesa dele até a última atualização desta reportagem. Nesse sábado (8), um adolescente de 16 anos foi apreendido suspeito de envolvimento na morte.

A vítima e Keilon, conforme o delegado, tinham encontros intermediados pelo adolescente apreendido. O assassinato teria sido motivado por Laurinda ameaçar divulgar fotos do casal.
"Ele [Keilon] é casado e ela tinha em seu aparelho celular uma foto deles dois juntos, e ameaçou divulgar para tornar pública essa relação extraconjugal. Aí foi quando ele se revoltou e decidiu tirar a vida dela", afirmou.

Conforme o delegado, o adolescente apreendido foi quem intermediou o encontro entre o suspeito e a vítima, na casa dele, onde o crime aconteceu. "O menor alega que estava dormindo na hora do crime, e imputa toda a responsabilidade ao maior", concluiu o delegado.

Suspeito foragido

Segundo o delegado, Keilon chegou a se apresentar na Delegacia de Polícia Civil, acompanhado de um advogado, na manhã de sábado (8). No momento, no entanto, segundo o delegado Rodrigo Morais, ainda não existiam indícios de autoria e ele foi liberado.

"Naquele momento, nem a Polícia Militar nem a polícia de investigação tinham indícios da participação dele no crime. Ele disse que estava se apresentando porque na cidade estavam comentando que ele tinha participação. Nesse momento, quis apreender o celular dele, só que ele estava sem. Ele se comprometeu a trazer o celular e tive que liberá-lo", explicou.

Horas após a apresentação espontânea do suspeito, a Polícia Militar do Piauí apreendeu o adolescente que teria, então, revelado detalhes sobre a dinâmica do crime e a participação de Keilon.

Ainda no sábado (8), a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva do suspeito. Equipes estão em diligências para efetuar a prisão.

Adolescente apreendido

Um adolescente de 16 anos, foi apreendido nesse sábado (8), suspeito de participar da morte de Laurinda. A informação foi confirmada ao g1 pelo comandante do Grupamento de Polícia Militar do município, sargento Joelson Nascimento.

"A guarnição já monitorava o suspeito há mais de um dia, uma vez que ele era proprietário da residência onde a vítima foi encontrada e havia sido visto no local na noite do crime. Além disso, imagens de câmeras de segurança o flagraram no percurso. Diante das evidências, o menor foi apreendido e confessou sua participação no crime", detalhou o comandante.

O adolescente foi autuado por ato infracional análogo ao feminicídio.
Por Ilanna Serena, g1 PI

Incêndio em abrigo para pessoas vulneráveis deixa 4 mortos em São José dos Campos

Uma pessoa foi presa por causar as chamas, que já foram controladas. No local, havia 22 pessoas, seis delas estavam acamadas.
Um incêndio em um abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade social deixou quatro pessoas mortas no centro de São José dos Campos, no interior de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (10). As chamas já foram controladas.

De acordo com a Polícia Militar, o incêndio foi criminoso. Um homem suspeito de ter colocado fogo no abrigo foi preso em flagrante - leia mais detalhes abaixo. No boletim de ocorrência, ele foi identificado como Leandro Rangel Vilela, de 42 anos.

O incêndio começou de madrugada. O abrigo fica na rua Sebastião Hummel, que fica na região central da cidade. O abrigo atende pessoas em situação de vulnerabilidade social. O prédio está interditado.
Ao todo, 22 pessoas estavam no local, 18 foram resgatadas com vida, e quatro - dois homens e duas mulheres - morreram carbonizados. As vítimas tinham 61, 55, 53 e 50 anos.

Dos 18 sobreviventes, nove foram socorridas ao pronto-socorro de São José dos Campos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, seis pessoas que estavam no abrigo são acamadas e não têm possibilidade de locomoção. Algumas foram tiradas pelos bombeiros pelas janelas do prédio.

O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio já foi controlado. 16 bombeiros e oito viaturas participaram da operação, que contou também com apoio da Polícia Militar, Samu e Guarda Civil Municipal (GCM).

Responsável pelo abrigo, a Comunidade Consoladora dos Aflitos publicou uma nota em que manifestou pesar pelo caso

"Neste momento de dor e consternação, expressamos nossas mais sinceras condolências às famílias e amigos das vítimas, bem como nossa solidariedade aos feridos e a todos os impactados por esta terrível tragédia", informou o abrigo.

Além disso, o abrigo afirmou que o fato do incêndio ter sido criminoso aumenta ainda mais a dor e o desejo de justiça.

"As causas do incêndio estão sendo rigorosamente apuradas pelas autoridades policiais e pelo Corpo de Bombeiros. Há informações preliminares que indicam a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso, o que aumenta ainda mais nossa angústia e nosso desejo por justiça", completou.
Incêndio criminoso

Em entrevista à Rede Vanguarda após o caso, a PM informou que um homem colocou fogo no abrigo por desavença com um funcionário ou com um proprietário do local. Leandro Rangel Vilela, de 42 anos, foi preso em flagrante.

"Infelizmente um incêndio criminoso. As imagens do CSI comprovam essa questão. A Polícia Militar, após ser acionada junto com a posse dessas imagens, realizou a identificação e a posterior prisão em flagrante desse criminoso. Inclusive, o mesmo já tinha passagens pela polícia", afirma Alan Kalczuk, coronel da PM.

"Segundo aparenta, esse criminoso estava entorpecido e, a princípio, porque isso vai ser investigado pela Polícia Civil, o crime foi cometido por uma desavença com um funcionário ou proprietário do brechó", completa o PM.

O g1 ainda não conseguiu localizar nenhum representante pela defesa do homem preso.
Por g1 Vale do Paraíba e Região

PGR mira corrupção e PCC ao montar grupo nacional que substitui forças-tarefas


Uma resolução assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para criar um Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em âmbito nacional deve abrir caminho para uma ação mais efetiva em casos de corrupção, combate a facções como o PCC e investigações de grande repercussão.

A norma deve encerrar uma discussão de mais de dez anos, em que o Ministério Público Federal debateu diferentes formatos para a criação de um grupo nacional.

O novo Gaeco deve apurar casos de corrupção, mas deixaria de fora investigações relacionadas a autoridades com foro especial no STF (Supremo Tribunal Federal), como deputados e senadores. Nesses casos, a atuação continuará sendo apenas do próprio PGR.

Além de casos relacionados à atuação de quadrilhas de tráfico de drogas, também são citados internamente investigações que sejam federalizadas e provoquem comoção nacional, como foram os assassinatos de Marielle Franco e de Bruno Pereira e Dom Phillips.

Dentro da PGR, um dos motivos citados para a criação do Gaeco é prevenir que a atuação de facções criminosas levem o Brasil a ser sancionado internacionalmente, especialmente pelo governo Donald Trump.

A ideia é que o Gaeco, que ainda não tem seus integrantes definidos, seja uma equipe de reforço para o chamado “procurador natural” –o procurador responsável pela investigação— em apurações complexas, relevantes ou que representem algum tipo de risco para o integrante do Ministério Público.

A equipe será coordenada por um subprocurador-geral da República, que é o último nível de carreira de um procurador do MPF, lotado em Brasília. Ele terá um mandato de um ano, que poderá ser renovado e chegar a quatro anos.

Os procuradores de todo o país podem solicitar apoio ao Gaeco nacional e, também, sugerir o auxílio em investigações que considerarem importantes.

Entre as hipóteses em que o grupo poderá ser acionado estão, de acordo com a resolução, crimes contra o Estado democrático de Direito, terrorismo, crimes contra a administração pública, milícias privadas e crimes contra indígenas.

A atuação se dará, sobretudo, a respeito de “atuação difusa de organização criminosa pelo território nacional, notadamente em se tratando de grupos organizados sob a forma de facções criminosas, e crimes praticados a partir de ordens, instruções ou comunicações advindas de presos custodiados em penitenciária federal”.

Ao fim, o Gaeco funciona como uma espécie de força-tarefa, mas de forma definitiva. No modelo das forças-tarefas, os procuradores eram designados para atuar em casos específicos e, depois, esses grupos eram desfeitos. Já o Gaeco é um órgão permanente.

O modelo das forças-tarefas acabou sendo descontinuado durante a gestão de Augusto Aras, que considerava o formato precário e frágil institucionalmente.

Além disso, Aras aproveitou o argumento para desmontar as estruturas que tocavam investigações da Operação Lava Jato, que era alvo de diversas críticas do então procurador-geral.

A partir disso, o Ministério Público Federal começou a instituir Gaecos nos estados e já tem equipes na maioria das Unidades da Federação.

No entanto, desde o início o modelo sofre com queixas de falta de estrutura e de condições adequadas para o trabalho dos procuradores. Alguns Gaecos federais nos estados não são sequer um grupo –contam com apenas um membro em regionais no Acre, Piauí e Tocantins.

A preocupação de integrantes desses Gaecos do MPF é que, com a criação do grupo nacional, as equipes estaduais fiquem ainda mais escanteadas e não tenham os seus pleitos de melhoria de estrutura atendidos.

Durante a gestão Aras, também houve a tentativa de criar um grupo nacional chamado Unac (Unidade Nacional de Combate à Corrupção), que acabou não indo adiante.

Nesse período, foram coletadas sugestões de chefes das extintas forças-tarefas da Lava Jato no Paraná, no Rio e em São Paulo, e da Greenfield no Distrito Federal.

Apesar de a resolução que institui o Gaeco estar valendo, ainda não houve decisão de Gonet sobre quem será o coordenador da equipe. Caberá ao procurador-geral da República escolher essa pessoa, que será aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.

O PGR poderá destituir esse coordenador, também mediante votação do conselho.

Os demais integrantes serão escolhidos após a abertura de um edital que chamará interessados para o posto. Entre os critérios de escolha estarão a experiência em enfrentar crime organizado e “conhecimento teórico, prático e capacidade para o trabalho em equipe”.

José Marques/Folhapress

Deputada propõe que trabalhador consiga sacar todo FGTS em caso de calamidade


A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) apresentou uma emenda para incluir na medida provisória que libera R$ 12 bilhões do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) a possibilidade de que o trabalhador possa sacar 100% dos recursos caso seja afetado por alguma calamidade.

Hoje, o chamado Saque Calamidade tem valor máximo de R$ 6.220 de cada conta de sua titularidade no FGTS, desde que haja saldo disponível. O recurso é liberado por motivo de necessidade pessoal, urgente e grave decorrente de desastre natural que tenha atingido sua residência, após declaração oficial da Defesa Civil do município.

A emenda da deputada altera a lei do FGTS para incluir que o valor máximo que poderá ser sacado em decorrência de desastre natural será integral “caso o trabalhador comprove que os danos sofridos comprometeram sua subsistência ou habitabilidade”.

Na justificativa, a parlamentar cita os frequentes desastres naturais sofridos pelo país, como enchentes, secas, deslizamentos de terra e tempestades, “que causam destruição e prejuízos severos a milhares de trabalhadores e suas famílias.”

Zanatta argumenta que a limitação de valor do saque não atende adequadamente às necessidades urgentes da população afetada. “A liberação total do saldo do FGTS em situações de calamidade permitirá que milhares de brasileiros reconstruam suas casas, adquiram bens essenciais e superem dificuldades financeiras em um momento crítico.”

Danielle Brant/Folhapress

Ações de big techs sobem 57% em 14 meses; veja se vale a pena investir e como fazer


As ações das oito principais empresas de tecnologia se valorizaram em 57% desde o início do ano passado até a última sexta-feira (7). O grupo inclui Apple, Nvidia, Microsoft, Google, Meta, Amazon, Tesla e Netflix.

Como essas companhias já estão supervalorizadas, analistas divergem se é o melhor momento para investir no sucesso delas, mas avaliam que os ativos continuam a ser uma boa aposta no longo prazo.

Os brasileiros têm três principais caminhos para ir às compras de títulos no exterior. Uma é adquirir os chamados BDRs (recibos de depósitos brasileiros) —certificados negociados no Brasil de ações de empresas estrangeiras. Outra é usar uma carteira internacional, como Wise ou Nomad, para negociar os papéis com uma corretora sediada nos Estados Unidos. A última é comprar uma participação em um ETF (fundo negociado em Bolsa), que é um consórcio de investidores ancorado no valor de uma ação ou índice.

O interessado, antes de investir, deve considerar que as ações de empresas de tecnologia são ativos de risco mais elevado. Uma das empresas mais valiosas do mundo, a Nvidia, por exemplo, começou o ano com papéis negociados a US$ 195,95 (R$ 1.126,38), e, na última sexta (7), caiu a US$ 120 —uma desvalorização de 40%, em três meses.

Existem também riscos macroeconômicos na indústria da tecnologia, como os juros em patamar alto para os Estados Unidos e a imprevisibilidade do governo de Donald Trump. “Por enquanto o mercado apenas bonificou os ativos do setor pela expectativa de menos regulação, mas não calculou as perdas de natureza mais protecionista e bélica do presidente americano”, afirma Thomas Monteiro, analista-chefe da plataforma de dados financeiros Investing.com.

Além disso, a Netflix, a Amazon e a Tesla optam por reinvestir seus lucros e não pagam dividendos aos acionistas.

O investidor ainda precisa observar que lidará com câmbio, já que as ações têm seu preço definido em dólar.

COMO USAR CARTEIRA INTERNACIONAL
Hoje, o mercado de serviços financeiros oferece ferramentas como as carteiras globais que permitem manter depósitos em diversas moedas. Trata-se de um arranjo corporativo com sede no Brasil e em outros países, no qual uma única equipe administra as remessas internacionais sob regulação do Banco Central. Dessa forma, as taxas se barateiam.

Algumas opções disponíveis são as fintechs Avenue, Nomad, Wise, e as carteiras globais do C6 Bank, da XP e do Nubank (montada em cima da infraestrutura da Wise).

Essas carteiras fazem parcerias com corretoras americanas para facilitar o acesso aos ativos financeiros lá disponíveis. “O cliente acessa uma série de produtos listados nos Estados Unidos, como ações, ETFs e também títulos de renda fixa”, afirma Paula Zogbi, gerente de pesquisa da Nomad.

As opções ainda são mais diversas na compra direta com corretoras americanas. O mercado financeiro dos Estados Unidos oferece acesso a cerca de 8.000 ativos, contra 850 BDRs listados na Bovespa.

Além disso, as corretoras americanas vendem recibos similares aos BDRs (os ADRs, american depositary receipt) de empresas listadas em outros países, a exemplo da Volkswagen (listada em Frankfurt na Alemanha) e da Tencent (listada em Hong Kong).

Monteiro, da Investing.com, afirma que a compra direta de uma corretora no exterior é uma forma de proteger o investimento de uma possível desvalorização do real, mesmo que seja necessário pagar algumas taxas como IOF (imposto sobre operações financeiras).

“O movimento natural do real em relação ao dólar ao longo de dez anos é a desvalorização, que a gente pode ver desde o dia que o real foi implementado até hoje, apesar de algumas flutuações de curto prazo”, afirma Monteiro.

A proteção contra essa tendência é chamada, no mercado, de dolarização do patrimônio —converter os ativos de valores em real para valores em dólar.

Tirar os ativos do Brasil também exime o investidor, por ora, do imposto de renda, que varia entre 7,5% e 27% ao ano para os investimentos de valores acima de R$ 1.903,99. Essa fatura, entretanto, será cobrada quando a pessoa trouxer os valores de volta ao país.

QUANDO BDRS PODEM COMPENSAR
A depender da conjuntura, o real pode ganhar força diante do dólar. Nesse caso, o BDR protegeria o investidor brasileiro da desvalorização da moeda americana, diz o analista de renda variável da W1 Capital, Tales Barros.

Quem já investe no Brasil também pode adquirir o BDR mais facilmente. Com poucos cliques, é possível comprar o recibo no site da B3, diz Monteiro, da Investing.

Entre as 850 empresas cujos papéis são negociados de forma indireta no Brasil estão gigantes da tecnologia como Microsoft e Meta. As empresas usam a ferramenta para ampliar a sua presença no Brasil, afirma a B3.

Por outro lado, o mercado de BDRs tem menos circulação de ativos do que a bolsa americana, o que pode dificultar a venda dos recibos.

Além disso, o BDR é um serviço oferecido pela B3 mediante o pagamento de uma taxa que varia entre 3% e 5% dos valores recebidos em dividendos ou negociação de ativos. Cada pagamento de dividendo da ação também será taxado com o imposto de renda americano, com alíquota de 30%, uma vez que terá de haver uma remessa internacional para efetuar o pagamento.

Zogbi, do C6 Bank, argumenta que o BDR foi um mecanismo financeiro para permitir acessibilidade ao mercado de ações internacionais. “Mas agora o cliente pode investir na Bolsa americana completa com poucos cliques, sem precisar abrir uma conta em uma corretora no exterior.”

O QUE SÃO OS ETFS E COMO COMPRÁ-LOS
A outra opção é investir nos ETFs, fundos de investimento organizados para replicar os resultados de um índice (como a performance da Bolsa de tecnologia Nasdaq) ou de uma ação específica.

A B3 vende cotas em parte desses fundos. Há, porém, uma variedade maior de produtos à venda na Bolsa americana, em que o acesso pode ser feito com carteiras globais.

Embora os ETFs sejam desenhados para reproduzir os resultados de uma ação ou índice, na prática, os resultados ficam ligeiramente abaixo, seja por razões de liquidez no mercado financeiro ou pelos custos administrativos do fundo (em geral, mais baixos do que os de um fundo normal que procura oportunidades diversas de ganho).

A vantagem dos ETFs em relação à compra de ações é o preço menor da cota em relação ao papel individual da empresa, o que abre mais possibilidades de diluir riscos, diversificando os ativos.

Uma ação da Meta, por exemplo, custa, hoje, mais de R$ 3.700, enquanto há cotas em ETF sendo vendidas por cerca de R$ 100.

Na comparação com os fundos tradicionais de investimento, além do menor custo de administração, os ETFs oferecem mais transparência, por terem de reportar resultados, com mais frequência, aos reguladores (no Brasil, a CVM).

Pedro S. Teixeira/Folhapress

Filiações em massa no PT geram questionamento e pedidos de impugnação

Uma corrida do PT por novos filiados, que poderão votar nas eleições para escolha das novas direções da legenda no meio do ano, vem gerando questionamento internos e suspeitas de inchaço artificial.

O prazo para fazer parte do colégio eleitoral encerrou-se em 28 de fevereiro, com saldo de 341.315 novos filiados, ou aumento de 13%. São agora 2,94 milhões de petistas registrados.

Quase 10 mil destas novas filiações, no entanto, já foram contestadas internamente em diversos municípios. O número deve subir até o prazo final para os pedidos de impugnação, em 15 de março.

A decisão sobre validar ou não essas filiações cabe aos diretórios estaduais, com possível recurso ao diretório nacional.

Um dos que têm externado as críticas é Valter Pomar, da corrente interna Articulação de Esquerda. Ele aponta crescimento suspeito de filiados em diversas cidades, incluindo locais em que o PT registrou resultados eleitorais fracos no ano passado e tem pouca força política.

“É muito comum que se filie com um único objetivo: que os novos filiados compareçam para votar na eleição das novas direções partidárias”, afirma ele, em texto distribuído por ele dentro e fora do partido. Pomar diz que apresentará novos pedidos de impugnação até o final do prazo.

Integrantes da Construindo um Novo Brasil, corrente majoritária da legenda, também admitiram reservadamente ao Painel desconforto com sinais de inchaço artificial.

Em algumas cidades, houve uma explosão na proporção de filiados. A recordista é Pedra Branca (CE), com crescimento de 298%. Outros saltos expressivos ocorreram em Viseu-PA (277%), Icó-CE (270%), Maceió (160%) e Maricá-RJ (111%).

A própria fixação do prazo de filiação para o final de fevereiro, seis meses antes da eleição, gerou polêmica. O período mínimo estabelecido pelo estatuto do PT era de um ano, mas isso foi modificado por reunião do diretório nacional em dezembro.

Novo presidente interino do partido, o senador Humberto Costa (PE) afirma que o número de filiações e de pedidos de impugnação está “dentro do razoável”, e que o PT tem instâncias para apurar todos os casos.

“Questionamentos podem ser feitos normalmente, e o partido fará a análise dos casos objeto de impugnação. É importante lembrar que não existe impugnação coletiva, cada caso tem de ser justificado”, afirma Costa. Segundo ele, cerca de 30% das filiações questionadas até agora estão em Alagoas.

“Há casos em que o partido recebeu muitos filiados numa cidade porque venceu a eleição para prefeito no ano passado, então isso passou a ser um atrativo”, afirma.

O senador diz ainda que a redução do prazo de filiação para seis meses para novos integrantes votarem foi uma forma de adequar as regras internas à legislação eleitoral. Este é o período exigido para que novos filiados possam se candidatar em um pleito.

Fábio Zanini/Folhapress

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